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A "Mulher de Isdalen": Autoridades e Jornalistas Reabrem Misterioso Caso que Assombra a Noruega há Quase 47 Anos!

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Por Marco Faustino

Um tema muito pedido por vocês é um caso apelidado de "O Mistério das Máscaras de Chumbo", que começou a ser contado há mais de 50 anos, e que na época intrigou a Polícia do Estado do Rio de Janeiro. No fim da manhã do dia 20 de agosto de 1966, um garoto subiu o Morro do Vintém, no bairro de Santa Rosa, em Niterói, para soltar pipa, quando teria se deparado com dois cadáveres em meio à vegetação. O menino prontamente informou às autoridades locais, que em minutos já estavam verificando o local do ocorrido. Posteriormente, os policiais identificaram os corpos de Manoel Pereira da Cruz e Miguel José Viana, juntamente de um caderno de anotações, alguns bilhetes, uma garrafa de água vazia, duas toalhas e outros apetrechos menos importantes. Contudo, o que mais mexeu com a curiosidade dos policiais é que as duas vítimas estavam trajando capas impermeáveis (possivelmente de chuva), e estranhíssimas máscaras de chumbo, que seriam "comumente utilizadas para proteger os olhos dos efeitos da radiação."

Hoje em dia, alguns sites de notícias mencionam que, ao reconstituir a trajetória da dupla, a polícia teria descoberto que eles eram técnicos em eletrônica, com uma paixão fora do comum por seres extraterrestres e outros rituais sobrenaturais. Os dois teriam partido cerca de de três dias antes, da cidade de Campos dos Goytacazes (localizada também no Rio de Janeiro), munidos de uma grande soma em dinheiro para comprar um carro novo e suprimentos para o trabalho. Contudo, os policiais não encontraram dinheiro algum com os corpos e o estranho conteúdo das anotações dos rapazes aumentou ainda mais o mistério. Vale lembrar que, naquela época, as técnicas forenses de investigação e os recursos tecnológicos não se comparam com o que polícia utiliza hoje em dia. Além disso, atualmente existe centenas de milhares de câmeras espalhadas nos grandes centros urbanos e até mesmo em cidades do interior, o que auxilia e muito em uma investigação policial.

Enquanto esse especial não é realizado, resolvi fazer uma postagem sobre um assunto que voltou a ser comentado na mídia norueguesa e internacional, sobre um misterioso caso ocorrido no Vale de Isdalen, na cidade de Bergen, na Noruega, no dia 29 de novembro de 1970. Nesse dia, um homem e suas duas filhas estavam caminhando no sopé da face norte do Monte Ulriken, justamente nesse vale, que é "carinhosamente" apelidado de "Vale da Morte" (explicaremos a razão desse apelido no decorrer da postagem). Eles encontraram uma mulher, parcialmente carbonizada, escondida entre algumas rochas. Também foram encontradas dezenas de pílulas para dormir, um lanche ainda embalado, um garrafa vazia de 946 ml de licor St. Hallvard (um licor típico da Noruega), duas garrafas de plástico que cheiravam a gasolina, uma colher de prata, além de alguns outros outros itens, e papéis contendo o que pareciam ser códigos. Apesar de uma autópsia ter concluído que ela teria morrido devido a ingestão de pílulas para dormir e intoxicação por monóxido de carbono, esse caso continua sendo um mistério. Até hoje as autoridades norueguesas não sabem a real identidade dessa mulher, e nem mesmo o que ela fazia naquele local. Uma vez que nem todo mistério descansa em paz, autoridades e jornalistas noruegueses decidiram reabrir esse caso após 46 anos, e estão buscando respostas para tentar solucionar de vez esse mistério. Vamos saber mais sobre esse assunto?

A Recente Matéria Publicada pela BBC sobre Esse Misterioso Caso Ocorrido há Quase 47 Anos!


Para que vocês possam acompanhar de uma forma mais dinâmica e simplificada esse caso, vou utilizar como base uma matéria publicada pelo site da BBC (algumas novas imagens serão inclusas para ilustrar melhor o caso), no último sábado (13), que fez uma espécie de apanhado geral sobre o que se sabe até hoje de toda essa história.

Apesar da BBC ser bem respeitável em tudo que se dispõe a fazer, posteriormente irei acrescentar algumas informações e análises adicionais, que não constam no material disponibilizado por eles, combinado? Essa é uma das melhores formas de prestar realmente uma informação de qualidade e diferenciada para vocês, evitando de se tornar apenas um mero replicador de fontes britânicas ou internacionais.

Retrato falado da chamada "Mulher de Isdalen"
realizado pelo artista forense norte-americano Stephen Missal no ano passado
Assim sendo, a matéria da BBC começou dizendo que novembro de 1970, o corpo carbonizado de uma mulher foi encontrado em uma localidade remota no Vale de Isdalen, na Noruega. Alguém cortou as etiquetas de suas roupas e raspou as marcas características de seus pertences pessoas, como se quisesse impedir sua identificação. Quando a polícia começou a investigar a sua morte, eles descobriram um rastro de mensagens codificadas, disfarces, identidades falsas, mas nunca solucionaram o caso.

Série de retratos falados que foram feitos da "Mulher de Isdalen"
pelo artista forense norte-americano Stephen Missal no ano passado
Quarenta e seis anos depois, a polícia norueguesa e os jornalistas da Norwegian Broadcasting Corporation (NRK), que por sua vez é uma empresa pública de rádio e televisão mantida com recursos do governo da Noruega, decidiram reabrir a investigação. Essa é a história da chamada "Mulher de Isdalen" ("Isdalskvinnen", em norueguês), e seu incrível rastros de pistas que ela deixou para trás.

Pista nº1: O Corpo Localizado no Chamado "Vale da Morte"


Na manhã de 29 de novembro de 1970, um homem e suas duas filhas pequenas encontraram um corpo no Vale de Isdalen, na Noruega. O mesmo estava "estatelado" entre algumas pedras com os braços estendidos, em uma posição comumente chamada de "boxeador" (uma posição defensiva vista frequentemente em relação aos braços de um boxeador), que é típica de corpos que são queimados.

Na manhã de 29 de novembro de 1970, um homem e suas duas filhas pequenas
encontraram um corpo no Vale de Isdalen (na foto), na Noruega
Placa apontando o caminho para o Vale de Isdalen, local onde foi encontrado o corpo da mulher
Isdalen é conhecido por alguns moradores como "Vale da Morte", uma vez que era um local onde as pessoas costumavam tirar a própria vida em tempos medievais e, na década de 1960, alguns alpinistas acabavam sofrendo quedas graves enquanto caminhavam em meio ao nevoeiro, que é bem comum no local. Contudo, aquela mulher encontrada não se parecia em nada com uma alpinista ou alguém que costumava fazer caminhadas ao ar livre.

"Estava totalmente fora da trilha. Era um local incomum para se caminhar. Havia um forte cheiro de carne queimada, toda a parte frontal do corpo estava queimada, incluindo o rosto e a maior parte do cabelo, mas estranhamente a parte posterior do corpo não estava queimada. Parecia que ela tinha tentado andar na direção contrária a do fogo", disse Carl Halvor Aas, um investigador de polícia, que foi um dos primeiros oficiais a serem chamados até o local, em entrevista para a BBC, acrescentado que a gravidade da situação não lhe permitia imaginar sua aparência original.

Investigadores forenses examinando o local onde o corpo da mulher foi encontrado,
cerca de um dia após a descoberta.
Foto mais recente mostrando o local exato onde o corpo da mulher foi encontrado
Entretanto, o local estava completamente gelado quando ele chegou, então ele não sabia dizer há quanto tempo o corpo estava naquele lugar. Por outro lado, como essa mulher acabou indo parar nessa situação?

Pista nº2: Os Objetos Encontrados Juntamente com a Mulher


A polícia encontrou uma série de objetos no local, incluindo joias, um relógio, um guarda-chuva quebrado e algumas garrafas. Porém, o posicionamento dos objetos foi o que mais chamou a atenção de Tormod Bønes, um dos investigadores forenses. A mulher não estava usando o relógio e nem mesmo as joias. Em vez disso, esses objetos tinham sido colocados ao seu lado.

A polícia encontrou uma série de objetos no local, incluindo joias e um relógio
Também foram encontradas uma série de garrafas quebradas, queimadas e com seus respectivos rótulos arrancados
"O posicionamento e a localização dos objetos que cercavam o corpo era estranho, parecia que tinha havido algum tipo de cerimônia", disse Tormod Bønes. Os policiais também encontraram os restos de um par de botas de borracha e meias de nylon.

"Ela estava usando muita roupa - de materiais sintéticos - e todas as suas roupas tinham sido fortemente queimadas", continuou Tormod, acrescentando que as etiquetas das roupas tinham sido removidas, assim como os rótulos das garrafas e qualquer marca que pudesse identificá-las. Portanto, a polícia não encontrou nada na local que pudesse indicar quem era a mulher.

Algumas fotos mostrando uma amostra de tecido da roupa da mulher (à esquerda) e um guarda-chuva (à direita)
Entretanto, o posicionamento dos objetos foi o que mais chamou a atenção de Tormod Bønes, um dos investigadores forenses. A mulher não estava usando o relógio e nem mesmo as joias. Em vez disso, esses objetos tinham sido colocados ao seu lado.
A polícia acabou emitindo um apelo por testemunhas, que eventualmente soubessem de alguma informação sobre a mulher. Na época, eles disseram que a mulher tinha por volta de 1,64m, cabelos compridos e de cor castanho-escuro, um rosto arredondado, olhos castanhos e orelhas pequenas. Ela aparentava ter entre 25 e 40 anos, e usava um rabo de cavalo amarrado com uma fita azul e branca no momento de sua morte. Sem um nome, a mulher se tornou conhecida como a "Mulher de Isdalen".

Sem um nome, a mulher se tornou conhecida como a "Mulher de Isdalen"
Evidentemente, diante de uma cidade pacífica, e com um baixo índice de criminalidade, a história acabou ganhando uma grande repercussão não somente localmente, mas por toda a Noruega. Poucos dias depois, no entanto, a polícia encontraria mais uma pista.

Pista nº3: A Polícia Encontrou Malas Supostamente Pertencentes a Mulher


A polícia acabou encontrando duas malas no departamento de bagagem da estação ferroviária de Bergen. Em uma das malas havia um óculos sem grau (na verdade era um óculos de sol, porém havia outros óculos normais sem qualquer tipo de grau), sendo que uma das impressões digitais em um das lentes correspondia a impressão digital da mulher em questão.

As malas também continham:
  • Roupas;
  • Diversas perucas;
  • Dinheiro alemão e norueguês, além de moedas belgas, britânicas e suíças;
  • Um pente e uma escova de cabelo;
  • Cosméticos;
  • Algumas colheres de chá;
  • Um tubo de creme para tratamento de eczema;
De acordo com Tormod Bønes, inicialmente a polícia estava muito otimista, porque achava que as malas os ajudariam a identificar o corpo. Porém, em breve notariam que todas as etiquetas ou rótulos que pudessem identificar a mulher, de suas roupas ou pertences pessoais, tinham sido removidos. Até mesmo o adesivo da prescrição do creme de tratamento de eczema, que deveria mostrar o nome do médico e do paciente foi raspado.

A polícia acabou encontrando duas malas no departamento de bagagem da estação ferroviária de Bergen. De acordo com Tormod Bønes, inicialmente a polícia estava muito otimista, porque achava que as malas os ajudariam a identificar o corpo. Porém, em breve notariam que todas as etiquetas ou rótulos que pudessem identificar a mulher, de suas roupas ou pertences pessoais, tinham sido removidos
Em uma das malas tinham óculos sem grau, sendo que uma das impressões digitais em uma das lentes
correspondia a impressão digital da mulher em questão
E acreditem, a polícia tentou arduamente rastrear os pertences da mulher. Eles até mesmo entraram em contato com diversas grandes lojas de departamento no exterior, incluindo a "Galeries Lafayette", em Paris, na França, para ver se as lojas reconheciam alguma coisa pertencente a mulher. Tudo foi em vão. Havia também um misterioso bilhete escrito em códigos, que a polícia não decifraria até algum tempo depois (daqui a pouco iremos comentar sobre ele).

De qualquer forma, havia uma evidência muito interessante na mala. Uma sacola plástica da loja de calçados Oscar Rørtvedt, uma antiga loja de calçados na cidade de Stavanger, também na Noruega. O filho do dono, Rolf Rørtvedt, lembrou-se de ter vendido um par de botas de borracha para 'uma mulher muito bem vestida, de aparência agradável e cabelos escuros.' As botas que ele vendeu pareciam coincidir com as botas encontradas juntamente ao corpo no Vale de Isdalen. A polícia acreditava que o guarda-chuva encontrado próximo ao corpo também tinha sido comprado na loja.

E acreditem, a polícia tentou arduamente rastrear os pertences da mulher. Eles até mesmo entraram em contato com diversas grandes lojas de departamento no exterior, incluindo a "Galeries Lafayette", em Paris, na França (na foto aparece a carta enviada pelas autoridades norueguesas), para ver se as lojas reconheciam alguma coisa pertencente a mulher
O filho do dono, Rolf Rørtvedt, lembrou-se de ter vendido um par de botas de borracha para 'uma mulher muito bem vestida, de aparência agradável e cabelos escuros.' As botas que ele vendeu pareciam coincidir com as botas encontradas juntamente ao corpo no Vale de Isdalen
Rolf Rørtvedt disse que a mulher causou-lhe uma grande impressão, porque ela demorou um bom tempo escolhendo as botas, muito mais do que um consumidor normal. Em entrevista à BBC, Rolf disse que ela falava inglês, tinha sotaque, e uma expressão calma e tranquila. Ele também se lembrou de um forte cheiro, que emanava da mulher. Algo que, mais tarde, ele acreditava que podia ter sido "cheiro de alho".

Rolf Rørtvedt disse que a mulher causou-lhe uma grande impressão, porque ela demorou um bom tempo escolhendo as botas, muito mais do que um consumidor normal. Em entrevista à BBC, Rolf disse que ela falava inglês, tinha sotaque, e uma expressão calma e tranquila
Ele também se lembrou de um forte cheiro, que emanava da mulher.
Algo que, mais tarde, ele acreditava que podia ter sido "cheiro de alho"
Usando sua descrição, a polícia foi capaz de rastrear a mulher até um hotel próximo, chamado St. Svithun, onde ela deu entrada com o nome de Fenella Lorch. O problema? Bem, Fenella Lorch não era seu verdadeiro nome.

Pista nº4 - Os Formulários de Hotéis


A mulher em questão tinha se hospedado em diversos hotéis da Noruega usando nomes diferentes. E, uma vez que a maioria dos hotéis exigia que os hóspedes mostrassem um passaporte e preenchessem um formulário de entrada, isso significava que ela tinha diversos passaportes falsos.

A mulher em questão tinha se hospedado em diversos hotéis da Noruega usando nomes diferentes. E, uma vez que a maioria dos hotéis exigia que os hóspedes mostrassem um passaporte e preenchessem um formulário de entrada, isso significava que ela tinha diversos passaportes falsos
Nesse formulário de entrada do Hotel Neptun, a mulher disse ter chegado de Londres
Outro formulário de entrada, dessa vez do Hotel Skandia, em Bergen,
onde a mulher ficou hospedada entre 25 de março e 1º de abril
A polícia acabou descobrindo que a mulher havia se hospedado nos seguintes hotéis, usando esses nomes abaixo:
  • Genevieve Lancier, de Louvain, na Bélgica, hospedada no Hotel Viking, em Oslo, entre 21 e 24 março de 1970;
  • Claudia Tielt, de Bruxelas, na Bélgica, hospedada no Hotel Bristol, em Bergen, entre 24 e 25 março;
  • Claudia Tielt, de Bruxelas, na Bélgica, hospedada no Hotel Skandia, em Bergen, entre 25 de março e 1º de abril;
  • Claudia Nielsen, de Gante, na Bélgica, hospedada no KNA-Hotellet, em Stavanger, entre 29 e 30 outubro;
  • Alexia Zarne-Merchez, de Ljubljana, na Eslovênia, hospedada no Hotel Neptun, em Bergen, entre 30 de outubro e 5 de novembro;
  • Vera Jarle, de Antuérpia, na Bélgica, hospedada no Hotel Bristol, em Trondheim, entre 6 e 8 de novembro;
  • Fenella Lorch, hospedado em Hotel St. Svithun, em Stavanger, entre 9 e 18 novembro;
  • Sra. Leenhouwfr, hospedada no Hotel Rosenkrantz, em Bergen, entre 18 e 19 novembro;
  • Elisabeth Leenhouwfr, de Ostend, na Bélgica, hospedada no Hotel Hordaheimen, em Bergen, entre 19 e 23 novembro.
A polícia norueguesa também analisou a grafia da mulher
A manchete do jornal Bergens Tidende, do dia 23 de dezembro de 1970 dizia:
"A mulher de Isdalen usava pelo menos seis nomes diferentes"
Diversos veículos de comunicação noruegueses cobriram o caso naquela época
A mulher deixou uma forte impressão em Alvhild Rangnes, que era uma garçonete de 21 anos do Hotel Neptun, naquela época.

"Minha primeira impressão dela era de elegância e autoconfiança. Ela parecia tão elegante, desejava ser como ela. Na verdade, lembro-me dela dela piscando para mim... do meu ponto de vista, parecia que ela tinha achado que eu estava olhando um pouco demais para ela", disse Alvhild Rangnes, em entrevista para a BBC.

A mulher deixou uma forte impressão em Alvhild Rangnes (na foto),
que era, naquela época, uma garçonete de 21 anos do Hotel Neptun
"Em uma ocasião, enquanto eu a servia, ela estava no salão do restaurante sentada ao lado, mas sem interagir, de dois representantes da Marinha alemã, um dos quais era um oficial", completou.

A mulher deixou uma forte impressão em Alvhild Rangnes,
que era uma garçonete de 21 anos do Hotel Neptun (na foto, onde atualmente chama-se Scandic Neptun), naquela época
A mulher se hospedou pela última vez no Hotel Hordaheimen
A polícia questionou diversos funcionários do hotel, que tiveram contato com a "Mulher de Isdalen", incluindo Alvhild. Eles descobriram que, além de falar inglês, a mulher também usou algumas frases em alemão. Eles também ficaram sabendo que a mulher frequentemente pedia para mudar de quarto. Em uma determinada ocasião, ela pediu para mudar de quarto cerca de três vezes.

Pista nº5: O Bilhete Deixado Para Trás


Até esse ponto da investigação, havia diversos rumores de que a mulher era uma espiã. Não havia muitos turistas estrangeiros em Bergen, e o fato de a mulher parecer rica e bem viajada despertou muita especulação.

"Isso aconteceu durante a Guerra Fria, e definitivamente havia muitos espiões na Noruega, incluindo espiões russos", disse Gunnar Staalesen, um escritor romances policiais de Bergen, que era um estudante universitário na época. Ele acrescentou que também havia agentes israelenses, que operavam na Noruega, assim como foi demonstrado três anos depois, quando agentes do Mossad mataram um homem em Lillehammer, que eles tinham confundido com um criminosa internacional.

Manchete do jornal Bergens Tidende: "Rumores apontam que a mulher era uma agente secreta"
Os serviços de inteligência noruegueses também investigaram o caso referente a essa mulher, mas admitiram isso somente algumas décadas mais tarde. De acordo com a NRK, os serviços de segurança estavam interessados em relatos de que a mulher teria sido vista observando os testes militares de novos foguetes na região oeste da Noruega, mas não houve quaisquer evidências mais conclusivas em seus relatórios de investigação nesse sentido.

A polícia, eventualmente, decifrou alguns trechos de um bilhete codificado, mas não forneceu nenhuma evidência de que ela fosse uma espiã. Em vez disso, o bilhete parecia ser um registro dos lugares visitados pela mulher. Por exemplo, O22 O28 P são datas (entre 22 e 28 outubro), quando ela estava em Paris, O29PSé o dia em que viajou de Paris a Stavanger, na Noruega. O29S coincide com a data que ela chegou em Stavanger (29 de outubro), e O30BN5 coincide com sua estadia em Bergen, na Noruega, entre 30 de outubro e 5 de novembro.

Imagem original do bilhete encontrado juntamente ao corpo da "Mulher de Isdalen"
A polícia, eventualmente, decifrou alguns trechos de um bilhete codificado, mas não forneceu nenhuma evidência de que ela fosse uma espiã. Em vez disso, o bilhete parecia ser um registro dos lugares visitados pela mulher.
Por exemplo, O22 O28 P são datas (entre 22 e 28 outubro), quando ela estava em Paris, O29PSé o dia em que viajou de Paris a Stavanger, na Noruega, e O30BN5 coincide com sua estadia em Bergen, na Noruega, entre 30 de outubro e 5 de novembro
A polícia também enviou uma descrição da mulher, além de alguns esboços e retratos falados de como seria a aparência do seu rosto para diversas autoridades policiais ao redor do mundo.

A polícia também enviou uma descrição da mulher, além de alguns esboços e retratos falados de como seria a aparência do seu rosto para diversas autoridades policiais ao redor do mundo
Entretanto, nenhuma respondeu positivamente, ou seja, ninguém disse reconhecer a mulher em questão. Resumindo? O mistério continuava.

Pista nº6: A Autópsia


Enquanto isso, os investigadores tinham concluído uma autópsia no corpo da mulher. Eles encontraram um hematoma considerado inexplicável no lado direito do seu pescoço, que poderia ter sido o resultado de um golpe ou uma queda. Não havia sinais que a mulher estivesse doente. A autópsia também descobriu que a mulher nunca esteve grávida ou sequer teve um filho em sua vida. Sua morte, no entanto, provavelmente foi dolorosa.

Um dos documentos forenses com os resultados da autópsia.
O nome da mulher, posição, endereço, data de nascimento e de morte são listadas como "desconhecidos"
"Havia partículas de fumaça nos pulmões... o que demostrava, que a mulher estava viva enquanto ainda estava queimando", disse Tormod Bønes, que encontrou um rastro de gasolina no solo, abaixo do corpo da mulher, o que significava que "poderiam afirmar com absoluta certeza que a gasolina havia sido usada para incendiá-la". Além disso, ela tinha uma alta concentração de monóxido de carbono em seu sangue.

Especialistas também disseram, que havia entre 50 a 70 pílulas para dormir, de uma marca estrangeira chamada Fenemal, em seu estômago, embora elas não tivessem sido totalmente absorvidas pela corrente sanguínea antes da mulher morrer.

A polícia norueguesa encaminhou impressões digitais à Interpol
A autópsia acabou concluindo que a mulher morreu devido a uma combinação de intoxicação por monóxido de carbono e ingestão de um grande número de pílulas para dormir. Assim sendo, a polícia disse que a mulher havia tirado a própria vida, uma visão que o próprio chefe de polícia de Bergen naquela época também apoiava. Por outro lado, muitas pessoas não acreditavam nessa hipótese.

"Havia partículas de fumaça nos pulmões... o que demostrava, que a mulher estava viva enquanto ainda estava queimando", disse Tormod Bønes, que encontrou um rastro de gasolina no solo, abaixo do corpo da mulher, o que significava que "poderiam afirmar com absoluta certeza que a gasolina havia sido usada para incendiá-la"
"Falamos sobre isso na polícia, mas até onde me lembro pouquíssimas pessoas acreditavam que a mulher tinha tirado a própria vida", disse Carl Halvor Aas, acrescentando que, tanto a remota localização onde ela foi encontrada, quanto o fogo pareciam ser bem estranhos e não seriam muito compatíveis nesse sentido.

"Falamos sobre isso na polícia, mas até onde me lembro pouquíssimas pessoas acreditavam que a mulher tinha tirado a própria vida", disse Carl Halvor Aas (na foto)
Sem maiores pistas, o caso foi encerrado, e a mulher foi enterrada em fevereiro de 1971. A polícia acreditava que ela pudesse ser católica e organizou um funeral adequado para ela. De acordo com um relatório policial do funeral, o caixão foi decorado com liláceas e tulipas, sendo que o padre conduziu uma cerimônia simples para "a mulher desconhecida, que foi sepultada em um país estrangeiro, sem quaisquer familiares presentes."

A matéria da BBC disse que a polícia ainda esperava encontrar a família da mulher, visto que ela foi enterrada em um caixão de zinco, ou seja, não iria se decompor tão facilmente, e manteve um álbum de fotos do funeral para quando parentes eventualmente aparecessem. Harald Osland foi um desses investigadores que se recusaram a dar o caso por encerrado.

Sem maiores pistas, o caso foi encerrado, e a mulher foi enterrada em fevereiro de 1971. A polícia acreditava que ela pudesse ser católica e organizou um funeral adequado para ela. O funeral teve a presença de membros da polícia no cemitério de Mollendal
O túmulo sem lápido onde o corpo da mulher de Isdal está enterrado.
O local é marcado com uma pequena coroa de flores e uma vela.
"Meu pai jamais deixou esse caso de lado. Ele nunca conseguiu aceitar o fato que eles encerram o caso", disse Tore, filho de Harald Osland. Seu pai guardou diversos documentos policiais, e Tore eventualmente escreveu um livro sobre o caso de Isdalen. Ao longo dos anos, o caso também vem inspirando diversos escritores e ilustradores interessados no mesmo.

"O que intriga as pessoas é que é um mistério não resolvido. Quase como seguir um romance policial", disse Gunnar Staalesen. No entanto, no ano passado, uma possibilidade de resolver definitivamente o caso veio à tona.

Pista nº7: As Arcadas Dentárias


A "Mulher de Isdalen" possuía dentes muito peculiares, sendo que 14 deles tinham obturações e diversas coroas de ouro. Isso era especialmente incomum para alguém de sua faixa etária, e não era o tipo de arcada dentária visto na Noruega. Gisle Bang, professor de odontologia, falecido em 2011, acabou guardando a mandíbula da mulher, na esperança de que outros especialistas reconhecessem o trabalho dentário realizado nos dentes da mulher.

Após sua morte todo mundo acreditava que sua mandíbula tinha sido destruída. O médico forense Inge Morild, que herdou os arquivos da "Mulher de Isdalen", mencionou que lhe disseram que a mandíbula tinha sido "jogada fora porque estava cheirando mal." Contudo, depois que os jornalistas investigativos da NRK começaram a pesquisar sobre o caso, o professor Inge Morild encontrou a mandíbula, no porão de arquivos forenses no Hospital Universitário de Haukeland, na Noruega.

A "Mulher de Isdalen" possuía dentes muito peculiares, sendo que 14 deles tinham obturações e diversas coroas de ouro. Isso era especialmente incomum para alguém de sua faixa etária, e não era o tipo de arcada dentária visto na Noruega.
Gisle Bang, professor de odontologia, falecido em 2011, acabou guardando a mandíbula da mulher, na esperança de que outros especialistas reconhecessem o trabalho dentário realizado nos dentes da mulher
O professor Gisle Bang enviou relatórios a especialistas buscando o autor do trabalho dentário
A descoberta de suas arcadas dentárias deu a polícia norueguesa a oportunidade de reabrir o caso, e usar as mais recentes técnicas forenses para tentar identificar a mulher. O Serviço de Investigação Criminal da Noruega (Kripos) e a Universidade de Bergen começaram a realizar análises isotópicas nos dentes, ao procurar a "assinatura" química deixada por elementos, que compunham os dentes à medida que eles estivessem sendo formados.

Os testes envolveram:
  • Análises de isótopos de oxigênio, que podiam revelar o tipo de água que a mulher bebeu à medida que ela crescia, e de quais regiões a água viria;
  • Análises de isótopos de estrôncio, que podiam refletir os tipos de alimentos que a mulher comeu, e o tipo de solo da região onde ela cresceu.
Essa tinha sido a primeira vez que a polícia norueguesa conduziu a análise de isótopos em dentes, mas eles esperavam que os resultados os ajudassem a localizar a região onde a mulher vivia.

Pista nº8: As Amostras de Tecido


A análise de DNA atualmente é uma das principais ferramentas que a polícia usa em casos de análises e identificação forense. Isso, no entanto, não existia em 1970. A reviravolta em relação a esse caso aconteceu quando descobriu-se que diversas amostras de tecido dos órgãos da mulher, incluindo os pulmões, coração, glândula adrenal e ovários, foram armazenadas no Hospital Universitário de Haukeland.

O professor Inge Morild disse que "era costume na maior parte da Noruega" manter amostras de tecido de análises post-mortem. As amostras seriam "úteis para a repetição de análises, assim como uma fonte de DNA." A NRK e a polícia local concordaram em enviar as amostras para análise de DNA.

As amostras de tecido dos órgãos são preservados em blocos de parafina
O professor Inge Morild (na foto) disse que "era costume na maior parte da Noruega" manter amostras de tecido de análises post-mortem. As amostras seriam "úteis para a repetição de análises, assim como uma fonte de DNA."
Nils Jarle Gjøvåg, diretor forense da Polícia do Distrito Ocidental disse que era importante descobrir a identidade da mulher, porque "em algum lugar no mundo poderiam existir parentes se perguntando onde ela se encontrava", e que eles sempre tentavam identificar cada corpo desconhecido, para que os parentes pudessem ter uma resposta. Enquanto aguardavam pelos resultados do exame de DNA, a NRK publicou um documentário sobre a investigação, e recebeu mais de 150 pistas de pessoas interessadas no caso.

"Na Noruega, esse caso é um grande enigma para as pessoas... há muitas pessoas que querem algum tipo de desfecho do mesmo", disse o jornalista Ståle Hansen.

Após meses de trabalhos, os cientistas conseguiram ter em mãos um perfil estendido de DNA da mulher. Os resultados mais recentes, que teriam sido publicados na sexta-feira passada (12), mostraram que a mulher tinha uma descendência europeia, tornando bem pouco provável a teoria de que ela fosse uma agente secreta de Israel.

Equipe de jornalistas da NRK trabalhando no caso (da esquerda para a direita):
Marit Higraff, Eirin Aardal, Øyvind Bye Skille e Ståle Hansen
A polícia norueguesa disse que emitirá um novo comunicado através da Interpol em busca de informações sobre corpos não identificados, usando justamente essa nova informação. As autoridades policiais de países europeus também deve ser solicitados a checarem seus bancos de dados de DNA para ver se encontram uma amostra correspondente.

"Se algum parente próximo tiver um registro de DNA em algum lugar, vamos ter mais pistas. Isso seria realmente emocionante", disse Ståle Hansen.

A matéria da BBC terminou dizendo que o caso da "Mulher de Isdalen" não foi resolvido nos últimos 46 anos, mas que a ciência moderna reabriu a possibilidade desse misterioso caso nórdico ser finalmente resolvido. Agora, será que foram somente essas pistas, que foram obtidas ao longo do tempo? É justamente sobre isso que vocês conferem a partir de agora.

Alguns Detalhes Muito Importantes, que Não Foram Mostrados na Matéria da BBC


Conformei mencionei anteriormente, costumo respeitar os textos produzidos pela BBC, muito embora não utilize a tradução que eventualmente fazem, porque considero abaixo do que vocês realmente merecem ser informados, ou seja, traduzo diretamente a partir do texto originalmente publicado. Além disso, a BBC de vez em quando acaba pecando em alguns detalhes sobre os casos apresentados, e a situação piora um pouco quando estamos diante complexo. Para entender um pouco melhor sobre o caso da "Mulher de Isdalen"é necessário voltar um pouco no tempo. 

É importante que você entenda, que o caso da "Mulher de Isdalen" vira e mexe aparece em algum programa de TV ou veículo de imprensa da Noruega. Em 2002, por exemplo, um programa chamado "Fornemmelser for mord" (algo como "Pressentimentos de um Homicídio", em português) chegou até mesmo a procurar clarividentes para tentar solucionar o mistério, mas não acrescentou muita coisa ao que já se sabia naquela naquela ocasião.

Em 2005, o site do jornal Bergensavisen, o segundo maior jornal de Bergen, na Noruega, tentou reconstituir os últimos passos conhecidos dessa mulher. Foi mencionado que ela chegou em Bergen, pela última vez, no dia 18 de novembro de 1970. Naquele dia, ela ficou hospedada no Hotel  Rosenkrantz, mas no dia seguinte se hospedou no Hotel Hordaheimen, no quarto 407, com o nome de Elisabeth Leenhower, como se fosse da Bélgica. Ela passava muito tempo trancada dentro do quarto e parecia estar sempre em alerta. A mulher deixou o hotel no dia 23 de novembro, uma segunda-feira. Ela pagou pela hospedagem em dinheiro e pediu para que a recepcionista chamasse um táxi. Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi vista na estação de trem, deixando suas duas malas em um guarda-volumes da estação em questão.

A "Mulher de Isdalen" tal como foi apresentada pela mídia norueguea em dezembro de 1970 (à esquerda)
e um desenho feito pelo ilustrador norueguês Audun Hetland, falecido em 1998 (à direita)
Nessa ponto vale a pena destacar que, em 1991, o jornal norueguês Bergens Tidende publicou um interessante artigo sobre o caso, mostrando o relato do taxista que buscou a mulher no Hotel Hordaheimen. Ele disse que a mulher estava acompanhada de um homem, que posteriormente seria chamado de "Sr. X". Depois que o Bergens Tidende publicou um esboço desse homem desconhecido, diversas pessoas começaram a ligar para o jornal e dizer que tinham visto ambos juntos, por diversas vezes. O "Sr. X", no entanto, nunca foi encontrado. A partir dessa data, a mulher teoricamente nunca mais teria sido avistada, sendo que seu corpo foi encontrado no dia 29 de novembro, um domingo, exatamente as 13h15, quando uma família composta por um pai e suas duas filhas pequenas encontraram seu corpo. A polícia compareceu ao local, sendo que dois dias depois o Serviço de Investigação Criminal da Noruega (Kripos) também apareceu para analisar o local.

Na época foi mencionado que o único sinal de violência eram um hematoma em seu pescoço, que poderia indicar "uma marca deixada por um golpe de arte marcial". Foi mencionado também, que cerca de 100 pessoas foram ouvidas ao longo de três intensas semanas de investigação. A mulher acabou sendo enterrada no cemitério Mölendal as 11h30 da manhã do dia 5 de fevereiro de 1971. Seu caixão foi carregado por seis policiais e a cerimônia foi conduzida pelo padre Franz Josef Fischedieck. Ao todo, 18 pessoas compareceram ao enterro, sendo 16 policiais. Eles acompanharam todo o cortejo, que também contou com 2 cantoras. Peculiar, não é mesmo?

A mulher acabou sendo enterrada no cemitério Mölendal as 11h30 da manhã do dia 5 de fevereiro de 1971
Seu caixão foi carregado por seis policiais e a cerimônia foi conduzida pelo padre Franz Josef Fischedieck. Ao todo, 18 pessoas compareceram ao enterro, sendo 16 policiais. Eles acompanharam todo o cortejo, que também contou com 2 cantoras
Desde então, pouco se comentou sobre esse assunto. Porém, tudo isso mudou no dia 18 de outubro do ano passado, quando o site do jornal norueguês Bergens Tidende, comentou que a descoberta de restos mortais poderiam levar a solução do mistério envolvendo a "Mulher de Isdalen". Na ocasião, foi mencionado que a polícia de Bergen iria reabrir o caso após descobrirem algo, que eles acreditavam que tivesse sido perdido.

Isso teria acontecido após um médico forense, do Instituto de Gades, descobrir a mandíbula (e consequentemente as arcadas dentárias) dessa mulher em questão, justamente no Hospital Universitário de Haukeland. Esse médico forense era justamente o professor Inge Morild.

Isso teria acontecido após a descoberta de um médico forense do Instituto de Gades, da mandíbula e dos dentes dessa mulher em questão, justamente no Hospital Universitário de Haukeland. Esse médico forense era justamente o professor Inge Morild
No dia seguinte (19), o Bergens Tidende chegou a publicar uma espécie de "Top 5" em relação ao que se sabia sobre a "Mulher de Isdalen" até aquele presente momento. Algumas teorias apontadas pelo site no jornal diziam que, de acordo com testemunhas interrogadas dos hotéis onde se hospedou, a mulher agia de modo estranho, aparentava medo ou talvez estivesse doente. Para a polícia local, ela estava "desequilibrada" e talvez paranoica, razões pelas quais teria tirado a própria vida.

Entretanto, havia mais duas teorias. A primeira dizia que a mulher fazia parte de uma rede internacional de falsificação de cheques, visto que alguns membros dessa rede foram presos em Bergen alguns anos depois da morte da mulher. Pelo que se sabe, os fraudadores tinham operado sob diversos nomes diferentes em inúmeros países europeus (algo bem semelhante se comparado a mulher), mas que nunca ficou provado. A segunda, conforme vocês já sabem, é que a mulher seria uma espiã.

Quem também se interessou pelo caso foi o alemão Klaus Schmeh, do site ScienceBlogs, que no dia 24 de outubro do ano passado comentou, que no livro sobre a "Mulher de Isladen", escrito por Tore Osland, filho de Harald Osland, (conforme havíamos mencionado anteriormente), o autor explicava que, naquele bilhete deixado próximo ao corpo da mulher, a letra "B" significava "Bergen", "S" era "Stavanger", "O" era "Oslo, "L" era Londres, "R" era Roma e "P" era Paris. Já as letra "M" significava "março", e "A" era "abril". Klaus não sabia o que significava as letras "N", "T", "G". Além disso, ele acrescentou que uma testemunha do caso teria ouvido a mulher dizendo "Ich komme bald" ("Chegarei em breve", em português), porém não foi informado o contexto no qual essa frase foi proferida e nem para quem ela teria dito isso.

O livro sobre a "Mulher de Isladen", escrito por Tore Osland, filho de Harald Osland
A NRK acabou publicando uma grande matéria sobre esse assunto, que muito provavelmente serviu de base para a matéria da BBC, no dia 29 de novembro do ano passado. Evidentemente, não irei traduzir a matéria inteira, porque ficaria extremamente repetitivo, portanto irei apenas apontar aquilo que não tenha sido mencionado anteriormente, combinado?

Bem, a NRK começou dizendo que uma garotinha de 12 anos teria sido a primeira a encontrar o corpo da mulher, posteriormente sua irmã e seu pai também foram ver o que ela tinha encontrado. Uma vez que naquela época não tinha celular, a descida até Bergen foi bem longa, apesar de ficar apenas alguns quilômetros de distância, visto que eles não sabiam se havia um assassino por perto. O primeiro policial ao chegar no local, como bem sabemos, foi o então policial Carl Halvor Aas, que definiu o lugar como muito "íngreme" e "intransponível". Pouco tempo depois, oficiais com cães farejadores e detectores de metal se espalharam pela área.

A NRK citou o caso como sendo um dos maiores mistérios da história da Noruega, questionando se a mesma era uma espiã, um membro de uma organização criminosa ou se escolheu o Vale de Isdalen para tirar a própria vida. Sigbjørn Wathne, um dos últimos investigadores do caso daquela época, pertencente ao Serviço de Investigação Criminal da Noruega (Kripos) disse que para ele e diversos outros pesquisadores, parecia que a mulher estava fugindo de alguma coisa e, consequentemente, queria esconder sua identidade. Foi mencionado que até mesmo o nome do fabricante de uma mera escova de cabelo tinha sido raspado.

Sigbjørn Wathne, um dos últimos investigadores do caso daquela época, pertencente ao Serviço de Investigação Criminal da Noruega (Kripos) disse que para ele e diversos outros pesquisadores, parecia que a mulher estava fugindo de alguma coisa e, consequentemente, queria esconder sua identidade
Ao citarem o Rolf Rørtvedt, o proprietário da loja de calçados (a loja existe até hoje), que a mulher visitou para comprar um par de botas, foi mencionado as botas eram de um modelo chamado "Celebrity", de uma companhia chamada Askim Gummivarefabrik. Aliás, esse modelo era usado pela metade da população feminina da Noruega em 1970. Rolf disse que o inglês da mulher era bem precário, que ela fazia muitas perguntas e passou muito tempo decidindo qual bota compraria. Além disso, ela tinha um cheiro peculiar. Somente alguns anos depois, quando o "alho" se tornou algo comum na Noruega, é que Rolf conseguiu fazer a associação do cheiro que, inicialmente, tanto ele quanto diversas testemunhas consideravam como um "perfume estranho".

Na época, um homem chamado Knut Haavik, era repórter policial do VG, um tabloide norueguês, sendo que mais tarde se tornou um respeitado editor de uma revista de celebridades. Ele mencionou que tinha contatos policiais extraordinariamente bons, e eventualmente conseguia obter documentos de investigação de casos desse gênero, porém os documentos eram praticamente impossíveis de serem obtidos. Posteriormente, a razão para isso seria descoberta, visto que a mulher poderia ser uma espiã.

Um homem chamado Knut Haavik, era um repórter policial do VG, um tabloide norueguês, naquela época, sendo que mais tarde se tornou um respeitado editor de uma revista de celebridades. Ele mencionou que tinha contatos policiais extraordinariamente bons, e eventualmente conseguia obter documentos de investigação de casos desse gênero, porém os documentos eram praticamente impossíveis de serem obtidos
Enfim, basicamente essas eram as informações mais relevantes a serem citadas, visto que o restante é praticamente a mesma coisa que vocês já sabem. O restante do texto reflete praticamente tudo o que ja comentamos, um sinal que com certeza você está bem informado sobre esse assunto.

O Documentário Publicado pela Norwegian Broadcasting Corporation (NRK) e as Mais Recentes Informações


O documentário sobre esse caso foi originalmente exibido na Noruega, no dia 14 de novembro do ano passado, e exatamente um mês depois foi publicado no canal da emissora, no YouTube, com legendas em inglês. Vocês podem conferir o vídeo abaixo, que serve mais para ilustrar um pouco mais tudo o que já comentamos anteriormente:



Já nos dias 12 e 13 desse mês, a NRK acabou não divulgando muita coisa além do que já sabíamos. Apenas disseram, ao menos por enquanto, que o DNA apontou que a mesma tinha características de ser uma mulher europeia, e que mais testes estavam sendo realizados com o objetivo de descobrir suas origens. Será que vai dar certo?

Não foi divulgado exatamente o que as autoridades norueguesas sabem de novidade sobre o caso, porém as mesmas enviaram um novo relatório para a Interpol contendo as mais recentes descobertas e novos retratos falados criados no ano passado pelo artista forense norte-americano Stephen Missal (aqueles retratos falados do início da postagem). Diversas testemunhas que tiveram contato com a mulher em 1970, alegaram que as características faciais dos desenhos são bem semelhantes. Por fim, a NRK ainda pediu, mais uma vez, a colaboração das pessoas para tentar elucidar esse caso.

Não foi divulgado exatamente o que as autoridades norueguesas sabem de novidade sobre o caso, porém as autoridades enviaram um novo relatório para a Interpol contendo as mais recentes descobertas e novos retratos falados criados no ano passado pelo artista forense norte-americano Stephen Missal (aqueles retratos falados do início da postagem)
Maj Nordskaug, consultora sênior do Serviço de Investigação Criminal da Noruega (Kripos),
no escritório da Interpol repassando as informações disponíveis até o momento sobre a "Mulher de Isdalen"
Caso estranho, não é mesmo AssombradOs? Mesmo após quase 47 anos ainda temos inúmeras perguntas ainda sem qualquer tipo de resposta. Ninguém sabe exatamente quem era a mulher, o que ela fazia na Noruega e mais precisamente em Bergen, e a razão pela qual ela foi encontrada no Vale de Isladen. Sem dúvida alguma alguns pontos claramente chamam a atenção como a mulher tem um cheiro característico de alho e a observação de um dos investigadores que notou a disposição dos objetos ao redor do seu corpo, como se tivesse acontecido uma cerimônia ou um ritual. Apesar disso ser pouco perante ao que já foi descoberto, faz nossa imaginação voar bem longe.

Se surgirem novas informações sobre esse caso, manteremos vocês informados com uma atualização nessa mesma postagem, combinado?

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://imgur.com/gallery/HIJF1
http://picssr.com/tags/isdalskvinnen
http://scienceblogs.de/klausis-krypto-kolumne/2016/10/24/new-evidence-in-the-mystery-of-the-isdal-woman/
http://scienceblogs.de/klausis-krypto-kolumne/2017/02/21/the-isdal-woman-mystery-revisited/
http://www.bbc.com/news/world-europe-39369429
http://www.bt.no/nyheter/brif/Fem-ting-du-bor-vite-om-Isdalskvinnen-325007b.html
http://www.bt.no/nyheter/lokalt/Funn-av-levninger-kan-gi-spor-i-mysteriet-om-Isdalskvinnen-324912b.html
http://www.newser.com/story/242702/norway-reopens-grisly-mystery-of-the-isdal-woman.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Isdal_Woman
https://www.ba.no/drap/her-bares-isdalskvinnen-til-sitt-anonyme-gravsted/s/1-41-1511762
https://www.nrk.no/dokumentar/ber-190-land-om-hjelp-til-a-loyse-gata-1.13194567
https://www.nrk.no/dokumentar/do-you-remember-this-woman_-1.13215629
https://www.nrk.no/dokumentar/xl/_slo-bensin-over-seg-og-tende-pa_-1.13137579
https://www.nrk.no/dokumentar/xl/the-isdalen-mystery-1.13249066
https://www.youtube.com/watch?v=KnC_kBf2tCk

Conheça os Estranhos "Kits" Supostamente Autênticos e Utilizados Para Enfrentar Vampiros Durante o Século XIX na Europa!

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Por Marco Faustino

Acredito que a única vez que escrevi sobre vampiros, ao longo de quase dois anos como redator desse blog, tenha sido no dia 11 de abril do ano passado, quando publiquei um triste caso que chocou a cidade de Chihuahua, no México, justamente no dia 1º de março daquele ano, onde um rapaz chamado Edwin Miguel Juárez Palma, mais conhecido pelo apelido de "Piwa", 24 anos, foi morto durante um ritual satânico, uma espécie de ritual de iniciação, de uma seita denominada "Filhos de Baphomet I". Em uma sequência absurda de mentiras contadas tanto para rapaz quanto para os próprios seguidores dessa seita, Edwin acabou se tornando a própria oferenda. Na postagem foi mencionado que, Pablo Rocha Acosta, delegado titular da PEU (Policía Estatal Única), disse durante uma coletiva de imprensa, que o caso chamou a atenção das autoridades "pelo colapso social que se tinha atualmente, porque os envolvidos acreditavam que estariam iniciando a vítima em um ritual satânico, que a própria vítima teria pedido com o objetivo de ressuscitar como um vampiro." Resumindo, o jovem teria morrido para voltar como vampiro. Obviamente, conforme vocês já devem ter imaginado, ele não voltou do mundo dos mortos, para a tristeza de amigos e familiares. Aliás, os familiares, disseram que o governo de Chihuahua, através da Procuradoria Geral do Estado, estava gerando uma série de atos de discriminação e xenofobia contra todos os jovens que vestiam roupas pretas ou que possuíam tatuagens e piercings, uma vez que eles relacionaram a morte do rapaz com esses "hábitos comuns" entre os adolescentes (leia mais: Jovem é Morto em Ritual Satânico que Pretendia Convertê-lo em um "Vampiro" na Cidade de Chihuahua, no México).

Recentemente, também comentei sobre o lacrimatório, um nome que até hoje algumas pessoas costumam atribuir a pequenos recipientes de vidro ou cerâmica, que teriam sido encontrados desde a Grécia e a Roma Antiga, e que se presume terem sido utilizados para coletar as lágrimas vertidas pelos enlutados (pessoas que se encontram em luto, ou seja, daqueles que sofrem com a morte de alguém) nos funerais. Contudo, conforme explicamos direitinho para vocês, o lacrimatório nunca existiu. Os frascos de vidro atualmente vendidos em antiquários custando entre R$ 400 e R$ 5.000 nada mais são do que frascos que serviam para guardar vinagres e sais perfumados, perfumes ou para então perfumar lenços umedecidos. Para piorar a situação, alguns outros eram até mesmo descartáveis servindo apenas para armazenar essências aromáticas, geralmente de pétalas de rosas ou lavanda. Apesar de muitos donos de antiquários serem honestos e avisarem previamente seus clientes sobre a verdade por trás dos frascos que possuem para vender, muitos clientes simplesmente não se importam ou então não acreditam na palavra do vendedor, ou seja, pagam pequenas fortunas por algo simples e que não há nenhuma história real por trás do mesmo (leia mais: Conheça o Lacrimatório: A Estranha História Sobre um Recipiente que Serviria Para Coletar as Lágrimas dos Enlutados na Era Vitoriana!).

Agora, vocês devem estar pensando como vampiros e lacrimatórios poderiam estar relacionados, não é mesmo? Bem, você pode até não saber, mas tem gente que vem ganhando muito dinheiro ao longo do tempo vendendo kits supostamente autênticos, que teriam sido utilizados para combater (entenda como matar) vampiros durante o século XIX! Sim, isso mesmo que você leu. Dessa vez, a "pequena fortuna" desembolsada é ainda maior, visto que já teve kit que foi vendido por mais de R$ 80.000 (considerando a cotação do dia anterior da mais recente crise política envolvendo o presidente Michel Temer). Vocês até podem pensar que isso seria algo vendido apenas por antiquários ou sites de compra e venda de produtos no exterior, não é mesmo? Porém, um kit bem parecido com aqueles que iremos mostrar nessa postagem está disponível para compra no Mercado Livre, custando quase R$ 1.000. Será que algum desses kits para combater vampiros é realmente tão antigo e autêntico conforme mencionam? Será que algum deles teria sido efetivamente usado para matar um vampiro no século XIX? Vamos saber mais sobre esse assunto?

O Caso Envolvendo os "Kits" Para Combater Vampiros Durante o Século XIX


Por volta de 1970, quando os filmes e as séries televisas, mostrando o temido e terrível Drácula, ajudaram a reavivar o interesse em antigos mortos-vivos sanguinários da Europa Oriental, os vendedores, principalmente os antiquários, começaram a atender a um mercado emergente de antiguidades relacionadas aos vampiros. Caixas de madeira desgastadas repletas de armas oxidadas, que supostamente teriam servido para matar ou repelir vampiros, apareceram de forma espantosa no mercado, incluindo casas de leilões. Dizia-se que as mesmas tinha sido montadas e organizadas há séculos, como se fossem uma espécie de "equipamento portátil" visando proteger os viajantes da ameaça dos vampiros, que poderiam estar à espreita na calada da noite em alguma rua deserta de algum país pouco conhecido da Europa Oriental ou até mesmo em vagões de trem.

Cena do filme britânico "Taste the Blood of Dracula" lançado em 1970.
Na foto aparece o ator Christopher Lee interpretando o papel de Conde Drácula.
Os preços logo chegaram a dezenas de milhares de dólares para cada um desses "kits para matar vampiros", que são tipicamente equipados com pistolas, estacas de madeira, bíblias, crucifixos e rosários. Além, é claro, de garrafas de pó de alho, água benta e poções de ervas diversas. Dezenas desses kits foram parar em coleções de museus, e os visitantes se aglomeram pela chance de poder conferir de perto tais preciosidades. Ninguém parece se importar, no entanto, que nos últimos anos os acadêmicos vêm estudando tais acervos e conduzindo testes científicos, que indicam que muitos desses kits, que atualmente estão espalhados ao redor do mundo, foram criados tão somente no final do século XX, ou seja, não são tão antigos quanto prometem ser.

Jonathan Ferguson, é o curador de armas do Museu Royal Armouries, na cidade de Leeds, na Inglaterra, que por sua vez possui um "kit para matar vampiros", que ele descreve como "inspirado pelos filmes, não pelas histórias vitorianas e pelo folclore." O museu o adquiriu em 2012, sabendo que provavelmente o mesmo tinha sido criado na década de 1970 ou 1980.

"Apesar dos artigos aprofundados e das descrições expostas nos museus explicando as origens dos objetos, a crença é mais forte do que a evidência objetiva", disse Jonathan Ferguson, que além de curador é um especialista em armamento britânico.

Foto do Museu Royal Armouries, na cidade de Leeds, na Inglaterra
Foto mostrando uma das galerias internas do Museu Royal Armouries
A caixa de mogno, parcialmente revestida em veludo, contém uma pistola, molde de bala e um livro de oração que são antiguidades, datando da década de 1850. Porém, o restante - garrafas com rótulos crípticos, uma citação manuscrita de um salmo sobre matar inimigos e estacas de madeira em excelente estado de conservação - podem ser considerados tão somente belos apetrechos utilizados no Dia das Bruxas.

De acordo com Jonathan Ferguson manter esses artefatos à mostra, no entanto, teria valor acadêmico, porque eles "representam o duradouro fascínio gótico do público em relação a criaturas sobrenaturais e os meios para derrotá-las."

O "kit para matar vampiros" pertencente ao Museu Royal Armouries,
não é tão antigo quanto alguns podem acreditar
Foto mostrando mais de perto alguns itens do "kit para matar vampiros" pertencente ao Museu Royal Armouries
O Museu Winterthur, no estado norte-americano do Delaware também possui um "kit para matar vampiro"s à mostra, em uma exposição chamada: "Treasures on Trial: The Art and Science of Detecting Fakes." (algo como "Tesouros à Prova: A Arte e a Ciência de Detectar Falsificações", em português) que deve permanecer em cartaz até janeiro do ano que vem. O conjunto surgiu na década de 1980, como uma doação para o Museu Mercer na cidade de Doylestown, no estado da Pensilvânia. O conjunto em questão continua pertecendo ao Museu Mercer, que o emprestou temporariamente para ser exibido no Museu Winterthur.

No papel amarelado do seu estojo de couro, o suposto fabricante alemão, um professor chamado Ernst Blomberg, enumerou seu conteúdo, incluindo "balas de prata", uma amostra do seu "novo soro", e uma arma feita pelo armeiro belga Nicholas Plomdeur. A descrição também se vangloria de que o kit ajudará a evitar ascensão de uma manifestação particular do mal, conhecida como vampiros, na Europa Ocidental.

O Museu Winterthur, no estado norte-americano do Delaware também possui um "kit para matar vampiro"s à mostra, em uma exposição chamada: "Treasures on Trial: The Art and Science of Detecting Fakes." (algo como "Tesouros à Prova: A Arte e a Ciência de Detectar Falsificações", em português) que deve permanecer em cartaz até janeiro do ano que vem
Confira o que é mencionado no papel em questão:

"Essa caixa contém os itens considerados necessários para a proteção de pessoas, que viajam para certos países pouco conhecidos da Europa Oriental, onde a população está atormentada por uma manifestação particular do mal, conhecida como vampiros. O professor Ernst Blomberg solicita respeitosamente que o comprador deste kit, estude cuidadosamente o seu livro, para caso as manifestações maléficas tornem-se aparentes, esteja preparado para lidar com elas de forma eficiente. O professor Blomberg gostaria de prestar seus agradecimentos ao conhecido fabricante de armas de Liège, Nicholas Plomdeur, cuja ajuda na compilação dos itens especiais, as balas de prata, entre outros, o tornou mais eficiente.

Os itens inclusos são os seguintes:

(1) Uma pistola eficaz com seus itens habituais;
(2) Balas de prata;
(3) Um crucifixo de marfim;
(4) Pó de flor de alho;
(5) Uma estaca de madeira;
(6) Novo soro do professor Blomberg.
"


No papel amarelado do seu estojo de couro, o suposto fabricante alemão, um professor chamado Ernst Blomberg, enumerou seu conteúdo, incluindo "balas de prata", uma amostra do seu "novo soro", e uma arma feita pelo armeiro belga Nicholas Plomdeur
Jonathan Ferguson chegou a mencionar, que na década de 1970, um comerciante de antiguidades britânico com uma vívida imaginação hematológica, criou a fábula de Blomberg-Plomdeur para fazer com que algumas armas sem muita importância do seu inventário se tornassem mais valiosas. No kit oriundo do Museu Mercer, uma equipe de Winterthur encontrou uma série de "alertas vermelhos", ou seja, sinais de atenção e cautela, em termos científicos: os adesivos são modernos, as "balas de prata" de Nicholas Plomdeur são de estanho, e os rótulos em papel de Blomberg só poderiam ter sido impressos após 1945. Ainda assim, alguns mistérios permanecem até hoje: ninguém sabe, por exemplo, o que existe dentro dos frascos de vidro. Linda Eaton, diretora de coleções do museu, disse que ninguém queria danificar os selos cerosos para analisar os ingredientes do tal soro.

Confira um trecho que o Museu Winterthur publicou justamente sobre isso:

"Indo contra todo um forte contexto histórico, no qual se refere a um possível kit autêntico para matar vampiros, o Laboratório de Análise e Pesquisa Científica de Winterthur foi capaz de testar os materiais utilizados ​para fazer o kit, e verificar a sua autenticidade. Uma análise combinada usando fluorescência de raios-X (XRF), luz UV e espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) sugeriu que a face cor de marfim da cruz é realmente marfim e, portanto, uma antiguidade genuína. O FTIR utilizado no feltro verde no interior da caixa, e no couro do lado externo da mesma são compatíveis com materiais verdadeiros. No entanto, a identificação de branqueadores ópticos nos rótulos de papel contestou, que os mesmos tivessem sido feitos no século XIX. Os branqueadores ópticos foram produzidos na década de 1940, e por isso, estes rótulos não pode datar do século XIX. Da mesma forma, a suposta bala de prata do kit, quando testada com o XFR, revelou possuir grandes quantidades de chumbo, estanho e antimônio, mas nenhuma prata. Isso sugere que a bala foi feita de uma liga de estanho em vez de prata. Portanto, mesmo que a bala seja um objeto genuíno do século XIX, o que não foi descartado, isso gera um ponto interessante em termos de determinar se esse objeto é falso ou genuíno. Resumindo, se esse é um kit verdadeiro para matar vampiros feito no século XIX, por que sua bala seria feita do metal errado?"

No kit oriundo do Museu Mercer, uma equipe de Winterthur encontrou uma série de "alertas vermelhos", ou seja, sinais de atenção e cautela, em termos científicos: os adesivos são modernos, as "balas de prata" de Nicholas Plomdeur são de estanho, e os rótulos em papel de Blomberg só poderiam ter sido impressos após 1945.
Ainda assim, alguns mistérios permanecem até hoje: ninguém sabe, por exemplo, o que existe dentro dos frascos de vidro. Linda Eaton, diretora de coleções do museu, disse que ninguém queria danificar os selos cerosos para analisar os ingredientes do tal soro
Os "detetives" que se especializaram em desmascarar lendas de vampiros, incluindo um homem chamado Anthony Hogg, costumam publicar acusações bem detalhadas contra a autenticidade desses kits (iremos comentar sobre isso daqui a pouco). Algumas vezes, as maletas de madeira repletas de compartimentos são claramente falsificações, geralmente adaptadas a partir de mesas antigas ou caixas originalmente utilizadas para ferramentas, armas, canetas, cosméticos, joias ou até mesmo instrumentos musicais.

Em determinadas vezes, as balas contidas nesses kits sequer cabem nos tambores das armas, que também fazem parte dos conjuntos. Algumas poções anti-vampiro vêm em frascos com tampas modernas, as populares tampas de enroscar, que não existiam no século XIX. Além disso, em um determinado caso, as estacas e o martelo tinham sido claramente fabricados a partir de madeira reciclada de pés de móveis, que foram torneadas artesanalmente para se transformarem, por exemplo, nas estacas.

Além disso, em um determinado caso, as estacas e o martelo tinham sido claramente fabricados a partir de madeira reciclada de pés de móveis, que foram torneadas artesanalmente para se transformarem, por exemplo, nas estacas.
Na exposição do Museu Winterthur, o público é encorajado (de uma forma um tanto quanto irônica) para tentar manter a mente aberta. O kit aparece em uma seção de uma galeria chamada "You Be the Judge" ("Seja você o Juiz", em português). A descrição fornecida pelo curador sugere que, "bem, nunca se sabe, é um mundo estranho e talvez houvesse viajantes aflitos no século XIX, com medo de um perigo em potencial quando se dirigiam para a Europa Oriental."

O texto que pode ser encontrado no museu ainda observa, que os componentes modernos da caixa de couro, afinal de contas, "podem apenas representar substituições ou reparos", e que os kits de Blomberg "foram vendidos em casas respeitáveis de leilão."

Na exposição do Museu Winterthur, o público é encorajado (de uma forma um tanto quanto irônica) para tentar manter a mente aberta. O kit aparece em uma seção de uma galeria chamada "You Be the Judge" ("Seja você o Juiz", em português)
Em 2004, uma grande casa de leilões de renome internacional chamada Sotheby's, com sede em Nova York, nos Estados Unidos, vendeu um "kit Blomberg" por cerca de US$ 26.400 (cerca de R$ 82.000 pela cotação antes da crise política envolvendo o presidente Michel Temer ou cerca de R$ 90.000 no dia de ontem, como preferirem), apesar do catálogo claramente ter advertido, que "nem a existência do professor Blomberg, nem a do fabricante de armas Plomdeur podiam ser confirmadas."

Em 2004, uma grande e renomada casa de leilões chamada Sotheby's, com sede em Nova York, nos Estados Unidos, vendeu um "kit Blomberg" por cerca de US$ 26.400 (cerca de R$ 82.000 pela cotação antes da crise política envolvendo o presidente Michel Temer ou cerca de R$ 90.000 no dia de ontem, como preferirem)
Em 2011, um kit para matar vampiros sem qualquer tipo de assinatura, com cerca de 32 itens, incluindo um mapa da Transilvânia, e dois crucifixos, arrecadou US$ 25.000 para a Sotheby's. Um outro "kit Blomberg", que surgiu na Sotheby's, em 2012, foi vendido por US$ 13.750, sendo descrito como "Característica europeia, por volta de 1900 ou posteriormente", e não havia nenhum comentário se os fabricantes eram ou não ficcionais.

Em 2011, um kit para matar vampiros sem qualquer tipo de assinatura, com cerca de 32 itens, incluindo um mapa da Transilvânia, e dois crucifixos, arrecadou US$ 25.000 para a Sotheby's
Um outro "kit Blomberg" que surgiu na Sotheby's em 2012, foi vendido por US$ 13.750, sendo descrito como "Característica europeia, por volta de 1900 ou posteriormente", e não havia nenhum comentário se os fabricantes eram ou não ficcionais.
David Walker, chefe do departamento de casas de leilão de mobiliários do século XIX, em Nova York, disse que permanece cético quanto as histórias de que viajantes alguma vez tenham utilizado tais kits para autoproteção. Ele descreveu o material como "muito teatral", assim como "bem elaborado e extravagante", acrescentando que eles sempre geram discussões quando estão à mostra, assim como atraem a mídia sempre que são colocados à venda.

Cory Amsler, vice-presidente do Museu Mercer, disse que seu kit aumentou a quantidade de público ao longo das últimas décadas. Além disso, o mesmo serve como uma atração sombria durante programas de Halloween, e tem sido usado como uma ferramenta educacional séria, para explicar séculos de equívocos lastimáveis sobre as causas de doenças debilitantes.

Alguns visitantes acabam levando seus próprios kits, supostamente antigos e que estão em suas famílias há gerações, para compará-los com aqueles que estão à mostra no museu. Segundo Cory Amsler, todos esses conjuntos de repelentes de vampiros são baseados na cultura popular do final do século XX, que acabam gerando suas próprias narrativas. As pessoas continuam criando suas próprias histórias, que acabam atravessando as gerações.

Cory Amsler (na foto), vice-presidente do Museu Mercer, disse que seu kit aumentou a quantidade de público ao longo das últimas décadas. Além disso, o mesmo serve como uma atração sombria durante programas de Hallowen e tem sido usado como uma ferramenta educacional série, para explicar séculos de equívocos lastimáveis sobre as causas de doenças debilitantes
Conforme mencionamos no início dessa postagem, não é apenas em casas de leilões ou sites internacionais de compra e venda de produtos, que encontramos exemplares de "kit para matar vampiros" supostamente do século XIX. Enquanto fazia minha pesquisa para realizar essa postagem encontrei um desses kits à venda no Mercado Livre, por módicos R$ 899,00. Obviamente, não irei mostrar o anúncio, o nome do comprador e nem mesmo o endereço que leva ao seu item, por uma questão de privacidade e ética.

Confira a descrição do item:

"Por fora, um mero livro que o viajante de Boston levava a Romênia, quando visitava a longínqua Transilvânia. Por dentro, um kit de matar vampiro completo, para a total segurança do viajante. Esses kits eram vendidos como água no século XIX, quando viajantes errantes viajavam para os Montes Cárpatos na Transilvânia à procura de compradores para terrenos ingleses e norte americanos na Nova Inglaterra e Boston. Kit raríssimo, qualidade Phineas J. Legheart, comprado em Sigshoara, na Romênia, cidade natal do Conde Drácula.

Foto da caixa onde os itens estão acondicionados
Fotos de alguns itens que compõe a o "kit para matar vampiros"à venda no Mercado Livre
O kit contém:
  • Um livro antigo no estilo baú, que mede 31 x 21 cm;
  • Três estacas feitas de carvalho vermelho;
  • Um terço de carvalho vermelho;
  • Duas velas benzidas;
  • Uma réplica da famosíssima pistola flintlock do século 19;
  • Uma adaga da ordem do dragão;
  • Uma frasco de água benta (vazio, procure o padre local para enchê-lo);
  • Um frasco de pó de alho;
  • Um frasco de wolfsbane (acônito);
  • Um frasco de terra consagrada;
  • Um frasco de semente de mostarda;
  • Três balas de chumbo;
  • Um compartimento secreto;
  • Um manual de instruções de como exterminar a criatura da noite.
Não existe no Brasil. Nunca irá existir, pois trazer isso é quase impossível! Imperdível, sem contar que é a melhor decoração possível para o Halloween!"

Mais uma foto mostrando os itens que compõe o "kit de matar vampiros"à venda no Mercado Livre
No anúncio, o vendedor afirmou ter estado na cidade do "Conde Drácula" e que não sabe se a arma funcionava, visto que nunca testou e que a mesma tinha o "famoso tampão laranja". O que não é mencionado na descrição, é que se alguém retirar a ponta laranja, o equipamento passa a ser imediatamente ilegal e de uso proibido. Por exemplo, uma arma de ar comprimido sem a ponta laranja se enquadra no Estatuto do Desarmamento, que proíbe qualquer equipamento que possa se confundir com uma arma verdadeira. Resumindo, muito provavelmente estamos diante de mera réplica artística e não funcional de uma flintlock do século XIX. A ponta laranja serve para que autoridades policiais não confundam o equipamento como sendo uma arma de verdade. No final dessa postagem contaremos a verdade por trás desse kit.

Evidentemente, não estamos dizendo que esse kit seja falso, porém não há nenhuma análise científica que mostre o quão antigo sejam esses itens que, conforme vimos até agora existem em museus que já comprovaram que muitas peças não são tão antigas quanto dizem ser. Aliás, não há nenhuma prova que os principais e supostos fabricantes desses kits tenham algum dia existido. E aí, teriam coragem de desembolsar uma quantia como essa? A seguir você ficará sabendo como você pode, inclusive, montar seu próprio kit (sem armas, é claro).

O Interessante Texto Publicado por Anthony Hogg: Seis Motivos Para Você não Comprar um Kit Para Matar Vampiros e Como Você Pode Fazer seu Próprio Kit


Nessa segunda e última parte dessa postagem vou mostrar a vocês um interessante artigo escrito por Anthony Hogg, um australiano que é editor e proprietário da revista eletrônica Vamped, que é especializada no chamado "universo vampírico", ou seja, eles abordam temas relacionado ao mundo dos vampiros e, principalmente, algo fundamental: desmistificam ou tentam pregar a verdade em relação aos casos envolvendo desde supostos encontros com vampiros até mesmo os tais "kits para matar vampiros", que circulam ao redor do mundo.

No Dia das Bruxas de 2014, Anthony escreveu que, cerca de 9 dias antes, no dia 22 de outubro, a "Sterling Associates, Inc." - uma empresa voltada para leilões de artes e propriedades em Closter, Nova Jersey, nos Estados Unidos - vendeu dois "kits de caça de vampiros": um chamado "Vampire Hunting Kit in Coffin Box" (Lote 337, cujos apetrechos vinham em uma caixa no formato de caixão) por US$ 9.000 e outro chamado "Vampire Hunting Kit in Hand Painted Box" (Lote 338, cujos apetrechos vinham em uma caixa pintada a mão) por US$ 6.500, de sua coleção chamada "Danse Macabre". Ambos também foram listados como um "Kit de Caça-Vampiros Europeu do Século XIX"

No dia 22 de outubro, a "Sterling Associates, Inc." - uma empresa voltada para leilões de artes e propriedades em Closter, Nova Jersey, nos Estados Unidos - vendeu dois kits de caça de vampiros: um chamado "Vampire Hunting Kit in Coffin Box" (Lote 337, cujos apetrechos vinham em uma caixa no formato de caixão) por US$ 9.000...
e outro chamado "Vampire Hunting Kit in Hand Painted Box" (Lote 338, cujos apetrechos vinham em uma caixa pintada a mão) por US$ 6.500, de sua coleção chamada "Danse Macabre". Ambos também foram listados como um "Kit de Caça-Vampiros Europeu do Século XIX"
De acordo com Anthony, muitos kits para matar vampiros do "século XIX" são vendidos através de casas de leilão e comprados por museus ou compradores particulares. Eles aparentemente teriam sido vendidos a viajantes em férias pela Europa, como um item supersticioso e inovador. Porém, seu objetivo era mostrar as pessoas que, quem quer que tivesse comprado tais kits não deveria ter desperdiçado dinheiro. Então, ele enumerou seis razões para isso, que vou tentar adaptar e resumir para vocês para que não fique tão cansativo e ao mesmo tempo informativo (algo que nem sempre caminha junto).

Razão nº6: Os Kits Não São Autenticados de Forma Correta


Se um comerciante de antiguidades ou um museu lista um item como um "Kit de Caça-Vampiros Europeu do Século XIX", você espera que seja realmente um kit de caça-vampiros europeu do século XIX, não é mesmo? Essa é uma suposição razoável, mas não é algo que eles podem se sentir obrigados a confirmar. Nem mesmo jornalistas, que cobrem as vendas de kits para matar vampiros, fazem isso.

Anthony descobriu sobre essas ações de venda da Sterling Associates, Inc através de um artigo do DailyMail (DM) chamado "Worried That Dracula Is Headed Your Way? Vampire-Slaying Kit from 1800s Complete with Wooden Stakes, Crucifixes and Vials of Holy Water Goes Up for Sale (You Might Want to Add Garlic Just in Case)" de 19 outubro de 2014 que, na época, estava sendo amplamente divulgado no Facebook. Assim como muitos jornalistas que retratam tais kits, a jornalista Sophie Jane Evans, responsável pela matéria no DM, alegou a idade do kit simplesmente pelo seu valor nominal. Poucos se preocupam em discutir a autenticidade com os vendedores, porém esse não era o caso do Anthony, que foi atrás do vendedor para fazer a seguinte pergunta: "Quais evidências você já descobriu sobre a autenticidade do kit, ou seja, ele foi fabricado no século XIX?"

Eis a resposta da Sterling Associates, Inc: "Acreditamos que as caixas e os elementos contidos nas mesmas sejam século XIX. Não somos especialistas em kits para matar vampiros. Não temos conhecimento de qualquer fabricante que produza essas caixas, de modo que investigação e a capacidade investigativa é limitada. Quando eles foram montados, e se nunca foram usados para matar vampiros está além de nossa capacidade."

Poucos se preocupam em discutir a autenticidade com os vendedores, porém esse não era o caso do Anthony, que foi atrás do vendedor para fazer a seguinte pergunta: "Quais evidências você já descobriu sobre a autenticidade do kit, ou seja, ele foi fabricado no século XIX?"
Deixando os comerciantes de lado, e quanto aos museus? Certamente, eles são muito mais cautelosos. Então, Anthony colocou isso à prova ao entrevistar o vice-presidente de Exposições e Arquivos do museu "Ripley Believe It or Not's!", o homem responsável pela maior coleção de "kits para matar de vampiros" do século XIX, no mundo. Confira um trecho de um comunicado de imprensa deles, no ano de 2009, sobre esses kits:

"Os kits foram adquiridos por pessoas que possivelmente se preparavam para encontrar um vampiro durante suas viagens internacionais para a Europa Oriental e seu uso data de meados do século XIX. A maioria foi criada na região de Boston, e foi disponibilizada através de catálogo pelos correios. Os kits foram comprados por americanos ricos indo para a Europa Oriental - a então Transilvânia, e atual Romênia. Os viajantes trouxeram de volta terríveis contos de vampiros da região - bem antes de Drácula ter sido trazido à vida por Bram Stoker."

Um trecho comunicado de imprensa  do museu "Ripley Believe It or Not's!", no ano de 2009,
sobre esses kits para matar vampiros
Anthony disse ter perguntado uma série de questões, entre elas a idade dos kits e a forma pela qual eles teriam autenticado os mesmos. Como resposta o vice-presidente disse que "um dos elementos-chave de um kit para matar vampiros é uma pistola, que pode ser facilmente datada pelo estilo e fabricante. Algumas das armas até mesmo possuem datas gravadas nas mesmas. Assim sendo, a partir de um estudo de diversos kits era óbvio que alguns eram mais antigos do que outros, mas as armas normalmente eram da década de 1840 e 1850."

Um "Kit para Matar Vampiros" em exibição no Ripley’s Believe It or Not!, em Niagara Falls, no Canadá
supostamente fabricado em 1850
Agora, quando questionado se ele viu algum documento de compra dos kits, qualquer documentação do século XIX confirmado a idade do kit, e que eram os tais "americanos ricos", o vice-presidente respondeu que não tinha nenhum documento, e não citou ninguém especificamente. Anthony então mostrou um vídeo no YouTube chamado "Vampire Killing Kits", publicado em 2010, onde mostra uma repórter chamada Meredith Woerner examinando um "kit para matar vampiros fabricado em meados de 1800", em exibição no "Ripley’s Believe It or Not!", na Times Square, em Nova York.

No vídeo também é possível ver Michael Hirsch, então presidente do museu, confirmando que o kit foi "produzido na década de 1850, e que foi usado por viajantes que estivessem indo para a Europa Oriental." Confira o vídeo abaixo (em inglês):



Segundo Anthony, o grande problema desse vídeo é que Meredith Woerner não era proprietária de um antiquário. Ela é uma jornalista e o máximo que ela já escreveu sobre vampiros se resume a um livro chamado "Vampire Taxonomy: Identifying and Interacting with the Modern-Day Bloodsucker", lançado em 2009, que possui um tom muito mais cômico e hilariante, do que realmente uma abordagem séria sobre o tema. Perceba que Meredith não está realmente examinando o kit, mas meramente descrevendo seu conteúdo.

Além disso, Michael Hirsch também nunca teve nenhuma qualificação nesse sentido. Seu perfil no Linkedln mostra que ele é especializado em: "Administração, Motivação Pessoal, Técnicas de Vendas Customizadas, Redução Acelerada de Despesas, Análise Interna de Trabalho, Práticas de Marketing Digital, entre outras qualificações, mas nenhuma que lhe atribua a perícia de analisar artefatos antigos." Resumindo? Ele é basicamente um empresário nova-iorquino.

Assim sendo, se alguém estiver realmente disposto a comprar um kit desses, mesmo pelo pouco que foi mostrado na razão nº6, a pessoa deve solicitar uma documentação que corrobore com a data indicada pelo vendedor. O interessado deve sempre questionar e não presumir que "século XIX" significa que o kit foi realmente fabricado nessa  época. O grande questionamento é que nem tudo mundo tem tempo para fazer isso. Aliás, muitos são leiloados e vendidos muito rapidamente, sendo considerados itens raros. Porém, esses kits são realmente raros assim?

Razão nº5: Os Kits Não São Tão "Raros" Quanto Vocês Pensam


Vamos continuar usando a coleção de kits do museu "Ripley’s Believe It or Not!" como exemplo. A coleção de Ripley, adquirida pelo vice-presidente Edward Meyer, possuía 30 kits supostamente autênticos para matar vampiros, dos quais 26 estavam em exibição em cerca de oito museus da franquia. Essa informação havia sido publicada no site chamado "io9", uma espécie de blog lançado pela Gawker Media, voltado para o mundo da fantasia, futurismo, ficção científica, ciência e tecnologia. O artigo intitulado "Ripley’s Has Authentic Vampire Killing Kits for Every Taste" foi publicado em dezembro de 2009. Essa quantidade também foi confirmada por um comunicado de imprensa chamado "Vampires Beware: Ripley’s Believe It or Not! Owns the World’s Largest Collection of Authentic Vampire Killing Kits" daquela mesma época, onde dizia:

"Cada kit na coleção do Museu Ripley foi adquirido por Edward Meyer, vice-presidente de Exposições e Arquivos da empresa. Recentemente, ele adquiriu mais dois kits para matar vampiros, elevando o número da coleção para 30. Segundo Meyer, os kits pertencentes ao Museu Ripley são os únicos em exibição pública no país - o restante está em coleções particulares.

"Os kits de vampiros são muito raros. Talvez sejam encontrados poucos deles fora do Museu Ripley, e gostaríamos de adquiri-los também. São exposições muito populares em nossos museus, especialmente agora que há tanto interesse em vampiros na mídia", disse Edward Meyer
'Os kits de vampiros são muito raros. Talvez sejam encontrados poucos deles fora do Museu Ripley, e gostaríamos de adquiri-los também. São exposições muito populares em nossos museus, especialmente agora que há tanto interesse em vampiros na mídia', disse Meyer, acrescentando que costumava ficar de olho neles em leilões no eBay e antiquários no Sul dos Estados Unidos.

Um site chamado "Spooky Land" realizou um bom trabalho em catalogar "kits para matar vampiros" em sua página chamada "Vampire Hunter Kit Gallery". A barra lateral também possui cerca de 27 kits e uma página dedicada a coleção do museu Ripley. No entanto, veja o que um outro site chamado "BS Historian" cita em uma postagem intitulada "Towards a Typology of Vampire Killing Kits", de outubro de 2010:

"Conforme vocês podem ver a partir da tentativa do Spooky Land em classificar e categorizar kits para matar vampiros, essa é uma tarefa complicada, uma vez que não existem dois kits idênticos, e muito poucos chegam a ser semelhantes, apesar de compartilharem a palavra 'Blomberg'"

Foto de um "Kit para Matar Vampiros do Século XIX", supostamente francês, catalogado pelo site "Spooky Land"
Se existem ao menos 27 kits catalogados pelo site "Spooky Land", espere até ver quantos o Jonathan Ferguson, o curador de armas do Museu Royal Armouries, na cidade de Leeds, na Inglaterra, citado por Anthony como um especialista em kits "antigos" para matar vampiros, disse que tinha descoberto até março de 2014:

"Uma coisa que sabemos com certeza é que eles não são raros. Até agora, tenho documentado a existência de 100 kits que pretendem, ou parecem ser, reais. O que queremos dizer com 'real'? Bem, 'real' pode ser um conceito complicado, mas a maioria provavelmente iria sugerir que significa 'antigo'. Alguns podem também dizer que isso poderia incluir um propósito genuíno, assim como em kits criados para realmente matar vampiros. Uma vez que todas as evidências apontam para uma origem norte-americana ou da Europa Ocidental, em algum momento do século XX, é improvável que eles tenham sido feitos por, ou para, pessoas que acreditavam em vampiros.", disse Jonathan Ferguson.

Foto do "kit para matar vampiros" do Museu Royal Armouries, na cidade de Leeds, na Inglaterra
Considerando a diversidade dos kits, como avaliamos a "raridade" se nenhum único modelo serve como base? Eles não partiram de uma linha de montagem. Não podemos nem classificá-los como "edições limitadas" se não houver consistência confiável entre eles. Pelo que sabemos, eles poderiam ter sido feitos por uma, poucas ou muitas pessoas diferentes ao longo de diversos períodos de tempo. Sem nenhum esforço para autenticar corretamente sua idade e as histórias de fundo, não temos nenhuma ideia, e provavelmente nunca saberemos a realidade.

Durante a entrevista de Anthony Hogg com Edward Meyer, vice-presidente de Exposições e Arquivos do museu "Ripley’s Believe It or Not!", ele perguntou se Edward sabia alguma coisa a respeito dos kits supostamente criados por um tal de professor Ernst Blomberg, uma vez que tais kits poderiam ter alguma conexão entre eles e, portanto, uma fonte em comum. Edward respondeu que "sabia somente o que era divulgado através de relatos populares e do Google."

Foto do Museu "Ripley’s Believe It or Not!" localizado na Times Square, em Nova York, nos Estados Unidos
Além disso, a presença constante dos kits em leilões acabam minando o status de "muito raros", que frequentemente são citados, especialmente diante da cobertura da mídia ao discutir os valores exorbitantes pelos quais são vendidos. Por exemplo, o site da revista "Antique Trader" cobriu a venda de um desses kits em um artigo intitulado "Bidder Sinks Fangs into Vampire Killing Kit for $14,850", de outubro de 2008. Do outro lado do oceano, a BBC através de um artigo intitulado "Vampire-Slaying Kit’ Bought by Royal Armouries Museum" de junho de 2012, revelou que o Museu Royal Armouries Museum, realmente pagou £ 7.500 pelo seu kit em um leilão, em North Yorkshire. O kit comprado nem mesmo era o único da mesma coleção.

Esses kits "muito raros" também aparecem na TV. No episódio de estreia da série "Auction Kings", chamado "Vampire Hunting Kit/Meteorite", de 26 de outubro de 2010, apresentou Edwin, um colecionador de armas antigas, que levou um kit "muito raro" para a estrela do show, Paul Brown, que ao menos naquela época estava à frente da "Gallery 63", uma casa de leilões e consignação de Atlanta. Posteriormente, o kit foi vendido a um comprador, por telefone, pelo valor de US$ 12.000. Vocês podem conferir um trecho desse episódio no YouTube (em inglês):



Com isso, é possível fazer o seguinte questionamento: Se eles são vendidos e comprados por milhares de dólares e, obviamente, não são primordial antiguidades genuínas, o que esses kits são?

Razão nº4: Os Kits São Montados com Antiguidades Genuínas e Itens Envelhecidos Artificialmente


Na razão nº4, o Anthony Hogg cita justamente aquele kit pertencente ao Museu Mercer, lembram dele? Em um artigo publicado pelo jornal "Philadelphia Inquirer", intitulado "Promoting Bucks County as a Destination, Not a Side Trip", de junho de 1990, é mencionado que o kit foi doado em 1989. O museu teria sido criado por Henry C. Mercer para abrigar sua coleção de antigas ferramentas norte-americanas. Assim sendo, Anthony mencionou que quatro anos antes tinha enviado um email para o Cory Amsler, vice-presidente do museu, perguntando se o kit havia passado por um processo de verificação. Eis a resposta dele:

"Acredita-se ser uma das compilações tanto de itens históricos quanto de artefatos 'inventados', que encontrou seu caminho no mercado de antiguidades em algum momento nos anos 1970 ou 1980. Tivemos algumas partes analisadas nos laboratório do Museu Winterthur e descobrimos que as balas de 'prata' são de estanho (o que não é surpresa alguma considerando a ausência de manchas), e que o papel é do século XX, que foi artificialmente 'envelhecido'. Atualmente, usamos o kit para colocar em xeque a tradição de vampiro tradicional e contemporâneo, para ajudar a interpretar as origens de algumas crenças de vampiros, e demonstrar o uso de metodologias científicas na autenticação de artefatos."

O Museu Mercer teria sido criado por Henry C. Mercer para abrigar sua coleção de antigas ferramentas norte-americanas
Dois anos antes, em outubro de 2012, Cory Amsler reapareceu em um artigo do site PhillyBurbs.com, intitulado "In Doylestown, a Kit to Kill Vampires":

"'Quando as pessoas retornam para visitar o museu, e eles trazem alguém, eles dizem: Olha, você tem que ver o kit para matar vampiros', disse Cory Amsler, vice-presidente do museu.

Isso é real?

'Quando adquirimos o kit, não tínhamos visto nada parecido', disse Amsler. 'Obviamente, muitos dos objetos apontavam para os anos de 1800 - a pistola, o molde da bala, o frasco de pó. A seringa era antiga. O crucifixo de marfim, que funciona como uma estaca de madeira, também era de época', continuou. Porém, havia suspeitas. Os itens pareciam misturar lendas e tradições de vampiros. Balas de prata? Isso é para lobisomens, não é?


'Parecia refletir mais a tradição da cultura literária e popular dos vampiro,s não das lendas folclóricas tradicionais do vampirismo', acrescentou. Como se pode notar, o kit é provavelmente falso, embora a crença em vampiros, e como despachar os "mortos-vivos" fosse real na Europa.

Foto mostrando uma parte do interior do Museu Mercer
Outra foto mostrando o interior do Museu Mercer
'No momento em que o museu adquiriu esse kit, diversos kits semelhantes repentinamente chegaram ao mercado de leilões', completou Cory Amsler. Cada kit continha objetos ligeiramente diferentes, mas sempre constando os nome do professor Blomberg e o fabricante de armas Nicholas Plomdeur.

'O que nos ocorreu é alguém muito provavelmente reuniu o material e o colocou em um contexto diferente. Sabe como é, encontrando uma caixa que tenha sido projetada para pistolas de duelo ou algo parecido, recontextualizando os objetos e apresentando-os como um kit de matar vampiros', finalizou."

Se o museu está ciente sobre a falsidade do seu kit, por que eles ainda o exibem? Cory Amsler elaborou nesse mesmo artigo a seguinte justificativa:

"O Museu Mercer decidiu exibir o kit em tempo integral, porque seu valor em termos de curiosidade hipnotiza. O museu o incorpora em seu evento anual de Halloween chamado 'Mercer by Moonlight', onde são realizadas excursões para explicar como os vivos acreditavam nos mortos-vivos.

Mais uma foto mostrando o interior do Museu Mercer
'A essência do vampirismo é que de alguma forma um indivíduo morto seja capaz de, a partir do túmulo, sugar a vida dos vivos. Contudo, foi realmente uma maneira das culturas pré-modernas explicarem os mistérios sobre doenças epidêmicas', explicou Cory Amsler."

E isso não se aplica apenas ao Museu Mercer, mas ao Museu Royal Armouries também, conforme é possível notar em um blog chamado "Postcards from the Hinterland", em agosto de 2012:

"Entretanto, após comprar o kit, o Royal Armouries revelou que, embora algumas partes individuais provavelmente fossem da Era Vitoriana, o kit 'foi provavelmente foi compilado no final do século XX, seguindo o sucesso dos filmes de terror inspirados pelo romance de Bram Stoker, o 'Drácula', de 1897'

Jonathan Ferguson contou que conteúdo era do século XIX, embora um antigo especialista em caixas tenha dito que a caixa poderia ser da década de 1920. A pesquisa mostrou que os conjuntos dessa natureza foram montados na segunda metade do século XX, e que seriam realizados testes.


Jonathan Ferguson (na foto) contou que conteúdo era do século XIX, embora um antigo especialista em caixas tenha dito que a caixa poderia ser da década de 1920. A pesquisa mostrou que os conjuntos dessa natureza foram montados na segunda metade do século XX, e que seriam realizados testes
Então, é vitoriano no sentido de que é feita de componentes vitorianos, e pretende representar algo a partir de meados do século XIX. É do século XX quando tudo é levado em consideração, ao ser inspirado após a ficção vampírica do Drácula. Isso era bem conhecido por nós e por outros, muito antes do leilão acontecer."

Além disso, Jonathan Ferguson mantinha seu kit em exibição para utilizá-lo como "ferramenta educativa", por mais que ele não acreditasse na autenticidade do mesmo. Apesar dos pesares, de acordo com ele, o kit era uma espécie de testemunho do quão os vampiros e sua mitologia ainda prevaleciam na cultura popular.

Entretanto, Rick Harrison, um famoso penhorista norte-americano, claramente não compartilhava dos "valores culturais", que Amsler e Ferguson investem nos kits. No episódio da série "Pawn Stars" chamado "Rick or Treat" (exibido em 24 de outubro de 2011), um homem chamado Edmondo, o proprietário de um antiquário fez uma parada na "World Famous Gold & Silver Pawn Shop", em Las Vegas, em busca de vender um "kit original para matar vampiros do século XIX" por US$ 9.000, um valor baseado em "pesquisa". Confira a cena desse episódio (entre 1:20 e 4:08), que está disponível no DailyMotion (em inglês):



Em vez de entregar o dinheiro, Rick Harrison eviscerou o preço pedido por Edmondo em dois pontos: sua familiaridade com a tradição de vampiros - o Dracula de Bram Stoker (1897), que teria influenciado os componentes do kit, calculando uma data posterior ao mesmo, e a inclusão de uma arma "obsoleta" da década de 1830. Resultado? A conclusão de Rick é que somente a arma tinha algum valor, porém o kit seria bem mais moderno do que o alegado.

Então, isso nos deixa com algumas pergunta óbvias. Se esses kits são falsos, quem está fazendo eles? Se estamos lidando com um "imitador", podemos identificar alguém responsável por instigar o comércio? Temos algum suspeito?

Razão nº3: Alguém Confessou Falsificar os "Kits Originais"


Em 10 de janeiro de 2005, um homem chamado Michael de Winter, de Torquay, no Reino Unido surgiu em um fórum de discussões do site "SurvivalArts.com", mais precisamente no tópico "Rare Mid to Late 19th Vampire Killing Kit", com um anúncio um tanto quanto corajoso:

"Olá, pessoal! Vocês precisam saber que todas as citações no site de vocês são completamente sem sentido. A razão é essa: todo o mito do kit para matar vampiros é puramente o resultado da minha imaginação muito fértil. Eu criei "O Original" em 1972. O fabricante Nicolas Plomdeur e o professor Ernst Blomberg não são e nunca foram pessoas reais. Ainda tenho uma cópia original do rótulo da caixa e estou surpreso ao saber como minha brincadeira causou tanto interesse."

O "Kit para Matar Vampiros" no Museu Ripley’s Believe It or Not!, em St. Augustine, na Flórida
Depois de oferecer para compartilhar sua história em um documento do Word, via e-mail, os membros do site o convenceram a postar a história no fórum, algo que ele publicou no 30 de abril de 2005, como "Vampire Killing Kits: The True Origin of the Myth":

"Minha história começa por volta de 1970, quando estava empregado na indústria tipográfica. Meu passatempo era comprar, vender e remodelar armas antigas. Eu vendia principalmente no famoso Mercado Portobello, em Londres. Meu estoque habitual de armas para venda era apenas entre 10 a 20, e eram de boa qualidade. Eu tinha um número de clientes regulares, que chegavam a cada semana para ver se eu tinha alguma novidade no estoque. Um dos meus clientes regulares queria uma pistola flintlock, e pediu-me para aceitar como parte do pagamento, uma pistola belga de bolso. Relutei em concordar e deixei ele descontar £ 15 do preço da flintlock.

Então, fiquei uma pistola de bolso de má qualidade, em uma condição medíocre! O que fazer com isso? Essa era a minha pergunta. Tendo uma imaginação extremamente fértil e sendo um ávido leitor, fiquei inspirado. Ocorreu-me que eu poderia produzir algo único, que seria um grande truque de publicidade e iria atrair as pessoas para a minha barraca. O 'Kit para Matar Vampiros' estava à caminho."

A história de Michael de Winter é convincente, mas reconhecidamente não conclusiva. Não há nenhuma evidência fotográfica que acompanhasse suas postagens, e outros membros do fórum lançaram dúvidas sobre sua alegação como um criador de "kits de matar vampiros", incluindo alguém chamado Ed, que mencionou ter comprado um "kit de matar vampiros" através de um leilão em 1969, cerca de três anos antes. Infelizmente, nem mesmo o próprio Ed postou nada que corroborasse com sua alegação. Para piorar a situação, o site "SurvivalArts.com" não existe mais (somente através da Wayback Machine), assim como quaisquer endereços de email daquela época.

Parte do texto de Michael de Winter.
Vocês podem conferir o texto inteiro ao clicar aqui.
Você também pode ler um interessante texto na página do site Spooky Land chamada "Regarding Ernst Blomberg", que argumenta a favor e contra a alegação de Winter (em inglês). Por exemplo, apesar da insistência de Winter em alegar ter inventado os nomes de Ernst Blomberg e Nicolas Plomdeur, na verdade havia um professor do século XIX e fabricante belga com esses nomes, respectivamente. Isso não quer dizer que Michael de Winter ainda não tentou provar ser o verdadeiro "responsável" por esses nomes:

"No final do dia, eu pensei no nome de 'Nicolas Plomdeur', então o fato de que havia alguém com esse nome é verdadeiramente pura coincidência.", escreveu Michael de Winter, em uma resposta nesse fórum de discussões.

"Olá pessoal. Não, não estou mentindo! A verdade nesse site é a verdadeira história. Ainda não vi nenhuma evidência da existência do professor Ernst Blomberg antes de 1972. Concordo, no entanto, que há evidências disponíveis indicando que o fabricante Nicolas Plomdeur existiu, mas afirmaram em outro lugar que isso é apenas coincidência.", escreveu Michael de Winter, em uma outra resposta.

Entretanto, Michael de Winter não é o único a reivindicar o título de "Pai de Todos os Antigos Kits Para Matar Vampiros", um homem chamado Christopher Pinto apontou em seu blog chamado "StarDust Mysteries", no artigo intitulado "Vampire Killing Kit for Sale on eBay", de setembro de 2011, um "artista gótico" chamado "CRYSTOBAL."

Entretanto, Michael de Winter não é o único a reivindicar o título de "Pai de Todos os Antigos Kits Para Matar Vampiros", um homem chamado Christopher Pinto aponta em seu blog chamado "StarDust Mysteries", no artigo intitulado "Vampire Killing Kit for Sale on eBay", de setembro de 2011, um "artista gótico" chamado "CRYSTOBAL."
"CRYSTOBAL é o artista creditado por ter iniciado a loucura dos "Kits para Matar Vampiros" no final da década de 1990. Ele vem construindo estes kits para o teatro, cinema e colecionadores particulares desde a década de 1950, e sem dúvida é o principal criador dessas peças históricas. Muitos tentaram imitar o seu trabalho, na verdade alguns até têm a audácia de afirmar que foram os primeiros a criar essee estilo de kit, mas nenhum foi capaz de chegar perto de seu estilo original do século XIX."

Agora, se vocês acompanharem o link na postagem, vocês serãp levados para uma página chamada "CRYSTOBAL’s Vampire Killing Kits & Other Horrific Works of Art", que é parte do blog "StarDust Mysteries", o que significa que Christopher Pinto estava realmente se referindo a si mesmo ("CRYSTOBAL") em terceira pessoa: "Talvez CRYSTOBAL seja mais famoso (ou infame) por seus 'Kits para Matar Vampiros'. Inspirado por um conjunto real em exposição no Museu Ripley’s Believe it or Not!, em St. Augustine, na Flórida, o artista criou seu primeiro conjunto para si mesmo. Com o passar do tempo, os amigos começariam a perguntar sobre a peça incomum, e ele logo estaria criando kits para coleções e peças de teatro."

A página ainda apresenta imagens de dois kits, um supostamente de 1959 e outro de 1970. Ambas as datas são anteriores a alegação de Michael de Winter, mas vale a pena ressaltar que Edward Meyer, vice-presidente de Exposições e Arquivos do Museu "Ripley’s Believe it or Not!", certa vez disse que não eles não tinham nada, que mencionasse a existência desses kits antes da década de 1990. Além disso, apesar de algumas fotos estarem em preto e branco, claramente se nota que foi aplicado um efeito digital, ou seja, as fotos não são tão antigas assim.

Além disso, apesar de algumas fotos estarem em preto e branco, claramente se nota que foi aplicado um efeito digital,
ou seja, as fotos não são tão antigas assim
Em uma página chamada "How It All Started", Christopher Pinto mencionou que vivia com seus pais no Stardust Motel (seus pais eram os proprietários do negócio na década de 1970), quando era apenas uma criança. Aliás, esse seria o motivo do seu nome, além de uma música de mesmo nome. O problema é que se ele era uma criança na década de 1970, ele jamais teria feito um kit em 1959. Entenderam?

Para complicar ainda mais a situação ele também escreveu um livro chamado "How to Kill Vampires (Because They Are Unnatural Jerks)", que foi publicado em 2013. No mesmo, é possível notar que Christopher se passa pelo "CRYSTOBAL", um suposto artista gótico, que ele mesmo inventou.

Para complicar ainda mais a situação ele também escreveu um livro chamado
"How to Kill Vampires (Because They Are Unnatural Jerks)", que foi publicado em 2013
No mesmo, é possível notar claramente que Christopher se passa pelo "CRYSTOBAL",
um suposto artista gótico, que ele mesmo inventou.
Anthony Hogg acabou encontrando uma referência contemporânea bem interessante sobre os "kits para matar vampiros", em um artigo publicado no jornal norte-americano "Morning Call", intitulado "Wilkie Bust Light Can’t Hold a Candle to Roosevelt Model", de dezembro de 1992, onde foram discutidos os comentários de leitores sobre esses tais kits:

"Bonnie Keyser, de West Chester, relata que ela e seu marido viram um "Kit para Matar Vampiros"à venda por milhares de dólares, em janeiro de 1986, no Manhattan Pier Show. Ela observou em sua carta, que o romance 'Drácula' de Bram Stoker foi publicado pela primeira vez em 1897, tornando o "Kit para Matar Vampiros", de meados do século XIX um pouco suspeito. Seu sentimento na época era que o kit datava da década de 1930.

 Patrick Kelly, de St. Paul, Minnesota, me enviou uma fotocópia de uma parte do Catálogo 22 da Houses of Swords and Militaria’s (Independence, Missouri) de 1986, em que um Kit para Matar Vampiros foi colocado à venda por US$ 850."

Embora precisemos confiar mais do que um mero "sentimento" de Bonnie Keyser para verificar sua estimativa da década de 1930, ainda temos duas fontes independentes - um rumor, e uma fotocópia - apontando para kits de matar vampiros supostamente "antigos", já em 1986.

Razão nº2: Comprar os Kits Incentiva que Mais Sejam Fabricados, Vendidos e Expostos


Se o relato de Michael de Winter for verdadeiro, que ele criou o primeiro kit desse gênero, então estamos lidando com um próspero comércio de antiguidades falsas. Pense nisso por um momento. As antiguidades não deveriam ser mensuradas pela idade delas? Não deveriam ter a idade que são anunciadas? O valor delas não deveria ser determinado pelo seu significado histórico e raridade? Agora, quando se trata de kits supostamente "antigos" para matar vampiros, as pessoas estão investindo em quê?

Segundo Anthony Hogg, após questionar a Sterling Associates Antiques sobre os valores praticados, considerando que eles não eram especialistas em tais kits, e nem sabiam estimar o quão antigos eles realmente eram, os mesmos disseram que "as estimativas conservadoras eram baseadas em resultados de leilões anteriores de itens semelhantes."

O precedente estabelecido pelas vendas de kits antigos de matar vampiros a partir da década de 1980 criou uma demanda por itens "históricos", sendo que nada está devidamente autenticado. Confira um trecho de um artigo publicado pelo jornalista Rick Hampson, na Associated Press, uma das maiores agências de notícias do mundo, no qual realizou a cobertura de um leilão de um "kit Blomberg", no ano de 1994.

"O kit provavelmente foi montado nos Estados Unidos, no século XX, não na Europa do século XIX; A pistola parecia ter vindo da década de 1830, mas havia sido criada recentemente, pelo menos nos últimos 15 anos; E como sempre havia um "Professor Ernst Blomberg", supostamente o nome do criador do kit.

O kit provavelmente foi montado nos Estados Unidos, no século XX, não na Europa do século XIX; A pistola parecia ter vindo da década de 1830, mas havia sido criada recentemente; E como sempre havia um "Professor Ernst Blomberg", supostamente o nome do criador do kit
'Temo que isso seja apenas uma pastiche, uma curiosidade romântica. Nunca houve um kit de matar vampiros', disse Nicholas McCullough, consultor da Sotheby's.

'O caixa em si é de meados do século XIX, provavelmente inglesa, nenhuma raridade particular, porém ao ser apresentada como um kit de matar vampiros, ela abre novas visões. Todo mundo está intrigado com isso, desde decoradores de interiores até piadistas', continuou.

Um vampiro, é claro, foge do alho, da Bíblia e da cruz; Ele é vulnerável a balas de prata e, se adormecido em seu caixão, uma estaca. E quanto um espelho? 'Pode estar faltando', disse McCullough, cujo conhecimento dos vampiros vem principalmente de filmes de terror.

McCullough disse que não sabia quem montou o kit, mas tinha uma ideia do porquê: 'Ganhar dinheiro'. A Sotheby's disse que esperava que o kit fosse vendido entre US$ 3.000 e US$ 4.000, como resultado de uma venda para um proprietário norte-americano anônimo."

"Temo que isso seja apenas uma pastiche, uma curiosidade romântica.
Nunca houve um kit de matar vampiros
", disse Nicholas McCullough, consultor da Sotheby's.
A questão é: você ainda compraria um kit semelhante depois de ler isso? A pior parte é que o kit mencionado pelo jornalista Rick Hampson acabou sendo vendido muito acima do seu preço, por cerca de US$ 12.000 para um comprador anônimo. Não é de admirar-se que uma indústria inteira tenha nascido da venda e da fabricação de tais kits, mas as implicações são terríveis. Por exemplo, digamos que em algum lugar lá fora, verdadeiros kits para matar vampiros do século XIX existam. Como serão reconhecidos se as casas de leilões, os antiquários e até mesmo os compradores se preocupam tão pouco com a veracidade dos mesmos?

Aliás, se ninguém verifica isso há quase três décadas e as outras antiguidades? Como saber se um vaso Ming ou um objeto raro é realmente tão valioso e único como dizem? Quem realmente garante isso? Os vendedores? De qualquer forma, há quem mostre que é possível fazer seu próprio kit em casa ou comprá-los por um preço irrisório.

Razão nº1: Faça Você Mesmo o Seu Kit ou Compre Por Muito Menos


Finalmente chegamos no último item das seis razões pelas quais vocês não deveriam comprar um kit desse gênero, ao menos de acordo com o Anthony Hogg, que é o verdadeiro responsável por toda essa pesquisa sobre o assunto, ou seja, dá para perceber o quanto ele sabe sobre o que está falando não é mesmo?

Agora, se você está realmente desesperado por um kit "antigo" para matar vampiros, considere três opções: Vasculhar a literatura do século XIX e antiquários no mundo inteiro, que mencionem ou possuam de kits antigos desse gênero, fazer seu próprio kit, ou comprar de um vendedor que admite abertamente a fabricação moderna deles. Vamos considerar apenas as duas últimas opções.

Exemplo de "Kit para Matar Vampiros" custando apenas US$ 41 no eBay.
Existe um tutorial no site eHow, criado por Christi Alridge, em agosto de 2014, chamado "How to Make a Vampire Killing Kit" que pode ajudar vocês nesse sentido, além de tantos outros programas de TV, vídeos no YouTube e artigos em fóruns de colecionadores, que também serão de grande ajuda.

Se criar um kit aparenta ser um grande esforço para vocês, e ao mesmo tempo não acreditam que conseguirão produzir um bom produto para si mesmos, vocês pode comprar um pré-fabricado de origem moderna. Ironicamente, Anthony Hogg cita os kits de Phineas J. Legheart (lembram do kit disponível no Mercado Livre?), cujos preços variavam entre US$ 50 e US$ 395, dependendo do tamanho e quantidade de itens.

Aliás o kit que está à venda no Mercado Livre é fabricando pelo próprio Phineas J. Legheart (clique aqui para vê-lo na página do fabricante) pelo valor de US$ 295 (cerca de R$ 1.000 + frete + impostos, caso seja entregue aqui no Brasil, algo que duvido muito por uma série de restrições devido ao conteúdo do mesmo), sendo que um novinho em folha demora apenas duas semanas para ficar pronto. Resumindo, o kit disponível para vender no Mercado Livre não é datado do século XIX, e obviamente a arma que o acompanha é um trabalho artístico. Para piorar a situação, Phineas J. Legheart é um norte-americano e não tem nenhuma relação com a Romênia, mas a intenção dele também não é enganar ninguém. Ele vende diversos kits para matar zumbis, kits de magia, de piratas etc. Ele é bem famoso nesse ramo, o problema são algumas pessoas que se aproveitam do material para contar alguns histórias irreais sobre esses kits.

Phineas J. Legheart também vende diversos kits para matar zumbis, kits de magia, de piratas etc. Ele é bem famoso nesse ramo, o problema são algumas pessoas que se aproveitam do material para contar alguns histórias irreais sobre esses kits.
Você pode até mesmo comprar kits mais baratos no eBay ou qualquer outro site de compra e venda de produtos do gênero. Adquirir itens individuais, assim como caixas e diversos outros apetrechos. Só não vale sair por aí enganando os outros, é claro!

Enfim, AssombradOs, esperamos que tenham gostado dessa postagem, e tenham adquirido conhecimento sobre um universo onde muitos podem ser facilmente enganados a todo tempo, ainda mais para quem ter um verdadeiro fascínio pelo mundo "sobrenatural ou paranormal". Essa postagem não serve apenas de exemplo para esses kits, mas tudo que vendem por aí, que custe muito caro e esteja relacionado a qualquer coisa do seu interesse. Pesquise, se aprofunde sobre o que planeja investir o seu dinheiro. Você pode até perder um perder um pouco de tempo, mas com certeza irá economizar muito dinheiro!

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://propnomicon.blogspot.com.br/2014/04/christies-vampire-killing-kit.html
http://vamped.org/2014/10/31/6-reasons-why-you-shouldnt-buy-an-antique-vampire-killing-kit/
http://www.atlasobscura.com/articles/vampire-killing-kits
https://blog.royalarmouries.org/2016/10/31/object-of-the-month-october-the-vampire-killing-kit/
https://collections.royalarmouries.org/object/rac-object-56585.html

Chuva de Peixes? Dezenas de Peixes Encontrados no Pátio de uma Escola Intrigam Moradores de Oroville, nos Estados Unidos!

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Por Marco Faustino

Se tem um assunto que raramente abordei em todo esse tempo é um fenômeno praticamente lendário chamado "chuva de animais", que teria acontecido em inúmeras cidades ao redor do mundo, ao longo da história. E acreditem, já teria caído praticamente de tudo: aranhas, sapos, peixes, pássaros, serpentes, caranguejos, ratos e até mesmo supostos "pedaços de carne de animais". Evidentemente, conforme vocês devem imaginar, cada caso precisa ser analisado com muita cautela e de forma individual. Dizem que esse fenômeno teria ocorrido no Antigo Egito, passando pela Antiga Grécia, textos bíblicos e Idade Média, sendo que os relatos começaram a se tornar mais frequentes e melhor documentados a partir do século XIX (parece perseguição, não é mesmo?). Para vocês terem uma ideia, até hoje existe muita discussão sobre um caso chamado a "Grande Chuva de Carne de Kentucky", que ocorreu no início de março de 1846. Na época, o incidente aconteceu nos arredores da cidade de Olympia Springs, no condado de Bath, no estado norte-americano do Kentucky, onde supostos "pedaços de carne" teriam caído em uma área de 91 x 46 metros.

Diversas hipóteses e as mais surreais possíveis foram mencionadas ao longo do tempo. Uma delas por exemplo, é que o material não seria bem "carne", mas um tipo de cianobactéria que forma colônias protegidas por uma espécie de envelope gelatinoso chamada "nostoc". Nesse caso a espécie seria a "Nostoc craneum", que era descrita como tendo "cor de carne", e que teria gosto de "sapo ou pernas de frango". O problema é que essas colônias não aparentam ser avermelhadas. Outras teorias incluíam a regurgitação proveniente de uma eventual revoada de urubus (considerada até hoje como a hipótese mais provável, porém muitos ainda consideram como improvável pela forma "orquestrada" que dezenas de urubus teriam que regurgitar ao mesmo tempo nos céus de um mesmo local), tornado, "chuva de meteoros", e até mesmo uma farsa que teria sido gerada por alguma dona de casa entediada. De qualquer forma, nunca houve uma explicação oficial para esse incidente.

Talvez algum dia eu faça uma matéria bem interessante sobre a ocorrência desse fenômeno ao redor do mundo, e principalmente sobre a lendária e icônica chuva anual de peixes de Honduras, visto que tenho um material muito bom e inédito em termos de pesquisa, tanto em português quanto em inglês, sobre esse caso. Por falar em peixes, um novo caso relacionado a esse fenômeno envolvendo justamente esses animais aconteceu na pequena cidade de Oroville, no condado de Butte, no estado norte-americano da Califórnia. O dia 16 de março desse ano era para ser uma terça-feira normal em uma escola de ensino fundamental da cidade, até que alunos começaram a notar a existência de diversos peixes mortos e espalhados no gramado, nos brinquedos, e até mesmo em um bebedouro, na área externa da escola, onde os alunos costumam brincar. Diversas teorias começaram rapidamente a circular entre os moradores. Algumas pessoas acreditavam que os peixes teriam vindo uma barragem próxima, devido a uma tempestade, porém outros acreditavam que poderia ter sido um ato de vandalismo. Agora, será que realmente choveu peixe em uma escola de ensino fundamental de Oroville? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Entenda o Caso: A Suposta "Chuva de Peixes" de Oroville, na Califórnia


Aparentemente, a situação está bem conturbada na pequena cidade de Oroville no começo desse ano. A cidade com cerca de 18 mil habitantes (de acordo com a última estimativa do Escritório do Censo dos Estados Unidos) já havia passado por momentos de tensão em fevereiro, quando a barragem da cidade, que é a maior dos Estados Unidos, se viu diante do risco de um colapso devido as fortes chuvas.

Nesse sentido, foi emitida uma ordem de evacuação, no dia 12 de fevereiro, para que os moradores de três condados próximos da barragem, quase 200.000 pessoas, deixassem imediatamente suas casas. Felizmente, nada de grave aconteceu, e a ordem foi suspensa cerca de dois dias depois, permitindo assim o retorno dos moradores para suas respectivas residências.

Imagem do Google Maps mostrando a localização da cidade de Oroville, na Califórnia
A cidade com cerca de 18 mil habitantes (de acordo com a última estimativa do Escritório do Censo dos Estados Unidos) já havia passado por momentos de tensão em fevereiro, quando a barragem da cidade, que é a maior dos Estados Unidos, se viu diante do risco de um colapso devido as fortes chuvas
Nesse sentido, foi emitida uma ordem de evacuação, no dia 12 de fevereiro, para que os moradores de três condados próximos da barragem, quase 200.000 pessoas, deixassem imediatamente suas casas. Felizmente, nada de grave aconteceu, e a ordem foi suspensa cerca de dois dias depois, permitindo assim o retorno dos moradores para suas respectivas residências
A cidade de Oroville voltaria a ser destaque na imprensa nacional e até internacional na quinta-feira passada (18 de maio), quando a Action News Now (que na verdade é um conglomerado de emissoras de TV locais no norte do estado da Califórnia) noticiaria um incidente bem incomum, e o publicaria em seu site com o seguinte título: "'It's raining fish' at an elementary school in Oroville" ("'Está chovendo peixe' em uma escola de ensino fundamental em Oroville", em português).

Vocês podem conferir essa matéria através de um canal de terceiros, no YouTube (em inglês, mas não se preocupem, visto que comentaremos sobre a mesma a seguir):



No texto foi mencionado, que um caso bem estranho ocorrido naquela semana, mais precisamente dois dias antes (16), tinha deixado estudantes e funcionários da escola de ensino fundamental Stanford Avenue (crianças da 1ª a 5ª série) completamente atônitos: havia "chovido peixe". No entanto, havia uma situação bem peculiar, visto que, apesar de haver inúmeras pessoas, que dissessem ter visto os tais peixes espalhados na área externa da escola, ninguém disse ter visto os tais peixes caindo do céu.

Imagem do Google Street View mostrando a entrada da escola de ensino fundamental Stanford Avenue
"Nós viemos aqui, e de repente as crianças começam a gritar bem alto: 'olhe para isso'. As crianças estavam muito empolgadas. Queríamos saber de onde eles vieram, mas não conseguimos, eles estavam no pátio externo, nos brinquedos, em todos os lugares", disse Liz Barber-Gabriel, uma supervisora da escola, acrescentando que o local inteiro onde as crianças brincavam estava coberto de peixes, e que tudo teria começado pouco antes do meio-dia.

"Eles eram pequenos e da mesma cor, e parecia ter no mínimo uns 60, em todos os lugares", completou.

"Nós viemos aqui, e de repente as crianças começam a gritar bem alto: 'olhe para isso'. As crianças estavam muito empolgadas. Queríamos saber de onde eles vieram, mas não conseguimos, eles estavam no local de recreação, nos brinquedos, em todos os lugares", disse Liz Barber-Gabriel
Teria sido apenas uma brincadeira ou um estranho fenômeno meteorológico? Evidentemente, um zelador subiu no telhado para ver se encontrava mais peixes e acreditem, havia dezenas deles.

"Minha primeira preocupação foi saber quem estava no campus que não conhecíamos... mas os supervisores do campus não viram nenhum adulto, os zeladores não virem nada de estranho, então nós meio que descartamos essa hipótese", disse a diretora Shannon Capshew.

Então, se não foi nenhum invasor, os peixes poderiam ter literalmente caído do céu? "Alguns anos atrás houve um relato sobre ter chovido truta na cidade de Chico, então logo pensei: 'eles vieram da incubadora de peixes?'", questionou Liz Barber-Gabriel.

"Minha primeira preocupação foi saber quem estava no campus que não conhecíamos... mas os supervisores do campus não viram nenhum adulto, os zeladores não virem nada de estranho, então nós meio que descartamos essa hipótese", disse a diretora Shannon Capshew
Nesse ponto é importante explicar, que existe a chamada "Incubadora de Peixes do Rio Feather", que na prática é uma instalação mantida pelo Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia, e que cultiva salmão e truta steelhead, em condições artificiais, é claro. Essa instalação fica a cerca de 800 metros de distância da escola de ensino fundamental Stanford Avenue, razão pela qual havia essa suspeita.

Entretanto, um representante do Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia disse que não houve nenhuma entrega naquele dia (de vez em quando acontece o transporte aéreo de peixes dessa instalação). Com base nas fotos que a equipe do Action News Now mostrou ao departamento, eles acreditavam que os peixes pudessem ser um tipo de carpa, um peixe que vive em águas quentes, e que pode ser encontrado na barragem de Thermalito Afterbay, mas não nas proximidades do rio Feather.

Entretanto, um representante do Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia disse que não houve nenhuma entrega naquele dia (de vez em quando acontece o transporte aéreo dos peixes dessa instalação)
Com base nas fotos que a equipe do Action News Now, eles acreditavam que os peixes pudessem ser um tipo de carpa, um peixe que vive em águas quentes que pode ser encontrado na barragem de Thermalito Afterbay, mas não nas proximidades do rio Feather
"Ligamos para o Departamento de Recursos Hídricos (DWR) para saber o que estava acontecendo, uma vez que não vimos pais de alunos carregando baldes de peixes por aí. Isso foi muito estranho", disse Shannon Capshew.

Segundo a Action News Now, não houve nenhuma resposta por parte do DWR, mas ainda podia haver uma chance real, que tivesse sido realmente uma "chuva de peixes". O texto mencionou a existência de um fenômeno meteorológico, onde os objetos podem ser sugados para cima a partir de lagos ou do oceano por trombas d'água durante uma tempestade. Se o vento fosse forte o suficiente poderia levar os peixes ou outras criaturas por quilômetros antes de deixá-los cair. Portanto, era possível, mas ainda assim bem estranho.

A "Incubadora de Peixes do Rio Feather" fica a uma distância física de apenas 800 metros da Escola de Ensino Fundamental. Já a barragem de Thermalito Afterbay fica bem mais distante da escola (círculo vermelho).
"As crianças ficaram enlouquecidas, os meninos começaram a perseguir as meninas, então acabou sendo uma coisa divertida, mas aí você pensa: 'de onde eles vieram?'", disse Liz Barber-Gabriel.

Kris Kuyper, meteorologista-chefe da Action News Now, disse que a chance de ser um fenômeno relacionado ao tempo era improvável, uma vez que não teria havido a ocorrência de trombas d'água ou nuvens funil em Oroville, no dia do incidente, ou seja, na terça-feira passada (16).

Cerca de duas horas depois, a própria Action News Now estranhamente publicou uma versão muito contraditória desse mesmo caso. A princípio, foi mencionado que teria chovido peixe na madrugada terça-feira (16) e que, assim que os funcionários e estudantes começaram a chegar pela manhã, a escola estava coberta por centenas de pequenos peixes, uma vez que uma nuvem de tempestade passou pelo local.

Kris Kuyper, meteorologista-chefe da Action News Now, disse que a chance de ser um fenômeno relacionado ao tempo era improvável, uma vez que não teria havido a ocorrência de trombas d'água ou nuvens funil (meros exemplos na foto acima) em Oroville, no dia do incidente, ou seja, na terça-feira passada
Entretanto, no texto original foi usada a palavra "overnight", algo que pode abrir muita margem para interpretação, visto que poderia tanto se referir "a madrugada de terça-feira" (ou seja, a madrugada de segunda para terça), quanto "durante a noite de terça-feira", o que são dois períodos de tempo completamente diferentes. E acreditem, daqui a pouco vocês verão a confusão que isso pode causar. De qualquer forma, dentro do contexto anterior, soava mais como "madrugada de terça-feira".

Enfim, ainda segundo o texto e de acordo com Rachael Thompson, bibliotecária da escola, teria começado novamente a chover peixe durante as aulas e o intervalo. Curiosamente, não havia nenhuma entrevista com essa bibliotecária, nem mesmo uma únca foto, e anteriormente não foi mencionado que teria chovido peixe duas vezes no mesmo dia. Para tirar essa dúvida, a única forma era ver o que os demais veículos de imprensa estavam noticiando. Afinal de contas, talvez alguém soubesse dizer a realidade sobre o que tinha acontecido.

A Eventual Distorção Provocada Por Alguns Veículos de Imprensa Norte-Americanos e as Novas Informações Sobre o Caso


Lembram que eu disse que uma palavrinha poderia gerar muita confusão? Pois bem, some a isso a falta de atenção de alguns veículos de imprensa, que acabam copiando a notícia de outros lugares sem nenhuma espécie de filtro ou até mesmo inventando informações com o pretexto de preservar as fontes. O resultado é uma imensa bola de neve.

Um exemplo disso foi a notícia publicada pelo site do jornal "The Sacramento Bee" onde foi divulgado que, na noite de terça-feira uma tempestade se abateu sobre a escola Stanford Avenue Elementary. Assim sendo, diante da passagem da tempestade, o campus da escola ficou coberto de inúmeros peixes mortos. Ironicamente, o "The Sacramento Bee" disse que as informações eram da KHSL, uma das emissoras de TV do conglomerado da Action News Now (foi tomado como base aquele texto contraditório). O site do jornal chegou a informar que um funcionário da escola, cujo nome não foi divulgado, teria confirmado essa versão (da noite de terça-feira) ao próprio jornal, e disse que a diretora da escola, a Shannon Capshew não podia dar entrevista naquele momento. Portanto, de acordo com o "The Sacramento Bee", teria chovido peixe na noite de terça-feira (16) e novamente no dia seguinte (17), enquanto os alunos estavam em aula.

Segundo a Action News Now e diversos veículos de comunicação norte-americanos teria "chovido" dezenas ou até mesmo mesmo uma centena de peixes na escola de ensino fundamental Stanford Avenue, em Oroville, na Califórnia
No texto também é mencionado que um biólogo estadual especializado em peixes (da Califórnia), cujo nome também não foi divulgado, disse que tempestades e redemoinhos de vento podiam acabar arrastando peixes a partir de um corpo d'água e soltando-os pouco tempo depois. Além disso, uma pequisa no Google mostrava centenas de relatos ao redor do mundo de peixes que caíam no céu, algumas vezes longe de corpos d'água.

Ainda de acordo com o "The Sacramento Bee", meteorologistas (novamente não foram informados os nomes) do Serviço Meteorológico Nacional de Sacramento disseram que não estavam cientes de uma tempestade de peixes de Oroville, e nem mesmo de quaisquer padrões climáticos que pudessem fazer com que as trombas d'água se formassem. Bem estranho, não é mesmo?

Foto de um dos peixes encontrados no gramado da escola
Foto mostrando supostamente um outro peixe encontrado em uma superfície de concreto
Nem todas as emissoras tiveram essa orientação, por assim dizer. Em entrevista a KTVU, emissora de TV afiliada da FOX, Diane Habe, secretária da escola disse que mais de 100 peixes foram encontrados no telhado, e que eles não tinha pistas sobre o que poderia ter acontecido. A KTVU também acrescentou que teriam sido encontrados peixes chamados de "perca-sóis de guelras azuis".

Além disso, um porta-voz do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, cujo nome não foi mencionado, não parecia concordar com a teoria de que os peixes foram parar na escola devido a uma tromba d'água. Ele disse que não tinha havido nenhuma evidência meteorológica que explicasse isso.

Diane Habe, secretária da escola disse que mais de 100 peixes foram encontrados no telhado. Segundo a KTVU, a foto acima mostra justamente a mão da secretária Diane Habe segurando um dos peixes que caíram na escola
Por fim, o parágrafo final disse que o estranho acontecimento tinha colocado a escola no mapa, ou seja, teria deixado a escola em destaque na mídia. Isso fez com que muitas pessoas começassem a ligar para a escola para tentar descobrir o que aconteceu e também sugerir suas próprias teorias. Uma dessas ligações teria sido de um senhor de 94 anos que, ao longo de sua vida, disse ter visto isso acontecer mais vezes do que as pessoas imaginavam.

Agora, além da primeira matéria da Action News Now e da KTVU, o que realmente temos de confiável em termos de informação sobre esse caso partiu da CBS Sacramento. Vocês podem conferir a matéria que eles realizaram a partir de um canal de terceiros, no YouTube (em inglês, mas comentaremos a seguir):



"Parecia que eles tinham caído do céu. Havia cerca de meia dúzia deles no bebedouro. Foi uma espécie de caça ao ovo de Páscoa", disse Corey Simpson, especialista em recursos da escola de ensino fundamental Stanford Avenue, acrescentando que peixes também foram encontrados sobre o telhado de um dos prédios da escola e de um depósito da mesma.

Corey também disse que havia três grandes possibilidades: vandalismo, o Departamento de Recursos Hídricos ou que tivesse mesmo chovido peixe. A CBS Sacramento também foi atrás para tentar descobrir o que havia acontecido.

"Parecia que eles tinham caído do céu. Havia cerca de meia dúzia deles no bebedouro. Foi uma espécie de caça ao ovo de Páscoa", disse Corey Simpson, especialista em recursos da escola de ensino fundamental Stanford Avenue
"Provavelmente, estamos tão perplexos quanto quaisquer outras pessoas ao imaginar como peixes viriam do céu e parariam no telhado do prédio de uma escola", disse Harry Morse, um funcionário do Departamento Estadual de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia (DFW).

De acordo com o DFW, o transporte aéreo de peixes é uma prática comum, quando os caminhões não conseguem transportar os peixes por terra. Contudo, Harry Morse disse que raramente fazem esse tipo de transporte, porque todos os salmões são transportados por caminhões-tanque. Ele disse que a agência dele não era responsável pelo incidente, visto que o DFW cria somente trutas e salmões. O peixe na escola Stanford Avenue era de uma espécie diferente.

Segundo Harry Morse, os peixes encontrados na escola poderia ser do tipo "shiner" (um nome comum na América do Norte para denominar diversos peixes pequenos e prateados) ou então carpas ou perca-sóis de guelras azuis prematuras.

"Provavelmente, estamos tão perplexos quanto qualquer outra pessoas ao imaginar como peixes viriam do céu e parariam no telhado do prédio de uma escola", disse Harry Morse, um funcionário do Departamento Estadual de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia (DFW)
O Departamento Estadual de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia disse que a escola não estava próxima a um grande corpo d'água (como assim?) onde a agência pudesse acabar deixando cair alguns peixes. O departamento disse que não tinha nenhuma explicação sobre o incidente e que não estava mais procurando por respostas. Quanto aos peixes, bem, eles acabaram sendo levados para casa por diversos professores para serem usados em compostagem.

Podemos Dizer que Realmente Choveu Peixe em Oroville?


Por mais estranho que a situação pareça, a resposta é não. Não podemos dizer que tenha "chovido" peixes na escola de ensino fundamental Stanford Avenue, em Oroville, na Califórnia.

Aliás, antes que você pense que uma tromba d'água poderia ser a explicação mais ilustrativa, é importante que você saiba que esse fenômeno apesar de lembrar um tornado, não faz com que peixes sejam sugados para o céu. Isso porque as trombas de água não aspiram a água do curso de água sobre o qual estão posicionadas. A água que vemos na nuvem funil principal são gotas de água formadas pela condensação, ou seja, a umidade é capturada e condensa. Entenderam? Logo, a ideia que uma tromba d'água possa carregar peixes, ainda mais a grandes distâncias é meio que fantasiosa, visto que isso nunca foi documentado antes. Além disso, se tivesse ocorrido uma tromba d'água na região provavelmente alguém teria filmado.

Aliás, antes que você pense que uma tromba d'água poderia ser a explicação mais ilustrativa, é importante que você saiba que esse fenômeno apesar de lembrar um tornado, não faz com que peixes sejam sugados para o céu. Isso porque as trombas de água não aspiram a água do corpo d'água sobre o qual estão posicionadas.
Por falar em filmar, aparentemente ninguém (alunos, professores ou demais funcionários) viu os tais peixes caindo do céu. Ninguém gravou um único vídeo ou tirou uma selfie dos peixes caindo. Vocês podem até mesmo alegar que pode ter sido incrivelmente rápido, mas a escola não tem câmeras de segurança? Os vídeos dessas câmeras poderiam muito bem registrar o momento em que os peixes teriam caído, ainda mais se fossem duas vezes (muito embora o mais certo é que tenha ocorrido uma única vez). Outro detalhe interessante é que não há relato de nenhum outro morador próximo que tenha visto ou que tenha encontrado um único peixe, existem apenas rumores. Teria "chovido peixes" apenas nessa escola?

O texto contraditório da Action News Now disse que uma nuvem de tempestade teria passado sobre a escola, assim como outros veículos de imprensa que copiaram aquele texto um tanto quanto confuso. Porém, não há nenhuma evidência que corrobore efetivamente nesse sentido. Para não sermos desonestos, houve um metereologista chamado Mark Finan, da cidade de Sacramento, na Califórnia, que tentou explicar esse caso de maneira natural, por assim dizer. Vocês podem conferir o vídeo no canal da KRCA (uma emissora de TV afiliada da NBC), no YouTube (em inglês):



De acordo com Mark Finan, a escola em questão está localizada a apenas cerca de 800 metros da incubadora de peixes, uma distância relativamente curta e próxima, quase em linha reta. Voltando um pouco no tempo, aquela terça-feira (16) foi um dia bem frio, com possíveis pontos de chuva isolados, porém não é possível saber quanto choveu, porque a estação meteorológica mais próxima estava fora do ar, ou seja, não foi possível obter maiores informações das condições climáticas daquele dia.

Entretanto, Mark Finan teorizou, ou melhor, especulou que fortes ventos ou pequenos núcleos de tempestade poderiam ter "varrido" alguns peixes na superfície do rio Feather, os fazendo cair na escola.

No entanto, Mark Finan teorizou, ou melhor, especulou que fortes ventos ou pequenos núcleos de tempestade teriam "varrido" alguns peixes na superfície do rio Feather, os fazendo cair na escola
De qualquer forma, isso ainda é incerto, porque foram divulgadas apenas poucas fotos e nenhuma delas mostra o gramado ou o telhado repleto de peixes, e nem mesmo dezenas ou centenas de peixes ao mesmo tempo. Aliás, se os peixes tivessem mesmo caído do céu, de uma altura consideravelmente alta, eles realmente iriam permanecer intactos (no sentido de inteiros) ao caírem no concreto?

Infelizmente, as mais diversas teorias não devem ser mais investigadas pelo Departamento Estadual de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia, que aparentemente deu o caso por encerrado. Uma das teorias mais inusitadas foi publicado pelo site de notícias SFGate.com, pertencente ao jornal San Francisco Chronicle, onde foi mencionado rumores que pelicanos teriam sido avistados nas proximidades da escola, ou seja, os pelicanos poderiam ter deixado os peixes caírem.

Uma das teorias mais inusitadas foi publicado pelo site de notícias SFGate.com, pertencente ao jornal San Francisco Chronicle, onde foi mencionado rumores que pelicanos teriam sido avistados nas proximidades da escola, ou seja, os pelicanos poderiam ter deixado os peixes caírem do céu
Normalmente, os pelicanos não carregam os peixes (eles geralmente comem quaisquer peixes assim que os capturam), nas eles têm capacidade para reter até 11 litros de água no papo. Porém, se foram mesmo 60 ou mais peixes, alguns pelicanos, de forma orquestrada, teriam que ter deixado cair ao mesmo tempo todos esses peixes justamente sobre a escola. Complicado, não é mesmo?

Enfim, AssombradOs, e vocês? O que acham que pode ter acontecido na Stanford Avenue? Sinceramente, ainda aposto em uma brincadeira de mau gosto. Vocês acreditam em algum fenômeno meteorológico? A culpa é de algum departamento estadual? Animais teriam sido os responsáveis? Por enquanto, o mistério ainda permanece! Caso tenhamos maiores informações, manteremos vocês informados através de uma atualização nessa mesma postagem, combinado?

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://kdvr.com/2017/05/18/fish-rain-from-the-sky-covering-school-in-smelly-sea-life/
http://kron4.com/2017/05/19/video-oroville-school-littered-with-fish/
http://sacramento.cbslocal.com/2017/05/19/oroville-school-covered-in-dead-fish/
http://sacramento.cbslocal.com/2017/05/19/stanford-avenue-elementary-dead-fish-school/
http://www.actionnewsnow.com/story/35463479/weird-weather-fish-rains-down-from-clouds-on-oroville-elementary-school
http://www.actionnewsnow.com/story/35466772/its-raining-fish-at-an-elementary-school-in-oroville
http://www.kcra.com/article/did-it-rain-fish-in-oroville-possibly-1495171942/9878789
http://www.ktvu.com/news/255770855-story
http://www.sacbee.com/news/weather/article151394812.html
http://www.sfgate.com/news/article/Oroville-elementary-fish-rain-11159594.php
http://www.wtol.com/story/35474917/fish-rain-down-on-ca-kindergartners

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Por Marco Faustino

Sempre tento trazer assuntos razoavelmente decentes para vocês em termos de Ufologia. Por outro lado, quase sempre os casos que ganham uma maior visibilidade são aqueles propagados de forma indiscriminada por canais que sabidamente manipulam digitalmente os vídeos ou deturpam completamente o conteúdo apresentado. Um exemplo claro disso foi aquela postagem dupla que fiz há quase 3 semanas atrás, mais precisamente no dia 6 de maio, onde abordei dois casos que tinham conseguido destaque de formas diferentes. O primeiro sobre um suposto "OVNI", que teria entrado em uma espécie de portal, onde houve uma forte disseminação através das redes sociais, principalmente no Facebook, em páginas de conteúdo duvidoso espalhadas pelo Sudeste Asiático e América Latina. Já o segundo caso era relativo a um outro suposto "OVNI", em formato de "charuto", que teria sido avistado em Paris, na França, assim como em diversos outros países como a China e a Austrália.

Como sempre faço questão escrever, ambos os casos foram devidamente destrinchados (na medida do possível, é claro). No primeiro, existia todo um conjunto de fatores indicando que o vídeo fosse uma farsa. Não havia nome, horário, local exato dentro da suposta cidade (supostamente a cidade de Sonora, no México), quem fez o registro, nenhum outro vídeo ou testemunha ocular que pudesse corroborar com o que foi apresentado, e nenhuma fonte credível. Já no segundo caso, o vídeo foi divulgado pelo famigerado canal "Secureteam10", que por sua vez é um maiores dos hoaxers do YouTube, ao lado de canais como "Section 51", "UFO Today", entre tantos outros de uma longa lista. Porém, mostrei a vocês a realidade por trás do que foi divulgado. Vale muito a pena conferir, para que vocês não sejam enganados tão facilmente por aí (leia mais: Um "OVNI" Entrou em um Portal nos Céus do México? Outros em Formato de "Charuto" Apareceram na França, China e Austrália?).

Agora, se tem algo que raramente comento é sobre supostos casos de abdução, principalmente aqueles que envolvem uma maior interatividade com seres supostamente extraterrestres, se é que vocês me entendem. Um dos casos mais famosos é de um homem chamado David Huggins, um artista plástico norte-americano, com 72 anos de idade, que começou a ficar relativamente famoso na última década. A razão para isso? Bem, David Huggins sempre afirmou categoricamente que teve a sua "primeira vez" aos 17 anos, com uma extraterrestre chamada "Crescent" (primordialmente traduzido e interpretado como uma fase lunar chamada "Quarto-Crescente" e não apenas "Crescente", como muitos sites assim traduzem), em uma "relação amorosa", que talvez não tenha havido muito consentimento por parte dele. A questão é que David vem contando essa mesma história ao longo de mais de 50 anos, e resolveu expor seus sentimentos e sua experiência através da arte, ou seja, ele costuma pintar quadros detalhando como foi seu encontro, e tudo o que lhe aconteceu naquele período de sua vida. Além disso, David afirma ser o pai de diversos filhos híbridos, que teve com a "Crescent". Contudo, será mesmo que David teve toda essa experiência amorosa? O que poderia ter acontecido com ele? Será que ele continua tendo tais experiências? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Voltando um Pouco no Tempo Para Começar a Entender Esse Caso: O Livro de Farah Yurdozu Sobre David Huggins


Uma das primeiras referências que se encontra sobre David Huggins está em um artigo da ufóloga turca chamada Farah Yurdozu, que foi publicado no site holandês "Star People", em 10 de junho de 2010, onde ela comentava sobre o seu mais recente trabalho: "Love in an Alien Purgatory: The Life and Fantastic Art of David Huggins" ("'Amor num Purgatório Alienígena': A Vida e a Fantástica Arte de David Huggins", em um tradução livre para o português), um livro pictórico sobre uma história de amor através das pinturas de David Huggins. Resumindo? É um livro contendo basicamente ilustrações que contam uma narrativa do "amor entre um ser humano e um ser extraterrestre".

Na Amazon, por exemplo, o livro é mencionado por ter apenas 68 páginas, do tamanho aproximado de uma folha de A4, e cerca de 84 imagens relacionadas aos quadros de David Huggins. "Tudo isso" por cerca de US$ 19,90 (aproximadamente R$ 65,00 + frete, que é um valor salgado para muitos).

Na Amazon, por exemplo, o livro é mencionado por ter apenas 68 páginas, do tamanho aproximado de uma folha de A4, e cerca de 84 imagens relacionadas aos quadros de David Huggins. "Tudo isso" por cerca de US$ 19,90 (aproximadamente R$ 65,00 + frete, que é um valor salgado para muitos)
Nesse ponto vale destacar que Farah Yurdozu é apontada como uma escritora e autora de diversos livros, que estariam entre os mais vendidos em sua terra natal (não há nenhuma fonte corroborando com essa alegação). Ela seria fluente em turco, inglês e espanhol e até mesmo português, sendo conhecida em vários continentes como uma "autoridade em OVNIs, no universo do paranormal e no campo da metafísica".

O lado interessante é que provavelmente você nunca ouviu falar dela até esse presente momento ou então muito rapidamente em outro site de cunho ufológico. Aliás, na própria Amazon é possível encontrar apenas mais dois livros atribuídos a esse nome, lançados em 2007 e 2008. Nada além disso.

Farah Yurdozu (à esquerda) em uma festa no Hangar 84,
uma antiga instalação militar norte-americana, em 4 de julho de 2008
Para vocês terem uma ideia, as últimas menções a Farah Yurdozu, se encontram em uma entrevista para o questionável site "Project Camelot", em 2015, onde ela é apontada por "ter deixado sua marca na Ufologia como uma investigadora perspicaz e uma profunda observadora da natureza humana e do paranormal."

Na entrevista (disponível em inglês no YouTube, logo abaixo) foi discutida a suposta "extensa evidência" do papel desempenhado pelos "reptilianos" ao longo da história, assim como a evidência da existência em locais antigos e assentamentos, e no mundo moderno. Ela também falou sobre o modo como os turcos encaram o fenômeno OVNI, eventos paranormais, entre outros assuntos.



De forma bem rebuscada é mencionado que ela tem uma grande compreensão dos meandros e nuances envolvidas em encontros de alienígenas e seres humanos, juntamente com uma grande compreensão do cenário paranormal e exopolítico de que todos nós seríamos parte. Por fim, é citado que existem pouquíssimas investigadoras desse fenômeno no mundo mulçumano, e que sua coragem e inteligência eram de grande valia nesse campo. O lado curioso do vídeo é a utilização do termo "Reptilian Crescent", e a presença de uma lua na fase de quarto-crescente (conforme havíamos citado na introdução dessa postagem), algo bem semelhante ao termo usado por "David Huggins" para descrever a "alienígena com que mantinha relações amorosas". Desde então, aparentemente a melhor forma de encontrá-la é através de suas redes sociais ou em suas palestras.

Voltando ao artigo de 2010, Farah Yurdozu escreveu que o "amor" entre seres humanos e extraterrestres não era um conceito raro em casos de encontros e abduções alienígenas. A literatura ufológica oferecia uma diversidade muito rica de casos semelhantes. Farah disse ter conhecido David Huggins em um encontro ufológico em Nova York, por volta do ano de 2002. Durante esse encontro, ela teria descoberto que ele vinha sendo visitado por alguns seres interdimensionais desde que ele tinha 8 anos de idade.

Ilustração, que na verdade é uma pintura de David Huggins,
contida no livro "Love in an Alien Purgatory: The Life and Fantastic Art of David Huggins"
Farah disse ter conhecido David Huggins em um encontro ufológico em Nova York, por volta do ano de 2002. Durante esse encontro, ela teria descoberto que ele vinha sendo visitado por alguns seres interdimensionais desde que ele tinha 8 anos de idade
Segundo Farah, diferentes tipos de extraterrestres tornaram-se uma parte muito importante da vida de David em todos esses anos, até os dias de hoje. Sua infância, os primeiros anos de sua adolescência e até mesmo sua vida adulta teria sido controlada e moldada por eles. Enquanto ele procurava por respostas para esses estranhos encontros, David decidiu pintar cada experiência que ele estava tendo na visão de uma pessoa abduzida. No processo de criação de sua coleção de arte muito incomum, David começou a viver uma vida dupla.

David decidiu pintar cada experiência que ele estava tendo na visão de uma pessoa abduzida.
No processo de criação de sua coleção de arte muito incomum, David começou a viver uma vida dupla
Durante o dia ele era um homem "normal", um artista intelectual de Nova York. Contudo, durante a noite ele estava se apaixonando por uma "mulher extraterrestre híbrida", e tendo "relações amorosas" com ela. Assim sendo, ele teria se tornado pai de 60 crianças híbridas. Sim, isso mesmo que você leu. David teria sido escolhido e usado em um experimento genético, tal como muitos outros abduzidos (tanto homens quanto mulheres) ao redor do mundo. Essa seria a "notável história", que ele traz à vida com suas pinturas no livro "Love in an Alien Purgatory."

A História de David Huggins Contada por Farah Yurdozu e Sua Respectiva Ponderação Sobre Relações Amorosas com Extraterrestres


De acordo com Farah Yurdozu, a história de David começava em uma fazenda onde ele morava com sua família no estado norte-americano da Geórgia, em 1951. Os primeiros contatos eram durante o dia e ao ar livre onde David, com 8 anos de idade, costumava brincar como um menino "normal e saudável." Durante os primeiros contatos, David não estaria nem dormindo, e nem passando pela chamada "paralisia do sono." Ele se lembrava muito bem do "pequeno ser peludo", com grandes olhos brilhantes que saía do bosque. David o apelidou de "Little Hairy Guy" ("O Pequeno Cara Peludo", em português).

De acordo com Farah Yurdozu, a história de David (em pé, à esquerda) começava em uma fazenda
onde ele morava com sua família no estado norte-americano da Geórgia, em 1951
Os primeiros contatos eram durante o dia e ao ar livre onde David (na foto), com 8 anos de idade,
costumava brincar como um menino "normal e saudável."
Em outra visita, ele teve um encontro com uma espécie de louva-a-deus, que se tornaria um companheiro regular de David por muitos anos, durante os primeiros encontros ufológicos. O que qualquer outra criança veria somente em filmes de ficção científica ou em livros de fantasia tornou-se uma parte do cotidiano da vida de David.

Durante os primeiros contatos, David não estaria nem dormindo, e nem passando pela chamada "paralisia do sono." Ele se lembrava muito bem do "pequeno ser peludo", com grandes olhos brilhantes que saía do bosque. David o apelidou de "Little Hairy Guy" ("O Pequeno Cara Peludo", em português).
Em outra visita, ele teve um encontro com uma espécie de louva-a-deus, que se tornaria um companheiro regular de David por muitos anos durante os primeiros encontros ufológicos
Mais algumas pinturas de David Huggins mostrando seu encontro com insetos gigantes,
nesse caso específico, louva-a-deus.
Em questão de pouco tempo, os outros seres também começaram a aparecer durante a noite. David teria sido levado até um OVNI para se encontrar com uma "mulher híbrida", a "Crescent". Essa "mulher híbrida" acabou se tornando, no início, uma professora e uma espécie de guia para David. Porém, ao longo dos anos ela tornou-se sua esposa, amante e a mãe de seus muitos filhos híbridos.

Segundo Farah, David também teve encontros com seres extraterrestres em diferentes lugares. Depois que ele se mudou para Nova York, seus ilustres visitantes entraram em seu apartamento através de uma abertura na parede do seu quarto. Seria um portão interdimensional, talvez uma porta estelar, que estava se abrindo para um mundo completamente estranho. Quando entraram, David disse que era como se o tempo parasse.

Em questão de pouco tempo, os outros seres começaram a aparecer durante a noite também.
David teria sido levado até um OVNI para se encontrar com uma "mulher híbrida", a "Crescent". Essa "mulher híbrida" acabou se tornando, no início, uma professora e uma espécie de guia para David.
Porém, ao longo dos anos ela tornou-se sua esposa, amante e a mãe de seus muitos filhos híbridos
"Esses seres controlavam o tempo para entrar em nossa dimensão física? Eles eram viajantes do tempo?", questionou Farah Yurdozu acrescentando que, por mais que David envelhecesse ao longo do tempo, a "Crescent" sempre teria mantido a mesma aparência "ao longo de 50 anos de amizade".
Ainda segundo Farah, "Love in an Alien Purgatory" seria um livro muito corajoso onde, tanto David Huggins quanto ela própria, compartilhavam alguns detalhes muito íntimos vivenciados com os amantes interdimensionais. David contava a história sem censura através de suas pinturas, e Farah dava "sua própria interpretação da visão de uma investigadora do fenômeno OVNI baseada em seus próprios estudos."

Suas investigações mostravam, que o conceito de ter relações amorosas com seres interdimensionais existia muito antes do início da era "OVNI" e "discos voadores". As deusas e deuses sumérios teriam visitado os seres humanos com o mesmo propósito. De acordo com as lendas, os deuses não eram capazes de ter filhos. Porém, para continuar a sua raça, eles começaram a usar "fêmeas e machos humanos". Eles precisavam de uma nova raça híbrida que tivesse características humanas e extraterrestres. Segundo Farah, não sabemos o quão eles foram bem sucedidos. Nesse ponto é interessante notar a falta de coerência ou conhecimento de Farah, por exemplo, sobre a mitologia grega que também aborda com um pouco desse aspecto. O problema é que nunca houve uma prova sequer da existência física de Hércules ou Perseu, filhos híbridos de acordo com a mitologia.

Por mais que David envelhecesse ao longo do tempo,
a "Crescent" sempre teria mantido a mesma aparência "ao longo de 50 anos de amizade"
Enfim, diante desse aspecto, Farah disse que ser tocado por extraterrestres ou seres interdimensionais, jinns, anjos ou demônios nunca seria uma experiência fácil na vida humana, e os efeitos secundários variavam de acordo com cada indivíduo. Enquanto alguns contatados e abduzidos ficariam muito felizes por ter esse vínculo, outros sofreriam profundamente, até mesmo por gerações. Muitas vezes essas pessoas poderiam enfrentar sérios problemas em sua vida particular, no casamento e relacionamentos com seus companheiros. E, em muitos casos, o contato extraterrestre iria de uma geração para outra, como se o DNA do abduzido fosse codificado ou estigmatizado pelos "visitantes". Quando o DNA humano ou a alma humana é estigmatizada, uma pessoa poderia ter que enfrentar e lidar com um "karma muito infeliz" moldado pelas mãos daqueles que o abduziram.

Na parte final de sua postagem, Farah disse não saber a real finalidade das abduções extraterrestres (algo que já estava bem evidente antes). De acordo com os abduzidos e contatados, os seres extraterrestres evitavam dar explicações detalhadas e informações sobre o processo. Com base nos depoimentos limitados, aparentemente muitas das abduções estão servindo a um objetivo científico-genético, tal como a criação de uma nova geração híbrida usando tanto os pais humanos quanto extraterrestres. Assim como teria acontecido no caso de David, milhares de abduzidos teriam tido a chance de verem seus "bebês híbridos" dentro de "OVNIs".

O Surgimento de David Huggins na Imprensa Norte-Americana e Internacional


Antes de David Huggins ganhar destaque na imprensa norte-americana e internacional, existem pouquíssimas menções a sua história. Temos uma rápida citação de seu nome e uma de suas pinturas, que estava sendo usada na capa de uma edição de antiga revista norte-americana chamada "Saucer Smear", em um artigo do ano 2000, do escritor e psicólogo Robert Anton Wilson (falecido em 2007). Também temos uma menção a David e uma "vizinha próxima" (de Nova York), justamente a Farah Yurdozu, em uma página datada do ano de 2005, dentro do site de um antigo programa de "rádio pela internet" chamado "Jerry Pippin Show" (cujo apresentador, Jerry Bertrand Pippin, faleceu em 2015).

Posteriormente, vemos uma menção ao David em um vídeo publicado em 2007, no YouTube, onde mostra um antigo barzinho de Nova York chamado "Chama Teahouse", onde é possível notar alguns quadros do David pendurados nas paredes. A filmagem seria relativa ao ano de 2003.



Entretanto, David Huggins começou a ficar realmente "famoso" a partir de uma notícia publicada em 15 de fevereiro de 2011, no site de notícias NJ.com, escrita pela jornalista Summer Dawn Hortillosa. Na notícia intitulada "Hoboken artist shows paintings of 'real' alien abduction experiences in Jersey City" ("Artista de Hoboken apresenta quadros de experiências 'reais' de abdução alienígena em Nova Jersey", em português) foi mencionado que David Huggins iria expor seus quadros no "Balance Hair Salon" (basicamente um salão de cabeleireiro, que funcionava como galeria de arte) no sábado seguinte (19), das 18h às 21h, além de discutir sobre a vida extraterrestre. Sua exposição chamava-se "UFO Abductee Experiences Exhibition".

Confira um vídeo realizado cerca de um mês antes para promover essa exposição, que foi publicado no canal da usuária "carla anderson", em 4 de janeiro de 2011:



Vale lembrar nesse ponto que David Huggins morava e continua morando em Hoboken, uma cidade no condado de Hudson, no estado norte-americano de Nova Jersey.

Na notícia intitulada "Hoboken artist shows paintings of 'real' alien abduction experiences in Jersey City" ("Artista de Hoboken apresenta quadros de experiências 'reais' de abdução alienígena em Nova Jersey", em português) foi mencionado que David Huggins iria expor seus quadros no "Balance Hair Salon" (basicamente um salão de cabeleireiro, que funcionava como galeria de arte)
Imagem do Google Maps mostrando a localização da cidade de Hoboken. Vale lembrar nesse ponto que David Huggins morava e continua morando em Hoboken que, conforme vocês podem notar é uma cidade no condado de Hudson, no estado norte-americano de Nova Jersey
Foto mostrando uma parte do centro comercial da cidade de Hoboken
No texto é mencionado, que aos 8 anos de idade, David encontrou uma criatura misteriosa que ele chamou de "Little Big Foot" ("Pequeno Pé-Grande", algo que destoava do apelido citado pela Farah Yurdozu). Assustado, David Huggins disse que fugiu e contou para sua mãe o que acontecido. Como era de se esperar, ela não acreditou nele. David disse que os extraterrestres continuaram fazendo contato e que, após cada encontro, ele tinha o que considerou como "amnésia parcial".

Entretanto, na "Convergência Harmônica" (uma espécie de ato final promovido por um "conclave de seres cósmicos"), em 8 de agosto de 1987, ele disse que recuperou suas memórias extraterrestres. Desde então, o pintor vinha utilizando seu treinamento da Liga dos Estudantes de Arte (uma escola independente de artes) e da Faculdade Hunter, em Nova York, para mostrar ao mundo suas experiências.

Entretanto, na "Convergência Harmônica" (uma espécie de ato final promovido por um "conclave de seres cósmicos"), em 8 de agosto de 1987, ele disse que recuperou suas memórias extraterrestres.
Desde então, o pintor vinha utilizando seu treinamento da Liga dos Estudantes de Arte (uma escola independente de artes) e da Faculdade Hunter, em Nova York, para mostrar ao mundo suas experiências.
O trabalho de Huggins mostrava uma diversidade de acontecimentos. Uma pintura chamada "Leaving the House" mostrava diversos Grays (extraterrestres de pele cinzenta) puxando Huggins para cima, em direção a um "OVNI" brilhante. Em um outro trabalho, dessa vez intitulado "The Packaged Gray", era muito mais chocante: a pintura a óleo mostrava uma mulher cinzenta segurando um bebê humano-alienígena dentro de um recipiente, uma das mais de 60 crianças híbridas que David Huggins alegava ser pai, que teriam nascido de uma "mulher extraterrestre", que ele chamava de "Crescent".

"Ela tem cabelo preto que pode ou não ser uma peruca. Ela possui olhos grandes em formato de amêndoas. Seu rosto é um pouco pálido. Ela tem lábios finos e um nariz pequeno. Seu queixo é bem pontiagudo", disse David Huggins. Ele também disse, que ensinou os extraterrestres a cuidarem dos bebês e desenvolveu laços especiais com seus filhos. David prometeu compartilhar suas histórias em sua exposição naquele sábado e esperava chamar a atenção para algo que ele acreditava que poucos pesquisadores vinham abordando.

David prometeu compartilhar suas histórias em sua exposição naquele sábado
e esperava chamar a atenção para algo que ele acreditava que poucos pesquisadores vinham abordando
"A maioria, senão todas, as pessoas que conheci, e que estiveram envolvidas com isso... são muito criativas. Escritores, pintores, músicos, dê o nome que preferir. Parece ser um aspecto desse fenômeno que ninguém está observando seriamente", completou.

Aparentemente, sua exposição fez sucesso, tanto que o site NJ.com voltou a publicar uma notícia sobre o David Huggins, no dia 28 de fevereiro daquele mesmo ano, mas dessa vez de autoria da jornalista Kristyna Kane, que contou contou como foi a exposição, e que a mesma permaneceria até o dia 1º de maio. A jornalista destacou que cerca de 35 obras faziam parte da exposição que contavam com "pequenos Grays", a "Crescent", um "um pequeno cara peludo" e um inseto gigante, ou seja, todos os seres que David disse terem estado presentes desde o início dos seus encontros.

Aparentemente, sua exposição fez sucesso, tanto que o site NJ.com voltou a publicar uma notícia sobre o David Huggins, no dia 28 de fevereiro daquele mesmo ano, mas dessa vez de autoria da jornalista Kristyna Kane, que contou contou como foi a exposição, e que a mesma permaneceria até o dia 1º de maio daquele ano.
A jornalista destacou que cerca de 35 obras faziam parte da exposição que contavam com "pequenos Grays", a "Crescent", um "um pequeno cara peludo" e um inseto gigante, ou seja, todos os seres que David disse terem estado presentes desde o início dos seus encontros
Em um quadro chamado "Showing Me My Other Body", por exemplo, é uma pintura de Huggins olhando para si mesmo deitado, nu em uma mesa de exame. Em "Eight Greys Floating Down", por outro lado, eram retratados oito extraterrestres flutuando na floresta. A paleta de cores de David Huggins era dominada por muitos tons de azul e verde, um efeito que, pelo menos para um visitante de sua exposição, era "estranho e amedrontador".

"Sinto que alguns estão olhando para mim, mas no geral é muito legal e há uma história aqui", disse Andy, um cliente de salão de Nova Jersey. Aliás, a atmosfera no salão parecia ter sido projetada para transportar os convidados da galeria para o tipo de mundo, que poderia ser familiar para o de David Huggins. OVNIs luminosos e pendurados no teto piscando feixes de cores diferentes, assim como uma máquina de fumaça, que se misturava entre os visitantes.

Quadro chamado "Being Invited" da David Huggins
No quadro "Eight Greys Floating Down" eram retratados oito extraterrestres flutuando na floresta
Os funcionários e alguns responsáveis pelo salão se fantasiaram de alienígenas, enquanto discutiam o trabalho de David Huggins e desfrutavam de bebidas com nomes de outro mundo. Um visitante chamado Matt Figler, do condado de Westchester, explicou que estava visitando um amigo, e não sabia o que ele estava se metendo quando ele concordou em participar da inauguração da exposição.

"Acho muito interessante, especialmente as pessoas vestidas como alienígenas, mas estou feliz por ter vindo", disse Matt. Vale ressaltar que David Huggins não estava fantasiado, mas usava apenas um terno azul para compartilhar suas histórias. Ele praticamente repetiu a mesma versão anteriormente mencionada por Farah Yurdozu, incluindo que teve sua "primeira vez" aos 17 anos com a "Crescent". Ele disse que seus pais acreditavam que ele estava inventando tudo, mas ele acreditava ter gerado mais de 60 filhos híbridos com a "Crescent" e, possivelmente, já era avô.

Os funcionários e alguns responsáveis pelo salão se fantasiaram de alienígenas, enquanto discutiam o trabalho de David Huggins e desfrutavam de bebidas com nomes de outro mundo. Um visitante chamado Matt Figler, do condado de Westchester, explicou que estava visitando um amigo, e não sabia o que ele estava se metendo quando ele concordou em participar da inauguração da exposição.
A estilista Astro, que pertencia ao salão, vestiu-se "glamurosamente" para o evento,
que contou com uma máquina de fumaça
No texto também é mencionado que David Huggins teve períodos em que foi "deixado de lado", o que lhe deu uma chance de casar e ter um "filho humano" chamado Michael, embora ele não fosse mais casado. Ele disse novamente que havia recobrado sua memória em 1987, quando teria começado a pintar suas experiências, e passou a aceitar as "visitas" como uma parte contínua de sua vida, que permanecia até aquela data (sua última visita teria sido no mês anterior, em janeiro), bem como o ceticismo sobre a veracidade de sua história.

David Huggins durante sua exposição no "Balance Hair Salon", em 19 de fevereiro de 2011
David praticamente repetiu a mesma versão anteriormente mencionada por Farah Yurdozu, incluindo que teve sua "primeira vez" aos 17 anos com a "Crescent". Ele disse que seus pais acreditavam que ele estava inventando tudo, mas ele acreditava ter gerado mais de 60 filhos com a "Crescent" e, possivelmente, já era avô
"Estive em lugares diferentes, vivenciei coisas diferentes, isso tudo tem sido muito benéfico. O mais importante é que eu sei que há algo mais, e sei que eles existem. Não peço a ninguém para acreditar em mim", disse David Huggins.

A Entrevista de David Huggins Para o Site "Artblog"


Algo que raramente é mencionado sobre esse caso é uma entrevista de David Huggins para o site "Artblog", que existe até hoje. Essa entrevista foi publicada em 14 de agosto de 2011, e mencionava que David havia se divorciado há pouco menos de 10 anos, e tinha um filho de 27 anos que na época morava na Tailândia.  

Algo que raramente é mencionado sobre esse caso é uma entrevista de David Huggins para o site "Artblog",
que existe até hoje. Essa entrevista foi publicada em 14 de agosto de 2011.
Segundo o autor do artigo, o fotógrado Corey Armpriester, "David concentrava a maior parte de seu talento na criação de uma série de pinturas testemunhais sobre sua experiência de vida ao ter sido abduzido por um extraterrestre. David não estava usando nenhuma medicação e nunca foi internado em qualquer momento de sua vida. Ele disse que nunca ficou doente um dia sequer vida, nem mesmo um pegou um resfriado... Pessoas de todo o mundo relataram experiências semelhantes as de David, apenas para serem rotuladas de 'loucas', o que parecia ser um sinal de uma mente letárgica."

Ainda segundo Corey Armpriester, "condenação sem investigação é a sua própria forma de insanidade.". Ele também disse que "celebrava o mundo das ideias, não importava o quão longe algumas delas podiam parecer. Mesmo se aquela fosse uma história inventada a partir da mente de um homem delirante, o poder da ideia permanecia o mesmo. Além disso, as ideias eram essenciais para a mente curiosa e os artistas não podiam temer as ideias de outros artistas, não importava o quão estranhas soassem."

No texto foi mencionado que David havia se divorciado há pouco menos de 10 anos, e tinha um filho de 27 anos que na época morava na Tailândia. A foto mostra David juntamente com seu filho, o Michael, ainda pequeno.
Corey mencionou que, ao se sentar no estúdio de David, cercado por suas pinturas, havia uma sensação de ser observado, que o deixou nervoso. Ao longo da conversa, Corey passou a suspeitar que David sofria da Síndrome de Estocolmo, visto que ele aceitou sua escravidão vitalícia como uma espécie de dom. Ele se sentia protegido por esses seres, e afirmava que salvaram sua vida em mais de uma ocasião. Assim sendo, Corey, sendo um artista, deu algumas opções para tentar explicar o comportamento de David: as pinturas de David podiam ser obras de um louco, David podia ter sido vítima de abuso durante a infância ou o cenário mais radical de todos, ele poderia estar pintando a verdade. A entrevista entre Corey e David também foi publicada, algo que vocês podem conferir a seguir:

P:Há quanto tempo você vem pintando?
R:Venho pintando desde 1965 ou 1966, que foi quando comecei.

P: Você trabalha com tinta a óleo ou acrílica?
R
:
Eu trabalho com tinta a óleo.

P: Qual escola de arte você frequentou?
R:A Liga dos Estudantes de Arte.

David Huggins em sua casa, na cidade de Hoboken, nos Estados Unidos.
(imagem extraída do trailer do documentário "Love and Saucers").
David Huggins admirando a vista para a cidade de Nova York
(imagem extraída do trailer do documentário "Love and Saucers").
P:Seus pais apoiaram seu interesse pela arte? 
R:Não, eles não achavam que valesse a pena seguir esse caminho, pensando que eu nunca iria ganhar dinheiro com isso. Bastava arranjar um emprego e pronto.

P:Com que frequência você exibe seu trabalho?
R:Bem, houve uma exposição no início desse ano no Centro de Artes Monroe.

P:Com que frequência você vende essas pinturas testemunhais?
R:Com pouca frequência.

P:O que os ETs pensam da busca humana da arte?
R:A maioria das pessoas que eu conheci (outros abduzidos), que estão envolvidos com esses seres têm uma inclinação muito criativa em relação a eles. Eu meio que sinto que a arte e o aspecto criativo estão associados a eles (os ETs) de alguma forma.

David Huggins chegando para trabalhar em uma espécie de mercado e lanchonete em Hoboken
(imagem extraída do trailer do documentário "Love and Saucers").
David aparenta estar feliz em seu emprego e ao mesmo tempo poder pintar os quadros relativos a sua experiência em termos de "abdução alienígena" (imagem extraída do trailer do documentário "Love and Saucers".
P:Os ETs produzem arte, tal como a conhecemos?
R:Não sei dizer se vi isso.

P:Como suas memórias são acionadas?
R:Às vezes por outra pintura. Estou trabalhando em uma outra pintura e, de repente, me lembro de um outro incidente que ocorreu.

P:Em seu livro você fala sobre o cabelo nos híbridos fêmeas como sendo uma peruca. O que há com o cabelo que parece tão incomum para você?
R:É muito despenteado. Lembro-me de uma vez, que uma das fêmeas estava passando por mim e os cabelos não estavam penteados. Ela tirou o cabelo e fiquei tão surpreso com a situação que disse: "Devo raspar minha cabeça", para fazer com que ela soubesse que por mim estava tudo bem.

David segurando um caderno contendo alguns esboços
(imagem extraída do trailer do documentário "Love and Saucers").
P:Como seus pais lidaram com suas experiências extraterrestres?
R:Quando criança, eu via um dos seres, corria para a casa e dizia: "Mãe, pai, tem algo no celeiro ou atrás da casa" E eles diziam: "Pare de inventar coisa. Não há nada lá." Certa vez falei isso e acabei apanhando... No dia seguinte, fui nos fundos da casa e lá estava a mulher (a "Crescent"), com alguns Grays e uma espécie de inseto. Lembro de ter dito para mulher "Meus pais não acreditam em mim, que eu vejo você, e acabo apanhando." Assim que eu disse isso, soube que ela não gostava disso. Ela olhou para mim e disse: "Então não diga a eles." Depois disso, nunca disse uma palavra.

P:Você tem absoluta confiança nesses seres?
R:Sim, eles me ajudaram de muitas formas.

P:Como?
R:Bem, eles salvaram minha vida diversas vezes. Houve um incidente com uma cobra no galpão de ferramentas. Houve um outro incidente em que eu quase me afoguei. Estava olhando para essa pessoa enquanto me afogava, e ouvi essa voz dizer: "Deixe-o viver". E assim como eles disseram, consegui voltar para a margem.

David mostrando um dos seus diversos quadros.
Quadro de David Huggins mostrando quando ele tomou conhecimento dos seus diversos filhos híbridos.
P:Como os ETs são organizados?
R:Existem os Grays; então tem a "Crescent" e um cara bem alto e magro, muito magro mesmo, que tem um coque na parte de trás da cabeça. Ele tem olhos vermelhos, e se comunica com os "seres insetos", assim como a "Crescent".

P: Você tem contato com eles atualmente?
R:Claro.

P:Quando foi seu último encontro com eles?
R:Talvez cerca de um mês atrás.

P:Você permanece em seu corpo físico durante esses encontros ou permanece fora do corpo?
R:É uma combinação de ambos. Às vezes eles vêm e me levam. Sei que tive um monte de experiências fora do corpo. Há momentos em que estou com eles, que sinto estar em um corpo humano, mas um corpo muito mais jovem.

David Huggins mostrando como ele foi "transportado" por extraterrestres para um "OVNI"
Mais detalhes do quadro mencionado anteriormente
P:Você se sente violado - você tem uma palavra para representar o que eles fazem com você?
R:Isso já aconteceu comigo. O "Little Hairy Guy" veio ao meu quarto uma vez e perguntou: "David podemos usar seu corpo?" E eu disse: "Sim, você pode usá-lo o quanto você quiser." Ele parecia muito feliz por minha resposta e saiu do quarto, meio que desapareceu.

P:Isso foi antes dos encontros amorosos?
R:Isso foi depois. Fiquei meio que, "Cara, por que você está perguntando isso agora?"

P:Eles praticam a lei do livre-arbítrio?
R:Existe livre-arbítrio.

P:Existe um homem equivalente a "Crescent"?
R:Não sei dizer. Vi muitos homens. Não faço ideia. Parece haver uma leve lembrança de outros homens, mas não me lembro muito.

David Huggins, já maior de idade, se encontrando com um dos seus filhos híbridos
P:Por que você acha que foi escolhido?
R:Boa pergunta, não sei.

P: Quantos filhos híbridos você teve com os ETs?
R:Fui levado para um quarto, que estava repleto de bebês e pude tocar em todos. O toque humano era realmente importante. A primeira vez que toquei um dos bebês, a eletricidade estática saltou da minha mão em direção ao bebê. Isso foi exatamente antes de eu tocá-lo. Recuei, e disse para o ser inseto "Uau, você viu isso?" Então, estendi a mão e toquei o bebê. Acordei cansado na manhã seguinte, totalmente exausto e dormi o dia todo. Porém, naquela noite, o ser inseto levou-me para essa porta; estávamos em frente dessa porta e havia essa luz brilhante, praticamente querendo sair pela porta. O ser inseto disse que eu tinha que entrar no quarto, então entrei e foi simplesmente incrível. A luz passava por mim. Fiquei lá por alguns minutos. Na manhã seguinte, quando acordei, senti uma energia incrível, e me senti muito energizado mesmo após semanas.

P: Você tem ideia para qual finalidade seus filhos estão sendo usados?
R:Não faço ideia.

P:Eles são homens e mulheres?
R:Sim.

David Huggins alega ter tido sua primeira vez com uma extraterrestre chamada "Crescent"
(imagem extraída do trailer do documentário "Love and Saucers").
P:Do que as crianças híbridas-alienígenas são alimentadas?
R:Lembro-me de comer alguma substância parecida com chocolate escuro - era como pudim de chocolate. Havia um gosto estranho na minha boca na manhã seguinte e, depois que tomei um copo de água, o gosto sumiu.

P:Algum dos seus filhos alienígenas é artista?
R:Não sei, nunca pensei nisso. Você faz perguntas legais, vou tentar descobrir.

P:Você conhece algum dos seus filhos híbridos-alienígenas?
R:Tenho certeza que os conheço em algum nível.

P:O "órgão reprodutor" de uma ET é diferente de uma humana?
R:Não sei dizer ao certo. Você precisa lembrar que seus sentidos são subjugados quando você está com eles. Toda a intensidade que normalmente você sentiria é atenuada.

Quadro mostrando a extraterrestre chamada "Crescent"
(imagem extraída do trailer do documentário "Love and Saucers").
P: Você fica sedado?
R:Sim, você fica sedado para não perder o controle.

P: A "Crescent" tem um "ciclo mensal" tal como as mulheres?
R:Acho que não.

P:Seu filho humano sofrerá o mesmo destino que o pai?
R:Ele não demonstrou nada. Não posso dizer que vai acontecer. Se eles entraram em contato com ele, ele não disse nada.

P:Você já questionou sua sanidade?
R:No início.

P:Você fica frustrado por não ter muitas respostas para suas perguntas?
R:Apenas sigo o fluxo.

Mais Detalhes Foram Publicados pelo Site "Animal New York", Eventuais Explicações e o Documentário Sobre as Experiências de David Huggins


Após um longo período afastado dos holofotes, David Huggins voltou a ser notícia no dia 15 de outubro de 2014, no site "Animal New York", que por sua vez é basicamente um site de nova-iorquino que aborda temas culturais e sociais. "Não sei muita coisa, mas com certeza sei que tive minha primeira vez com uma mulher extraterrestre", disse David Huggins, que tinha 70 anos naquela época.

"Acredito que, o que ele vivenciou foi real para ele", disse o cineasta Brad Abrahams, em entrevista por telefone. As pessoas poderiam sentir isso profundamente em uma espécie de "trailer", de um documentário chamado "Love And Saucers" ("Amor e Discos Voadores", em uma tradução livre para o português), que estava sendo produzido pelo cineasta. Brad Abrahams encontrou Huggins através de seu vizinho, depois de ouvi-lo em uma entrevista de rádio com um "investigador de abduções". Em sua página pessoal, Brad menciona ter interesse em "ciência radical", "criptozoologia" e esoterismo em geral. Ele aparece como diretor ou produtor de pequenos documentários.

Durante alguns dias em que Brad passou na casa de David Huggins, o mesmo pintou e mostrou-lhe cenas impressionistas e surreais de seres com olhos brilhantes, feixes de luz saindo de naves espaciais e bebês intergalácticos. Confira o trailer abaixo no canal do Brad Abrahams, no Vimeo (em inglês):



Nenhuma de suas experiências foi tão angustiante, como aquelas descritas por pessoas nos encontros de pessoas abduzidas que David Huggins frequentava nas décadas de 1980 e 1990. Ele acabou deixando de comparecer, porque achava deprimente. Brad Abrahams mencionou que David dizia, que aquele era "um clube ao qual ninguém queria pertencer." Sua saída para expor seus sentimentos teria sido através da pintura.

Agora, leia o trecho mais interessante desse pequeno artigo: "Existiam explicações, é claro. Brad Abrahams se lembrava de um neurologista explicando, que tipos de específicos de convulsões epilépticas e de traumas, podiam desencadear visualizações e experiências que, a pessoa sente que é real. Existem cerca de 1.000 fitas de VHS de filmes de fantasia, ficção científica e terror na casa de David, mas ele mencionou que isso não tem nenhuma correlação."

Brad Abrahams (na foto) mencionou que David dizia, que aquele era "um clube ao qual ninguém queria pertencer."
Sua saída para expor seus sentimentos teria sido através da pintura.
No dia seguinte (16), a sucursal britânica do site de notícias "The Huffington Post" publicou o caso de David, assim como de outras pessoas, apresentando uma outra possível explicação para o que teria acontecido com o artista plástico. Foi mencionado que alguns cientistas estavam inclinados a acreditar, que as histórias sobre abdução alienígena eram causadas por paralisia do sono, que é uma espécie de transtorno, que ocorre logo após acordar ou no momento em que se está tentando adormecer, e que impede o corpo de mexer, mesmo quando a mente está acordada. Assim, a pessoa acorda mas não consegue se movimentar, causando angústia, medo e terror (um dia talvez comente sobre essa condição, que é muito pedida por vocês).

Em um artigo publicado pelo site do jornal "The New York Times", em julho de 1999, foi citado que a paralisia do sono era um transtorno que vinha crescendo entre a população e, além disso, um número cada vez maior de estudiosos acreditavam, que a paralisia do sono poderia ajudar a explicar antigos relatos de homens que sofriam ataques de bruxas ou alegações modernas de abduções por alienígenas. Na época, o Dr. James Allan Cheyne, professor associado de Psicologia na Universidade de Waterloo, no Canadá, contou ao jornal sobre uma pesquisa que ele havia realizado com mais de 2.000 pessoas identificadas como tendo paralisia do sono, com centenas descrevendo experiências semelhantes à abdução alienígena.

Na época, o Dr. James Allan Cheyne, professor associado de Psicologia na Universidade de Waterloo, no Canadá, contou ao jornal sobre uma pesquisa que ele havia realizado com mais de 2.000 pessoas identificadas como tendo paralisia do sono, com centenas descrevendo experiências semelhantes à abdução alienígena
"A sensação de uma presença, palavras sem nexo sussurradas no ouvido, criaturas sombrias movendo-se pelo ambiente, uma estranha imobilidade, uma pressão esmagadora e sensações dolorosas em diversas partes do corpo - não são apenas compatíveis com ataques de demônios primitivos, mas também pela sensação física de experimentos extraterrestres, assim como as narrativas sobre sensações de flutuar e voar dos relatos de levitação e transporte até naves alienígenas", disse o Dr. James Allan Cheyne.

Recentemente, o destaque ficou por conta do lançamento, após quase 3 anos, do documentário "Love and Saucers" que, de acordo com o site IMDB, foi lançado no dia 7 de março desse ano e possui aproximadamente 67 minutos de duração (uma hora e sete minutos). O documentário teria custado "apenas" US$ 20.000 (cerca de R$ 65.000 pela cotação atual) para ser produzido, e vem sendo divulgado em diversos festivais de filmes independentes, principalmente no Canadá e nos Estados, desde o começo do ano.

Poster do documentário "Love and Saucers" que, de acordo com o site IMDB, foi lançado no dia 7 de março desse ano e possui aproximadamente 67 minutos de duração (uma hora e sete minutos)
Brad Abrahams (à esquerda) durante a divulgação do documentário "Love and Saucers"
no Calgary Underground Film Festival 2017
Não encontrei esse filme disponível publicamente na internet, e nem mesmo para ser comprado online, mas o destaque fica por conta de algumas resenhas positivas, porém muito informativas sobre esse documentário.

Na resenha publicada pela revista britânica Starburst foi mencionado que David Huggins possuía uma grande sala de estar repleta de livros sobre discos voadores e o mundo paranormal. Ele também tinha uma coleção de 2.000 filmes, em VHS, de terror e ficção científica (o dobro de filmes mencionado em 2014). Uma das suas maiores influências seria o episódio "The Web Planet", de 1965, da série norte-americana Dr. Who, no qual aparecem formigas gigantes. David confessou que não consegue parar de assistir ao episódio.

David também assistiu ao filme "The Thing from Another World", de 1951, quando tinha 7 ou 8 anos de idade, o que claramente insinuava que isso tinha influenciado a sua infância. Aliás, o roteiro desse filme em questão menciona que uma tripulação da Força Aérea dos Estados Unidos e a cientistas encontram um disco voador que caiu e um corpo congelado, próximo ao Ártico. Voltando ao remoto posto de pesquisa com o corpo humanoide em um bloco de gelo, eles são forçados a se defender contra esse alienígena maligno, quando o mesmo é acidentalmente revivido.

Uma das suas maiores influência seria o episódio "The Web Planet" de 1965, da série norte-americana Dr. Who, no qual aparecem formigas gigantes. David confessou que não consegue parar de assistir ao episódio.
David também assistiu ao filme "The Thing from Another World", de 1951, quando tinha 7 ou 8 anos de idade, o que claramente insinuava que isso tinha influenciado a sua infância
No documentário "Love and Saucers"é apresentado Jeffrey Kripal, um professor de Filosofia e Pensamento Religioso da Universidade de Rice, no estado norte-americano do Texas, que considerou David uma pessoa sincera, e que ele estaria "apenas dizendo a verdade" com humildade ao colocar seus encontros no contexto de uma experiência sagrada. Nigel Watson, autor da resenha cita que "ao contrário de outros documentários que têm uma agenda para provar ou refutar a existência de OVNIs ou que sutilmente treinam os envolvidos para parecerem ou soarem ridículos, o diretor Brad Abrahams simplesmente permite que David conte sua história íntima, fascinante e incrível."

Já a resenha do site australiano Screen Space menciona que "Brad Abrahams não ignora os fenômenos de abdução, reconhecendo que grande parte das imagens e emoções que David Huggins transmite é comum entre os abduzidos." Enfim, agora será mesmo que as experiências de David Huggins foram mesmo reais? A Crescent realmente existiu? Esse é um assunto para os meus comentários finais.

Comentários Finais


É bom deixar claro desde o início, que não sou médico, psicólogo ou qualquer tipo de "especialista" (se é que posso chamar assim) sobre casos relacionados a supostas "abduções" por parte de eventuais seres extraterrestres. Porém, assim como a Farah Yurdozu disse que poderia dar "sua própria interpretação da visão de uma investigadora do fenômeno OVNI baseada em seus próprios estudos", algo bem sinuoso e evasivo, diga-se de passagem, por qual motivo eu não poderia comentar sobre esse caso diante da robusta pesquisa que fiz sobre o que já foi publicado e divulgado sobre o assunto, algo que ninguém se deu o trabalho de compilar e fazer, nem mesmo que fosse um "apanhado geral", até hoje? Portanto, me sinto plenamente à vontade para comentar sobre o caso, não necessariamente julgando o David Huggins. Aliás, quando alguém lê comentários sobre esse caso, logo pensam que David inventou tudo isso para vender quadros e ganhar dinheiro com sua história. Bem, podemos ver que ao longo tempo isso não aconteceu. Ele mesmo declarou na entrevista que raramente vendia algum quadro das dezenas que ele pintou até hoje. Resumindo? Não é possível perceber nenhuma motivação financeira. Aparentemente, ele trabalha em uma espécie de mercado e lanchonete para se sustentar, assim como qualquer outra pessoa, e nas horas vagas pinta, lê livros ou assiste filmes de terror e ficção científica. Ficou bem claro que esse vem sendo o mundo do David Huggins há um bom tempo.

Alguns detalhes, no entanto, chamam muito a atenção. Não sabemos exatamente a relação familiar que David tinha quando era criança, o que aconteceu ou onde estão seus irmãos (é possível ver outra criança em uma foto de família), não sabemos seu desempenho escolar, depoimento de antigos diretores, professores, colegas, amigos, nada. Existe um grande espaço de tempo entre a adolescência de David, até ele se casar e ter um filho, um espaço que pode chegar a 40 anos de completo silêncio. Quem era sua esposa? Ainda está viva? O que teria a dizer sobre David como marido e pai? Qual motivo da separação? E seu filho? Simplesmente não temos não temos nenhuma declaração de alguém que tenha convivido próximo ao David. Aliás, ele menciona que durante seus encontros ele sofria de amnésia parcial, e que só começou a lembrar do que lhe ocorreu em 1987 que, segundo um cálculo rápido, ele teria por volta de 42 anos. Teriam sido anos em que David nunca teria questionado os supostos extraterrestres em absolutamente nada, mesmo na fase adulta. Basta notar, que ele não sabe responder pontos específicos, apenas em termos gerais. Outro detalhe é que a "Crescent", a principal personagem dessa história, na absoluta maioria das vezes é retratada como tendo apenas um "rosto extraterrestre", uma espécie de máscara prateada, sendo que seu corpo é inteiramente humano. Será que David teria sofrido uma infância abusiva por parte dos pais ou de outras pessoas? Algo semelhante acontece com seus "filhos híbridos", que ora são retratados inteiramente extraterrestres e, em outra, são mostrados como crianças absolutamente humanas. Além disso, é questionável a alegação de Farah ao dizer que "Crescent" não mudou de aparência no decorrer dos anos, visto que é possível notar o traço envelhecido que David emprega na "Crescent" com o passar do tempo, principalmente quando ele se autorretrata em sua fase adulta. "Crescent" talvez não seja fictícia, mas alguém que ele tenha conhecido ou que ainda possa conhecer e ter contato.

Agora, o que mais chamou a minha atenção e talvez a sua ao tomar conhecimento desse caso é a inspiração de David Huggins no episódio "The Web Planet", de 1965, da série norte-americana Dr. Who, no qual aparecem formigas gigantes. É inegável a semelhança entre as formigas gigantes e os louva-a-deus retratados por David. Aquela imagem de um trecho do episódio, que consta na parte final dessa postagem, é muito emblemática, porque além do inseto gigante aparece uma espécie de lua ao fundo, muito semelhante a lua cheia que ele sempre faz questão de pintar na maioria dos quadros. Aliás, a repetição de elementos nos quadros me faz pensar que a experiência de David pode ter sido única ou então algumas poucas vezes em dias de lua cheia, mas suficiente para que lhe causasse um trauma, o qual tenta levar da melhor forma possível até hoje. Não quero e não pretendo julgar o David, mas infelizmente existem dezenas ou talvez centenas de perguntas, que nenhuma entrevista ou documentário foi capaz de responder até hoje. David Huggins é um ser humano, merece ser tratado com respeito e dignidade, por isso mesmo sua história deveria ser melhor investigada. Não para provar a veracidade ou não do que está dizendo, mas como uma maneira de se fazer justiça, caso esse seja o caso, e de devolver a liberdade para sua mente. Até hoje ele se agarra ao pensamento de que tais seres lhe fazem companhia, algo que, aparentemente, nenhum ser humano é capaz de fazer.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://animalnewyork.com/2014/alien-romance-art-documentary-david-higgins/
http://anomalistbooks.com/book.cfm?id=34
http://rawilsonfans.org/2000/12/
http://screen-space.squarespace.com/reviews/2017/5/18/love-and-saucers.html
http://weekinweird.com/2015/04/21/david-huggins-hybrid-father-abduction-painter/
http://www.bfi.org.uk/news-opinion/sight-sound-magazine/comment/festivals/great-escape-ten-best-sci-fi-london-2017
http://www.cosmopolitan.com/sex-love/news/a32325/see-the-aliens-this-man-claims-took-his-virginity/
http://www.huffingtonpost.co.uk/2014/10/16/alien-abductee-david-huggins-lost-virginity-extra-terrestrial-woman-crescent_n_5995334.html
http://www.huffpostbrasil.com/entry/david-huggins-alien-sex-video_n_6002934
http://www.jerrypippin.com/UFO_Files_david_huggins.htm
http://www.nj.com/hobokennow/index.ssf/2011/02/hoboken_artist_shows_paintings.html
http://www.nj.com/hobokennow/index.ssf/2011/02/hoboken_artist_shows_paintings_1.html
http://www.star-people.nl/index.php?module=news&id=5172
http://www.starburstmagazine.com/reviews/latest-reviews-of-movies/18154-movie-review-love-and-saucers
http://www.theartblog.org/2011/08/david-huggins-an-uncommon-life/
https://www.calgaryundergroundfilm.org/2017/love-and-saucers
https://www.loveandsaucers.com/

A Placa Pioneer: Uma Mensagem da Terra para os Extraterrestres, que Agora Você Pode Ter Dentro da sua Própria Casa!

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Por Marco Faustino

Na última quarta-feira (24), abordamos o caso envolvendo o artista plástico David Huggins, um simpático senhor de 72 anos, que vem afirmando ao longo das últimas décadas, que teve sua "primeira vez" com uma extraterrestre. Aliás, ao longo do tempo, ele também acredita fielmente ter gerado cerca de 60 filhos híbridos. Geralmente, essa história é apresentada com certo escárnio ou até mesmo ironia em muitos sites de notícias internacionais, que exibem muitas das pinturas de David, onde ele retratou a genitália masculina ou feminina desses seres supostamente extraterrestres ou híbridos. Talvez seja exatamente isso que motive tais sites a noticiarem o caso, afinal de contas o erotismo e grotesco ainda são as principais formas de atrair o público. Outros sites, no entanto, publicam as imagens censurando-as, ou seja, aplicando efeitos digitais ou então adicionando uma tarja preta. Arte não deve e não pode ser censurada, porém infelizmente não é assim que pensam muitas plataformas, que acabam punindo os proprietários de sites e até mesmos canais no YouTube por exibir tal conteúdo. Assim sendo, para tentar equilibrar todas as partes, fizemos uma extensa pesquisa sobre esse caso, mostrando como ele surgiu na imprensa, o livro e o documentário que foram feitos, além de contar um pouco mais da história de vida de David Huggins. O principal detalhe é que diante das 50 imagens que publicamos, nenhuma possui quaisquer elementos que não sejam "familiares" e nenhuma precisou ser censurada. Resumindo? Mostramos que é possível contar uma história como essa, sem agredir a inteligência do leitor, sem ferir preceitos artísticos e ao mesmo tempo apresentar elementos sólidos para que vocês possam ser informados da melhor forma possível. Vale muito a pena conferir (leia mais: Conheça David Huggins: Esse Artista Plástico Teve Realmente sua "Primeira Vez" com uma Extraterrestre e Gerou Dezenas de Filhos Híbridos?).

Vamos continuar nessa onda extraterrestre e falar para vocês sobre algo um tanto quanto antigo, mas que voltou a ganhar destaque nesse mês de maio, por um motivo bem especial: a chamada "Placa Pioneer". Voltando um pouco no tempo, mais precisamente nos anos de 1972 e 1973, a humanidade lançou duas sondas que, pela primeira vez, deixariam nosso Sistema Solar. Enviar sondas espaciais tão longe de casa inspirou um pequeno grupo de pessoas a se perguntar: e se nós incluíssemos uma mensagem nelas para os extraterrestres? Se os extraterrestres encontrassem as sondas especiais, por menor que fossem as chances, seria uma oportunidade para mostrar a Terra e civilização humana. Isso levou a NASA a incluir uma pequena placa nas sondas Pioneer 10 (1972) e Pioneer 11 (1973), que foram lançadas pela agência espacial norte-americana para estudar os planetas Júpiter e Saturno. Depois que suas respectivas missões primárias foram realizadas, ambas as sondas partiram em sua longa jornada pelo espaço sideral. Perdemos contato com ambas as sondas espaciais anos atrás, devido as questões relacionadas ao suprimento energético e a grande distância da Terra, porém acredita-se que elas continuam navegando silenciosamente pelo espaço. De modo a celebrar os 45 anos do lançamento da Pioneer 10, um designer norte-americano chamado Duane King, que teoricamente já trabalhou para marcas internacionais famosas como Apple, Nike e Toyota resolveu abrir uma campanha de financiamento coletivo, e oferecer aos seus colaboradores uma reedição ou a réplica exata dessa placa em alumínio anodizado a ouro. Uma dessas versões se esgotou rapidamente, já a outra é possível adquirir até o dia 16 de junho desse ano. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Um Pouco Sobre a Placas Pioneer: Duas Placas Idênticas Foram Colocadas à Bordo de Sondas Espaciais Pioneer 10 e 11, na Década de 1970


Conforme mencionamos anteriormente, nos anos de 1972 e 1973, nossa civilização lançou duas sondas que, pela primeira vez, deixariam nosso Sistema Solar. Vale lembrar nesse ponto, que ambas foram os primeiros objetos construídos pelo homem a alcançar a velocidade de escape do Sistema Solar (essa velocidade a partir da Terra é de 42.1 km/s, se fosse a partir do Sol seria de 617.5 km/s). Isso acabou inspirando um pequeno grupo de pessoas a se perguntar: e se nós incluíssemos uma mensagem nelas para os extraterrestres? A ideia acabou se concretizando e ganhando fama nas mãos de um dos astrônomos mais famosos de todos os tempos: Carl Sagan. Porém, a história por trás dessa placa é um tanto quanto interessante.

Foto da sonda espacial Pioneer 10 após ser entregue no Centro Espacial Kennedy,
onde ela seria lançada em março de 1972
O lendário cientista espacial James van Allen é visto fumando um cachimbo ao lado do físico Edward Smith
numa conferência de imprensa da Pioneer 11, em 1974
A ideia original, ou seja, de que a sonda espacial Pioneer deveria levar uma mensagem da nossa civilização para os confins do espaço, teria sido mencionada pela primeira vez por um jornalista chamado Eric Burgess, quando ele visitou o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califónia, durante a missão Mariner 9 (entre os anos de 1971 e 1972). Ele acabou tendo um contato mais próximo de Carl Sagan, que tinha lecionado sobre a comunicação com inteligências extraterrestres em uma conferência na Crimeia (aquela mesma região ucraniana que foi ocupada há algum tempo pela Rússia).

Carl Sagan ficou totalmente entusiasmado com a ideia de enviar uma mensagem através da sonda espacial Pioneer. Para melhorar a situação, a NASA concordou com a história e deu-lhe um prazo de três semanas para preparar uma mensagem. Juntamente com Frank Drake (sim, o mesmo da famosa Equação de Drake, saiba mais detalhes clicando aqui), ele projetou a placa, sendo que os desenhos foram feitos pela então esposa de Carl Sagan, Linda Salzman Sagan. Ambas as placas foram fabricadas na empresa Precision Engravers, que existe até hoje, na cidade de San Carlos, Califórnia. Na página principal do site da empresa é possível ver o orgulho que eles têm sobre essa placa.

Carl Sagan ficou totalmente entusiasmado com a ideia de enviar uma mensagem através da sonda espacial Pioneer. Para melhorar a situação, a NASA concordou com a história e deu-lhe um prazo de três semanas para preparar uma mensagem. Na foto aparece o próprio Carl Sagan segurando a icônica Placa Pioneer.
Ambas as placas foram fabricadas na empresa Precision Engravers, que existe até hoje, na cidade de San Carlos, Califórnia. Na página principal do site da empresa é possível ver o orgulho que eles têm sobre essa placa
Enfim, a primeira placa foi lançada com juntamente com a Pioneer 10, em 3 de março de 1972, e a segunda foi lançada no ano seguinte com a Pioneer 11, em 6 de abril de 1973. Aproveite e conheça as especificações físicas da chamada "Placa Pioneer":
  • Material: Alumínio 6061 T6 anodizado a ouro
  • Largura: 22,86 cm
  • Altura: 15,24 cm
  • Espessura: 1,27 mm
  • Profundidade média da gravação: 0,381 milímetros (381 µm)
  • Massa: Aproximadamente 120 gramas.
Localização da placa na sonda espacial Pioneer 10
Interessante, não é mesmo? Agora, que tal conhecermos um pouco sobre os símbolos presentes nessa placa? É justamente sobre isso que vocês confererem a partir de agora!

Os Simbolismos Presentes na Placa Pioneer


Evidentemente, não poderíamos nos esquecer ou deixar de lado os simbolismos que foram acrescentados na placa Pioneer. Afinal de contas, se algum extraterrestre visse a placa, a mesma teria que conter símbolos que, ao menos nossa visão universal, fossem facilmente interpretados para que outros seres inteligentes soubessem da nossa existência em algum ponto do imenso e descomunal Universo observável.

Para vocês terem uma ideia, atualmente existem apenas três placas "Pioneer" no universo, duas das quais estão a bilhões de quilômetros de distância do nosso planeta, enquanto a terceira está no Museu do Ar e do Espaço do Instituto Smithsoniano, nos Estados Unidos
Vamos aos elementos!

A Transição Hiperfina do Hidrogênio Neutro


No canto superior esquerdo da placa está uma representação esquemática da transição hiperfina do hidrogênio, que é o elemento mais abundante no Universo. A transição "spin flip" do elétron de um átomo de hidrogênio tem uma frequência de cerca de cerca de 1420.405 MHz, o que corresponde a um período de 0.704 ns (a famosa linha de frequência do hidrogênio, que muitos acreditam que uma civilização extraterrestre inteligente se comunicaria por meio dela, lembram disso?).

No canto superior esquerdo da placa está uma representação esquemática da transição hiperfina do hidrogênio, que é o elemento mais abundante no Universo. A transição "spin flip" do elétron de um átomo de hidrogênio tem uma frequência de cerca de cerca de 1420.405 MHz, o que corresponde a um período de 0.704 ns
A luz nessa frequência tem um comprimento de onda no vácuo de 21.106 cm (sendo também a distância que a luz viaja nesse período de tempo). Logo abaixo do símbolo, a pequena linha vertical representando o dígito binário 1, especifica uma unidade de comprimento (21 cm), bem como uma unidade de tempo (0,7 ns). Ambas as unidades são utilizadas como medições nos outros símbolos.

As Imagens de um Homem e uma Mulher


No lado direito da placa, um homem e uma mulher são mostrados a frente da silhueta da sonda espacial Pioneer. Entre os colchetes que indicam a altura da mulher, a representação binária do número 8 pode ser vista (1000, com um pequeno defeito no primeiro zero). Em unidades de comprimento de onda da transição hiperfina do hidrogênio, isso significa 8 × 21 cm = 168 cm.

A mão direita levantada do homem seria uma espécie de sinal de "benevolência" (o famoso "somos pacíficos"). Embora esse gesto talvez não seja muito bem compreendido, o mesmo oferece uma forma de mostrar o polegar oponível e como os membros podem ser movidos. Originalmente, Carl Sagan pretendia que os seres humanos fossem mostrados de mãos dadas, mas logo perceberam que um extraterrestre poderia percebê-los como uma única criatura em vez de dois organismos. Aliás, os desenho originais das imagens basearam-se em desenhos de Leonardo da Vinci e esculturas gregas.

Originalmente, Carl Sagan pretendia que os seres humanos fossem mostrados de mãos dadas, mas logo perceberam que um extraterrestre poderia percebê-los como uma única criatura em vez de dois organismos. Aliás, os desenho originais das imagens basearam-se em desenhos de Leonardo da Vinci e esculturas gregas.
Pode-se notar que a genitália da mulher não foi retratada com fidelidade, apenas o chamado "Mons pubis" (a parte frontal mais "volumosa" por assim dizer) é mostrado. Nesse sentido, Carl Sagan alegou que, por ter pouquíssimo tempo para se trabalhar, acreditava que a NASA poderia rejeitar um desenho mais complexo e, portanto "harmonizou" o desenho para evitar problemas. Carl Sagan também disse que a decisão de não incluir a linha vertical sobre a genitália da mulher (chamada de "fenda pudenda"), que seria causada pela interseção dos grandes lábios era devido a duas razões principais:
  1. As esculturas gregas das mulheres não incluíam essa linha;
  2. Carl Sagan acreditava que um desenho com uma descrição explícita da genitália da mulher seria considerado obsceno demais para ser aprovado pela NASA. No entanto, de acordo com as memórias de Robert S. Kraemer (ex-engenheiro aeroespacial da NASA), o desenho original que foi apresentado à agência espacial norte-americana incluía essa tal linha, que teria sido apagada como uma condição para a aprovação do projeto por John Naugle, ex-chefe do Escritório de Ciência Espacial da NASA.

A Posição Relativa do Sol Considerando o Centro da Galáxia e 14 pulsares


O padrão radial à esquerda da placa mostra 15 linhas emanando da mesma origem. Quatorze das linhas têm números binários longos correspondentes, que representam os períodos de pulsares, usando a frequência de transição de "spin flip" do hidrogênio como unidade. Uma vez que esses períodos vão acabar mudando ao longo do tempo, a data aproximada do lançamento poderia ser muito bem calculada a partir desses valores.

Os comprimentos das linhas mostram as distâncias relativas dos pulsares em relação ao nosso Sol. Uma marca no final de cada linha dá a "coordenada Z perpendicular" ao plano galáctico. Se a placa for encontrada, apenas alguns dos pulsares podem ser visíveis a partir do local de sua descoberta. Mostrando a localização de até 14 pulsares acabaria fornecendo uma certa redundância para que a localização da origem possa então ser triangulada, mesmo que apenas alguns dos pulsares fossem reconhecidos.

O padrão radial à esquerda da placa mostra 15 linhas emanando da mesma origem. Quatorze das linhas têm números binários longos correspondentes, que representam os períodos de pulsares, usando a frequência de transição de "spin flip" do hidrogênio como unidade. A décima quinta linha da placa, aquela que se estende até a extrema direita, atrás das imagens humanas, indica a distância relativa do Sol considerando o centro da nossa galáxia.
Apenas para fins de curiosidade (não há necessidade de queimar os seus neurônios com isso), a informação de um dos pulsares, no entanto, é imprecisa. Quando a placa foi projetada, a frequência do pulsar "1240" (agora conhecido como J1243-6423) era conhecida por apenas três dígitos decimais significativos: 0,388 segundo. O mapa lista o período desse pulsar em binário, para uma precisão muito maior: 100000110110010110001001111000. Se isso fosse arredondado em cerca de 10 bits significativos (100000110100000000000000000000) geraria uma pista sobre essa incerteza. Esse pulsar é representado pela longa linha apontando para baixo e inclinada para a direita.

A décima quinta linha da placa, aquela que se estende até a extrema direita, atrás das imagens humanas, indica a distância relativa do Sol considerando o centro da nossa galáxia. Outro ponto que vale a pena ser destacado é que tanto o mapa dos pulsares quanto o diagrama dos átomos de hidrogênio foram compartilhados no chamado "Disco de Ouro da Voyager".

O Sistema Solar


Na parte inferior da placa existe um diagrama esquemático do Sistema Solar. Uma pequena imagem da sonda espacial é mostrada, e a trajetória mostra o caminho percorrido até Júpiter, e de lá se encaminhando para sair do Sistema Solar. Aqui reside um detalhe curioso: ambas as sondas possuem placas idênticas. Lembram disso? No entanto, após o lançamento a Pioneer 11 foi redirecionada para Saturno e de lá partiu para os confins do espaço. Assim sendo, a placa da Pioneer 11 é um tanto quanto imprecisa nesse aspecto. Além disso, o sobrevoo de Saturno pela Pioneer 11 também teria uma grande influência em sua direção e destino em comparação com a Pioneer 10, mas isso não foi descrito nas placas.

Qual a importância disso? Bem, os anéis de Saturno, por exemplo, poderiam fornecer uma dica a mais para identificar o nosso Sistema Solar. Os anéis em torno de planetas como Júpiter, Urano e Netuno eram desconhecidos quando a placa foi projetada. No entanto, ao contrário de Saturno, os sistemas de anéis nesses planetas não são tão facilmente visíveis e aparentes.

Na parte inferior da placa existe um diagrama esquemático do Sistema Solar. Uma pequena imagem da sonda espacial é mostrada, e a trajetória mostra o caminho percorrido até Júpiter, e de lá se encaminhando para sair do Sistema Solar
Curiosamente, Plutão ainda era considerado um planeta, quando a placa foi projetada. Em 2006, a União Astronômica Mundial (IAU, na sigla em inglês) reclassificou Plutão como um planeta anão e, em seguida, em 2008, como um "plutoide". Outros grandes corpos classificados como planetas anões, como por exemplo Eris, não foram retratados, uma vez que eram desconhecidos no momento em que a placa foi produzida.

Os números binários acima e abaixo dos planetas mostram a distância relativa ao Sol. A unidade é 1/10 da órbita de Mercúrio. Em vez do familiar "1" e "0", "I" e "-" foram utilizados.

A Silhueta da Sonda Espacial Pioneer


Atrás das figuras dos seres humanos, a silhueta da nave espacial Pioneer é mostrada na mesma escala de modo que o tamanho dos seres humanos pode ser deduzido ao medir a sonda espacial.

Atrás das figuras dos seres humanos, a silhueta da nave espacial Pioneer é mostrada na mesma escala de modo que o tamanho dos seres humanos pode ser deduzido ao medir a sonda espacial.
Assim como qualquer outro projeto artístico e ainda mais envolvendo o espaço, a placa Pioneer recebeu inúmeras críticas e não foi tão bem recebida assim na imprensa norte-americana.

As Críticas Feitas em Relação a Placa Pioneer: Uma Simples Placa, Grandes Confusões


Uma das partes do diagrama que está entre as mais fáceis para que os seres humanos compreendam o seu significado poderia ser uma das mais difíceis para que os extraterrestres compreendessem: a seta que mostra a trajetória de Pioneer. Um artigo da revista "Scientific American" teria criticado a utilização de uma seta, visto que as as setas são um artefato de sociedades caçadoras-coletoras assim como na Terra. Assim sendo, os extraterrestres que tivessem uma herança cultural diferente da nossa poderiam achar o símbolo da seta sem nenhum sentido. Além disso, um crítico de arte, e também ativista de alguns movimentos sociais, tal como o feminismo, chamado Craig Owens, criticou a escolha do homem em fazer o gesto com a mão para cumprimentar os extraterrestres, enquanto a mulher no diagrama possui suas mãos abaixadas. Evidentemente, as feministas também se opuseram a essa escolha pelo mesmo motivo.

Carl Sagan lamentou que as imagens da arte final tivesse falhado no aspecto "panracial". Embora essa fosse a intenção, as imagens finais aparentavam ser caucasianas. No desenho original, o homem foi desenhado com um corte de cabelo "afro", de modo que um traço físico africano adicional fosse incluído no homem para fazer com as imagens parecem mais panraciais, mas esse detalhe acabou sendo alterado na arte final. Além disso, Carl Sagan disse que Linda pretendia retratar tanto o homem quanto a mulher como tendo cabelo castanho. Porém, uma vez que o cabelo foi apenas delineado isso fez com que o mesmo aparentasse ser loiro. Outras pessoas acabaram tendo interpretações diferentes da raça de pessoas descritas pelas imagens. Os brancos, os negros e os asiáticos tiveram a tendência em acreditar que as figuras se assemelhavam ao seu próprio grupo racial. Portanto, embora algumas pessoas estivessem orgulhosas de que sua raça tivesse sido selecionada para representar toda a humanidade, outras consideravam as figuras "terrivelmente racistas" pela "aparentemente flagrante exclusão" de outras raças. Quanta confusão!

Linda Sagan (à direita) conversando com o diretor Franz Josef Holzer (à esquerda) para fazer parte de uma série da BBC chamada "The Beauty of Diagrams" sobre seu trabalho na placa Pioneer. Esse encontro aconteceu em 2010. Linda Sagan atualmente possui 76 anos, mas seu ex-marido, Carl Sagan já faleceu há algum tempo, no ano de 1996, aos 62 anos.
Linda Sagan decidiu criar as imagens estando nuas para resolver o problema sobre o tipo de roupa que deveriam usar para representar toda a humanidade e tornar as imagens mais anatomicamente educativas para ps extraterrestres, mas a sua nudez foi vista como obscena pela mídia americana. De acordo com o astrônomo Frank Drake, houve muitas reações negativas à placa, porque os seres humanos foram exibidos nus.

Para vocês terem uma ideia, quando as imagens do desenho final foram publicadas em jornais norte-americanos, um jornal acabou publicando uma imagem, na qual a genitália do homem havia sido removida, e um outro jornal publicou outra imagem, na qual a genitália do homem e os mamilos da mulher tinham sido removidos. Parece surreal, não é mesmo? A história chegou ao ponto que uma pessoa escreveu uma carta em tom agressivo para um jornal dizendo que as imagens eram totalmente obscenas. Por outro lado, em uma carta enviada a esse mesmo jornal, uma pessoa criticava a postura de outras pessoas, que achavam as representações humanas obscenas.

A Campanha Promovida Pelo Designer "Duane King", no Site KickStarter


No dia 17 de maio, o designer norte-americano Duane King, morador de Portland, no estado do Oregon, criou uma campanha no "KickStarter", um site de financiamento coletivo para projetos criativos, com uma proposta bem ousada e interessante: fornecer aos seus colaboradores uma réplica idêntica, gravada pela mesma empresa, manualmente pela mesma pessoa que a fabricou, e da mesma forma que a original, além de uma reedição, que seria gravada a laser. Só ficou faltando ser assinada pela Linda Sagan, porque isso com certeza seria mais do que épico.

De qualquer forma, assista um vídeo de apresentação do projeto que foi publicado em um canal de terceiros, no Daily Motion (em inglês, mas vamos explicar os principais pontos do projeto a seguir):



Inicialmente, Duane disse que no dia 3 de março de 1972, a NASA lançou a sonda espacial Pioneer 10 para estudar nosso Sistema Solar, sendo que à bordo estava a chamada "Placa Pioneer", um dos objetos para fins de comunicação que, segundo ele, era um dos mais ambiciosos até aquele momento. Seria uma espécie de "cartão de boas-vindas galáctico", no qual qualquer vida extraterrestre viria até nós por meio dessa placa.

Para vocês terem uma ideia, atualmente existem apenas três placas no universo, duas das quais estão a bilhões de quilômetros de distância do nosso planeta, enquanto a terceira está no Museu do Ar e do Espaço do Instituto Smithsoniano, em Washington, D.C., nos Estados Unidos. Algo bem raro, não é mesmo?

Foto da réplica da sonda espacial Pioneer 10 no Museu do Ar e do Espaço do Instituto Smithsoniano,
em Washington, D.C., nos Estados Unidos
"Esse será o mais antigo artefato da humanidade. Isso porque daqui um bilhão de anos, o processo responsável pela formação de montanhas e a erosão terá destruído tudo na Terra, mas essa placa permanecerá intacta", disse Carl Sagan, naquela época.

Duane King se definiu no texto publicado no KickStarter como um diretor criativo e designer obcecado pelo espaço sideral e a exploração galáctica. Tudo isso teria começado ainda na sua infância, quando ele desenhou uma espaçonave enquanto assistia ao programa de TV chamado "Cosmos: A Personal Voyage", apresentado por Carl Sagan. Logo, teria crescido uma paixão que continuou até os dias de hoje, inclusive colecionando diversos objetos relacionados ao espaço ao longo do tempo.

Tudo isso teria começado ainda na sua infância, quando ele desenhou uma espaçonave enquanto assistia ao programa de TV chamado "Cosmos: A Personal Voyage", apresentado por Carl Sagan
Entretanto, nenhum deles chamou mais a sua atenção do que a "Placa Pioneer". Seu interesse aumentou ainda mais ao assistir um determinado documentário, onde ele vislumbrou as mãos do artesão fabricando-as e, de repente, ele notou que poderia encontrar o responsável: Ponciano Barbosa, da empresa Precision Engravers, que também ficou muito animado com o projeto de Duane King. Diga-se de passagem, Ponciano foi o responsável por fabricar as placas em 1972. Incrível, não é mesmo?

O interesse de Duane King aumentou ainda mais ao assistir um determinado documentário,
onde ele vislumbrou as mãos do artesão fabricando-as.
Então, ele notou que poderia encontrar o responsável: Ponciano Barbosa, da empresa Precision Engravers, que também ficou muito animado com o projeto de Duane King. Diga-se de passagem, Ponciano foi o responsável por fabricar as placas em 1972.
Após fazer um protótipo para si mesmo, Duane King ficou impressionado pelo fato de haver apenas três placas daquelas em todo o Universo. E, então, havia aquela que ele segurava em suas mãos. Teria sido algo incrível e mágico, e que ele queria compartilhar isso com as pessoas. Assim sendo, em comemoração do 45º aniversário do lançamento da sonda espacial Pioneer 10, ele decidiu criar uma campanha de financiamento coletivo e oferecer uma reprodução historicamente precisa da placa.

Nessa campanha ele ofertou cerca de 200 réplicas da placa, manualmente gravadas pelo Ponciano, a partir do projeto original de 1972. Além disso, ele também ofertou uma espécie de reedição, gravada a laser de forma automática por máquina, ou seja, uma placa que não será feita pelas mãos de Ponciano Barbosa, mas usando o mesmo material e características da placa original.

Nessa campanha ele ofertou cerca de 200 réplicas da placa, manualmente gravadas pelo Ponciano,
a partir do projeto original de 1972
Tanto a réplica quanto a reedição serão enviadas embrulhadas em um lindo papel de tecido, referente ao desenho técnico da Pioneer 10. Cada placa também será enviada em uma magnífica caixa de papel estampada com o diagrama dourado da Pioneer na parte externa, juntamente com as datas de lançamento e as localizações da Pioneer 10 e 11 no interior.

Tanto a réplica quanto a reedição serão enviadas embrulhadas em um lindo papel de tecido,
referente ao desenho técnico da Pioneer 10
Cada placa também será enviada em uma magnífica caixa de papel estampada com o diagrama dourado da Pioneer na parte externa, juntamente com as datas de lançamento e as localizações da Pioneer 10 e 11 no interior
Mais detalhes do diagrama dourado da Pioneer na parte externa
Em relação as réplicas, Duane disse que incluirá selos "Pioneer Júpiter" descontinuados dentro de cada pacote, e um certificado de autenticidade numerado (essa parte não vale para as reedições)! No geral, a embalagem seria perfeita para armazenamento ou exibição.

Em relação as réplicas, Duane disse que incluirá selos "Pioneer Júpiter" descontinuados dentro de cada pacote, e um certificado de autenticidade numerado (essa parte não vale para as reedições)! No geral, a embalagem seria perfeita para armazenamento ou exibição
Bem, se você ficou empolgado com a réplica exata e fiel da placa gravada pelas mesmas mãos, que originalmente criaram as três placas Pioneer em 1972, preciso jogar um balde de água fria em você, visto que as 200 placas disponíveis a um custo de US$ 399 + frete (cerca de US$ 30 para o Brasil, e impostos que poderiam ser cobrados em nossa alfândega) esgotaram em pouquíssimo tempo. Se fôssemos converter isso em reais, o valor base seria em torno de R$ 1.400,00!

Aliás, mais de 1.000 pessoas já pagaram pela versão a laser, a custo de US$ 99 + frete (também (cerca de US$ 30 para o Brasil), o que resulta em aproximadamente R$ 420,00! A campanha tinha como meta arrecadar cerca de US$ 70.000 dólares (cerca de R$ 230.000), mas em 9 dias já arrecadou mais de US$ 200.000! (mais de R$ 650.000) Para vocês terem uma ideia, de ontem (25) para hoje (26), mais de 400 pessoas compraram a edição gravada a laser e a quantia arrecadada subiu cerca da US$ 30.000! Isso é algo totalmente sensacional.

Imagens da réplica (à esquerda) e da reedição gravada a laser (à direita)
Curiosamente, essa mesma placa é vendida pelo próprio site da Precision Engravers a um custo de US$ 135 (incluindo frete para os Estados Unidos, mas não é mencionado que envia para o Brasil), algo que resulta em aproximadamente R$ 440,00. Porém, de acordo com Duane King, a placa que está disponível para compra na Precision Engravers não é historicamente precisa, uma vez que é feita de latão e montada em madeira de cerejeira. Seria comparável à reedição gravada a laser, porém a reedição oferecida por Duane teria as mesmas características e materiais envolvidos, apenas não seria gravada manualmente pelo Ponciano. Confira mais detalhes aqui: https://www.kickstarter.com/projects/duaneking/pioneer-plaque-a-message-from-earth/description

De qualquer forma, os interessados de qualquer país do mundo ainda podem comprar a placa que será gravada a laser até o dia 16 de junho (apesar de poder ser encerrada antes), quando a campanha será definitivamente encerrada. As placas serão devem começar a ser enviadas no mês de setembro desse ano (podendo ocorrer atrasos devido ao volume de vendas). Agora, você tiver esse dinheiro e coragem para encarar eventuais impostos que possam se cobrados em nossa alfândega, corre que ainda dá tempo para adquirir a sua reedição, que não será fabricada pelo Ponciano, mas com certeza será uma excelente recordação. Entre também em contato com o Duane para saber maiores detalhes.

Por fim, é interessante destacar que essa campanha do Duane King provavelmente foi inspirada em uma outra que ocorreu no início do ano, e que simplesmente oferecia uma espécie de réplica do "Disco de Ouro da Voyager", também pelo Kickstarter, em comemoração ao 40º aniversário do disco, pela empresa Ozma Records. O custo dessa edição especial era de US$ 98 (cerca de R$ 320,00) e a campanha pretendia arrecadar US$ 70.000, porém o sucesso foi tanto que mais de 10.000 edições foram vendidas e o total arrecadado foi de US$ 1.363.037 (cerca de R$ 4,5 milhões)!

Por fim, é interessante destacar que essa campanha do Duane King provavelmente foi inspirada em uma outra que ocorreu no início do ano, e que simplesmente oferecia a réplica do "Disco de Ouro da Voyager", também pelo Kickstarter, em comemoração ao 40º aniversário do disco, pela empresa Ozma Records
Vale ressaltar que a placa da Pioneer também inspirou a criação desse disco que foi à bordo das sondas espaciais Voyager 1 e 2, da NASA, e que talvez tenha ficado mais famoso que a própria placa. A grande verdade, no entanto, é que as placas Pioneer ainda permanecem sendo as únicas representações puramente visuais da humanidade, que saíram do nosso Sistema Solar e que estão vagando por aí, esperando ser encontradas por uma civilização que entenda onde estamos e que, ao chegar, terá a missão mais difícil de todas, entender a mente humana.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://www.popularmechanics.com/space/a26602/kickstarter-recreates-sagans-famous-gold-plaque/
http://www.precision-engravers.com/
http://www.scientificamerican.com/article/kickstarter-project-seeks-to-resurrect-pioneer-plaques/
http://www.smithsonianmag.com/smart-news/original-engraver-reproducing-replicas-iconic-pioneer-10-plaque-180963363/
http://www.space.com/36876-pioneer-plaque-replica-kickstarter.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Pioneer_plaque
https://www.instagram.com/duaneking/
https://www.kickstarter.com/projects/duaneking/pioneer-plaque-a-message-from-earth
https://www.kickstarter.com/projects/ozmarecords/voyager-golden-record-40th-anniversary-edition
https://www.seeker.com/space/pioneer-plaque-replica-shows-humanitys-first-spacecraft-flown-message-to-aliens
https://www.seeker.com/voyager-golden-record-kickstarter-nasa-mission-ozma-records-2258763209.html

Rancho Skinwalker: OVNIs, Fantasmas, Portais, Criaturas Desconhecidas, etc. Tudo num mesmo local!

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Portais, OVNIs, Criaturas Misteriosas, Orbs, Fantasmas. Esses são alguns dos acontecimentos registrados no Rancho Skinwalker. Localizado nos EUA, é uma propriedade particular muito bem protegida, que guarda muitos segredos. Robert Bigelow, um bilionário que trabalha fornecendo módulos da Estação Espacial Internacional para a NASA, durante 8 anos estudou o local. Que segredos o Rancho Skinwalker e Robert Bigelow escondem?

AssombradOs, hoje trago para vocês um tema bastante pedido: Rancho Skinwalker. Localizado nos Estados Unidos, é segundo muitos, um dos locais mais sobrenaturais do planeta. No rancho já foram registrados OVNIs, Portais, Estranhos Seres Semelhantes ao Pé-Grande, Grandes Lobos Negros, Orbes entre outras coisas. É uma propriedade particular que tem um forte esquema de segurança. Seu ex-dono, Robert Bigelow, criou uma empresa que funcionou durante 8 anos no local na tentativa de descobrir os mistérios do local. Bilionário do setor hoteleiro, fundou a Bigelow Aerospace, que atualmente fornece módulos para a ISS e pretende lançar sua própria estação espacial no futuro... Vamos saber mais do assunto.

Por Mateus Fornazari e Marco Faustino

Localização

O Rancho Skinwalker é uma propriedade particular localizada no Condado de Uintah, no estado norte-americano de Utah. O rancho cobre uma extensão de 480 hectares (cerca de 4.800.000 de m²), e está relativamente próximo das cidades de Roosevelt e Vernal, no mesmo estado. Seu nome provém do "skinwalker", um ser sobrenatural pertencente ao folclore da mitologia Ute. O rancho também é conhecido pelo nome de "Rancho Sherman".

A única estrada corta o local, fornecendo acesso de ambos os lados, é fortemente protegida, com barreiras de concreto colocadas na estrada, grandes portões e muitos avisos, dizendo que a propriedade é particular. Câmeras de monitoramento estão espalhadas pelo local e, evidentemente, existe segurança 24 horas, além de detectores de movimento. Dizem, inclusive, uma barreira eletromagnética que afetas as pessoas que tentam entrar no local.

O rancho é conhecido mundialmente por contos de atividades paranormais, algumas vezes ilustrativas, desde meados do século XIX até os dias de hoje. E isso atraiu a atenção de milhares pessoas, que vão até o local tentando testemunhar alguma coisa inexplicável. Então, vamos conhecer a história do local.



A Maldição Indígena dos Navajos

O rancho é cercado pela reserva indígena de Uintah e de Ouray, sendo que grupos da tribo de Ute viveram na região por séculos antes da chegada dos pioneiros em meados do século XIX.

De acordo com Joseph "Junior" Hicks, um professor de ciência aposentado de Roosevelt, de 89 anos, considerado um especialista em avistamentos regionais de OVNIs, ocorrências inexplicáveis e história local, os Utes lutaram para expulsar os Navajos da bacia pouco antes da chegada dos colonos brancos. Os Navajos eventualmente deixaram a bacia e principal atividade de caça para os Utes, mas rogaram sobre eles uma maldição de um espírito que pudesse tomar a forma de um lobo humano ou, como alguns dizem, de algum animal.

"Os Navajos perderam e eles, por sua vez, amaldiçoaram os Utes com o 'skinwalker', que é dito ser uma pessoa espiritual, que se transforma em um lobo, e que permaneceria aqui para incomodá-los. Eles acabaram aceitando isso. E, então, o skinwalker aparenta estar naquele cume, que eles agora chamam de 'Cume do Skinwalker'", disse Joseph Hicks. O chamado "Skinwalker Ridge" ("Cume do Skinwalker", em português) como é informalmente conhecido, aparece ao norte das pastagens do rancho. Seu cume faz parte do rancho.

"Eles (os Utes) sequer chegam perto ou tentam se aproximar dele. Eles o veem se movendo ao redor do cume. Eles não sabem se ele tem uma casa ou algo assim, mas frequentemente ele está por lá. Então, eles se mantêm afastados e muitas pessoas não querem se meter nisso", completou.

Nesse ponto é interessante destacar que o chamado "skinwalker" dos Navajos é uma lenda. Porém, essa é uma história um pouco complexa e ao mesmo tempo aterrorizante, repleta de mistério e intenções malignas. Muitos navajos acreditam firmemente na existência de "skinwalkers" e se recusam a discuti-los publicamente por medo de retaliação. Eles acreditam que "skinwalkers" andam livremente no meio da tribo e secretamente se transformam no cair da noite.

De acordo com a lenda Navajo, um "skinwalker" ("andarilho de pele", literalmente traduzido para o português) é um curandeiro(a) ou bruxo(a), que atingiu o mais alto nível de sacerdócio na tribo, mas optou por usar o seu poder para o mal, tomando a forma de um animal para infligir dor e sofrimento sobre os outros. Para se tornar um "skinwalker" requer o que é considerado o mais vil de todos os atos: o assassinato de um membro próximo de sua própria família. Porém, existe pouca evidência que corrobore em relação a esse aspecto. Há quem diga, por exemplo, que não importa quem seja a pessoa. Uma vez que isso é algo pouco comentado pelos Navajos, e que não é um "skinwalker", não sabe exatamente o processo de se tornar um, é difícil saber a realidade por trás da lenda. O interessante, no entanto, é que essa matança por poder geralmente vem de pessoas que alegam ter se recusado a serem iniciados no ritual. Contudo, para cada história de um "skinwalker" matando alguém, há mais cinco histórias de um ser humano normal atirando em um "skinwalker" em sua forma de predador, e se deparando com um vizinho morto ou ferido na manhã seguinte.

De qualquer forma, eles literalmente se tornariam seres humanos, que adquiriram imenso poder sobrenatural, incluindo a capacidade de se transformar em animais e outras pessoas. De acordo com a lenda do skinwalker Navajo, esses(as) bruxos(as) maléficos(os) são tipicamente vistos(as) na forma de um coiote, coruja, raposa, lobo ou corvo, embora eles(as) tenham a capacidade de se transformar em qualquer animal que escolherem. Uma vez que se acredita que os skinwalkers vestem as peles dos animais que eles se transformam, é considerando um tabu usar a pele de quaisquer animais. Na verdade, os navajos são conhecidos por usar apenas duas peles: pele de carneiro (basicamente a lã) e a pele de cervo macho (uma espécie de couro com textura de camurça), sendo que ambas são usadas apenas para fins cerimoniais.

Aqueles que falaram de seus encontros com esses seres malignos descrevem inúmeras formas pelas quais um "skinwalker" tentará infligir dano. Alguns citam que escutam batidas nas janelas ou então fortes batidas nas paredes. Outros viram uma figura de um animal, que olha através de uma janela. De acordo com a lenda do "skinwalker" Navajo, eles raramente são pegos. Aqueles que seguem de perto um "skinwalker" e acabam descobrindo sua verdadeira identidade devem pronunciar seu nome maligno na íntegra. Uma vez que isso acontece, o "skinwalker" vai ficar doente ou morrer devido as maldades que infligiu aos outros.

O mais importante a se destacar é que um "skinwalker"é um ser humano, sendo que os próprios seres humanos foram os responsáveis pelas grandes atrocidades cometidas ao redor do mundo e ao longo da história, seja por poder ou vingança. Aliás, ao contrários de criaturas bestiais, assim como o lobisomem, o "skinwalker" não perde o controle de seu corpo ou da sua mente, ou seja, sabe exatamente o que está fazendo, uma vez, conforme mencionamos anteriormente, ele não passaria de um "ser humano com poderes sobrenaturais". Os efeitos de suas maldições, até onde se tem informação, raramente são fatais e incluiriam dores ou alucinações.

Algumas versões do "skinwalker" norte-americano também são encontradas na maioria das culturas dos nativos norte-americanos, embora seja mais predominante em relação aos Navajos. Por outro lado isso não se limita apenas os Estados Unidos. Seres humanos que podem supostamente trocar de aparência são comuns na mitologia de quase todas as culturas ao redor do mundo. Na verdade, podemos até mesmo rastrear esse comportamento através das primeiras civilizações humanas que foram para a América do Norte pelo Estreito de Bering, começando com o "Wendigo", das tribos do norte. A tradição Navajo foi herdada dos Anasazi, que engloba as tribos pré-históricas de nativos-americanos. A partir disso podemos acompanhar as histórias indo mais para o sul, e gradualmente tomando conta de todo o continente. O Nagual dos Astecas (onde hoje é o México), o Jaguar dos Olmecas, o Huay Chivo e o Wayob dos Maias e todo um extenso caminho até o Chonchon, que é comum no folclore chileno e argentino. A lista de seres que teriam capacidade de se transformar da Europa, Ásia e África (considerando apenas o folclore, e até mesmo omitindo a eventual ficção) daria uma verdadeira uma enciclopédia.

A maioria das histórias do "skinwalker" dos Navajos atualmente carregam um toque moderno, tal como as diversas maneiras que os "skinwalkers" poderiam ou não poderiam ser morto com balas. Talvez isso seja simplesmente devido ao fato, que essas histórias não tinham sido traduzidas para o inglês até o momento que a cultura europeia começou a se misturar com a dos nativos americanos, e introduziu elementos como armas, balas, e cavalos. As histórias dos skinwalkers geralmente retratam estranhas criaturas metade-humanas perseguindo carros e aterrorizando os inocentes a pé. Existem diversas histórias sobre isso, mas vamos pular essa parte.

Um dos portões de acesso ao Rancho Skinwalker com avisos de que é uma propriedade privada.


Os Sherman/Gorman Compram o Rancho

O chamado "Rancho Skinwalker" foi criado em 1905 pela família Myers, que construiu pequenas habitações no canto noroeste da propriedade, no sopé do Cume Skinwalker, à beira dos campos de plantio, que existem até hoje. A casa original foi abandonada depois que a família se mudou para uma casa na parte leste do rancho. A família não relatou nenhuma ocorrência estranha, mas vizinhos teriam vivenciado acontecimentos estranhos.

A propriedade foi mudando de dono durante as décadas seguintes, até que uma família, os Sherman (ou Gorman) compraram e se mudaram para o local em 1994. A família era composta por "pai, mãe e dois filhos", e tinha quase uma década que ninguém morava no local. O objetivo da família era bem mundano: criar gado híbrido. Vale lembrar que o cruzamento, sistema de acasalamento em que animais de raças diferentes são utilizados para se obter uma maior produtividade na habilidade de produzir-se carne (ou outra característica de interesse), é uma das principais maneiras de aumentar rapidamente a produção pecuária.

De cara, eles "ficaram curiosos sobre a impressionante quantidade de trancas que cobriam as portas e janelas da casa principal. Havia trancas em ambos os lados das portas e até mesmo nos armários da cozinha. E, nas duas extremidades da casa, pinos de ferros e correntes pesadas tinham sido instaladas. A família Sherman acreditava que os antigos moradores tinham colocado cães de guarda na parte da frente e nos fundos da casa, mas não tinham ideia do porquê."

Logo eles descobriram o porque de tantas trancas...

Moradias dentro do Rancho Skinwalker

O Encontro com o "Lobo Negro"


O primeiro encontro incomum dos Gorman, que teria ocorrido nos primeiros dias no rancho, teria sido com um animal que parecia ser um grande lobo. Segundo contam, o animal não teria sido agressivo com a família dos Gorman, mas quando o lobo tentou capturar um bezerro, o senhor Gorman teria disparado com uma arma de fogo contra a criatura. Os disparos não teriam causado efeitos notáveis na criatura, mas finalmente terminou por abandonar o rancho. Posteriormente, Gorman teria encontrado um pedaço de carne do animal que cheirava a enxofre e a carne podre.

O local é fortemente protegido.


Outros Fenômenos Ocorridos

As atividades no Rancho Skinwalker em Utah seriam esporádicas, e teriam começado a partir da década de 1990, com períodos de maior atividade intercaladas por períodos de latência. Muitos dos fenômenos mais estranhos seriam de caráter transitório, às vezes acontecendo uma única vez, às vezes durante algumas semanas, e depois desaparecendo para sempre. Era justamente isso que tornava difícil para os pesquisadores obterem resultados ou chegar a conclusões definitivas.

- Atividade Poltergeist: Uma suposta atividade poltergeist foi relatada tanto dentro da casa dos Gorman quanto por toda a propriedade. As alegações incluíam a abertura de portas e fortes golpes nas portas se abrindo e se fechando no meio da noite.

- Teletransporte: Objetos da casa que se moviam e apareciam em locais incomuns e
contam também que quatro grandes touros teriam desaparecido da pastagem, enquanto os Gorman teriam saído para comprar alimentos, sendo que posteriormente teriam sido encontrados dentro de um reboque de um caminhão, e que estes estavam completamente misturados uns com outros, e mutilados.

- Vozes Misteriosas: Os Gorman também relataram sobre casos de estranhos sons de maquinaria pesada e vozes vindas do subsolo.

- OVNIs: Um objeto no formato de geladeira, do tamanho de um caminhão, com uma luz branca na parte dianteira e uma luz vermelha na parte de atrás, teria sido avistado pela família Gorman. O veículo teria sumido na frente de Gorman e de seu sobrinho, assim que eles se aproximaram para vê-lo. O veículo flutuou acima deles e após alguns instantes, desapareceu. O veículo teria uma certa semelhança com um "chupa-chupa", um tipo de OVNI relatado no Brasil. Um objeto preto e triangular parecido com um caça F-117 também teria sido avistado pela Sra. Gorman. O veículo teria pairado a aproximadamente seis metros acima de seu carro estacionado, pouco antes desse objeto desaparecer.

- Orbes e luzes flutuantes: No rancho avistaram objetos semelhantes a balões brilhantes de diversas cores, especificamente nas cores laranja e azul. Eles descreveram os objetos como tendo forma de bolas de basquete, e alguns transparentes contendo o que parecia ser um redemoinho líquido. Com sua mera presença, esses objetos seriam capazes de afetar a rede elétrica (em especial as luzes). Depois da visita dos balões, eles teriam encontrado cães carbonizados.

- Criaturas não Identificadas: Numerosos encontros com seres não identificados ou criaturas se comportado de modo estranho. Em alguns relatos, as criaturas eram uma reminiscência de cães ou hienas. Outras criaturas, incluindo o que parecia ser um Pé-grande e uma entidade desconhecida semitransparente, teriam sido avistadas na propriedade. Pássaros exóticos multicoloridos também foram relatados no rancho, embora este último caso possa ser explicado pela grande variedade de raras e exóticas espécies de aves que são vistas no estado de Utah.

- Mutilação de Gado: Os Gorman supostamente teriam sido testemunhas de numerosas mutilações de gado no rancho durante sua estadia. Alguns dessas características em comum incluíam: a retirada de orelhas, olhos, glândulas mamárias e genitálias do animais; rebanhos foram encontrados sem coração ou ânus, sendo que os animais foram encontrados sem sangue. Um bezerro teria sido encontrado morto, faltando 60% de sua massa corporal e sem sangue, depois de ter sido visto com vida 45 minutos antes. O abate teria ocorrido neste curto período de tempo e teriam sido retirados todos os músculos do bezerro, e não teriam sido deixados vestígios de sangue. O animal teria sido mutilado com um objeto afiado como uma grande lâmina ou rasgado por enormes dentes.

Imagem mostrando gado mutilado faltando 60% de sua massa corporal e sem sangue, depois de ter sido visto com vida 45 minutos antes.
Um Jornalista Revela o Local para o Mundo

Distúrbios estranhos em sua casa deixaram a família sem lugar seguro para morar, e todos dormiram juntos, amontoados no chão de um quarto. A gota d'água foi quando Terry Sherman enviou três cães para perseguir esferas azuis brilhantes. Os cães desapareceram na floresta durante a perseguição as esferas do tamanho de uma bola de baseball. Em um determinado momento, cada um deles grunhiu alto, seguido de um completo silêncio. No dia seguinte, tudo o que foi encontrado na floresta foi o solo queimado, e três pedaços carne e pelo queimados.

Zack Van Eyck publicou um artigo no dia 30 de junho de 1996 no jornal Deseret News. Foi a primeira vez que os fenômenos ocorridos no Rancho Skinwalker foram revelados para o mundo. Os Sherman finalmente tinham colocado a fazenda para vender naquele mesmo ano.

O jornalista Azck Van Eyck publicou uma reportagem em 1996 que revelou o misterioso local para o mundo.


Robert Bigelow Compra o Rancho

Enquanto isso, um bilionário do ramo hoteleiro Robert Bigelow apaixonado por mistérios e principalmente ufologia, criou em 1995 o National Institute for Discovery Science (Instituto Nacional para a Ciência da Descoberta) (NIDS), cuja missão era investigar cientificamente fenômenos sobrenaturais. Então, certo dia, Robert Bigelow leu o artigo de Zack sobre o Rancho Skinwalker e ficou impressionado. Era o que ele precisava para seus estudos. Não pensou duas vezes: comprou o local para pesquisar as histórias por cerca de US$ 200.000 (na época esse valor tinha um poder aquisitivo bem maior).

Ele convenceu os Sherman a permanecer no rancho por mais alguns anos para ajudar os pesquisadores do NIDS a observar e documentar os eventos inexplicáveis. Embora muitos pensassem que o afluxo de pesquisadores expusessem as histórias como lendas, era justamente o oposto que parecia ocorrer. Todas as descobertas, no entanto, foram mantidas em sigilo, e até hoje não se sabe o que foi realmente pesquisado e seus resultados.

É claro que muitos curiosos iam até o local na tentativa de ver algo sobrenatural. Porém, o rancho era patrulhado 24 horas por dia, 7 dias por semana, e o NIDS declarava enfaticamente que os intrusos seriam presos e processados ​​até o limite máximo da lei.

George Knapp, que em 2002 escreveu um artigo em duas partes chamado "Path of the Skinwalker", para o jornal alternativo Las Vegas Mercury, foi o único repórter autorizado por Bigelow a entrar na propriedade. Aliás, esse artigo acabou sendo o estopim para o livro "Hunt for the Skinwalker: Science Confronts the Unexplained at a Remote Ranch in Utah", publicado em 2005 e escrito com Colm A. Kelleher,  que durante oito anos, trabalhou como gerente de projeto e líder de equipe de um instituto de pesquisa privado (justamente o NIDS), usando metodologia de ciência forense para desvendar anomalias científicas.

Nesse ponto é interessante ressaltar, que George Knapp é o mesmo jornalista, que apresentou seu "vizinho" de Las Vegas, o Bob Lazar para o mundo. Para quem não sabe, o Bob Lazar ganhou fama por convencer inúmeros ufólogos, que ele teria sido um engenheiro que trabalhou para os militares na famosa "Área 51", com "engenharia reversa de naves extraterrestres". Então, George Knapp se tornou o homem perfeito para divulgar o rancho dos Sherman. Outro ponto importante é que, em mais de 15 visitas ao rancho ao longo de quase 20 anos desde a primeira vez que pisou no local, George Knapp não testemunhou nenhuma ocorrência anômala, tendo tão somente entrevistado dezenas de pessoas que teriam testemunhado tais ocorrências. Joseph Hicks também teria coletado mais de 400 relatos de OVNIs, e ocorrências inexplicáveis na bacia durante mais de meio século. Os registros de Hicks são relatados no livro "The Utah UFO Display", de Frank Salisbury.

"O objetivo não era necessariamente determinar a causa de eventos inexplicáveis, mas sim observar e documentar adequadamente os eventos. Eles não tinham quaisquer pré-concepções sobre o que estava por lá quando entraram. Na verdade, acredito que eles estavam confiantes de que seriam capazes de descobrir e explicar isso, mas não foi isso que aconteceu. Independente do que aquilo fosse, essa inteligência, interagiu com eles de diversas formas que são demonstráveis e assustadoras", disse George Knapp, acrescentando que não foi uma experiência divertida para algumas pessoas que trabalharam na NIDS.

"Muitas dessas pessoas com experiência militar prévia, que trabalhavam no setor de segurança, estiveram lá últimos sete ou oito anos e, alguns deles que não têm medo de nada, não voltariam a essa propriedade", disse George Knapp.

O bilionário do ramo hoteleiro Robert Bigelow comprou o Rancho Skinwalker para o National Institute for Discovery Science investigar os fenômenos.


Fenômenos Registrados pelo NIDS

A maioria das informações que temos sobre o que aconteceu no período em que a NIDS esteve gerenciando o local são do jornalista George Knaap e Colm Kelleher, um proeminente microbiologista e pesquisador do NIDS.

Os pesquisadores do NIDS perceberam que as ocorrências pareciam evoluir conforme eram observadas, uma espécie de "inteligência pré-cognitiva". Segundo Knapp, depois de vários meses de vigilância 24 horas por dia, um padrão alucinante começou a surgir. Os fenômenos, fossem lá o que representassem, pareciam ser capazes de antecipar os movimentos dos cientistas. Além disso, parecia que "aquilo" gostava de brincar com a família Sherman e os pesquisadores. Porém, quando o pessoal do NIDS entrou e começou a persegui-lo, tentando se envolver com ele, tentando descobrir o que era, toda a natureza da coisa mudou, ficou sórdido e, eventualmente, sombrio.

Apesar da recusa de Robert Bigelow em divulgar os registros de eventuais pesquisas ou as histórias relacionadas ao NIDS, além do que foi compartilhado nos textos de Knapp e Kelleher, o próprio jornalista George Knapp insiste até hoje que as anomalias que ocorreram no rancho foram reais, e que os relatórios do NIDS, os quais teve acesso, documentaram eventos verdadeiros.

"Foi real, conheço esses caras, são físicos com doutorado, biólogos, veterinários, ou seja, pessoas profissionais. As coisas que aconteceram lá foram reais, quer dizer, não foram fabricadas. É bem desconcertante para os rapazes do NIDS, que passaram todos esses anos tentando descobrir o que estava por trás dos fenômenos, assim como acontece com as pessoas ao assistirem esses programas malucos na televisão", disse Knapp.

Eis alguns fenômenos divulgados por ele:

- Portal: Os pesquisadores teriam chegado a testemunhar um portal que se abriu no chão, sendo que um ser saiu rastejando do mesmo e desapareceu no meio da noite. "Eles viram um brilho aparecer no solo, na região do pasto. Eles olharam mais de perto, e parecia um tubo de 1,5m de diâmetro que saía do chão. Eles viram um ser rastejando pelo tubo e, em seguida saiu, se levantou e caminhou até desaparecer", disse Joseph Hicks.

- Grandes e ferozes criaturas: Apareciam nas árvores e no chão foram observadas antes de desaparecerem sem deixar rastros, deixando apenas uma ou outra pegada, mas que nenhum especialista em rastrear animais conseguiu identificar. Algumas dessas criaturas correram em direção a vegetação, enquanto outras desapareceram diante dos olhos dos pesquisadores.

- Mutilação Animal: Segundo Knapp, as mutilações dos animais continuaram e a mutilação de um bezerro foi especialmente perturbadora e inexplicável. "Aquele incidente do bezerro aconteceu em uma manhã de domingo. Ocorreu a 50 metros da casa principal, enquanto o fazendeiro e sua esposa estavam fora da casa, colocando etiquetas nas orelhas dos bezerros recém-nascidos, e aconteceu justamente quando eles estavam no pasto. Eles deveriam ter sido capazes de ouvi-los, os cães deviam ter reagido, e como você tira 35 kg de carne sem fazer ruído ou deixar sangue espalhado pela grama? É como se tivesse sido levado pra algum lugar, feito o serviço e então voltado com a carcaça", disse George Knapp. A carne do bezerro foi completamente retirada, e suas entranhas estavam empilhadas no solo, próximo de onde se encontrava, mas não havia nenhum vestígio de sangue no animal ou no solo. Múltiplos laboratórios independentes, cujos nomes não foram citados, examinaram os restos mortais e determinaram que o animal tinha sido morto de forma cautelosa e com instrumentos precisos, o que parecia impossível uma vez que o bezerro não tinha andado nem 200 metros desde que os Sherman tinham marcado o animal cerca de 1h antes.

- Incidente do Poste: Knapp contou um incidente em que o NIDS ergueu três postes de telefone com câmeras na parte superior. Porém, a "coisa", seja lá o que fosse, subiu e arrebentou as câmeras. Arrebentou tudo. Outra câmera tinha uma visão do poste de telefone no momento em que isso aconteceu e, seja lá o que fosse, era invisível, quase em uma "declaração de que não queremos ser observados."

- Incidente dos Cachorros: O caso foi tão estranho, em comparação com outros eventos, que eles hesitaram em publicá-lo, uma vez que as pessoas pensariam que eles eram loucos, e ninguém acreditaria. Knapp e Kelleher decidiram incluir a história, porque remetia diretamente às raízes da história original do "skinwalker" dos Navajos. A história, relatada por Knapp, foi compartilhada com ele e Kelleher através de dois policiais de descendência Ute. "Eles estavam dirigindo pela estrada pavimentada, para chegar à estrada de terra que leva ao rancho. Então, eles chegaram à estrada, indo em direção ao portão de entrada do rancho. Lá, havia duas figuras em pé, paradas, e usando sobretudos. Os indivíduos estavam de costas para o carro. Era noite. Eles perceberam que as figuras usando sobretudos estavam fumando cigarros. Os policiais pararam, iluminaram seus corpos, e os indivíduos viraram de frente para os policiais, porém eles eram cachorros. Eles tinham rostos de cachorros. Os policiais olharam um para o outro em sinal de desespero e ao olharem novamente para as figuras, ambas tinham desaparecido. Eles ainda teriam encontrado as guimbas dos cigarros, mas nenhum sinal de ambos."

Os fenômenos teriam diminuído drasticamente nos anos 2000 e, em 2004, o NIDS foi fechado. Contudo, a propriedade continuou sendo de Robert Bigelow e vigiada 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Gado pastando dentro do Rancho Skinwalker

Bigelow, MUFON e a Bigelow Aerospace


Robert Bigelow é tão apaixonado por Ufologia, que em 2009 fez um acordo com a Mutual UFO Network ("Rede Mútua de Pesquisas Ufológicas", em português), também conhecida simplesmente como "MUFON", que é uma das maiores e mais antigas organizações investigativas dos Estados Unidos, sobre a questão dos OVNIs, os famosos "objetos voadores não identificados". Por aproximadamente US$ 700.000, ele teria comprado o acesso às informações, banco de dados, e até a força de trabalho, por assim dizer, de alguns investigadores da MUFON em 2009. Portanto, ele não comprou a MUFON como "organização". Só para reforçar, ele NÃO é o proprietário da MUFON.

Uma coisa muito interessante para destacar é que quem quisesse reportar avistamentos de OVNIs nos Estados Unidos, ao menos de maneira considerada "oficial", era recomendado pela FAA (Federal Aviation Administration) para falar ou se comunicar com um setor da Bigelow Aerospace, a Bigelow Aerospace Advanced Space Studies (BAASS)! Confira na Ordem 7110.65U da FAA, página 387:

a. Persons  wanting  to  report  UFO/unexplained phenomena  activity  should  contact  a  UFO/  unexplained phenomena reporting data collection center, such as Bigelow Aerospace Advanced Space Studies (BAASS)  (voice:  1−877−979−7444  or  e−mail: Reporting@baass.org), the National UFO Reporting Center, etc.

b. If  concern  is  expressed  that  life  or  property might be endangered, report the activity to the local law enforcement department. 

Além disso ele fundou a Bigelow Aerospace em 1998, e entrou no ramo bilionário da indústria aerospacial. Atualmente, ele fornece módulos para a Estação Internacional Espacial. A empresa também quer lançar sua própria estação espacial, conhecida como B330. Curiosamente, um dos logotipos da empresa é claramente o rosto de um ser extraterrestre.

Página 387 da FAA mostra que eles recomendam entrar em contato com a Bigelow caso queira reportar um avistamento de UFO


Teoria da Conspiração

Então vamos recapitular:
  • Robert Bigelow durante 8 anos fez análises científicas dos fenômenos no rancho Skinwalker e guardou todos os resultados para ele;
  • Ele teve acesso a todos os registros da MUFON e designou gente de confiança para fazer pesquisas na entidade;
  • Ele criou a Bigelow Aerospace, que fornece módulos para a ISS;
  • Tem duas estações espaciais em orbita nesse momento: Gênesis 1 e Gênesis 2
  • Se um cidadão norte-americano quiser falar sobre OVNIs existe uma espécie de "recomendação" para falar ou se comunicar com um setor da Bigelow Aerospace;
  • O logotipo universal da empresa é o rosto de um ser extraterrestre.
Hum... estranho hein... Assim sendo, muita gente criou as mais diversas teorias da conspiração, dizendo que Bigelow teria contato com os extraterrestres e teria descoberto os seus segredos. Na verdade seu módulo espacial seria uma espécie de escapatória da Terra, porque ele sabe que os alienígenas virão nos destruir.

A antiga série televisa "Conspiracy Theory" com Jesse Ventura, que era exibida por um canal de TV por assinatura chamado TruTV, apresentou um episódio especial sobre o Rancho Skinwalker e o Robert Bigelow. Foi muito interessante.

Em determinado momento do episódio, uma pessoa revela que a Bigelow Aerospace é a única empresa no mundo que pode levar armas para o espaço, algo totalmente proibido pela Regulação sobre o Tráfico Internacional de Armas (ITAR)! Uau.

Vemos também no documentário um membro da equipe tentar entrar no Rancho Skinwalker, mas volta com uma sensação estranha na perna. O clímax é quando Jesse e outro membro da equipe encurralam Robert Bigelow e fazem perguntas complicadas para ele. Jesse também entrevista o Coronel John B. Alexander.

Sede da Bigelow em Las Vegas. Veja no círculo vermelho um dos logos da empresa, como se parece com um extraterrestre.


Explicando a Conspiração

- Avistamentos de OVNIs: Lembra que todos os avistamentos de OVNIs eram recomendados falar com a Bigelow? Hoje não é mais. Alias só foi de 9 de fevereiro de 2012 a 2 de abril de 2014. Veja o que diz a determinação JO 7110.65W na página 417:

a. Persons  wanting  to  report  UFO/unexplained phenomena  activity  should  contact  a  UFO/
unexplained  phenomena  reporting  data  collection center, such as the National UFO Reporting Center, etc.

b. If  concern  is  expressed  that  life  or  property might be endangered, report the activity to the local law enforcement department 

Portanto, nada mais de Bigelow.

Página 417 mostra o que fazer caso veja um UFO. Não tem mais Bigelow...


- Levar Armas para o espaço: Sobre ser a única empresa a levar armas para o espaço, também não é como foi mostrado no documentário do Jesse Ventura A questão é que os planos espaciais do Bigelow empacaram na ITAR (Regulação sobre o Tráfico Internacional de Armas). A empresa queria lançar sua estação espacial, a Genesis I e Genesis II, mas o ITAR não deixava. Assim em 2004, o Bigelow entrou na justiça pedindo a liberação dos módulos infláveis dele e tal, algo que ele conseguiu, e depois de muita dificuldade, Genesis I (2006) e II (2007) foram enviados ao espaço.

Isso então foi interpretado como sendo uma carta branca para a empresa enviar armas para o espaço. O que não é verdade.

Atualmente a Bigelow desenvolveu uma nova Estação Espacial conhecida como B330, que seria o carro-chefe de estações espaciais particulares. Só que para o ITAR, essa estação espacial seria"como se fosse uma arma" e não quer liberar o lançamento.

Desde então o Bigelow briga na Justiça norte-americana para flexibilização do que é ou não considerado armamento e exportação de tecnologia para outros países

Só para lembrar, antigamente satélites, por exemplo, eram vistos como armas, então havia um controle mais rigoroso não somente para ser lançado, mas que satélites não pudessem ser exportados para outros países

Hoje em dia há uma maior flexibilização nesse sentido, apesar das inúmeras restrições.

Estação Espacial B330 que a Bigelow quer lançar no espaço.


Os Proprietários Atuais

A "Adamantium Real Estate", aparentemente uma imobiliária registrada no estado norte-americano do Delaware, adquiriu o rancho em abril de 2016. De acordo com Thomas Winterton, um morador da cidade de Roosevelt e que representa localmente essa imobiliária, devido a um "propósito comercial", o proprietário da Adamantium Real Estate deveria permanecer anônimo.

O porta-voz do Escritório do Xerife do Condado de Uintah, o tenente Brian Fletcher, disse que algumas acusações de roubo e danos a propriedade resultaram das invasões dos últimos anos, porém muitos invasores acabam se assustando e fugindo durante as patrulhas de rotina. Erick Blackburn, chefe do Departamento de Assuntos Indígenas (Bureau of Indian Affairs) de Fort Duchesne, disse que o órgão ocasionalmente respondeu a chamadas no rancho, mas não mencionou nenhum problema que representasse alguma ameaça mais grave.

"Nós temos muitos problemas com invasores. Algumas pessoas vêm aqui para causar vandalismo. É muito assustador. É bem ruim mesmo, e odiamos isso, porque não queremos ser incomodados. Somos constantemente incomodados, dia e noite", disse uma senhora já com uma certa idade que, juntamente com seu marido, são os atuais responsáveis por tomar conta do rancho. Resumindo, enquanto um rosto não aparece publicamente para assumir a atual propriedade, são os caseiros que cuidam do local. Eles estão preocupados apenas invasores, não com monstros ou eventuais mutilações do gado.

A rápida entrevista com essa senhora, que pediu para não ter o nome divulgado, foi realizada em agosto de 2016 (sendo publicada meses depois no site Ubmedia), acabou sendo interrompida por intrusos, visto que ela precisava verificar o portão de entrada do rancho. Alguém havia invadido a propriedade, o que demonstrava a completa falta de paz no local.

Voltando ao mês de abril, quando o mundo soube que a propriedade teoricamente havido mudado de mãos, Thomas Winterton (representante da Adamantium Real Estate) propôs ao condado a vacância de uma parte da Estrada Hicken Ranch, a cerca de 5 km ao sul da Rota 40, entre Ballard e Fort Duchesne. Na prática o pedido visava tornar o trecho particular, ou seja, poderia ser legalmente fechado para ampliar a segurança da propriedade. Thomas alegou a quantidade excessiva de pessoas que invadiam a propriedade, de todas as partes do mundo, para tentar testemunhar alguma atividade paranormal no local.

Uma comissão do condado de Uintah não aprovou o pedido devido a objeções de outros proprietários ao longo da estrada. A estrada atualmente permanece fechada de forma ilegal, uma vez que é uma estrada pública do condado de Uintah, mas os proprietários tentam mostrar que o fechamento é legítimo, uma vez que a estrada é considerada abandonada e sem utilização pública. O proprietário anterior do rancho, o Robert Bigelow, fechou a estrada pública para impedir a invasão de curiosos.

Há quem diga, no entanto que Thomas Winterton seja o verdadeiro rosto por trás da propriedade. Ele possui cerca de três hotéis na região (uma "coincidência" em relação ao Robert Bigelow), e presidente de uma empresa chamada "Fjor Films" especializada em fornecer uma plataforma para a criação de documentários profissionais, geralmente abordando o lado humano de um indivíduo.

Agora, sabem o mais interessante de tudo isso? Bem, aparentemente, a Adamantium Real Estate está providenciando os registros da marca comercial "Skinwalker" e "Skinwalker Ranch", para serviços de entretenimento, nomeadamente criação, desenvolvimento, produção e distribuição de conteúdos multimédia, conteúdos pela internet, filmes e programas de televisão. Além disso, também se enquadraria no fornecimento de instalações recreativas, e organização e realização de eventos especiais para fins de entretenimento social.


Fontes (acessadas em 26/05/2017):
Documentário Teoria da Conspiração com Jesse Ventura
Skinwalker Ranch
Skinwalker Ranch - Basin anomalies known worldwide
Wikipedia.en: National Institute for Discovery Science
Budget Suites of America
Bigelow Aerospace
Justia Trademark
SOTT: Signs of the Times: Path of the Skinwalker: A small ranch in northern Utah, US may be the strangest place on Earth?
Deseret News: FREQUENT FLIERS?
Hunt for the Skinwalker: Science Confronts the Unexplained at a Remote Ranch in Utah
Wikipedia.pt: Mutual UFO Network
The Paracast: Bob Bigelow Bought MUFON ??
UFO International Project: MUFON want the money and NOT the TRUTH…Apparently so!
OpenMinds: NASA to test Bigelow Aerospace module on ISS
- Space Policy Online: Bigelow's Mike Gold Warns Don't Jump the Gun on ITAR Changes
- Space News: Bigelow Petitions State for Export Jurisdiction Change
- NATURE: US satellite laws under scrutiny
- FAA: Air Traffic Organization Policy - Order JO 7110.65W - Air Traffic Control
- FAA: Air Traffic Organization Policy - Order JO 7110.65U - Air Traffic Control

O Fantasma da Lendária "Dama de Vermelho" Teria Sido Fotografado no 14º Andar de um Luxuoso Hotel de Vancouver, no Canadá?

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Por Marco Faustino

Sei que estou devendo mais casos envolvendo supostos fantasmas, espíritos ou até mesmo locais considerados amaldiçoados ou assombrados para vocês. Então, tentarei trazer mais casos desse tipo, que sejam interessantes e ao mesmo tempo peculiares, ao longo dessa semana. Afinal de contas, precisamos fazer jus ao nome que carregamos, não é mesmo? A última vez que falamos sobre fantasmas por aqui foi no começo desse mês, em um caso relacionado ao suposto fantasma de uma menininha que teria sido registrado por uma câmera de monitoramento florestal na cidade de Cambridge, no estado norte-americano de Nova York, que estava começando lentamente a movimentar a mídia local. A imagem mostrava o que alguns estavam acreditando, que fosse o "fantasma" de uma garotinha, que teria sido fotografado por essa câmera em questão, em um cruzamento de duas rodovias nos arredores da referida cidade. Para complicar ainda mais, começaram a surgir comentários de diversas pessoas sugerindo que, conforme mencionava uma lenda local, uma menina havia sido atingida e morta por um trem que costumava cruzar a localidade há algumas décadas. Seria o seu fantasma dessa menina?

Lembro que na época começamos a destrinchar todos os detalhes pertinentes a essa história, e a mostrar tudo o que estava sendo propagado pela mídia local. Além disso, mostramos outros casos famosos de fotos semelhantes, incluindo uma bem disseminada, que na verdade não passa de um trabalho artístico. De qualquer forma, o caso da "menininha" de Cambridge foi resolvido, e a solução do mistério acabou sendo bem mais mundana do que muitos acreditavam. Vale a pena conferir! (leia mais: O "Fantasma" de uma Menininha Teria Sido Registrado por uma Câmera de Monitoramento Florestal em Cambridge, nos Estados Unidos?).

Dessa vez surgiu um caso, que foi muito comentado nesse último fim de semana em Vancouver, no Canadá, uma cidade e um país que geralmente não estamos acostumados a trazer muitos casos sobre fantasmas, não é mesmo? Aparentemente, toda essa história veio à tona depois de uma postagem no Twitter, na sexta-feira passada (26), de um homem chamado Scott Graham, que publicou duas "imagens aéreas" (sendo uma delas tão somente uma ampliação) do Fairmont Hotel Vancouver (popularmente chamado apenas de Hotel Vancouver, que fica localizado no coração da cidade de Vancouver, na província da Columbia Britânica, no Canadá. Nessa mesma postagem ele disse que: "Eles dizem que o @FairmontVan é assombrado por uma 'dama de vermelho'. Ela está na foto em uma janela próxima do topo, no lado direito. Sem Photoshop #haunted". Apesar de seu tweet (ou "tuíte", como queiram) ter sido retuitado apenas 44 vezes, esse número foi suficiente para despertar o interesse de jornais e emissoras de TV no Canadá, que começaram a contar mais detalhes sobre esse fantasma que costumaria rondar o 14º andar do hotel. Agora, será que essa foto mostra mesmo o fantasma da "Dama de vermelho"? O fantasma realmente existe conforme costumam dizer na cidade? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Um Pouco Sobre o Fairmont Hotel Vancouver


Conforme dissemos anteriormente, o Hotel Vancouver (comercialmente chamado de Fairmont Hotel Vancouver) é um hotel localizado na esquina das ruas West Georgia e Burrard, no coração do centro da cidade de Vancouver, na província da Columbia Britânica.

Construído com cerca 111 metros de altura (perfazendo um total de 17 andares), a um custo total de US$ 12 milhões na época (o que era muito dinheiro mesmo), os arquitetos responsáveis pela obra foram John S. Archibald e John Schofield. O hotel fez parte da rede "Canadian Pacific Hotels" depois que a empresa comprou a "CN Hotels", em 1988. A CP Hotels foi posteriormente adquirida pela "Fairmont Hotels and Resorts", que é a atualmente proprietária do mesmo e que, conforme vocês podem ver, carrega o nome da rede.



Imagem do Google Street View mostrando a entrada principal do Hotel Vancouver
Para vocês terem uma ideia, esse prédio é o terceiro hotel a ser chamado de "Hotel Vancouver". O segundo Hotel Vancouver, o predecessor desse prédio em questão, ficava a uma quadra de distância, e tinha sido construído em 1916. Ele acabou se tornando uma espécie de quartel-general para tropas militares durante a Segunda Guerra Mundial, e foi finalmente demolido em 1949, para cumprir um "compromisso assumido pela cidade com os desenvolvedores do terceiro Hotel Vancouver" para que o mesmo fosse realmente demolido. O motivo? Bem, o design do novo hotel não era tão luxuoso, impressionante e imponente quanto o segundo (considerado um dos grandes hotéis do Império Britânico). Assim sendo, foi percebido que o hotel mais antigo (o "Vancouver II") poderia se tornar um concorrente em potencial. O antigo hotel contava com diversos salões de dança, bares e um clube noturno renomado, além de uma casa de ópera adjacente. Os banheiros possuíam pias de mármore e as torneiras eram revestidas de ouro. História estranha, mas é isso que contam.

O atual hotel Vancouver foi inaugurado em maio de 1939, e conta atualmente com 556 quartos. É um hotel quatro estrelas com diárias que variam, em média, entre US$289 (cerca de R$ 942) a US$579 (cerca de R$ 1.880), sendo que no geral ele é muito bem avaliado pelos turistas que visitam anualmente a cidade.

O atual hotel Vancouver foi inaugurado em maio de 1939 e conta atualmente com 556 quartos. É um hotel quatro estrelas com diárias que variam, em média, entre US$289 (cerca de R$ 942) a US$579 (cerca de R$ 1.880), sendo que no geral ele é muito bem avaliado pelos turistas que visitam anualmente a cidade
Foto mostrando os arredores do Hotel Vancouver, que fica no coração da cidade de Vancouver, no Canadá
Foto mostrando o bar do lobby (saguão, por assim dizer) do Hotel Vancouver
Caso um dia resolva visitar Vancouver, procure por maiores informações sobre o mesmo e acesse também o site do hotel para tirar eventuais dúvidas, visto que parece ser uma ótima opção de hospedagem, principalmente devido a sua localização privilegiada (clique aqui para acessá-lo).

O Fantasma da "Dama de Vermelho" do Hotel Vancouver Realmente Existe? Quer Dizer, Pelo Menos Conforme os Relatos Dizem?


Praticamente todos os sites de notícias canadenses usaram a mesma fonte para contar a história desse fantasma: um site chamado "Ghosts of Vancouver", que é um site bem simples, onde promete listar os pontos considerados assombrados da cidade. Entre esses pontos está justamente o Hotel Vancouver, que seria assombrado pela "Dama de Vermelho". Confira o que esse site menciona:

"O Hotel Vancouver é assombrado por uma benevolente e elegantemente vestida 'Dama de Vermelho'. Ela é frequentemente avistada no 14º andar, sendo também vista no lobby do andar térreo, próximo aos elevadores utilizados pelos hóspedes. Algumas vezes ela passa através das portas dos elevadores e desliza ao longo dos corredores. O mais intrigante é que o 1º e 14º andares são os únicos com portas de elevadores que levam diretamente ao poço do elevador. O fantasma tem sido visto passando por essas portas trancadas e desativadas há tempos.


Praticamente todos os sites de notícias canadenses usaram a mesma fonte para contar a história desse fantasma: um site chamado "Ghosts of Vancouver", que é um site bem simples, onde promete listar os pontos considerados assombrados da cidade
Entre esses pontos está justamente o Hotel Vancouver, que seria assombrado pela "Dama de Vermelho"
Foto mostrando uma parte da academia de ginástica do Hotel Vancouver
Foto mostrando a piscina interna do Hotel Vancouver
A 'Dama de Vermelho' também pode ser encontrada em alguns dos quartos do hotel. Certa vez, uma família japonesa, que havia reservado um quarto no 14º andar, ligou na recepção para perguntar se o quarto deles também tinha sido reservado para outra pessoa. Eles disseram ter visto a 'Dama de Vermelho' dentro do quarto, o que causou estranheza.

Em um outro incidente, um homem responsável por carregar as malas dos hóspedes, que tinham escolhido o quarto 1403, teria visto a 'Dama de Vermelho' seguindo os hóspedes, e entrando no quarto ao passar pela porta. Quando esse homem entrou, a dama desapareceu. Mais recentemente, passos desencarnados e sons estranhos teriam sido gravados por câmeras de segurança em uma escada próxima do 14º andar."

Confira abaixo um vídeo mostrando o funcionamento de um dos elevadores do Hotel Vancouver. Dá até uma certa nostalgia ao ver elevadores assim, não é mesmo?



"Alguns dizem que a 'Dama de Vermelho'é o fantasma de uma mulher chamada Jennie Pearl Cox. Ela era uma socialite de Vancouver, que frequentava regularmente um dos salões de baile do hotel no início da década de 1940. Aparentemente, ela se hospedou eternamente no hotel após ter morrido em um acidente de trânsito em 1944. Se ela é o espírito da Sra. Cox ou não, o fantasma é bem conhecido pela equipe do hotel. Eles até mesmo servem um coquetel em homenagem a ela no bar do lobby."

No texto é possível perceber uma série de elementos de uma típica lenda sobre fantasmas, que supostamente assombrariam um determinado local, uma vez que há muita imprecisão sobre detalhes cruciais sobre os dados mencionados. Quem foi esse casal de japoneses? Em qual quarto se hospedaram? O hotel possui registro desses hóspedes? Quem originalmente soube da história e a mesma repassada por quem ao longo do tempo? Isso também vale, por exemplo, para os hóspedes do tal quarto 1403. Afinal de contas, quando eles se hospedaram no hotel? Não existem nomes, nem mesmo datas.

Uma suíte do Hotel Vancouver serviu como locação para o filme "50 Tons de Cinza".
Veja mais detalhes ao clicar aqui.
Também é possível notar a escassez de informações sobre os passos desencarnados e sons estranhos, que teriam sido gravados por câmeras de segurança. Ao fazer uma pesquisa nesse sentido, não encontrei nada desse gênero. Para completar, quem foi Jennie Pearl Cox? Aparentemente, não há nenhuma fonte confiável que nos diga se ela realmente existiu e, se for o caso, quem foi essa mulher em vida.

Até onde pesquisei, não há nenhum recorte de jornal ou notícia disponível publicamente sobre um acidente que teria ocorrido em frente ou sequer próximo desse hotel envolvendo uma mulher com esse nome. Aliás, nenhum lugar diz que ela teria morrido dentro do hotel, o que seria mais plausível termos fantasmagóricos. Enfim, é uma história que não pode ser corroborada.

Foto do quarto nº 1243 do Hotel Vancouver. Um dos seus mais ilustres visitantes regulares
era o falecido ator norte-americano Robin Williams
Isso é muito diferente, por exemplo, daquele caso envolvendo um suposto "fantasma" centenário de uma cantora, que teria aparecido em um teatro considerado "assombrado" em Biddeford, nos Estados Unidos, onde encontrei algumas notícias antigas sobre a cantora, seu passado e detalhes de sua morte (clique aqui para saber mais sobre esse caso).

Assim sendo, na tentativa de saber de onde essa história poderia ter partido, encontrei  um vídeo publicado no YouTube, no ano de 2006, que comentava sobre a "Dama de Vermelho" do Hotel Vancouver, ou seja, há pelo menos 11 anos essa história era conhecida de alguma forma, muito embora o tom do vídeo tratava o caso como se o mesmo fosse uma brincadeira. Assista ao vídeo abaixo:



De acordo com com o site Vancity Buzz, em um artigo publicado em outubro de 2011, o hotel seria o lar do mais amável fantasma da cidade, justamente a "Dama de Vermelho", que estaria presente no hotel há cerca de meio século. Além disso, o hotel não negava sua existência sobrenatural, muito pelo contrário, eles se orgulhavam de sua presença, algo que você pode notar através de um vídeo publicado um ano antes, em outubro de 2010, no canal do Fairmont Hotels & Resorts, no YouTube (em inglês, mas que não fornece nenhum detalhe comprobatório sobre os relatos de avistamentos):



A aparente falta de elementos que pudessem comprovar efetivamente que alguém realmente tivesse visto essa presença fantasmagórica ficou evidente em um artigo publicado na seção "Histórias dos Hóspedes" do site Fairmont Moments, que pertence a Fairmont Hotels & Resorts, em outubro de 2012. Curiosamente, o artigo foi publicado como se a própria "Dama de Vermelho" tivesse escrito suas experiências no Hotel Vancouver. Confira o que dizia esse texto em questão:

"Meu nome é Jennie Pearl Cox, mas minha família e meus amigos sempre me chamaram de Pearl. Eu, juntamente com meu marido, Harold e nossa filha de seis anos, Dorothy, ou Dottie, viemos a conhecer o Hotel Vancouver no Natal de 1939. O hotel tinha acabado de ser inaugurado em maio daquele ano pelo Rei George V e Rainha Elizabeth I.  

Foto da Face Sul do Hotel Vancouver em 1936, cerca de 3 anos antes de ser inaugurado
O Rei George V e Rainha Elizabeth I visitaram o Hotel Vancouver logo após ter sido inaugurado
A visita real literalmente parou o centro da cidade de Vancouver naquela época
Foi o maior hotel de sua época, e imediatamente se tornou o lugar onde todos de Vancouver se reuniam para discutir seus negócios mais importantes e para a realização de eventos sociais - uma posição que tenho muito orgulho de dizer que o hotel mantém até os dias de hoje.

Desculpem a minha soberba, mas foi aqui que fui verdadeiramente feliz e onde voltei após a minha morte. Porém, primeiramente deixe-me dizer a vocês do meu amor por esse lugar. Diante da proximidade do Natal de 1939, um grande encontro social estava prestes ser realizado no Hotel Vancouver. Agora que a guerra e a depressão terminaram, a cidade estava repleta de atividades. As costureiras e alfaiates tiveram muito trabalho naquele ano, uma vez que todos se prepararam para comemorá-lo. Eu tinha mandado fazer um belo vestido vermelho, e uma esplêndida estola branca para combinar. Foi o meu favorito, e o vestido que eu escolhi para passar a eternidade.

Foto da lareira da suíte presidencial do Hotel Vancouver, em 27 de maio de 1939
Foto mostrando as dependências do Hotel Vancouver, em 27 de maio de 1939
Demos entrada no hotel no dia do encontro, e que noite magnífica. Uma grande árvore estava no saguão e os salões foram decorados com perfeição. As mesas do banquete estavam festivas. Foi uma noite memorável, dançamos no Pacific Ballroom. Havia muita felicidade nos salões. Uma noite maravilhosa. Aquilo se tornou um evento anual para a nossa família. Por cinco anos voltamos ao Hotel Vancouver, na época do Natal.

Então, no verão de 1944, Harold, Dottie e eu estávamos voltando de um piquenique no campo. Nós não vimos um caminhão vindo ao virar da esquina, até que fosse tarde demais. Contudo, não fique triste. Uma vez que nossos espíritos tinham deixado nossos corpos, todos nós soubemos onde queríamos retornar e assim passamos a morar no Hotel Vancouver, onde revivemos nossos tempos maravilhosos pela eternidade. Eu tenho, pelo que entendo, causado um grande temor em muitas pessoas ao longo dos anos. Certamente não foi minha intenção, mas é muito difícil ficar escondida, onde há tanta coisa acontecendo.

Foto recente da fachada principal do Hotel Vancouver
Aparentemente, houve um homem que operava o que eu acredito que vocês chamam de uma câmera de televisão, que estava trabalhando em um programa de televisão - ouvi o nome "Arquivo X" que usavam - eu pairei na janela para ver o que ele estava fazendo. Na minha época eu tinha sido uma atriz de teatro amadora, e simplesmente queria ver a forma com a qual o mundo moderno estava lidando com as produções teatrais. Não queria assustá-lo. Então, ele deixou a maior parte de seu equipamento e não voltou mais.

Quanto ao jovem casal japonês, cujo quarto eu brevemente ocupei, fiz apenas porque sempre sonhava em viajar para o Extremo Oriente, e tinha ouvido histórias maravilhosas das belas mulheres com longos cabelos negros - meu cabelo era um emaranhado de cachos morenos, que eu lutava constantemente. Quis apenas ver a jovem mulher de perto, mas eles foram tão educados, que pensaram que eles tinham invadido meu quarto quando entraram. O mesmo aconteceu com o carregador de malas que me viu desaparecer em uma determinada noite através de uma parede. Bem, estava com tanta pressa para voltar para Harold e Dottie, e estava tão tarde, que não fui tão cautelosa como normalmente sou. Tento não ser vista, mas às vezes minha curiosidade toma conta de mim, e acabo me aventurando. Não represento nenhuma ameaça, mas ao morrer com apenas 25 anos, estou propensa a ter uma grande curiosidade.

Capa do jornal "Vancouver Sun" de 27 de maio de 1939 apontando para a inauguração do Hotel Vancouver
E sim, em uma determinada noite, uma família inteira pegou o elevador nº8 para voltar ao 14º andar - tínhamos escolhido esse elevador por uma questão de privacidade -, veja bem, ele nunca é usado e somente quando temos certeza que ninguém está por perto é que permitimos que as portas se abram. Imaginem a nossa surpresa, quando outra noite um funcionário acabou aparecendo. Fechamos as portas rapidamente esperando que ele não percebesse nada de errado. Ele percebeu.

Entretanto, devo deixá-los aqui, visto que é hora de me encontrar com Harold e Dottie e começar nossas celebrações noturnas. Espero que, agora que você me conheceu, entenda que eu moro aqui no Hotel Vancouver, além do meu amor por este lugar e todas as memórias maravilhosas que tenho. Tenho plena confiança, que você vai sair com memórias igualmente maravilhosas das pessoas e de sua passagem por aqui. Caso tenha um vislumbre de mim, por favor, não se assuste, sou um espírito muito gentil."

Evidentemente esse relato, apesar de belo, singelo e de certa forma emocionante, que até mesmo nos faz esboçar um leve sorriso ao ler, foi fabricado por alguma pessoa ou até mesmo algum funcionário Fairmont Hotels & Resorts. O único elemento que é possível ser facilmente comprovado é justamente a visita do Rei George V e Rainha Elizabeth I, em 1939, conforme vocês puderam conferir nas imagens acima. O Hotel Vancouver abriu suas portas na véspera da visita real, algo que vocês também podem ver nesse vídeo, publicado em novembro do ano passado, que conta a história do Fairmont Hotel Vancouver em 77 segundos (vale a pena conferir, é bem dinâmico):



Em 30 outubro de 2015, um site canadense de notícias, o "Daily Hive" publicou uma espécie de entrevista com um homem supostamente chamado David Reid, que teria trabalhado cerca de 13 anos como recepcionista no Hotel Vancouver. Ele disse que, embora não tivesse visto pessoalmente a "Dama de Vermelho", ele acreditava ter entrado em contato com ela. David disse que, quando começou a trabalhar no hotel, os funcionários (não ficou claro essa parte sobre quantas pessoas seriam) foram autorizados a passar uma noite no hotel para ter uma ideia de como seria o trabalho.

Por volta de 3h da manhã, David disse que acordou, e ficou agradavelmente surpreso ao ver, que a luz do seu banheiro tinha sido ligada enquanto estava dormindo. Ele sempre achou que aquilo tinha sido obra da "Dama de Vermelho" ajudando a "guiá-lo" nas primeiras horas da manhã.

Uma atriz, cujo nome não é mencionado, interpretando a "Dama de Vermelho" no Hotel Vancouver
David Reid também teria alegado que a "Dama de Vermelho" não seria o único fantasma do hotel. Ele disse que antes de trabalhar no hotel, ele costumava jantar e dançar no Restaurante Panorama Roof. Então, após começar a trabalhar no hotel, numa determinada noite, enquanto ele passava o aspirador no andar do restaurante após o encerramento das atividades, uma das copeiras notou um cavalheiro muito bem vestido com um chapéu fedora, sentado no restaurante.

Por um instante, a copeira percebeu que não estava enxergando o homem em cores, mas em preto e branco. Ela olhou para trás novamente para confirmar o que ela tinha visto, e ele tinha ido embora. Tinha sido uma percepção arrepiante, de que ela tinha acabado de ver um fantasma. Quem ele era, ninguém sabe. Por fim, David disse que ninguém se precisava se preocupar com a "Dama de Vermelho", porém não era para ninguém segui-la através das portas de elevadores, que estão lacradas e desativadas, visto que as portas levavam diretamente para os poços do elevadores.

Foto antiga mostrando o restaurante Panorama Roof em 1940
Notaram algo bem peculiar? Os sites canadenses de notícias ou o próprio Hotel Vancouver quase sempre divulgam histórias, casos e notícias no mês de outubro. Esse último caso foi bem gritante ao ser publicado justamente na véspera do Halloween (o famoso "Dia das Bruxas). Vale lembrar que Vancouver está relativamente próxima dos Estados Unidos, e isso poderia atrair um público à procura de novidades nesse campo do sobrenatural / paranormal.

Além disso, essa "entrevista" do Daily Hive está recheada de elementos nesse sentido: a mesma foi publicada na véspera do Halloween, foi mencionado que o homem trabalhou durante "13" anos no hotel, uma luz acendendo sozinha às 3h da manhã, um fantasma "preto e branco" visto por terceiros etc. Será que tudo isso seria apenas para promover o hotel?

A Verdade Sobre a Recente Foto do Suposto Fantasma da "Dama de Vermelho" Tirada por Scott Graham


Agora que você está muito bem informado sobre o hotel e seu mais famoso fantasma (ainda que não haja nenhuma filmagem ou foto relacionada ao mesmo), chegou o momento de falar sobre essa recente foto que passou a ser divulgada pela mídia canadense nesse último fim de semana. Aliás, um dos primeiros sites a divulgarem esse caso foi o "Daily Hive", na sexta-feira passada (26), ao dizer que a foto havia sido tirada através de um celular, por um homem chamado Scott Graham, cerca de dois dias antes (24), e foi publicada em sua conta no Twitter naquela sexta-feira.

Curiosamente, Scott Graham disse que trabalhava no Hotel Vancouver, e que o andar em questão estava fechado ao público. Ele também alegou que não havia realizado nenhuma manipulação digital na foto, e questionava se aquilo que fotografou poderia ser o fantasma da "Dama de Vermelho".
Um dos primeiros sites a divulgarem esse caso foi o "Daily Hive", na sexta-feira passada (26), ao dizer que a foto tinha sido tirada através de um celular, por um homem chamado Scott Graham, cerca de dois dias antes (24), e foi publicada em sua conta no Twitter naquela sexta-feira. Na legenda é possível ler: "Eles dizem que o @FairmontVan é assombrado por uma 'dama de vermelho'. Ela está na foto em uma janela próxima do topo, no lado direito. Sem Photoshop #haunted"
Um usuário chamado @van_LFC chamou atenção para o fato que o vermelho refletia na parede rochosa ao lado da janela, o que era algo bem estranho. Em sua defesa, Scott disse que poderia ser devido "a baixa resolução da imagem recortada /ampliada."
Confira mais de perto essa foto em questão e sua respectiva ampliação:

Foto tirada por Scott Graham do Hotel Vancouver, na quarta-feira passada (24)
Ampliação da foto mostrando o detalhe na janela, que foi divulgada pelo Scott Graham
No sábado (27), o site do jornal "Vancouver Sun" publicou uma enquete e perguntou ao seus leitores se eles acreditavam que a foto mostrava um fantasma de verdade. Cerca de 59% daqueles que opinaram acreditavam que podia mesmo ser um fantasma de verdade.

Aliás, em uma outra matéria publicada naquele mesmo dia, o jornalista Harrison Mooney disse que Scott Graham era um técnico em manutenção de elevadores da cidade, e que estava trabalhando no último andar do "Private Residences", do Hotel Georgia, localizado bem na esquina do Hotel Vancouver, quando decidiu tirar uma foto usando seu telefone celular do histórico hotel, onde também trabalhava.

Então, o jornalista questiona: "Esse seria um caso para Fox Mulder e Dana Scully? Segundo relatos, eles estarão em Vancouver nesse verão, filmando a 11ª temporada do Arquivo X. Talvez alguém possa enviá-los para o Fairmont. A cética Scully provavelmente iria sugerir que é simplesmente um hóspede do hotel. Isso parece ser a explicação mais lógica, é claro. Porém, essa janela está em um andar que está fechado ao público, uma vez que o hotel está passando por reformas."

O jornalista Harrison Mooney disse que Scott Graham era um técnico em manutenção de elevadores da cidade, e que estava trabalhando no último andar do "Private Residences" (o prédio mais alto ao fundo), do Hotel Georgia (em primeiro plano), localizado bem na esquina do Hotel Vancouver, quando decidiu tirar uma foto usando seu telefone celular do histórico hotel, onde também trabalhava
"Sempre ocorre uma manutenção contínua no hotel, e essa é apenas uma das áreas em que estamos trabalhando agora", disse Nancie Hall, diretora regional de Relações Públicas da Fairmont, contando que, "coincidentemente", um dos antigos avistamentos da "Dama de Vermelho" teria ocorrido durante a gravação de um episódio do "Arquivo X" no hotel. De acordo com Nancie, um operador de câmera, disse que tinha visto algo muito estranho ao voltar de uma pausa para um lanche. Ela contou que o homem teria visto uma mulher usando um vestido longo, ou seja, a "Dama de Vermelho". Com bom humor, Nancie disse que o homem teria ficou totalmente pálido e não voltou mais para trabalhar.

A matéria conta que o hotel recebeu inúmeras ligações sobre esse mais recente avistamento, então eles resolveram verificar o local. Nancie disse que eles foram até o referido andar e não encontraram absolutamente nada.

"Ela é realmente um fantasma muito elegante. A história conta que ela costumava vir aqui para dançar durante o chá da tarde e morreu em um acidente na esquina da Burrard com a West Georgia. Desde então se tornou uma hóspede permanente do hotel", disse Nancie Hall.

O jornalista Harrison Mooney disse que o fantasma estava despertando interesse novamente, e que nunca tinha sido fotografado anteriormente. Ele ressaltou ainda que Scott Graham ironicamente não acreditava em fantasmas.

"Honestamente, provavelmente é apenas uma pessoa usando uma camiseta vermelha, que está em algum lugar onde não deveria estar. Porém, não deveria haver ninguém lá, e o fato de que o fantasma naquele prédio supostamente seja uma dama de vermelho é uma coincidência muito legal", declarou Scott Graham.

Entretanto, quem iria solucionar mesmo esse mistério era a mais famosa emissora de TV canadense, a CTV, que fez uma reportagem sobre esse assunto no último sábado (27), e que posteriormente foi publicada em seu respectivo canal no YouTube (em inglês):



Querem que eu faça um sobre sobre qual foi o resultado da investigação da CTV News? Bem, a suposta foto do fantasma da dama de vermelho não retratava nada fantasmagórico. Uma equipe da emissora descobriu que havia algo avermelhado em uma janela próxima do último andar, porém parecia ser mais uma cortina ou então uma espécie de lona muito comum de ser utilizada em reformas. Enfim, tudo indicava ser apenas um mero pedaço de pano, colocado ou não de forma intencional na janela. A reportagem também entrevistou alguns moradores locais.

Uma equipe da emissora descobriu que havia algo avermelhado em uma janela próxima do último andar, porém parecia ser mais uma cortina ou então uma espécie de lona muito comum de ser utilizada em reformas
Enfim, tudo indicava ser apenas um mero pedaço de pano, colocado ou não de forma intencional na janela
A reportagem também entrevistou alguns moradores locais,
que não acreditavam muito nessa história
O mais estranho de tudo é que, ao contrário das declarações festivas e efusivas dadas ao jornal "Vancouver Sun", ninguém do Fairmont Hotel Vancouver quis comentar o assunto. Coincidência? Acredito que não. Infelizmente, até mesmo a imprensa canadense falha em apontar questões básicas sobre os assuntos abordados, a começar pelo próprio Scott Graham, que é o responsável por um blog e um canal do YouTube (desde 2007) especializado em fotografia, viagens e tecnologia chamado WFLBC, principalmente voltado para câmeras fotográficas antigas. É possível notar fotos profissionais e de excelente qualidade em seu blog.

Scott Graham, é o responsável por um blog e um canal do YouTube (desde 2007) especializado em fotografia, viagens e tecnologia chamado WFLBC, principalmente voltado para câmeras fotográficas antigas. É possível notar fotos profissionais e de excelente qualidade.
Agora, pensem um pouco e reflitam sobre a "Dama de Vermelho". Vocês acham mesmo que ela existe depois de tudo isso que informamos a vocês? Ao menos para mim é muito forte a probabilidade de ser apenas um jogada de marketing do próprio Hotel Vancouver devido aos novos episódios de Arquivo X, que podem ser filmados na cidade. Vale lembrar a "coincidência" de datas em que eles divulgam histórias sobre esse fantasma, e os elementos que fazem parte dos textos.

Isso sem contar que, uma vez que Scott seria técnico em manutenção de elevadores, trabalharia no Hotel Vancouver, e eventualmente teria acesso a áreas em manutenção, quem garante que não foi ele mesmo o responsável em colocar aquele pano no local? Ele é especialista em fotos, ou seja, ele não saberia e não teria nenhuma condição de aproximar a imagem ou vê-la posteriormente a partir do solo? Aliás, ninguém da equipe viu que existia um pano vermelho na janela? Suspeito, não é mesmo? Para completar o andar em questão, apesar de não ter sido mencionado, não parece ser o 14º andar.

Enfim, e vocês, AssombradOs? Acreditam na existência da "Dama de Vermelho"? De qualquer forma, isso não impede ninguém de passar momentos agradavéis, e quem sabe fantasmagóricos (por mais remota que seja essa possibilidade) no Hotel Vancouver.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://bc.ctvnews.ca/man-claims-to-have-spotted-ghostly-lady-in-red-at-vancouver-hotel-1.3432401
http://dailyhive.com/vancouver/haunted-hotel-vancouver-lady-in-red
http://dailyhive.com/vancouver/lady-in-red-vancouver-ghost-photo
http://vancouversun.com/news/local-news/lady-in-red-ghost-sighting-vancouver-man-shares-spooky-photo
http://www.theprovince.com/news/local+news/lady+ghost+sighting+vancouver+shares+spooky+photo/13399978/story.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Hotel_Vancouver
https://polldaddy.com/poll/9756776/?view=results
https://wflbc.com/
https://www.castanet.net/news/BC/198092/Ghost-sighting-at-hotel
https://www.nancydbrown.com/2015/10/09/fairmont-hotel-vancouver-in-downtown.html
https://www.yahoo.com/style/hotel-insider-a-haunted-stay-at-the-fairmont-073010720.html

Extraterrestres e "OVNIs" Estão Entre Nós? Robert Bigelow, Ex-Proprietário do Rancho Skinwalker, Faz Revelações nos Estados Unidos!

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Por Marco Faustino

Sei que na última segunda-feira (29) falei para vocês, que teríamos uma semana fantasmagórica ou falando de lugares assombrados (e ainda teremos, fiquem calmos, uma vez que na quinta e na sexta-feira tentaremos trazer conteúdos praticamente inéditos envolvendo um certo "poltergeist australiano", assim como uma "mansão muito famosa nos Estados Unidos", conseguem adivinhar?). Contudo, a mais recente e uma das raras entrevistas com Robert Bigelow começou a repercutir na imprensa norte-americana e internacional, com uma força maior do que eu particularmente esperava, então resolvi fazer uma postagem sobre as suas "revelações" (se é que posso chamar assim) para o icônico programa "60 Minutes" da emissora CBS, cujo segmento, de apenas pouco mais de 12 minutos (são três segmentos a cada edição), foi exibido no último domingo (28). Desde então, o assunto vem ganhando uma grande repercussão, e não é para menos, visto que Robert Bigelow disse acreditar fielmente que os seres extraterrestres estão entre nós. Porém, ele não é "qualquer pessoa" para dizer isso: ele é ex-proprietário do famoso "Rancho Skinwalker" (teoricamente o ex-proprietário, é claro, visto que tudo que envolve esse rancho é meio obscuro em termos de informações oficiais).

Coincidentemente, no mesmo dia que essa entrevista com Bigelow foi exibida nos Estados Unidos, nosso especial de quase 50 minutos sobre o rancho também foi publicado no YouTube. Recomendo fortemente que vocês assistam para que saibam de todos os detalhes pertinentes ao Rancho Skinwalker. Provavelmente, o conteúdo proporcionado durante o especial é um dos melhores que já foram publicados até hoje, visto que fizemos uma pesquisa bem robusta e comprometida com a verdade ou pelo menos aquela que é possível investigar utilizando-se de mecanismos legais, é claro (assista: Rancho Skinwalker: OVNIs, Fantasmas, Portais, Criaturas e Muita Conspiração!).

Agora, aparentemente, toda aquela história sobre o Rancho Skinwalker foi deixada de lado pelo Robert Bigelow, visto que suas intenções são outras. Há uma nova corrida espacial e não é entre os Estados Unidos e a Rússia (ao menos não nesse caso), mas entre empresas privadas. Isso acabou atraindo multimilionários e bilionários, assim como Elon Musk e Jeff Bezos. Um apostador ainda menos provável é o magnata do setor imobiliário de Las Vegas, Robert Bigelow, que, aos 73 anos, está fazendo a maior aposta da sua vida, não em foguetes ou então em atividades paranormais e sobrenaturais, mas em espaçonaves expansíveis: grandes e leves estruturas, que inflam no espaço, uma tecnologia que poderia mudar dramaticamente a forma como os seres humanos vivem e trabalham em meio a gravidade zero. Contudo, sua entrevista foi bem além de seus planos nesse setor, envolvendo, como não podia ser diferente, "seres extraterrestres". O que será que Robert Bigelow tinha para dizer? Vamos saber mais sobre esse assunto?

A Entrevista de Robert Bigelow Para o "60 Minutes": Extraterrestres e a Dominação do Espaço pelo Ambiente Corporativo


Segundo a CBS, a NASA fez uma parceria com Robert Bigelow, que é uma figura não convencional no mundo aeroespacial. Ele estaria mais familiarizado com os cassinos e hotéis em Las Vegas do que com a Agência Espacial dos Estados. Além disso, ele estaria obcecado por seres extraterrestres e OVNIs.



Imagem aérea mostrando as instalações da Bigelow Aerospace, em Las Vegas, nos Estados Unidos
Na primavera do ano passado (no Hemisfério Norte), ele e a NASA realizaram um teste histórico para provar, que sua alta tecnologia em termos aeroespaciais, estava pronta para dar suporte aos seres humanos no espaço. Quando o foguete da SpaceX de Elon Musk seguiu bravamente em direção ao céu sobre o Cabo Canaveral, o mesmo estava em uma missão para a NASA, levando cerca de 3.200 quilos de carga para a Estação Espacial Internacional, assim como: alimentos, suprimentos e a "espaçonave expansível" de Robert Bigelow.

Quando o foguete da SpaceX de Elon Musk seguiu bravamente em direção ao céu sobre o Cabo Canaveral, o mesmo estava em uma missão para a NASA, levando cerca de 3.200 quilos de carga para a Estação Espacial Internacional...
...assim como: alimentos, suprimentos e a "espaçonave expansível" de Robert Bigelow (na imagem)
Foi diante desse cenário que Lara Logan, correspondente para o programa "60 Minutes" (uma espécie de revista eletrônica semanal, que está no ar desde 1968, e atualmente em sua 48ª temporada) da CBS, entrevistou Robert Bigelow. Confiram como foi esse segmento através de um canal de terceiros, no DailyMotion (em inglês, mas não se preocupem, porque vamos destrinchar o vídeo inteirinho para vocês):



Robert Bigelow: Voar até a Estação Espacial Internacional é uma grande empreitada. É uma espaçonave experimental, que é um grande negócio. Não temos plena certeza de como ela vai se comportar.

Lara Logan: Isso lhe deixa nervoso?

Robert Bigelow: Estou nervoso, porque eu sou uma pessoa nervosa, eu acho, e nem sempre espero que as coisas saiam bem.

A jornalista Lara Logan perguntou se Robert Bigelow estava nervoso...
...e ele então respondeu que estava, visto que se considerava uma pessoa nervosa,
e nem sempre esperava que as coisas corressem bem.
O inflável de Bigelow foi embalado dentro da cápsula de carga do foguete, conhecida como Dragon ("Dragão", em português), que você pode ver no vídeo (a partir de 01:50) seguindo seu caminho até a Estação Espacial internacional. O vídeo da NASA evidentemente foi "acelerado", uma vez que demorou cerca de dois dias para o foguete chegar ao seu destino.

O mesmo foi colocado em seu devido lugar, e depois de um mês, uma equipe do "60 Minutes" se juntou ao Robert Bigelow no Centro de Controle de Missão, de Houston, no estado norte-americano do Texas, para vê-lo inflar, o último passo crítico. Se funcionasse, isso entraria para a história como a primeira estrutura expansível para os seres humanos no espaço.

O inflável de Bigelow foi embalado dentro da cápsula de carga do foguete, conhecida como Dragon ("Dragão", em português), que você pode ver no vídeo (a partir de 01:50) seguindo seu caminho até a Estação Espacial internacional. O vídeo da NASA evidentemente foi "acelerado", uma vez que demorou cerca de dois dias para o foguete chegar ao seu destino
O mesmo foi colocado em seu devido lugar, e depois de um mês, uma equipe do "60 Minutes" se juntou ao Robert Bigelow no Centro de Controle de Missão, de Houston, no estado norte-americano do Texas, para vê-lo inflar, o último passo crítico
Lara Logan: Então, como é esse momento para você, vendo isso acontecer?

Robert Bigelow: Uma grande curiosidade sobre o que acontecerá depois.

Estando a cerca de 400 km de distância, acima da Terra, Jeff Williams, um astronauta da NASA, começou a injetar ar. Um procedimento que supostamente deveria durar cerca de uma hora. Porém, precisou de duas tentativas ao longo de dois dias.

Finalmente, funcionou. Em um vídeo usando uma técnica de time-lapse (passagem rápida de tempo), você pode conferir a estrutura se expandindo em segundos (a partir de 2:53 de vídeo). Custou cerca de US$ 300 milhões, e demorou cerca de 16 anos para chegar até esse ponto.

Estando a cerca de 400 km de distância, acima da Terra, Jeff Williams, um astronauta da NASA, começou a injetar ar. Um procedimento que supostamente deveria durar cerca de uma hora. Porém, precisou de duas tentativas ao longo de dois dias.
Finalmente, funcionou. Em um vídeo usando uma técnica de time-lapse (passagem rápida de tempo), você pode conferir a estrutura se expandindo em segundos (a partir de 2:53 de vídeo)
Entretanto, para Bigelow, esse tinha sido apenas um começo. Debaixo do galpão de 25 metros de altura de sua empresa em Las Vegas, ele mostrou a CBS seus planos da próxima geração para o espaço sideral. Ele denomina seu projeto de "Olympus" ("Olimpo", em português, em uma clara referente a morada dos deuses de acordo com a mitologia grega), uma "mansão para os céus". A estrutura é tão grande, que um foguete poderoso o suficiente para lançá-lo ainda está bem longe de ser construído.

Entretanto, para Bigelow, esse tinha sido apenas um começo. Debaixo do galpão de 25 metros de altura de sua empresa em Las Vegas, ele mostrou a CBS seus planos da próxima geração para o espaço sideral
Ele denomina seu projeto de "Olympus" ("Olimpo", em português, e a morada dos deuses, de acordo com a mitologia grega), uma "mansão para os céus". A estrutura é tão grande, que um foguete poderoso o suficiente para lançá-lo ainda está bem longe de ser construído
Lara Logan: Existe algo tão grandioso quanto isso, em que os astronautas estejam trabalhando atualmente?

Robert Bigelow: Não, nada. Nem mesmo remotamente próximo a isso.

Robert Bigelow disse que ninguém está trabalhando em algo tão grandioso quanto o que ele está fazendo
Bigelow disse que poderia transformar tudo que é visto no vídeo (a partir de 03:47) de acordo com a necessidade do cliente, o primeiro hotel na órbita da Terra, um hospital ou instalação de pesquisa inflável. O chamado "B330"é menor do que a Olympus.

Lara Logan: Isso pode funcionar sozinho?

Robert Bigelow: Bem, ele pode funcionar como um destino autônomo, porque carrega todos os equipamentos necessários para manter as pessoas vivas.

Para os países que esperam deixar a sua marca no espaço, Robert Bigelow disse que isso acaba oferecendo uma maneira acessível de tornar isso uma realidade. Ele acredita que a indústria privada, está se tornando cada vez mais dominante no desenvolvimento espacial.

Bigelow disse que poderia transformar tudo que é visto no vídeo (a partir de 03:47) de acordo com a necessidade do cliente, o primeiro hotel na órbita da Terra, um hospital ou instalação de pesquisa inflável. O chamado "B330"é menor do que a Olympus
Para os países que esperam deixar a sua marca no espaço, Robert Bigelow disse que isso acaba oferecendo uma maneira acessível de tornar isso uma realidade. Ele acredita que a indústria privada, está se tornando cada vez mais dominante no desenvolvimento espacial
Robert Bigelow: A NASA e o governo norte-americano ainda possuem um papel fundamental, porque ainda está em uma espécie de estágio embrionário. E chegará um momento em que os mesmos não serão mais necessários. O ambiente corporativo será líder absoluto de tudo em termos espaciais.

Lara Logan: E a ideia do orgulho nacional e do que fazemos como nação? Neil Armstrong andou na lua. Ele não fez isso por uma empresa privada. Ele fez isso pelos Estados Unidos da América, e isso significou algo.

Robert Bigelow: Pode apostar que sim. E isso criou um período de inspiração que não foi acompanhado desde então. Portanto, agora estamos à procura de uma nova era que diga:"Tudo bem, como podemos moldar isso para onde seja mais acessível, para mais pessoas, a um custo menor, e ainda ter segurança e confiabilidade ao mesmo tempo?"

"Portanto, agora estamos à procura de uma nova era que diga:"Tudo bem, como podemos moldar isso para onde seja mais acessível, para mais pessoas, a um custo menor, e ainda ter segurança e confiabilidade ao mesmo tempo?", disse Robert Bigelow
Sem formação em Ciências ou Engenharia, Robert Bigelow criou uma empresa aeroespacial com cientistas e engenheiros, que alcançou o que ninguém mais fez na indústria. Sua espaçonave expansível é a primeira e única alternativa às estruturas metálicas, que abrigaram todos os astronautas no espaço por mais de meio século.

Para Bigelow, tudo começou quando era jovem, em uma época de testes nucleares. Ele costumava observar os céus sobre Nevada iluminados devido as explosões de bombas atômicas. Posteriormente, ele observou Neil Armstrong dar os primeiros passos na lua, um momento na história, que ele disse que ainda o inspira.

Sem formação em Ciências ou Engenharia, Robert Bigelow criou uma empresa aeroespacial com cientistas e engenheiros, que alcançou o que ninguém mais fez na indústria. Sua espaçonave expansível é a primeira e única alternativa às estruturas metálicas, que abrigaram todos os astronautas no espaço por mais de meio século
Para Bigelow, tudo começou quando era jovem, em uma época de testes nucleares. Ele costumava observar os céus sobre Nevada iluminados devido as explosões de bombas atômicas
Robert Bigelow: Testemunhando essas explosões nas décadas de 1950 e 1960, você não estava ciente das ramificações definitivas desse tipo de coisa, mas havia um forte sentimento de energia e de manter as coisas em segredo e, assim sendo, era legal.

Entretanto, em uma estrada nos arredores de Las Vegas, a história de Robert Bigelow toma um caminho, que algumas pessoas podem considerar improvável. Ele disse para a CBS, que foi naquele local que seus avós estiveram bem próximos de um OVNI.

Robert Bigelow: Aquilo realmente acelerou e veio em direção ao rosto deles, ocupando todo o espaço do para-brisa do carro. Então, o mesmo decolou em ângulo reto e partiu para longe, em alta velocidade.

Entretanto, em uma estrada nos arredores de Las Vegas, a história de Robert Bigelow toma um caminho,
que algumas pessoas podem considerar improvável
Ele disse para a CBS, que foi naquele local que seus avós estiveram bem próximos de um OVNI
A história despertou sua obsessão, e explica o "alienígena" na fachada da Bigelow Aerospace. E isso acabou gerando o tipo de conversa, que você normalmente não tem com um presidente executivo bem sucedido.

Lara Logan: Você acredita em alienígenas?

Robert Bigelow: Estou absolutamente convencido disso. Isso é tudo que basta.

Lara Logan: Você também acredita que OVNIs vieram para a Terra?

Robert Bigelow: Tem havido, e existe uma presença existente, uma presença extraterrestre. Gastei milhões, e milhões, provavelmente gastei mais sozinho, do que qualquer outra pessoa nos Estados Unidos já gastou nessa questão.

A história despertou sua obsessão, e explica o "alienígena" na fachada da Bigelow Aerospace (na imagem). E isso acabou gerando o tipo de conversa, que você normalmente não tem com um presidente executivo bem sucedido
"em havido, e existe uma presença existente, uma presença extraterrestre. Gastei milhões, e milhões, provavelmente gastei mais sozinho, do que qualquer outra pessoa nos Estados Unidos já gastou nessa questão", disse Robert Bigelow
Lara Logan: É arriscado dizer em público que você acredita em OVNIs e alienígenas?

Robert Bigelow: Não dou a mínima. Não me importo.

Lara Logan: Você não se preocupa que algumas pessoas vão dizer: "Você ouviu esse cara, ele parece ser maluco"?

Robert Bigelow: Não me importo.

Lara Logan: Por que não?

Ao ser questionado sobre sua crença pública sobre OVNIs,
Robert Bigelow disse enfaticamente: "Não me importo"
Robert Bigelow: Não vai fazer a diferença. Não vai mudar a realidade do que eu sei.

Lara Logan: Você imagina que em nossas viagens espaciais encontraremos outras formas de vida inteligente?

Robert Bigelow: Você não precisa ir a lugar nenhum.

Lara Logan: Você pode encontrá-las aqui? Onde exatamente?

Robert Bigelow: Está bem debaixo do nariz das pessoas. Meu Deus. Nossa.

Ao ser questionado onde poderíamos encontrar os seres extraterrestres,
Robert Bigelow disse que eles estão bem debaixo dos nossos narizes
A FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos) confirmou para a CBS, que anos atrás encaminhou relatos de OVNIs e outros fenômenos inexplicados para uma empresa pertencente ao Bigelow (algo que já tínhamos deixado bem claro em nosso especial sobre o Rancho Skinwalker, que não existe mais tal "recomendação"). Ele também disse que ele teve seus próprios encontros com OVNIs, mas recusou-se a entrar em detalhes (para variar).

A FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos) confirmou para a CBS, que anos atrás encaminhou relatos de OVNIs e outros fenômenos inexplicados para uma empresa pertencente ao Bigelow (algo que já tínhamos deixado bem claro em nosso especial sobre o Rancho Skinwalker, que não existe mais tal "recomendação")
Ele também disse que ele teve seus próprios encontros com OVNIs, mas recusou-se a entrar em detalhes (para variar)
Robert Bigelow é bem peculiar e ele sabe disso, mas quando você tem tanto dinheiro quanto ele tem, ninguém, nem mesmo a NASA, parece se importar. Ele comprou a ideia de sua tecnologia inflável, da própria agência espacial norte-americana. A NASA estava trabalhando nisso desde o início da década de 1960, mas quando o Congresso colocou um fim no programa em 2000, Bigelow aproveitou a oportunidade e investiu dezenas de milhões de dólares para promover a ideia original da NASA.

Robert Bigelow é bem peculiar e ele sabe disso, mas quando você tem tanto dinheiro quanto ele tem, ninguém, nem mesmo a NASA, parece se importar. Ele comprou a ideia de sua tecnologia inflável, da própria agência espacial norte-americana
A NASA estava trabalhando nisso desde o início da década de 1960, mas quando o Congresso colocou um fim no programa em 2000, Bigelow aproveitou a oportunidade e investiu dezenas de milhões de dólares para promover a ideia original da NASA
Demorou apenas seis anos para lançar a primeira espaçonave expansível em órbita. A segunda foi lançada no ano seguinte. Porém, aquelas espaçonaves nunca foram destinadas aos seres humanos.  Naquela época, Bigelow ainda estava tentando provar que suas estruturas infláveis ​​sobreviveriam no espaço.

Uma década depois, com as duas ainda intactas dando voltas na Terra, a NASA sentiu que a tecnologia estava pronta para ser testada em relação a seres humanos. Bigelow ainda monitora as espaçonaves de seu próprio centro de controle em Las Vegas.

Demorou apenas seis anos para lançar a primeira espaçonave expansível em órbita. A segunda foi lançada no ano seguinte.
Porém, aquelas espaçonaves nunca foram destinadas aos seres humanos
Naquela época, Bigelow ainda estava tentando provar que suas estruturas infláveis ​​sobreviveriam no espaço.
Uma década depois, com as duas ainda intactas dando voltas na Terra, a NASA sentiu que a tecnologia estava pronta para ser testada em relação a seres humanos. Bigelow ainda monitora as espaçonaves de seu próprio centro de controle em Las Vegas.
Robert Bigelow não começou nos negócios sendo um homem rico. Ele fez sua fortuna não muito longe dos grandes cassinos e hotéis de Las Vegas, com uma rede de apartamentos para alugar a um custo baixo e de estadia prolongada chamada "Budget Suites of America." Em uma época de grande ostentação e de crescimento, ele se concentrou em criar casas para os trabalhadores temporários da cidade. E valeu a pena. Atualmente, ele possui 19 empreendimentos em três estados.

Robert Bigelow não começou nos negócios sendo um homem rico. Ele fez sua fortuna não muito longe dos grandes cassinos e hotéis de Las Vegas, com uma rede de apartamentos para alugar a um custo baixo e de estadia prolongada chamada "Budget Suites of America."
Em uma época de grande ostentação e de crescimento, ele se concentrou em criar casas para os trabalhadores temporários da cidade. E valeu a pena. Atualmente, ele possui 19 empreendimentos em três estados
Lara Logan: E você ganhou muito dinheiro?

Robert Bigelow: O suficiente para apoiar a indulgência aeroespacial e a Bigelow Aerospace.

Lara Logan: Bem, "indulgência aeroespacial"é um termo bem expressivo. Então, você quer colocar um valor nisso?

Robert Bigelow: Estamos chegando a US$ 290 milhões.

Lara Logan: Do seu próprio dinheiro?

Robert Bigelow: Sim, com certeza.

Robert Bigelow disse que já tinha investido cerca de US$ 300 milhões do seu próprio dinheiro na indústria aeroespacial
Lara Logan: Então, para um homem que teve um sucesso extraordinário no mundo dos negócios...

Robert Bigelow
: Um pouco, um pouco...

Lara Logan: Esse empreendimento espacial é financeiramente o pior investimento que você já fez?

Robert Bigelow: Isso é cruel, quer dizer, não temos o controle de nosso próprio destino.

Lara Logan: Quem controla seu destino?

Robert Bigelow: Somos reféns do que acontece com o transporte, o transporte espacial.

"Isso é cruel, quer dizer, não temos o controle de nosso próprio destino. Somos reféns do que acontece com o transporte, o transporte espacial.", disse Robert Bigelow
Graças a inovadores como Elon Musk e Jeff Bezos, Robert Bigelow disse a CBS, que os foguetes reutilizáveis, assim como aquele que é possível ver aos 10:36 de vídeo realizando um pouso perfeito depois de lançar o seu inflável, estão fazendo o transporte rotineiro uma possibilidade real na próxima década.

Quando a estrutura inflável de Robert Bigelow foi adicionada pela NASA à Estação Espacial Internacional, é importante lembrar que os seres humanos nunca estiveram dentro de algo assim no espaço. Assim sendo, o teste seria realizado primeira vez. E o astronauta Jeff Williams, foi o primeiro norte-americano a experimentá-la. O interior possui apenas sensores e, durante dois anos, a NASA utilizará os mesmos para monitorar o modo como a estrutura resiste à radiação solar e as temperaturas extremas.

Graças a inovadores como Elon Musk e Jeff Bezos, Robert Bigelow disse a CBS, que os foguetes reutilizáveis, assim como aquele que é possível ver aos 10:36 de vídeo realizando um pouso perfeito depois de lançar o seu inflável, estão fazendo o transporte rotineiro uma possibilidade real na próxima década
Quando a estrutura inflável de Robert Bigelow foi adicionada pela NASA à Estação Espacial Internacional, é importante lembrar que os seres humanos nunca estiveram dentro de algo assim no espaço. Assim sendo, o teste seria realizado primeira vez. E o astronauta Jeff Williams (na imagem), foi o primeiro norte-americano a experimentá-la
Assim sendo, Lara Logan conseguiu conversar com o astronauta Jeff Williams, diretamente da Estação Espacial Internacional!

Lara Logan: Quão longe você está de nós nesse momento?

Jeff Williams: Bem, atualmente, pelo que me lembro, estamos sobre Líbia, mas quando começamos essa conversa, acho que provavelmente estávamos sobre o Oceano Atlântico.

A partir do Centro de Controle de Missão de Bigelow, a NASA conectou a equipe da CBS com Jeff Williams. Durante a conversa, ele estava orbitando a Terra a aproximadamente 8 km/s (por volta de 28.000 km/h).

Assim sendo, Lara Logan conseguiu conversar com o astronauta Jeff Williams, diretamente da Estação Espacial Internacional!
A partir do Centro de Controle de Missão de Bigelow, a NASA conectou a equipe da CBS com Jeff Williams. Durante a conversa, ele estava orbitando a Terra, a aproximadamente 8 km/s (por volta de 28.000 km/h)
Jeff Williams: Fiquei muito animado em fazer parte disso, de fazer parte de algo novo.

Lara Logan: E como a estrutura está resistindo?

Jeff Williams: Está resistindo bem. Até que foi legal, era algo esperado. Um pouco mais frio do que o ar aqui, mas não excessivamente frio, e tinha aquele cheiro de carro novo que você imagina. E também era bem silencioso.

Lara Logan: O que você acha de homens como o Sr. Bigelow, pessoas com muito dinheiro, cidadãos comuns se envolvendo em seu mundo, no mundo espacial?

Jeff Williams: Diria que quaisquer pessoas que tenham condições de fazer algo e estejam dispostos a entrar nesse jogo, que deem mais poder para eles. A iniciativa privada está tentando abrir portas econômicas para a exploração espacial e todos se beneficiarão disso.

"O que você acha de homens como o Sr. Bigelow, pessoas com muito dinheiro, pessoas físicas se envolvendo em seu mundo, no mundo espacial?", perguntou Lara Logan
"Diria que quaisquer pessoas que tenham condições de fazer algo e estejam dispostos a entrar nesse jogo, que deem mais poder para eles. A iniciativa privada está tentando abrir portas econômicas para a exploração espacial e todos se beneficiarão disso", disse Jeff Williams
E sim, a Terra não é plana! Estou brincando, mas essa bela imagem da Estação Espacial Internacional foi um belo desfecho
para uma entrevista que ao meu ver poderia ter sido melhor aproveitada
A sensação que tive ao terminar a entrevista, e imagino que talvez também tenha sido a sua ao acompanhá-la devidamente traduzida e na íntegra, é que ela poderia ter sido melhor aproveitada. Por outro lado, considerando que estamos diante do excêntrico Robert Bigelow, com certeza diversas condições foram impostas para que certos assuntos não fossem abordados, tais como: NIDS, Rancho Skinwalker, sua relação controversa perante a ITAR, entre outros pontos considerados emblemáticos e sensíveis ao longo de sua trajetória como empresário.

Robert Bigelow se comporta como todo metacapitalista. Ele entende exatamente como tudo funciona do ponto de vista financeiro, sabe que está fazendo o futuro ao investir em uma necessidade que ainda vai existir, e quer ter ao menos uma fatia desse bolo. Para isso ele sai contratando especialistas, afinal de contas dinheiro nunca foi exatamente um problema, apenas o desperdício dele. Robert Bigelow é feito de símbolos, gestos e expressões faciais. Aquele "ser extraterrestre" na fachada de sua empresa, a "Bigelow Aerospace", não é algo à toa. Ele sabe explorar o mercado, sabe estar em evidência, sabe estar presente em uma mesa de negociações e ter uma ficha sempre na mão. Esse é Robert Bigelow, um homem que não importa em falar a verdade ou mentir, ele sabe fazer dinheiro, está sempre construindo seu próprio império e, com sorte, o próprio futuro da nossa espécie.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://www.cbsnews.com/news/bigelow-aerospace-founder-says-commercial-world-will-lead-in-space/
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-4554970/Robert-Bigelow-absolutely-convinced-aliens-Earth.html
http://www.independent.co.uk/news/science/nasa-robert-bigelow-aliens-extraterrestrials-earth-aerospace-space-international-station-a7763441.html
https://www.theverge.com/2017/5/30/15712270/robert-bigelow-ufo-aliens-60-minutes-aerospace

A Misteriosa Mansão Winchester: Uma Casa Construída para os Espíritos? Um Grande Templo Maçônico? Arte ou Fruto de uma Mente Insana?

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Por Marco Faustino

Estava devendo casos envolvendo supostos fantasmas, espíritos ou até mesmo locais considerados amaldiçoados ou assombrados para vocês. Porém, acredito que dessa vez vocês não terão do que reclamar. A última vez que falamos sobre fantasmas por aqui foi na segunda-feira passada, em um caso relacionado ao suposto fantasma da "Dama de Vermelho", lá no Canadá. Lembram dessa história? Aparentemente, toda aquela história veio à tona depois de uma postagem no Twitter, na sexta-feira passada (26), de um homem chamado Scott Graham, que publicou duas "imagens aéreas" (sendo uma delas tão somente uma ampliação) do Fairmont Hotel Vancouver (popularmente chamado apenas de Hotel Vancouver, que fica localizado no coração da cidade de Vancouver, na província da Columbia Britânica, no Canadá. Nessa mesma postagem ele disse que: "Eles dizem que o @FairmontVan é assombrado por uma 'dama de vermelho'. Ela está na foto em uma janela próxima do topo, no lado direito. Sem Photoshop #haunted". Apesar de seu tweet (ou "tuíte", como queiram) ter sido retuitado apenas 44 vezes, esse número foi suficiente para despertar o interesse de jornais e emissoras de TV no Canadá, que começaram a contar mais detalhes sobre esse fantasma que costumaria rondar o 14º andar do hotel. Agora, será que aquela foto mostrava mesmo o fantasma da "Dama de vermelho"? O fantasma realmente existia conforme costumam dizer na cidade? Vale muito a pena conferir (leia mais: O Fantasma da Lendária "Dama de Vermelho" Teria Sido Fotografado no 14º Andar de um Luxuoso Hotel de Vancouver, no Canadá?)

Dessa vez iremos comentar sobre a misteriosa Mansão Winchester, uma residência que teria sido construída para abrigar os espíritos das vítimas dos rifles Winchester, uma das mais famosas e populares armas norte-americanas, que foram primordialmente comercializadas entre meados do século XIX e início do século XX. Para vocês terem uma ideia, o chamado "Modelo 1873" foi um grande sucesso no período em que foi fabricado e vendido nos Estados Unidos, e foi apresentado ao público com um slogan bem imponente: "A Arma que Conquistou o Oeste". Aliás, algum tempo atrás, um rifle Winchester de 1886, chegou a ser leiloado por US$ 1,2 milhão. Assim sendo, muito provavelmente, se você já viu um filme de faroeste já se deparou com um rifle Winchester. De qualquer forma, não estamos aqui para falar de armas, mas para contar tudo o que você precisa saber sobre a mansão Winchester, seus mistérios, histórias, lendas, as recentes novidades em um dos locais mais estranhos e sombrios dos Estados Unidos, e a suposta verdade por trás de tudo isso: a mansão seria uma espécie de grande templo com inspirações maçônicas?

No ano passado, uma equipe responsável pela preservação e manutenção da residência teria descoberto um novo cômodo, o de nº 161 da mansão, que estaria fechado desde a morte da primeira proprietária, Sarah Winchester, em 1922. Na época, Sarah teria trancado e ocultado o cômodo localizado no sótão, por ter ficado presa no mesmo após o terremoto de 1906, um fenômeno natural bem conhecido atualmente, mas que ela teria atribuído a responsabilidade aos espíritos malignos. Além disso, recentemente novos cômodos e corredores foram abertos a visitação pública! O que será que foi descoberto, e quais são as novidades sobre a mansão Winchester? Será que toda a história que contam oficialmente é verdade? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Conheça a Principal Versão Contada Sobre a História da Mansão Winchester


Antes de começarmos é importante mencionar que já falamos sobre a mansão Winchester nos anos de 2013 (através de uma postagem) e 2014 (através de um curto vídeo sobre a mansão). Contudo, naquela época, ainda estávamos começando a engatinhar em termos de público e, obviamente, não tínhamos a quantidade de público que temos atualmente. Portanto, nada mais justo do que trazer um material bem completo sobre a mansão Winchester, assim como as mais recentes novidades sobre a mesma para vocês, não acham? Essa primeira parte não será muito longa, e será muito importante que você acompanhe para poder entender direitinho toda a história, combinado?

Bem, a chamada "Winchester Mystery House" ("Casa Misteriosa dos Winchester", em português) é uma mansão na cidade de San Jose, no estado norte-americano da Califórnia, que um dia serviu como residência pessoal de Sarah Winchester, a viúva de William Wirt Winchester, um magnata da indústria bélica. Localizada no Boulevard South Winchester nº 525, a mansão vitoriana do estilo Rainha Anne é conhecida pelo seu tamanho, suas curiosidades arquitetônicas e sua falta de qualquer plano mestre de obras. A mansão é listada como um Marco Histórico da Califórnia e também consta no Registro Nacional de Lugares Históricos dos Estados Unidos.

A chamada "Winchester Mystery House" ("Casa Misteriosa dos Winchester", em português) é uma mansão na cidade de San Jose, no estado norte-americano da Califórnia, que um dia serviu como residência pessoal de Sarah Winchester, a viúva de William Wirt Winchester, um magnata da indústria bélica
Desde que a construção da mansão começou em 1884, a propriedade e a mansão começou a sofrer alegações, incluindo da Sarah Winchester, de que o local era assombrado pelos fantasmas daqueles que tinham sido mortos com os rifles Winchester. Sob a supervisão diária de Sarah Winchester, a mansão teria sido construída a partir do zero, e as obras teriam sido realizadas 24h por dia, sem qualquer interrupção, até sua morte em 5 de setembro de 1922, ocasião na qual o trabalho foi interrompido imediatamente.  

Mary Jo Ignoffo, biógrafa de Sarah Winchester, que lançou um livro chamado "Captive of the Labyrinth: Sarah L. Winchester, Heiress to the Rifle Fortune", em 2010, no entanto, alega que Sarah rotineiramente dispensava os operários a cada alguns meses, para poder aproveitar o tempo que ainda lhe restava de vida. Ela também observa que é totalmente contrário ao que é alegado pelos atuais proprietários da mansão Winchester, uma vez que eles insistem em dizer que o trabalho foi totalmente incessante durante 38 anos.

Mary Jo Ignoffo, biógrafa de Sarah Winchester, que lançou um livro chamado "Captive of the Labyrinth: Sarah L. Winchester, Heiress to the Rifle Fortune", em 2010, no entanto, alega que Sarah rotineiramente dispensava os operários a cada alguns meses, para poder aproveitar o tempo que ainda lhe restava de vida
Após a morte de seu marido, vítima de tuberculose em 1881, Sarah Winchester herdou mais de US$ 20.5 milhões (uma verdadeira foturna). Ela também recebeu quase 50% de participação na "Winchester Repeating Arms Company", gerando-lhe uma renda de cerca de US$ 1.000 por dia, o que seria equivalente a aproximadamente US$ 23.000 por dia (cálculo utilizado com base no ano de 2013). Toda essa herança proporcionou-lhe uma imensa riqueza, que ela acabaria usando para financiar a construção da mansão Winchester.

Sob a supervisão diária de Sarah Winchester, a mansão teria sido construída a partir do zero, e as obras teriam sido realizadas 24h por dia, sem qualquer interrupção, até sua morte em 5 de setembro de 1922, ocasião na qual o trabalho foi interrompido imediatamente
Os tabloides daquela época alegaram que, em algum momento da linha do tempo, depois que sua filha e marido morreram, um(a) médium da cidade de Boston disse para Sarah Winchester (enquanto supostamente estava em contato seu falecido marido), que ela deveria deixar sua casa na cidade de New Haven, no estado norte-americano de Connecticut, e viajar rumo ao Oeste, onde ela deveria continuamente construir um local de repouso para ela mesma, e os espíritos das pessoas que tinham sido vítimas dos rifles Winchester.

Assim sendo, Sarah seguiu essas orientações e foi para a Califórnia. Embora fosse possível que ela estivesse simplesmente buscando uma mudança em relação ao local onde morava e suas respectivas memórias ou então uma espécie de "hobby" durante sua longa depressão, outras fontes alegam que Sarah Winchester chegou a acreditar que sua família e fortuna estivessem assombradas por fantasmas, e que apenas se mudando para o Oeste e, continuamente construindo uma casa, ela poderia acalmar esses tais espíritos.

Antigo mobiliário e louças da Mansão de Sarah Winchester
Em 1884, ela comprou uma casa de campo inacabada no Vale de Santa Clara, e começou a construir sua mansão. Carpinteiros foram contratados e supostamente trabalharam na casa, "dia e noite", até que ela se tornasse uma mansão de sete andares. Sarah não contratou um arquiteto, o que acabou atribuindo a mansão um "toque um tanto quanto casual", ou seja, a residência possui inúmeras estranhezas tais como: portas e escadas que não levam a lugar algum, janelas com vista para outros quartos e escadas com degraus de tamanhos bem estranhos.

Alguns relatos atribuem essas estranhezas à sua criança em fantasmas. Porém, sem um plano mestre ou um arquiteto responsável, ficaria meio difícil construir algo desse porte de forma contínua, e não ter algumas coisas estranhas no meio do caminho, não é mesmo?

Sarah não contratou um arquiteto, o que acabou atribuindo a mansão um "toque um tanto quanto casual", ou seja, a residência possui inúmeras estranhezas tais como: portas e escadas que não levam a lugar algum, janelas com vista para outros quartos e escadas com degraus de tamanhos bem estranhos
Alguns relatos atribuem essas estranhezas à sua criança em fantasmas. Porém, sem um plano mestre ou um arquiteto responsável, ficaria meio difícil construir algo desse porte de forma contínua, e não ter algumas coisas estranhas no meio do caminho, não é mesmo?
Vale destacar nesse ponto que, antes do terremoto de 1906, a mansão tinha sete andares, mas atualmente possui apenas quatro. A residência é predominantemente construída com madeira vermelha (sequoia canadense), uma vez que Sarah preferia madeira. Contudo, ela não gostava da aparência da mesma. Assim sendo, ela ordenou que fosse aplicada uma técnica de pintura em toda a casa e que a mesma fosse envernizada (cerca de 78.000 litros de tinta foram utilizadas). A mansão também foi construída usando uma "fundação flutuante", razão pela qual acredita-se que a mesma tenha se mantido em pé após o terremoto de 1906 e após o de Loma Prieta, em 1989. Esse tipo de construção permite que a casa desloque-se livremente, uma vez que a mesma não está completamente unida a base de tijolos.

Existem cerca de 161 cômodos, incluindo 40 quartos, 2 salões de baile (um finalizado e outro inacabado), assim como 47 lareiras, mais de 10.000 painéis de vidro, 17 chaminés (embora haja evidências de mais outras duas), 2 porões e 3 elevadores. A propriedade chegou a ocupar um espaço de 162 acres (aproximadamente 655.000 m²), porém o espaço foi sendo reduzido ao longo do tempo até chegar a 4,5 acres (aproximadamente 182.000 m²), o mínimo necessário para abrigar a mansão e seus respectivos anexos. A mansão possui lustres de ouro e prata, além de pisos de parquet e uma grande variedade de cores e materiais.

Existem cerca de 161 cômodos, incluindo 40 quartos, 2 salões de baile (um finalizado e outro inacabado), assim como 47 lareiras, mais de 10.000 painéis de vidro, 17 chaminés (embora haja evidências de mais outras duas), 2 porões e 3 elevadores
Devido à artrite debilitante da Sra. Winchester, foram instaladas escadas especiais, com degraus mais baixos, em substituição ao degraus mais altos originalmente construídos. Isso permitiu que ela se movimentasse livremente pela sua casa, uma vez que ela só conseguia levantar os pés a alguns centímetros de altura. Como curiosidade, havia apenas um banheiro funcionando, visto que os outros eram apenas "chamarizes" para confudir os espíritos. Essa também era a razão pela qual conta-se que Sarah Winchester dormia em um quarto diferente todas as noites.

Cômodo onde Sarah Winchester supostamente realizava sessões mediúnicas com os espíritos
As conveniências domésticas típicas de uma casa, ou seja, tudo aquilo que serve para proporcionar um maior conforto aos moradores de uma residência, eram raras na época da construção da mansão. Na mesma havia sistema de aquecimento a vapor e ar quente forçado, banheiros e encanamentos modernos, e chuveiro com água quente (somente no banheiro utilizado pela Sarah Winchester). Havia também três elevadores, incluindo um Otis elétrico, e um dos quais era acionado por um raro pistão hidráulico horizontal (a maioria dos pistões para elevadores são verticais para economizar espaço, mas Sarah Winchester preferia a funcionalidade aprimorada da configuração horizontal.)

Ao pesquisar um pouco sobre a mansão Winchester na Internet, é possível notar que alguns sites alegam que Sarah Winchester nunca teria economizado na decoração da mansão, visto que ela acreditava que contribuía para sua beleza arquitetônica. Muitos dos vitrais teriam sido criados pela Tiffany Company (empresa que existe desde 1837). Alguns teriam sido projetados especificamente para ela, e outros por ela mesma, incluindo uma janela "teia de aranha", que caracterizava seu design favorito, além da repetição do número 13, outra de suas preocupações. Confira também uma espécie de passeio por essa mansão que foi publicado pelo canal rumwomenandguns, no YouTube, em novembro de 2014 (vale muito a pena conferir):



Assim como uma espécie de reportagem um pouco mais longa realizada pelo canal It Is Written Oceania, no YouTube, em fevereiro de 2015 (em inglês):



Além de um documentário histórico, realizado em 1963, pela CBS, que foi publicado pelo canal stevers62, no YouTube (em inglês):



Aliás, essa janela em questão nunca teria sido instalada, mas existe no chamado "Quarto de US$ 25.000" (assim chamado, porque seu conteúdo foi originalmente avaliado em US$ 25.000, que teria sido equivalente a pouco mais de US$ 350.000, em 2016. Uma segunda janela teria sido projetada pelo próprio Tiffany de modo que, quando a luz solar atinge os cristais prismáticos, um arco-íris seria lançado em todo o cômodo. No entanto, a janela teria sido instalada em uma parede interna de um cômodo sem exposição à luz, impedindo que o efeito fosse visto.

As conveniências domésticas típicas de uma casa, ou seja, tudo aquilo que serve para proporcionar um maior conforto aos moradores de uma residência, eram raras na época da construção da mansão. Na mesma havia sistema de aquecimento a vapor e ar quente forçado, banheiros e encanamentos modernos, e chuveiro com água quente (somente no banheiro utilizado pela Sarah Winchester)
Havia também três elevadores, incluindo um Otis elétrico, e um dos quais era acionado por um raro pistão hidráulico horizontal (a maioria dos pistões para elevadores são verticais para economizar espaço, mas Sarah Winchester preferia a funcionalidade aprimorada da configuração horizontal.)
Conta-se ainda que, quando Sarah Winchester morreu, todas os seus bens (além da casa, é claro) foram deixados com sua sobrinha e secretária pessoal. Sua sobrinha, em seguida, teria levado tudo o que ela queria e vendido o resto em um leilão particular. Supostamente, teria sido necessário 6 caminhões trabalhando 8h por dia, durante 6 semanas para remover todos os móveis, algo que é calorosamente discutido por Mary Jo Ignoffo. A Sra. Winchester não mencionou a mansão em seu testamento, e os avaliadores consideraram a casa inútil devido aos danos causados pelo terremoto, ao projeto inacabado e à natureza impraticável de sua construção.

A mansão acabou sendo vendida em um leilão a um investidor local por mais de US$ 135.000, e posteriormente alugada por 10 anos para o casal John e Mayme Brown, que eventualmente compraram a residência. Em fevereiro de 1923, cinco meses após a morte de Winchester, a casa foi aberta ao público, com Mayme Brown servindo como seu primeiro guia turístico. Até mesmo Harry Houdini teria visitado a mansão em 1924, e o relato de um jornal sobre sua visita (exibido no chamado "Museu do Rifle" dentro da propriedade), chamava a residência de a "Casa Misteriosa" (ou "Casa do Mistério", como queiram).

Alega-se que esses espíritos a inspiraram diretamente no modo de como a casa deveria ser construída. O número 13 e a temática relacionada a "teia de aranha", teria carregado um significado espiritual para ela e estaria presente em toda a casa
Atualmente, a casa é de propriedade da "Winchester Investments LLC", uma empresa privada que representa os descendentes de John e Mayme Brown. É mencionado que a casa mantém particularidades que refletem as crenças da Sra. Winchester e sua preocupação em afastar espíritos malignos. Alega-se que esses espíritos a inspiraram diretamente no modo de como a casa deveria ser construída. O número 13 e a temática relacionada a "teia de aranha", teria carregado um significado espiritual para ela e estaria presente em toda a casa.

Por exemplo, um lustre importado que originalmente tinha 12 castiçais teria sido alterado para acomodar 13 velas, ganchos de roupas nas paredes seriam múltiplos de 13, e os ralos das pias também teria 13 buracos. Em homenagem a essa suposta mania de Sarah Winchester, os proprietários atuais da casa criaram uma árvore topiária em formato de número 13. Além disso, todas as sextas-feiras 13, o grande sino da propriedade seria badalado 13 vezes às 13h em homenagem a Sarah Winchester.

O Site da Mansão Winchester: Um Empreendimento Muito Lucrativo na Costa Oeste dos Estados Unidos


Nem todos os lugares supostamente assombrados ou misteriosos ao redor do mundo possuem uma estrutura midiática tão forte quanto a "Winchester Mystery House", que possui um site bem completo sobre a suposta paranormalidade da casa, uma grande equipe para conduzir passeios turísticos (evidentemente pagos), além de uma loja bem completa de lembrancinhas, que os turistas podem comprar como recordação de que estiveram na mansão Winchester.

De acordo com o site, oficialmente, a casa possui alguns "mistérios". Vamos citá-los de acordo como está escrito no site, combinado?
  • Atividade Paranomal: Se alguém acredita em espíritos ou não, não há como negar a presença de alguém (ou alguma coisa) na "Casa Misteriosa de Winchester". Inúmeros visitantes, guias turísticos e funcionários experimentaram um fenômeno estranho, incluindo o registro de orbes e imagens em fotografias e vídeos.
Inúmeros visitantes, guias turísticos e funcionários experimentaram um fenômeno estranho,
incluindo a captura de orbes e imagens em fotografias e vídeos
  • Teias de Aranha: A Sra. Winchester projetou pessoalmente muitas das janelas "teia de aranha" vistas em toda a casa, mais notavelmente aquelas encontradas no 13º banheiro. O "desenho" da teia de aranha também aparece nas grades de lareiras dentro da mansão.
O "desenho" da teia de aranha também aparece nas grades de lareiras dentro da mansão
  • A Porta para Lugar Nenhum: Localizada no segundo andar, próxima da parte da frente da casa e do "Quarto das Margaridas", essa porta se abre diretamente para uma queda de dois andares em linha reta! Por quê? Nós nunca saberemos, mas temos certeza de que esta porta não atrairá visitantes.
Localizada no segundo andar, próxima da parte da frente da casa e do "Quarto das Margaridas",
essa porta se abre diretamente para uma queda de dois andares em linha reta!
  • Escadaria até o Teto: A pequena escada que leva até o teto estão entre as muitas escadas estranhas que aparecem na casa. Essas escadas foram exibidas na popular série de TV "Ghost Adventures" do "The Travel Channel". Uma pequena mão verde em forma de vapor foi registrada na câmera colocada na base da escada, aparentando ser o polegar ou algo apontando para cima.
A pequena escada que leva até o teto estão entre as muitas escadas estranhas que aparecem na casa
  • O Número "13": É difícil não notar as ocorrências do número 13 em toda a mansão. Muitas janelas têm 13 painéis, existem 13 banheiros (com 13 janelas no 13º banheiro), 13 degraus em muitas escadarias, 13 painéis de teto em vários tetos. O testamento da Sra. Winchester foi dividido em 13 partes e ela até mesmo assinou 13 vezes!
Muitas janelas têm 13 painéis, existem 13 banheiros (com 13 janelas no 13º banheiro),
13 degraus em muitas escadarias, 13 painéis de teto em vários tetos
  • Escadaria 7-11: Essa escadaria incomum foi construída na forma de uma letra "Y", permitindo que os empregados chegassem rapidamente a três níveis diferentes da casa. Um conjunto tem sete degraus enquanto o outro tem 11, ambos com destinos diferentes.
Essa escadaria incomum foi construída na forma de uma letra "Y",permitindo que os empregados chegassem rapidamente a três níveis diferentes da casa
Atualmente, a empresa administradora oferece alguns passeios turísticos para que os visitantes possam conhecer melhor a casa e sua história (pelo menos a versão "assombrada" que contam). Confiram quais são esses passeios turísticos:

Mansion Tour


Para apresentar esse passeio é mencionado , ue Sarah Winchester era uma verdadeira mulher independente, motivada e corajosa, que permanece viva na lenda, como uma viúva aflita que construiu de forma contínua sua primeira casa de campo, inicialmente pequena, de dois andares, para apaziguar os espíritos daqueles que foram mortos pelas armas fabricadas pela empresa do marido.

Atualmente, você pode visitar 110 dos 160 quartos da mansão de Sarah, conhecida mundialmente como a "Casa Misteriosa de Winchester", e ver os estranhos atributos que fazem jus ao seu nome: uma janela embutida no chão, escadas que levam até o teto, portas que se abrem para paredes, uma aparente obsessão com o número "13", desenhos de teias de aranha etc.

Atualmente, você pode visitar 110 dos 160 quartos da mansão de Sarah, conhecida mundialmente como a "Casa Misteriosa de Winchester", e ver os estranhos atributos que fazem jus ao seu nome: uma janela embutida no chão, escadas que levam até o teto, portas que se abrem para paredes, uma aparente obsessão com o número "13", desenhos de teias de aranha etc
Originalmente apelidada de "Llanada Villa", a "Casa Misteriosa de Winchester"é conhecida por suas muitas curiosidades de design, inovações (muitas à frente do seu tempo) e atividade paranormal. Os destaques do passeio de 65 minutos incluem o "quarto de U$ 25,000", o sótão, o quarto de Sarah, o quarto da sessão mediúnica, o quarto da manhã, o "Grande Salão de Baile", a sala de jantar veneziana, a área de recepção de convidados, entre muitos outros destinos.

O "Mansion Tour" também inclui a ida aos Jardins Vitorianos, o Museu Histórico de Armas e o Museu de Presentes Especiais e Antigos.

Duração do passeio: 1 hora e 5 minutos
Os preços variam entre US$ 26,00 e US$ 36,00 (entre R$ 84 e R$ 117 pela cotação atual) e os ingressos podem ser comprados no site

Explore More Tour


No primeiro passeio totalmente novo, que passou a ser oferecido na "Casa Misteriosa de Winchester" em mais de 20 anos, essa nova e emocionante experiência leva os visitantes a áreas da casa nunca antes abertas ao público ou que estão fora dos limites permitidos há décadas. Disponível apenas por tempo limitado (mas não foi mencionado por quanto tempo), esse novo passeio é apresentado juntamente com o "Mansion Tour", que fornece uma visão histórica de Sarah Winchester e sua incrível casa.

Após o "Mansion Tour" e uma breve pausa, os hóspedes embarcam no "Explore More Tour", onde eles irão se aventurar desde a parte inferior da grande mansão até os telhados, entre os corredores solitários, os refúgios escuros e os espaços do sótão, que passam a sensação de um mau presságio.

No primeiro passeio totalmente novo, que passou a ser oferecido na "Casa Misteriosa de Winchester" em mais de 20 anos, essa nova e emocionante experiência leva os visitantes a áreas da casa nunca antes abertas ao público ou que estão fora dos limites permitidos há décadas
Disponível apenas por tempo limitado, esse novo passeio é apresentado juntamente com o "Mansion Tour", que fornece uma visão histórica de Sarah Winchester e sua incrível casa.
Essa casa tem a reputação de ser assombrada. Qualquer espírito que possa assombrar a mansão, sem dúvida, faz isso silenciosamente, na escuridão, nos quartos e nas áreas que você visitará nesse passeio, a maioria dos quais não foi perturbado há mais de um século. Se você é sensível ao paranormal, os destinos nesse passeio devem ser do seu agrado. No passeio, você gradualmente tornará seu caminho cada vez mais profundo nos espaços inacabados, inexplicáveis e alguns outros que dizem causar nervoso e ansiedade.

Por questões de segurança, crianças menores de 10 anos não são permitidas no "Explore More Tour."

Duração do passeio: 2 horas e 15 minutos
Os preços variam entre US$ 20,00 e US$ 47,00 (entre R$ 65 e R$ 152 pela cotação atual)

Hallowe’en Candlelight Tours


Em uma atmosfera descontraída e gótica, você contará apenas com a trêmula luz de uma vela e sua imaginação para guiá-lo(a) através da mansão vitoriana de 160 quartos, conhecida por sua "atividade".

Nesta visita guiada, a luz das velas fornece uma iluminação singular através do labirinto desconcertante dos quartos, congelados e presos no tempo, em estado de decomposição ou ainda resplandecentes diante da grandeza vitoriana. Embora elementos festivos de Halloween estejam por todos os lados, a atmosfera é pesada e de mau presságio, pois uma presença invisível parece estar sempre observando. Você nunca sabe quem decidiu ficar permanentemente para atrás ou o que pode se materializar.

Em uma atmosfera descontraída e gótica, você contará apenas com a trêmula luz de uma vela e sua imaginação para guiá-lo(a) através da mansão vitoriana de 160 quartos, conhecida por sua "atividade"
Almas corajosas podem experimentar o passeio à luz de velas na "Casa Misteriosa de Winchester" durante apenas 20 noites entre setembro e outubro de 2017.

Duração do passeio: 1 hora e 5 minutos

Setembro: 29, 30
Os preços variam entre US$ 15,00 a US$ 46,00

Outubro: 6, 7, 8, 13, 14, 15
Os preços variam entre US$ 15,00 a US$ 46,00

Outubro: 18, 19, 20, 21, 22, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31
Os preços variam de US$ 20,00 a US$ 49,00 (entre R$ 65 e R$ 160)

Os ingressos estarão à venda a partir de 30 de junho de 2017, sendo que os ingressos se esgotam rapidamente, portanto quem resolver visitá-la precisa comprar com antecedência.

Friday the 13th Flashlight Tour


Uma vez que a próxima sexta-feira 13 cai durante o "Hallowe'en Candlelight Tours", esse passeio não será mais oferecido em 2017. Porém, os próximos serão nos dias 13 de abril e 13 de julho de 2018! Anote na sua agenda!

Uma vez que a próxima sexta-feira 13 cai durante o "Hallowe'en Candlelight Tours", esse passeio não será mais oferecido 2017
Aliás, é interessante notar, que no verdadeiro complexo que montaram em razão dos mistérios da antiga casa de Sarah Winchester, o local ainda conta com um estande de tiro, onde você pode atirar em até 38 alvos conhecidos (um para cada ano que a incrível mansão permaneceu em construção), e que desencadeiam algo "sobrenatural".

Aliás, é interessante notar que no verdadeiro complexo, que montaram em razão dos mistérios da antiga casa de Sarah Winchester...
...o local ainda conta com um estande de tiro, onde você pode atirar em até 38 alvos conhecidos (um para cada ano que a incrível mansão permaneceu em construção), e que desencadeiam algo "sobrenatural"
Também existe o "Winchester Cafe" onde as pessoas podem comer ou beber alguma coisa, além da loja de lembrancinhas e dois museus. Enfim, independentemente de qual seja a verdade por trás da casa (e iremos conferir uma fortíssima e longa hipótese daqui a pouco), com certeza vale a pena visitar a mansão como forma de entretenimento.

Um Novo Cômodo Secreto Foi Descoberto em Outubro do Ano Passado?


Essa história é bem polêmica e vou explicar o porquê disso. No dia 9 de outubro do ano passado, a KRON 4, uma emissora de TV de São Francisco, na Califórnia, divulgou que um novo cômodo tinha sido descoberto na "Casa Misteriosa de Winchester", uma mansão vitoriana que tinha sido o lar de uma viúva da fortuna produzida pelo rifle Winchester. A equipe de preservação da casa tinha aberto o quarto recentemente para o público.

O quarto recentemente descoberto era um espaço do sótão, que estava trancado desde que Sarah Winchester morreu em 1922. Ela teria trancado o cômodo após o terremoto de 1906, porque teria ficado presa no mesmo, e achava que espíritos malignos eram responsáveis pelo terremoto. A equipe encontrou inúmeros itens no cômodo, incluindo um órgão (instrumento), um sofá vitoriano, vestidos, máquina de costura e quadros.

O novo cômodo significava, que 161 quartos tinham sido encontrados na mansão, que possuía 10.000 janelas, 2.000 portas, 47 lareiras, 40 escadas, 13 banheiros e 9 cozinhas. Confira a reportagem realizada pela KRON 4, em um canal de terceiros, no YouTube (em inglês):



O site do jornal "San Francisco Chronicle" chegou a mencionar que, Al Guthertz, que vem representando a mansão por muitas décadas, disse que o cômodo havia sido descoberto cerca de dois meses antes (seria mesmo 161º quarto, conforme a KRON 4 tinha noticiado).

Entretanto, o jornalista  Caleb Pershan, do site de notícias e entretenimento "SFist.com", desconfiou dessa história e por uma razão bem simples: era notável que o sótão de Sarah não estava sendo apresentado em seu local original - em vez disso, seus itens foram movidos para outro local. Veja o que um representante do empreendimento disse através do Facebook: "Nós mudamos o 'sótão' para o pátio central."

"Nós mudamos o  'sótão' para o pátio central", disse um representante da Winchester Mystery House
Resumindo? Além de não existir nenhuma foto que mostrasse a real localização do novo cômodo, tudo parecia ser mais uma "nova atração" do que realmente um "novo cômodo", que havia sido descoberto. Aliás, a data da divulgação não podia ser mais oportuna, justamente no mês do Halloween (o famoso "Dia das Bruxas"). Estranho, não é mesmo?

O Filme "Winchester" e a Recente Divulgação da Mansão Winchester na Mídia Norte-Americana


No dia 8 de maio desse ano, o site do jornal "San Francisco Chronicle" disse, que os fantasmas talvez estivessem menos propensos a sair na ensolarada manhã do dia 5 de maio, uma sexta-feira, na famosa "Casa Misteriosa de Winchester."

Isso porque uma equipe de filmagem, após cerca de três dias, estava terminando de gravar algumas cenas para um "suspense sobrenatural", que será lançado no ano que vem (segundo o site Hollywood Reporter, o filme será lançado no dia 23 de fevereiro de 2018, e está sendo promovido pela CBS films). A atriz Dame Helen Mirren estava no set de filmagens, da maior atração turística da cidade de San Jose, juntamente com o ator Jason Clarke.

A atriz Dame Helen Mirren estava no set de filmagens, da maior atração turística da cidade de San Jose,
juntamente com o ator Jason Clarke.
O filme "Winchester" se passará no ano de 1906, e irá retratar Sarah Winchester (Dame Mirren), a herdeira da fortuna promovida pelos rifles Winchester. Ela acreditava estar atormentada pelos espíritos daqueles que morreram pelas armas fabricadas pela família, após as mortes de seu marido, e de sua filha com apenas 6 semanas de idade. Com o objetivo de acalmar e combater os fantasmas, Winchester supervisionou a construção obsessiva, ao longo de décadas, de sua misteriosa mansão labiríntica.

"Não há nada parecido em nenhum lugar, que eu já tenha visto. Isso surgiu de circunstâncias tão específicas, que é difícil de acontecer novamente", disse Dame Mirren, provavelmente mais conhecida por papéis, tais como a Rainha Elizabeth II no teatro e no cinema e "Jane Tennison" na série de TV "Prime Suspect", em um cômodo escuro, um dos 160 (que oficialmente seriam 161") cômodos da casa.

O filme "Winchester" se passará no ano de 1906, e irá retratar Sarah Winchester (Dame Mirren), a herdeira da fortuna promovida pelos rifles Winchester. Ela acreditava estar atormentada pelos espíritos daqueles que morreram pelas armas fabricadas pela família após as mortes de seu marido, e de sua filha com apenas 6 semanas de idade
Com o objetivo de acalmar e combater os fantasmas, Winchester supervisionou a construção obsessiva,
ao longo de décadas, de sua misteriosa mansão labiríntica
Embora tenha uma certa pitada de medo, "Winchester" não seria bem classificado como um filme de terror, uma opinião compartilhada por Mirren e os diretores do filme. Em vezes disso, a inspiração do filme surgiu do mito e da psicologia da viúva afligida, juntamente com a rica história por trás de sua herança. Winchester dedicou quase 40 anos, até sua morte em 1922, a uma expansão de 24 horas da fazenda original de oito quartos, em uma estrutura maciça repleta de excentricidades: escadarias que levam a lugar nenhum; padrões repetidos envolvendo o número 13; uma sala cônica e com painéis de madeira, que rumores apontam que o local das sessões noturnas de Winchester, entre outras.

Além disso, no meio de seus 2.200 m² (parece bem maior do que isso, não?), 10.000 janelas e 2.000 portas, a casa continha um cofre altamente reforçado que, após a morte de Winchester, encontraram apenas um chumaço de cabelo da bebezinha falecida, e os obituários de seus dois entes queridos.

"É como ser um rato em um pequeno labirinto", disse um membro de um grupo de passeio, logo pela manhã, descendo uma escadaria impossivelmente estreita e em ziguezague, cujos degraus individuais mal diferiam em altura. Na verdade, a casa foi feita com a intenção de ser intransitável, com portas e passagens secretas em todos os lados, para confundir os espíritos.

O ator Clarke interpreta um psiquiatra, que chega na casa para avaliar o estado mental de Winchester, apenas para começar a questionar suas próprias crenças dentro das paredes de Winchester
Quando Mirren chegou para ser entrevistada, ela abriu uma porta aleatória, que parecia não levar a lugar algum. "Por quê?", perguntou, perplexa. "Toda essa questão com a Sarah é: 'Por quê?'", completou.

"Ela construía quartos e derrubava-os quase que instantaneamente, então é muito difícil saber exatamente o que foi feito naquele período", disse o co-diretor Peter Spierig. A maior parte do filme já havia sido filmada na Austrália usando recriações precisas da casa, em parte devido às restrições físicas, muitas vezes claustrofóbicas, de sequências de filmagem por toda a mansão.

A atriz Dame Mirren interpretará Sarah Winchester no cinema
"Eu sempre comparo isso ao castelo de Bram Stoker", disse Clarke, que chegou à casa pela primeira vez na manhã de sexta-feira, e deu uma espiada dentro e fora dos quartos para observar os estranhos detalhes. Clarke interpreta um psiquiatra, que chega na casa para avaliar o estado mental de Winchester, apenas para começar a questionar suas próprias crenças dentro das paredes de Winchester. Mirren e Clarke, por sua vez, não acreditam em fantasmas, embora Mirren tenha dito que reconhece o imenso "poder de crença." No entanto, dentro dos limites da casa de Winchester, que produziram inúmeros relatos de aparições sombrias, vistas em corredores, gavetas e coisas parecidas, a sensação física pode naturalmente oscilar.

"Acho que se estiver assombrado, o que pode estar, é assombrado por um espírito muito doce, que realmente acho que seja o espírito de Sarah Winchester. Sinto que é muito, muito benigno. Muito doce, e até mesmo com senso de humor", disse Dame Mirren.

Alguns dias depois, por volta do dia 17 de maio, o "Winchester Mystery House" liberou um comunicado de imprensa falando justamente sobre o novo passeio o "Explore More Tour", onde mais cômodos teriam sido liberados ao público, acrescentando mais 1h de passeio guiado. Confira algumas imagens abaixo:

Alguns dias depois, por volta do dia 17 de maio, o "Winchester Mystery House" liberou um comunicado de imprensa falando justamente sobre o novo passeio o "Explore More Tour"...
...onde mais cômodos teriam sido liberados ao público, acrescentando mais 1h de passeio guiado
Finalmente, no dia 25 de maio, o novo passeio foi inaugurado e recebeu, é claro, uma atenção especial da mídia norte-americana, principalmente da Costa Oeste. Confira abaixo a reportagem da KPIX 5, emissora de TV afiliada da CBS, em São Francisco, que foi publicada em um canal de terceiros, no YouTube (em inglês, mas vamos contar o que foi basicamente mencionado para vocês):



De acordo com a KPIX 5, seria a primeira vez que os turistas poderiam entrar na casa através da porta da frente, apenas uma das inúmeras áreas que tinham sido abertas ao público através do corte de uma fita cerimonial. Foi alegado que Sarah Winchester não queria que ninguém visse o hall de entrada, atrás da porta da frente, porque não estava mobiliado e devidamente decorado.

"Existe uma história sobre Teddy Roosevelt batendo na porta, e ela não o deixa entrar", disse o Gerente Geral, Walter Magnuson.

"Existe uma história sobre Teddy Roosevelt batendo na porta, e ela não o deixa entrar", disse o Gerente Geral, Walter Magnuson
Outro quarto, conhecido como "South Witches Cap", era apenas um dos 40 quartos da casa, que passaram a ficar abertos ao público. Os corredores do terceiro andar fazem parte da casa, que é visitada pelos fantasmas

"Sei que há diversas pessoas que gostariam de realizar uma sessão mediúnica aqui, porque tem uma energia bem concentrada. Algumas vezes, você ouvirá alguém sussurrando seu nome e não há ninguém lá", disse a historiadora da casa, Janan Boehme.

"Sei que há várias pessoas que gostariam de realizar uma sessão mediúnica aqui, porque tem uma energia bem concentrada. Algumas vezes, você ouvirá alguém sussurrando seu nome e não há ninguém lá", disse a historiadora da casa, Janan Boehme
Já na ala norte, os visitantes poderiam ver resquícios dos prejuízos causados e dos artefatos da época do "Grande Terremoto de São Francisco de 1906."

Entretanto, será que toda essa história é real? Será que Sarah Winchester estava mesmo sendo pertubada pelos espíritos? É justamente sobre isso que vocês vão poder conferir a partir de agora. Acredite, tenha muita calma, porque a suposta verdade sobre a Mansão Winchester com certeza vai surpreender e deixar muitos de vocês com os olhos arregalados!

A Suposta Verdade Por Trás da Misteriosa Mansão Winchester


Para tentar mostrar a vocês um ponto raramente mencionado sobre a Mansão Winchester, além do que é amplamente divulgado pela imprensa e pela própria empresa responsável por administrar a mansão atualmente, vou utilizar um texto, no mínimo inusitado, escrito por filósofo e escritor Richard Allan Wagner, que alega possui o 32º Grau do Rito Escocês da Maçonaria Livre e ser um Frater na Ordem Rosacruz AMORC.

Para tentar mostrar a vocês um ponto raramente mencionado sobre a Mansão Winchester, além do que é amplamente divulgado pela imprensa e pela própria empresa responsável por administrar a mansão atualmente, vou utilizar um texto, no mínimo inusitado, escrito por filósofo e escritor Richard Allan Wagner (na foto)
Richard é um tanto quanto excêntrico em suas convicções ao escrever alguns livros de ficção científica sobre Deuses e Reis, Planeta Marte e até mesmo um livro que pretende revelar a verdade por trás do poeta inglês William Shakespeare. Portanto, recomendo muita cautela ao ler essa última parte da postagem, que é mais voltada para aqueles que gostam de uma boa teoria conspiratória e de desvender mistérios. Será que Richard teria razão em suas análises? Vamos começar a saga!

A Bela de New Haven, no Estado Norte-Americano de Connecticut


Seu nome de nascimento era Sarah Lockwood Pardee. Ela era a quinta de sete crianças nascidas de Leonard Pardee e Sarah Burns. Não existem registros ou qualquer outra forma de informação, que seja completamente verdadeira ou fatual, que estabeleça uma data de nascimento para Sarah - até mesmo o ano permanece desconhecido. A escassa informação que sobrevive do registro histórico indica que seu nascimento deve ter ocorrido entre 1835 e 1845. Nesse sentido, muitos sites apontam que ela teria nascido em 1839.

Na época do nascimento de Sarah, os Pardees eram uma respeitável família de classe média alta de New Haven. Seu pai, Leonard, era um marceneiro, cujo senso de negócio se encontrava em ascensão na sociedade que possuía ensino, como um bem-sucedido fabricante de carruagens. Posteriormente, durante a Guerra Civil, ele fez fortuna fornecendo ambulâncias para o Exército da União.

Ambrótipo pintado a mão de Sarah Winchester, realizado em 1865
pela Taber Photographic Company de São Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
A característica mais proeminente de Sarah é que ela era tudo, menos comum. Assim como Francis Bacon, ela era uma criança prodígio. Além disso, pelo que tudo indica, ela também foi considerada muito bonita. Aos doze anos, Sarah já era fluente em latim, francês, espanhol e italiano. Além disso, seu conhecimento dos clássicos (notavelmente Homer e Shakespeare), juntamente com um talento notável para música era bem conhecido. Não seria de se estranhar que a sociedade de New Haven, eventualmente apelidaria a jovem de "A Bela de New Haven".

Além do brilho de Sarah e do lugar respeitável na sociedade, havia diversos fatores sobre New Haven, que apresentavam uma influência original em sua educação. Para começar, havia a Universidade de Yale (originalmente conhecida como Faculdade Yale). Desde o seu início, Yale (e New Haven) foi um centro progressivo do pensamento e das atividades da Maçonaria Livre e da Ordem Rosacruz.

Além do brilho de Sarah e do lugar respeitável na sociedade, havia diversos fatores sobre New Haven, que apresentavam uma influência original em sua educação. Para começar, havia a Universidade de Yale (originalmente conhecida como Faculdade Yale). A foto acima mostra justamente Yale por volta do ano de 1901
Consequentemente, Sarah cresceu e foi educada em um ambiente tomado por essas vertentes filosóficas. Diversos tios e primos de Sarah eram maçons. Mais importante ainda é que, quando jovem, ela foi admitida na única instituição escolar feminina de Yale, conhecida como "Young Ladies Collegiate Institute" (algo como "Instituto Colegiado de Jovens Senhoras", em português). Dois dos administradores e professores mais influentes, Judson A. Root e seu irmão N.W. Root de Taylor eram tanto da "Maçonaria Livre", quanto da Ordem Rosacruz. Além das artes liberais, os Roots estabeleceram um currículo rigoroso, que consistia em ciências e matemática.

Além disso, duas das colegas de Sarah, Susan e Rebecca Bacon, eram filhas do reverendo Dr. Leonard Woolsey Bacon, de New Haven, mas que não tinham nenhuma relação com Francis Bacon. Enquanto Sarah e as meninas Bacon estavam frequentando o instituto, a irmã do Dr. Bacon, Delia, também moradora de New Haven, atraiu uma fama e atenção consideráveis por escrever seu famoso tratado em que Sir Francis Bacon (com a ajuda de um círculo das melhores mentes literárias da "Era Isabelino-Jacobiana") foi o verdadeiro autor e editor das obras originais de Shakespeare. Seu trabalho foi patrocinado pelo autor Nathaniel Hawthorn, e posteriormente foi apoiado por pessoas como Ralph Waldo Emerson e Mark Twain. Além de sua escrita, Delia Bacon deu inúmeras palestras públicas aos cidadãos de New Haven. Assim sendo, New Haven, no estado norte-americano de Connecticut foi o berço real da doutrina "Bacon é Shakespeare".

Grade curricular da única instituição escolar feminina de Yale, conhecida como "Young Ladies Collegiate Institute" (algo como "Instituto Colegiado de Jovens Senhoras", em português)
Dada sua exposição direta à Doutrina Baconiana, juntamente com sua paixão pelas obras de Shakespeare, era inevitável que Sarah Pardee fosse atraída como uma força irresistível para um interesse mais que passageiro no novo teorema. Além disso, a preocupação Baconiana-Maçônica com técnicas secretas de criptografia usando sistemas de cifra numeradas, certamente influenciou a visão de mundo da jovem Sarah. Esse pano de fundo original para o desenvolvimento inicial de Sarah desempenhou um papel crucial que, essencialmente, definiu o que se tornaria o trabalho de sua vida.

Assim conforme veremos mais adiante, a "Bela de New Haven" tornaria-se uma "baconiana leal" pelo resto de sua vida. Ela também adquiriu um vasto e estranho conhecimento do ritual maçônico-rosacruziano e também sobre simbologia. Além disso, ela gravitava para a Teosofia. O autor e historiador Ralph Rambo (quem teoricamente e realmente conhecia Sarah) escreveu: "Acredita-se que a Sra. Winchester era Teosofista." Rambo não elaborou o assunto, porém como ele estava próximo de Sarah, ele provavelmente estava em posição de conhecer algumas coisas sobre ela. Deve-se notar que a maioria dos rosacruzes são teosofistas.

Ralph Rambo (na foto) trabalhou na Muirson Label Company de 1916 a 1964. Durante a maior parte desse tempo, ele foi diretor de arte da empresa. Posteriormente, ele passaria a escrever livros sobre a vida no Vale de Santa Clara.
Sarah aderiu tanto à teosofia cabalística de Bacon quanto à perspectiva teosófica de Rudolph Steiner (1861-1925). Steiner encarava o universo como um vasto organismo vivo, no qual todas as coisas são comparadas a unidades ou células, que evoluem individualmente, e que compreendem um corpo universal e sinérgico maior, que está "sempre em construção". Conforme veremos mais adiante, o tema "sempre em construção" foi o cerne da metodologia de Sarah.

William e Annie Winchester


William Wirt Winchester nasceu em Baltimore, no estado
norte-americano de Maryland, em 22 de julho de 1837.
William Wirt Winchester nasceu em Baltimore, no estado norte-americano de Maryland, em 22 de julho de 1837. Ele era o único filho de Oliver Fisher Winchester e Jane Ellen Hope. Em consonância com uma tendência popular da época, ele recebeu o nome de William Wirt, um procurador-geral muito popular e o mais antigo dos Estados Unidos.

Logo após a chegada de William, os Winchesters se mudaram para New Haven, onde o empreendedor Oliver, juntamente com seu parceiro John Davies, fundou, com sucesso, uma empresa de fabricação de roupas. Gradualmente, o patriarca de Winchester acumulou uma fortuna considerável. Posteriormente, Oliver canalizou seus esforços em uma empresa de fabricação de armas, que então (em 1866) evoluiu para a famosa Winchester Repeating Arms Company.

De acordo com documentos históricos, os Winchesters e os Pardees estavam bem familiarizados entre si, particularmente através dos auspícios da Primeira Igreja Batista de New Haven. Além disso, Sarah Pardee e a irmã de William, Annie, eram colegas de classe no Instituto Colegiado de Jovens Senhoras. Não muito distante, William frequentou o Instituto Colegiado e Comercial de New Haven, outro braço da Faculdade de Yale.

No local, os professores de William incluíam N.W. Taylor Root (um dos instrutores de Sarah) e Henry E. Pardee, que era outro dos primos de Sarah. Assim sendo, a jovem Sarah e William encontraram-se estudando praticamente a mesma grade curricular, em circunstâncias muito semelhantes. Além disso, tal como os Pardees, a família Winchester estava repleta de maçons.

Posteriormente, Oliver canalizou seus esforços em uma empresa de fabricação de armas, que então (em 1866) evoluiu para a famosa Winchester Repeating Arms Company
Sarah e William se casaram em 30 de setembro de 1862. Sua única filha, Annie Pardee Winchester veio ao mundo em 12 de julho de 1866. Infelizmente, devido a uma complicação conhecida como "marasmo" (uma grave desnutrição devido à incapacidade do corpo em metabolizar proteínas), Annie morreu 40 dias depois. Em 1880, Oliver Fisher Winchester morreu, deixando a sucessão da Winchester Repeating Arms Company para seu único filho. Um ano depois, William morreu de tuberculose aos 43 anos.

Jazigo da família Winchester no Cemitério Evegreen, na cidade de New Haven
A dupla perda de Annie e William foi um profundo golpe para Sarah. No entanto, a perda deixou a viúva Winchester com uma herança de 20 milhões de dólares (o que era uma gigantesca fortuna na época), e quase 50% do controle acionário da Winchester Arms que, por sua vez, lhe rendia aproximadamente US$ 1.000 dólares por dia em royalties pelo resto de sua vida. Isso tudo fez de Sarah Winchester uma das mulheres mais ricas do mundo.

A Viagem para a Europa e a Posterior Mudança para o Estado Norte-Americano da Califórnia


De acordo com Ralph Rambo, Sarah fez uma viagem pelo mundo durante três anos antes de se instalar na Califórnia em 1884. O jornal "The New Haven Register", de 1886, mencionou Sarah como se a mesmo tivesse se "mudado para a Europa." Nenhuma outra informação sobreviveu para nos dizer exatamente onde a Sra. Winchester foi durante esses anos ou em que suas atividades consistiram. Porém, podemos projetar algumas teorias bem interessantes.

Embora a Maçonaria tenha tradicionalmente proibido as mulheres de sua filiação, há numerosos casos documentados em que algumas mulheres de forte expressão conquistaram uma posição em lojas liberais maçônicos, já no século XVIII. Um movimento iniciado na França chamado "Co-Maçonaria", que permitia a participação masculina e feminina já estava em andamento quando Sarah chegou naquele país. Considerando sua condição social, uma predileção em relação aos princípios maçônicos e um domínio dos idiomas europeus, Sarah poderia facilmente ter sido admitida em qualquer uma das permissivas lojas maçônicas francesas.

Um movimento iniciado na França chamado "Co-Maçonaria", que permitia a participação masculina e feminina já estava em andamento quando Sarah chegou naquele país
Outro cenário possível envolvendo as atividades da Sra. Winchester no exterior poderia ter incluído visitas a marcos esotéricos e arquitetônicos, assim como a Catedral de Chartres, na França. O interesse maçônico-rosacruziano de Sarah em labirintos a teria atraído para Chartres, que possui seu labirinto de 11 circuitos, uma característica semelhante a um quebra-cabeças, que enfatiza a disciplina da tradição iniciática das antigas escolas de mistério.

Da mesma forma, ela também poderia ter encontrado inspiração na simbologia maçônica e na estrutura misteriosa (incluindo uma escada que não leva a lugar nenhum) da Catedral de Rosslyn, na Escócia.

Outro cenário possível envolvendo as atividades da Sra. Winchester no exterior poderia ter incluído visitas a marcos esotéricos e arquitetônicos, como a Catedral de Chartres, na França
Da mesma forma, ela também teria encontrado inspiração na simbologia maçônica e na estrutura misteriosa (incluindo uma escada que não leva a lugar nenhum) da Catedral de Rosslyn, na Escócia.
Em 1884, Sarah passou a residir na área da Baía de São Francisco, nos Estados Unidos, eventualmente se mudando para o interior do Vale de Santa Clara (atualmente a cidade deSan José) para comprar uma casa de 8 quartos de um tal Dr. Robert Caldwell. O motivo aparente para essa mudança era para viver próxima a seus inúmeros parentes da família Pardee, quando muitos deles foram para a Califórnia durante a "Corrida do Ouro" de 1849, e se espalharam desde Sacramento até a área da Baía de São Francisco.

Um desses parentes de Pardee, Enoch H. Pardee, tinha-se tornado um médico altamente respeitado e um político ao viver em Oakland. Posteriormente, seu filho George C. Pardee seguiu os passos de seu pai alcançando o cargo de Governador da Califórnia (1903-1907).

Um destes parentes de Pardee, Enoch H. Pardee, tinha-se tornado um médico altamente respeitado e um político ao viver em Oakland. Posteriormente, seu filho George C. Pardee seguiu os passos de seu pai alcançando o cargo de Governador da Califórnia (1903-1907)
É interessante notar que Wikipedia destaque que Enoch Pardee foi "um ocultista proeminente". Provavelmente, a referência ocultista tem a ver com o fato de que tanto Enoch, quanto seu filho George eram membros do altamente secreto e misterioso "Bohemian Club", que era um braço da Sociedade "Skull and Bones" de Yale. Além disso, Enoch e George eram Cavaleiros Templários da Maçonaria Livre.

Também é interessante notar o fato de que o presidente Theodore Roosevelt (outro membro do "Bohemian Club") foi até Califórnia em 1903 para pedir ao governador Pardee para ser candidato a vice-presidente na eleição nacional de 1904. A oferta foi recusada. Durante a mesma viagem, Roosevelt tentou visitar Sarah Pardee Winchester. Mais uma vez, a oferta de Roosevelt foi recusada.

A Mansão Winchester


Após comprar a casa do Dr. Caldwell juntamente com seus 161 acres de terras agrícolas, a Sra. Winchester contratou uma equipe de aproximadamente 20 carpinteiros, e começou a implementar um grandioso projeto de construção, que durou até sua morte 38 anos depois. A obra era um verdadeiro empreendimento "sempre em construção", no qual os operários trabalhavam 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Com a Sra. Winchester sendo sua única arquiteta, a casa cresceu gradualmente para fora e para cima, alcançando uma altura de 7 andares em alguns lugares, e possuindo entre 500 e 600 quartos. O terremoto de 1906 reduziu a casa a 4 andares. Posteriormente, Sarah se absteve de aventurar-se mais alto.

Além de seu imenso tamanho e arquitetura de estilo vitoriano, a casa tem inúmeras características únicas. Para começar, é inegavelmente um labirinto. Existem literalmente quilômetros de corredores como labirintos e corredores retorcidos, alguns dos quais têm becos sem saída, forçando o visitante a dar meia volta e voltar. Há também algumas passagens e escadas centralmente localizadas, que servem como atalhos permitindo um salto virtual de um lado da casa para o outro. Atravessar o labirinto é verdadeiramente vertiginoso e desorientador para a própria sensibilidade.

Antiga foto mostrando a casa de Sarah Winchester antes do terremoto de 1906. Com a Sra. Winchester sendo sua única arquiteta, a casa cresceu gradualmente para fora e para cima, alcançando uma altura de 7 andares em alguns lugares, e possuindo entre 500 e 600 quartos. O terremoto de 1906 reduziu a casa a 4 andares. Posteriormente, Sarah se absteve de aventurar-se mais alto.
A casa possui dezenas de esquisitices e características anômalas. Há quartos dentro de quartos. Há uma escadaria que não leva a lugar algum, abruptamente parando no teto. Em outro lugar, há uma porta que se abre para uma parede sólida. Algumas das 47 chaminés da casa têm um teto alto, enquanto em alguns lugares há claraboias cobertas por um telhado.

Algumas claraboias são cobertas por outra claraboia e, em um lugar, há uma claraboia embutida no chão. Há pequenas portas que levam a grandes espaços, e grandes portas que levam a espaços muito pequenos. Em outra parte da casa, uma porta no segundo andar se abre para a parte externa, que faria qualquer um ter uma forte queda no gramado do lado de fora da casa.

Há pequenas portas que levam a grandes espaços, e grandes portas que levam a espaços muito pequenos. Em outra parte da casa, uma porta no segundo andar se abre para a parte externa (na foto), que faria qualquer um ter uma forte queda no gramado do lado de fora da casa.
Além disso, pilares invertidos podem ser encontrados em toda a casa. Muitos visitantes da mansão Winchester compararam, e com certa razão, seu estranho design com o trabalho do artista holandês M.C. Escher. Os números primos 7, 11 e 13 são repetidamente exibidos de várias formas em toda a casa, sendo que o número 13 é o mais proeminente. Esses números apresentam-se no número de janelas em muitos dos quartos, no número de degraus nas escadas, no número de barras nas grades, no número de painéis nos pisos e paredes, no número de velas em um lustre etc. Inquestionavelmente, esses três números primos eram extremamente importantes para Sarah (e para Francis Bacon).

Bem à frente de seu tempo, Sra. Winchester empregou muitas invenções de alta tecnologia para a sua época. Acredita-se que ela tenha sido a primeira construtora a usar isolamento térmico de lã. A casa era iluminada por luminárias de gás carbide, que foram fornecidas pela sua própria fábrica de gás. Painéis de botões elétricos foram utilizados ​​para operar as luminárias por meio de um sistema, que gerava uma faísca para acendê-las. Sarah também estava entre as primeiras a usar um chuveiro, e elevadores (dois hidráulicos, e um terceiro elétrico).

Antiga foto mostrando Sarah Winchester, já com uma certa idade, em uma carruagem
Em meio a uma pequena cidade, a propriedade de Winchester era praticamente autossuficiente com um local para abastecimento de água e energia elétrica, além de um sistema de drenagem de esgoto. A notícia da morte da Sra. Winchester, em 5 de setembro de 1922, fez com que seus trabalhadores interrompessem a construção, deixando pregos batidos pela metade nas paredes.

De acordo com seu testamento, assinado 13 vezes por Sarah, ela teve toda a sua propriedade dividida em porções generosas para ser distribuída entre algumas instituições de caridade e pessoas que tinham dedicado seu tempo a seu serviço ao longo dos anos. Sua sobrinha favorita e secretária, Marian Marriott, supervisionou a remoção e venda de todos os móveis de Sarah e bens pessoais. Roy Lieb, advogado da Sra. Winchester de muitos anos, tinha sido nomeado em seu testamento como executor de sua propriedade.

Foto antiga mostrando uma família visitando a "Casa Misteriosa" dos Winchester.
Existe uma grande imprecisão em relação a dara dessa foto, mas estima-se que seja entre 1925 e 1935
Assim sendo, Roy Lieb vendeu a mansão às pessoas que, em 1933, a preservaram como um museu "vivo", atualmente conhecido como a "Casa Misteriosa de Winchester" ou Marco Histórico da Califórnia nº 868.

O Suposto Folclore Envolvendo a Mansão Winchester


De acordo com Richard Allan Wagner, apesar do fato de Sarah Winchester ter sido extremamente secreta sobre si mesma, quase tudo o que as pessoas acham que sabem sobre ela é quase uma "fofoca". Richard se referiu a essa "desinformação" como "folclore". Ele disse que, em uma de suas muitas visitas de pesquisa até a "Casa Misteriosa de Winchester", um antigo guia turístico lhe informou que "no passado, os guias turísticos foram encorajados a inventar coisas só para dar apimentar um pouco à história."

O folclore sobre Sarah é contado que, após a morte de William em 1881, a Sra. Winchester, altamente perturbada. procurou o conselho de Adam Coons, um famoso médium da cidade de Boston. Durante uma sessão com Coons, Sarah foi informada que, devido as muitas pessoas que tinham sido mortas pelos rifles Winchester, ela tinha sido amaldiçoada pela fortuna do marido. Adam Coons ainda teria instruído Sarah, que os espíritos irritados exigiam que ela se mudasse para a Califórnia e construísse uma casa para eles.

O folclore sobre Sarah é contado que, após a morte de William em 1881, a Sra. Winchester, altamente perturbada. procurou o conselho de Adam Coons, um famoso médium da cidade de Boston. Durante uma sessão com Coons, Sarah foi informada que, devido as muitas pessoas que tinham sido mortas pelos rifles Winchester, ela tinha sido amaldiçoada pela fortuna do marido
Após sua chegada à Califórnia, Sarah teria começado a realizar suas próprias sessões, sempre a meia-noite, para que ela pudesse receber as "instruções de construção" dos espíritos para o dia seguinte. Suas sessões envolviam supostamente o uso de uma tábua Ouija e uma planchette, e diversas roupas coloridas, que ela usaria ritualisticamente todas as noites (para a edificação dos espíritos) dentro dos limites de sua "Quarto de Sessão Mediúnica." Para apaziguar ainda mais os espíritos irritados, a Sra. Winchester teria feito com que a construção da casa continuasse, sem parar, 24 horas por dia, 365 dias por ano, por medo de que, se as obras parassem, ela poderia morrer.

Por alguma razão inexplicável, no entanto, a Sra. Winchester teria tomado precauções no projeto da casa para incorporar características estranhas na mesma, de modo a "confundir os espíritos malignos." Além disso, ela teria tocado o sino todas as noites, sempre à meia-noite, para sinalizar aos espíritos o horário de início da sessão mediúnica, e depois novamente às 2h da manhã, sinalizando aos espíritos, que era hora de partir. Algumas perguntas, no entanto, não querem calar: "Quem estava no comando de quem?", "Por que os espíritos teriam uma incapacidade ou necessidade de manter o controle do tempo?"

Foto da Torre do Sino da Mansão Winchester. Sarah teria tocado o sino todas as noites, sempre à meia-noite, para sinalizar aos espíritos o horário de início da sessão mediúnica, e depois novamente às 2h da manhã, sinalizando aos espíritos, que era hora de partir.
Aliás, você pode escutar o sino sendo tocado em um vídeo publicado em um canal de terceiros, no YouTube. É um vídeo bem curtinho, apenas para ilustrar um pouco a situação e não tornar todo esse texto muito cansativo para vocês:



Além disso, Sarah infundiu os números 7 e 11 na arquitetura porque eles seriam números de sorte. E o número 13? Bem, conforme todos sabem, esse é um "número de azar", que a Sra. Winchester teria usado para afastar os fantasmas malignos. Ela também dormiria em um quarto diferente todas as noites como uma medida extra para afastar os espíritos. Richard Allan Wagner disse que muitas pessoas continuam pensando até hoje que Sarah era uma pessoa perturbada, algo que é alimentado por dezenas de programas de TV, que grosseiramente reforçam o folclore.

Richard Allan Wagner disse que muitas pessoas continuam pensando até hoje que Sarah era uma pessoa perturbada, algo que é alimentado por dezenas de programas de TV, que grosseiramente reforçam o folclore
A "Casa Misteriosa de Winchester" se tornou uma grande fonte de renda para os atuais proprietários
A desinformação ainda seria agravada pelo empreendimento turístico sobre a casa, cuja lucratividade perpetuaria o folclore. Apesar da Sra. Winchester ser apresentada de forma positiva, os seus passeios de Halloween, juntamente com folhetos, cartões postais, canecas e outros diversos itens, que são vendidos na loja de souvernirs com o slogan "A Mansão Projetada Pelos Espíritos" só estaria alimentando a versão folclórica da vida de Sarah Winchester. Essa seria tão somente uma estratégia de marketing altamente eficaz para um negócio muito lucrativo. De qualquer forma, esse não seria o legado que Sarah queria deixar para a posteridade.

Desfazendo o Mito em Torno de Sarah Winchester


Assim como teria acontecido com Francis Bacon, o legado de Sarah Winchester teria sido vítima do "The Liberty Valance Effect", ou seja, "quando a lenda torna-se um fato." Segundo Richard Allan Wagner, fundamentalmente os guias turísticos sabem que as informações transmitidas aos turistas não passariam de folclore. Porém, qual seria a razão de se preocupar em olhar além do folclore "ortodoxo" superficial, quando é muito mais conveniente abraçar o mito e continuar recitando o mantra: "nunca saberemos o que pensamentos e motivos da Sra. Winchester?" No entanto, historiadores e arqueólogos discordariam amplamente sobre isso, particularmente quando a pessoa de interesse foi deliberadamente muito longe para deixar um rastro bem elaborado de pistas e artefatos para serem seguidos. Portanto, torna-se uma questão de separar o fato da ficção, começando com o processo de eliminação.

Vamos começar com as alegações sobre Sarah e Adam Coons. Não há registro ou evidência de que a Sra. Winchester tenha conhecido esse homem. Também não há nenhuma evidência que sustente a ideia de que ela era uma espiritualista ou tinha qualquer inclinação para acreditar na comunicação com os mortos. Além disso, não há absolutamente nenhuma base fatual para sustentar a ideia de que Sarah alguma vez usou o chamado "Quarto de Sessão Mediúnica" com a finalidade de conduzir sessões. Sua companheira mais íntima e enfermeira de muitos anos, Henrietta Severs, negou firmemente que a Sra. Winchester tivesse qualquer inclinação espiritualista.

Segundo Richard Allan Wagner, fundamentalmente os guias turísticos sabem que as informações transmitidas aos turistas não passariam de folclore. Porém, qual seria a razão de se preocupar em olhar além do folclore "ortodoxo" superficial, quando é muito mais conveniente abraçar o mito e continuar recitando o mantra: "nunca saberemos o que pensamentos e motivos da Sra. Winchester?"
Além disso, por qual as características estranhas construídas em uma casa confundiriam os espíritos malignos? Talvez fosse melhor perguntar: Por que qualquer coisa estranha, ou não compreendida, deve ser explicada como estando relacionada ao "mundo espiritual"? E finalmente, se a Sra. Winchester realmente acreditasse que ela era amaldiçoada pela fortuna de Winchester, por que ela exacerbaria o assunto ao se manter como uma grande acionista da Winchester Repeating Arms Company, para posteriormente adquirir ainda mais ações ao longo da vida?

Inquestionavelmente, para muitas pessoas, o folclore é divertido, mas é uma completa invenção. No que diz respeito à razão de Sarah para construir a casa da maneira que fez, o autor Ralph Rambo declarou: "A grande questão ainda está para ser respondida: Por que? Por que?"

O Mistério Será Resolvido?


De acordo com Richard Wagner, uma vez que o folclore é posto de lado, os mistérios envolvendo Sarah são mais fáceis de serem analisados. De fato, o termo "mistério"é muito etéreo, o que implica uma qualidade inacessível, que não pode ser determinada. Sarah garantiu que seu legado estava bem ao alcance e capaz de ser compreendido. Portanto, tal como o folclore, o termo "mistério" também deve ser posto de lado e substituído pelo termo mais apropriado "quebra-cabeças".

Assim como a Catedral de Chartres, na França, ou Catedral de Rosslyn, na Escócia, o legado arquitetônico de Sarah é um enigma artístico. Assim, a solução para a pergunta de Ralph Rambo ("Por que? Por que?") Seria apenas uma questão de conectar os pontos e reunir adequadamente as partes do quebra-cabeça que Sarah generosamente deixou. Além disso, ela teria começado a elaborar seu quebra-cabeça muito antes da construção da mansão.

Códigos de Criptografia: A Conexão Winchester-Bacon


Conforme observado anteriormente, a jovem Sarah Pardee foi criada em um ambiente educacional no qual ela teve exposição direta à influência de conceitos maçônicos, rosacruzianos e baconianos. Um desses conceitos envolve o aspecto labiríntico do projeto da casa. As antigas escolas de mistério enfatizavam a tradição do iniciado. O aluno novato, chamado de iniciado ou candidato, era obrigado a submeter-se a uma série de testes para provar que ele estava pronto e digno de avançar para níveis sucessivamente mais elevados de aprendizagem. Esses níveis são chamados de "graus".

Nos tempos antigos, o iniciado era submetido a um teste chamado "labirinto". O labirinto era geralmente uma estrutura subterrânea ou fechada consistindo em escadas escuras e sinuosas, além de passagens. O iniciado tinha que encontrar o caminho correto através das inúmeras armadilhas, obstáculos e armadilhas do labirinto. O objetivo do teste era forçar o iniciado a desenvolver e aperfeiçoar seus poderes de intuição e percepção.

O labirinto de 11 circuitos da Catedral de Chartres, na França
Embora a casa labiríntica de Sarah sirva a mesma função, que os antigos protótipos, seu labirinto é mais um passo introdutório simbólico em seu quebra-cabeça. O maior teste para o iniciado reside na sua capacidade de compreender e identificar o mistério notável da Sra. Winchester de símbolos e código envolvendo números. O amor de Sarah pela geometria e números simétricos específicos é exibido de forma proeminente em toda a casa. Porém, o mais importante, conforme veremos a seguir, é que Sarah adotou as técnicas numéricas e criptográficas de Francis Bacon, incorporando-as à sua arquitetura juntamente com símbolos específicos de Bacon.

Uma das muitas realizações de Francis Bacon no campo da criptografia foram suas diversas técnicas de criptografia. De fato, sua "Cifra Bilateral" foi tão eficaz, que se tornou o modelo do Código Morse moderno e dos sistemas operacionais de computadores. Bacon infundiu mensagens de cifras codificadas em todas as suas obras, incluindo as peças e sonetos de Shakespeare, e seu trabalho traduzido conhecido como a "Bíblia do Rei James."

A Cifra Bi-lateral de Francis Bancon
(De dignitate & augmentis scientiarum libros IX. Londres, 1623)
A maioria das cifras de Bacon envolvia o uso de tabelas numerológicas e gematria. Tais tabelas correspondiam às 24 letras do alfabeto isabelino-jacobino com números específicos. Geralmente, os códigos usados ​​por Bacon eram uma mistura de cinco tabelas diferentes: Cifra Simples, Cifra de Kaye, Cifra Reversa, Cifra Curta e Cifra Pitagórica. Posteriormente, quando o alfabeto inglês expandiu para 26 letras, a "Tabela pitagórica (1 a 9)" tornou-se o paradigma usado pelos numerologistas modernos. Sarah Pardee teria adotado todas as "Tabelas de Criptografia de Bacon". Contudo, a "Tabela Pitagórica (1 a 9)" teria sido principal escolha de cifra.

Usar a "Tabela Pitagórica"é uma simples questão de combinar as letras de um nome ou palavra com seus números correspondentes. Posteriormente, basta somar os números até obter um outro número simplificado. Por exemplo, o nome Sarah = 20, que então simplifica para 2, porque os zeros são considerados como nulos (e, portanto, não são contabilizados). Pardee = 31, que resulta em 4. Assim sendo, Sarah Pardee = 6 (2 + 4). Entenderam o esquema? O nome completo de Sarah, no entanto, era Sarah Lockwood Pardee. Então, seu nome do meio, equivale a 25, que simplifica para 7. Portanto, 2 + 7 + 4 = 13, que por sua vez é simplificado para 4 (ou seja, 1 + 3 = 4). Legal, não é mesmo? Você até aplicar isso ao seu próprio nome, conforme a tabela abaixo:

A "Tabela Pitagórica (1 a 9)" (na foto) tornou-se o paradigma usado pelos numerologistas modernos
Francis Bacon não aderiu à aplicação estrita da "regra de simplificação". O nome de Bacon, em "Cifra Simples", somava 33. Por razões pessoais e matemáticas, ele optou por esse número para representar o seu sobrenome em vez do número 6. Da mesma forma, o nome de Bacon, de acordo com a Tabela da Cifra de Kaye, somava 111. Esse se tornou o segundo número, que ele usou para representar seu sobrenome.

Richard Allan Wagner disse que, com certeza, a jovem Sarah teria seguido o exemplo de Bacon. Na verdade, o enredo engrossaria quando notamos que os nomes de Sarah Pardee e Francis Bacon correspondem (na Cifra Pitagórica) com o número 51. Além disso, quando ela incluiu sua inicial do meio (L), os números no nome de Sarah resultam em 54 que, quando invertido (45), corresponde ao nome Shakespeare. Incrível, não é mesmo? Você pode fazer esses cálculos através de um conversor ao clicar aqui (a Cifra Pitagórica está identificada como "Short").

As Cifras Simples e de Kaye considerando o antigo alfabeto inglês de 24 letras
Quando Sarah conheceu William Wirt Winchester, ela teria encontrado seus números milagrosos. Primeiramente, seu nome resultou (na Criptografia Pitagórica) no número 111 (assim como Bacon na Cifra de Kaye). E, em segundo lugar, quando cada um dos nomes de William é simplificado, eles se tornam 777, ou seja, William = 34 (3 + 4 = 7), Wirt = 25 (2 + 5 = 7) e Winchester = 52 (5 + 2 = 7). O número 777 é extremamente importante para os cabalistas, rosacruzes e maçons. Além disso, o nome completo de William equivale a 21 letras. Agora, repare que 21 é composto por 3 vezes o número "7", e, conforme veremos, este é um tema consistente com todos os nomes da família Winchester. Além disso, as iniciais W.W.W. (que aparecem no jazigo dos Winchesters, e que comentaremos daqui a pouco) equivalem a 555, outro número cabalístico-maçônico crucial.

Muitos casais gostam de dizer que sua união é o produto de algum tipo de destino inefável. O destino de Sarah e William não era bem assim. Não obstante o amor mútuo, sua união foi "predestinada" por números. Imagino que vocês devem estar bem impressionados, porém a história vai ainda mais longe. Após o casamento com William, os números de Sarah alcançaram um nível mais alto de realização. Tal como com Francis Bacon, Sarah percebeu que a "sincronicidade numérica" incorporava a dinâmica subjacente mais profunda do destino. Assim sendo, o número 51 (Sarah Pardee) se encontrando com o número 52 (Winchester) resultava em 103, ou seja, 13!

O número 777 é extremamente importante para os cabalistas, rosacruzes e maçons
O nascimento da filha de Winchester, Anne Pardee Winchester, em 1866, resultou em um novo conjunto de números para Sarah para lidar. A Sra. Winchester cuidadosamente selecionou dois números primários para representar o nome de sua filha, "11" e "77". Conforme veremos, a preferência de Sarah pelos nomes Annie Pardee (56) e Annie Winchester (77) eram importantes, porque demonstravam um parentesco numérico entre Annie e Sarah, e Annie e William. Por exemplo, os nomes "Sarah Pardee" e "Annie Pardee" consistem em 5 letras seguidas por 6 letras, resultando em um total de 11 letras. Além disso, o nome Annie Pardee corresponde ao número 56 na Cifra Pitagórica. De forma diferente, cada um dos nomes William (34) Winchester (52) e Annie (25) Winchester (52) quando simplificados, equivalem ao número 77. Entretanto, o nome Annie Winchester (simplificado ou não) ainda corresponde ao número 77 (na Cifra Pitagórica). Além disso, os nomes Sarah Pardee Winchester, William Wirt Winchester e Annie Pardee Winchester consistem cada um em 21 letras. E, conforme já vimos anteriormente, 21 consiste em três "7", ou "777".

A razão pela qual sabemos que Sarah adotou a metodologia numerológica de Bacon está na evidência concreta que deixou para trás como testemunho de seus pensamentos e intenções. Por exemplo, é certo que Sarah considerou 52 como o número codificado, que representa o nome de Winchester conforme evidenciado pelas 52 claraboias em sua casa. Isso sem contar os seus restos mortais, juntamente com os de William e Annie, estão enterrados na quadra nº 52 do Cemitério Evergreen de New Haven. E, apenas para garantir que entenderíamos que a conexão entre o número 52 e o nome de Winchester, não foi à toa que Sarah deliberadamente colocou inscrições codificadas nas três lápides da família. Nelas é possível ler: "BABY ANNE", "SLW" e "WWW". De acordo com a Cifra Pitagórica, essas três inscrições somam 52 (5 + 2 = 7). Além disso, ou seja, além do número 111, Sarah adotou o número cabalístico 777 como um número codificado representando o nome "William Wirt Winchester". Sabemos disso porque, na década que seguiu a morte de William, ela manteve precisamente 777 ações na "Winchester Repeating Arms Company". Essas não são coincidências, e sabemos o que esses e outros números significavam para Sarah.

E, apenas para garantir que entenderíamos que a conexão entre o número 52 e o nome de Winchester, não foi à toa que Sarah deliberadamente colocou inscrições codificadas nas três lápides da família. Nelas é possível ler: "BABY ANNE", "SLW" e "WWW". De acordo com a Cifra Pitagórica, essas três inscrições somam 52 (5 + 2 = 7)
Isso sem contar os seus restos mortais, juntamente com os de William e Annie,
estão enterrados na quadra nº 52 do Cemitério Evergreen de New Haven
Conforme foi notado, Sarah estava tecendo sua tapeçaria de números muito antes de começar a construção de sua casa. Sua conexão com Francis Bacon é inegável. Conforme veremos mais adiante, Sarah tinha todas as razões para se identificar com Bacon, filosófica, artística e espiritualmente.

Observamos ainda, que praticamente todo o trabalho de Bacon foi codificado como um enigma de várias camadas para futuras gerações de indivíduos "esclarecidos" descobrirem. Seu trabalho dentro de seu círculo rosacruziano, durante a redação do "Fama Fraternitatis" (o primeiro dos três manifestos rosacruzes de Bacon), reflete o uso do seu codinome "F. B. Arquiteto." E, de fato, Bacon se viu (pelo menos metaforicamente) como um Arquiteto. O tema Arquiteto aparece em praticamente tudo o que ele produziu. É o seu fundamento para o que mais tarde se tornaria a Maçonaria Especulativa, e estaria onipresente em toda a obra de Shakespeare.

Observamos ainda, que praticamente todo o trabalho de Bacon (à esquerda) foi codificado como um enigma de várias camadas para futuras gerações de indivíduos "esclarecidos" descobrirem. Seu trabalho dentro de seu círculo rosacruziano, durante a redação do "Fama Fraternitatis" (à direita, o primeiro dos três manifestos rosacruzes de Bacon), reflete o uso do seu codinome "F. B. Arquiteto."
A arquitetura como legado da arte foi transmitida pela primeira vez pelo arquiteto e filósofo romano Marcus Vitruvius Pollio. Foi Vitruvio quem expôs pela primeira vez a virtude do valor matemático de Pi (a Divina Proporção, Proporção Áurea etc.). Ele considerou que a arquitetura era a mais nobre e perfeita de todas as formas de arte. O conhecimento sagrado da arquitetura foi legado apenas ao "iniciado" que provou ser "digno". Mais tarde, no século XIII, o matemático italiano, Leonardo Fibonacci, traduziu Pi em números reais. Este sistema racional de números é conhecido como a "Sequência de Fibonacci". O conhecimento arcano de Pi e sua relação com a arquitetura foram adotados e protegidos pelos Cavaleiros Templários, apenas para acabar no submundo após sua queda em 1307, remontando como o "Colégio Invisível" do Movimento Rosacruz.

Em seu livro "The Templar Revelation", os autores Lynn Picknett e Clive Prince apontam o fato bem obscuro de que "o movimento rosacruz foi a causa do Renascimento". Aquela teria sido a "Era de Ouro dos Gênios" e, de todos os gênios que o Renascimento gerou, ninguém foi mais influente ou tão produtivo quanto Francis Bacon. Ele foi o autor intelectual que, sozinho, teria criado o "Renascimento Inglês" e a "Era da Iluminação" que se seguiriam. Além disso, teria sido Bacon quem deu o nome ao movimento e articulou seu propósito. Ele também criou um novo ramo da Ordem Rosacruz chamado "Maçonaria Especulativa."

A arquitetura como legado da arte foi transmitida pela primeira vez pelo arquiteto
e filósofo romano Marcus Vitruvius Pollio (à direita, na gravura de 1684)
As inovações revolucionárias de Bacon nas artes e nas ciências foram construídas sobre o sólido fundamento da "sabedoria antiga". Assim como com os Templários, esse conhecimento deveria ser preservado e propagado através da tradição do "iniciado". A filosofia de Bacon manteve ainda mais os princípios fundamentais das antigas escolas de mistério, ou seja, a arquitetura como a arte, a unificação dimensional maior e, o mais importante, a questão do "encobrimento".

O conceito de ocultação de Bacon originou-se com sua visão de Provérbios 25 (no Antigo Testamento): "A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis, está em descobri-las". Esse é o princípio subjacente que evoluiu para o "método científico moderno", e a lenda maçônica de Hiram Abiff. Além disso, Bacon aplicou o tema do encobrimento em tudo o que ele tocou, incluindo sua própria vida (o mesmo seria igualmente verdadeiro para Sarah Winchester).

O "Quebra-Cabeça" de Sarah Winchester


Francis Bacon e Sarah Winchester entendiam que a única maneira de revelar tudo o que a natureza escondia era através da ciência transcendental dos números. Portanto, após a perda de Annie e William, Sarah começou a escrever não com palavras (conforme Bacon fazia), mas através da tradição vitruviana, que escolheu nos falar na pura linguagem dos números, e da arquitetura em um pano de fundo servindo de ocultação.

Assim como a Catedral de Rosslyn, a Mansão Winchester serve como um enigma dimensional maior. Para descobrir o seu significado subjacente, é preciso seguir o caminho do iniciado. Para esse fim, Sarah preparou cuidadosamente características maçônicas e rosacruzes na estrutura de sua casa labiríntica. Seu conceito de iniciação é paralelo ao método maçônico e rosacruziano de submeter o iniciado a uma série de etapas progressivas ou graus, em que ele é forçado a desenvolver seus poderes de intuição e percepção. No início de cada grau maçônico, o iniciado (candidato) expressa seu desejo de receber a "Luz". Com isso em mente, vamos tentar começar a jornada do iniciado no caminho que Sarah descreveu.

Para começar, a parte da frente da casa, assim como o Templo de Salomão, está volta para o leste verdadeiro. Isso é simbolicamente importante, uma vez o Oriente representa a fonte da "Luz" (conhecimento e sabedoria). Além disso, tal como uma loja maçônica, a casa possui a emblemática do Templo de Salomão. A Sra. Winchester considerou todos os que entrassem em sua propriedade fossem um possível iniciado. Então, naturalmente, a jornada do iniciado começava em frente dos portões de ferro fundido. Cada portão é decorado com o símbolo do Sol (com 16 raios). Esse símbolo foi usado por Bacon em muitas de suas gravuras. A única diferença em relação aos símbolos de Sarah é que, em vez de um rosto no centro, Sarah inseriu a imagem de uma margarida com oito pétalas (daqui a pouco comentaremos sobre as oito pétalas).

Cada portão é decorado com o símbolo do Sol (com 16 raios). Esse símbolo foi usado por Bacon em muitas de suas gravuras. A única diferença em relação aos símbolos de Sarah é que, em vez de um rosto no centro, Sarah inseriu a imagem de uma margarida com oito pétalas (daqui a pouco comentaremos sobre as oito pétalas)
O significado dos 16 raios possui múltiplas camadas. Porém, o mais importante aqui é saber que o "par de 16" (lado a lado) é uma referência ao ano civil 1616. Esse foi, talvez, o ano mais crucial na vida de Francis Bacon. Ele marcou a morte de seu líder, Will Shaksper, e o nascimento de sua nova e secreta sociedade da "Maçonaria Especulativa". Esse foi o ano em que Bacon escreveu e publicou seu terceiro e último "Manifesto Rosicruziano": "As Núpcias Químicas de Christian Rosenkreuz". Em segundo lugar, o número 16 pode ser simplificado para "7", deixando assim com um "par de 7."

A inserção das margaridas de Sarah no centro dos dois símbolos do Sol, na frente dos portões de ferro fundido são importantes, porque a margarida representa as duas qualidades essenciais do iniciado: inocência e fidelidade. Além disso, o símbolo do Sol é a insígnia do Diácono Sênior de uma Loja Maçônica. É o Diácono Sênior que atua como o guia do iniciado ao longo de sua iniciação em todos os três graus da "Loja Azul". Ao passar pelos portões de Sarah, o iniciado se torna seu próprio guia e persegue o caminho da "Iniciação de Si Mesmo."

É o Diácono Sênior que atua como o guia do iniciado ao longo de sua iniciação em todos os três graus da "Loja Azul". Ao passar pelos portões de Sarah, o iniciado se torna seu próprio guia e persegue o caminho da "Iniciação de Si Mesmo."
Após passar pelos portões, e olhando para a frente, vemos a frente da casa através do enquadramento de duas palmeiras, que representam os pilares gêmeos conhecidos como "Boaz" e "Jachin" na entrada do Templo de Salomão. Para todos os iniciadores maçônicos (candidatos), esses são os primeiros elementos pelos quais passarão ao entrar no ambiente da loja.

Depois de passar pelos pilares, o iniciado sobe simbolicamente uma "escadaria em espiral", que conduz ao Templo. Em vez de permitir a entrada pela parte da frente de sua casa, a Sra. Winchester exigia que as pessoas entrassem pelos fundos, através de uma entrada estrategicamente localizada próximo ao canto noroeste. Sua razão para isso tem a ver com o fato de que todos os iniciadores maçônicos devem entrar na sala da loja pelo canto noroeste.

Após passar pelos portões, e olhando para a frente, vemos a frente da casa através do enquadramento de duas palmeiras...
...que representam os pilares gêmeos conhecidos como "Boaz" e "Jachin" na entrada do Templo de Salomão
(a figura acima não representa o Templo de Salomão em si, mas figurativamente os tais pilares do templo)
A passagem a que se referem os guias turísticos como a "Escadaria Switchback" foi construída na forma de uma espiral de Arquimedes até chegar ao segundo andar . A escada possui 44 degraus bem baixos, visto que cada um possui menos de 5 cm de altura. Assim sendo, o efeito é mais como subir uma rampa do que escalar um conjunto de degraus. Além disso, a escada tem 7 voltas.

Aqui, Sarah combinou engenhosamente o simbolismo da "Escadaria em Caracol" do 2º grau maçônico com o simbolismo da "Escadaria de Jacó". De acordo com as tradições cabalísticas e maçônicas, a "Escadaria de Jacó"é uma rampa que serpenteia em torno de 7 voltas, ascendendo até o Céu. Além disso, cada uma das 7 voltas representa um "grau" progressivamente maior de iluminação. Além disso, as 7 voltas simbolizam as 7 artes e ciências liberais, assim como explicado ao iniciado.

A passagem a que se referem os guias turísticos como a "Escadaria Switchback" (apelidada por Richard de "Escadaria de Jacó") foi construída na forma de uma espiral de Arquimedes até chegar ao segundo andar . A escada possui 44 degraus bem baixos, visto que cada um possui menos de 5 cm de altura. Assim sendo, o efeito é mais como subir uma rampa do que escalar um conjunto de degraus.
Mais detalhes dessa mesma "Escadaria Switchback" (apelidada por Richard de "Escadaria de Jacó")
A sala mais crucial em que Sarah queria que o iniciado começasse sua jornada de descoberta é o "Grande Salão de Baile". Este é o único cômodo da casa que foi construído quase que completamente sem pregos, uma característica importante que imita a construção do Templo de Salomão. Entrando no "Grande Salão de Baile", notamos um lindo parquet com quadrados claros e escuros, uma semelhança impressionante com os pisos "xadrez" das salas de lojas maçônicas.

Entrando no "Grande Salão de Baile", notamos um lindo parquet com quadrados claros e escuros, uma semelhança impressionante com os pisos "xadrez" das salas de lojas maçônicas.
Avançando ainda mais na sala, não temos escolha senão notar os óbvios "elefantes", que Sarah usa para captar nossa atenção: são duas janelas de vitrais alongadas que flanqueiam os dois lados da lareira da sala.

As duas janelas de vitrais incorporam desenhos que foram usados por Francis Bacon, incluindo sua conhecida faixa sinuosa. Com exceção das inscrições escritas nas faixas, as janelas são imagens espelhadas exatas entre si. Conhecendo a mente ocidental, ou seja lendo da esquerda para a direita, Sarah quer que o iniciador comece com a janela da esquerda.

Avançando ainda mais na sala, não temos escolha senão notar os óbvios "elefantes", que Sarah usa para captar nossa atenção: são duas janelas de vitrais alongadas que flanqueiam os dois lados da lareira da sala (em destaque na foto acima)
É possível ler as seguintes frases: "WIDE.UNCLASP", "THE.TABLES.OF.", e "THE.THOUGHTS"

Esta linha é do Ato 4, Cena 5 da peça de Shakespeare "Troilus e Cressida". Não deveria nos surpreender que Sarah tenha escolhido iniciar a jornada de descoberta do iniciado com palavras dessa peça em particular. Claramente, Sarah estava ciente da colocação de Bacon, do nome Winchester, como sendo a 20ª palavra do final da peça. Seria ingênuo pensar que não foi vista a correspondência precisa com o nome dela, ou seja, 20 = Sarah (Cifra Pitagórica). Conforme veremos, Sarah forneceu inúmeras mensagens codificadas para confirmar sua conexão com Bacon.

Na faixa da janela à direita é possível ler: "THESE.SAME.", "THOUGHTS.PEOPLE", e "THIS.LITTLE.WORLD".

Essa linha é do Ato 5, Cena 5 da peça de Shakespeare "Richard II". No texto expandido a partir do qual essas palavras aparecem, é possível ler:
"My brain I’ll prove the female to my soul,
My soul the father: and these two beget
A generation of still-breeding thoughts,
And these same thoughts people this little
world,
In humours like the people of this world,
For no thought is contented. The better sort,—
As thoughts of things divine,—are intermix’d."
Detalhes das duas janelas localizadas no "Grande Salão de Baile"
Essa passagem é uma síntese eloquente da visão teosófica de Bacon sobre a reencarnação. Novamente, não deveríamos nos surpreender, que Sarah nos apresentasse em seu enigma, ao demonstrar sua visão de seu relação com Bacon. Ela não apenas se identificou com ele, mas, provavelmente, viu a si mesma como a reincarnação de Bacon. Conforme veremos, Sarah manifesta essa visão incorporando o "Winchester Goose", como uma mensagem numerada, e codificada nas duas janelas.

A reação típica que as pessoas têm quando analisam essas inscrições é que elas não parecem fazer sentido. Juntamente com a inclusão de Sarah de um dos códigos de Bacon chamado "stops" ("paradas", em português), ou seja, períodos ou decimais, as palavras e a maneira como elas são organizadas têm a aparência de estarem incompletas. Esse é precisamente o efeito que Sarah queria que as inscrições tivessem sobre nós. Sarah sabia que a maioria das pessoas simplesmente daria as costas e se afastaria. Além disso, ela também sabia que esse seria o primeiro "julgamento" ou "momento da verdade" do iniciado.

Então, somos obrigados a sair ou ficar e dar uma olhada mais profunda. Na verdade, estamos lidando com uma escolha entre duas opções: ou a Sra. Winchester ficou louca ou então ela nos orienta habilmente para uma compreensão da metodologia, que emprega com o único objetivo de resolver seu enigma. No entanto, uma vez que você conclui que Sarah era sã, e você opta pela segunda opção, você é obrigado a ver que há um propósito racional por trás de todas essas características aparentemente insanas construídas na estrutura da casa. Além disso, você deve concluir que essas "janelas de Shakespeare"  funcionam como um passo introdutório do complicado "quebra-cabeça" da Sra. Winchester. Ela está convidando você (o iniciado) a participar ativamente (não passivamente) na solução do enigma.


Então, somos obrigados a sair ou ficar e dar uma olhada mais profunda. Na verdade, estamos lidando com uma escolha entre duas opções: ou a Sra. Winchester ficou louca ou então ela nos orienta habilmente para uma compreensão da metodologia, que emprega com o único objetivo de resolver seu enigma
Assim como todas as outras características anômalas que encontramos na casa, Sarah queria a exibição de irregularidades aparentes nas "janelas de Shakespeare" impressionassem completamente nossa sensibilidade. Claramente, o que vemos diante de nós não foi colocado por pura diversão de Sarah. Essas janelas foram destinadas a outras pessoas! E, elas não estão apenas conversando conosco, elas estão gritando para nós! Sarah deixou instruções. Ela quer que conheçamos e entendamos certas coisas. Ela teve grandes complicativos para deixar um rastro de pistas, que nos levará à verdade. Tudo o que temos a fazer é prestar muita atenção e seguir essas pistas.

Em um nível superficial, a inscrição à esquerda é a maneira de Sarah de dizer "Abra-te Sésamo" para nossas mentes, e "Bem-vindo ao meu quebra-cabeça". A inscrição na janela da direita é a maneira de Sarah dizer "Uma vez que você resolver o meu quebra-cabeças, passe a verdade para outros." Observe que, ao escolher usar essas duas linhas em particular, ela está realizando várias coisas em níveis diferentes e mais profundos. Primeiramente, Sarah quer que consigamos uma melhor compreensão dela, comparando-a com "Cressida" e "Richard II".

No que diz respeito a "Cressida", a maioria das pessoas presume que Sarah está aludindo à "natureza sexual" da jovem solteira. Na verdade, a visão tradicional, ortodoxa e escolástica de Cressida, é que ela era uma "prostituta". Porém, esse não é o ponto que Bacon (escrevendo como Shakespeare) está tentando fazer, nem é o ponto que Sarah está tentando fazer. A verdade mais profunda sobre "Cressida"é que ela faz o que quer que seja para sobreviver e Sarah, à sua maneira, viu-se como uma sobrevivente. Quanto a "Richard II", Sarah se identifica com a ironia de Richard como um rei preso e solitário. No entanto, Richard e Sarah resolveram superar sua situação com a frase: "No entanto, não vou martelar." Para Richard, isso é mais figurativo, mas para Sarah, a interpretação assumiu um significado mais literal.

Observe que, ao escolher usar essas duas linhas em particular, ela está realizando várias coisas em níveis diferentes e mais profundos. Primeiramente, Sarah quer que consigamos uma melhor compreensão dela, comparando-a com "Cressida" e "Richard II"
Agora que tivemos uma noção do significado superficial das "janelas de Shakespeare", vamos analisar o assunto mais profundamente. Claramente, a Sra. Winchester não está brincando com essas passagens em particular de Shakespeare. Assim como todas as coisas na casa, há mais, aqui, do que podemos ver. Assim como Bacon, o uso de números de Sarah sempre nos leva a um núcleo mais profundo de significado.

A seleção cuidadosa dessas linhas do Ato 4, Cena 5 (Troilus e Cressida) e o Ato 5, Cena 5 (Richard II) ultrapassa o amor de Sarah pela sincronicidade. Tomando emprestado a metodologia de Bacon, ela mostra-nos propositadamente os números "45" e "55". Lembrando que o número 45, em relação à Cifra Pitagórica, corresponde ao nome de Shakespeare. Além disso, o número 55 (Cifra Pitagórica) corresponde ao nome de Hiram Abiff. Quando combinamos o número 45 (Shakespeare) com o número 55 (Hiram Abiff), o resultado é 100, que é a Cifra Simples para o nome de "FRANCIS BACON". Em um golpe brilhante, o código de Sarah revela que Shakespeare, Hiram Abiff e Francis Bacon são uma única e mesma pessoa! Isso é fundamental para entender a motivação e o pensamento de Sarah.

Além disso, no que diz respeito às duas inscrições de Shakespeare, Sarah omitiu deliberadamente a primeira palavra em cada linha de 8 palavras, de modo a deixar apenas 7 palavras em cada linha. Conforme vimos com os portões de ferro fundido da parte da frente, ficamos novamente com dois números "7". Inquestionavelmente, ela falando em um código numerado. Assim como Bacon, Sarah usa o código de criptografia para nos orientar para níveis mais altos de percepção. Somos obrigados a perguntar: Sarah quer que vejamos isso como "dois números 7 separados" ou sendo "o número 77"?

Em um golpe brilhante, o código de Sarah revela que Shakespeare, Hiram Abiff (representado no centro, e lembrando que não passa de uma lenda) e Francis Bacon são uma única e mesma pessoa! Isso é fundamental para entender a motivação e o pensamento de Sarah.
Além disso, quando examinamos mais de perto as palavras "UNCLASP" e "TABLES", percebemos que, na época de Bacon, as únicas coisas a serem decifradas eram livros - livros secretos - contendo códigos de criptografia com uma tabela de criptografia para decifrar tais códigos. Na verdade, algumas das gravuras de Bacon o mostram segurando livros com "CLASPS" (no sentido de "códigos"). Porém, onde devemos encontrar tal livro? E as mesas? Onde está a tabela de criptografia?

Naturalmente, Sarah sabia que, eventualmente, olharíamos para o magnífico teto do seu "Grande Salão de Baile". Com a exceção do painel central decorativo, que fornece suporte ao lustre de 13 velas, observamos 9 painéis principais. Uma vez que já estamos familiarizados com as tabelas numerológicas, sabemos que, ao exibir os números "1 a 9", Sarah faz alusão à "Tabela de Pitágoras". No entanto, ela engenhosamente elevou o nível incluindo 13 painéis secundários em cada um dos 9 painéis principais.

De qualquer forma, ela fez algo inesperado. Mostrando-nos 9 conjuntos do número 13, ela nos forçou a multiplicar. Na verdade, ela já fez isso por nós. Com certeza, 9 x 13 = 117 (número do "Código de Bacon" para "John Dee"). Além disso, temos os números 11 e 7, lado a lado. Assim sendo, Sarah nos induziu a multiplicar 11 x 7 = 77. Voltando às janelas, agora temos a resposta para a nossa pergunta original. Devemos ver os dois "7" sendo "o número 77". Além disso, quando consultamos a "Tabela de Pitágoras", percebemos que o número 77 corresponde tanto às palavras "Winchester Goose", quanto ao nome de "Annie Winchester".

Naturalmente, Sarah sabia que, eventualmente, olharíamos para o magnífico teto do seu "Grande Salão de Baile". Com a exceção do painel central decorativo, que fornece suporte ao lustre de 13 velas, observamos 9 painéis principais
Em uma simples lição, Sarah apresentou habilmente ao iniciado as primeiras noções de seu sistema de números. Além disso, ela empregou um dispositivo brilhante nas "janelas de Shakespeare" para conduzir a conexão entre Shakespeare, Hiram Abiff, Francis Bacon e ela mesma.

Ao examinar mais de perto as janelas, percebemos que cada uma tem três partições. Assim, temos o número 3 em ambas as janelas, representando o número 33 de Bacon. Além disso, o uso de Sarah das "paradas" de Bacon (decimais ou períodos) nas inscrições indica que algo a mais está escondido no código. Com a exceção das inscrições nas faixas, as imagens simbólicas nas janelas da "esquerda e da direita" são espelhos exatos um do outro. Na verdade, os mais diversos símbolos são distintamente baconianos. No centro de cada janela, vemos o "espelho" preferido de Bacon, da deusa "Atena". Vale apenas ressaltar, que o seu vidro (o "espelho") reflete a luz do conhecimento e da sabedoria.

Ao examinar mais de perto as jenelas, percebemos que cada uma tem três partições. Assim, temos o número 3 em ambas as janelas, representando o número 33 de Bacon. Além disso, o uso de Sarah das "paradas" de Bacon (decimais ou períodos) nas inscrições indica que algo a mais está escondido no código
Em outros lugares nas janelas, vemos inúmeras "linhas tortuosas" conectadas entre si, como os galhos que crescem da mítica oliveira de Atena. Esses galhos e suas curvas distintas são uma alusão direta ao chifre curvo de Pã, que também é brandido (tal como a lança de Atena) contra a serpente da ignorância. Também nos lembramos da imagem de Francis Bacon (no livro de emblemas de Whitney), que estampa a serpente com um formato similar. Um exame minucioso da parte inferior das janelas de Shakespeare é que ela revela as linhas emaranhadas de uma criatura semelhante a uma serpente. Além disso, Sarah habilmente fornece pistas sutis da presença de Pã, enquanto vislumbramos seu chifre misturando-se com o design geral da janela.

O uso do "espelho" de Atena e do chifre de Pã indicam que algo mais está escondido no design das "janelas de Shakespeare". Além disso, ela está aludindo à premissa filosófica subjacente de Bacon, conforme mencionado em Provérbios 25, ou seja, "A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis, está em descobri-las." Na verdade, na página 46 de sua cópia pessoal do "The Advancement and Proficience of Learning" ("O Avanço e Proficiência da Aprendizagem", em português, e atualmente no Museu Britânico), Bacon fez um desenho do chifre de Pã, na margem ao lado, no texto do livro, sobre Provérbios 25, e logo abaixo do desenho, ele escreveu as palavras "Hide and Seek" ("Esconder e Procurar", em português).

Adicionando ainda mais a temática de ocultar as coisas, Sarah introduziu outro elemento atraente para o design das janelas. Nós percebemos que uma bola minúscula foi colocada na curvatura de cada um dos chifres de Pã. Sarah intencionalmente sombreou cada bola de modo a dar um efeito tridimensional. Podemos ver claramente que esta é uma característica semelhante a uma bola, e não um círculo. Este símbolo deve ser parcialmente reconhecível para o Mestre da Maçonaria Livre, mas falta algo.

Cópia do livro "The Advancement and Proficience of Learning"
("O Avanço e Proficiência da Aprendizagem", em português) de Francis Bacon
Não nos esquecemos das "paradas Baconianas", que Sarah incorporou nas inscrições de Shakespeare. No entanto, essas paradas são moldadas como pequenas pontas de flecha apontando para as partições acima. Sarah está exortando-nos a reorganizar a ordem das partições. Usando fotografias das duas janelas de Shakespeare, cortamos elas em 1/3, resultando em seis painéis de janelas. Em seguida, podemos mover as partes como pedaços de um quebra-cabeças. Quando eles são devidamente realinhados, um padrão impressionante e novo emerge. Usando a imagem da "Letra C" de Bacon em seu design de "duplo A", Sarah criou uma maneira engenhosa de nos mostrar uma outra palavra ou nome que é importante para todos os mestres maçônicos. É um nome do Antigo Testamento, "Tubal-Caim".
O cabeçalho utilizado por Francis Bacon mostrando um "Duplo A" com design de flor de lis
e as letras "C" voltadas uma para a outra
A suposta assinatura secreta de John Dee (um matemático inglês, astrônomo, astrólogo, filósofo ocultista e conselheiro da Rainha Elizabeth I) era um número alongado, um "7" com dois círculos logo abaixo dele, representando sua identidade "007". Isso tornou-se a base para um jogo de palavras, que acabou se tornando o bastão sendo flanqueado por duas bolas, e representando Tubal-Caim. Ao longo dos séculos, o símbolo de Tubal-Caim empregou um bastão em forma de um número 7 ao contrário, ou uma bengala com uma alça torta simples. Naturalmente, Sarah está fazendo uso da última forma.

Os painéis superior e inferior são adequadamente reorganizados mostrando os símbolos Tubal-Caim de Sarah. Historicamente, o símbolo Tubal-Caim gerou controvérsia por causa de sua conotação fálica. É altamente provável que a Sra. Winchester tenha achado o símbolo demasiadamente picante para o seu uso. Assim sendo, ela inventou um novo símbolo representando Tubal-Caim, no formato da "Letra C" com duas bolas. O número romano 100 representa o nome de Francis Bacon (na "Cifra Simples"). Duas letras "C" voltadas uma para a outra resultam no número 33 (Bacon na "Cifra Simples").

A suposta assinatura secreta de John Dee era um número alongado, um "7" com dois círculos logo abaixo dele, representando sua identidade "007" (à esquerda). Ao longo dos séculos, o símbolo de Tubal-Caim empregou um bastão em forma de um número 7 ao contrário, ou uma bengala com uma alça torta simples (à direita)
Outro símbolo significativo associado ao mestre maçônico, que se materializa com o realinhamento adequado dos seis painéis das "janelas de Shakespeare"é o "Hourglass" (a famosa "Ampulheta", em português). Tanto nas tradições rosacruzianas quanto maçônicas, a ampulheta é a "emblemática da vida humana". Além disso, o realinhamento desses dois painéis resulta na frase "THE TABLES OF THOUGHTS PEOPLE". Não é coincidência que essas palavras em particular, assim reorganizadas, somem 111 (na Cifra Pitagórica).

Outro símbolo significativo associado ao mestre maçônico, que se materializa com o realinhamento adequado dos seis painéis das "janelas de Shakespeare"é o "Hourglass" (a famosa "Ampulheta", em português)
Há outros lugares na casa onde o iniciado aprenderá mais lições. Por exemplo, no segundo andar, próximo a parte da frente da casa, há uma galeria de janelas com vitrais e chanfradas com o design de flor-de-lis associado ao Príncipe de Gales e à Casa de Tudor. Além disso, Sarah adicionou um toque de romance à sua invenção de Tubal-Caim juntando-se a eles de maneira a formar o número 3. Assim sendo, ela tem um (Tubal-Caim) número 3 exibido no lado direito das janelas, e um segundo (invertido) número 3 mostrado no lado esquerdo, representando o número 33 com o padrão de flor-de-lis e ocupando a parte do meio de cada janela. É um santuário virtual para Bacon.

Um (Tubal-Caim) número 3 exibido no lado direito das janelas, e um segundo (invertido) número 3 mostrado no lado esquerdo, representando o número 33 com o padrão de flor-de-lis e ocupando a parte do meio de cada janela
Detalhe da parte interna, mostrando os detalhes do número 3, e de outro número 3, porém, dessa vez, ele aparece invertido
Não muito distante das "janelas flor-de-lis" de Bacon, Sarah exibe o vitral mais ornamentado de toda a casa. É exibido de forma proeminente no topo de uma escada de 13 degraus. Foi fabricado de acordo com as especificações de Sarah pela famosa "Tiffany Glass Company", a um custo aproximado de US$ 1.500. Para tornar as coisas mais interessantes, Sarah colocou a janela virada para o norte, sem uma fonte de luz perceptível.

Uma parte importante do quebra-cabeça remonta ao início dos rosacruzes no Antigo Egito. Os egípcios viram o caminho para o céu como uma escada de 12 passos com uma porta magnífica no topo. O portão para o céu seria verdadeiramente o mais esplêndido de todos. Embora os 12 passos fossem suficientes para levar alguém até a porta celestial, eles eram insuficientes para levar alguém até o paraíso. O enigma estava com o ascendente digno, ao perceber que havia um 13º passo invisível, que só poderia ser cruzado uma vez que a porta tinha sido aberta para ele por uma fonte divina, vindo de dentro. O motivo da orientação norte da janela, é que ela leva à "estrela imortal" Sirius. Para a mente egípcia antiga, é aqui que o céu está localizado. Também deve notar-se que o Templo de Salomão tinha uma magnífica "Grande Janela Dourada" que era voltada para o norte.

Os dispositivos baconianos mais óbvios na "janela Tiffany" são os símbolos Tubal-Caim de Sarah. Contudo, Sarah introduziu outro design inteligente na forma de fitas sinuosas localizadas no centro superior, que tomam a forma das letras W (na parte superior) e S (logo abaixo). Observe como elas se espelham. As letras "W" e "S" representam "William Shakespeare" e "Winding Stairs" ("Escadas em Caracol" ou "Escadas em Espiral", em português), enquanto as letras "S""W" representam "Sarah Winchester". Observe que a letra W é equivalente ao número 5 (na Cifra Pitagórica), e a letra "S"é equivalente é o número 1, portanto, 51. De acordo com a "Cifra Pitagórica", o número 51 corresponde aos nomes Francis Bacon e Sarah Pardee. Além disso, no que diz respeito ao nome William Shakespeare, existem 7 letras em William e 11 letras em Shakespeare. Portanto "711", o que resulta em 72, Sarah (20) Winchester (52).

Não muito distante das "janelas flor-de-lis" de Bacon, Sarah exibe o vitral mais ornamentado de toda a casa. É exibido de forma proeminente no topo de uma escada de 13 degraus. Foi fabricado de acordo com as especificações de Sarah pela famosa "Tiffany Glass Company". Para tornar as coisas mais interessantes, Sarah colocou a janela virada para o norte, sem uma fonte de luz perceptível
O quarto de Sarah está localizado no lado sul do segundo andar. O teto é uma grade perfeitamente quadrada que consiste em 49 (7 elevado ao quadrado) quadrados individuais, remanescentes de uma tabela matemática inventada por John Dee. Quando Sarah olhou para essa grade, ela viu uma série de números significativos. Primeiramente, ela viu o número 13, ou seja, 4 + 9 = 13. Em seguida, ela observou 7 quadrados horizontais, 7 quadrados verticais e 7 quadrados diagonais, representando o número 777. E, simplesmente multiplicando 777 x 13, ela produziu o número 10101, ou seja, 111.

O quarto de Sarah está localizado no lado sul do segundo andar
O teto é uma grade perfeitamente quadrada que consiste em 49 (7 elevado ao quadrado) quadrados individuais,
remanescentes de uma tabela matemática inventada por John Dee
As janelas viradas para o sul do quarto têm vista para um lindo gramado e um jardim. No meio do gramado, vemos uma magnífica cobertura em forma de Lua crescente, acentuada com crisântemos brilhantes e amarelos. O significado dessa característica incomum tem que ser primeiramente analisada, com Sarah prestando homenagem a Francis Bacon, uma vez que a Lua crescente, como estamos prestes a ver, está enaltecida como uma marca ao lado do javali no brasão de Bacon.

Uma vez que é moldado tal como o número romano 100 ("Lunate Sigma"), Bacon usou a lua crescente como outra ideia para representar seu nome (lembrando as palavras de Bacon em Sonnet 111: "E daí que meu nome recebe uma marca." Em segundo lugar, "The Crescent" foi um periódico de prosa e poesia escrita sob diversos pseudônimo  por Sarah e seus colegas de turma, e publicada no "Instituto Colegiado de Jovens Senhoras" de New Haven. A arte da capa do periódico apresentava uma lua crescente.

As janelas viradas para o sul do quarto têm vista para um lindo gramado e um jardim. No meio do gramado, vemos uma magnífica cobertura em forma de Lua crescente, acentuada com crisântemos brilhantes e amarelos
O "The Crescent" foi um periódico de prosa e poesia escrita sob diversos pseudônimo  por Sarah e seus colegas de turma, e publicada no "Instituto Colegiado de Jovens Senhoras" de New Haven. A arte da capa do periódico (na foto) apresentava uma lua crescente.
Outra função importante é enfatizar a relação da Lua com o número 13. É o número lunar, porque sempre há 13 luas cheias em um ano. Por esse motivo, os maias e os chineses tinham calendários de 13 meses. Até hoje, o calendário de 13 meses é mais preciso do que o gregoriano.

Além disso, Sarah cobriu as paredes de seu quarto com papel de parede especial exibindo o símbolo "Triquetra". De acordo com a tradição celta, "Triquetra" representa as três deusas lunares que, por sua vez, representam as três fases da Lua. Sarah também quer ressaltar a relação entre a luz reflexiva da Lua e a "luz astral" ("luz akáshica"). Assim sendo, ela afirma seu ponto de vista teosófico.

Além disso, Sarah cobriu as paredes de seu quarto com papel de parede especial exibindo o símbolo "Triquetra" (na foto)
Foto mostrando uma visão mais ampliada da parede e os desenhos referentes a "Triqueta"
No centro exato da mansão, encontramos o chamado "Quarto de Sessão Mediúnica". É importante lembrar que isso, de acordo com o folclore, é onde Sarah supostamente realizava sessões à meia-noite para receber instruções de construção dos espíritos. Tal noção, assim como qualquer conhecedor rosacruz sabe, é totalmente absurda. Todos os rosacruzes têm uma sala ou espaço como esse situado (o mais próximo possível) do centro de suas casas. Isso serve o propósito prático de estar longe da distração do ruído externo. A sala é chamada de "Sanctum". Os maçons referem-se a ela como a "Câmara das Reflexões". O santuário é onde os rosacruzes estudam, meditam e realizam rituais particulares.

O "Sanctum" de Sarah tem a forma de um cubo, imitando o "Sanctum Sanctorum" do Templo de Salomão. O quarto mede 11 pés x 11 pés x 11 pés. As dimensões não são acidentais. Sarah usa o cubo 11, 11, 11 por vários motivos. Primeiramente, assim como a jogada de Bacon nas letras L, L, L em "Love's Labors Lost" (11, 11, 11) que, combinadas, tornam-se o número 33. Em segundo lugar, 11 x 11 x 11 resulta em um número primo palíndromo: 1331. Observe a metáfora maçônica do número 33 que está dentro do número 11, uma vez que está flanqueado pelos pilares gêmeos, ou seja: 1 33 1. Além disso, 13 e 31 possuem a qualidade única de gerar palíndromos, quando são elevados ao quadrado, ou seja, 13² = 169 e 31² = 961. Finalmente, o uso de Sarah do número 11 ilustra a simplicidade da simetria do cubo. A expressão matemática mais simples da simetria cúbica é 111111, que Sarah esperava que descobríssemos simplesmente multiplicando o número 11 x 777 x 13 = 111111.

O "Sanctum" de Sarah tem a forma de um cubo, imitando o "Sanctum Sanctorum" do Templo de Salomão
O quarto mede 11 pés x 11 pés x 11 pés. As dimensões não são acidentais. Sarah usa o cubo 11, 11, 11 por vários motivos. Primeiramente, assim como a jogada de Bacon nas letras L, L, L em "Love's Labors Lost" (11, 11, 11) que, combinadas, tornam-se o número 33. Em segundo lugar, 11 x 11 x 11 resulta em um número primo palíndromo: 1331
Originalmente, o "Sanctum Sanctorum" de Sarah foi pintado inteiramente azul. Isso é importante porque imita o conceito maçônico do "Canopy of Heaven" ou "Heavenly Arch", que é amplamente divulgado como parte da decoração em salas de casas maçônicas. Finalmente, Sarah tinha 13 "ganchos" instalados em uma das paredes do Sanctum. Cada peça segurava uma túnica colorida diferente, consistente com a prática rosacruz de vestir uma túnica colorida diferente para cada mês lunar.

No piso térreo, não muito longe da "Escadaria de Jacó", há uma sala inacabada, que Sarah planejava usar como um segundo "salão de baile". Ao entrar na sala percebemos um feixe horizontal irregular, que se estende pela parte superior da parede sul . Para um olho não treinado, o feixe aparenta ser apenas outro pedaço de madeira. No entanto, qualquer maçom astuto reconhecerá sua semelhança notável com o "Calibre de 24 polegadas" do 1º grau maçônico. Porém, isso foi feito em escala, abrangendo um comprimento de aproximadamente 16 pés (cerca de 5 metros). Além disso, o feixe manchado de maneira escurecida tem 46 linhas de marcação verticais, levemente coloridas, que dividem o medidor em 47 segmentos uniformemente espaçados. Sarah claramente usa esse dispositivo para exemplificar a mensagem codificada de Bacon no "Salmo 46", da Bíblia do Rei James.

O número 46 (isto é, 406) representa Christian Rosenkreutz (na "Cifra de Kaye"), e o número 47 se refere tanto ao mestre maçônico (ou seja, a 47ª proposição dos Elementos de Euclides, conhecido como o "Teorema de Pitágoras") e ao nome Hiram (na "Cifra Simples"). Recordamos ainda mais como Bacon desenhou o texto para que a palavra "shake" ("agitar"), a 46ª sexta palavra do início do "Salmo 46" está ligada à palavra "spear" ("lança"), a 47ª palavra do final do "Salmo 46", com exatamente 111 palavras. Além disso, quando colocamos os números lado a lado, ou seja, 4746, e então revertemos sua ordem de acordo com a "Cifra Atbash", ou seja, 6447, e depois somamos 64 com 47, o resultado é 111.

Sarah claramente usa esse dispositivo para exemplificar a mensagem codificada
de Bacon no "Salmo 46", da Bíblia do Rei James.
Em outra parte da casa, o iniciado chega a até duas escadarias, cada uma conduzindo a diferentes cômodos do segundo andar. A escada à esquerda tem 7 degraus, enquanto a da direita tem 11 degraus. Este recurso é referido como a "Escadaria 7/11". Observe como 711 é o inverso de 117, exibidos no teto do "Grande Salão de Baile" e, conforme já vimos, Sarah também viu como outra maneira de expressar seu nome como 711 simplificando para o número 72, correspondente a Sarah (20) Winchester (52) na "Cifra Pitagórica". Além disso, temos que lembrar, que o nome de William Shakespeare resulta em números 7/11, pois existem 7 letras em William e 11 letras em Shakespeare.

Outro aspecto importante da "Escadaria 7/11"é que ela forma uma grande letra Y, que simboliza a "encruzilhada na estrada". O iniciante deve fazer uma escolha entre viajar o caminho mais fácil da esquerda ou subir o caminho certo e mais difícil. Naturalmente, o caminho certo é a escolha correta. Se um homem passasse por essas escadas do segundo andar, da esquerda para a direita, ele viajaria de oeste para leste. Em todas as lojas maçônicas, sempre se considera viajar a partir do oeste para a fonte da luz no leste. Além disso, Sarah acrescenta uma lição de "matemática de dimensões superiores". Quando um homem desce 7 degraus e, em seguida, sobe 11 degraus, o que ele ganhou? A resposta óbvia é 4. Porém, em "matemática de dimensões superiores", o número 4 pode traduzir ou girar em múltiplas variações de si mesmo, ou seja, 13, 31, 22, 112, 211 ou 1111. Conforme veremos, existe uma relação única entre os números 7, 11 e 13. Assim sendo, em um mundo governado por dinâmicas dimensionais superiores, a diferença entre 7 e 11 é o número primo 13 (1 + 3 = 4).

Outro aspecto importante da "Escadaria 7/11"é que ela forma uma grande letra Y, que simboliza a "encruzilhada na estrada". O iniciante deve fazer uma escolha entre viajar o caminho mais fácil da esquerda ou subir o caminho certo e mais difícil
Naturalmente, o caminho certo é a escolha correta. Se um homem passasse por essas escadas do segundo andar, da esquerda para a direita, ele viajaria de oeste para leste. Em todas as lojas maçônicas, sempre se considera viajar a partir do oeste para a fonte da luz no leste
Richard ainda conta que, ao caminhar pela primeira vez na escada 7/11, ele teve essa visão sobre o número 13, então voltou ao "Grande Salão de Baile". Ele sabia que Sarah tinha ocultado o número 13 no meio, entre as janelas de Shakespeare, de uma forma dimensional superior. E lá estava... onde ninguém normalmente pensaria em procurá-lo. A imagem no espelho acima da lareira era um reflexo do lustre de 13 velas. Exatamente como Sarah teria planejado.

A Geometria de Dimensão Superior: Por que a Casa de Sarah Winchester Parece Tão Misteriosa?


No momento em que Sarah Pardee nasceu, o método científico moderno de Francis Bacon explodiu em um catálogo virtual de teorias novas e revolucionárias sobre o intrincado funcionamento do Universo. A pesquisa de Bacon para o "Graal de todo o Graal", ou seja, a "Teoria de Tudo" estava bem encaminhada. A descoberta de Hans Christian Oersted sobre a unificação da eletricidade e do magnetismo (1820), juntamente com a Teoria da Evolução de Charles Darwin (1838), provocou o novo caldeirão científico a tal ponto, que as forças naturais foram explicadas como um fenômeno evolutivo dinâmico em vez de uma entidade estática e passiva.

Ninguém tinha entendido a dinâmica subjacente do universo melhor do que Francis Bacon, que considerava a natureza como um modelo do Universo, com base em um conjunto de regras e leis fundamentais desde o início, na sua relação, ordem, estrutura, medida e correspondentes simetrias. Assim, a "Teoria de Tudo" teve (no sentido Baconiano) uma busca por uma "Grande Teoria Unificada" de todas as forças da natureza.

A descoberta de Hans Christian Oersted (à esquerda) sobre a unificação da eletricidade e do magnetismo (1820), juntamente com a Teoria da Evolução (1838) de Charles Darwin (à direita), provocou o novo caldeirão científico a tal ponto, que as forças naturais foram explicadas como um fenômeno evolutivo dinâmico em vez de uma entidade estática e passiva
A grade curricular do "Instituto Colegiado de Jovens Senhoras" colocou uma grande ênfase em estudos científicos. A aplicação, pela Sra. Winchester, das mais recentes inovações tecnológicas em sua mansão, demonstra tanto a formação científica quanto a paixão por manter novas descobertas. Como ela claramente considerava sua casa como um enigma vivo e uma obra de arte arquitetônica, somos compelidos a examinar o ambiente que influenciava suas visões e seu trabalho.

Os assuntos científicos que Sarah estudou incluíram o trabalho seminal de Michael Faraday sobre campos eletromagnéticos, juntamente com as obras científicas e matemáticas de William Thompson, Georg Bernhard Riemann e William Rowan Hamilton. O desenvolvimento científico mais revolucionário da época da jovem Sarah foi a descoberta de que as forças da natureza são um produto da "dinâmica dimensional superior" da geometria do espaço. Conforme veremos, as características anômalas em toda a mansão da Sra. Winchester são um testemunho do impacto profundo que a "geometria dimensional superior" teve em seu projeto.

A Revolução Riemanniana


O matemático alemão Georg Bernhard Riemann (1826-1866) percebeu que as forças da natureza não poderiam ser mais do que uma manifestação da geometria do espaço. Ele argumentou que as forças podiam ser melhor explicadas em termos de urdiduras em uma dimensão superior. Se o espaço pudesse dizer à massa como se mover, a massa, por sua vez, afetaria o espaço. Além disso, Riemann percebeu que todo o espaço transcende a geometria plana e bidimensional de Euclides.

Portanto, ao descrever a dinâmica do espaço, era necessário um novo modelo dimensional superior. Se as urdiduras no espaço eram a causa de forças naturais, como o eletromagnetismo e a gravidade, a estrutura do espaço devia estar em conformidade com uma maior curvatura dimensional. Assim sendo, Riemann desenvolveu uma nova geometria dimensional superior, que demonstrava como as linhas paralelas podiam se cruzar, e arcos, em vez de linhas retas, podiam ser a menor distância entre dois pontos. Além disso, a nova visão de Riemann previu a existência de uma quarta dimensão espacial.

A revolução riemanniana teve um profundo impacto tanto na ciência do século XIX, quanto em Sarah Winchester. Uma visão nova e simplificada do Universo se abriu em que as forças invisíveis, desde a estrutura dos átomos até a dinâmica da gravidade, estavam se tornando melhor compreendidas na perspectiva do espaço dimensional superior.

O matemático alemão Georg Bernhard Riemann (1826-1866) percebeu que as forças da natureza não poderiam ser mais do que uma manifestação da geometria do espaço. Ele argumentou que as forças podiam ser melhor explicadas em termos de urdiduras em uma dimensão superior
A geometria riemanniana, juntamente com as equações matemáticas de William Thompson e William Rowan Hamilton, demonstraram conclusivamente a existência de dimensões mais elevadas. O conceito de uma vasta dimensão tornou-se uma obsessão que permeava as comunidades científicas e acadêmicas do último século XIX. Artistas e intelectuais começaram a expressar suas opiniões sobre como a dinâmica do espaço dimensional superior poderia funcionar.

Um matemático inglês chamado Charles Dodgson, escrevendo sob o pseudônimo de Lewis Carroll, escreveu um livro para crianças, que descrevia as propriedades incompatíveis que se encontraria numa dimensão espacial. O livro, é claro, foi o "Through the Looking Glass" (Através do Espelho, em português) - um título apropriado, considerando que o vidro ou o espelho foram considerados como um portal para dimensões mais elevadas desde o tempo de Dee e Bacon. No "País das Maravilhas" de Carroll, tudo parecia desafiar o senso comum.

A distinção entre grande e pequeno parecia se dissolver. O tempo poderia acelerar, diminuir a velocidade ou ficar quieto. "Through the Looking Glass" tinha muitas das qualidades, que eventualmente seriam entendidas como as características da Teoria da Relatividade de Einstein. Sarah parece pegar emprestado das páginas de Lewis Carroll, ao nos mostrar grandes portas que levam a um espaço pequeno e pequenas portas que se abrem para um espaço ridiculamente grande.

Um matemático inglês chamado Charles Dodgson, escrevendo sob o pseudônimo de Lewis Carroll, escreveu um livro para crianças, que descrevia as propriedades incompatíveis que se encontraria numa dimensão espacial
A distinção entre grande e pequeno parecia se dissolver. O tempo poderia acelerar, diminuir a velocidade ou ficar quieto. "Through the Looking Glass" tinha muitas das qualidades, que eventualmente seriam entendidas como as características da Teoria da Relatividade de Einstein. Sarah parece pegar emprestado das páginas de Lewis Carroll, ao nos mostrar grandes portas que levam a um espaço pequeno e pequenas portas que se abrem para um espaço ridiculamente grande
As dimensões mais superiores consistem em um conjunto único de "super mecânica", que transcende a estrutura limitada, na forma de caixa em termos de comprimento, largura e altura. Para formar uma ideia do que isso implicaria, tente pensar em sentido inverso. Tente imaginar o que seria viver (e perceber) em um espaço bidimensional. Tudo seria completamente plano. Você não conseguiria atravessar uma linha. Objetos tridimensionais como cubos, esferas e pirâmides pareceriam impossíveis, porque nossa percepção limitada só nos permitiria observar esses objetos como quadrados, círculos e triângulos bidimensionais. E, se alguém tentasse descrever cubos, esferas e pirâmides para nós, iríamos dizer que eles estavam loucos. Isso é o que estamos lidando quando tentamos imaginar as propriedades do espaço dimensional superior.

O reino das dimensões mais elevadas é, de fato, uma espécie de "Super Espaço", onde as coisas que parecem desafiar o senso comum em três dimensões realmente fazem sentido a partir da perspectiva das dimensões superior. Por exemplo, quando visto a partir de uma perspectiva dimensional superior, uma parede sólida se parece mais uma linha quebrada. Não apenas poderíamos caminhar sobre ela, também poderíamos caminhar através e em torno dela de maneiras que, de outra forma, não imaginaríamos sendo possível. Além disso, distinguir entre grande e pequeno, para cima e para baixo, frente e verso, esquerda e direita, dentro e fora, entre outros, pareceria igualmente absurdo para nós. Assim sendo, o que parecem ser pilares invertidos, chaminés e claraboias, que têm telhados aéreos e portas ou escadas que levam a paredes sólidas fazem todo o sentido quando vistas de dimensões superiores. Sarah Winchester estava plenamente consciente da geometria riemanniana quando incorporou propriedades dimensionais superiores na arquitetura de seu incrível quebra-cabeça.

M.C. Escher


Naturalmente, Sarah estava em boa companhia em relação à expressão do novo ponto de vista. Artistas como Georges Braque e Pablo Picasso estavam pintando imagens deslumbrantes retratando uma visão de mundo dimensional, apropriadamente chamada de "cubismo". No entanto, ninguém estava progredindo mais com a perspectiva de Sarah Winchester, do que o artista gráfico holandês M.C. Escher (1898 - 1972). Não se sabe se Sarah e Escher já se conheciam.

No entanto, sua abordagem para expressão dimensional superior é notavelmente similar. É como se estivessem lendo o mesmo livro. Ambos fizeram uso de dispositivos arquitetônicos, e recursos que desafiam as convenções do espaço tridimensional comum. Na verdade, Escher, assim como Sarah, nos mostra escadas e pilares aparentemente impossíveis.
Na verdade, Escher, assim como Sarah, nos mostra escadas e pilares aparentemente impossíveis
(Relatividade por M. C. Escher. Lithografia, 1953)
Escher também viu as imagens reflexivas nos espelhos como representações verdadeiras do espaço dimensional superior. Escher escreveu:
"O mundo esférico não pode existir sem o vazio em torno dele, não só porque 'dentro' presume 'fora', mas também porque no 'nada' se encontram os pontos médios imateriais estritos, geometricamente determinados e imateriais ... Há algo em tais leis de tirar o fôlego. Não são descobertas ou invenções da mente humana, mas existem independentemente de nós"
É interessante notar que Escher sentiu uma maior familiaridade com a matemática do que com outros artistas. Outro elemento crucial que Escher e Sarah Winchester compartilharam foi a compreensão da natureza unificadora da simetria matemática, que constitui a base para toda a estrutura dimensional superior. As características que Sarah e Escher nos mostram são apenas vislumbres de sombras dimensionais superiores. Uma vez que ainda não evoluímos para seres capazes de uma maior percepção dimensional, somos forçados a compreender a dinâmica de dimensões superiores através da linguagem precisa dos números.

É interessante notar que Escher sentiu uma maior familiaridade com a matemática do que com outros artistas. Outro elemento crucial que Escher e Sarah Winchester compartilharam foi a compreensão da natureza unificadora da simetria matemática, que constitui a base para toda a estrutura dimensional superior
Qual o valor que a matemática dimensional maior tem para nós? A resposta é que, sem uma matemática dimensional maior, assim como as inovações matemáticas de William Rowan Hamilton ou Sophus Lie, muitas das tecnologias atuais envolvendo computadores, telefones celulares, equipamentos robóticos em Marte etc., não seria possível.

O sonho de Bacon de desbloquear todos os segredos da natureza exige nossa compreensão da dinâmica da matemática dimensional superior. Parece complicado, mas não é. Assim como Sarah e Escher viram, a beleza dos números dimensionais superiores reside na sua simplicidade e simetria. Conforme veremos, a simplicidade e a simetria estão interrelacionadas. É o material do qual o nosso Universo é feito. O quebra-cabeça de Sarah pode, em última instância, nos ajudar a descobrir a "Teoria de Tudo". Contudo, a chave final para desbloquear o quebra-cabeça de Sarah está em seus números.

Os Números de Winchester


Conforme vimos, a família dinâmica dos números primos 7, 11 e 13 forma a base do sistema de números de Sarah. Não importa onde vamos, tanto na casa quanto fora dela, Sarah fez grandes esforços para colocar seus números em exibição. Por uma questão de praticidade, vamos nos referir a eles como "Números de Winchester".

Ao longo de sua vida, Sarah viu principalmente o "13" como sendo o número. No entanto, ela também uso o "11" como "número mestre", uma vez que o mesmo se aplica ao seu nome. Isso foi feito por ela ao contar o número de letras em seu nome, ou seja, Sarah = 5, Pardee = 6. Assim sendo, 5 + 6 = 11. Além disso, ela preferiu o nome de Annie Pardee para sua filha, confome evidenciado pela maneira como ela se referiu a Annie em seu obituário: "Winchester, ANNIE PARDEE". A parte em letras maiúsculas do nome coincide precisamente ao número de letras no nome de Sarah Pardee. Além disso, o nome de Annie Pardee corresponde (na Cifra Pitagórica) ao número 56. Isso é importante, pois revela o vínculo estreito que Sarah sentiu por sua filha.

Um dispositivo arquitetônico que Sarah usou para ilustrar sua visão da relação entre os números 11 e 56 é o arranjo dos pilares de madeira decorativos, que alinham as grades externas das duas varandas do terceiro andar, bem acima da varanda frontal da casa. Os pilares são alternados: um para cima, outro para baixo, outro com o lado para cima, outro para baixo, e assim por diante. Isso resulta em 5 pilares com o lado correto para cima e 6 pilares invertidos, ou seja, 56. Além disso, 5 + 6 = 11.

Um dispositivo arquitetônico que Sarah usou para ilustrar sua visão da relação entre os números 11 e 56 é o arranjo dos pilares de madeira decorativos, que alinham as grades externas das duas varandas do terceiro andar, acima da varanda frontal da casa
Foto mostrando uma grade semelhante em outro ponto da casa. Os pilares são alternados: um com o lado correto para cima, outro invertido, outro com o lado correto para cima, e assim por diante, resultando em 5 pilares com o lado correto para cima e 6 pilares invertidos
Em outros lugares da casa, Sarah lança outros números nessa mistura, e começamos a ver que os números de Winchester, embora geralmente ligados aos nomes de família, acabam por ter um significado muito mais profundo. Por exemplo, lembramos que Sarah exibe o número 49 (7 elevado ao quadrado), juntamente com o número 777 no teto do quarto. Além disso, a casa possui 47 chaminés. Observamos facilmente a correlação com os nomes Anne Pardee (47 na Cifra Pitagórica) e Hiram (47 na Cifra simples). Além disso, esse também é o número emblemático do 3º grau maçônico, pois o Mestre Maçônico recém-formado é informado duas vezes que o número se refere à 47ª proposição dos Elementos de Euclides, mais conhecida como "Teorema de Pitágoras". E, apenas para garantir que entendamos que a exibição desse número não foi acidental, Sarah repetiu o número (de acordo com com o texto fornecido pela "Casa Misteriosa de Winchester"), construindo 47 escadarias. Assim sendo, Sarah emula a dupla alusão ao número 47, exibindo o número duas vezes.

Isso, é claro, não é a única vez em que Sarah juntou os números 4 e 7. Conforme vimos na "Escadaria de Jacó", ela combinou 44 degraus com 7 voltas, resultando no número 51 (44 + 7), que coincide com os nomes de Sarah Pardee e Francis Bacon (na Cifra Pitagórica). Porém, o assunto ainda é mais profundo quando consideramos que, ao mostrar o número duas vezes, Sarah também está revelando uma perspectiva diferente à medida que 47 47 se transforma (ao inverter) em 44 77 e, quando esses dois números se combinam, temos o número 121 (11 ao quadrado), que então se transforma no número 13 (12 + 1 = 13).

Margaridas, O Número 13, e a Chave para Pi


Conforme vimos nos portões de ferro fundido em frente à casa, Sarah exibe duas margaridas de oito pétalas cada. Na verdade, Sarah nos mostra margaridas em todos os lugares, tanto no interior quanto ao redor da casa. Eles são esculpidos em acessórios de madeira, e aparecem na maioria dos vitrais. Aliás, muitas espécies de margaridas podem ser encontradas florescendo nos jardins da casa.

A margarida foi especial para Sarah por dois motivos essenciais. Primeiramente, simboliza o iniciado. E, em segundo lugar, é, sem dúvida, um dos melhores exemplos da natureza da simetria unificadora "oculta" do número 13. Muitas espécies da margaridas possuem 13 pétalas. Além disso, a maioria das espécies de margaridas tem 13 ramificações crescendo a partir de seus talos (quando amadurecem), e possuem outra característica notável: o topo de cada flor de margarida forma uma "Espiral de Fibonacci" composta de 34 floretes minúsculos em espiral no sentido horário, a partir do anel externo em direção ao centro, e 21 floretes em espiral, no sentido anti-horário a partir do centro em direção ao anel externo. A "diferença invisível"é justamente o 13 (34 - 21 = 13).

Nos portões de ferro fundido em frente à casa, Sarah exibe duas margaridas de oito pétalas cada.
Na verdade, Sarah nos mostra margaridas em todos os lugares, tanto no interior quanto ao redor da casa. Eles são esculpidos em acessórios de madeira, e aparecem na maioria dos vitrais
O valor de Pi, cuja sequência matemática foi descoberta pelo matemático Leonardo Fibonacci, não foi inventado pelo homem. É o modelo arbitrário da natureza pelo qual todas as estruturas naturais, de átomos, flores, árvores, conchas e galáxias estelar, cumprem parâmetros simétricos específicos. Essa simetria é regida por harmônicos de "função de onda", em que o crescimento de qualquer padrão de onda se aplaina, quando atinge o 8º ponto ordinal na sequência de Fibonacci, que corresponde ao número 13. É uma lei imutável.

Conforme estamos prestes a ver, Sarah sempre mostra 8 margaridas petalizadas em pares. Uma vez que não há espécies verdadeiras da família das margaridas tendo apenas 8 pétalas, é evidente que Sarah usa as margaridas de 8 pétalas como um dispositivo para enfatizar a relação Fibonacci entre os números 13 e 8. O número 13, portanto, manifesta o limite máximo (invisível) de todas as simetrias coerentes a partir das quais a estrutura do Universo é formada. É literalmente a chave para Pi.

Leonardo Fibonacci, traduziu Pi em números reais. Esse sistema racional de números é conhecido como a "Sequência de Fibonacci".
Na imagem acima vemos a chamada "Espiral de Fibonacci"
Muito notavelmente, na física teórica, os principais candidatos para a "Grande Teoria Unificada", também chamada de "Teoria de Tudo" são a "Teoria das Cordas" e a "Teoria M", sendo que ambas baseadas em uma equação simples envolvendo um par de 8, ou seja E (8) x E (8). O "E" significa "Excepcional", enquanto o 8, é claro, se refere ao oitavo ponto ordinal (ocupado pelo número 13) na sequência de Fibonacci. Conforme vimos, o que torna o E (8) excepcional é que ele define o limite máximo da natureza para o crescimento simétrico. Sem simetria, o Universo e tudo nele não seria coerente, seria caótico. Além de ser a chave para Pi, 13 também é o dominante dos três números primários de Winchester (ou seja, 7, 11 e 13). No entanto, é necessária a aplicação sinérgica de todos os três números (ou suas variantes) para obter o produto de sua simetria dimensional superior. E, conforme vimos, as dinâmicas dimensionais superiores envolvem a simples multiplicação.

A evidência mostra que Sarah fez uso de um sistema algorítmico em que seu trio de números primos simétricos produz resultados surpreendentes. Por exemplo, vamos multiplicar (pegue sua calculadora) os números 7, 11 e 13 por qualquer número de dois dígitos. Nesse caso vamos usar o número 12. Nós multiplicamos: 7 x 12 = 84. Então, 84 x 11 = 924. Então, 924 x 13 = 12012. Voilá, um, nível dinâmico da simetria é revelado. Agora, vamos aumentar o nível usando o triplete simétrico 777. Portanto, 777 x 12 = 9.324. Então, 9.324 x 13 = 121212. Vamos aumentar ainda mais o nível ao multiplicar 12 por 7 ao quadrado (49). 12 x 49 = 588. Então, 588 x 121 (11 ao quadrado) = 71.148. Então,  71.148 x 169 (13 ao quadrado) = 12024012. Observe que, ao centro, o valor de 12 dobrou para 24. Outra simetria notável ocorre simplesmente multiplicando: 11 x 777 = 8.547 e, então, 8.547 x 13 = 111111. Interessante, não é mesmo?

O valor de Pi, cuja sequência matemática foi descoberta pelo matemático Leonardo Fibonacci, não foi inventado pelo homem. É o modelo arbitrário da natureza pelo qual todas as estruturas naturais, de átomos, flores, árvores, conchas e galáxias estelar, cumprem parâmetros simétricos específicos.
Essas simetrias deslumbrantes derivadas da aplicação do trio dinâmico dos números primos de Winchester revelam um princípio unificado subjacente, que indica uma verdade superior e transcendental está sendo empregada. Richard Feynman, ex-físico do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) disse: "Você pode reconhecer a verdade por sua beleza e simplicidade... porque a verdade sempre se torna mais simples do que você pensava."

O Algoritmo de Winchester


Conforme mencionado anteriormente, a Sra. Winchester, sem dúvida alguma, teria descoberto o trio dinâmico de primos simétricos ao estudar o uso de Bacon deles. Além disso, ela estudou a matemática de dimensão superior de William Thompson (Lord Kelvin) e William Rowan Hamilton.

William Thompson (1824-1907) teorizou a existência de "átomos-vórtices". Esses são átomos no sentido comum, mas comportam-se como pequenos "redemoinhos" subatômicos, que ressoam e se estendem em vários modos de simetria, em uma grande dimensão superior de espuma ou éter. O que Thompson estava descrevendo (quase um século e meio atrás) era, essencialmente, a mecânica do que agora é chamado de "Teoria das Cordas". O problema fundamental com os "átomos-vórtices" (assim como sabemos atualmente) é que, teoricamente, funciona como uma "gota". Para ser autoconsistente, o mesmo teria que ressoar na velocidade da luz, o que agora sabemos é uma façanha impossível para uma estrutura semelhante a uma "gota". No entanto, posteriormente foi demonstrado que uma estrutura semelhante a uma corda poderia ressoar na velocidade da luz, daí o nome "Teoria das Cordas".

William Thompson (1824-1907) teorizou a existência de "átomos-vórtices"
A foto mostra William dando sua última aula na Universidade de Glasgow, no Reino Unido
A teoria atômica de dimensão superior da última parte do século XIX exigia bem mais que a matemática para descrever suas funções. Thompson nunca alcançou completamente essa finalidade. No entanto, o matemático irlandês William Rowan Hamilton (1805 - 1865) formulou um sistema, no qual as simetrias que governam a função das ondas em um espaço de quatro dimensões podem ser reveladas. Ele chamou sua invenção "Quaternions".

O algoritmo de Winchester é uma variação simplificada dos "Quaternions", exceto que ele usa apenas números reais (em vez dos números imaginários de Hamilton). Além disso, dois números são sempre multiplicados um pelo outro, deixando um produto que é então particionado, e os números particionados são então somados, resultando em um valor final. Por exemplo, 52 x 88 = 4.576. Este produto pode então ser particionado como "45 76", que, quando somados, torna-se 121 (11 ao quadrado), ou pode ser particionado (de dentro para fora) como "57 46", que, quando somados, equivalem a 103 (13). Também pode ser particionado em sentido inverso, ou seja, "67 54", que, quando somados, também resultam em 121 (11 ao quadrado).

O matemático irlandês William Rowan Hamilton (1805 - 1865) formulou um sistema, no qual as simetrias que governam a função das ondas em um espaço de quatro dimensões podem ser reveladas. Ele chamou sua invenção "Quaternions"
Observe que 52 x 88 é realmente uma variante de 7 x 7, porque "52" (5 + 2 = 7) e 88 (8 + 8 = 16 | 1 + 6 = 7) podem ser simplificados para o número 7. Assim sendo, o produto tem que ser uma variante de 49 (isto é, 7 ao quadrado). Nesse caso, a variante de 49 é 4.576 (isto é, 52 x 88). Esse número ou qualquer outra variante de 7 ao quadrado sempre equivale ao número 13 (ou variantes de 13), que então pode ser simplificado para número 4. Ao particionar esse conjunto de números e combinar as partições, a relação simétrica entre 7 ao quadrado, 11 ao quadrado, e o número 13 é exibido.

A importância do algoritmo de Winchester é que ele revela simetrias ocultas que, de outra forma, não seriam vistas ou compreendidas. Conforme veremos, a dinâmica do algoritmo é essencial para a aplicação da matemática dimensional superior. Naturalmente, quando os números de Winchester são aplicados no algoritmo, sempre são geradas simetrias deslumbrantes. A razão pela qual sabemos sobre o algoritmo de Sarah é porque ela incorporou um dispositivo de cálculo engenhoso na casa, que demonstra claramente como funciona uma matemática dimensional superior. Além disso, qualquer criança de 10 anos, armada com uma calculadora, pode facilmente se tornar um mestre do sistema de números de Sarah.

A Janela "Teia de Aranha"


A Mansão Winchester tem 13 banheiros. O 13º banheiro tem 13 degraus, que levam até a sua entrada. A parede externa ao redor da entrada possui 13 painéis de madeira. No interior, encontramos seis janelas idênticas, todas com um design único de "teia de aranha". Embora existam outras janelas "teia de aranha" localizadas em outras partes da casa, esse é o último lugar onde Sarah claramente queria que o "iniciado esclarecido" viesse. Aqui, Sarah incorporou engenhosamente seu design "teia de aranha" na arquitetura como um dispositivo de cálculo, que funciona tanto como uma ferramenta educativa, que mostra como funciona seu algoritmo, quanto um modelo que revela a estrutura simétrica fundamental do Universo.

O design da janela "teia de aranha"é importante por diversos motivos. Por um lado, ela realmente possui a qualidade de cativar aqueles que se arriscam. Porém, mais importante, representa a confusão entrelaçada de todas as coisas. Esses não são meros desenhos geométricos, que se cruzam em um painel de vidro. Antes, os mesmos devem ser vistos como fios vivos de cordas fibrosas, que não só conectam os pedaços individuais de vidro, mas também, através da dinâmica da "simetria de calibre", unificam todas as coisas em um todo.

A Mansão Winchester tem 13 banheiros. O 13º banheiro tem 13 degraus, que levam até a sua entrada. A parede externa ao redor da entrada possui 13 painéis de madeira. No interior, encontramos seis janelas idênticas, todas com um design único de "teia de aranha"
Sarah incorporou engenhosamente seu design "teia de aranha" na arquitetura como um dispositivo de cálculo, que funciona tanto como uma ferramenta educativa, que mostra como funciona seu algoritmo, quanto um modelo que revela a estrutura simétrica fundamental do Universo
Parte externa mostrando a aparência das janelas "teia de aranha".
Notam alguns elementos como dois quadrados sendo pilares e o símbolo da Lua crescente?
O que mais devemos ver nesta janela? Sarah sabia que notaríamos os perímetros externos da teia (ao contrário das redes que observamos na natureza) formam um quadrado. Ela incorporou de propósito quatro pedaços de vidro na borda externa de cada um dos quatro lados, ou seja, 4444. Lembre-se de que a "janela" está apenas mostrando-nos uma visão bidimensional da teia de aranha de Sarah (a ser discutida mais tarde). A próxima coisa que Sarah quer que notemos é que a teia contém 49 pedaços de vidro separados. Lembre-se do significado desse número em relação ao número 13, e sua exibição proeminente na grade do teto do quarto de Sarah.

Em seguida, Sarah volta nossa atenção para o número 52 (Winchester). Porém, onde devemos encontrá-lo? Temos que olhar entre os pedaços de vidro e, claramente, as 49 peças estão unidas em exatamente 52 pontos diferentes. No centro da teia existe um círculo. É o único círculo no desenho da janela. O círculo não é interceptado ou dividido, nem mesmo possui nenhuma das características da teia, que vemos distribuídas sobre o restante da superfície da janela. No entanto, tudo leva ao círculo, e tudo emana disso. Existem três anéis de teias de aranha, que fluem para fora do círculo como ondas concêntricas em uma lagoa. Sua natureza é o resultado de inverter todos os arcos que conectam os três pontos de cada anel. Além disso, cada um dos anéis consiste em 16 pedaços de vidro. No entanto, o terceiro, o anel mais externo é quadrado, o que forma o limite externo da teia.

O design da janela "teia de aranha"é importante por diversos motivos. Por um lado, ela realmente possui a qualidade de cativar aqueles que se arriscam. Porém, mais importante, representa a confusão entrelaçada de todas as coisas.
Uma vez que o número 16 simplifica para 7 (1 + 6 = 7), podemos ver esses três anéis concêntricos como 777 (em vez de 16 16 16). Vale lembrar que o número 777 também corresponde ao nome William (34) Wirt (25) Winchester (52). Sarah ainda sabia que multiplicaríamos 49 x 777, o que equivale a 38.073. Então, 38 + 73 = 111 (isso é Bacon, na Cifra de Kaye, e William Wirt Winchester, na Cifra Pitagórica).

Além disso, ela sabia que veríamos que o número 49 simplificado para 13, portanto, 13 x 777 = 10101 (111). Para completar, o número primo palíndromo de 13 é 31, portanto, 31 x 777 produz o mesmo resultado, ou seja, 31 x 777 = 24.087. Portanto, 24 + 87 = 111. Na verdade, qualquer variante do número 13 (ou seja, 4 , 22, 31, 58, 85, 67, 76, 49, 94, 121, 112, 211 ou 1111), quando multiplicado pelo número 777 sempre renderizará a simetria de 111.
Uma vez que o número 16 simplifica para 7, podemos ver esses três anéis concêntricos como 777 (em vez de 16 16 16). Vale lembrar que o número 777 também corresponde ao nome William (34) Wirt (25) Winchester (52)
Sarah também sabia, que aplicaríamos as tabelas de nossos pensamentos ao número 52. Então, agora multiplicamos 52 x 777, resultando em 40.404, ou seja, 444 (o valor combinado dos selos "Rossi Crosse" de Bacon). Naturalmente, quando o número 7 ou qualquer variante desse número é multiplicado por 777, o resultado (através do Algoritmo do Winchester) será sempre 444. E, claro, o número 13 ou qualquer variante de 13, multiplicada por 444, sempre resultará em 777. Observe a beleza do produto de 13 x 444, que é 5.772. Isso equivale a inserir o termo "Winchester Goose" (77) dentro do nome "Winchester" (52). Tanto Bacon quanto Sarah deveriam ter consciência disso. Para completar, o nome Winchester aparece precisamente 27 vezes nas obras de Shakespeare. Lembramos que a "super palavra" de Bacon em "Loves' Labour's Lost" (honorificabilitudinitatibus), consiste em 27 letras. 27 se transforma em 117 (John Dee) e, quando invertido, é 72 (Sarah Winchester) ou 711.

Para Sarah e Bacon, 444 foi uma expressão simplificada de 131313. Isso é igualmente verdadeiro para a relação entre 777 e 161616. Os tripletes simétricos de 777, 111 e 444 são, na verdade, expressões dimensionais superiores de 7, 11 e 13. Dentro da estrutura da teia, as simetrias dimensionais mais complexas estão agindo. No entanto, nenhuma das simetrias pode existir sem o poder unificador do círculo no centro da teia.

Outra característica importante da janela "teia de aranha"é que cada um dos seus quatro lados forma um triângulo apontando para o centro circular. Contamos 12 pedaços de vidro em cada triângulo. No entanto, os quatro triângulos não estão completos, a menos que seus pontos se fundam, de maneira invisível, no círculo. Então, vemos os triângulos, todos compartilhando uma 13ª peça dentro do círculo. Além disso, 4 x 13 resulta no número 52 (Winchester).

Outra característica importante da janela "teia de aranha"é que cada um dos seus quatro lados forma um triângulo apontando para o centro circular. Contamos 12 pedaços de vidro em cada triângulo. No entanto, os quatro triângulos não estão completos, a menos que seus pontos se fundam, de maneira invisível, no círculo
O círculo (bidimensional) que reside no núcleo da teia parece possuir um tipo de qualidade mística e mágica, que parece capaz de manifestar qualquer valor necessário para completar ou cumprir qualquer simetria dada. Ele manifesta claramente o valor de todos os três números primos simétricos de Sarah, que começa com a chave para Pi, o número 13, que invisivelmente completa a estrutura dos quatro triângulos da janela. Então, o processo de completar os quatro triângulos resulta em quatro conjuntos do número 13, resultando em 52 que, simplificando, resulta no número 7. E, finalmente, a combinação dos números 49 e 52 (que representa a estrutura fundamental da janela) nos apresenta o número 101, ou seja, 11.

Sem a aplicação do "Algoritmo de Winchester", as janelas teias de aranha não terão sentido. Estamos em dívida com o desenvolvimento dos "Quaternions" de William Rowan Hamilton, para estabelecer o princípio dinâmico, que rege o intrincado funcionamento da teia de aranha.

A Simetria da "Teia de Aranha" e a Grande Teoria Unificada


Muito notavelmente, lidamos com números de Winchester e simetria dimensional superior do ponto de vista de uma janela bidimensional. No entanto, para conceituar a geometria dimensional superior do Universo, Sarah sabia que precisávamos avançar para uma visão tridimensional da janela teia de aranha, sendo por isso que o 13º banheiro possui seis janelas "teia de aranha". Contudo, por que seis? É porque Sarah quer que formemos uma imagem das janelas como um cubo.

Além de estar em sintonia com as ideias de um "Universo sempre em construção" e a "agricultura dinâmica" do famoso teósofo rosacruz, matemático e filósofo Rudolph Steiner (1861-1925), parece claro que Sarah adotou seu conceito de "cubo" como a estrutura geométrica mais simples para a dinâmica dimensional superior do Universo. Essa ideia está totalmente de acordo com os "Quaternions" de William Rowan Hamilton, o movimento artístico cubista, e o algoritmo de Winchester.

Além de estar em sintonia com as ideias de um "Universo sempre em construção" e a "agricultura dinâmica" do famoso teósofo rosacruz, matemático e filósofo Rudolph Steiner (1861-1925), parece claro que Sarah adotou seu conceito de "cubo" como a estrutura geométrica mais simples para a dinâmica dimensional superior do Universo
Em três dimensões no entanto, a topografia da janela teia de aranha muda. Sua forma geométrica é agora piramidal. Na verdade, o cubo consiste em seis pirâmides inversas, todas apontando para dentro, em direção ao centro. Em vez de um círculo bidimensional, agora vemos um tubo esférico, no qual os pedaços das seis pirâmides invisivelmente se fundem em um só. Vale lembrar que, o limite externo da janela "teia de aranha" tem quatro lados ou um valor de 4. Isso é igualmente verdadeiro para a base de uma pirâmide tridimensional. Portanto, seis bases piramidais equivalem ao número 24.

Se a "teia de aranha" de Sarah também for um modelo dimensional superior para a estrutura do Universo, seria bastante consistente com as operações fundamentais da "Teoria das Cordas", já que 24 governa o número exato de maneiras pelas quais a "corda" vibrante pode esticar, dobrar e contrair Essa dinâmica crucial da "Teoria das Cordas", conhecida como "Função Modular", foi descoberta por outro dos contemporâneos de Sarah, o matemático Srinivasa Ramanujan (1887-1920). Na verdade, os "números Ramanujan" têm uma semelhança impressionante com os números de Winchester. As mesmas simetrias, que encontramos no trabalho de Ramanujan, culminando na simetria E (8) x E (8), também parecem estar de acordo com as simetrias que dominam o modelo de Winchester.

Essa dinâmica crucial da "Teoria das Cordas", conhecida como "Função Modular", foi descoberta por outro dos contemporâneos de Sarah, o matemático Srinivasa Ramanujan (1887-1920). Na verdade, "os números Ramanujan" têm uma semelhança impressionante com os números de Winchester
O co-descobridor da "Teoria das Cordas", o Dr. Michio Kaku, disse: "É como se houvesse algum tipo de numerologia profunda manifestada nessas funções, que ninguém entende". Adequadamente, os físicos teóricos gostam de descrever a "corda" (ou membrana), como uma matriz subatômica ressonante de redes emaranhadas formando a estrutura do universo, em uma configuração unificada semelhante a uma grande teia de aranha.

O Legado de Sarah Winchester


Não é nenhum segredo que a parte de trás da nota de um dólar norte-americano é uma obra-prima do código maçônico e do simbolismo. Muito notavelmente, o projeto da nota incorpora uma extensa estrutura de teia de aranha, que serve como uma estrutura abrangendo todos os diversos componentes no padrão geral. A pirâmide truncada, com suas letras maiúsculas e o "Olho que Tudo Vê", representa o "trabalho inacabado" na busca para espelhar o "modelo divino" de acordo com Provérbios 25. É a peça final do quebra-cabeça universal a ser concluída. Da mesma forma, a Mansão Winchester é a encarnação desse mesmo trabalho inacabado, que Sarah sabia que não seria alcançado em sua vida.

O legado de Bacon parece estar intrincadamente enredado com o destino de Sarah, conforme demonstrado na mensagem críptica de "Winchester Goose" contida na última frase de "Troilus e Cressida". Francis Bacon, cujos contemporâneos se referem como "o homem que podia ver através do tempo", realmente previu Sarah Winchester? A conexão é incomum e convincente. A evidência clara demonstrada pelo design engenhoso de Sarah de suas janelas de Shakespeare, indica que ela entendeu (ou pelo menos interpretou) a mensagem de Bacon para ser um prenúncio de sua própria existência, pela qual ela continuaria seu legado.

A Mansão Winchester é a encarnação desse mesmo trabalho inacabado,
que Sarah sabia que não seria alcançado em sua vida
O fato do quebra-cabeça de Sarah ainda se manter preservado conforme ela o deixou, é um testemunho de sua intenção: de que alguém acabaria chegando para pegar sua pira olímpica. Ela previu alguém, que posteriormente aparecesse como uma encarnação ou reincarnação de si mesma? Ele imitava Bacon ao deixar as pistas, indicando alguém a quem seu legado seria passado? Nesse caso, como ela teria transmitido essa mensagem? A resposta, é claro, está nos números. O "herdeiro" do legado teria uma compreensão completa desses números e, em algum lugar em toda a exibição dos números de Sarah, deve residir um conjunto de números que revelam especificamente a identidade do herdeiro tanto em relação ao seu nome, quanto sua data de nascimento. Assim sendo, talvez a casa esteja há décadas esperando pacientemente o seu verdadeiro herdeiro: o "iniciante esclarecido", que seja capaz de completar o quebra-cabeça! Seu nome, no entanto, é um verdadeiro mistério!

E aí, AssombradOs, será que Richard Allan Wagner tem razão em toda essa análise ou então seria melhor acreditarmos que tudo isso é uma grande viagem de ficção científica, uma viagem através de números , que inconscientemente fazem algum sentido, assim como acontece em diversos casos relacionados a desastres de grandes proporções? Será que tudo isso é loucura, ou seja, será que Sarah era louca e estava apenas fugindo de espíritos? Isso é um assunto para os meus comentários finais.

Comentários Finais


Sinceramente, não faço ideia de como está o seu psicológico após ler essa matéria. Ao terminá-la, lembro que fui procurar mais fotos da mansão Winchester, além das mais de 120 fotos que compõe essa postagem, e comecei a perceber elementos similares aqueles que foram citados. Para piorar a situação, também comecei a contar alguns elementos que apareciam nas fotografias. Parece que a engenhosidade de Sarah é um caldeirão borbulhante de números e ao mesmo tempo viciante, inclusive para aqueles que não são muito fãs de matemática ou que são naturalmente céticos, assim como sou, sempre que preparo um material para vocês. Afinal de contas, não posso transmitir deliberadamente a minha crença sem analisar todas ou pelo menos a maior parte das possibilidades envolvidas em um determinado assunto. Provavelmente, assim como aconteceu comigo, você também notará que a versão oficial dada pelos atuais proprietários da mansão, que ao mesmo tempo é controlada por uma empresa, que soube muito bem promovê-la ao redor mundo, apequenou-se diante das cifras e códigos utilizados por Sarah. Para vocês terem uma ideia, desde a morte de Sarah Winchester, estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas, de todas as partes do mundo, tenham visitado o local, muito embora não seja informado exatamente qual é a média anual de visitantes. Contudo, não é difícil imaginar que sejam dezenas de milhares de pessoas, que não apenas pagam um ingresso, mas que consomem alimentos, bebidas e compram algo para servir de recordação para si mesmos, parentes ou amigos. É um negócio, e como sabemos, dinheiro está acima de crenças.

O texto de Richard Allan Wagner é fascinante, muito embora haja alguns pontos questionáveis sobre a relação de Francis Bacon e Shakespeare, além de algumas afirmações "científicas", que podem ser amplamente discutidas, porém isso não reduz a credibilidade do que escreveu, muito pelo contrário. Assim como até hoje se discute se Shakespeare existiu ou não, ou quem era a pessoa por trás de Shakespeare, muito provavelmente Sarah também acreditava nessa corrente de pensamento e assim seguiu de acordo com suas próprias convicções e estudos. A mansão Winchester reflete os pensamentos, ideias, ensinamentos e algoritmos de Sarah. Nenhuma outra verdade importa, senão a verdade em que Sarah acreditava, entendem onde quero chegar? Portanto, aparentemente, poderíamos dizer que a mansão Winchester seria realmente a encarnação desse trabalho inacabado, que Sarah sabia que não seria alcançado em sua vida e que, talvez, ela até mesmo soubessse o nome do seu sucessor. E, após esse material, é impossível dizer que Sarah fosse louca, muito pelo contrário, ela tinha muito dinheiro, uma inteligência acima da média e, se não fosse o terremoto de 1906, se não estivesse em um local sujeito a intensos tremores de terra, ela teria construído o maior templo de aprendizado, iluminação e elevação espiritual do mundo. Arrisco a dizer, que seu legado não seria apenas um marco histórico, provavelmente seria um patrimônio da humanidade.

Aparentemente, Sarah não deixou nenhuma fórmula mágica ou textos contando exatamente o que estava fazendo. Se deixou, tais documentos estão muito bem guardados ou escondidos em algum lugar, que talvez já tenha sido descoberto e foi devidamente silenciado ou ainda descobriremos daqui algum tempo ou daqui algumas décadas, caso outro terremoto não aconteça e coloque tudo abaixo. Não consigo ter outras palavras para definir Sarah, exceto em dizer que ela foi simplesmente fantástica. O único espírito, no sentido mais amplo da palavra, e que não podemos ver se nossos olhos não tiverem a clareza necessária é o de Sarah Winchester. A mansão é um abrigo para sua alma, seus sentimentos, suas dores. Talvez, Sarah tivesse alcançado a Verdade, talvez ela quisesse que qualquer pessoa, independentemente de sua crença ou cor entrasse algum dia e conhecesse tudo aquilo que ela alcançou em vida. Acima de tudo, Sarah foi generosa em nos deixar enigmas e um verdadeiro labirinto onde ela acreditava que poderíamos conhecer a nós mesmos. Realmente, era uma época de ouro onde, apesar da precária condição de vida de boa parte da população, havia muito tempo para se dedicar aos estudos, e tentar responder aos dilemas da vida. Aliás, Sarah perdeu tudo o que mais lhe importava na vida e de forma abrupta. As pessoas vivem na época que podem e diante das condições que possuem, portanto, não seria tão errado dizer que o destino levou seu marido, sua filha e sua felicidade. Sarah transformou sua dor em Luz, transformou seu conhecimento em um templo, que permanece erguido além do seu tempo, e acima de tudo, nos mostrou que não importa o quão tentemos alcançar o Céu, a vida é uma eterna busca por algo que lhe complete, seja a verdade, seja a felicidade, ou seja simplesmente ensinar alguém sobre a vida, e que ela vale a pena ser vivida. Talvez, só consigamos verdadeiramente alcançar a Luz, quando alcançarmos o Céu, uma vez que, se somarmos ambos pela cifra mais usada por Sarah, o resultado simplificado é o número primo 7.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://frolickinggypsies.com/wordpress_1/the-winchester-mystery-house/
http://kron4.com/2016/10/09/new-room-found-at-winchester-mystery-house-in-san-jose/
http://michelelouise.blogspot.com.br/2005/06/winchester-mystery-house.html
http://sanfrancisco.cbslocal.com/2017/05/25/winchester-mystery-house-opens-rooms-public-first-time/
http://sfist.com/2016/10/10/winchester_mystery_house_claims_new.php
http://sfist.com/2017/05/26/video_winchester_mystery_house_open.php
http://thetruthaboutsarahwinchester.com/
http://touch.latimes.com/#section/-1/article/p2p-93257235/
http://www.americas-most-haunted.com/2016/11/23/what-motivated-sarah-winchester-to-build-the-winchester-mystery-house/
http://www.dreadcentral.com/news/229629/explore-winchester-house-first-time-expanded-tours-way/
http://www.hollywoodreporter.com/news/helen-mirrens-winchester-hit-theaters-winter-2018-1002339
http://www.mercurynews.com/2017/05/25/first-peek-at-secret-spaces-inside-winchester-mystery-house/
http://www.nbcbayarea.com/news/local/Never-Before-Seen-Parts-of-San-Joses-Winchester-Mystery-House-Unveiled-424343314.html
http://www.sfchronicle.com/movies/article/Helen-Mirren-and-co-talk-ghosts-at-Winchester-11129941.php
http://www.speacock.net/gallery/album91/2006_Mar_11_Winchester_Mystery_House_35_kitchen_sink
http://www.winchestermysteryhouse.com/explore-the-house/mysteries/
https://en.wikipedia.org/wiki/Winchester_Mystery_House
https://www.bustle.com/articles/189236-what-is-the-winchester-mystery-house-a-new-room-was-just-discovered-in-the-famously-creepy
https://www.littlethings.com/winchester-mystery-house/

Ponte Assassina? A Ponte de Overtoun, que Causou a Morte de Vários Cachorros e até Humanos!

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Localizada na Escócia, a Ponte Overtoun ganhou fama mundial após a divulgação de que cachorros simplesmente pulam dela para a morte. Vamos conhecer alguns casos, possíveis explicações e contar a história do pai que jogou o filho de 2 semanas da ponte. Qual o mistério da Ponte Overtoun?

Fala assombrados! Hoje vou revelar um local onde você não deve levar seu cachorro para passear: a Ponte Overtoun! Alguns cachorros que passam pelo local simplesmente saltam dela para uma queda de 15 metros, resultando na maioria das vezes na morte do animal. O que leva os cachorros a fazerem isso? Suicídio animal ou haveria uma outra explicação. Vamos saber mais do assunto...

Localização

A Ponte Overtoun está localizada perto da cidade de Dumbarton, em West Dubartonshire, na Escócia.

Ela fica ao lado da Casa Overtoun,  uma grande mansão exemplo da Arquitetura Baronial Escocesa, que foi construída na década de 1860. Herdada por um homem chamado Lord Overtoun em 1891. No ano seguinte Lord Overtoun comprou a propriedade vizinha de Garshake, a oeste de suas terras. Só tinha um problema: as carruagens não conseguiam ter acesso a Casa Overtoun, pois a estrada que levava até o local de um lado tinha uma inclinação muito íngreme. Era preciso fazer uma ponte.

Projetado pelo engenheiro civil HE Milner, a ponte foi concluída em junho de 1895. Compreende três arcos: um grande arco central que abrange um vale profundo no fundo do qual flui o riacho Overtoun, flanqueado em cada um Lado por arcos mais baixos e menores. A altura da ponte chega a 15 metros.

Em 1938 a Casa Overtoun foi doada para a população da cidade de Dumbarton e virou um hospital maternidade. Na época da 2ª Guerra, serviu de abrigo para tropas e atualmente é uma espécie de abrigo cristão para jovens mulheres locais, que estivessem passando por um período difícil na vida. É dirigido por Bob e Melissa Hill, missionários da cidade de Fort Worth, no estado norte-americano do Texas.

Já a ponte, está lá em pé, e seria como uma outra ponte qualquer na Escócia se não fosse o fato de que cachorros se jogam para a morte quando estão sobre ela!

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Matéria escrita por William Cochrane
 sobre a ponte.
O Caso Ben

Era um dia normal do ano de 2005 Donna Cooper, seu marido e filho, chamado Callum de dois anos de idade, levaram o Ben, o cachorro da família para passear. Eles estavam passando sobre a ponte quando de repente Ben saltou sobre a mesma, despencando de uma altura de 15 metros.

A queda foi fatal o para o animal. "Sua pata estava quebrada, sua mandíbula estava quebrada e suas costas estavam quebradas e retorcidas. O veterinário decidiu que não valia a pena passar pela dor, então tivemos que deixá-lo ir ", lembra Donna.

A morte do animal impactou o menino que quase um ano depois, ainda perguntava sobre o Ben. Ele ficou muito chateado com a morte do cachorro e queria saber se sua perna foi consertada no céu.

O jornalista William Cochrane ouviu falar da história e publicou um artigo no jornal local, que foi o responsável por divulgar o local para o mundo.

Outros Casos Surgem

Depois que o artigo de William Cochrane foi publicado, outras pessoas entraram em contato com ele para dizer que o mesmo havia acontecido com o cachorro deles. Inclusive ele disse que teve um caso de um cachorro que pulou duas vezes!

- Caso Drift (1995): Eugene Rogan estava passeando com seu cachorro da raça labrador chamado Drift, de 5 anos, quando ele simplesmente pulou da ponte.

- Caso Hendrix (2002): Kenneth Meikle ficou horrorizada quando seu golden retriever chamado Hendrix saltou da mesma ponte praticamente no mesmo ponto. "Eu estava caminhando com meu parceiro e as crianças quando de repente o cachorro apenas saltou. Minha filha gritou, e eu corri para pegar o cão. No dia seguinte, graças a Deus, ela estava bem. Tivemos a sorte porque ela pousou em uma cama de musgo."

- Caso Sophie (2011): Em 2011 Louise e David McPhail estavam passando sobre a ponte quando Sophie, seu cachorro da raça Golden Retrivier, pulou da ponte. O cachorro sobreviveu.

- Caso Cassie (2014): Alice Trevorrow, uma enfermeira de Dumbarton, se viu impotente junto ao seu filho Thomas, 25 anos, quando sua cachorra Cassie saltou da sua ponte. "No momento em que saímos do carro, ela correu para a frente, olhou para o céu. Ficou paralisada, congelada. Então ela correu, pulou e voou sobre a ponte. Ainda posso ouvi-la como se fosse ontem". Cassie deu sorte pois, apesar de ferimentos horríveis que exigiram um ano de fisioterapia, ela teve uma recuperação completa. Sua dona estava convencida de que forças obscuras estiveram em jogo. "Não havia como Cassie fazer isso de propósito. Estava completamente fora de cogitação. Existe uma presença sinistra aqui. Há uma presença assustadora ao redor de todo esse lugar, e certamente na ponte."

William Cochrane publicou a história de outros cachorros que pularam da ponte. Nesta publicação ele falou do cachorro conhecido como Hendrix.


Possíveis Explicações

As mais diversas teorias foram surgindo para explicar o mistério. À medida que o fenômeno inexplicado recebeu atenção da mídia internacional, a Royal Society for Protection of Birds enviou um especialista em habitat animal, David Sexton, especialista da Clínica de Comportamento Animal de Lancashire, para investigar. Vamos conhecer algumas:

- Suicídio Animal: Os cães são capazes de detectar as emoções de seus donos e o desenvolvimento de suas próprias neuroses. Eles poderiam estar respondendo a algum tipo de impulso depressivo humano na ponte que lhes causa o suicídio. Cães podem sofrer de depressão, mas não tem consciência de suicídio. Dr. David Sands  afirmou que, "é impossível para um cão premeditar a sua própria morte".

- Altura das Muretas: a Ponte Overtoun é construída a partir de granito local. Seus muros são de granito sólido na altura da cintura de uma pessoa, e bem escura para qualquer animal, que tenha a altura do cachorro. Os muros sólidos atravessam de ponta a ponta, e um cachorro não tem como saber se ele está mesmo em uma ponte. As árvores e os arbustos são mais altos do que muros, e para um cão, não há motivos para suspeitar que o muro é algo que não pode ou não deve ser pulado em busca de qualquer aventura convincente. Assim, uma vez que ele saltou por cima do muro, ele teve impulso suficiente, levando-o a crer, que não havia nada que ele pudesse fazer para evitar uma queda. O muro sólido praticamente eliminaria o suicídio deliberado como uma possível causa: uma vez que o cão não consegue ver através da parede, o cão não sabe que a morte está do outro lado. Mas isso não explica o que está levando os cachorros a pularem da ponte.

- Visões Americanos: O veterinário David Sands notou primeiro um comportamento sempre repetido: todos os cachorros que “se mataram” eram das raças Labrador, Collie ou Golden Retriever. Por conta dessa informação, ele concluiu que havia na região algum cheiro que deixava os cachorros loucos. Após alguns estudos com plantas nos locais, Sands percebeu que o causador do “odor assassino” não era um vegetal, mas sim um animal. O responsável é o visom-americano, animal que tem glândulas que exalam uma substância com odor extremamente desagradável para marcar território. O cheiro era tão forte que enlouquecia os cães, principalmente aqueles de olfato mais apurado. A ponte em questão está em uma região sem correntes e com leito obstruído, o que faz com que o odor não se espalhe. Por conta disso, os cães ficam alucinados e não medem as consequências de se jogar. O veterinário, agora, fará uma série de testes e experimentos para que sua teoria seja aceita pela comunidade cientifica. Só tem um problema, moradores locais dizem que não existem visões americanos vivendo no local!

- Fantasma da Lady Overtoun: Lady Overtoun, viúva do barão Overtoun, era uma mulher profundamente perturbada que, depois da morte de seu marido em 1908, perambulava pelos terrenos de sua majestosa noite e dia de casa, muitas vezes vagando afligido pela ponte, procurando por ele em vão. Ao longo dos anos, sua "figura translúcida branca" foi vista em várias ocasiões, à deriva sobre os motivos ou espiando das janelas do castelo, assustando qualquer pessoa que a veja.
Essa teoria diz que os cachorros estão vendo o espectro dessa figura fantasmática atraindo-os sobre a borda, sobre os parapeitos e as paredes, até pularem!

- Local Tênue: Havia também a alegação popular de que a ponte estaria situada em local em que os celtas acreditavam ser um local onde o véu que separa nosso mundo do mundo espiritual, é muito fino.

- Base Naval de Submarinos Nucleares de Faslane: Embora o som da água correndo logo abaixo da ponte "domine o ambiente", alguns moradores locais teorizaram que uma base naval para submarinos nucleares nas proximidades de Faslanre, postes telefônicos ou algum tipo de anomalia estrutural na construção da ponte estava emitindo uma frequência perturbadora que só os animais podiam ouvir. David Sands levou especialistas para testar toda a extensão da ponte, mas eles concluíram que não havia nada de incomum em relação a acústica, em nenhum ponto do local.

Placa alerta para ficar de olho no seu cachorro

Não é Bem Assim...

Assombrados, não existe um consenso sobre o número de cães que pularam da ponte Overtoun. Um jornal chamado "Aiken Standard" chegou a citar "dezenas de cães nas últimas três décadas". O jornal "Lennox em Dunbartonshire" citou cinco cães. Já o "Daily Mail" disse 50 cães em 50 anos, incluindo seis cães em seis meses. Por fim, o "Dumbarton e Vale of Leven Reporter" disse que "cerca de 50 cães tinham morrido nos últimos 50 anos." Entretanto, nenhum desses jornais disse uma fonte sequer para corroborar os números apresentados

Brian Dunning, responsável pelo Skeptoid, que para quem não sabe, tenta sempre encontrar uma solução para os mistérios fez uma grande pesquisa e publicou um artigo em 2012.

Ele chegou a conversar com a Câmara de Comércio de Dunbartonshire, mas eles não conheciam nenhum historiador local e não havia nenhum registro de cães, que tivessem saltado para a morte. Ele falou com a Dog Warden (uma espécie de Serviço de Controle de Animais do Reino Unido) do Conselho de West Dunbartonshire, mas não sabiam de nada nesse sentido. Ele até mesmo falou com uma sargento da Delegacia de Polícia de Dumbarton, mas ela também não sabia de tais registros. Finalmente, ele foi até lá.

Conversando com os donos da Casa Overtoun, os mesmos disseram que já se encontravam no local há mais de dez anos, e compartilharam o que eles conheciam de "Rover's Leap" (apelido da ponte Overtoun). Em 10 anos, eles ouviram falar de apenas três cães que saltaram, dois dos quais sobreviveram sem ferimentos graves, e um dos quais, mais tarde, foi submetido a eutanasia devido aos seus ferimentos. Desses três cães, um era o Ben, o Border Collie de 1995, e um outro era o Golden Retriever de Kenneth Meikle, o Hendrix de 2002, que saltou, mas sobreviveu sem maiores ferimentos. Aliás, um veterinário de uma clínica local chamada "Glenbrae Veterinary Clinic", disse que havia tratado quatro cães, que ficaram feridos em quedas da ponte nos últimos 13 anos, ou seja, um número muito abaixo do que era comentado pela mídia.

Para Brian, a história não passava de lenda urbana. Aparentemente, não havia registros anteriores de mortes de cães, exceto o de Ben. E nenhum motivo para suspeitar que Ben se suicidou deliberadamente. A falta de registros oficiais dizia muito pouco sobre se realmente isso tinha acontecido ou não.

No final das contas, ao menos até 2012, havia apenas seis casos documentados, sendo que apenas dois tinham maiores detalhes para serem contados.

Linda imagem mostrando a ponte e a casa Overtoun ao fundo


Tragédia em 1994

Aparentemente, os mistérios envolvendo a Ponte Overtoun não se limitam apenas aos cães de estimação. Em outubro de 1994, a ponte foi cenário de um crime, que tirou o sono de moradores da região: um homem chamado Kevin Moy, 32 anos, jogou seu filho de apenas 2 semanas de vida da Ponte Overtoun, porque ele acreditava que o bebê estava possuído pelo diabo. Em seguida, ele próprio tentou saltar do parapeito, mas foi puxado para trás por sua esposa aterrorizada. Isso sem contar o desespero daqueles que presenciaram a cena. Curiosamente, encontramos apenas um lugar que noticiou isso: o jornal escocês “The Herald”.

Aliás, só ficamos sabendo dessa informação por uma notícia publicada em 31 de janeiro de 1995, dizendo que no dia anterior (30) , Kevin tinha ido a júri popular e foi determinado sua transferência para o Hospital Estadual, um hospital psiquiátrico de segurança máxima, no vilarejo de Carstairs a 75 km a sudeste da Ponte Overtoun.

A Suprema Corte de Glasgow ouviu como Kevin passou a acreditar que ele próprio era o Anticristo e que seu filho era o Satanás. Kevin estava certo de que o Satanás tinha colocado uma marca de nascença na cabeça do menino, e que ambos tinham sido responsáveis pela Guerra do Golfo. Ele também temia que ambos destruíssem o mundo infectando a humanidade com um vírus mortal.

Na época do crime, ele disse à polícia que tinha que salvar o mundo matando seu filho e a si próprio. Kevin também estava obcecado pelo número 6.  O bebê chegou a ser resgatado com vida, mas não sobreviveu aos ferimentos e morreu no dia seguinte. A defesa de Kevin alegou que ele sofria de depressão, e que estava completamente alienado e insano no momento do ato. O júri acabou aceitando as evidências fornecidas por quatro psiquiatras.

As últimas informações que temos sobre Kevin Moy é que ele teria sido liberado do Hospital Estadual, em Carstairs, em abril de 1999. Depois disso, ele se tornou um "fantasma", no sentido figurado, para a mídia local.

Em 1994 a Ponte Overtoun foi palco de uma tragédia, quando o pai jogou o filho de duas semanas para a morte...

Conclusão

A Ponte Overtoun foi palco da morte de um bebê de 2 meses e de alguns cachorros. O Caso do Bebe foi isolado e o assassino tinha problemas psicológicos. Já no caso dos cachorros, que foi o que deixou a ponte famosa no mundo, estão exagerando um pouco. Não foram tantos cachorros como muitos veículos de comunicação dizem, foram bem pouco. Isso não elimina o fato que de alguma coisa acontece ali para esses cachorros pularem para a morte. A explicação para min seria que os cachorros são literalmente enganados. Eles não sabem que depois da mureta existe uma queda de 15 metros e por isso acabam pulando para a morte...

Escrito por Mateus Fornazari com colaboração de Marco Faustino

Fontes (Acessadas em 03/06/2017):
- Documentário Histórias Inacreditáveis: Gigantes da Geórgia e A Ponte da Morte (Discovery Channel)
- Dangerous Minds: THE MYSTERY OF THE DOG SUICIDE BRIDGE
- Skeptoid: The Suicide Dogs of Overtoun Bridge
- Herald Scotland: Father who threw 'devil' baby from bridge sent to Carstairs
- HighBeam: Man who killed baby to be freed
- Wikipedia.en: Overtoun Bridge
- Noite Sinistra: A ponte dos Cães Suicidas
- Daily Mail: Why have more than 50 dogs leapt to their deaths from this bridge? New book claims the ghost of a suicidal aristocrat is to blame
- Daily Mail: Why have so many dogs leapt to their deaths from Overtoun Bridge?
- Daily Record: Dumbarton dog owner watched dog jump off bridge and survive

Apartamento AssombradO? "Fenômenos Paranormais" e a Marca de uma Suposta Mão em uma Toalha Causam Medo no Sul do Brasil!

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Por Marco Faustino

De vez em quando divulgamos casos envolvendo casas assombradas, mas raramente divulgamos situações, que ocorrem em apartamentos ou prédios residenciais. Para tornar esse caso ainda mais especial, ele não foi divulgado em nenhum veículo de imprensa, sites de cunho paranormal e nem mesmo aqueles de caráter duvidoso, que acabam se tornando meras republicações de conteúdos de terceiros. Pelo contrário, recebemos esse caso com exclusividade, e vamos contar todos os detalhes sobre o que uma moradora de uma cidade da região Sul do Brasil está passando. Vale lembrar nesse ponto, que no primeiro semestre desse ano, tivemos casos muito emblemáticos nesse sentido. O primeiro deles e que conseguiu uma ampla repercussão internacional, foi aquele da suposta casa assombrada no município de Puerto Montt, no Chile, onde a família alegava que estava sendo pertubada há cerca de 2 a 3 semanas por algo que eles não sabiam explicar o que era. Os moradores disseram que objetos flutuavam no ar, e pegavam fogo misteriosamente. Para piorar a situação, policiais que foram chamados em uma determinada noite, teriam sido atacados de forma misteriosa por uma "entidade", e saíram apavorados da casa. Um dos policiais chegou a dizer que "pediu ao 'diabo' para que o mesmo se retirasse da residência". Fizemos uma postagem muito completa sobre esse caso, e inclusive a atualizamos ao longo do tempo, mostrando que muito possivelmente tudo não teria passado de uma farsa (leia mais: Policiais são Atacados por uma Suposta "Entidade Paranormal" ao Atenderem uma Ocorrência em Puerto Montt, no Chile).

Posteriormente, tivemos uma ocorrência em uma casa de Ronda Alta, uma cidade localizada no interior do Rio Grande do Sul. Aparentemente, de maneira "inexplicável", os objetos mudariam de lugar, e pegariam fogo sozinhos. Também fizemos uma interessante cobertura detalhando diversos pontos do que foi apresentado para vocês. No decorrer dessa semana entrarei em contato com o radialista Roger para saber no que resultou o inquérito da Polícia Civil, mas pelo soube, na época, havia uma fortíssima possibilidade de ser uma situação provocada por pessoas de carne e osso, e não "entidades" (leia mais: Fenômeno Poltergeist? Coincidência? Família Alega que Objetos se Movem e Pegam Fogo Sozinhos em uma Casa de Ronda Alta/RS!). Para completar, um outro estranho caso teria acontecido em São João do Paraíso, no distrito de Mascote, na Bahia, em uma casa pertencente a um trabalhador rural. Coisas estranhas teriam começado a acontecer: pedras sendo jogadas no telhado e dentro de casa; móveis estariam sendo quebrados e queimados sem nenhuma explicação; copos, pratos e outros objetos da casa também estariam destruídos sem nenhum motivo aparente e supostamente sem a presença humana. Aliás, essa não teria sido a primeira vez, visto que em uma outra casa onde a família morava na cidade de Itapebi, pedras teriam caído no telhado e, na roça de parentes, objetos teriam pegado fogo e mais pedras teriam caído. Um padre chamado Juarez Faria, alegando ser parapsicólogo, foi chamado para tentar descobrir o que estava acontecendo, e disse que se tratava de "telergia" (assista: Fenômenos Sobrenaturais Assustam Comunidade no Sul da Bahia).

Voltando ao assunto principal dessa postagem, uma vez que existe toda uma espetacularização em torno de casos assim, a pessoa que entrou em contato conosco estava com um pouco receosa em compartilhar alguns detalhes do que vem passando, inclusive em tirar algumas fotografias do local onde mora. Afinal de contas, conforme sabemos, casos assim são vistos com um forte ceticismo e desconfiança, inclusive da minha parte, quando me disponho a escrever sobre situações onde moradores alegam que algo "paranormal" esteja acontecendo em suas vidas. A quantidade ínfima de informações atrelada a uma investigação precária, normalmente não colaboram com esse campo, que carece de profissionais sérios e competentes. Acredito que, diante do nosso trabalho, uma vez que levamos o desconhecido a sério, essa moradora a qual chamaremos apenas de A.P. ganhou confiança e um incentivo a mais para nos contar um pouco sobre sua vida. Desde o fim do ano passado, após mudar de casa, indo morar em outra cidade, situações muito estranhas passaram a acontecer com ela. Primeiramente, seu microondas começou a ligar sozinho, depois seu celular apresentou defeito. O que poderia ser uma coincidência se agravou, quando ela viu uma misteriosa "marca de mão" em sua toalha de banho, e simplesmente o colchão de sua cama apareceu totalmente revirado em seu apartamento, quase matando seu cãozinho de estimação, que teve que ser levado às pressas ao veterinário. Isso sem contar que ela sente a presença de algo na escada do prédio, e acredita que haja uma "manifestação" dentro do seu próprio apartamento. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Entenda a Situação: A Misteriosa e Suposta "Marca de uma Mão", em uma Toalha de A.P.


Inicialmente, A.P. entrou em contato conosco, na semana passada, para nos mostrar cerca de três fotos de uma toalha de banho rosa que, de acordo com ela, tanto a toalha quanto suas roupas de cama tinham sido deixadas de molho em um "produto com oxigênio ativo", de uma marca bem conhecida para remoção de manchas, e que provavelmente vocês também devem conhecer: o Vanish.

De acordo com A.P., tinha sido uma semana bem chuvosa em seu estado, e ela aproveitou para colocar suas roupas na máquina de lavar. Assim que ela estendeu sua toalha no varal, eis que ela se deparou com essa estranha marca, que ela alega não ter percebido antes. O detalhe é que ela diz morar sozinha, e que ninguém havia entrado em seu apartamento nos últimos dias. Aliás, a marca era, inclusive, maior do que sua própria mão.

De acordo com A.P. tinha sido uma semana bem chuvosa em seu estado, e ela aproveitou para colocar suas roupas na máquina de lavar. Assim que ela estendeu sua toalha no varal, eis que ela se deparou com essa estranha marca que ela alega não ter percebido antes
O detalhe é que diz morar sozinha, e que ninguém havia entrado em seu apartamento nos últimos dias.
Aliás, a marca era, inclusive, maior do que sua própria mão
A.P. disse que colocou a toalha no cesto de roupa suja logo após ter tomado um banho, e que a mancha estava entre os felpos da tolha (entre as tramas do tecido), ou seja, não era uma mancha superficial. Além disso, ela afirmou categoricamente, que desde o momento que retirou a toalha do cesto até o momento de retirá-la da máquina, não havia notado nada de errado com a mesma, exceto uma pequena e antiga mancha de ferrugem, na qual ela nunca conseguiu retirar da toalha.

Ela somente notou a mancha no exato momento, que foi estender a roupa varal comunitário de seu prédio, descartando também a possibilidade de que alguém tivesse passado pelo local e deixado uma marca de mão na toalha. Esse incidente ocorreu por volta de 12h30 do dia 1º de junho, conforme é possível notar na data e no horário das fotos. A.P. ainda acrescentou que a mancha não tinha cheiro, tão somente a do amaciante que ela havia utilizado.

A.P. afirmou categoricamente, que desde o momento que retirou a toalha do cesto até o momento de retirá-la da máquina, não havia notado nada de errado com a mesma, exceto uma pequena e antiga mancha de ferrugem, na qual ela nunca conseguiu retirar da toalha
De acordo com Marco Migoranca, um membro de nossa SSA (Sociedade Secreta dos AssombradOs), e uma pessoa a qual particularmente tenho um grande respeito devido ao senso ético, generosidade, profissionalismo, e principalmente caráter, seria realmente possível notar a palma de uma mão devido a três elementos presentes:
  • Existe uma falha na mancha, justamente onde deveria haver a parte côncava da palma da mão humana. Geralmente, ao marcar uma mão em um tecido ou papel, você pode notar que geralmente fica um espaço vazio nessa região. Veja um exemplo abaixo:
Geralmente, ao marcar uma mão em um tecido ou papel,
você pode notar que geralmente fica um espaço vazio nessa região central da mão.
  • A abertura de 80º do que seria o polegar em relação aos demais dedos da mão. Veja um exemplo do que estamos falando:
De acordo com Migoranca, existe uma abertura de 80º
em relação ao que seria o polegar em relação aos demais dedos da mão.
  • A assimetria em relação ao que seria dedo mínimo, justamente por ser o menor dos supostos dedos na toalha de banho. Repare na imagem abaixo:
De acordo com Migorcanca, é possível notar a assimetria em relação ao que seria o dedo mínimo,
justamente por ser o menor dos supostos dedos
Migoranca também notou os caquinhos de cerâmica / pedras, tipicamente portugueses, no piso. Algo que denotava ser de um prédio bem antigo, e muito provavelmente com mais de 30 ou 40 anos. Assim sendo, ele recomendou que A.P. tentasse saber mais sobre o seu apartamento com os vizinhos, e se alguém havia falecido no imóvel. Além, é claro, de sempre rezar ou orar pedindo proteção ao dormir e acordar.

Essa questão da toalha seria apenas um dos estranhos e supostos "fenômenos" que estariam ocorrendo com A.P., visto que tudo teria começado em dezembro do ano passado, desde que se mudou para o novo apartamento. Cerca de três semanas atrás, o seu microondas começou a ligar sozinho. Ultimamente, ele passou a ligar, mas não consegue aquecer absolutamente nada. Ela não deu muita importância para isso, uma vez que poderia ser apenas um mero defeito de um eletrodoméstico. Porém, no dia 26 de maio, seu celular também apresentou problema: não queria ligar de jeito nenhum. Ultimamente, o mesmo está intermitente, ou seja, liga quando tem vontade, por assim dizer.

A.P. comentou que o local onde mora é um prédio bem antigo, com um amplo jardim e todas as vagas de garagem estão no térreo. O prédio também não passou desapercebido, visto que, desde os primeiros dias, ela começou a sentir uma forte presença nas escadas, algo que, lhe dava calafrios, uma grande sensação de medo, mas que, curiosamente, ela não vem sentindo ultimamente. Ela disse que mora em uma cidade do litoral, mas por uma questão de privacidade nos pediu para não divulgarmos o nome da respectiva cidade e nem mesmo o seu estado, porque ela obviamente tem receio de se expor, e sabemos o quão complicado é esse assunto no Brasil.

O prédio também não passou desapercebido, visto que, desde os primeiros dias, ela começou a sentir uma forte presença nas escadas, algo que, curiosamente, ela não vem sentindo ultimamente
Calma que os supostos fenômenos ainda não terminaram. A.P. chegou a mencionar que se mudou para essa cidade com objetivos comerciais e, inicialmente, levou apenas colchões (não chegou a levar cama), porque não sabia se iria permanecer no local por muito tempo (o restante das suas roupas e móveis havia sido deixado em um cômodo sem uso da casa de um amigo dela). Então, diariamente, ela levantava o colchão em que deitava para que não mofasse. Certo dia, ela deixou seu cachorrinho no quarto, com a TV ligada. Tanto A.P. quanto sua mãe tinham saído do apartamento e ido até um estabelecimento comercial. Em um determinado momento, sua mãe disse que começou a sentir muita dor no pé, e que iria até o apartamento para trocar de calçado, pois não aguentava mais.

De acordo com A.P., quando sua mãe chegou, o colchão estava em cima do seu cachorrinho, o sufocando devido ao peso, e que o seu animal de estimação quase morreu. Ele teve que ser levado às pressas para uma clínica veterinária. Ainda segundo A.P, o colchão é um Queen Size de mola, pesadíssimo, e que se encontrava a quase 1 metro de distância da parede onde estava. Para ela, seria "humanamente impossível " do colchão ter deslizado daquela maneira. Sua mãe disse que tinha sido um anjo, que apertou seu pé, para que ela fosse para casa, algo que também aconteceria em relação as mãos: "Pense que é teu anjo, que esta sempre te apoiando, te estendendo a mão", disse sua mãe.

De acordo com A.P., quando sua mãe chegou, o colchão estava em cima do seu cachorrinho, e quase perdeu. Seu animal de estimação teve que ser levado às pressas para uma clínica veterinária.
A.P. nos disse que tinha o papel de atendimento de emergência da clínica veterinária, e ainda por cima uma multa, porque estacionou de forma errada, devido ao seu desespero. Seu cachorro chama-se Z., um maltês, que foi adotado na capital do seu estado, após ter sido resgatado por maus tratos. Aliás, ele tem um estranho comportamento de latir para porta da frente da casa, mesmo sem ninguém estar do lado de fora. Essa é a única porta para qual Z. late.

Novas Revelações em Nossa Conversa com A.P: Sensações Estranhas e Paralisia do Sono Aconteciam na Residência da Mãe


Evidentemente, fomos conversar com A.P., que foi extremamente solícita em relação as perguntas que fizemos. Inicialmente, ela disse que estava disposta a procurar por maiores informações do prédio, e também do apartamento no qual ela foi morar. Ela também alegou que possuía uma espécie de altar contendo uma Bíblia e mais alguns objetos. Curiosamente, a síndica do prédio foi até o seu apartamento, e fez o seguinte comentário: "A 'F.T.' que morava aqui antes de você, tinha um altar parecido e no mesmo lugar." Estranho, não é mesmo? Um dos principais itens desse altar seria um crucifixo, que ela resolveu não colocar na foto, limitando a quantidade de objetos, visto que as pessoas que frequentavam sua casa o conheciam.

De acordo com A.P., sua mãe vê espíritos desde criança, assim como sente ou até mesmo pressente quando algo irá ocorrer. Ela acreditava que podia ter "herdado" essa sensibilidade por parte materna. A.P. também explicou, que até meados do ano de 2013 ela morava com sua mãe, no interior do seu estado, onde a própria A.P. sentia a "presença de duas pessoas" na cozinha da casa, mas que não sentia medo. Na casa da mãe também teriam acontecido certas situações estranhas. De vez em quando, quando saíam e posteriormente voltavam para casa, alguns objetos ou móveis estavam fora dos seus devidos lugares, principalmente cadeiras que se encontravam afastadas da mesa. A.P. disse que tem uma espécie de "TOC" (transtorno obsessivo-compulsivo), no qual não consegue ver nada fora do lugar, portanto isso lhe incomodava muito.

Então, ela se mudou para a capital, onde adotou o Z., ou seja, ela já o possui há 4 anos. Aliás, o Z. é um cachorro muito carinhoso que, se a A.P. estiver doente ou algo assim, ele fica bem próximo dela, de forma bem carinhosa. Além disso, A.P. disse que mora sozinha com o Z..

A.P. também alegou que possuía uma espécie de altar contendo uma Bíblia e mais alguns objetos. Curiosamente, a síndica do prédio foi até o seu apartamento, e fez o seguinte comentário: "A 'F.T.' que morava aqui antes de você, tinha um altar parecido e no mesmo lugar."
Durante o período que morou na capital, A.P. disse que nada de estranho lhe ocorreu, exceto alguns "vultos e coisas do gênero", mas que já teriam se tornado parte de sua rotina, independentemente de onde esteja. No ano passado, no entanto, ao visitar a casa de sua mãe, A.P. disse que passou por experiência muito complicada: a chamada paralisia do sono. Naturalmente assustada, ele foi até um centro espirita. Primeiramente, fizeram uma espécie de  "atendimento a distância" (algo que ela disse que foi muito interessante por sinal), assim como uma "blindagem"na casa da sua mãe. Após a "energização" e a "blindagem"que foi feita, essas tais "duas pessoas", que A.P. costumava ver, teriam simplesmente desaparecido. No centro espírito, foi explicado para ela, que aqueles "seres" tinham ido para o "hospital", onde estavam sendo tratados.

Em relação a toalha em si, que foi o suposto fenômeno, no qual temos um registro ilustrativo de sua ocorrência, ela nos contou maiores detalhes. Acompanhe alguns pontos mencionados por A.P.:
  • A toalha de banho estava no cesto de roupa suja, devido as fortes chuvas que se abateram sobre sua cidade e, portanto, não tinha sido possível lavá-la no mesmo dia. Assim sendo, a tolha permaneceu no cesto desde a noite do dia 30 de maio (uma terça-feira) até a manhã de 1 de junho (uma quinta-feira);
  • A toalha de banho estava juntamente com lençóis, fronhas e outras toalhas, e havia peças de roupa de cores escuras no cesto. Porém, ela não notou qualquer peça mais suja do que o normal, e nem mesmo aquela marca antes ou depois de colocar na máquina;
  • Cada peça foi tirada individualmente de sua máquina de lavar, que continha dois lençóis brancos. A marca na toalha de banho foi percebida apenas no momento de estendê-la no varal. Além disso, nenhum outro lençol branco ou qualquer outra peça lavada pela máquina possuía quaisquer manchas;
  • Na última sexta-feira (2), ela esticou novamente a toalha, colocou sua mão por cima da mesma e tentou encontrar uma explicação razoável. Ela tentou buscar na memória as ocasiões em que tinha manipulado a toalha, e a forma como a utilizou, mas não achou lógica. Ela tentou recriar o que poderia ter acontecido. Talvez ela tivesse pegado a toalha com algum creme que, juntamente com o sabão e outros produtos químicos, havia formado a mancha, porém estava bem no canto da toalha, e era possível notar "bem certinho a marca de uma mão". A única possibilidade, segundo a própria A.P., é que ela mesma tivesse carimbado de propósito;
  • Ao conversar com uma amiga adepta do Espiritismo sobre o assunto, ela disse que para haver a materialização e ocorrer o fenômeno, era um sinal que sua energia estava sendo sugada;
  • Antes dessa conversa com sua amiga, A.P. nos contou que havia dormido muito mal de quinta para sexta-feira, e coincidência ou não, ela teria acordado exatamente as 3h33 da madrugada;
  • Seu maltês, o Z., chegou a passar mal na manhã de sexta-feira (2), porém ela acreditava que poderia ter sido pela sua energia, devido ao acontecimento relacionado a suposta marca de mão.

Segundo A.P. cada peça foi tirada individualmente de sua máquina de lavar, que continha dois lençóis brancos. A marca na toalha de banho foi percebida apenas no momento de estendê-la no varal. Além disso, nenhum outro lençol branco ou qualquer outra peça lavada pela máquina possuía quaisquer manchas
Ao conversar com uma amiga adepta do Espiritismo sobre o assunto, ela disse que para haver a materialização e ocorrer o fenômeno, era um sinal que sua energia estava sendo sugada. A imagem mostra um muro de cerca de 20 metros do seu prédio.
Um detalhe muito interessante é que A.P. ainda possui a toalha guardada em sua casa. A marca por assim dizer não desapareceu ao longo do tempo, e ela até mesmo pensou em lavar novamente. Uma vez que pregamos constantemente em levar o desconhecido a sério, aconselhamos A.P., caso queira buscar respostas técnicas e científicas, por assim dizer, a manter sua toalha devidamente guardada, protegida do calor, da luz e da umidade. Além disso, recomendamos, que ela coletasse uma amostra dos produtos que utilizou (o Vanish e o amaciante, por exemplo), incluindo uma amostra da água da mesma torneira em que sua máquina de lavar foi ligada. O motivo? Verificar se algum departamento de faculdade ou universidade próxima do local onde mora, pode analisar quimicamente a marca, descobrindo exatamente o que é o material impregnado e entender o que pode ter causado a mesma.

Nem sempre tais análises são financeiramente viáveis, e não sabemos se A.P. irá realmente conseguir mandar analisar a toalha ou se o caso, devido a correria do dia a dia, irá ser deixado de lado. Além disso, conforme acabamos de mencionar, muitas vezes o custo é alto e não compensa pagar por algo que, ocasionalmente, pode ter sido apenas uma mera reação química, que acabou passando desapercebida. De qualquer forma, achamos um caso bem interessante e se tivermos maiores informações, iremos atualizar vocês através dessa mesma postagem, combinado?

E quanto a vocês, AssombradOs? Já tiveram alguma experiência semelhante a de A.P.? Vocês já se depararam com alguma marca estranha de mão em alguma toalha ou roupa que habitualmente usem? Estranho, não é mesmo? E se fosse com vocês, o que fariam no lugar de A.P.? Aliás, o que acham que pode ter acontecido nesse caso?

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Adaptação: Marco Faustino

Conheça a "Ilha do Medo": Um Local Temido por Moradores e Pescadores Locais Devido a Suposta Atividade Sobrenatural, em Itaparica/BA!

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Por Marco Faustino

Anteontem, comentamos sobre um caso exclusivo, que havia sido repassado para nós por uma moradora (que chamamos de A.P.) da região Sul do Brasil (ela nos pediu para manter em sigilo seu estado e cidade) que, desde o fim do ano passado, após mudar de casa, indo morar em outra cidade, situações muito estranhas passaram a acontecer com ela. Primeiramente, seu microondas começou a ligar sozinho, depois seu celular apresentou defeito. O que poderia ser uma coincidência se agravou, quando ela viu uma misteriosa "marca de mão" em sua toalha de banho, e simplesmente o colchão de sua cama apareceu totalmente revirado em seu apartamento, quase matando seu cãozinho de estimação, que teve que ser levado às pressas ao veterinário. Isso sem contar que ela sente a presença de algo na escada do seu prédio, e acredita que haja uma "manifestação" dentro do seu próprio apartamento. Além disso, seu cãozinho, um maltês chamado Z., possui um estranho comportamento de latir para porta da frente da casa, mesmo sem ninguém estar do lado de fora, sendo que essa é a única porta para qual o mesmo late. Toda essa história é recheada de detalhes e acontecimentos, que vale muito a pena conferir tudo o que vem acontecendo com a A.P. (leia mais: Apartamento AssombradO? "Fenômenos Paranormais" e a Marca de uma Suposta Mão em uma Toalha Causam Medo no Sul do Brasil!).

Para continuar valorizando casos nacionais, dessa vez vamos falar sobre a "Ilha do Medo", que administrativamente pertence a bela cidade de Itaparica, no Estado da Bahia. Recentemente, o programa "Globo Repórter", da Rede Globo de Televisão, dedicou um pequeno segmento (bem pequeno mesmo) para falar dessa ilha, que não é tão conhecida assim do povo brasileiro. Você a conhece? Provavelmente, esse será o primeiro contato, que vocês terão com essa ilha em questão. Uma vez que para muitos as férias estão chegando, principalmente aqueles que estão em idade escolar, e considerando que a região Nordeste nesse período do ano é um destino considerado como baixa temporada, ou seja, os valores dos pacotes turísticos ou diárias de hotéis são bem mais econômicos do que no Verão, achamos uma excelente oportunidade sugerir esse "destino assombrado", e ao mesmo tempo turístico para vocês (principalmente caso sua viagem seja a capital Salvador ou cidades vizinhas). Aliás, essa também é uma boa oportunidade de abordar um tema intrínseco ao nosso DNA, que são as supostas atividades paranormais ou sobrenaturais. A "Ilha do Medo"é pequena, mas dizem que não falta assombração por lá, tanta que os pescadores locais evitam a todo custo se aproximar da mesma. Agora, será que essa ilha é mesmo assombrada? Quais são as lendas contadas na região? Será verdade que recentemente ela quase foi "vendida para a iniciativa privada"? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Um Pouco Sobre o Município de Itaparica, no Estado da Bahia


Para quem não conhece, Itaparica é um município do Estado da Bahia. O mesmo fica localizado na chamada "Ilha de Itaparica" (que também abriga o município de Vera Cruz, onde estão as praias mais frequentadas, por assim dizer), na Baía de Todos os Santos.

Inicialmente, a localidade ganhou fama por uma espécie de balneário para repouso e até mesmo medicinal devido às suas bonitas praias e à sua água mineral, que jorra da Fonte da Bica, construída em 1842. Na parede frontal da fonte é possível ler a seguinte frase, em um azulejo: "Êh ! água fina. Faz velha virá menina." Evidentemente, a fonte uma das principais atrações turísticas e, teoricamente, faz a alegria de muitos moradores locais.



Inicialmente, a localidade ganhou fama por uma espécie de balneário para repouso e até mesmo medicinal devido às suas bonitas praias e à sua água mineral, que jorra da Fonte da Bica (na foto), construída em 1842
A história da localidade remonta por volta do ano 1.000, quando os índios tapuias que habitavam a região foram expulsos para o interior do continente devido à chegada de povos tupis originários da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma ainda era habitada pelos tupis.

Foi justamente a partir do século XVI, que surgiram os primeiros registros sobre a Ilha de Itaparica. Na época, os jesuítas construíram uma capela que se tornou um importante marco histórico da região. A cana-de-açúcar e a criação de gado bovino foram elementos primordiais no desenvolvimento econômico da região, assim como nos séculos posteriores.

Para quem não conhece, Itaparica é um município do Estado da Bahia. O mesmo fica localizado na chamada "Ilha de Itaparica" (que também abriga o município de Vera Cruz, onde estão as praias mais frequentadas), na Baía de Todos os Santos
Itaparica destaca-se também por ser o berço de historiadores, intelectuais e heróis, tendo merecido do Imperador Dom Pedro I, o título de "Denodada Villa", em razão da bravura de seus filhos nos episódios da guerra de independência no início do século XIX, dos quais destaca-se a participação da heroína Maria Felipa, marisqueira, que liderou um grupo de pessoas, dentre tantos outros bravos nativos nas batalhas contra os portugueses, que buscavam reconquistar a Ilha de Itaparica. Outro ponto que merece ser ressaltado são os portos de Itaparica, que foram testemunhas do nascimento da Marinha do Brasil, cujos primeiros barcos foram os saveiros dos destemidos itaparicanos liderados por João das Bottas.

Atualmente, Itaparica possui pouco mais de 22 mil habitantes (de acordo com o último censo realizado em 2013). O município é bem perto de Salvador, a capital do estado, estando apenas a 1h de barco ou cerca de 25 minutos de catamarã. Com certeza esse é um destino, que vale a pena ser conhecido, caso você visite Salvador ou cidades próximas a Itaparica.

A Localização da Chamada "Ilha do Medo"


Parece um pouco confuso, mas é fácil de entender. Na "Ilha de Itaparica" existem duas cidades: Itaparica e Vera Cruz. A chamada "Ilha do Medo" pertence administrativamente ao município de Itaparica, e localiza-se ao norte da referida ilha, a cerca de 3,3 km de distância, entenderam? Para completar, a mesma é a menor das 56 ilhas da chamada "Baía de Todos os Santos", e a única que não é habitada! Quanta informação para uma ilha despovoada, e com apenas 12.000 m², não é mesmo? Calma, que as atribuições não param por aí!

Imagem do Google Maps mostrando a localização da Ilha de Itaparica (identificada por um marcador)
e a "Ilha do Medo" (identificada por um círculo vermelho, ao norte da Ilha de Itaparica
Imagem aérea feita por um drone da "Ilha do Medo"
Além de tudo isso, a "Ilha do Medo" e seu entorno fazem parte, desde o ano de 1991, da Estação Ecológica Ilha do Medo, criada a partir do Decreto Municipal nº8, de 27 de julho daquele mesmo ano, consagrando-se como a primeira estação ecológica da Baía de Todos os Santos.

A ilha também integra a chamada Área de Proteção Ambiental (APA) da Baía de Todos os Santos, que por sua vez foi criada pelo Decreto Estadual 7.595, de 5 de junho de 1999. Sua vegetação é composto, em sua maior parte, de restinga, formando os manguezais. Daí a importância da preservação da ilha, uma vez que é no mangue, que peixes, moluscos e crustáceos encontram as condições ideais para reprodução. É um verdadeiro berçário da natureza.

Imagem do primeiro mapa ecoturístico da Ilha de Itaparica
Entretanto, a ilha não é tão somente famosa por sua biodiversidade, mas por um aspecto um tanto quanto sobrenatural, que vem sendo transmitido oralmente, de geração em geração, entre os moradores locais, principalmente pescadores.

O Aspecto Sobrenatural da "Ilha da Medo"


Para começar nossa pequena jornada sobre os aspectos sobrenaturais da chamada "Ilha do Medo", precisamos voltar um pouco no tempo para acompanhar um vídeo publicado no canal "Programa Todos os Cantos", da "Cine Brasil TV", uma emissora de televisão dedicada à produção audiovisual independente, que foi publicado no YouTube, em 2012. Confira o vídeo abaixo, sendo que, logo em seguida, comentaremos sobre o mesmo:



No começo do vídeo é mencionado que a "Ilha do Medo" reservava histórias e lendas, que justificavam a sua fama. Então, é apresentado um biólogo chamado Everaldo Lima, explicando que os negros, do candomblé dos ebus, provavelmente faziam seus "despachos" na ilha, o que gerava medo entre os moradores. Isso porque todo esse conflito religioso, principalmente envolvendo a Igreja Católica, gerava um certo temor, que aliás existe até hoje, em relação ao candomblé. Nesse ponto, há quem diga que, para que isso não continuasse, os jesuítas teriam colocados gatos selvagens na ilha. Porém, é difícil saber a realidade sobre esse ponto em específico.

De acordo com Everaldo, os militares mais indisciplinados, por assim dizer, também teriam sido levados para a ilha e, por não ter nada para fazer ou por solidão, acabavam morrendo. Seus corpos também teriam sido enterrados na própria ilha. Como se isso não bastasse, as pessoas diziam que havia uma "areia movediça", ou seja, evitavam de passar pela ilha com medo de parar no "centro da Terra." Sim, isso mesmo que você leu! Apesar de ser engraçado hoje em dia, antigamente não havia tantas informações assim sobre fenômenos naturais. Aliás, quantos de nós sabemos realmente como se livrar de uma areia movediça? Agora, imagine como era o pensamento há séculos atrás.

De acordo com Everaldo, os militares mais indisciplinados, por assim dizer, também teriam sido levados para a ilha e, por não ter nada para fazer ou por solidão, acabavam morrendo. Seus corpos também teriam sido enterrados na própria ilha
Também é mencionado que os moradores de Itaparica costumavam ver uma espécie de nuvem, um "fogo azulado" emanando da "Ilha do Medo", algo que interpretamos atualmente como o famoso "Fogo Fátuo", que já falamos algumas vezes ao longo do tempo. Everaldo contou que esse tipo de fenômeno é muito comum em regiões de manguezal, sendo que o mesmo pode ter dado origem a lenda brasileira do "Boitatá", a enorme serpente de fogo que mata quem destrói as florestas.

Nesse ponto é interessante destacar, que esse é um impressionante fenômeno que também costuma ocorrer em cemitérios ou pântanos. De tempos em tempos, surgem misteriosas chamas azuladas, que aparecem por alguns segundos na superfície, e logo depois somem sem deixar vestígios. Hoje, os cientistas sabem que esse "fogo esquisito" está ligado à decomposição dos corpos de seres vivos. Nesse processo, as bactérias que metabolizam a matéria orgânica produzem gases que entram em combustão espontânea em contato com o ar. Além disso, ocorre uma pequena explosão e a chama azulada vem acompanhada de um estrondo, que assusta quem está por perto. Imagina algo assim sendo visto e ouvido, na calada da noite, há décadas ou séculos atrás?

Também é mencionado que os moradores de Itaparica costumavam ver uma espécie de nuvem, um "fogo azulado" emanando da "Ilha do Medo", algo que interpretamos atualmente como o famoso "Fogo Fátuo", que já falamos algumas vezes ao longo do tempo. A imagem acima é meramente ilustrativa e serve apenas para retratar a lenda do "Boitatá", sendo que a fonte não citou o local em que a foto foi tirada.
Fenômeno observado no Rio Claro, no município de São José do Rio Claro (MT), em 2009. O ponto exato é um local em que a correnteza não tem força e forma um alagado. A água borbulha quando a areia é remexida e libera um gás inflamável, que se incendeia em contato com uma faísca. Técnicos estiveram no local, e descobriram que o gás tem origem na decomposição de material orgânico no leito do rio.
O próprio biólogo contou suas experiências em tentar pisar na "Ilha do Medo". Na primeira tentativa, por razões não mencionadas, ele disse que não conseguiu. Posteriormente, na presença de primos, amigos e pescadores, ele disse que a vela do barco acabou quebrando. Ele também contou que diversos equipamentos eletrônicos deixaram de funcionar na ilha, tais como máquinas fotográficas e de filmar (equipamentos muito comuns antigamente). Além disso, ele quase sofreu um acidente com seu filho ao tentar visitar a ilha.

O biólogo também contou que diversos equipamentos eletrônicos deixaram de funcionar na ilha, tais como máquinas fotográficas e de filmar (equipamentos muito comuns antigamente)
No final da reportagem, é mencionado um aspecto mais biológico, uma vez que Everaldo contou que foram identificados, ao menos até a data da reportagem, mais de 120 espécies de peixes, mais de 100 espécies de caranguejos, siris, camarões e lagostas, mais 10 espécies de coral, mais de 10 espécies de ouriços e estrelas-do-mar, e uma infinidade de moluscos. Então, a "Ilha do Medo" também era sinônimo de vida e biodiversidade.

Recentemente, assim como mencionamos no começo dessa postagem, o programa "Globo Repórter", da Rede Globo de Televisão, dedicou um segmento bem pequeno para falar dessa ilha, que não é tão conhecida assim do povo brasileiro. Assista abaixo essa reportagem, que foi publicada em um canal de terceiros, no Daily Motion, visto que, em seguida, também iremos comentar tudo o que aconteceu nesse segmento:



Inicialmente, é mencionado que do alto, a paisagem lembra uma "ilha de paz", mas que nem todo mundo se aventurava por aquele pedaço de terra. A equipe foi diretamente de Salvador para a "Ilha do Medo", um trajeto percorrido em cerca de 2h. Dessa vez, o guia era um professor de história chamado Denilson Miguel, e que conhecia bem a região.

Inicialmente, é mencionado que do alto, a paisagem lembra uma "ilha de paz", mas que nem todo mundo se aventurava por aquele pedaço de terra. A equipe foi diretamente de Salvador para a "Ilha do Medo", um trajeto percorrido em cerca de 2h
Dessa vez, o guia era um professor de história chamado Denilson Miguel, e que conhecia bem a região
O repórter chegou a mencionar que, aqueles que desembarcavam na ilha, nunca eram bem-vindos, uma vez que o lugar estaria cercado por fantasmas e almas penadas. Segundo Denilson, seu pai e seu avô já tinham saído correndo da ilha, após escutarem vozes, gritos e gemidos, e que o local, por ser mal-assombrado, passava longe dos olhos de quaisquer pescadores.

Então, bem no meio da ilha, a equipe chegou até um velho casarão em ruínas, e que talvez fosse ele a razão dos mistérios que rondavam a "Ilha do Medo." No século XIX, havia funcionado uma espécie de leprosário, ou seja, pessoas que tivessem doenças consideradas "incuráveis" eram levadas para essa ilha em particular, permanecendo no local até morrerem.

Segundo Denílson, seu pai e seu avô já tinham saído correndo da ilha, após escutarem vozes, gritos e gemidos, e que o local, por ser mal-assombrado, passava longe dos olhos de quaisquer pescadores
Bem no meio da ilha, a equipe chegou até um velho casarão em ruínas, e que talvez fosse ele a razão dos mistérios que rondavam a "Ilha do Medo." No século XIX, havia funcionado uma espécie de leprosário, ou seja, pessoas que tivessem doenças consideradas "incuráveis" eram levadas para essa ilha em particular, permanecendo no local até morrerem.
Na época que a hanseníase era uma doença incurável e contagiosa, o velho casarão servia como um local de isolamento. De acordo com Denilson, talvez os uivos, gritos e gemidos fossem das almas penadas, que voltaram para assombrar o local onde tantas pessoas sofreram no passado. Aliás, até mesmo o avistamento de urubus na ilha, era interpretado como um sinal de mau presságio.

Aliás, até mesmo o avistamento de urubus na ilha, era interpretado como um sinal de mau presságio
Ao procurar por outras lendas sobre a "Ilha do Medo"é possível encontrar uma sobre um padre que teria se recusado a rezar uma missa em Itaparica, mesmo após ter sido pago. Ele teria sido amaldiçoado pelos moradores e naufragado próximo a ilha. Assim sendo, ele teria virado um "fantasma" e foi condenado a passar a eternidade no local. Há pessoas que garantem, que à noite, o padre surge em meio a bruma e chama os pescadores para participarem da missa, que ele não realizou em vida. Aliás, no site "Guia da Semana" também é informado, que o exílio forçado de doentes teria acontecido no século XVII, e algo semelhante teria ocorrido com doentes terminais de cólera, durante a epidemia de 1855 (no século XIX). Para adicionar um toque ainda mais sombrio, muitas vítimas teriam sido enterradas em valas comuns na areia.

E, acreditem, as lendas não param por aí. Há quem diga, por exemplo, que um pescador avistou uma mulher diabólica, que soltava fogo pela boca. Após relatar o ocorrido, o pescador teria ficado simplesmente mudo. Tem até quem fale em peste de moscas e mosquitos endiabrados, e em mortais cobras venenosas rastejando em suas areias. Já imaginaram um passeio noturno nessa ilha?

Um Pouco de Realidade Sobre a "Ilha do Medo" e sua Situação Atual


Entretanto, existem certos detalhes importantes a serem considerados sobre a ilha. O primeiro deles é que a ilha não possui nenhuma fonte de água potável, o que explicaria, em parte, a razão pela qual não é permanentemente habitada (isso não quer dizer que a ilha não tenha água doce de alguma forma, ainda que isso não seja evidente aos nossos olhos). Além disso, para chegar até o local, é indicado fazer a travessia quando a maré estiver cheia, devido aos bancos de areia.

Foto do manguezal na Costa Sul da Ilha do Medo
Fotos das ruínas do antigo quartel militar da Ilha do Medo
A ilha não possui nenhuma fonte de água potável, o que explicaria, em parte, a razão pela qual não é permanentemente habitada (isso não quer dizer que a ilha não tenha água doce de alguma forma, ainda que isso não seja evidente aos nossos olhos)
Segundo um site chamado "Blog do Avoante", se olharmos as cartas náuticas, a vontade de chegar até lá naufraga em meio ao cinturão de uma coroa ampla e ameaçadora, sem falar nas baterias de corais, que fazem fileiras na tropa de defesa organizada pela natureza. Resumindo? Não seria de se estranhar a dificuldade em pisar na ilha.

Isso sem contar que o nome "Ilha do Medo", seria apenas uma espécie de trocadilho, uma vez que a ilha originalmente se chamaria "Ilha do Meio". Interessante, não é mesmo?

Segundo um site chamado "Blog do Avoante", se olharmos as cartas náuticas, a vontade de chegar até lá naufraga em meio ao cinturão de uma coroa ampla e ameaçadora, sem falar nas baterias de corais, que fazem fileiras na tropa de defesa organizada pela natureza. Resumindo? Não seria de se estranhar a dificuldade em pisar na ilha
Aliás, em um passeio realizado pelo casal Nelson e Lucia, que moram a bordo do veleiro Avoante, desde janeiro de 2015, os mesmos observaram ruínas em avançado estado de destruição e abandono. Dividiram o espaço da praia com alguns nativos de Itaparica, que por ali faziam um piquenique, porém o que mais chamou atenção foi a grande quantidade de lixo, principalmente sacos e garrafas plásticas, que se esparramavam por entre as árvores.

As normas que regem as Áreas de Proteção Ambiental no Brasil, que por sua vez são administradas pelo ICMbio, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, dizem que as mesmas são áreas, geralmente extensas, com um certo grau de ocupação humana, dotadas de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e têm como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Essas áreas podem ser estabelecidas em área de domínio público e/ou privado, pela União, estados ou municípios, não sendo necessária a desapropriação das terras. No entanto, as atividades e usos desenvolvidos estão sujeitos a um disciplinamento específico. É o que diz a Lei. Porém, entre o que deve ser feito e o que acontece na prática, existe uma grande diferença.

Em um passeio realizado pelo casal Nelson e Lucia, que moram a bordo do veleiro Avoante, desde janeiro de 2015, os mesmos observaram ruínas em avançado estado de destruição e abandono
Porém, o que mais chamou atenção foi a grande quantidade de lixo, principalmente sacos e garrafas plásticas,
que se esparramavam por entre as árvores
Muitos turistas ou moradores locais acabam não tendo o respeito necessário pela natureza
Agora que você conheceu um pouco mais da "Ilha do Medo", talvez fiquei um pouco mais espantado, mas por outras razões. Em fevereiro desse ano, a "Ilha do Medo" foi literalmente colocada à venda. Isso mesmo que você leu. De acordo com o site de jornal "Tribuna da Bahia", em uma notícia publicada no dia 14 de fevereiro desse ano, após vereadores de Itaparica terem aprovado um projeto de lei que liberava a venda da Ilha do Medo, localizada na Baía de Todos os Santos, o presidente da Câmara de Vereadores de Itaparica, Ítalo Mastríolo, promulgou a decisão no Diário Oficial do Legislativo, destacando que a utilização econômica e socioambiental do território era de interesse do município.

No artigo 2º eram citadas "alterações estruturais no espaço físico da Ilha do Medo, visando sua utilização com finalidade econômica e socioambiental por parte de quem possua legitimidade posse/propriedade, deverão em todos os casos respeitar manter preservados os aspectos florísticos e faunísticos da ilha." Contudo, a determinação passou a ser repudiada por moradores da região e ambientalistas. Para o Grupo de Defesa e Promoção Socioambiental (Germen), tratava-se de uma medida que contrariava o discurso de defesa do meio ambiente.

Cláudio Mascarenhas, diretor executivo do Germen, evidenciou que, qualquer decisão que interferisse no território da região, deveria ser discutida com a população.


Cláudio Mascarenhas, diretor executivo do Germen, evidenciou que, qualquer decisão que interferisse no território da região deveria ser discutida com a população
"A prefeitura pode levar as ideias, técnicos e especialistas para ampla discussão com os moradores da região, ambientalista e universidade, mas não de forma unilateral. Qualquer diminuição da proteção ambiental é inconstitucional. Nenhuma lei pode voltar atrás e fazer diminuir o grau de proteção ao meio ambiente", disse Cláudio, naquela época.

Segundo o Portal G1, após ser aprovada, a lei que permitia a exploração da ilha por entidades com fins lucrativos chegou ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). Durante as investigações, o MP-BA descobriu a existência de um projeto para a construção de um spa no local, que iria realizar terapias com água do mar. Atualmente, o MP-BA está apurando as responsabilidades sobre o projeto. 

Entretanto, felizmente essa situação aparentemente mudou em maio desse ano. Segundo o site "Bahia Notícias", a "Ilha do Medo" continuará sendo uma área de preservação ambiental. Em contraposição à Lei nº. 001/2016, aprovada pela Câmara Municipal de Itaparica em janeiro de 2017, que autorizava construções particulares no local, a Prefeitura Municipal de Itaparica sancionou, no dia 5 de maio, a Lei nº 338/2017 vedando a utilização econômica da "Ilha do Medo". Desta forma, a Lei 001/2016, sancionada pela Câmara Municipal, foi revogada, devolvendo ao local a condição de Estação Ecológica.

Em tese, segundo consta o novo documento oficial, para ganhar permissão para explorar ambientalmente o local, o interessado terá que se submeter a uma "criteriosa análise técnica do poder público municipal, especialmente o treinamento histórico, cultural e de manejo, bem como o cadastramento dos técnicos, dos guias e da equipe de apoio". Conforme acabamos de mencionar, entre o que está escrito e o que é colocado em prática, sempre existe uma grande diferença. Então, vamos ver o desenrolar de toda essa história.

Marlylda Barbuda, prefeita de Itaparica, afirmou que a revogação da lei anterior foi realizada com objetivo de garantir a "preservação da fonte de subsistência e de renda de boa parte da população, que depende da mariscagem e pesca, além de salvaguardar toda riqueza natural da Ilha." Finalmente, um ponto positivo, diante de tanta descrença e absurdos quem vemos no cenário político brasileiro, não é mesmo?

Para finalizar, dizem que todos os empreendimentos na ilha fracassaram ao longo do tempo, e os proprietários terminaram falidos. Alguns casos teriam resultado em histórias trágicas. Porém, a única e verdadeira tragédia em relação a "Ilha do Medo", e que é visível aos olhos de quaisquer pessoas, sejam elas mediúnicas ou não, é o descaso que os próprios seres humanos fazem com a natureza, independentemente do local ser mal-assombrado ou não.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2017/03/globo-reporter-mostra-os-misterios-e-belezas-da-baia-de-todos-os-santos.html
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2017/03/ilha-do-medo-onde-pescadores-nao-vao-tem-historias-de-arrepiar.html

http://g1.globo.com/bahia/noticia/lei-que-proibe-exploracao-comercial-da-ilha-do-medo-em-itaparica-e-sancionada.ghtml
http://salvadorhistoriacidadebaixa.blogspot.com.br/2010/11/ilha-do-medo.html
http://viajantesemporto.blogspot.com.br/2011/07/os-misterios-e-lendas-da-ilha-do-medo-o.html
http://www.bahia.ws/ilha-do-medo-baia-de-todos-os-santos/
http://www.bahianoticias.com.br/municipios/noticia/9401-itaparica-prefeitura-sanciona-lei-que-garante-condicao-de-estacao-ecologica-a-ilha-do-medo.html
http://www.tribunadabahia.com.br/2017/02/14/ilha-do-medo-em-itaparica-esta-venda-saiba-mais
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/a-ilha-do-medo/303543
http://www.viajenaviagem.com/2013/12/como-pegar-praia-itaparica
http://www.visiteabahia.com.br/visite/atracoes/belezasnaturais/leia_ilhas.php?id=26
https://diariodoavoante.wordpress.com/2015/01/11/a-ilha-do-medo/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_do_Medo_(Bahia)
https://www.guiadasemana.com.br/salvador/turismo/estabelecimento/ilha-do-medo

O Relicário com o "Cérebro" de Dom Bosco Teria Sido Roubado Para ser Utilizado em um Ritual Satânico, em Castelnuovo, na Itália?

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Por Marco Faustino

Recentemente, me deparei com uma notícia um tanto quanto impressionante: uma caixa de relíquias com o "cérebro de Dom Bosco" teria sido roubada na Itália. De acordo com o Portal UOL, em notícia publicada no dia 3 de junho desse ano, que na verdade é baseada tão somente no material disseminado pela agência de notícias EFE, as autoridades italianas estavam investigando o roubo de um caixa de relíquias, que continha o cérebro de São João Bosco, fundador da Congregação dos Salesianos, e que ficava guardado em uma basílica, na província de Asti. O roubo teria acontecido na Basílica Salesiana Dom Bosco, do município de Castelnuovo, localizado a 34 km de Turim. Assim sendo, as autoridades italianas abriram uma investigação para entender como os ladrões roubaram a caixa de relíquias situada atrás do altar maior, na parte inferior da referida basílica.

Em uma notícia publicada no mesmo dia, pelo site do jornal Correio Braziliense, estampava a seguinte manchete: "Cérebro de Dom Bosco, padroeiro de Brasília, é roubado." A notícia dizia que a urna, contendo as relíquias e o cérebro de Dom Bosco, ficava atrás de um dos altares de uma igreja, construída no lugar onde ele teria nascido. O arcebispo de Turim, Cesare Nosiglia, também pediu que o autor do roubo devolvesse as relíquias à Igreja, destacando a "profunda miséria moral" de quem cometeu o ato. A polícia local estava investigando as diversas hipóteses para explicar o roubo, tal como "furto encomendado", "brincadeira" e até mesmo "satanismo". Aliás, nesse sentido, muitos sites fizeram questão de mencionar, que as relíquias podiam estar sendo usadas em algum ritual satânico, por mais que todos os sites fossem incapazes de explicar que ritual seria esse.

Aliás, segundo o Correio Braziliense, Dom Bosco é co-padroeiro de Brasília porque teria "profetizado a criação da capital", que seria, segundo ele, uma terra de cheia de riquezas e de promessas. Com o nome de Giovanni Melchiorre Bosco, ele teria nascido em 16 de agosto de 1813, em Castelnuovo, desenvolvendo um amplo trabalho em defesa dos jovens e dos necessitados. Por razão do trabalho com a juventude, ele também foi proclamado padroeiro dos jovens e foi aclamado por João Paulo II como "Pai e Mestre da Juventude." Ele também foi fundador da "Congregação dos Salesianos" e co-fundador da "Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora", mais conhecidas por "Irmãs Salesianas". O sacerdote teria morrido em Turim, no ano de 1888 e foi canonizado em 1934 pelo Papa Pio XI. Uma outra urna com relíquias de Dom Bosco chegou a peregrinar por cinco continentes e chegou ao Brasil, em 2015. Ela ficou exposta no Santuário Dom Bosco, em Brasília. Contudo, será mesmo que esse roubo ocorrido na cidade de Castelnuovo, na Itália, teria algum objetivo satânico? Será mesmo que o cérebro de Dom Bosco está dentro dessa urna? É justamente sobre isso que vocês vão conferir a partir de agora. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Como Toda Essa História Começou a Repercutir na Mídia? A Divulgação por Parte da ANSA e da ANS


Uma vez que estamos em um momento de grande discussão sobre a veracidade do conteúdo jornalístico, que é apresentado diariamente para vocês, será que ao menos um caso envolvendo o desaparecimento de um relíquia, algo tão importante e singular para a Igreja Católica conseguiria passar ileso e sem nenhuma mácula, em termos de desinformação ou distorção, uma das práticas mais comuns que vemos atualmente?

Dom Bosco é co-padroeiro de Brasília porque teria "profetizado a criação da capital",
que seria, segundo ele, uma terra de cheia de riquezas e de promessas
Bem, infelizmente não, visto que nesse caso existem algumas informações, que merecem ser devidamente esclarecidas para que o sensacionalismo de títulos chamativos ou apelativos deixe de ser o principal fator para acessar um determinado site.

A notícia sobre o "desaparecimento" ou "roubo" da urna contendo o "cérebro de Dom Bosco" começou a ser propagada por dois locais, que se tornaram vitais para que se ganhasse toda essa repercussão atual: a ANSA ("Agenzia Nazionale Stampa Associata", conhecida como "Agência Nacional de Notícias da Itália")  e a ANS ("Agenzia iNfo Salesiana" ou "Agência de Notícias Salesianas", em português).

A notícia sobre o desaparecimento ou furto da "urna contendo o cérebro de Dom Bosco" começou a ser propagada por dois locais, que se tornaram vitais para que se ganhasse a dimensão da repercussão atual: a ANSA ("Agenzia Nazionale Stampa Associata", conhecida como "Agência Nacional de Notícias da Itália")  e ANS ("Agenzia iNfo Salesiana" ou "Agência de Notícias Salesianas", em português)
A ANSA, diga-se de passagem, é uma das principais agências de notícias da Itália, possuindo diversos editores de jornais, que são parceiros da mesma. Essa agência também possui mais de 22 escritórios na Itália, e está presente em 74 países, com mais de 2.000 notícias publicadas diariamente. Já a ANS é a agência oficial de notícias da Congregação Salesiana. Portanto, uma combinação perfeita para que a notícia, metaforicamente dizendo, corresse ao redor do mundo.

Acompanhe abaixo o que foi publicado pela ANSA e pela ANS, no dia 3 de junho, sendo que usaremos como base o texto da ANS. A razão para isso é que ambos os textos são extremamente parecidos e não divergem em termos de conteúdo. Portanto, para não ficar repetitivo, usaremos apenas o texto publicado pela ANS, combinado?

"Na noite de sexta-feira, 2 de junho, foi roubada a relíquia de São João Bosco, que foi colocada na parte de trás de um painel de Dom Bosco, na Basílica de Dom Bosco, localizada na chamada 'Colle Don Bosco', na comuna de Castelnuovo Don Bosco.



Foto de mostrando a Basílica de Dom Bosco, na comuna de Castelnuovo Don Bosco, na região de Piamonte, na Itália.
A basílica foi construída entre os anos de 1961 e 1966
'Juntamente com muitos devotos, que tomarão conhecimento dos acontecimentos, estamos muito aflitos. Acreditamos que Dom Bosco possa tocar os corações daqueles que cometeram esse ato, e fazê-los voltarem atrás, uma vez que ele tinha a capacidade de transformar a vida dos jovens, que costumava encontrar. Também temos certeza de que, diante do que aconteceu, uma relíquia de Dom Bosco pode até ser roubada, mas Dom Bosco não pode ser tirado de nós e dos muitos peregrinos, que visitam esses lugares todos os dias', disse o padre Ezio Orsini, reitor da Basílica."

Local exato onde o relicário de Dom Bosco era mantido dentro da Basílica, em Castelnuovo Don Bosco
É possível notar que a segurança em torno do relicário de Dom Bosco era relativamente bem simples, e não havia uma maior proteção. Havia apenas uma pequena distância em relação ao público, e a parte superior da área em que estava o relicário era descoberta.
Naquele mesmo dia, a ANSA rapidamente "aprimorou a informação", por assim dizer, comentando, que a relíquia encontrava-se parte de trás do altar principal, na parte inferior da basílica construída em seu local de nascimento. Já no dia seguinte (4), a ANSA voltou a tocar nesse mesmo assunto, porém dessa vez de uma forma um pouco mais completa. Confira abaixo o que eles publicaram:

"'O roubo da relíquia de Dom Bosco é um ato de profunda pobreza moral, que nos entristece', afirmou Dom Luca Barone, diretor de Colle Don Bosco, aos fiéis presentes na missa nesta manhã na Basílica Superior da Congregação Salesiana Dom Bosco, reiterando as palavras proferidas ontem, pelo Arcebispo de Turim, Dom Cesare Nosiglia

Dom Cesare Nosiglia, Arcebispo de Turim
Eles prosseguem, no entanto, na mais estrita confidencialidade da investigação, que está sendo realizada pela polícia do Comando Provincial de Asti, sob a coordenação do Ministério Público, para rastrear o autor (ou autores) do roubo. 

O acesso ao local onde estava a relíquia, permanece fechado. No passado, o local onde ficava a relíquia, assim como a parte superior e inferior da basílica, era regularmente aberta para o público.

O acesso ao local onde estava a relíquia, permanece fechado. No passado, o local onde ficava a relíquia, assim como a parte superior e inferior da basílica, era regularmente aberta para o público.
Detalhe das relíquias de Dom Bosco, no interior de seu relicário, em Castelnuovo Don Bosco
Colle Don Bosco é essencialmente o nome de uma colina em Becchi, na comuna de Castelnuovo, onde São João Bosco nasceu em 16 de agosto de 1815. A basílica foi consagrada em 1984. 

As relíquias do santo foram colocadas atrás do altar, indicando o local de nascimento do fundador dos Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora. Ambos são muito queridos pelo Papa Francisco que, por ocasião do 200º aniversário de seu nascimento, em 2015, prestou homenagem na Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim.

Papa Francisco que, por ocasião do 200º aniversário de seu nascimento, em 2015,
prestou homenagem na Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim
'Sou muito grato aos Salesianos pelo que fizeram pela minha família, que era muito ligada a eles. Minha mãe e meu pai foram casados por um missionário salesiano na Patagônia, originário de Lodi, que me ajudou muito na minha vocação', disse o Papa Francisco naquela ocasião.

"Sou muito grato aos Salesianos pelo que fizeram pela minha família, que era muito ligada a eles. Minha mãe e meu pai foram casados por um missionário salesiano na Patagônia, originário de Lodi, que me ajudou muito na minha vocação", disse o Papa Francisco naquela ocasião
Cesare Nosiglia, Arcebispo de Turim, também convidou todos os sacerdotes da diocese de Turim para se 'lembrarem da comunidade salesiana na celebração da Solenidade de Pentecostes.'"

Conforme vocês devem ter percebido, nem a ANSA ou a ANS disseram absolutamente nada sobre as relíquias terem sido roubadas para finalidades satânicas. Então, de onde teria partido essa informação? Bem, alguns sites em língua inglesa justificaram essa "finalidade" dizendo que "a mídia ou os veículos de imprensa italianos estavam dizendo isso." Nesse ponto é importante destacar, que vocês sempre devem ter cautela com termos que generalizem a divulgação de um determinado assunto. Portanto, vamos ver como isso foi noticiado na Itália?

A Divulgação por Parte da Mídia Italiana dos Acontecimentos


Já que nem ANSA ou ANS disseram nada sobre eventuais rituais satânicos, era necessário entender se os veículos de imprensa italianos estavam realmente comentando sobre isso, tal como alguns sites internacionais de notícias, em língua inglesa e até mesmo em português, estavam propagando aos quatro ventos. Principalmente entre os dias 3 e 5 de junho, diversos sites de jornais italianos publicaram sobre esse caso, como era de se esperar.

O site do jornal "Corriere Della Serra", um dos mais importantes jornais da Itália, mencionou basicamente o que estava sendo propagado pelas demais agências de notícias. Foi acrescentado apenas, que a basílica estava fechada na manhã daquele sábado (3), apesar da presença habitual de inúmeros fiéis. Ninguém entre os peregrinos, incluindo muitas crianças em idade escolar, pareciam saber do que tinha acontecido, porém não foi mencionado nada sobre satanismo ou eventuais práticas nesse sentido.

O site do jornal Corriere Della Serra, um dos mais importantes jornais da Itália, mencionou basicamente o que estava sendo propagado pelas agências de notícias. Acrescentou apenas que a Basílica estava fechada na manhã daquele sábado, apesar da presença habitual de inúmeros fiéis. Ninguém entre os peregrinos, incluindo muitas crianças em idade escolar, pareciam saber do que tinha acontecido. Nada de satanismo
No site do jornal "La Stampa" chegou a ser publicado, que a Congregação Salesiana não teria sofrido roubos ou tentativas de roubo de relíquias do santo, anteriormente. Além disso, eles disseram que o trabalho em prol da juventude estava presente em 90 países do mundo, e que contava com 1.600 instituições. Diga-se de passagem, o "La Stampa" se limitou apenas a dizer que a investigação estava em andamento, mas não mencionou absolutamente nada sobre satanismo.

Confira também uma reportagem realizada pela Rete 7, uma emissora de TV local, a respeito do furto do relicário de Dom Bosco, que foi publicada no dia 3 de junho, em seu respectivo canal no YouTube (em italiano, mas não é tão difícil assim de entender algumas partes):



Assim como essa outra reportagem, bem mais completa, realizada pela TV2000, uma emissora de TV católica italiana, que foi publicada no dia 5 de junho, em seu respectivo canal no YouTube (em italiano, e que também não é tão difícil assim entender algumas partes):



A agência italiana de notícias "AGI" destacou, que a notícia estava gerando uma grande repercussão, e não somente na comunidade salesiana espalhada pelo mundo. Disse ainda, que os restos mortais de São Giovanni Bosco, um educador extraordinário, que morreu em 1888, aos 72 anos, descansavam em uma monumental capela de mármore, em Turim, no Santuário de Santa Maria Auxiliadora, mas que desde a década de 1960, uma preciosa relíquia (justamente a que foi furtada recentemente) vinha mantida emColle Don Bosco (que além da colina seria o nome mais popular atribuído a Basílica Dom Bosco). Novamente, nada de satanismo.

Nesse ponto é importante ressaltar, que a absoluta maioria das relíquias de Dom Bosco estão devidamente protegidas no Santuário de Santa Maria Auxiliadora (no interior daquela imagem em cera, que o Papa Francisco visitou há dois anos). O relicário que sumiu contém apenas alguns fragmentos do cérebro de Dom Bosco (algo absolutamente normal dentro do aspecto relacionado as relíquias católicas) e ficava justamente na basílica erguida em sua homenagem, na década de 1960. Entenderam bem esse ponto? São dois locais bem distintos.

Continuando, o site do jornal "La Repubblica" acrescentou a seguinte declaração de Giorgio Musso, prefeito da comuna (entenda como cidade) Castelnuovo Don Bosco: "Algo assim nunca nos aconteceu antes, mas considerando os tempos em que vivemos, podemos esperar qualquer coisa." Apesar de Giorgio ter razão no que disse, não foi mencionado nada sobre satanismo.

Os restos mortais de São Giovanni Bosco, um educador extraordinário, que morreu em 1888, aos 72 anos, descansam em uma monumental capela de mármore, em Turim, no Santuário de Santa Maria Auxiliadora (na foto), porém desde a década de 1960, uma preciosa relíquia vem sendo mantida em Colle Don Bosco (nome popularmente dado a basílica de Dom Bosco), em Castelnuovo, há 34 km de distância de Turim
Foto mostrando em detalhes os restos mortais de Dom Bosco, no Santuário de Santa Maria Auxiliadora, em Turim.
Vale ressaltar que os restos mortais de Dom Bosco foram recobertos por cera, para que pudesse ter uma maior durabilidade
Já o site do jornal "Il Tirreno", lembrou que São Giovanni Bosco, fundador dos Salesianos, nasceu pobre nos arredores de Turim. Ele é lembrado como um dos grandes santos sociais do século XIX, que dedicou sua vida à recuperação e educação dos jovens, e foi um dos primeiros a ter um interesse no destino de prisioneiros. Seu próprio destino acabou sendo selado em razão de um sonho, que ele teve aos 9 anos de idade. Em seu sonho, ele estava próximo de sua casa, no meio de crianças desordeiras, e se atirava no meio delas, agindo com violência, para tentar apaziguar a situação. Então, a Virgem Maria apareceu, mostrando-lhe o verdadeiro caminho. Teriam surgido inúmeros animais selvagens, que depois se transformaram em cordeiros, sendo que a própria Virgem Maria teria lhe dito para fazer com os jovens, o mesmo que ele tinha visto acontecer com os animais, ou seja, transformar uma vida de angústia e raiva, em uma vida de amor e solidariedade.

Fiel a essa vocação, Giovanni Bosco entrou para o seminário em Chieri, não muito longe de Turim, e foi ordenado sacerdote em 1841. Naquela época, impressionado com tantos jovens em Turim, que viviam em um ambiente tão precário, socialmente falando, ele escolheu se dedicar a sua vida aos mesmos, inspirando-se em São Francisco de Sales, daí o nome Salesiano. Apesar da bela história contada pelo "Il Tirreno", não havia menção alguma sobre a utilização de suas relíquias para práticas satânicas. Nada nesse sentido foi sido citado pelo jornal "Libero", outro jornal italiano.

O destino de Giovanni Bosco foi selado por um sonho, que ele teve aos 9 anos de idade. Em seu sonho, ele estava próximo de sua casa, no meio de crianças desordeiras, e se atirava no meio delas, agindo com violência, para tentar apaziguar a situação
Então, a Virgem Maria apareceu, mostrando-lhe o verdadeiro caminho
Apareceram inúmeros animais selvagens, que depois se transformaram em cordeiros, sendo que a própria Virgem Maria teria lhe dito para fazer com os jovens, o mesmo que ele tinha visto acontecer com os animais
Em entrevista publicada no site da Rádio Vaticano, no dia 4 de junho, Dom Moreno Filipetto, porta-voz da Congregação Salesiana de Piemonte e do Vale de Aosta, disse que nenhuma linha de investigação havia sido descartada, desde uma ação coordenada para extorquir dinheiro dos salesianos até a ação de um vândalo. Reparem bem nessas palavras, porque elas serão distorcidas daqui a pouco.

Ele ressaltou que havia câmeras de seguranças do lado de fora da basílica que poderiam ser úteis para indicar o responsável pelo desaparecimento da urna. Dom Moreno Filipetto ressaltou ainda, que a relíquia roubada era um sinal da presença de Dom Bosco, algo certificado pelo fato de que Dom Bosco é santo, que está na comunhão do Espírito, ou seja, que está vivo.

Em entrevista publicada no site da Rádio Vaticano, no dia 4 de junho, Dom Moreno Filipetto, porta-voz da Congregação Salesiana de Piemonte e do Vale de Aosta, disse que nenhuma linha de investigação havia sido descartada, desde uma ação coordenada para extorquir dinheiro dos salesianos até a ação de um vândalo.
A polêmica sobre a utilização das relíquias de Dom Bosco, em um suposto ritual satânico, viria do site do jornal "Il Messaggero", que publicou a seguinte frase em seu texto: "Representantes do Ministério Público em Asti, juntamente com a polícia local... não excluem qualquer possibilidade, incluindo a de satanismo."É possível notar uma clara distorção, uma vez que isso não havia sido mencionado anteriormente por Dom Moreno Filipetto, por nenhum representante do Ministério Público, tão pouco nenhum policial local, visto que as investigações estão sob sigilo, ou seja, adicionaram essa possibilidade aleatoriamente, sem apontar para quaisquer seitas, eventuais responsáveis ou rituais nesse sentido.

O texto ainda mencionou, que não havia câmeras de seguranças no interior da basílica, somente na parte externa e que, de acordo com as primeiras informações, aparentemente os autores do furto não cometeram nenhuma ação violenta, simplesmente aproveitaram-se de um momento de distração por parte dos guardasm que fazem a segurança da basílica. Não havia sequer sinais de arrombamento e nenhum vidro foi quebrado. Simplesmente o relicário havia desaparecido, visto que sua redoma de proteção estava vazia.

Foto do interior da Basílica de Dom Bosco, em Castelnuovo, na Itália
Entretanto, foi justamente a última informação que destacamos em negrito, que foi pinçada de forma intencional por parte dos demais sites de notícias, que resolveram alegar ou sugerir que as relíquias pudessem ter sido roubadas para finalidades satânicas.

Apesar de nenhuma linha investigativa ter sido descartada, nenhum outro veículo de imprensa de grande repercussão citou essa possibilidade. Portanto, "a mídia italiana" (no sentido amplo da expressão), não mencionou isso, e as relíquias sequer foram "roubadas" (no sentido jurídico da palavra), mas furtadas, uma vez que ninguém viu, e sequer houve algum tipo de violência. Fazemos questão de mostrar isso, porque se vocês forem informados incorretamente, serão levados a acreditar somente no que contam de forma deliberada em troca de meros acessos.

A Relíquia de Dom Bosco Contém Mesmo o Seu Cérebro? Poderia Ser Utilizado em Algum Ritual Satânico?


É muito importante ressaltar nesse ponto, que não é o cérebro inteiro de Dom Bosco, que está presente no relicário, conforme muitos sites fizeram você entender. O relicário possui apenas um pequeno fragmento do cérebro de Dom Bosco, sendo que isso não é nenhuma anormalidade, diga-se de passagem, apenas é claro para as pessoas que tentam sensacionalizar em cima desse assunto.

Para quem não sabe, os relicários podem conter pedaços de ossos, amostras de tecido, incluindo musculares como o coração, dentes, unhas, pele, entre outras partes do corpo humano. Além disso, também podem conter objetos pessoais ou tocados por pessoas, que posteriormente foram declaradas como santas. A disseminação dessas relíquias, no passado distante, funcionou como uma espécie de "estratégia" da Igreja Católica para propagar e fortalecer a fé em inúmeras cidades e países ao redor do mundo. Resumindo? Isso é absolutamente normal do ponto de vista religioso.

A relíquia de Santa Teresa de Ávila (o seu pé), na Catedral de Santa Teresa de Ávila em Bjelovar, na Croácia
A relíquia de São Januário nas mãos do Papa Francisco, em 2015
Esse caso teve uma grande repercussão, por exemplo, nos Estados Unidos. Por lá, quem ajudou a propagar essa história de um suposto ritual satânico foi o site do jornal "USA Today" que, valendo-se de um único veículo de comunicação, que por sua vez não citou nenhuma fonte policial (o "Il Messaggero"), publicou "que a polícia acreditava que o ladrão iria pedir por um resgate para o devolver o cérebro do santo, e que também estava sendo especulado na mídia italiana, que o mesmo podia ser usado em um ritual satânico em que os símbolos cristãos são corrompidos." Um verdadeiro desastre e já vamos explicar o porquê.

Para vocês terem uma ideia, a versão brasileira do site "Aleteia", que promete "oferecer uma visão cristã do mundo, com notícias laicas e religiosas, e livre de influências ideológicas", cogitou que "a possível ação de um grupo satânico, visto que existiam precedentes, na mesma igreja, de furtos de hóstias consagradas, o que levava as autoridades a trabalharem, entre outras hipóteses, com a de ação perpetrada por um grupo satânico." Ainda segundo o texto publicado, além da Eucaristia, que tais grupos profanam em seus rituais de "missa negra", "as relíquias dos santos também seriam vistas como uma espécie de 'troféu'".

A cidade de Turim, na Itália, é citada por muitos sites na internet como uma "cidade satânica"
Para justificar essa "hipótese", que não estava sendo citada pela "mídia italiana", mas de forma completamente isolada, foi mencionado que Turim era conhecida por ser a "cidade de Satanás."Em um outro texto bem confuso, e publicado no próprio site, foram citados supostos relatos de missas negras realizadas em Turim ao longo dos anos, citando práticas maçônicas, ocultistas e outras bem fantasiosas.

Isso sem contar uma espécie de "triângulo mágico", além de monumentos e locais supostamente diabólicos da referida cidade. Enfim, não é citada nenhuma fonte confiável, nenhum estudo do simbolismo utilizado em monumentos, e nem sequer uma prova ou evidência, que supostos "grupos satânicos" efetivamente realizassem ações nesse sentido. Muita especulação, muito folclore e nenhuma base sólida apresentada. Quem sabe um dia eu escreva sobre cidades, que "dizem ser satânicas", e derrube de vez esses folclores? É um caso a se pensar.

Entretanto, não é citada nenhuma fonte confiável, nenhum estudo do simbolismo utilizado em monumentos, e nem sequer uma prova ou evidência, que supostos "grupos satânicos" efetivamente realizassem ações nesse sentido. Resumindo? muita especulação, muito folclore e nenhuma base sólida apresentada
A maior ironia veio da versão inglesa do próprio "Aleteia", em uma postagem intitulada "Was St. John Bosco’s relic stolen by satanists?" O motivo? Bem, no texto é mencionado que, em 1991, as relíquias de São Antônio de Pádua tinham sido roubadas, a pedido de um chefe da máfia, Felice Maniero, que queria a relíquia como uma ferramenta de troca para obter a libertação de um de seus parentes (onde está o satanismo?). Em 2014, um relicário de cristal contendo as relíquias de João Paulo II também foi roubado, e posteriormente devolvido. Aliás, nesse último caso, de acordo com a AFP, os ladrões jogaram o relicário fora enquanto fugiam, acreditando que não tivesse nenhum valor comercial (claramente, a intenção não era satânica). Porém, o Aleteia foi incapaz de apontar um único caso, que uma hóstia ou relíquia tenha sido efetivamente profanada por uma "quadrilha satânica." Vale lembrar que a relíquia de Dom Bosco estava há décadas na basílica e, aparentemente, ninguém tinha muito interesse no material, nem mesmo os eventuais "satanistas."Assim sendo, essa possibilidade é bem remota.

O jornal britânico "The Guardian", por exemplo, destacou que, um dia, o mundo ocidental esteve repleto de relíquias. Os ossos, a pele, as unhas e até mesmo as cabeças dos santos eram preservados, comprados e vendidos, roubados e guardados. As relíquias de pessoas sagradas e de Jesus Cristo estavam no coração do Cristianismo medieval. Atualmente, muitas relíquias foram desacreditadas. Os museus costumam exibir relicários vazios, feitos de ouro e prata, carregados de jóias, mas sem as partes dos corpos, que certa vez lhes deram algum significado.

"Embora primordiais no cristianismo medieval, eles se tornaram um ponto de divisão durante a Reforma Protestante. Sua popularidade representava 'o desejo de estar perto da santidade'", disse Philip Freeman, professor de Estudos Clássicos da Faculdade Luther, no estado norte-americano de Iowa, em entrevista ao site do jornal "The Washington Post."

Quais são as Últimas Novidades a Respeito do Furto da Relíquia de Dom Bosco?


Infelizmente, ainda não há nenhuma "novidade" sobre o caso. Dom Francesco Cereda, vigário do Reitor-Mor (o vigário é o primeiro colaborador do Reitor-Mor no governo da Sociedade e tem poder ordinário vicário), disse na última terça-feira (6), que não havia nenhuma novidade em relação a investigação sobre o autor (ou autores) da relíquia de Dom Bosco, mas que eles confiavam no trabalho do Ministério Público.

"A notícia do furto teve ressonância em todo o mundo, como uma expressão de amor a Dom Bosco. Esse é o significado de uma relíquia de um santo: proporcionar um elemento visível e tangível para facilitar a invocação e imitação do santo. Assim sendo, Dom Bosco continua a ser amado e invocado pelos jovens, especialmente os mais necessitados e pobres. Esperamos e oramos para que essa relíquia em breve possa voltar ao seu lugar, no Colle Don Bosco, precisamente no lugar onde o próprio Dom Bosco nasceu", disse Dom Francesco Cereda.

Dom Francesco Cereda, vigário do Reitor-Mor (o vigário é o primeiro colaborador do Reitor-Mor no governo da Sociedade e tem poder ordinário vicário), disse na última terça-feira (6), que não havia nenhuma novidade em relação a investigação sobre o autor (ou autores) da relíquia de Dom Bosco, mas que eles confiavam no trabalho do Ministério Público.
Enfim, AssombradOs, caso tenhamos maiores informações sobre esse caso, manteremos vocês informados através dessa mesma postagem, combinado? De qualquer forma, tenham sempre atenção e um cuidado redobrado com o que contam para vocês. Estamos em uma época estranha e sombria, principalmente em termos de qualidade de conteúdo.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://iltirreno.gelocal.it/regione/toscana/2017/06/03/news/rubata-la-reliquia-di-don-bosco-sparita-l-urna-con-il-cervello-1.15435953
http://it.radiovaticana.va/news/2017/06/04/furto_reliquia_di_don_bosco,_chiesa_di_torino_in_preghiera/1316891
http://torino.repubblica.it/cronaca/2017/06/03/news/asti_sparita_l_urna_con_il_cervello_di_don_bosco-167099290/
http://www.agi.it/cronaca/2017/06/03/news/rubata_reliquia_cervello_don_bosco-1841131/
http://www.ansa.it/sito/notizie/cronaca/2017/06/06/salesiani-no-novita-reliquia-don-bosco_3b6b465f-d02c-4aed-9bf5-ac0489b45382.html
http://www.corriere.it/cronache/17_giugno_03/asti-rubata-reliquia-don-bosco-sparita-l-urna-il-cervello-d09b6c1e-4841-11e7-beec-6fc3ec1d3e39.shtml
http://www.ilmessaggero.it/primopiano/cronaca/rubata_reliquia_don_bosco_sparita_urna_cervello_santo-2480530.html
http://www.infoans.org/index.php?option=com_k2&view=item&id=3371:italy-the-relic-of-don-bosco-stolen&Itemid=1680&lang=en
http://www.lanuovaprovincia.it/pages/furto-reliquia-di-don-bosco-nessuna-novita-37852.html
http://www.lastampa.it/2017/06/03/italia/cronache/rubata-la-reliquia-di-don-bosco-hCk2PEqM1TNyXODfVvGimO/pagina.html
http://www.lastampa.it/2017/06/06/edizioni/asti/proseguono-le-ricerche-della-reliquia-di-don-bosco-rubata-i-salesiani-la-notizia-ha-scosso-tutto-il-mondo-suxN7w09pGZEuelXDOfJ7O/pagina.html
http://www.liberoquotidiano.it/news/italia/12404256/reliquia-don-bosco-rubata-sospetto-avvertimento-papa-francesco-.html
http://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/article154673934.html
http://www.rai.it/dl/RaiTV/programmi/media/ContentItem-1a1d37e4-b269-4395-9682-120c4ba79efb-tg1.html
http://www.smithsonianmag.com/smart-news/relic-saints-brain-stolen-italian-basilica-180963601/
http://www.thedailybeast.com/relic-theft-is-ugly-any-way-you-cut-it-but-snatching-a-saints-brain
https://pt.aleteia.org/2017/06/05/satanistas-furtaram-reliquia-de-sao-joao-bosco-na-italia/
https://www.christiantoday.com/article/catholics.in.shock.as.saints.brain.is.snatched.by.relic.thief/109859.htm
https://www.seeker.com/culture/the-preserved-brain-bits-of-a-revered-italian-saint-have-gone-missing
https://www.washingtonpost.com/news/morning-mix/wp/2017/06/06/brazen-thief-steals-revered-relic-piece-of-st-john-boscos-brain-from-italian-church/

O Clube Hellfire: A Sociedade Secreta da Elite onde Orgias, Bebedeiras e até Adoração a Satã Ocorriam!

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Formado por um bando de aristocratas que se entregava a orgias profanas e talvez a rituais de magia negra, o Clube Hellfire tinha como sede um covil secreto, projetado para se parecer com uma caverna que levava para o inferno e se encontrava abaixo de uma igreja católica, ambos construídos por Sir Francis Dashwood.

Assombrados, hoje trago para vocês a história do Clube Hellfire, uma sociedade secreta que floresceu no século XVIII na Inglaterra e que tinha como membros a aristocracia inglesa. Nomes importantes se entregavam a rituais regados a bebedeira e orgia, alguns até dizem que realizam rituais satânicos, tudo nos subterrâneos de uma igreja! Vamos saber mais do assunto.

Europa no Séc. XVII e XVIII

Antes de começar a falar do Clube do Inferno em si, precisamos entender como era a Europa na época em que ele surgiu. Alguns coisas a serem destacadas

- Perseguição a Maçonaria:  As coisas não estavam indo bem para a maçonaria pois em 1738 o papa Clemente XII promulgou uma bula – In Eminenti Apostolatus Specula – proibindo os católicos, sob pena de excomunhão, de pertencer à maçonaria. Convém salientar que, nos Estados Papais, pertencer à uma loja era passível de pena de morte e nos Estados não-papais, dava-se, livre curso para que a inquisição tomasse as providências necessárias contra as lojas.

- Londres: Localizada no sudeste da Inglaterra, a grande e temida cidade de Londres sempre teve uma reputação de iniqüidade. No séc XVII, quando 80% da cidade ardia em um grande incêndio, alguns acreditavam que era a ira de Deus. Eles diziam que o ano 1666 era a prova de que o anticristo estava solto no mundo. Mas enquanto os pobres se preparavam para o apocalipse, sociedades secretas lideradas pelas classes dominantes se divertiam como se não houvesse amanhã. E alguns suspeitavam que a sua diversão decadente incluía orgias regadas a álcool e celebrações a Satã. Andando pelas ruas de Londres hoje, é difícil imaginar que a Londres do séc XVIII podia ser um lugar brutal e caótico pra se viver. Mas o vício e a devassidão não eram exclusivos aos cortiços da cidade. De fato, alguns dos nobres mais seletos de Londres eram membros de sociedades secretas, grupos de aristocratas embotados em busca de emoções, dando festas loucas. Mas quando se cansaram das orgias, alguns se voltaram para atividades mais sinistras, e a única maneira de evitar os olhos curiosos de uma cidade apinhada era sair dela e ir para o subterrâneo.

- Jacobitismo: O jacobitismo foi a resposta à deposição do referido rei James em 1688, ano da Revolução Gloriosa, ou seja, marcou um momento de transição entre os governos absolutistas ou tradicionalistas dos Stuarts para os governos parlamentares ou liberais da Casa de Hanôver. Eles buscavam fazer a Casa dos Stuarts ao poder novamente na Inglaterra e Escócia.

Levante Jacobita de 1719, onde ocorreu a tentativa de levar a Casa de Stuart ao poder novamente na Inglaterra e Escócia


- O Primeiro Clube Hellfire

O Clube do Fogo do Inferno foi fundado ali pelo ano de 1719 pelo controverso Philip, Duque de Wharton (1698-1731), um aristocrata, um proeminente político Whig e maçom emérito, sexto Grão-Mestre da Grande Loja de Londres com apenas 22 anos. O Duque de Wharton oscilava, nos primórdios de sua vida, entre um ateísmo que ridiculariza a religião, passando por uma fase deísta na maçonaria e morrendo aos 33 anos, convertido ao catolicismo, num convento franciscano na Espanha. Na sua juventude, presidia reuniões festivas com vestes satânicas numa taverna perto da praça St. James em Londres.

A derrocada na bolsa de valores das ações da Cia. Mares do Sul (South Sea Co.) contribuiu para o final do clube. As atividades de Wharton no Clube Hellfire foram denunciadas no parlamento e ele foi acusado de imoralidade.

O Clube foi destroçado e daí a tentativa desesperada de Wharton em se tornar Grão-Mestre da Grande Loja de Londres em 1722. Wharton termina seus últimos anos de vida viajando para Viena, tentando persuadir os austríacos habsburgos a invadir a Inglaterra para reentronizar os Stuarts, na volta passa por Roma e termina os seus dias, na maior penúria, num mosteiro franciscano em Madri, após fundar a primeira loja maçônica na Espanha.

A quebra das ações Cia. Mares do Sul (South Sea Co.), que esperava lucrar com tráfico de escravos fez pessoas se revoltarem e denunciar o primeiro clube Hellfire


Sir Francis Dashwood

Sir. Francis Dashwood
Foi o criador do novo clube Hellfire. Vamos conhecer sua história, que foi descrita pelo maçom William Almeida de Carvalho em uma monografia maçônica.

Sir Francis Dashwood que nasceu em 1708 e era proveniente de uma linhagem de ricos mercadores ‘turcos’ - ou seja, comerciantes que desde o século XVII mercadejavam com o Império Otomano - que se infiltraram na nobreza inglesa por meio de casamentos, dinheiro e política.

Dashwood possuía uma personalidade complicada. Sua mão faleceu quando tinha dois anos, educou-se em Eton e quando seu pai expirou em 1724, trancou-se numa cela durante uma semana para embebedar-se.

Em 1726, cansado do frio inglês, começou um turismo pelos mares mais tépidos do Mediterrâneo, onde o bom vinho borbulhava e as mulheres eram mais quentes. Dashwood com o tempo, tornou-se um apreciador das artes e da arquitetura clássicas e ao retornar à Inglaterra fundou a Sociedade dos Diletantes. Em 1730, fundou com  John Montagu, conde de Sandwich, o Clube Divã, dedicado a imitar o modo de vida turco.

Em 1740, ele ainda estava em sua viagem de turismo, desta vez na Itália, quando o Papa Clemente XII, que promulgou uma bula – In Eminenti Apostolatus Specula – proibindo os católicos, sob pena de excomunhão, de pertencer à maçonaria, morreu. Ele foi para Roma assistir ao conclave que elegeria o novo papa. Lá assumiu a identidade do Cardeal Ottiboni, um dos maiores perseguidores dos maçons, e o satirizou publicamente num indecente ritual de zombaria. Dashwood aprontou coisas mais graves que acabaram por estabelecer sua infame reputação. Na Sexta-feira Santa era costume da época que os penitentes se auto-flagelassem defronte a Capela Sistina. Inspirado ou não, seja pelo eroticismo da cena ou furioso pela perseguição infligida aos maçons, Dashwood, excitado pelo vinho, meteu-se a açoitar os fiéis com o seu chicote do cavalo. A tradição afirma, sem muitas provas, que este incidente levou a uma conversão passageira de Dashwood que, após o incidente, bêbado, foi dormir nos seus alojamentos. Teria sido acordado altas horas da noite por gritos agudos inumanos e ficou estarrecido ao se deparar com quatro incandescentes olhos verdes observando-o através da janela. Convencido de que tinha sido visitado pelo demônio, arrependeu-se de seu comportamento sacrílego na Sexta-feira Santa e converteu-se ao catolicismo. Daquele momento em diante, assistiu à missa regularmente e era visto constantemente portanto um rosário. Este comportamento inusitado durou até o momento que seu companheiro de viagem revelou que também tinha visto a aparição e tudo não passava de um par de gatos, no cio, copulando. A desconversão de Dashwood foi imediata e galvanizou ainda mais o seu anti-catolicismo e contribuiu para o seu tão afamado satanismo.

Revivendo o Clube Hellfire

Como podemos ver, Dashwood era bastante excêntrico, maçom (não se sabe se era ou não), anti-religioso e defendia a causa jacobina secretamente. Então para poder conversar sobre o assunto com os pares sem chamar a atenção, se reunia em Londres na Taverna George and Vulture (“Jorge e o Abutre”). Ali também ele encarnou o espírito do primeiro clube Hellfire de Wharton e as coisas começaram a sair do controle. O pub foi destruído em 1749, durante um incêndio provavelmente causado pelos excessos da reunião daquela noite.

Era preciso ir para um outro local. Ele transferiu as reuniões para um templo que construiu na sua residência, o West Wycombe Park, inaugurando-a durante a noite de Walpurgis de 1752. Entretanto a estrutura se mostrou incapaz de suportar grandes reuniões, passando a abrigar apenas pequenas sessões.

Em 1750, Dashwood alugou a Abadia de Medmenham e começou uma restauração. A Abadia era originária do século XIII e tinha sido expandida no período Tudor. Dashwood acrescentou uma torre em ruínas e um claustro para dar um charme de atmosfera gótica, tão apreciado pelo satanistas, ao edifício. No frontão da entrada, colocou o dístico famoso de François Rabelais: “Fay ce que voudras” (Faça o que você quer).

Mas a Abadia ainda não seria o local ideal para o clube...

Abadia de Medmenhan, local onde ocorreram vários encontros do Clube HellFire


- O Famoso Clube Hellfire

Como dito, Dashwood  alugou a Abadia de Medmenham, que fica a 58 km de Londres. Próximo da Abadia existe uma igreja no topo de um morro. A igreja leva o nome de São Lourenço, o santo patrono das prostitutas. A igreja tem como adorno não uma cruz, mas uma grande bola dourada. Dentro dessa bola seria o local onde os supostos membros do clube Hellfire jogavam cartas!

Embaixo da igreja existe uma série de túneis e câmaras onde o Clube Hellfire se reunia. As cavernas ficam 30 metros e inicialmente era uma mina escavadas pelos trabalhadores locais, que estavam sem trabalho devido a baixa produção de colheita. Dashwood então contratou esse trabalhadores para cavar uma minha usando somente as mãos e ferramentas. Logo, essa mina se transformou na nova sede do clube Hellfire e foi transformada em um covil secreto, projetado para se parecer com uma caverna que levava para o inferno.

Do lado de fora das cavernas, bem na entrada, uma fachada falsa foi construída a partir de pedras irregulares para se assemelhar a uma igreja gótica. Muros também foram erguidos para simular um pátio.

Sir Francis Dashwood e todos os outros membros do Clube Hellfire desciam uma rampa para entrar e participar das cerimônias e rituais.

Um detalhe é que apesar do nome Hellfire ter tido maior difusão, os membros costumavam chamá-lo por outros nomes, a maioria sátiras de nomes de confrarias religiosas, como Ordem dos Cavaleiros de West WycombeIrmandade de Saint Wycombe e os Monges de Medmenham.

Igreja de São Lourenço, patrono das prostitutas


Entrada do Clube Hellfire atualmente



Mapa mostrando a Abadia de Medmenham (parte inferior), a entrada do clube Hellfire e a Igreja de São Lourenço

- Principais Locais

Dashwood se arriscou e desafiou o destino ao construir um clube de modo a imitar a entrada do inferno. Foram reproduzidos artificialmente detalhes de uma caverna para dar uma sensação cada vez mais exacerbada de profundidade, indo cada vez mais fundo no inferno, sem contar que o local está a 100 metros abaixo da igreja! É bizarro pensar que Dashwood construiu uma igreja pra Deus em cima, mas 100 metros abaixo poderia estar adorando Satã.

Um pedestal de pedra, que ainda permanece ao lado da "Rotunda do Pedestal", na região leste do vilarejo de West Wycombe, na estrada principal High Wycombe, foi erguido em 1752, na época em que as cavernas foram finalizadas. A inscrição menciona "F Dashwood Erae Christianae MDCCLll, da Universidade Miles XXII, do Condado de Miles XV, da Cidade de Miles XXX."

Ao lado vemos um mapa descrevendo os túneis.  A disposição confusa dos túneis era intencional. Sir Francis e os membros de seu clube tinham reputações a proteger. Vamos conhecer cada um desses locais:

- Entrada principal: A esplêndida entrada de pedra, construída para parecer uma igreja gótica, fica acima de West Wycombe e do vale. Os pedras são encontrados localmente nos campos dos Chiltern e foram muito usados ​​como material de construção.

- Caverna de Steward: Depois de entrar nas Cavernas, você virá para a pequena caverna do Steward, à direita. Aqui você encontrará ferramentas semelhantes às usadas no século 18, como pás e martelos. Vale lembrar que os túneis foram construídos a mão. A luz era inteiramente fornecida por velas.

- Câmara de Paul Whitehead: Paul Whitehead era o mordomo do Clube HellFire, bem como um poeta. Um dos seus papéis era manter uma lista dos vinhos consumido pelos seus vários membros quando se encontraram na Abadia de Medmenham (antes do clube se mudar para as cavernas). Ele morreu em 1774, deixando £ 50 e um pedido especial para Sir Dashwood:  colocar seu coração em uma urna no Mausoléu, como forma de deixar claro seu apego caloroso ao nobre fundador! Dizem que o fantasma de Paul Whitehead assombra as Cavernas.

- Caverna de Franklin: Nomeado em homenagem a Benjamin Franklin, um grande amigo de Sir Dashwood. Eles trabalharam juntos na política. Franklin ficou em West Wycombe em numerosas ocasiões e descreveu o lugar como "um paraíso" e também se referiu às cavernas que ele claramente gostava.

- Caverna das Crianças: Durante as gerações, as cavernas foram uma atração para os visitantes locais, especialmente as crianças. As crianças descritas nas Cavernas são Sir George Dashwood, 5. e sua irmã Mary (mais tarde para se tornar a Sra. Berkeley), como jovens por volta de 1800. Seus retratos desta vez ficam no West Wycombe Park.

- O Salão de Banquetes: Esta câmara fica a cerca de quinhentos metros da entrada, a meio caminho das Cavernas. A caverna tem um teto espetacular e tem 117 metros quadrados, em um design semelhante a uma bússola; Isto é claramente simbólico e possui quatro nichos contendo várias estátuas clássicas da Itália. Ainda é usado neste dia para festas e funções particulares ocasionais. . O local foi restaurado em 1973.

- Rio Estige: Nos idos de 1700 um barqueiro secretamente fazia a travessia de membros do clube através desse chamado rio Estige até a entrada do ultra secreto templo interior.

- Templo Interior: o coração do complexo de cavernas, os novos membros do clube eram iniciados. Se realmente houveram rituais satânicos, eram ali que aconteciam. Todos os caminhos levam a esse lugar, mas ninguém sabe exatamente o que acontecia ali. Porém, sabe-se através de relatos verbais passados de um ao outro que havia pentagramas desenhados no chão e entoação de cânticos em invocação ao demônio.

Planta da Caverna Hellfire
- O que Faziam Lá

Embora todos os registros do clube tenham sido queimados após a sua ultima reunião em 1774, numerosos relatos de segunda mão afirmam que Dashwood nomeou a si mesmo primeiro Abade do clube, e os 12 membros fundadores eram os apóstolos.

- Conversavam!
- Bebiam
- Jogavam
- Concursos de talentos e de humor
- Zombavam do Catolicismo
- Freqüentemente levavam prostitutas a quem chamavam de “freiras” e faziam grandes orgias
- Missa Negra? Alegava-se até que muitas mulheres da nobreza serviam voluntariamente como altares vivos durante as missas negras. Uma versão perversa e satânica das cerimônias cristãs.

Mas o clube queria fazer pouco da religião ou realmente invocar Satã?

Bebedeira, prostitutas, jogatina, concursos. Ocorria de tudo no clube Hellfire


- Como Acabou

Em 1762 o clube debandou, devido a tensão entre facções internas e rivalidades políticas. Algumas brigas relacionadas ao Clube foram mesmo travadas em público.

Então, em 1774 o Clube Hellfire foi desativado e todos os registros foram destruidos.

Dashwood morreu de causas naturais em 1781 os segredos do clube se perderam para sempre. Um mausoléu foi construído perto da igreja, guardando as cinzas da família Dashwood e no centro fica a urna com as cinzas do próprio Sir. Francis Dashwood.

Esse clube fundado por Dashwood pode ter acabado, mas desde então surgiram muitos outros clubes Hellfire e diversas casas de swing tem esse nome.

Em 1781, o sobrinho de Dashwood, Joseph Alderson (estudante de graduação na Faculdade de Brasenose, Oxford) fundou a Sociedade da Fênix (mais tarde conhecido como o Phoenix Common Room), mas foi só em 1786 que a pequena reunião de amigos afirmaram-se como uma instituição reconhecida. A Sociedade da Fênix foi criada em honra de Sir Francis, que morreu em 1781, como um símbolo da crescente cinzas da instituição anterior de Dashwood, e até hoje o jantar da sociedade permanece por muitos de seus princípios antecessor. Seu lema "uno avulso non deficit alter"é do sexto livro da saga de poemas épicos de Eneida escritos por Virgílio, no Século I a.C. e é relevante em primeiro lugar no sentido mais abrangente de ter substituído os monges de Medmenham, em seguida, estabelecer a continuidade da sociedade através de um processo de constante renovação da sua pós-graduação e membros de graduação. A história da "Phoenix Common Room" contínua até os dias atuais é uma questão de grande orgulho para a faculdade.

Mausoléu onde estão as urnas com as cinzas da família Dashwood, sendo que a de Sir. Francis Dashwood estão no centro.


- Abadia à Venda

Em março de 2015, o site do tabloide britânico "Daily Mail" publicou que uma abadia idílica, que já tinha sido o lar de uma série de orgias escandalosas envolvendo políticos e aristocratas havia sido colocada à venda por £10 milhões (cerca de R$ 42 milhões pela cotação oficial atual). No texto era informado que a abadia de Medmenham, em Buckinghamshire, era uma bela mansão à beira do rio, com jardins deslumbrantes e acomodações de luxo, que um dia tinha sido o local de encontro de uma sociedade secreta.

No início do século 18, Francis Dashwood, ex-chanceler do Tesouro Público, fundou o clube "Irmandade dos Cavaleiros de São Francisco de Wycombe" (também conhecido como "Clube HellFire"), que era uma sociedade secreta de 24 membros, conhecidos como monges de Medmenham, que usavam becas e turbantes antes de se engajarem em atos de pura devassidão. A lenda conta, que os membros vestiam as prostitutas e as socialites "de mente mais aberta" como freiras, e exigiam que as mesmas agraciassem os "monges."

Entretanto, os dias sórdidos da Abadia de Medmenham tinham ficado para trás, e a propriedade tinha sido transformada em uma "casa familiar histórica e fantástica." Com 42 acres (cerca de 170.000 m²) de terras e jardins que foram lindamente cuidados, a abadia está situada no coração da Inglaterra, e tem vista para o rio Tâmisa. A propriedade foi originalmente construída no local de uma abadia cisterciense do século XIII, mas foi reconstruída por projetistas italianos no século XVIII, a pedido de Sir Dashwood. Atualmente, a casa principal possui nove suítes, um cinema, biblioteca, sala de música e sala de estar, além de um spa, academia de ginástica e bar. A propriedade também possui uma casa dedicada para uma eventual governanta, grandes e amplos escritórios longos e uma garagem com 3 vagas. No total, são 1.200 m² de área construída.

Foi a primeira vez em décadas, que a propriedade havia sido colocada à venda, em sua totalidade. Aliás, considerando esse valor, o imóvel havia se tornado o mais caro de Buckinghamshire.

"É muito incomum ter toda essa extensão de terra, à beira do rio, principalmente porque não existem outras propriedades ao lado. É bem privativa. Além disso, está a meio caminho entre Henley e Marlow, que são duas cidades encantadoras para que você possa fazer compras ou comer em restaurantes", disse James Crawford, um agente da imobiliária Knight Frank.

"A abadia é histórica. Certa vez houve um grupo de homens que se chamava, pelo que contam, a 'Irmandade dos Cavaleiros de São Francisco de Wycombe'. Eles se fantasiavam e festejavam. Não tenho certeza do que realmente fizeram no passado, mas tem uma placa no imóvel dizendo 'fay ce que voudras', que significa 'faça o que quiser'', continuou.

"Agora é uma casa moderna e fantástica. Conta com uma cozinha nova, banheiros novos e um cinema. É raro encontrar uma propriedade como essa, que tenha 42 acres, sendo bem tranquila, embora esteja apenas entre 45 minutos a 1h de Londres. Eu diria que essa foi uma das melhores e mais importantes casas da região. Ela é uma oportunidade única, e espero que haja muito interesse", completou.

De qualquer forma, AssombradOs, aparentemente a casa continua à venda até hoje, visto que ainda é possível encontrar seu anúncio no site da imobiliária Knight Frank!

Abadia estava a venda até o dia 10 de junho de 2017 por 10 milhões de libras!


- Ponto Turístico

As cavernas do Clube Hellfire foram abertas ao público em 1951, e tornaram-se uma atração turística popular, recebendo mais de 2 milhões de turistas desde então. Elas foram reformadas e obviamente ganharam um reforço estrutural para garantir a segurança dos visitantes, contando com um sistema elétrico moderno, além de uma cafeteria e uma loja de souvenirs. Foram colocados manequins e mesas em algumas câmaras menores, o que proporciona aos visitantes um pálido reflexo das finalidades originais das cavernas. As comodidades modernas derrubaram o ar misterioso do local, mas o espírito do Clube Hellfire ainda permanece.

Atualmente é administrada pela West Wycombe Corporate Entertainment.

Horário de Visitação:
- De 1º de Abril a 31 de Outubro (Temporada de Verão / Alta Temporada): Diariamente das 11h as 17h30
- De 1º de Novembro a 31 de Março (Temporada de Inverno / Baixa Temporada): Somente aos sábados e domingos das 11h até o anoitecer.

O Local não abre nos dias 25 e 26 de dezembro.

Valores:
Adultos - £ 7.50 (cerca de R$ 31,50)
Crianças - £ 6 (cerca de R$ 25,20 ,e menores de 3 anos não pagam)
Ingresso Família (No máximo 2 adultos e 2 crianças) - £20 (cerca de R$ 84)

Cachorros não são permitidos nas cavernas ou na cafeteria, mas são permitidos no pátio.

Nos dias 27, 28 e 31 ficará aberto das 18h as 21h30, e cada ingresso custará £ 9.50 por pessoa (cerca de R$ 40)

Valores e Datas para visitação disponíveis no site no dia 10/06/2017


- Visitando os Locais

Visite os locais descritos na postagem!



Escrito por Mateus Fornazari com a colaboração de Marco Faustino

Fontes (Acessadas em 09/06/2017):
The Hellfire Caves
- Freemasons: Sexo, Espionagem e Maçonaria na Velha Albion
- Documentário Cidades Ocultas: Londres - Cidade Sangrenta
- Wikipedia.pt: Clube do Inferno
- Wikipedia.pt: West Wycombe Park
- Wikipedia.pt: Revolução Gloriosa
- Wikipedia.pt: Jacobitismo
- Daily Mail: If these walls could talk! Idyllic abbey that once hosted orgies for 18th Century politicians and aristocrats is on sale for £10million and now the in-house entertainment is a spa and cinema
- Wikipedia.pt: Maçonaria
- Wikipedia.en: Hellfire Caves
- Atlas Obscura: Hellfire Caves
- TripAdvisor: Hell-Fire Caves

O Poltergeist de Guyra: Um dos Mais Antigos e Estranhos Casos de Suposta "Atividade Paranormal" do Mundo!

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Por Marco Faustino

Desde segunda-feira (5), estou finalmente cumprindo o que havia prometido na semana passada, ou seja, fazer uma semana praticamente fantasmagórica para vocês, algo que há muito tempo não acontecia, uma vez que costumamos variar consideravelmente o nosso conteúdo, para que vocês tenham sempre acesso a um material bem pesquisado, imparcial (quando possível, é claro) e que possam ter a certeza de que serão muito bem informados, sem qualquer tipo de enganação. Aliás, o caso que iremos apresentar a vocês, é algo que de vez em quando na mídia brasileira e internacional. Atualmente, casos assim são interpretados como meras farsas, pessoas querendo chamar a atenção, ganhar dinheiro com a repercussão do caso ou até mesmo conseguir dinheiro relativo a alguma apólice de seguros. Porém, esse caso do início do século XIX, é muito interessante, e vocês logo vão entender o porquê.

Em abril de 1921, a pequena Guyra, uma cidade situada a meio caminho entre Armidale e Glen Innes, na região da Nova Inglaterra, em Nova Gales do Sul (New South Wales, em inglês, o mais populoso estado australiano e o terceiro mais densamente povoado), na Austrália, foi atingida literalmente e aparentemente por um "espírito que atirava pedras". Parece algo comum e que você já viu em outro lugar, não é mesmo? Contudo, a cidade também ficou marcada por uma série de outros acontecimentos "incomuns". Juntamente com os ataques fantasmagóricos, uma mulher idosa, segurando uma batata em cada mão, simplesmente desapareceu sem deixar pistas. Além disso, uma menina de apenas seis anos foi baleada na cabeça pelo seu próprio irmão, e um oficial de polícia foi afastado por estar "abalado" pela "suposta atividade poltergeist". Isso fez com que o mundo voltasse seus olhos para Guyra naquela época, e atraiu a atenção até mesmo de Sir Arthur Conan Doyle, o criador do famoso personagem, que muito provavelmente, vocês devem conhecer: o famoso detetive britânico Sherlock Homes, que até hoje inspira livros, séries e filmes ao redor do mundo.

O "Poltergeist de Guyra" ou o "Fantasma de Guyra" (como ficou mais conhecido) aterrorizou William Bowen, 32 anos, sua esposa chamada Catherine, 47 anos, e os três filhos do casal em sua casa de campo, nos arredores da cidadezinha de Guyra. No entanto, essa é a versão mais contada da história, pois um jornal australiano chamado "The Sunday Times" disse na época, que mais pessoas moravam naquela mesma casa: cerca de 4 adultos e 9 crianças moravam (vamos explicar isso no decorrer da matéria), algo que não é muito mencionado. Entretanto, o foco das atenções se voltou para uma das filhas do casal William e Catherine, que se chamava Minnie Brown, de apenas 12 anos de idade, pois ela teria entrado em contato com os mortos. Essa é uma história que dificilmente você irá encontrar algum conteúdo em português, então fiz questão de trazer esse assunto para vocês acompanharem, e com certeza não irão se arrepender. Assim como o Experimento Bradford, que aliás teve uma repercussão muito boa (leia mais: O Experimento Bradford: O Homem Que Se Matou Para Provar Que Poderia Se Comunicar Com O Mundo dos Vivos), essa é uma daquelas histórias, que quase se perderam no tempo, mas são fascinantes de se conhecer. Esse é um verdadeiro privilégio, que vocês terão direito a partir de agora. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Conheça um Pouco Sobre a Cidade de Guyra, na Austrália


Conforme acabamos de mencionar, a pequena cidade Guyra, fica localizada a meio caminho entre as cidades de Armidale e Glen Innes, na região da Nova Inglaterra, ao norte do Estado de Nova Gales do Sul (New South Wales, em inglês, o mais populoso estado australiano e o terceiro mais densamente povoado), na Austrália.

No passado distante, essa cidadezinha dependia exclusivamente da mineração. Para vocês terem uma ideia, em 1921, estimava-se que havia cerca de apenas 1.000 habitantes. Já segundo o último censo realizado na cidade, no ano de 2011, Guyra registrava uma população de aproximadamente 2.000 habitantes, ou seja, ela nunca teve uma grande projeção nesse quesito.

Conforme acabamos de mencionar, a pequena cidade Guyra, fica localizada a meio caminho entre as cidades de Armidale e Glen Innes, na região da Nova Inglaterra, ao norte do Estado de Nova Gales do Sul
Conforme vocês também poderão ver nos mapas abaixos (o primeiro é interativo), Guyra fica a 38 km ao norte de Armidale, 61 km ao sul de Glen Innes, 60 km ao norte de Uralla, 547 km ao norte de Sidney e, finalmente, está localizada a 786 km ao norte de Canberra, a verdadeira capital da Austrália.



Imagem do Google Maps mostrando a distância entre a cidade de Guyra e Canberra, a capital da Austrália
Hoje em dia, Guyra é uma cidade conhecida por seu Festival do Cordeiro e da Batata, que é realizado no mês de janeiro. As principais indústrias incluem a lã, de cortes selecionados de cordeiros e bovinos, além de diversas plantações de batatas e tomates. Alguns anos atrás havia até mesmo a pretensão de abrir uma grande fazenda para a produção anual de até 12 milhões de kg de tomates, tornando a cidade a produtora de tomate da Austrália.

Foto mostrando o centro da cidade de Guyra durante a estação do Outono
Foto da Igreja Santa Maria dos Anjos, na cidade de Guyra
Como curiosidade, Guyra está localizada ao lado de uma lagoa chamada "Mãe dos Patos", que na verdade faz parte da cratera de um vulcão extinto, que por sua vez faz parte da "Reserva Natural da Lagoa dos Patos"." Nas margens dessa lagoa existe um campo de golfe, áreas destinadas a piqueniques e, inclusive, uma passarela de acesso para uma plataforma de observação.

Como curiosidade, Guyra está localizada ao lado de uma lagoa chamada "Mãe dos Patos", que na verdade faz parte da cratera de um vulcão extinto, que por sua vez faz parte da "Reserva Natural da Lagoa dos Patos"
Nas margens dessa lagoa existe um campo de golfe, áreas destinadas a piqueniques e, inclusive,
uma passarela de acesso para uma plataforma de observação (na foto)
Agora que vocês conhecem um pouco mais sobre a cidade de Guyra, nada melhor do que mostrarmos o que a colocou efetivamente no mapa paranomal e/ou sobrenatural do mundo!

O Início dos Estranhos Fenômenos Ocorridos na Pequena Cidade de Guyra, em 1921: A Idosa que Desapareceu na Plantação de Batata


No início da década de 1920, a cidade de Guyra ficou internacionalmente conhecida por um ilustre "habitante", "alguém" que muitos até hoje chamam de "Fantasma de Guyra", um dos poltergeists mais famosos da Austrália e do mundo. Como se isso não bastasse, logo nos primeiros dias do mês de abril de 1921, uma senhora chamada Doran, uma irlandesa de 87 anos, simplesmente despareceu sob circunstâncias misteriosas. O que poderia se tratar apenas de mais um caso de homicídio, ganharia contornos bem mais estranhos para os padrões daquela época.

Em 5 de abril daquele ano, um trabalhador rural afirmou ter visto a Sra. Doran caminhando, e atravessando uma plantação de batatas, segurando uma batata em cada uma das mãos, que ela disse estar colhendo para a "Ould Oireland" (em inglês arcaico, atualmente significaria "Old Ireland", como era conhecida a Irlanda antes de 1916. Vale lembrar também, que a Austrália teve uma forte influência irlandesa).

"Ould Oireland" (em inglês arcaico, atualmente significaria "Old Ireland", como era conhecida a Irlanda antes de 1916. Vale lembrar também, que a Austrália teve uma forte influência irlandesa)
Guyra é uma cidade conhecida por seu Festival do Cordeiro e da Batata, que é realizado no mês de janeiro
Segundo o relato desse homem, a Sra. Doran subiu até o alto de um morro, ainda segurando as batatas em suas mãos, atravessando-o, até sumir de seu campo de visão. E, acreditem, ela sumiu mesmo. Diversas equipes de buscas vasculharam cada canto da cidade, mas não encontraram nenhum vestígio dela. Simplesmente, ela desapareceu do nada. Contudo, a situação iria ficar bem mais estranha, visto que apenas três dias após esse caso aconteceria outro, porém, dessa vez, de maiores proporções.

O Caso Envolvendo a Família Bowen: A Versão Mais Conhecida do Poltergeist de Guyra


A versão mais amplamente contada, é que no dia 8 de abril de 1921 (daqui a pouco vamos descobrir que essa data pode estar errada), a casa de campo de uma família chamada Bowen foi atacada por pedras que voavam e pareciam se materializar do nada. Elas caíam com força no telhado da casa e podiam ser ouvidas richicoteando na parte externa das paredes. Diga-se de passagem, a casa não ficava tão isolada assim, uma vez que estaria localizada a 800 metros do centro comercial da cidade, porém existe uma certa imprecisão em relação a essa distância exata

A versão mais amplamente contada, é que no dia 8 de abril de 1921, a casa de campo de uma família chamada Bowen foi atacada por pedras que voavam e pareciam se materializar do nada
Durante as três noites seguintes os ataques aumentaram de intensidade. Todas as janelas da casa tinham sido quebradas por pedras, que eram atiradas de fora para dentro, e a permanência da família no local estava ficando praticamente insustentável. A terceira noite talvez tenha sido a mais violenta de todas. Fortes golpes contra as paredes internas do imóvel começaram a ser escutados, aparentemente balançando até mesmo os alicerces da casa, tamanho a força dos impactos.

Nesse ponto as suspeitas recaíam sobre uma das filhas do casal William e Catherine, chamada Minnie Bowen, de apenas 12 anos de idade, uma vez que os golpes contra as paredes acompanhavam Minnie por onde quer que ela fosse dentro da casa. Além disso, diversas pedras quebraram a janela que ficava em seu quarto, sendo que as mesmas caíam em cima de sua cama. A família estava totalmente perplexa e aterrorizada.

Nesse ponto as suspeitas recaíam sobre uma das filhas do casal William e Catherine, chamada Minnie Bowen, de apenas 12 anos de idade, uma vez que os golpes contra as paredes acompanhavam Minnie por onde quer que ela fosse dentro da casa
A polícia local também foi chamada, em uma tentativa de expulsar ou prender quem quer que fosse o que as autoridades acreditavam que fosse a "pessoa", que estava atirando aquelas pedras. Entretanto, não lograram nenhum êxito, uma vez que o suposto "autor do crime" (eventualmente de dano a propriedade particular), e origem das "pedras voadoras" não foram identificados, apesar dos inúmeros esforços por parte dos policiais.

Apesar de toda a colaboração, os moradores locais estavam bem divididos, uma vez que não sabiam se acreditavam que a casa da família Bowen estava sendo "assombrada por algum fantasma" ou se era algum ladrão bem audacioso, que estava planejando fazer com que a família saísse as pressas durante a madrugada, para então poder roubá-los (uma tática que, diga-se de passagem, costumam fazer até hoje, se vocês pararem bem para pensar).

Minnie Bowen, 12 anos (à esquerda) ao lado de seu pai William Bowen, 32 anos (à direita)
O governo do Estado de Nova Gales do Sul, por sua vez, estava bem alarmado devido ao aumento da gravidade da situação, que poderia colocar em risco a vida de outras pessoas na região. E qual seria o motivo para tanta preocupação? Bem, começou a ser amplamente noticiado pela mídia impressa local, que as pessoas passaram a dormir com armas debaixo dos travesseiros, ou seja, revólveres e até mesmo espingardas.

Para tentar acalmar os ânimos, o governo enviou uma equipe de detetives de Sidney, que mantiveram uma vigilância constante da família Bowen. Os detetives interrogaram inúmeros moradores de Guyra e organizaram equipes de até 80 voluntários armados.

Todas as janelas da casa tinham sido quebradas por pedras, que eram atiradas de fora para dentro, e a permanência da família no local estava ficando praticamente insustentável.
Evidentemente, conforme vocês podem imaginar, a família estava bem estressada com tudo que estava se passando, mas sempre se mostrou bem cooperativa, prestando informações e abrindo sua casa para polícia, investigadores, vizinhos e voluntários. Noite após noite, os homens da cidade fizeram uma espécie um cordão de isolamento ao redor da casa, se revezando em dois turnos, e mesmo assim os ataques continuavam. Testemunhas diziam que os sons provenientes da casa eram possíveis de serem escutados até 100 metros de distância. Para aqueles que estavam do lado de fora da casa, os sons pareciam vir de dentro. Porém, para aqueles que estavam dentro da casa, parecia que vinha de fora. Não é nem preciso dizer, que rapidamente a história se espalhou por toda a Austrália.

A Visita de um "Adepto do Espiritismo" Chamado "Ben Davey", uma "Meia-Irmã" Inesperada e Casa de Campo da Família Bowen


Em 13 de abril de 1921, Ben Davey, um estudante de Teosofia e adepto do Espiritismo, morador de uma cidade próxima chamada Uralla, a cerca de 60 km ao sul de Guyra (viu como é importante sempre dar uma olhada no mapa?), chegou até a casa da família Bowen. Ele havia sido chamado pela família, uma vez que havia "se comprometido a resolver o caso por meio do Espiritismo."

Durante sua visita, Ben Davey descobriu que Catherine Bowen, mãe de Minnie, havia dado a luz a uma menina chamada Mary Hodder (mais conhecida como May), que foi fruto de um casamento anterior e, portanto, havia se tornado meia-irmã de Minnie. May, por sua vez, tinha morrido no dia 26 de janeiro de 1921 (uma quarta-feira), aos 21 anos de idade, pouco mais de 2 meses antes dos fenômenos acontecerem. Assim sendo, Ben estava convencido, que o espírito de May era o provável responsável pelas ocorrências misteriosas. Ele chegou a pedir para que Minnie tentasse entrar em contato com o espírito de May, sua meia-irmã.

May, por sua vez, tinha morrido no dia 26 de janeiro de 1921, aos 21 anos de idade, pouco mais de 2 meses antes dos fenômenos acontecerem. A imagem acima mostra o obituário de May Hodder, publicado pelo jornal "The Guyra Argus" de 3 fevereiro de 1921.
Segundo os jornais da época, May Hodder teria morrido por insuficiência cardíaca, um problema que ela já vinha se arrastando há algum tempo, no Hospital de Armidale, 38 km ao sul da cidade de Guyra. May foi enterrada no Cemitério Anglicano de Armidale.

Ben estava convencido, que o espírito de May era o provável responsável pelas ocorrências misteriosas. Ele chegou a pedir para que Minnie tentasse entrar em contato com o espírito de May, sua meia-irmã. A imagem acima mostra o obituário de May Hodder publicado pelo jornal "The Nothern Daily Leader", de 4 de fevereiro de 1921.
Naquela mesma noite (13), Minnie Bowen sentou-se em um quarto bem iluminado, vigiado por dois policiais, que se somavam a um total de 30 pessoas, entre vizinhos, comerciantes locais, fazendeiros e curiosos. No lado de fora, cerca de 50 homens estavam patrulhando os arredores da casa. A situação estava relativamente calma, porém, por volta das 21h, o silêncio foi quebrado por uma batida forte na parede do quarto. A batida teria sido tão forte, que a casa inteira balançou. As mulheres dentro da casa ficaram pálidas e aterrorizadas, mas Minnie permaneceu impassível. Ben Davey pensou imediatamente, que May estava tentando entrar em contato com Minnie.

Confira abaixo a sequência de diálogos que teriam acontecido naquela noite.

Ben: Se houver outra batida, pergunte se é sua irmã, a May.
Minnie: Não posso falar com a minha irmã, ela morreu.

Nesse ponto, Ben tentou persuadir Minnie, dizendo que sua irmã mesmo não podendo falar, poderia bater novamente. Ele nem teria terminado de falar, e mais uma batida teria acontecido. Ben disse ao jornal "The Sunday Times" na época, que ele se arrepiou inteiro, mas continuou tentando convencer Minnie. Após cerca de 5 minutos de conversa, aconteceu a terceira batida. A menina então fez o sinal da cruz e levantou as mãos suplicando: "Se foi mesmo você, May, fale comigo!" Então, Minnie ficou em completo silêncio por um breve momento e, em seguida, começou a chorar.

Ben: May falou com você?
Minnie: Sim, ela falou.
Ben: O que ela disse?
Minnie: Não posso te contar. A mensagem foi para minha mãe.

Notícias publicadas no jornal Tweed Daily, no dia 15 de abril de 1921 (à direita),
e no jornal Young Witness, no dia 16 de abril de 1921(à esquerda)
Assim sendo, Minnie se aproximou e encostou a cabeça no colo de sua mãe, chorando copiosamente. Sua mãe disse: "Bem, diga aos senhores o que ela disse." Minnie teria olhado para as pessoas ao seu redor, e contou sobre a mensagem que ela havia recebido, supostamente de May, sua "meia-irmã":

"Diga a mamãe, que eu estou perfeitamente feliz onde estou, e que suas orações quando eu estava doente me trouxeram onde estou, e me fizeram feliz. Diga a mamãe para não se preocupar, vou protegê-la pelo resto da minha vida", disse Minnie.

A família inteira começou a chorar, e quem presenciou a sessão ficou muito impressionado. Ben Davey e os demais espectadores ficaram na casa por cerca 1h, porém nenhuma outra batida foi escutada. De acordo com o jornal "Sydney Morning Herald" (SMH), de 15 de abril de 1921, "a mãe e outros membros da família foram dolorosamente afetados pelas comunicações estranhas da menina. Seja o que for que tenha sido aquilo, pode ser considerado o mais recente episódio do mistério da menina, que tem desempenhado uma papel principal desde o início, e que certamente merece um estudo de um psicólogo ou investigador científico."

O SMH ainda chegou a apontar que não houve mais perturbações na noite anterior. Isso significava que, ao menos durante as noites de 14 e 15 de abril daquele ano, a família Bowen havia finalmente conseguido dormir um pouco mais tranquila. Afinal de contas, tudo aquilo estava sendo muito desgastante para todos os envolvidos.

A Interessante Notícia Publicada Pelo Jornal "The Sunday Times", em 17 de abril de 1921: O Caso Envolvendo a Família Bowen Seria um Pouco Mais Antigo do que se Pensava!


Na edição do dia 17 de abril de 1921, o jornal "The Sunday Times" publicou uma grande notícia sobre o que estava acontecendo na cidade de Guyra, talvez uma das mais completas sobre o assunto, e que até hoje não é muito aproveitada pelos sites que já trataram sobre este estranho caso. O jornal teria enviado um correspondente para obter em primeira mão a história completa sobre o mistério, que segundo eles mesmos, estava intrigando as pessoas por todo o Estado de Nova Gales do Sul.

A notícia começava dizendo sobre o pânico entre os moradores, que chegavam ao ponto de dormir com armas nas mãos, literalmente dizendo. Essa situação, inclusive, teria começado a gerar vítimas naquela época. Foi mencionado que um comerciante local acabou matando um cavalo, que estava mordiscando suas rosas e até mesmo um cachorro, que estava roubando comida de sua despensa (ou cozinha), supostamente por acreditar, que pudesse ser um ladrão ou até mesmo "o espírito que estava assombrando a casa da família Bowen". Também foi mencionado, que um garotinho teria atirado na cabeça de sua irmã, após ter encontrado uma arma, e achar que era um brinquedo.

Matéria publicada pelo jornal "The Sunday Times", em 17 de abril de 1921
Apesar disso tudo denotar uma grande preocupação, havia um detalhe muito interessante no meio disso tudo. O "The Sunday Times" disse que os incidentes estariam acontecendo desde o dia 1º de abril daquele ano, ou seja, o popular "Dia da Mentira". Por outro lado, é muito difícil ter alguma exatidão em termos de datas, principalmente quando se trata de assuntos como esse, e ainda mais tendo ocorrido no "início" do século passado. Se atualmente é difícil confiar no que é propagado pela imprensa, imaginem como era a situação antigamente. A situação era igualmente caótica, acreditem.

Nesse ponto é interessante destacar que, de acordo com um livro chamado "Australian Poltergeist : The Stone-Throwing Spook of Humpty Doo and Many Other Cases", dos autores Tony Healy e Paul Cropper, que foi lançado em 2014, os ataques teriam realmente começado no dia 1º de abril, uma sexta-feira. No dia seguinte (2), um sábado, dois policiais teriam visitado a casa da família Bowen, e constatado que os vidros das janelas tinham sido quebrados por uma arma calibre 22. Porém, nenhuma cápsula foi encontrada e nenhum morador local ou vizinho reportou ter ouvido o disparo de uma arma. No domingo (3), quatro voluntários e três policiais teriam cercado a casa dos Bowen quando a viram serem atingindas por pedras. Na segunda (4), três policiais e dez vizinhos fizeram vigília, e cerca de 20 pedras foram arremessadas contra a casa.

E a história não para por aí, entre os dias 1º e 7 de abril, mais duas casas próximas também teriam sido atacadas por pedras. Uma delas era do Sr. Hodder Jr., enteado da Sra. Catherine Bowen, do seu primeiro casamento, é claro, e sua família. A outra pertencia a uma família chamada McInne. Assustado com tudo que estava acontecendo, o Sr. Hodder teria deixaod a casa juntamente com sua família e foram morar juntamente com a família Bowen. Portanto, dentro de uma pequena e mesma casa, passaram a morar 4 adultos e 9 crianças. Além disso, outra casa a cerca de 17 km de distância, estranhamente passava pela mesma situação, mas isso foi pouco noticiado na época.

Nesse ponto é interessante destacar que, de acordo com um livro chamado "Australian Poltergeist : The Stone-Throwing Spook of Humpty Doo and Many Other Cases", dos autores Tony Healy (na foto) e Paul Cropper, que foi lançado em 2014, os ataques teriam realmente começado no dia 1º de abril, uma sexta-feira
E a história não para por aí, entre os dias 1º e 7 de abril, mais duas casas próximas também teriam sido atacadas por pedras. Uma delas era do Sr. Hodder, enteado da Sra. Catherine Bowen, do seu primeiro casamento, é claro, e sua família
É importante ressaltar nesse ponto, que somente a data em que os fenômenos começaram a acontecer é que se tornou o maior objeto da discussão, porém todas as outras datas mencionadas nesta matéria estão corretas em relação a ordem cronológica dos fatos. Enfim, voltando a notícia do "The Sunday Times" foi mencionado que os ataques teriam sido retomados na manhã do dia 15 de abril, ou seja, após Ben Davey (aquele adepto do Espiritismo que acabam de mencionar) deixar a cidade de Guyra, e voltar para a cidade onde morava, Uralla.

Eis que naquela mesma manhã, toda a família Bowen e o Sr. Hodder Jr., enteado da Sra. Bowen, teriam ido até plantação de batatas que a família possuía, para que todos pudessem ajudar na colheita, algo que demorou aproximadamente 1h, mas que havia rendido cerca de 20 sacos de batata. Ao retornar para casa, que ficava algumas centenas de metros de distância da plantação, a família notou que algumas ripas de madeira um tanto quanto pesadas, que tinham sido pregadas por cima das janelas, cujos vidros tinham sido quebrados anteriormente, tinham sido destruídos e estavam amontoados na varanda da casa. Juntamente com as ripas de madeira estava uma grande pedra. Estranho, não é mesmo? Isso tudo em plena luz do dia, porém não havia nenhuma testemunha.

O "The Sunday Times" ainda apontou, que moravam na casa não somente um casal e três crianças, como se costuma ser propagado sobre esse caso, mas 4 adultos e 9 crianças. Na casa moravam a família Bowen e família Hodder. Ainda foi mencionado, que outras duas casas próximas a da família também estavam sendo atacadas por pedras. Além disso, outra casa a cerca de 17 km de distância passava pela mesma situação, o que bate exatamente com as informações publicadas no livro, denotando que os autores também acreditam nessa hipótese, que não é tão popular, por assim dizer.

A Visita de um Homem Chamado Harry Jay Moors: Um Amigo de Sir Arthur Conan Doyle, o Criador do Personagem Sherlock Homes 


No dia 18 de abril, juntamente com um contingente policial adicional, que havia sido despachado para Guyra, apareceu um homem chamado Harry Jay Moors, amigo pessoal de Robert Louis Stevenson e Sir Arthur Conan Doyle, que por sua vez ficou mais conhecido ao redor do mundo por ser o criador do personagem Sherlock Homes. H.J. Moors era um comerciante bem sucedido e bem conhecido em toda as ilhas dos Mares do Sul. Entretanto, ele também era conhecido devido ao seu interesse pelo mundo paranormal ou sobrenatural. Ele estava a viajando a negócios em Sidney, mas ficou sabendo sobre os estranhos fenômenos em Guyra, e resolveu esticar sua viagem.

H.J. Moors e seus cinco assistentes foram muito bem recebidos pela família Bowen. Eles montaram armadilhas e criaram postos de observação, mas não conseguiram encontrar nenhuma evidência de fraude. Após passar três dias examinando a casa antes de retornar a Sidney, H.J. Moors ficou absolutamente convencido de que um "poltergeist" era o responsável pelas manifestações em Guyra. Ele deixou a cidade na manhã do dia 21 de abril, uma quinta-feira.

Um dos estabelecimentos comerciais de H.J. Moors em Apia, capital de Samoa (antigamente chamada de Samoa Ocidental)
Harry Jay Moors (à esquerda) e o General George Richardson (à direita) em Vailima, em Samoa
(antigamente chamada de Samoa Ocidental), em 26 de setembro de 1924
Em uma entrevista concedida ao jornal Sydney Morning Herald, e que foi publicada no dia 22 de abril (sexta-feira), foi dito que: "O Sr. Moors ao discutir o assunto ontem (21), disse que os moradores em Guyra estavam fortemente ressentidos após alguns relatos de que eles estavam gostando da situação, devido as vigílias incessantes e os exaustivos esforços para encontrar a origem das pertubações. 

O Sr. Moors contou sobre sua própria experiência em relação a esses esforços incessantes por parte das pessoas, policiais, entre tantos outros voluntários, dizendo que qualquer crítica em relação a eles seria injusta. Ele teve contato com a menina, que o surpreendeu por ser como qualquer outra menina, muito embora sua mãe a tenha descrito como altamente imaginativa."

Naquele mesmo dia, H.J. Moors recebeu um telegrama em Sidney, que havia sido enviado pela  empresa Alex Hay of Hall Bros. Ltd, da cidade de Guyra dizendo: "Nada aconteceu na quarta-feira (20), mas diversas batidas fortes foram ouvidas na última noite. Além de familiares e policiais, um escritor estrangeiro era o único presente. Todos os membros da família foram observados de perto por detetives enquanto as batidas aconteciam, o brilho do luar resplandecia no lado de fora da casa, onde diversos policiais estavam estava posicionados em pontos estratégicos. 

H.J. Moors era amigo pessoal de Sir Arthur Conan Doyle (foto), que por sua vez ficou mais conhecido ao redor do mundo
por ser o criador do personagem Sherlock Homes
Nenhum homem foi visto próximo a casa, nem mesmo as supostas pedras foram encontradas próximas das paredes. O detetive deu uma declaração pública de que ele estava perfeitamente convencido de que nenhum membro da família era o responsável. O mistério se aprofunda. A opinião pública de Guyra favorece de forma esmagadora a sua teoria. Não tenha medo de mencionar meu nome. Também mencione a polícia de Guyra e seus moradores."

Entretanto, aparentemente, essa não era toda a verdade. A equipe policial responsável pelo caso, naquela época, era liderada pelo oficial Hardy e pelo sargento Ridge. Particularmente, para o oficial Hardy, tudo o que estava acontecendo na casa da família Bowen era obra de 5 ou 6 pessoas, que eventualmente queriam roubar a casa. Porém, conforme acabamos de ver essa era uma versão era bem constestada na cidade. Nem mesmo o Sr. Cox, proprietário do terreno onde a família Bowen morava, e que gastou uma quantia considerável para arrumar os prejuízos causados pelo suposto "poltergeist", acreditava nisso. O Sr. Cox nunca sequer cogitou em despejar a família, pelo contrário, sempre foi solidário por acreditar que tudo aquilo era obra do "sobrenatural".

Notícia do SMH, de 26 de abril de 1921,
onde apontava a confissão de Minnie Bowen
Talvez, para o oficial Hardy, fosse uma questão de honra resolver esse mistério, uma vez que ele tinha nascido em Guyra. Porém, na época, Hardy estava trabalhando e morando em Sidney. Quando ele era adolescente, cerca de 15 anos antes dos fenômenos acontecerem na casa da família Bowen, ele teria ajudado a resolver um caso "semelhante", que também havia acontecido na cidade. Vale lembrar nesse ponto, que desde 1845 até os dias de hoje, cerca de 50 casos "semelhantes", já teriam acontecido em território australiano.

Para o espanto de todos, no entanto, alguns dias depois, no dia 26 de abril, foi publicado no jornal "The Sydney Morning Herald", que Minnie havia confessado a autoria dos ataques para a polícia, cerca dois dias antes (24), após um respeitado fazendeiro, chamado apenas de Sr. Starr, tê-la visto arremessando pedras contra sua própria casa. Inicialmente, ela negou as acusações, mas quando confrontada perante o Sr. Starr, ela então teria confessado sua culpa. Assim sendo, talvez,  uma vez que estava sendo pressionada, Minnie acabou dizendo que tinha sido a responsável por ter atirado pedras e bater nas paredes, enquanto ela não estava sendo observada. Esse ponto é um tanto quanto obscuro.

As notícias publicadas pelo jornal "The Maitland Daily Mercury", em 26 de abril de 1921 (à esquerda), pelo jornal "The Express and Telegraph", em 26 de abril de 1921 (canto superior direito), e pelo jornal "Kalgoorlie Miner", em 27 de abril de 1921 (canto inferior direito)
Por outro lado, Minnie admitiu que ela tinha batido apenas três vezes nas paredes "por brincadeira", e tinha jogado somente duas pedras no telhado para "assustar sua cunhada." Para a polícia, no entanto, isso foi o suficiente para considerar o fenômeno como uma farsa. O problema maior é que muitos moradores não acreditavam nessa versão da polícia, porque isso não explicava os fenômenos enquanto Minnie estava sendo fortemente vigiada em seu quarto. Essa opinião também era compartilhada pelo Sr. Cox.

Notícia do SMH, de 30 de abril de 1921. Apesar da
confissão de Minnie, ninguém explicou as batidas
nas paredes enquanto estava sendo vigiada
Algumas noites depois, quando a parte exterior da casa passou a ser constantemente iluminada, duas grandes pedras atingiram uma parede, onde um policial estava parado. Esse sargento da polícia local, que tinha mantido vigília na casa do Bowen ao longo de muitas noites, e que tinha enfrentado o ataque constante da pedras, não aguentou a pressão piscológica pela qual ele e muitos colegas estavam passando. Foi ordenado que ele viajasse para fora de Guyra, para que pudesse "descansar."

Conforme dissemos anteriormente, com medo de toda aquela situação, muitos decidiram dormir bem próximos das suas próprias armas. Isso, de fato, era o prefácio de um verdadeiro caos. No dia 30 de abril de 1921, o jornal "The Sydney Morning Herald" forneceu maiores detalhes sobre o incidente anteriormente reportado pelo "The Sunday Times."

O SMH publicou que um menino de apenas 5 anos de idade se deparou com um revólver em cima da mesa de cabeceira do pai, um comerciante que morava próximo da estação ferroviária de Guyra. Outras versões, no entanto, apontavam que a mãe do menino teria colocado a arma debaixo do travesseiro. O menino acreditou que a arma fosse apenas um brinquedo e, com a arma em punho, ele foi até a sua irmã de apenas 6 anos de idade, mirou em sua cabeça e atirou. Por incrível que pareça ela sobreviveu, mas foi os médicos decidiram não remover a bala em seu crânio, visto que estava alojada em uma região, que poderia colocar em risco a vida da menina.

Apesar de não termos a data exata de quando isso realmente aconteceu, acreditamos que tenha ocorrido entre o dia 1º e 17 de abril de 1921. Resumindo, a cidade estava extremamente nervosa com tudo aquilo que estava acontecendo. Após a suposta confissão de Minnie, o clima ficou ainda mais tenso, uma vez que muitos não acreditavam na versão da polícia, e outros consideravam que a mentira contada por Minnie havia gerado todos aqueles problemas em suas vidas, outrora tranquilas.

Os Ataques Atribuídos ao "Poltergeist de Guyra" Continuaram na Casa da Avó de Minnie Bowen, na Cidade de Glen Innes


Buscando proteger a sua filha, devido a revolta de uma parte da população local, Catherine Bowen mandou Minnie para casa de sua avó, que se chamava Minnie Shelton, na cidade vizinha de Glen Innes, que por sua vez fica a 60 km ao norte de Guyra. Milagrosamente, a vida em Guyra voltou ao normal. Nenhuma outra pedra caiu sobre sobre o telhado ou foi arremessada contra as paredes da casa de campo da família Bowen. Nenhuma outra batida foi ouvida em suas paredes. Os policiais locais finalmente respiravam aliviados por não terem mais que lidar com toda aquela situação.

Antiga casa de Minnie Shelton, avó de Minnie Bowen, localizada na rua de Igreja, na cidade de Glen Innes
Entretanto, o suposto poltergeist de Guyra parecia que não tinha descansado. No dia 9 ou 10 de maio daquele ano (existe uma certa imprecisão nesse ponto), na casa da avó de Minnie, localizada na rua da Igreja, em Glen Innes, o suposto "poltergeist" atacou novamente. Pouco depois do jantar, pedras foram ouvidas batendo nas paredes externas da casa. Sem dúvida alguma, os vizinhos já tinham lido sobre o assunto, que havia acontecido na cidade vizinha. Então, eles saíram de suas casas para procurar por "pistas de quem teria atirado as pedras". A polícia também foi chamada.

Notícia do SMH publicada em 11 de maio de 1921,
sobre os ataques a casa da avó de Minnie Bowen
Enquanto uma legião de policiais e vizinhos se aglomeravam ao redor da casa, uma pedra atravessou o vidro uma das janelas, quebrando-o e ficou presa na cortina. Apesar de Minnie ter ficado o tempo todo dentro da casa, a polícia de Glen Innes concluiu, que ela teve participação quando a janela foi quebrada, e logo voltaram para o posto policial, abandonando o local.

O problema é que as pedras continuaram sendo arremessadas até por volta da meia-noite, sendo intercalado somente por fortes batidas nas paredes. Minnie estava sendo cuidadosamente vigiada por um vizinho chamado Sr. Marden, que deu uma declaração para o jornal "The Sydney Morning Herald", de 11 de maio de 1921, dizendo que "os barulhos eram como os sons causados por um machado, como se estivesse sendo golpeado fortemente contra a parede".

Os moradores de uma casa próxima, que pertencia a família McKillop, e que ficava a poucos metros de distância da casa da avó de Minnie, também tinham escutado os estranhos barulhos. Outros vizinhos que já conheciam mais ou menos a história, após ouvirem as batidas contra as paredes da casa onde Minnie estava, ameaçaram deixar a cidade caso esses acontecimentos "bizarros" continuassem.

Curiosamente, pelo que foi noticiado na época, os fenômenos continuaram até o início de agosto de 1921, quando devido a inúmeras reclamações de vizinhos e moradores da cidade, a avó de Minnie foi informada que a neta deveria deixar a cidade devido ao transtorno que estava causando. Minnie se mudou novamente para sua casa de campo em Guyra, e após essa nova mudança, os ataques pararam de acontecer. Aparentemente o "Poltergeist de Guyra" havia finalmente descansado em paz.

Especificamente em relação ao chamado "Poltergeist de Guyra", pouco se comentou posteriormente. O jornal "The Sidney Morning Herald" voltaria a tocar no assunto por volta de março de 1954, apenas para recontar o que teria acontecido naquela época, um tanto quanto turbulenta, na cidade de Guyra.

Notícia do jornal "The Sydney Morning Herald" de 9 de março de 1954, recontando os acontecimentos na cidade de Guyra, em 1921
Aliás, vocês sabiam que teria sido realizado um filme sobre esse assunto, e que a família Bowen teria participado do mesmo? O nome seria "The Guyra Ghost Mystery" e teria sido lançado em 25 de junho de 1921. O roteirista e diretor do filme teria sido um homem chamado John Cosgrove. Porém, infelizmente, esse é um filme considerado perdido até hoje.

Cartaz do filme "The Guyra Ghost Mystery" (à esquerda), que teria sido lançado em 25 de junho de 1921.
O roteirista e diretor do filme teria sido um homem chamado John Cosgrove (à direita)


Quem sabe um dia não encontrem uma cópia em bom estado? Apesar de ser uma possibilidade bem remota, é sempre bom ter esperança em possivelmente recuperar um material, que com certeza seria interessante.

Outro Caso de Suposto "Poltergeist" Repercutiu na Austrália, em 1921: O Possível Autor dos Acontecimentos em Guyra?


No final de outubro de 1921, uma ocorrência semelhante começou a acontecer na rua Trafalgar, no subúrbio de Wooloongabba, em Brisbane, na Austrália. Pedras simplesmente estavam caindo sobre os telhados de algumas casas, e não demorou muito para que a polícia local fosse chamada. Cerca de quatro policiais foram destacados para esse caso, e foram orientados a percorrer as ruas do bairro no período entre às 18h e meia-noite, na esperança que o caso fosse evidentemente solucionado.

Imagem do Google Maps mostrando a distância da cidade de Guyra até a cidade de Brisbane, mais precisamente a rua Trafalgar
No final de novembro, mesmo com a ajuda de moradores locais, todos se questionavam se o "poltergeist" de Brisbane não iria parar de agir. Contudo, uma reviravolta aconteceria no dia 25 de novembro, quando a polícia local, durante uma ronda noturna, flagrou Joseph Frederick Cook, de 22 anos, dono de uma mercearia na região, arremessando uma pedra em direção a uma das casas. Imediatamente após ouvir uma das janelas quebrarem, a polícia abordou Cook, que negou qualquer participação no incidente. Ele confessou somente após ter sido levado preso.

Ironicamente, Cook havia se queixado para a polícia, que sua casa havia sido apedrejada algumas semanas antes, e ainda por cima tinha ajudado os policiais durante suas rondas noturnas. Em sua defesa perante o Tribunal de Justiça, que por sua vez tinha conhecimento de tudo que havia acontecido meses atrás em Guyra, Cook alegou que era culpado apenas por uma parte dos acontecimentos, relacionado as últimas três semanas, em Brisbane. Ele acabou sendo condenado a pagar uma multa de £10 devido a duas janelas quebradas e foi liberado em seguida. Após isso, nunca mais nenhum morador teve sua casa alvejada por pedras.

O Destino de Minnie Bowen, as Controvérsias em Relação ao "Poltergeist de Guyra" e as Novas Informações Sobre o Caso


Não se sabe muita coisa sobre a vida de Minnie Bowen após aquela época. O que se sabe atualmente é que ela cresceu, se casou e se tornou a Sra. Inks. Ela se mudou para a cidade vizinha de Armidale, e depois disso raramente se tocou no assunto sobre o "Poltegeist de Guyra". Pelo que se sabe, no final da década de 1980, por volta de 1988 ou 1989, ela estava atravessando a Estrada Grafton quando foi atropelada e morta por um carro que passava. Alguns relatos apontam até mesmo que ela teria sido decapitada devido ao acidente. Um triste final, sem dúvida alguma.

As duas casas envolvidas no mistério ainda existem, muito embora ambas tenham sido reformadas, devido, é claro, a ação do tempo. Os atuais moradores, de ambas as casas, nunca ouviram ou sentiram nenhuma presença fantasmagórica. Se havia algo pertubando algumas dessas casas, atualmente não existe mais nada.

Foto recente da casa, que um dia pertenceu a família Bowen
Hoje em dia é difícil encontrar qualquer morador em Guyra, que saiba alguma coisa sobre a história, que fez com que a cidadezinha se tornasse o centro mundial das atenções há cerca de 96 anos. A atitude da população da cidade em relação ao "poltegeist" parece ter sido manchadas pela vergonha, e parecem conformados com algumas explicações sobre o episódio, que não fazem muito sentido. Para vocês terem uma ideia, uma dessas explicações que surgiram na época, é que as pedras estavam sendo atiradas por meio de um estilingue gigante do alto de uma colina. Aliás, essa era umas das explicações dadas em diversos países, que tinham registrado fenômenos semelhantes. Nem mesmo a Sociedade Histórica de Guyra faz questão de guardar qualquer tipo de material sobre o incidente.

Um historiador da cidade de Glen Innes, chamado Colin Newsome, disse que ouviu duas histórias diferentes sobre a morte de May Hodder, a meia-irmã de Minnie. Uma das versões dizia que ela tinha morrido por complicações devido a um aborto realizado em condições precárias. A outra contava que a jovem - grávida e solteira - se jogou em um poço e se afogou. Sendo verdadeira qualquer uma dessas histórias, não seria difícil imaginar que o espírito inquieto de May, completamente irritado, batendo e atirando pedras nas paredes da casa da família, que talvez, não a tenha apoiado no momento que mais precisava.

Hoje em dia é difícil encontrar qualquer morador em Guyra, que saiba alguma coisa sobre a história, que fez com que a cidadezinha se tornasse o centro mundial das atenções há cerca de 96 anos
A atitude da população da cidade em relação ao "poltegeist" parece ter sido manchadas pela vergonha, e parecem conformados com algumas explicações sobre o episódio, que não fazem muito sentido
Por outro lado, esse ressentimento não faria sentido diante do tom amoroso da mensagem, que teria sido transmitida por May, através de Minnie. Além disso, conforme mencionamos anteriormente, o jornal "Guyra Argus", de 3 de fevereiro de 1921, noticiou que Mary (May) Hodder havia morrido no Hospital de Armidale, devido a um problema cardíaco, que ela já vinha sofrendo há algum tempo.

Um artigo publicado no jornal "The Sydney Morning Herald" descrevia Minnie como sendo "uma garota magra, sombria, com um rosto impassível, pouco inteligente, academicamente falando, por estar atrasada em relação a sua idade escolar". Uma impressão semelhante teve um jornalista do "The Sunday Times", que a considerou como sendo uma menina "um pouco estranha", dizendo que: "Minnie é alta, magra, e sombria. Tem um olhar particularmente sombrio e introspectivo, que parece não perder um só movimento em um cômodo. Quando ela fala com você, ela nunca sorri, e parece olhar além ou através de você... Ela tem uma aptidão bem estranha para antecipar perguntas, praticamente antes de serem feitas."

Imagem do Google Maps, do ano de 2013, mostrando a rua Bradley,
a principal rua de comércio da cidade de Guyra
Minnie teria sido uma jovem capaz de engendrar um audacioso plano para enganar sua família, vizinhos e até mesmo a polícia durante semanas ou ela simplesmente disse a polícia o que eles queriam ouvir quando foi interrogada? Mesmo após a sua confissão os ataques continuaram, fazendo até mesmo com que seu pai, em uma certa noite, saísse correndo de dentro de casa e disparasse diversos tiros a esmo em meio a escuridão. Caso complicado, não é mesmo?

Cerca de dois anos atrás (2015), foi publicada uma matéria sobre o "Poltergeist de Guyra" no tabloide britânico "Daily Mail" onde Paul Cropper e Tony Healy, os autores do livro chamado "Australian Poltergeist : The Stone-Throwing Spook of Humpty Doo and Many Other Cases" comentaram sobre esse caso. Aliás, eles acrescentaram alguns detalhes, que até então ninguém havia comentado.

"Uma criança ou adolescente muitas vezes é o foco de toda atividade poltergeist, e geralmente é uma menina. Nos casos mais recentes que temos visto, e que temos a oportunidade de entrevistar, a criança está sob um estresse intenso, e de alguma forma o fenômeno é desencadeado. Há alguns espíritos maliciosos e desencarnados, que podem gerar uma atividade física através da canalização ao se aproveitarem da angústia da criança. Nesse caso, Minnie era o alvo", disse Tony Healy.

Paul Cropper e Tony Healy, autores de um livro chamado
"Australian Poltergeist : The Stone-Throwing Spook of Humpty Doo and Many Other Cases"
O que não tinha sido citado até então, é que May Hodder havia deixado um filho de 1 ano e 6 meses, chamado Clifford Hodder aos cuidados de sua meia-irmã, justamente Minnie Bowen. A identidade do pai da criança nunca foi revelada. May Hodder era uma mulher solteira, havia dado a luz a um filho e não era casada. Naquela época, isso era algo "impensável", socialmente dizendo (em algumas cidades do Brasil isso é "impensável" até hoje, infelizmente), para as mulheres, que eram amplamente discriminadas. Sem contar, é claro, a diferença de idade entre William (32) e Catherine (47), que tornava impossível aos olhos de outros moradores, de ser pai de May Hodder (21), visto que não havia muita especulação sobre a paternidade de May entre os moradores locais. Atualmente sabemos que era fruto de outro casamento, mas na época havia muitas dúvidas sobre isso.

A única coisa que mantinha a "integridade moral" de William perante a socidade, é que ele trabalhava na época no Conselho da Comarca de Guyra. Portanto, toda essa instabilidade familiar teria colaborado para o estresse de Minnie, uma vez que os comentários maliciosos dos moradores sobre a família Bowen eram inevitáveis, algo que poderia ter resultado em uma suposta "atividade poltergeist."

Por mais incrível que pareça, Paul Cropper e Tony Healy conseguiram contato com Diana Brady, filha de Clifford Hodder, ou seja, neta de May Hodder, meia-irmã de Minnie Bowen. Ela disse que seu pai algumas vezes se referia a Minnie como se ela tivesse poderes psíquicos. Pelo que seu pai contava para ela, uma pessoa poderia se sentar ao lado de Minnie, e ela fazia com que o piano tocasse sozinho ou simplesmente ela levantava uma cadeira do outro lado da sala sem tocá-la. Ele também dizia que Minnie tinha um olhar muito estranho, sombrio e incompreensível. Uma outra meia-irmã de Minnie, chamada Ellen, a última pessoa sobrevivente daquela geração, teria dito para Diana que Minnie, quando adulta, tinha capacidades telecinéticas. Segundo Ellen, ela tinha a capacidade de mover móveis e levantar objetos sem tocá-los. Entretanto, nem Paul, nem Tony conseguiram conversar com Ellen, uma senhora de 97 anos, em 2010, justamente na época em que eles estavam começando a escrever o livro. Segundo eles, Ellen desligou o telefone quando eles tocaram no assunto. Algo que com certeza ainda deixava profundas marcas em Guyra.

Comentários Finais


Essa é uma história fascinante, considerando que ocorreu no ano de 1921, e ao mesmo tempo parece ser tão atual, não é mesmo? Contudo, algumas coisas sobre o caso ainda chamam a atenção, mesmo quase após um século. Apesar de mais de 80 pessoas estarem vigiando os arredores da residência da família Bowen, ninguém foi capaz de identificar quem estava atirando as tais pedras. Nesse sentido, alguns jornais da época e a própria polícia local tentaram atribuir a responsabilidade a "pessoas simpatizantes de espíritos, que estavam infiltrados no meio dos voluntários". De qualquer forma, a maioria dos apedrejamentos ocorreram em noites muito escuras, onde a visibilidade era bem ruim, uma vez que eles estavam em uma zona rural e, para os padrões de locomoção da época, estavam relativamente distantes da centro comercial de Guyra. Além disso, nunca foi reportado que alguém tivesse visto algum objeto levitando dentro da casa ou alguma pedra caindo dentro da casa.

Entretanto, todos que conversavam com Minnie, apesar de seu olhar tido como sombrio, relatavam que a menina era sincera, sendo bem difícil acreditar que ela inventaria toda aquela história, principalmente quando supostamente teria entrado em contato com sua irmã falecida. Mesmo sendo observada o tempo todo, assim como sua casa sendo vigiada em todo o perímetro externo, diversos golpes foram desferidos contra as paredes. Isso sem mencionar, é claro, que outras casas também estavam sendo apedrejadas. Seria mesmo um fantasma ou poltergeist? Se fossem realmente vândalos ou ladrões, porque a casa da família, assim como a de vizinhos voltou ao normal quando Minnie foi para a casa da avó? Desistiram de roubar a casa? Será que o poltergeist acompanhou a menina e por isso os incidentes se repetiram em Glen Innes ou então Minnie simplesmente armou toda aquela situação, e continuou fazendo sua "brincadeira" na casa da avó, porque não suportava o lugar? Por qual razão tudo voltou ao normal quando Minnie retornou para Guyra? Será que Minnie aprendeu a lição e resolveu parar com o "brincadeira"? Aliás, o que a família iria ganhar com isso, exceto problemas?

Ao pesquisar um pouco mais sobre o filme "The Guyra Ghost Mystery", que foi lançado em 25 de junho de 1921, e dirigido por homem chamado John Cosgrove, o mesmo teria sido baseado nos "fenômenos ocorridos em Guyra", e teria sido gravado na parte interna e externa da casa da família Bowen, porém foi considerado muito ruim, e teve uma bilheteria muito baixa. Cada cópia do filme parece ter desaparecido no tempo, uma vez que até hoje é considerado um filme perdido. Enfim, nem mesmo benefícios financeiros a família teve. Por outro lado, o final do século XIX e início do século XX foram muito rentáveis para todos aqueles que diziam poder se comunicar com os mortos. Será que a família achava que poderia obter vantagens financeiras ou Minnie, estressada com toda aquela situação, queria se ver livre de tanta gente em sua casa? Enfim, para muitos, mediante a confissão de Minnie, o fantasma ou o poltergeist de Guyra foi apenas mais uma das farsas paranormais do início do século XX, porém para tantos outros, devido a tantos outros fatores, esse mistério nunca foi solucionado. A polícia pode ter, eventualmente solucionado o mistério, mas assim como sabemos, em termos históricos, esse caso é extremamente importante, porque ele é quase um prelúdio do que vemos hoje: um mundo de fortes crenças inserido em farsas monumentais ou vice-versa.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
Livro "Australian Poltergeist : The Stone-Throwing Spook of Humpty Doo and Many Other Cases" de Paul Cropper e Tony Healy

http://archive.randi.org/site/index.php/swift-blog/2200-the-guyra-ghost.html
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/06/casa-e-demolida-apos-exorcismo-e-fenomenos-incomuns-no-rs.html
http://hauntsofbrisbane.blogspot.com.br/2012/05/guyra-ghost-australias-very-own.html
http://lostmedia.wikia.com/wiki/The_Guyra_Ghost_Mystery_(Lost_1921_Australian_Film)

https://natlib.govt.nz/records/22380717?search%5Bpath%5D=items&search%5Btext%5D=Harry+Jay+Moors
http://trove.nla.gov.au/newspaper/result?q=guyra+ghost
http://weirdaustralia.com/2011/10/22/poltergeist-rocks-town-the-stone-throwing-ghost-of-guyra/
http://www.dailymail.co.uk/news/article-3296252/The-supernatural-attacks-12-year-old-girl-severe-police-forced-surround-country-home-Australia-s-terrifying-haunting-baffled-investigators-1921.html
http://www.poltergeistfile.com/Poltergeist/Guyra_Ghost.html
http://www.travellingtype.com/australian-mysteries-guyra-disturbance/
http://www.unexplainedaustralia.com/e107_plugins/content/content.php?content.22
http://www.wikitree.com/wiki/Space:The_Guyra_Ghost

Uma Criatura Misteriosa Teria Emboscado e Dizimado um Pelotão Soviético Inteiro em uma Região Florestal, na Finlândia?

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Por Marco Faustino

Recentemente, havíamos recebido uma sugestão em nossa página no Facebook, citando uma criatura monstruosa ou horrenda, que teria atacado um pelotão soviético inteiro durante a invasão da Finlândia pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (também conhecida por União Soviética ou apenas URSS), durante a famigerada Segunda Guerra Mundial. Nessa postagem chamaremos esse período apenas de "II GM" para simplificar, visto que ficaria muito cansativo e extenso para vocês lerem toda hora sobre isso, combinado? Assim sendo, uma vez que particularmente não fazia a menor ideia do que isso se tratava, comecei a pesquisar melhor sobre o assunto. Logo percebi que a razão desse pedido, provavelmente vinha de um vídeo publicado em maio do ano passado, por um determinado canal no YouTube, que contava justamente essa mesma história. Apesar do vídeo não afirmar a existência dessa criatura, e nem mesmo apresentar detalhes ou documentos históricos de que algo realmente de misterioso e macabro tivesse ocorrido, é apresentada uma foto, em um determinado momento do vídeo, alegando que a mesma estaria mostrando a "pele de um soldado russo" esticada e pendurada em uma árvore. Essa seria uma clara demonstração, que algo muito misterioso e sombrio teria acontecido e, quiçá, tivesse sido mesmo um monstro que se espreitava nas florestas da Finlândia.

Estava bem relutante em trazer esse caso para vocês, uma vez que são pouquíssimos os sites, que abordam o tema paranormal ou sobrenatural, além de canais do YouTube, Daily Motion entre outros sites de compartilhamento de vídeos, que comentam sobre esse suposto incidente. Aliás, se tivesse acontecido algo dessa magnitude, com certeza já teria sido explorado por inúmeros historiadores ou investigadores, canais de TV como o History Channel ou até mesmo o Discovery Channel, assim como aconteceu com o "Incidente do Passo Dyatlov", onde ao menos nove experientes montanhistas foram encontrados mortos sob circunstâncias misteriosas. Especificamente em relação a esse caso que acabamos de citar, a ausência de testemunhas, e investigações subsequentes sobre a morte dos montanhistas inspiram até hoje fortíssimas especulações. Investigadores da época determinaram que os mesmos rasgaram suas barracas de dentro para fora, fugindo a pé sob uma forte nevasca, que se abatia na região. Diversas hipóteses foram formuladas, tais como: avalanche, ataque de ursos ou de alguma tribo local, testes militares, infrassom e até mesmo um insólito encontro criptozoológico com alguma criatura semelhante ao Yeti (a versão russa do Pé-Grande, por assim dizer).

Uma vez que casos envolvendo a União Soviética (e posteriormente a Rússia) sempre geram uma "aura misteriosa", e a possibilidade, ainda que de certa forma irracional, de que uma "criatura monstruosa" possa sempre estar a espreita em uma floresta isolada e gelada, é natural que as pessoas comecem a questionar a realidade ou acreditarem nessa possibilidade sobrenatural. Contudo, será que essa história de um monstro, que sem querer teria ajudado a Finlândia ou fosse até mesmo sua "arma secreta"é realmente verdade? Será mesmo que estamos diante da foto da pele de soldado soviético após ter sido atacado por uma criatura sombria? Esse caso é bem surpreendente, porque exigiu uma pesquisa bem complexa. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Conheça a Mais Popular Versão Dessa História, e que Vem Sendo Propagada aos Quatro Ventos na Internet


Antes de mais nada, confiram abaixo a versão, que vem sendo "compartilhada na internet" sobre esse suposto incidente, que teria acontecido na Finlândia. É relativamente simples de acompanhar, e se você já ouviu falar sobre esse caso, vai sentir como se tivéssemos extraído essas mesmas palavras a partir do principal vídeo brasileiro sobre o assunto. Daqui a pouco iremos explicar o porquê de vocês terem essa estranha sensação.

"A II GM é um tópico fascinante, porque esconde uma grande quantidade de horrores, que estão destinados a perturbar qualquer pessoa, que se atreva a se aprofundar seriamente sobre o assunto. Horrores anônimos, que permaneceram ocultos diante das mentes daqueles, que acreditam que tudo não passou de um terrível holocausto. Porém, aconteceram coisas além disso, e ao mesmo tempo se atrelaram a mistérios que jamais foram solucionados até hoje, para que fosse feita a justiça com aqueles que sofreram.

Um soldado juntamente com uma rena, pisando em gelo escorregadio e próximo do pequeno vilarejo de Nautsi,
no norte da Lapônia, na Finlândia, em 26 de outubro de 1941
Pilotos sobrevoando Jämijärvi, em 17 de julho de 1942
Durante a II GM ocorreu uma pequena guerra entre a Finlândia e a União Soviética. Foi a Guerra de Inverno, que durou 3 meses, e os finlandeses ganharam. Os soviéticos tentaram invadir o país, mas a Finlândia não é um lugar fácil, é extremamente difícil: um deserto gelado composto principalmente de tundra, muito frio.

Defesa antiaéra sobre Suomenlinna, em Helsinque, capital da Finlândia
Um pequeno foguete sendo disparado a partir de uma região florestal na Finlândia
Os soldados soviéticos estavam desesperados, tinham sido recrutados por métodos muito cruéis, eram camponeses e muitas vezes crianças, que não tinham nenhum treinamento. O comandante soviético era alguém muito ambicioso, e acreditava que os avisos por parte de certos moradores locais, de que havia um monstro horrível nas florestas, fazia parte de uma mera estratégia de guerra por parte do pequeno país, em comparação com o tamanho do exército invasor. 

Portanto, a história havia sido descartada. Os próprios soldados soviéticos acreditavam , que aquela tivesse sido uma tática bem baixa e extremamente desesperada por parte dos finlandeses. A inteligência do governo finlandês dizia que havia um monstro, algo horrível, e que durante muitos anos nenhum desses moradores se atrevia a entrar nas florestas, inclusive preferiam morrer de fome ou frio, do que sair para caçar ou cortar lenha.

Evacuação de civis em 1º de julho de 1941
Duas meninas em meio as ruínas, nas proximidades da Igreja de Martin, em Turku, na Finlândia
Uma bicicleta deixada encostada em uma árvore, camuflada, em Ontrosenvaara, em 17 de agosto de 1941
Os soviéticos estavam sofrendo terríveis baixas, mas a princípio a culpa não era de nenhum monstro. Era porque estava fazendo muito frio, e estavam pouco protegidos. Além disso, os finlandeses tinham começado uma bem-sucedida campanha de francoatiradores. Porém, tudo aconteceu quando um coronel soviético tentou se aproximar de uma das grandes cidades da Finlândia, mas para conseguir atingir esse objetivo, ele não podia seguir pela rota principal, porque era demasiadamente arriscado, e a única opção era entrar nas florestas, e atravessar o local da melhor forma possível.

O coronel estava no comando de um pequeno grupo, sendo que aqui a história sofre uma pausa extremamente necessária. Quero que se lembrem, e não se esqueçam em nenhum momento, que ISSO FOI REAL. ISSO ACONTECEU DE VERDADE.

A Catedral de Vyborg após sofrer um bombardeio
A história faz uma pausa e deve começar a ser contada a partir do lado finlandês. A inteligência finlandesa descobriu um segredo do coronel soviético: soube que eles estavam se aproximando juntamente com um grupo de muitos soldados para atacar uma das grandes cidades, e se reunir com um outro exército soviético liderado por um outro coronel, que atacaria a cidade pelo outro lado.

Entretanto, por que nunca houve nenhum ataque? Os soldados soviéticos desertaram? Não, os finlandeses descobriram um batalhão inteiro morto, nas florestas e, então, entenderam a dimensão da situação. O que preocupava os finlandeses não era a perspectiva em relação ao que poderia ter acontecido, caso os soviéticos chegassem até a cidade, mas o estado que se encontravam os corpos, visto que dizer que estavam simplesmente mortos era pouco, estava mais para uma onda de carnificina e horrores. Os soviéticos tinham sido completamente massacrados.


Foto tirada da Ilha de Lunkula, na baía de Jumitsa, no lado sul da vilarejo de Varpahainen.
A foto teoricamente mostra alguns capacetes de soldados russos mortos, em 28 de julho de 1941
Não havia somente pessoas humildes do lado soviético, mas também do lado finlandês. Pessoas comuns, jovens, pessoas extremamente religiosas, as quais foram informadas que os soviéticos não estavam preparados, e que tinham percorrido grandes distâncias sem suprimentos, ou seja, que eles tinham se matado logo após um motim, diante do desespero em razão da fome e do frio. 

Entretanto, os finlandeses sabiam que aquela tinha sido uma mentira muito mal contada, não somente porque foram encontradas muitas provisões no interior das barracas montadas pelos soviéticos, mas porque se negaram a acreditar que qualquer ser humano tivesse tal força, tal poder, tal comportamento, exceto de fazer aquilo a outra pessoa por pura maldade.

A polêmica foto onde muitos dizem que mostraria a pele de um soldado soviético.
Contudo, conforme iremos ver no decorrer dessa postagem, essa muito provavelmente não é a realidade da foto.
O que vocês estão vendo é uma foto tirada durante aquela época, uma foto do acampamento dos soviéticos tirada por parte do exército finlandês, que mostra a pele de um soldado soviético."

A absoluta maioria dos vídeos que propagam toda essa história, evidentemente questionam os espectadores se eles acreditam que tudo aquilo que é mostrado nas fotos, cenas de uma verdadeira barbárie, que não iremos publicar aqui por uma questão de ética, teria sido obra de uma "criatura misteriosa" ou não.

Nesse sentido, vocês podem assistir a um vídeo que foi publicado em um canal chamado "DrossRotzank", intitulado "La cosa que mutilaba", que foi publicado em 4 de fevereiro de 2015, e já possui mais de 2,4 milhões de visualizações (clique aqui, em espanhol). Alternativamente vocês também podem assistir, logo abaixo, um um outro vídeo de um canal chamado "Jhonatas Skriven", que conta praticamente a mesma história para os seus respectivos seguidores e possui mais de 400.000 visualizações (em português):



No entanto, sempre são mostradas imagens que exibem o resultado de batalhas, algo considerado "normal" diante do cenário de uma guerra, e não apresentam nada que pudesse indicar a ação de uma "criatura sobrenatural", se é que vocês me entendem. Aliás, a própria e suposta criatura apresentada, nada mais é do que a ilustração de um outro personagem ficcional chamado "The Rake" ou "El Rastrillo", assim como vocês podem ver aqui. Estranho, mas vamos seguir em frente!

O Contexto Histórico Sobre o que é Divulgado em Sites e Vídeos na Internet Sobre Esse Suposto Incidente, que Teria Ocorrido na Finlândia


Sem dúvida alguma, a melhor forma de convencer uma pessoa de que algo misterioso ou secreto aconteceu, é justamente falar sobre um assunto, que seja extremamente vasto, complexo e repleto de informações muitas vezes contraditórias, difíceis de acreditar ou que carecem de peças probatórias, que expliquem historicamente ou cientificamente um determinado acontecimento. Quase sempre são escolhidos temas e locais que sejam distantes, isolados ou que torne a pesquisa do seu público-alvo quase um desafio homérico.

Uma vez que não nos intimidamos quando o assunto é pesquisa, vamos começar a destrinchar essa história a partir do contexto histórico da época em que a mesma foi colocada. Vamos falar bem rapidamente sobre isso para não ficar cansativo, mas ao mesmo tempo repassando a vocês um conteúdo robusto para que possam se situar sobre o que estava acontecendo naquele período, e tenham uma maior bagagem cultural, que naturalmente ninguém faz questão que vocês possuam.

É necessário que você entenda, que a Finlândia nasceu basicamente a partir da tomada de territórios suecos por parte do Império Russo, em 1809, com o objetivo de proteger o flanco norte da capital imperial, São Petersburgo, de uma invasão por parte da Suécia. Sim, exatamente isso que você leu. Os russos invadiram um país e tomaram seu território, para evitar que o mesmo país invadisse o território deles. Algo que os russos sabem fazer como ninguém. O Império Russo transformou a região conquistada em um Estado autônomo, que ficou conhecido com o "Grão-Ducado da Finlândia." Apesar de ter alguma autonomia, não passava de uma nação a mercê do próprio Império Russo, para proteger toda aquela região de eventuais incursões da própria Suécia.

Bandeira do Grão-Ducado da Finlândia
Mapa geral do Grão-Ducado da Finlândia, indicando estradas, estações de trem
e a distância entre esses os mais diversos pontos do território
Diante da I GM, e com o caos que se seguiu após a Revolução Russa e Guerra Civil Russa, entre 1917 e 1920, a Finlândia aproveitou a ocasião, e declarou sua independência em dezembro de 1917, que foi reconhecida pelos demais países, exceto por forças fiéis aos comunistas russos, que conseguiram ser reprimidas com sucesso.

Em 1920, a Finlândia e a então União Soviética assinaram um acordo, chamado de "Tratado de Tartu", reconhecendo definitivamente as novas fronteiras entre os países, muito embora as relações diplomáticas nunca tivessem sido muito amigáveis.

Em 1920, a Finlândia e a então União Soviética assinaram um acordo, chamado de "Tratado de Tartu", reconhecendo definitivamente as novas fronteiras entre os países, muito embora as relações diplomáticas nunca tivessem sido muito amigáveis
Em 1932, seria assinado um "Pacto de Não-Agressão" (PNA) entre ambos os países, sendo que esse mesmo pacto seria ratificado em 1934, e tinha validade de 10 anos. Evidentemente, como a história mostra, as assinaturas de documentos não possuem muita importância.

Assim sendo, em 1938, a situação atingiu um momento crítico., quando Stalin, então líder da União Soviética, começou a ter novamente interesse na Finlândia. Inicialmente, a União Soviética queria apenas uma faixa de terra do território finlandês, ao norte de São Petersburgo, e algumas ilhas e bases navais no Mar Báltico. Porém, aceitar tais concessões poderia ser interpretado como uma fraqueza por parte da Finlândia.

Em 1932, seria assinado um "Pacto de Não-Agressão" (PNA) entre ambos os países...
...sendo que esse mesmo pacto seria ratificado em 1934, e tinha validade de 10 anos. Evidentemente, como a história mostra, as assinaturas de documentos não possuem muita importância
A situação iria piorar e muito em outubro de 1939, logo após a invasão da metade oriental da Polônia, por parte dos soviéticos. Assim sendo, os soviéticos extremamente orgulhosos da rápida e bem sucedida campanha, olharam para a Finlândia e subiram o tom das negociações, exigindo cada vez mais concessões. Obviamente, as negociações fracassaram e Stalin resolveu invadir a Finlândia com um grande contingente militar. Os números impressionavam, porque eram mais de 6.500 blindados e 3.800 aviões soviéticos contra 30 blindados e 130 aeronaves finlandesas. Isso sem contar o número de combatentes, cerca de 750 mil soldados soviéticos contra 250 mil finlandeses.

Vocês imaginariam que a União Soviética teria massacrado a Finlândia, não é mesmo? Porém, não foi isso que aconteceu. O resultado dessa campanha foi desastroso para Stalin, visto que a metade dos combatentes soviéticos foram mortos ou feridos. Apesar dos soviéticos terem superado a defesa finlandesa, e eventualmente vencido o confronto em março de 1940, ganhando cerca de 10% do território da Finlândia, o mundo, e principalmente a Alemanha, começou a questionar o verdadeiro poder da União Soviética, o que colaborou, de certa forma, para a Operação Barbarossa, a operação militar alemã para invadir a União Soviética, cerca de 1 ano e 3 meses depois.

Obviamente, as negociações fracassaram e Stalin resolveu invadir a Finlândia com um grande contingente militar. Os números impressionavam, porque eram mais de 6.500 blindados e 3.800 aviões soviéticos contra 30 blindados e 130 aeronaves finlandesas. Isso sem contar o número de combatentes, cerca de 750 mil soldados soviéticos contra 250 mil finlandeses. Na foto acima são mostrados alguns soldados finlandeses. É possível ver até mesmo a utilização improvisada de um "estilingue gigante"
Mais uma foto retratando como foi a Guerra de Inverno, principalmente do lado finlandês, que possuía
um aparato militar muito menor do que a União Soviética
Para não nos esticarmos muito sobre esse assunto, apesar de ser muito interessante conforme vocês podem notar, é necessário que você entenda que a Finlândia se viu envolvida em mais duas guerras: a Guerra da Continuação e a Guerra da Lapônia.

A Guerra da Continuação foi um conflito travado entre a Finlândia e a União Soviética, entre 25 de junho de 1941 e 19 de setembro de 1944. A Alemanha interveio mediante o envio de material de guerra e cooperação militar com os finlandeses. Os Estados Unidos não lutaram, e nem declararam guerra contra nenhum dos lados, mas deram à União Soviética uma ajuda massiva em diversos aspectos, principalmente no sentido de colaborar no esforço de guerra soviético contra a Alemanha.

Aliás, no dia 25 de junho de 1941, três dias após o início dos ataques alemães à União Soviética em outras frentes, cerca de meia dúzia de cidades e vilas finlandesas foram bombardeadas por forças aéreas soviéticas e, pouco depois, tropas finlandesas e alemãs invadiram o território soviético a partir da Finlândia. Quanta confusão!

A Guerra da Continuação foi um conflito travado entre a Finlândia e a União Soviética, entre 25 de junho de 1941 e 19 de setembro de 1944. A Alemanha interveio mediante o envio de material de guerra e cooperação militar com os finlandeses
No final do conflito, no dia 9 de junho de 1944, a União Soviética iniciou uma forte ofensiva e a Finlândia foi forçada a abandonar o Istmo da Carélia após poucas semanas. Por outro lado, também não foi fácil para a União Soviética, visto que tal ofensiva viria a ser detida nas principais frentes, tornando o custo de ocupar toda a Finlândia demasiadamente dispendioso para os soviéticos, ou seja, meio que desistiram da ideia. Assim sendo, em 4 de setembro daquele ano entrou em vigor um cessar-fogo, que pôs fim às operações militares do lado finlandês. A União Soviética pôs fim às hostilidades cerca de 24 horas depois. Em 19 de setembro foi assinado em Moscovo, o armistício entre a Finlândia e a União Soviética. Segundo as condições impostas pelo acordo, a Finlândia era obrigada a desmobilizar imediatamente o seu exército, e a expulsar as tropas da Wehrmacht (nome atribuído as Forças Armadas da Alemanha entre 1939 e 1946) do seu território, no prazo de 14 dias.

Diante da recusa alemã em abandonar a Finlândia voluntariamente, os finlandeses iniciaram a Guerra da Lapônia contra os seus antigos aliados, a Alemanha, entre setembro de 1944 a abril de 1945, na província finlandesa da Lapônia, no norte do país. Enquanto os finlandeses consideravam esse conflito como uma batalha separada, parte da Guerra da Continuação, as forças alemãs consideravam as suas ações como uma parte da própria II GM.

Diante da recusa alemã em abandonar a Finlândia voluntariamente, os finlandeses iniciaram a Guerra da Lapônia contra os seus antigos aliados, a Alemanha, entre setembro de 1944 a abril de 1945, na província finlandesa da Lapônia, no norte do país
Enfim, esses foram, basicamente e de forma extremamente resumida, os confrontos nos quais a Finlândia se envolveu naquele período. Apesar de eventualmente perder a chamada "Guerra de Inverno" e a "Guerra da Continuação", a Finlândia sagrou-se moralmente vencedora ao final de tudo isso, mantendo sua soberania e não sofrendo ocupações soviéticas, quer dizer, não diante do que vimos acontecer com os demais países do Leste Europeu, onde até mesmo houve uma fortíssima influência e controle político dos mesmos.

Agora que você possui toda essa informação, vamos tentar buscar a verdade sobre essa história de uma suposta criatura misteriosa espreitando as florestas finlandesas durante a "Guerra de Inverno."

Começando a Desmistificar Toda Essa História Sobre uma Suposta Criatura, que Habitaria as Florestas da Finlândia


Se vocês estão acostumados a acompanhar as nossas postagens ou nossos vídeos no YouTube facilmente vão começar a questionar diversos pontos daquela história que andam contando sobre a suposta criatura. O primeiro ponto é que não disseram nenhum local exato onde teria acontecido esse ataque, simplesmente mencionaram que teria acontecido nas florestas da Finlândia, algo bem genérico e amplo. Além disso, não é mencionado uma série de detalhes, tais como: o nome do coronel soviético, o nome dos soldados envolvidos, o nome da cidade que pretendiam invadir, entre outros detalhes.

Foto do Lago Aulanko, em Hameenlinna, na Finlândia
Tanto o vídeo em português, quanto um vídeo em espanhol sobre essa suposta criatura apresentam uma mesma fotografia dizendo que ela teria sido tirada em 15 de dezembro de 1942, e que mostraria a pele de um soldado soviético, como resultado do ataque da tal criatura. É justamente nesse ponto que começam as contradições, porque em dezembro de 1942 estava acontecendo a "Guerra da Continuação", não a chamada "Guerra de Inverno" que, diga-se de passagem, durou cerca de 6 meses e não apenas 3 meses conforme é mencionado na história.

Outro detalhe é que o confronto militar envolvendo a Finlândia não foi algo pequeno, visto que sucessivas guerras foram travadas, o que acabou gerando um altíssimo custo humano ao final de todo aquele período. Portanto, historicamente, o que foi é apresentado não faz o menor sentido. Além disso, nenhum documento ou demais fotos, exceto genéricas e sem nenhuma identificação maior do local, são apresentados para corroborar com o que se pretende ser a "verdade."

O confronto militar envolvendo a Finlândia não foi algo pequeno, visto que sucessivas guerras foram travadas, o que acabou gerando um altíssimo custo humano ao final de todo aquele período
Portanto, historicamente, o que foi é apresentado não faz o menor sentido. Além disso, nenhum documento ou demais fotos, exceto genéricas e sem nenhuma identificação maior do local, são apresentados para corroborar com o que se pretende ser a "verdade."
Agora, vocês querem saber o que realmente compromete toda essa história? É que ela não passa de uma creepypasta, cujas primeiras referências datam do ano de 2013. Aliás, todo o texto utilizado pelo vídeo em português, e em idioma espanhol, é basicamente uma cópia que foi publicada no site "Wiki CreepyPasta", em 17 de junho de 2013. O nome da historinha de terror é "La cosa que mutilaba", ou seja, assim como toda creepypasta, a mesma foi inventada por alguém, assim como tantas outras que contam por aí, e que muitos acabam acreditando por mera ingenuidade.

A partir de 2013,  essa mesma história com nomes bem parecidos começou a ser propagadas por sites e canais latinos no YouTube, não demorando muito tempo para chegar no Brasil.

Todo o texto utilizado pelo vídeo em portuguê, e em idioma espanhol, é basicamente uma cópia
que foi publicada no site "Wiki CreepyPasta", em 17 de junho de 2013
Outros blogs começaram a contar essa mesma historinha ao longo do tempo, sendo que alguns,
a exemplo do blog "Tu,Yo En Realidad ¿Que?" começaram a misturar realidade com uma completa ficção
Entretanto, para tentar enganar as pessoas e parecerem verdadeiras as creepypastas utilizam fotos ou vídeos muitas vezes verdadeiros, porém geralmente distorcem o conteúdo original ou o verdadeiro significa por trás de uma imagem. Assim sendo, iniciei uma verdadeira jornada homérica para buscar a realidade por trás da principal foto apresentada, aquela onde supostamente seria mostrada a pele de um soldado soviético. Acreditem, não foi nada fácil pesquisar e encontrar a mais provável realidade por trás da mesma. É justamente sobre isso que vocês conferem a partir de agora.

A Investigação e a Realidade Sobre a Foto da Suposta "Pele de um Soldado Soviético", que Provaria a Ação de uma  Criatura Misteriosa, em Dezembro de 1942, na Finlândia


Para compreender a verdade (ou pelo menos a mais provável verdade) sobre a foto da suposta "pele de um soldado soviético"é necessário voltar um pouco no tempo, mais precisamente no ano de.. adivinhem... 2013! Em abril daquele ano, foi noticiado que as Forças de Defesa da Finlândia disponibilizaram um gigantesco acervo com 160.000 fotos, na internet, que foram tiradas na época da II GM. As imagens registravam os anos de 1939 a 1945, abrangendo três conflitos em que os finlandeses reconheciam como a "Guerra do Inverno" (contra a invasão por parte da União Soviética), a "Guerra da Continuação" (novamente contra a União Soviética, porém lutando ao lado dos alemães) e a "Guerra da Lapônia" (contra os alemães pelo controle da Lapônia), ou seja, era extremamente provável que a foto tivesse sido originada a partir desse acervo online. Portanto, o desafio estava lançado.

Para minha surpresa, no entanto, a situação parecia ser ainda mais complicada do que procurar uma agulha no palheiro, uma vez que, em 21 de novembro de 2006, um tabloide finlândes chamado "Iltalehti", publicou uma notícia citando um senhor de 82 anos, chamado Paavo Teikari, que viu pela primeira vez algumas fotos, que tinham sido liberadas pelas Forças de Defesa da Finlândia, a pedido do próprio tabloide, no Hospital Militar de Kauniala. Paavo tinha cerca de 17 anos quando ajudou seu país a combater as forças militares ou simpatizantes soviéticos. Isso acabava tornando a liberação oficial de fotos por parte do governo da Finlândia bem mais antiga do que eu imaginava.

Para minha surpresa, no entanto, a situação parecia ser ainda mais complicada do que procurar uma agulha no palheiro, uma vez que, em 21 de novembro de 2006, um tabloide finlandês publicou cerca de 80 fotos de um total de 300 que tinham sido liberadas pelas Forças de Defesa da Finlândia. Evidentemente, devido ao teor das fotografias...
...pouco mais de duas fotos são publicáveis, de modo que não sejam chocantes aos olhos de vocês
Entretanto, naquela notícia tinham sido publicadas cerca de seis galerias de fotografias (totalizando cerca de 80 fotografias), sendo que uma delas era a que mais me interessava, a chamada "Venäläiset desantit ja pakenijat." A quarta e última foto era justamente aquela que aparecia nos vídeos sobre a criatura misteriosa (lembrando que a história em si não passa de creepypasta, porém a foto aparentemente era mesmo autêntica).

Na legenda da foto era possível ler o seguinte texto: "Maaselän suunta, Leesjärven rannalla, Jatkosodan aikaan. 'Vihollisen vakoilupartio, jäätyään muonalähetyksiä vaille, oli teurastanut pari saman partion jäsentä ja syönyt niistä suurimman osan.'" ("Em direção a Maaselkä, nas proximidades do lago Leesjärven, durante a Guerra da Continuação. 'Um membro de uma patrulha espiã inimiga, que por sua vez foi deixada para trás, acabou sendo morto e comido pelos demais integrantes da mesma'", em uma tradução aproximada para o português, visto que o finlandês é um idioma bem exótico e diferente do que estou acostumado a traduzir). De qualquer forma, esse era um sinal promissor de que eu estava no caminho certo para solucionar esse mistério.

A quarta e última foto da galeira chamada "Venäläiset desantit ja pakenijat" era justamente aquela que aparecia nos vídeos sobre a criatura misteriosa (lembrando que a história em si não passa de creepypasta, porém a foto aparentemente era mesmo autêntica)
Pesquisando cada vez mais a fundo descobri que essa mesma foto constava na Wikipedia, porém não havia o nome do autor da foto, e mais nenhum outro detalhe, exceto basicamente a mesma descrição anterior (na tradução foi mencionado que uma patrulha de reconhecimento inimiga havia tido sua linha de abastecimento cortada, e havia matado alguns membros, que posteriormente foram devorados por eles). Além disso, havia uma data: 15 de dezembro de 1942.

A parte mais importante, no entanto, é que a própria Wikipedia ressaltava, que aquilo teria sido um ato de canibalismo cometido por seres humanos, não o ataque de uma criatura monstruosa. Contudo, ainda não estava satisfeito. Será que aquela foto mostrava mesmo a pele de um soldado soviético? Será que a foto realmente fazia parte do acervo disponibilizado pelas Forças de Defesa da Finlândia ou teria sido apenas algo sensacionalista promovido por um tabloide?
Pesquisando cada vez mais a fundo descobri que essa mesma foto constava na Wikipedia, porém não havia o nome do autor da foto, e mais nenhum outro detalhe, exceto basicamente a mesma descrição anterior (na tradução foi mencionado que uma patrulha de reconhecimento inimiga havia tido sua linha de abastecimento cortada, e havia matado alguns membros, que posteriormente foram devorados por eles).
Além disso, havia uma data: 15 de dezembro de 1942
Ao acessar um fórum de discussões chamado "Axis History" descobri que, em 2006, tinham sido liberadas apenas cerca de 300 fotos da "Guerra de Inverno" e da "Guerra da Continuação." As fotos tinham sido previamente censuradas por razões políticas, tendo em vista uma possível reação negativa por parte da opinião pública, até um suposto receio de provocar a União Soviética. O material continha provas visuais sobre partidários soviéticos destruindo e queimando aldeias finlandesas. Também continham supostas evidências visuais de que teria havido canibalismo durante a "Guerra de Inverno", visto que as divisões soviéticas, cercadas pelas tropas finlandesas, viram seus provisões se esgotarem. Como resultado, os camaradas soviéticos teriam começado a comer seus companheiros de guerra. Mais uma vez a possibilidade de ser "tão somente" canibalismo estava sendo apontada. Nada de criaturas misteriosas.

Foi dessa forma, que me deparei com o site de um dos maiores jornais da Finlândia, o Helsingin Sanomat, que em 19 de novembro de 2006, publicou a seguinte informação: "O primeiro envelope contém imagens de uma aldeia na Lapônia finlandesa, que foi destruída por partidários soviéticos, que atravessaram a fronteira. Os corpos seminus de mulheres e crianças finlandesas estavam espalhados no chão, seus cadáveres parcialmente decompostos. O corpo de um garoto de cabelos curtos, com cerca de cinco anos de idade, é levado para a traseira de um caminhão. Um soldado finlandês segura o cadáver queimado e enegrecido de um bebê em seus braços.

Foi dessa forma, que me deparei com o site de um dos maiores jornais da Finlândia, o Helsingin Sanomat, que em 19 de novembro de 2006, publicou sobre as tais 300 fotos que tinham sido liberadas pelas Forças de Defesa da Finlândia
Outro envelope revelava imagens de canibalismo. As tropas russas, cercadas por finlandeses e sem esperança de alívio, começaram a comer seus mortos. Um terceiro envelope continha imagens bem ilustrativas de execuções. Um infiltrado russo, que ficou preso atrás das linhas finlandesas, ri e sorri para a câmera enquanto um oficial finlandês levanta uma pistola para executá-lo. 

A caixa de papelão, que contém esses envelopes, está repleta de imagens horríveis da Guerra do Inverno (1939-40) e da Guerra de Continuação (1941-44). A caixa foi armazenada juntamente com inúmeras pastas de plástico, em um cofre nos arquivos de fotos das Forças de Defesa da Finlândia, na guarnição de Santahamina, em Helsinque.

"A caixa de papelão, que contém esses envelopes, está repleta de imagens horríveis da Guerra do Inverno (1939-40) e da Guerra de Continuação (1941-44). A caixa foi armazenada juntamente com inúmeras pastas de plástico, em um cofre nos arquivos de fotos das Forças de Defesa da Finlândia, na guarnição de Santahamina, em Helsinque", dizia o artigo do Helsingin Sanomat
Nem todas as fotografias são aterrorizantes, mas foram mantidas longe dos olhos da opinião pública por razões políticas. Outras foram encaminhados para a caixa "classificada", e foram respeitados os sentimentos dos parentes daqueles que foram mostrados, e que pediram que as fotos fossem mantidas fora do alcance do público. Existem cerca de 300 imagens na caixa. Juntamente com elas está o documento detalhando a decisão da FDF (sigla para "Forças de Defesa da Finlândia") de reter as imagens. Essa decisão, datada mais recentemente de 1981, expira hoje, domingo 19 de novembro de 2006."

Até aquele presente momento, apenas os historiadores e pesquisadores tinham recebido um acesso limitado as tais imagens. As mesmas não tinham sido disponibilizadas para particulares ou para serem publicadas pela imprensa, salvo em certos casos excepcionais cuidadosamente analisados. De qualquer forma, em 1999, havia sido promulgado o chamado "Act on the Openness of Government Activities" ("Lei de Abertura das Atividades do Governo", em português), ou seja, tais fotos podiam ser perfeitamente desclassificadas.

e qualquer forma, em 1999, havia sido promulgado o chamado "Act on the Openness of Government Activities" ("Lei de Abertura das Atividades do Governo", em português), ou seja, tais fotos podiam ser perfeitamente desclassificadas.
Assim sendo, conforme sabemos, cerca de 7 anos depois, em 2013, o governo finlandês anunciou o acesso online e gratuito do gigantesco acervo de 160.000 fotografias, que estava em poder deles.

No decorrer da minha pesquisa acabei me deparando com mais três outros sites: uma página do site do tabloide finlandês "Ilta-Sanomat", outra do blog "Kypsien Heppujen PuuhaNurkka" e mais uma do site de compartilhamento de imagens chamado "Aijaa.com." Assim sendo, encontrei mais duas fotos, que teriam sido tiradas na mesma ocasião, que aquela da suposta "pele de um soldado soviético."
No decorrer da minha pesquisa acabei me deparando com alguns outros sites, o primeiro foi um site de compartilhamento de imagens chamado "Aijaa.com, onde era possível encontrar ao menos uma foto nova (à direita, clique aqui para vê-la sem edição)
Um outro site foi o blog "Kypsien Heppujen PuuhaNurkka", que apresentava mais uma foto daquele mesmo local
(clique aqui para vê-la sem edições)
Assim sendo, encontrei mais duas fotos, que teriam sido tiradas na mesma ocasião,
que essa da suposta "pele de um soldado soviético."
Entretanto, as informações obtidas a partir de uma das novas imagens (que felizmente também encontrei no acervo das Forças de Defesa da Finlândia), e talvez a mais reveladora delas, contradiziam levemente essa versão, a começar pela data em que a foto havia sido tirada: no dia 6 de novembro de 1942, cerca de um mês antes do que se sabia anteriormente.

Terceira foto encontrada do mesmo local mostrando a suposta "pele de um soldado soviético" pendurada em uma árvore
(para ver essa imagem sem cortes, clique aqui)
Felizmente também encontrei uma das fotos no acervo das Forças de Defesa da Finlândia
A nova versão dizia que um grupo de seis pessoas havia sido interceptado em Seesjärvi, e pelo menos dois integrantes desse grupo tinham morrido. Os quatro integrantes que restaram, composto por dois soldados ucranianos e dois saqueadores finlandeses conseguiram fugir e se esconderam na Finlândia por cerca de dois meses. Eventualmente, um soldado ucraniano quebrou a perna. Nesse ponto, um dos integrantes, que estava faminto atirou no mesmo, e todos teriam comido o soldado.

O grupo, agora com apenas três pessoas, teria tentado voltar, mas o lago Seesjärvi estava lamacento e não dava para cruzá-lo sem um barco. A fome novamente se apoderou do grupo e mais um ucraniano teria sido sacrificado. Nesse ponto, o tiro disparado chamou a atenção de uma patrulha finlandesa, que estava próxima e, ao investigar a origem do som, a patrulha se deparou com os homens devorando um ser humano.

A nova versão dizia que um grupo de seis pessoas havia sido interceptado em Seesjärvi, e pelo menos dois integrantes desse grupo tinham morrido. Os quatro integrantes que restaram, composto por dois soldados ucranianos e dois saqueadores finlandeses conseguiram fugir e se esconderam na Finlândia por cerca de dois meses
O maior problema, no entanto, é que não há nenhuma informação oficial disponível sobre o que teria acontecido com os canibais após a captura dos mesmos. De acordo com uma versão,  eles teriam sido condenados à morte, mas não há nada que oficialmente corrobore com isso. Entre 1939 e 1946 teria havido cerca de 681 execuções na Finlândia, sendo confirmado oficialmente apenas 528 e a absoluta maioria por espionagem. Há quem diga, que os mesmos teriam sido executados sem passar pelos protocolos oficiais, mas isso ainda persiste no campo da especulação. Aliás, todas essas informações que acabei de escrever também constam no livro "Tuntemattomien sotilaiden albumi", dos autores Olli Kleemola, Aake Kinnunen e Virpi Kivioja, que foi lançado em 2014.

Resumindo? Até aquele presente momento eu havia conseguido encontrar três fotos supostamente tiradas na mesma ocasião, porém as descrições apontavam duas datas diferentes (embora ambas as datas pertencessem ao mesmo ano de 1942). Apesar de haver uma indicação, que pudesse ser mesmo a "pele de um ser humano", nada indicava que tivesse sido realmente de um soldado soviético, mas de um ucraniano ou no máximo de um finlandês simpatizante com a causa comunista.

Aliás, todas essas informações que acabei de escrever também constam no livro "Tuntemattomien sotilaiden albumi" (na imagem acima), dos autores Olli Kleemola, Aake Kinnunen e Virpi Kivioja, que foi lançado em 2014
Assim sendo, visto que estava cada vez mais complicado pesquisar em finlandês e fornecer uma tradução mais próxima da realidade para vocês, resolvi pedir ajuda para o Janne Ahlberg, responsável pelo site HoaxEye que, além de trabalhar para mostrar a realidade por trás de muitas fotos antigas, e muitas vezes propagadas pela internet como se fossem da chamada "Deep Web", é um finlandês, ou seja, nascido e criado na Finlândia. Quem melhor do que ele para me ajudar a esclarecer esse caso? Portanto, ao conversar com ele no último domingo (11), e ao repassar tudo o que já havia pesquisado, ele me explicou algumas coisas muito importantes, e que obviamente merecem ser destacadas.

Janne inicialmente disse que a foto era aparentemente autêntica e baseada em um trabalho de pesquisa de Olli Kleemola (um conhecido e renomado historiador finlandês especializado em períodos de guerra). Ele e mais alguns colegas entrevistaram um soldado finlandês, que teria estado presente no local. A legenda original alegava que era a pele de um soldado russo, que teria sido comido pelos "próprios membros de sua equipe". No entanto, o Sr. Kleemola se manteve totalmente cético sobre essa alegação, visto que remover a pele de uma pessoa, ainda mais em uma situação de guerra parecia ser algo estranho e arriscado ao mesmo tempo: havia confrontos acontecendo por todas as partes, e as forças inimigas estavam bem próximas do lugar.Assim sendo, ele achava que aquilo era tão somente a uma pele de um cervo.

Janne inicialmente disse que a foto era aparentemente autêntica e baseada em um trabalho de pesquisa de Olli Kleemola (na foto, um conhecido e renomado historiador finlandês especializado em períodos de guerra)
Então, embora parecesse verdade, que um membro do grupo houvesse sido comido (devido aos restos mortais supostamente encontrados no local), ao mesmo tempo soava muito improvável que a foto mostrasse uma pele humana. Além disso, o grupo (conforme havia pesquisado anteriormente) seria composto por quatro membros naquela época (dois desertores finlandeses, e dois ucranianos). Um soldado ucraniano teria sido morto e comido em algum momento da linha do tempo, devido a escassez de alimentos. Logo, aquele corpo (ou o que sobrou dele), que aparece em primeiro plano em uma das fotos, parece ser mesmo real, mas a pele pendurada na árvore é provavelmente de um animal.

Ainda vale muito a pena ressaltar que, acima de tudo, toda essa história também pode ser totalmente ou parcialmente "propaganda de guerra." Havia alegações sobre "canibalismo inimigo" também na mídia finlandesa, durante a guerra, para demonstrar o desespero do inimigo, e ao mesmo elevar a moral dos soldados finlandeses. Além disso, muitas fotos tiradas naquela época tinha esse mesmo objetivo, ou seja, criar todo um cenário ou até mesmo criar histórias ilustradas por tais fotos para demonstrar superioridade ao inimigo (assim como acontece em todas guerras).

Agora, o que se tornou nossa grande descoberta foi encontrar a imagem da "suposta pele" no acervo das Forças de Defesa da Finlândia! Sim, encontramos uma foto no meio de 160.000 outras imagens. A parte curiosa é que ela aparece apenas na versão finlandesa do site. A ironia é que somente ao marcar a opção "päivättömät" (algo como "fotos não datadas", em português), é que essa foto aparece, ou seja, oficialmente não há confirmação de quando a mesma teria sido tirada (se em novembro/dezembro de 1942 ou em alguma outra data. Interessante, não é mesmo? Outro detalhe peculiar é que essa foto em questão teria sido supostamente tirada em Maaselkä, Paasjärvi (na Finlândia), já as outras teriam sido supostamente tiradas em Seesjärvi (ou Lago Segozero, na atual República da Carélia, um território federal da Rússia). Essas localidades são bem distantes entre si!

Sim, encontramos uma foto no meio de 160.000 outras imagens. A parte curiosa é que ela aparece apenas na versão finlandesa do site. A ironia é que somente ao marcar a opção "päivättömät" (algo como "fotos não datadas", em português), é que essa foto aparece, ou seja, oficialmente não há confirmação de quando a mesma teria sido tirada (se em novembro/dezembro de 1942 ou em alguma outra data
O Janne ficou tão entusiasmado com esse verdadeiro quebra-cabeças, que resolveu ir até uma biblioteca, e realmente encontrou essa foto no livro "Tuntemattomien sotilaiden albumi." Para tentar eliminar quaisquer dúvidas sobre a foto, ele me informou que tentaria entrar em contato com o autor e quem sabe esclarecer de vez essa questão. Caso tenhamos alguma outra novidade sobre essa foto, manteremos vocês informados através de uma atualização nessa mesma postagem, combinado?

O que podemos dizer até agora sobre a suposta "foto da pele de um soldado soviético"é que é altamente improvável que seja a pele de um ser humano (muito provavelmente é apenas um cervo), e muito menos provável de pertencer a soldado soviético. Além disso, conforme dissemos anteriormente, não existe e nunca existiu nenhum monstro nas florestas finandelesas. Perceberam como um "pouco de pesquisa" sempre faz bem quando estamos diante de casos supostamente paranormais ou sobrenaturais?

O Janne ficou tão entusiasmado com esse verdadeiro quebra-cabeças, que resolveu ir até uma biblioteca, e realmente encontrou essa foto no livro "Tuntemattomien sotilaiden albumi" (na foto). Para tentar eliminar quaisquer dúvidas sobre a foto, ele me informou que tentaria entrar em contato com o autor e quem sabe esclarecer de vez essa questão.
Por fim, gostaria de mencionar que, ao acessar o site de entretenimento "Rebrn", também pude perceber que desde outubro de 2013, ou seja, bem próximo de quando a creepypasta sobre "uma criatura espreitando as florestas finlandesas" surgiu, essa "historinha" era amplamente questionada.

Esse site também mencionou a possibilidade de "propaganda de guerra", citando uma passagem que teria acontecido quando as forças especiais dos Estados Unidos e a CIA, teriam iniciado uma campanha anticomunista e anti-insurgência nas Filipinas. Eles teriam espalhado o rumor de que havia um vampiro atacando as pessoas, e teriam deixado diversos corpos com feridas no pescoço para aumentar o pânico. Se isso aconteceu ou não, é o que menos importa nesse momento, visto que as mais variadas táticas de guerra já foram amplamente utilizadas ao longo da história. Quem se lembra, por exemplo, dos tanques infláveis, que vistos do alto por forças inimigas pareciam ser verdadeiros?

Talvez esse seja o verdadeiro pavor de uma guerra, visto que a crueldade é justificada perante a suposta intenção de salvar milhares ou milhões de pessoas. No final das contas, não sabemos exatamente os nomes e nem a quantidade daqueles que salvamos, mas carregamos um eterno fado pelas vidas que ceifamos.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://agricola.utu.fi/keskustelu/viewtopic.php?t=4433
http://aijaa.com/xTK04v
http://es.creepypasta.wikia.com/wiki/La_cosa_que_mutilaba
http://keskustelu.suomi24.fi/t/9315005/lipposen-evira-valhe-paljastui
http://kyhepunu.blogspot.com.br/2016/01/nosto-sa-kuvista-neuvostoversio.html
http://rarehistoricalphotos.com/category/finland/
http://rebrn.com/re/russian-and-finnish-war-799322/
http://sa-kuva.fi/neo?tem=webneoeng
http://www.iltalehti.fi/kuvagalleria/data/yleinen/546/4.shtml
http://www.is.fi/kotimaa/art-2000001065445.html
http://www.is.fi/kotimaa/art-2000005011358.html
http://www.matkaviljanen.fi/sotahistoriaa.htm
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Maaselk%C3%A4_cannibalism.jpg
https://forum.axishistory.com//viewtopic.php?t=111418&start=30
https://web.archive.org/web/20061124070749/http://www.hs.fi/kuvakoosteframe/1135223079631/
https://web.archive.org/web/20061209044241/http://www.iltalehti.fi:80/uutiset/200611215391382_uu.shtml
https://web.archive.org/web/20061216201947/http://www.hs.fi/english/article/Too+awful+an+image+of+war/1135223124092/
https://web.archive.org/web/20071020032854/https://suomenkuvalehti.fi/sk-netti/uutiset-ja-politiikka/kotimaa/alaston-kuva-sodasta.aspx
https://web.archive.org/web/20071214064924/http://www.suomenkuvalehti.fi/sk-netti/kuvagalleriat/alaston-kuva-sodasta/default.aspx?sivu=1
https://web.archive.org/web/20090727064454/http://nocandoo.servebeer.com:80/temp/suomisodassa/suomisodassa.htm
https://www.reddit.com/r/MorbidReality/comments/1xfeey/finnish_soldiers_displaying_the_cannibalised/
https://www.reddit.com/r/creepy/comments/1ota34/russian_and_finnish_war/
https://www.riemurasia.net/kuva/Maaselka-1942/141438
https://www.theatlantic.com/photo/2013/05/finland-in-world-war-ii/100519/

Dissolvendo os Mortos: Conheça o Estranho e Polêmico Método que Pretende Acabar com os Enterros e as Cremações no Mundo!

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Por Marco Faustino

Nesse feriado de Corpus Christi resolvi trazer um assunto ao conhecimento de vocês, que provavelmente vocês nunca ouviram falar e que, na verdade, era para eu ter comentado sobre isso no fim do mês passado, porém em razão de inúmeros fatores, isso não foi possível. Vale ressaltar nesse ponto, que Corpus Christi significa Corpo de Cristo. É uma festa religiosa da Igreja Católica, que tem por objetivo celebrar o mistério da Eucaristia, basicamente o sacramento do corpo de Jesus Cristo. Assim sendo, as festividades de Corpus Christi acontecem sempre 60 dias após do Domingo de Páscoa ou na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, em alusão à quinta-feira santa, quando Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia. Durante as festividades são celebradas missas e as ruas são enfeitadas com extensos tapetes de areia colorida para a passagem da procissão, que geralmente é conduzida pelo bispo, ou pelo pároco da Igreja, o Santíssimo Sacramento, que é acompanhada por multidões de fiéis em praticamente toda e qualquer cidade do nosso país. Aliás, o assunto que abordaremos nessa postagem também mexe um pouco com a religião, principalmente a católica, cuja razão você descobrirá ao longo da mesma.

Para muitas pessoas e sociedades ao redor do mundo, a morte continua sendo uma espécie de tabu. Lembro que em 1º de abril desse ano, publiquei uma matéria sobre a Índia, onde existe uma situação muito peculiar, visto que os crematórios são predominantemente administrados por homens. Vocês podem até pensar que não haja nenhum interesse de mulheres nesse trabalho ou que por exigir um esforço físico maior nessa profissão, por assim dizer, não tenha muita preferência entre as mulheres. A questão, no entanto, vai muito além disso, visto que as mulheres não são, digamos, "bem-vindas" dentro dos crematórios. A razão para isso? Bem, a absoluta maioria das pessoas, principalmente homens, dizem que as mulheres são mais facilmente possuídas por espíritos dos mortos, que vagam por até 10 dias em nosso plano, do que homens. Muitos acreditam que os espíritos mais perturbados possuem uma maior atração por mulheres do que pelos homens, porque simplesmente as mulheres menstruam (leia mais: As Mulheres São Mais Facilmente Possuídas? Os Medos e as Ameaças Contra Mulheres Responsáveis Por Crematórios, na Índia!). Parece surreal, mas o tabu em relação a morte e como proceder perante a mesma, ainda é dilema constante na vida de centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Apesar de certa forma parecer irrelevante para a absoluta maioria das pessoas, ao longo das últimas décadas, as pessoas que enfrentavam a perda de um ente querido e precisavam organizar um funeral, se deparavam com duas escolhas relativamente simples, mas que girava em torno de preceitos morais, religiosos, filosóficos ou até mesmo diante das condições financeiras disponíveis, ou seja, os ente queridos eram enterrados ou então cremados. Contudo, em algumas regiões dos Estados Unidos e do Canadá, uma terceira opção já está disponível: a dissolução dos corpos em uma solução alcalina. Sim, exatamente isso que você leu. Seu nome técnico é "hidrólise alcalina", porém devido a estranheza e polêmica em relação ao método, o mesmo vem sendo comercializado como "cremação verde." Como base para explicar melhor essa história para vocês, iremos utilizar uma interessante matéria publicada recentemente pela BBC, e que foi praticamente desprezada pelos principais veículos de imprensa brasileiros. Vamos saber mais sobre esse assunto?

A Despedida de um Homem Chamado Robert Klink: A Difícil Escolha Sobre o Último Adeus


Robert J. Klink sempre passou a vida próximo a água. Durante sua infância e adolescência, na década de 1950, seus pais tinham uma cabana no Lago South Long, no estado norte-americano do Minnesota, a chamada "Terra dos 10.000 lagos". Ele aprendeu a pescar e caçar bem perto das margens do lago, e isso acabou se tornando uma paixão ao longo de sua vida.

Por muitos anos, ele e sua segunda esposa, Judi Olmsted, mantiveram algumas pequenas lanchas cruzando o Rio Saint Croix. Robert gostava de pescar e de atirar em patos, que ele preparava para servir como refeição.

Robert J. Klink sempre passou a vida próximo a água. Durante sua infância e adolescência, na década de 1950, seus pais tinham uma cabana no Lago South Long, no estado norte-americano do Minnesota, a chamada "Terra dos 10.000 lagos"
Por muitos anos, ele e sua segunda esposa, Judi Olmsted, mantiveram algumas pequenas lanchas cruzando o Rio Saint Croix. Robert gostava de pescar e de atirar em patos, que ele preparava para servir como refeição
Pouco antes da morte de Robert, em março desse ano, devido a um câncer de cólon e fígado, Judi Olmsted foi até uma funerária local chamada "Bradshaw Celebration of Life Center" ("Centro Bradshaw de Celebração da Vida", em português), na cidade de Stillwater. Judi disse aos funcionários da funerária, que o marido desejava ser cremado, quando chegasse o derradeiro momento.

Entretanto, ela ficou surpresa ao saber que a funerária Bradshaw oferecia dois tipos de cremação: o que todo mundo conhece, "envolvendo fogo", e um algo novo, que "envolvia água". Um panfleto explicava que essa "alternativa leve e ecológica em relação a cremação à base de chamas" usava uma solução alcalina feita com hidróxido de potássio para reduzir o corpo apenas ao esqueleto.

"No começo fiquei pensando: 'Bem, não tenho certeza disso'. Porém quanto mais eu pensava sobre isso, mais acreditava que era o melhor caminho a ser seguido", disse Judi Olmsted.

Entretanto, ela ficou surpresa ao saber que a funerária Bradshaw oferecia dois tipos de cremação: o que todo mundo conhece, "envolvendo fogo", e um algo novo, que "envolvia água"
Quando somos enterrados, requisitamos ao nosso planeta os últimos recursos dos quais precisamos: madeira para um caixão, algodão para o forro, e pedra para uma lápide. Nos Estados Unidos, os túmulos geralmente são revestidos com concreto ou então o caixão é colocado em um jazigo de metal ou concreto, que não se decompõe. Contudo, a cremação também tem um custo ambiental. Para queimar um único corpo, um forno crematório gera calor suficiente para aquecer uma casa no período de inverno, durante uma semana, até mesmo no gélido Estado do Minnesota.

Curiosamente, a funerária Bradshaw era apenas uma das 14 casas funerárias ao redor do mundo, que oferecer essa opção "verde", visto que a hidrólise alcalina é considerada muito mais ecológica do que a cremação convencional. Aliás, a funerária oferece ambos os serviços pelo mesmo valor, e dizem que o novo tipo de cremação se provou ser um sucesso inesperado. Dos clientes que optam por não serem enterrados (cerca de metade do total de clientes), aproximadamente 80% optam pela hidrólise alcalina. De qualquer forma, os benefícios ambientais podem não ser os únicos fatores que influenciam na decisão desses clientes.

Ao escolher pela "cremação verde", Judi Olmsted estava atenta ao amor pela vida por parte do Robert e, dessa forma., percebeu, no método à base de água, uma espécie de eco do batismo infantil, algo que ela achava tocante. O memorial de Robert foi realizado nos arredores de St. Paul, a capital e a segunda cidade mais populosa do Estado do Minnesota, na Igreja Luterana de Santo André, um local onde casal frequentou durante anos. A urna que continha os ossos em pó ficou em uma mesa ao lado de flores, fotos e, inclusive, um pato de madeira.

O memorial de Robert foi realizado nos arredores de St. Paul, a capital e a segunda cidade mais populosa do Estado do Minnesota, na Igreja Luterana de Santo André, um local onde casal frequentou durante anos
A urna que continha os ossos em pó ficou em uma mesa ao lado de flores, fotos e, inclusive, um pato de madeira
Anne Christ, uma das diretoras da funerária, explicou alguns outros motivos pelos quais as pessoas estavam optando pela hidrólise alcalina. Ela disse que algumas pessoas que procuravam a funerária possuíam uma "mentalidade muito científica" e, é claro, estavam interessadas no aspecto ambiental. Porém, a emoção era o que realmente pesava na decisão. A maioria das pessoas acreditava que a água era um elemento bem menos agressivo e gentil do que o fogo.

Ironicamente, ao ser questionada se dissolver um corpo em produtos químicos seria realmente mais agradável do que queimá-lo ou o que as pessoas realmente pensavam sobre o que acontecia durante esse processo, Anne disse que uma parcela dos clientes não queriam saber como acontecia e, ao mesmo tempo, respondeu a pergunta esboçando um leve sorriso no rosto.

Conheça o Equipamento Onde Ocorre o Processo de Hidrólise Alcalina: O Envolvimento Emocional dos Familiares


O "Centro Bradshaw de Celebração da Vida"é uma espécie de "bangalô" alongado, cercado por prados e bosques de árvores delgadas. Descrito como "estilo pradaria", o local foi projetado por um ex-aluno de Frank Lloyd Wright, um famoso arquiteto norte-americano, que faleceu em 1959. O equipamento de hidrólise alcalina está localizado no porão. Foi instalado há cinco anos a um custo (juntamente com as chamadas "salas de exibição") de cerca de US$ 750.000 (aproximadamente R$ 2,5 milhões, considerando a cotação atual).

O "Centro Bradshaw de Celebração da Vida"é uma espécie de "bangalô" alongado, cercado por prados e bosques de árvores delgadas. Descrito como "estilo pradaria", o local foi projetado por um ex-aluno de Frank Lloyd Wright, um famoso arquiteto norte-americano, que faleceu em 1959
"Poderíamos ter feito tudo isso custando bem menos. Percebemos que ao sermos um dos primeiros nesse campo, e um dos primeiros no país, tivemos que investir bem mais", disse Jason Bradshaw, responsável por administrar a funerária.

"Temos passeios organizados por diversos grupos, assim como de pessoas provenientes de clínicas de tratamento para doentes terminais e de igrejas. Recebemos pessoas que querem apenas ver o equipamento, porque é algo novo", completou.

"Poderíamos ter feito tudo isso custando bem menos. Percebemos que ao sermos um dos primeiros nesse campo, e um dos primeiros no país, tivemos que investir bem mais", disse Jason Bradshaw, responsável por administrar a funerária.
No porão existe uma sala circular, e uma espécie de pequena cascata jorrando água, cujo som se torna muito agradável aos ouvidos. A parede de cor ocre contém uma janela do chão até teto, que possui uma visão para uma outra sala, e que por sua vez possui portas de correr de madeira do outro lado do vidro. Ao abrir a porta, é possível ver o equipamento de hidrólise alcalina: uma caixa de aço retangular com 1,8 metros de altura por 1,2 metros de largura, e cerca de 3 metros de comprimento.

Essa verdadeira máquina possui uma enorme porta circular cobrindo quase toda a sua largura, sendo bem semelhante a um cofre ou até mesmo submarino (na verdade, essas mesmas portas são utilizadas em submarinos, embora o fabricante aponte uma diferença bem crucial: as escotilhas submarinas também são projetadas para serem abertas por dentro). Aliás, a aparência industrial da máquina acaba gerando uma visão meio sombria, o que leva pensar que tipo de pessoa escolheria assistir seu parente ou amigo sendo colocado na máquina, que é conhecida como um "digestor de tecidos."

No porão existe uma sala circular, e uma espécie de pequena cascata jorrando água, cujo som se torna muito agradável aos ouvidos. A parede de cor ocre contém uma janela do chão até teto, que possui uma visão para uma outra sala, e que por sua vez possui portas de correr de madeira do outro lado do vidro
Ao abrir a porta, é possível ver o equipamento de hidrólise alcalina: uma caixa de aço retangular com 1,8 metros de altura por 1,2 metros de largura, e cerca de 3 metros de comprimento
Essa verdadeira máquina possui uma enorme porta circular cobrindo quase toda a sua largura, sendo bem semelhante a um cofre ou até mesmo submarino (na verdade, essas mesmas portas são utilizadas em submarinos, embora o fabricante aponte uma diferença bem crucial: as escotilhas submarinas também são projetadas para serem abertas por dentro)
Durante a realização da matéria, William Kremer assistiu ao Jason e ao seu colega, David Haroldsen, passando com um cadáver pela porta. O corpo não teve sua identidade revelada e estava completamente coberto por um pano preto que, Jason e David, usando luvas cirúrgicas azuis, delicadamente o encaixou entre as bordas de uma bandeja de aço. Então, eles abriram a "escotilha", ergueram o corpo, e o deslizou para dentro da máquina.

Durante a realização da matéria, William Kremer assistiu ao Jason e ao seu colega, David Haroldsen,
passando com um cadáver pela porta
O corpo não teve sua identidade revelada e estava completamente coberto por um pano preto que, Jason e David, usando luvas cirúrgicas azuis, delicadamente o encaixou entre as bordas de uma bandeja de aço
Então, eles abriram a "escotilha", ergueram o corpo, e o deslizou para dentro da máquina
Aliás, bem do lado da máquina existe uma tela de computador com quatro botões identificados por "Destravar", "Teste", "Ciclo" e "Travar." Assim sendo, Jason pressionou o botão "Ciclo", fazendo com que a máquina emitisse um sinal sonoro duas vezes, sendo possível ouvir uma espécie de leve assobio. Imediatamente, a máquina começou a se encher com água.

Tela computadorizada de uma máquina da empresa "Resomation Ltd"
Jason Bradshaw, que possui licenciatura em Biologia e Química, explicou que a máquina pesa cada corpo, e calcula automaticamente a quantidade de água e hidróxido de potássio que deve ser adicionado. Ele disse que a medida consiste em aproximadamente 30 quilos do produto para 270 quilos de água (uma parte de hidróxido de potássio para nove partes de água). A poderosa solução alcalina, com um pH aproximado de 14, é aquecida a 152ºC. Porém, uma vez que o "digestor de tecidos"é pressurizado, essa solução não chega a ferver.

"A hidrólise alcalina é o processo natural, que seu corpo passa se você for enterrado. Aqui criamos condições ideais para que isso aconteça muito mais rapidamente", disse Jason.

Jason Bradshaw, que possui licenciatura em Biologia e Química, explicou que a máquina pesa cada corpo, e calcula automaticamente a quantidade de água e hidróxido de potássio que deve ser adicionado
Ele disse que a medida consiste em aproximadamente 30 quilos do produto para 270 quilos de água
(uma parte de hidróxido de potássio para nove partes de água)
A poderosa solução alcalina, com um pH aproximado de 14, é aquecida a 152ºC
Porém, uma vez que o "digestor de tecidos"é pressurizado, essa solução não chega a ferver
Em um cemitério, isso pode demorar décadas, dependendo das condições e da forma com que um corpo seja enterrado. Já na máquina de hidrólise alcalina leva cerca de 90 minutos, embora o "ciclo de enxágue" que se segue, leva mais ou menos o mesmo tempo. Portanto, cerca de três a quatro horas depois, a porta destravou, e Jason se deparou com os ossos úmidos espalhados pela bandeja de metal, juntamente com os implantes médicos, que a pessoa tinha em vida. Nesse caso, em específico, as placas de metal no quadril e os pinos do joelho estavam em perfeito estado.

Os fabricantes do "digestor de tecido" ainda propuseram que, quando mais máquinas estiverem em operação, elas poderiam ser coletadas e doadas para os países em desenvolvimento. De qualquer forma, ao final do processo, o tecido havia se dissolvido totalmente em meio a solução, que foi drenada para um tanque separado, escondido dos olhos de quem assiste a "cremação líquida."

Acompanhe um vídeo realizado pela revista eletrônica Motherboard, que foi publicado em seu respectivo canal no YouTube, no dia 8 de junho desse ano, justamente sobre esse assunto relacionado a "cremação verde" (em inglês, mas é bem ilustrativo). O vídeo mostra Terry Regnier, da Clínica Mayo (que iremos comentar daqui a pouco) falando sobre todo esse processo:



Alternativamente, acompanhe esse outro vídeo, que é uma espécie de animação 3D, mostrando todo o funcionamento do processo relativo a hidrólise alcalina, que foi publicado por um canal de terceiros, no YouTube, em 2011:



"Parece um chá ou uma cerveja. Você consegue ver através do mesmo. É algo composto de sais e açúcares. Tem um pouco de cheiro de sabão, o que não é desagradável, mas é bem peculiar", disse Jason. Além disso, o local onde a máquina se encontra tem um aroma semelhante a um lugar, que tenha passado por uma limpeza a seco.

O nível de pH do efluente é testado e, se necessário, ajustado. Em seguida, o líquido é liberado pelo dreno. É uma mistura estéril de aminoácidos e péptidos, sem nenhuma presença de DNA humano. No entanto, essa mistura de tecido dissolvido como um subproduto de resíduos e seu posterior descarte através do esgoto, é justamente a parte da hidrólise alcalina que mais incomoda as pessoas.

Jason Bradshaw tem a possibilidade de secar os ossos lentamente (em uma espécie de gabinete especial) ou rapidamente (em uma bandeja colocada dentro de uma máquina doméstica de secar roupas)
Jason Bradshaw tem a possibilidade de secar os ossos lentamente (em uma espécie de gabinete especial) ou rapidamente (em uma bandeja colocada dentro de uma máquina doméstica de secar roupas). Sim, exatamente isso que você leu. Segundo David, essa última opção costuma funcionar melhor. Em seguida, os ossos são colocados em uma máquina chamada de "cremulador", que os pulveriza, e resulta em um pó bem grosso.

Curiosamente, ela é exatamente a mesma máquina utilizada após uma cremação normal e, assim como geralmente ocorre, a palavra "cinzas"é considerado um termo incorreto. A diferença é que o pó resultante é mais fino e mais branco, parecido com a farinha, sendo que a quantidade é 30% maior do que em uma cremação convencional.

A máquina utilizar para moer os ossos é exatamente a mesma máquina utilizada após uma cremação normal e, assim como geralmente ocorre, a palavra "cinzas"é considerado um termo incorreto
Para fins estatísticos, até aquele momento, o "digestor de tecidos" de Bradshaw processou cerca de 1.100 corpos, cerca de um por dia. A máquina foi fabricada no Reino Unido por uma empresa chamada Resomation Ltd, que planeja instalar uma máquina idêntica na cidade de Sandwell, que fica localizada próxima de Birmingham, na Inglaterra, no final deste ano.

A diferença é que o pó resultante é mais fino e mais branco, parecido com a farinha, sendo que a quantidade é 30% maior do que em uma cremação convencional
"Algumas vezes, as famílias querem ajudar a operar o digestor de tecido. Costumamos ter famílias que querem ajudar a colocar o corpo na máquina ou então pressionar o botão 'Ciclo' para iniciar o processo em si", disse Jason Bradshaw.

"Algumas pessoas olhariam para isso e diriam 'Por que você gostaria de se envolver nisso?' Já outras diriam 'Essa foi a última coisa que pude fazer pela minha mãe ou pelo meu pai", continuou.

"Estive aqui quando recebemos três irmãos, todos em pé ao lado da máquina, e todos pressionaram juntos o botão para iniciar o processo. E eu meio que penso nisso, porque se ficamos todos parados em um cemitério, e todos querem pegar a primeira pá de terra para jogar no túmulo, isso é uma espécie de libertação, em deixarmos que o ente querido se vá", completou.

Os Rastros Deixados Pela Morte: Quanto a Morte de uma Pessoa Pode Custar ao Planeta?


De acordo com a matéria da BBC, em todo o mundo, cerca de 150.000 pessoas morrem diariamente, e o número está aumentando à medida que a população mundial também aumenta. Atualmente, existem 7,5 bilhões de seres humanos na Terra, mas, no final do século, acredita-se que haverá mais de 11 bilhões de pessoas. Em alguns países, o espaço para as sepulturas está simplesmente acabando.

No Reino Unido, estima-se que a metade dos cemitérios estarão completamente lotados nos próximos 20 anos. Em alguns locais de Londres, não é mais oferecido o serviço funerário relacionado a sepultamentos, e a cidade começou a reutilizar os espaços afundando os corpos existentes, e colocando novos corpos acima dos mesmos. A utilização da terra para sepultamentos e a manutenção constante gera um impacto ambiental. Além disso, um enterro consome muitos recursos naturais.

De acordo com a matéria da BBC, em todo o mundo, cerca de 150.000 pessoas morrem diariamente, e o número está aumentando à medida que a população mundial também aumenta
Atualmente, existem 7,5 bilhões de seres humanos na Terra, mas, no final do século, acredita-se que haverá mais de 11 bilhões de pessoas. Em alguns países, o espaço para as sepulturas está simplesmente acabando.
Os ativistas costumam dizer que os jazigos norte-americanos para abrigar caixões utilizam mais de 1,6 milhão de toneladas de concreto e 14 mil toneladas de aço por ano. Quanto à cremação, estima-se que uma cremação convencional resulte ao equivalente a 320 kg de dióxido de carbono. A menos que sejam tomadas medidas especiais, também são liberadas toxinas perigosas, em especial o mercúrio, proveniente de preenchimentos dentários, tais como obturações ou restaurações. Esse mesmo mercúrio retorna ao solo na forma chuva, e acaba se acumulando na cadeia alimentar aquática.

Agora, como poderíamos comparar a hidrólise alcalina, do ponto de vista ambiental? Bem, de acordo com a pesquisadora holandesa Elisabeth Keijzer, que realizou dois estudos para a Organização Holandesa para Pesquisa Aplicada (SIA), sendo que os estudos foram encomendados por uma rede de funerárias chamada "Yarden", o método da hidrólise alcalina é muito melhor ambientalmente falando. Os dois relatórios publicados, em 2011 e 2014, perfazem uma leitura fascinante e ao mesmo tempo macabra, principalmente para aqueles que não estão acostumados com o tema.

De acordo com a pesquisadora holandesa Elisabeth Keijzer (na foto), que realizou dois estudos para a Organização Holandesa para Pesquisa Aplicada (SIA), sendo que os estudos foram encomendados por uma rede de funerárias chamada "Yarden", o método da hidrólise alcalina é muito melhor ambientalmente falando
A pesquisadora separou o enterro, a cremação e a hidrólise alcalina em dezenas de etapas, avaliando-as em comparação com 18 padrões de impacto ambiental, tais como: esgotamento do ozônio, a ecotoxicidade marinha e as mudanças climáticas. Em 17 dessas categorias, a hidrólise alcalina se saiu melhor. A cremação foi considerada a pior na maioria das categorias (cerca de 10 categorias), porém o enterro foi considerado o que gerava o maior impacto ambiental em termos gerais. A hidrólise alcalina, por exemplo, resultou em uma emissão 7 vezes menor de dióxido de carbono do que a cremação convencional.

Para simplificar e resumir os resultados apresentados, Keijzer e seus colegas calcularam um "preço sombrio" para cada método, ou seja, a menor quantidade de dinheiro possível, ao menos em tese, que custaria para compensar o impacto ambiental ou evitá-lo. Em relação ao enterro, o custo líquido foi de € 63,66 euros (cerca R$ 240) de por corpo. Para a cremação, foi de € 48,47 (cerca de R$ 175). Já hidrólise alcalina, foi de apenas € 2,59 (cerca de R$ 10).

Para simplificar e resumir os resultados apresentados, Keijzer e seus colegas calcularam um "preço sombrio" para cada método, ou seja, a menor quantidade de dinheiro possível, ao menos em tese, que custaria para compensar o impacto ambiental ou evitá-lo
Por mais que o estudo de Keijzer desse uma espécie de aval mais ressonante às credenciais ecológicas da hidrólise alcalina do que alguns estudos anteriores, o mesmo fazia suposições sobre os enterros e as cremações convencionais, que não eram válidas para todos os países do mundo. Havia pouquíssima menção à poluição gerada pelo mercúrio em detrimento da cremação convencional. Na Holanda, por exemplo, o mercúrio é rotineiramente capturado a partir da atmosfera ao serem utilizados modernos e caros equipamentos de filtragem do ar, algo que não acontece na América do Norte. Por outro lado, o estudo partiu da premissa, que uma cremação convencional envolvia queimar o corpo em um caixão, algo que é comum na Holanda e no Reino Unido, mas não se aplicava, por exemplo, aos Estados Unidos.

É importante ressaltar, que em alguns estados norte-americanos, incluindo o Minnesota, um caixão é alugado para exibir um corpo antes de ser enviado para a cremação, algo que é intrínseco em relação a hidrólise alcalina. Isso é significativo, porque cerca do total do "preço sombrio" da cremação convencional, cerca de € 28,89 (aproximadamente R$ 105), está relacionado ao custo ambiental do caixão. Surpreendentemente, desses € 28,89, cerca de € 21 (aproximadamente R$ 75) está relacionado apenas ao revestimento de algodão, que normalmente é utilizado. Keijzer também não mediu o impacto ambiental do chamado "enterro natural", onde um corpo é enrolado em um pano e enterrado sem uma lápide.

É importante ressaltar, que em alguns estados norte-americanos, incluindo o Minnesota, um caixão é alugado para exibir um corpo antes de ser enviado para a cremação, algo que é intrínseco em relação a hidrólise alcalina
Evidentemente, existem outras ressalvas a serem feitas. De acordo com Keijzer, quando você observa o rastro de carbono deixado por uma pessoa ao longo de sua vida, o "descarte do corpo" representa apenas uma pequena fração, entre 10 e 30 milésimos. Ela calculou também, que a cerimônia funerária em si, ou seja, considerando todos os enlutados viajando para o velório, todas as flores cortadas e assim por diante, gera um impacto ambiental aproximadamente 3 vezes maior do que o impacto gerado pelo próprio enterro ou pela cremação convencional.

Apesar dos pesares, Keijzer acabou sugerindo que a "cremação verde" pode ser realmente mais "ecologicamente correta" do que as alternativas mais comuns.

A Esterilização dos Corpos: Os Incidentes Envolvendo Doenças Relacionadas ao Gado, na Inglaterra


Em 2001, as principais emissoras britânicas de TV foram tomadas por imagens perturbadoras de vacas sendo levadas ao abate, empilhadas e incineradas. Foi o pior episódio de febre aftosa (uma doença infecciosa causada por vírus, que atinge animais de cascos bipartidos, como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos) do país e, inconvenientemente, ocorreu antes dos rebanhos britânicos terem se recuperados plenamente de uma epidemia anterior da chamada "doença da vaca louca" (BSE ou encefalopatia espongiforme transmissível). Estima-se que até 2% do gado incinerado estava infectado com BSE, e incinerar os animais a céu aberto era potencialmente perigoso.

"Preferencialmente, você incineraria o gado em um incinerador, que é um ambiente controlado, mas devido a grande quantidade de animais, eles incineravam os mesmos a céu aberto. E, essa atitude, tinha o potencial de espalhar a BSE devido as partículas que sobem para a atmosfera", comentou um bioquímico chamado Sandy Sullivan.

Em 2001, as principais emissoras britânicas de TV foram tomadas por imagens perturbadoras de vacas
sendo levadas ao abate, empilhadas e incineradas
"Preferencialmente, você incineraria o gado em um incinerador, que é um ambiente controlado, mas devido a grande quantidade de animais, eles incineravam os mesmos a céu aberto. E, essa atitude, tinha o potencial de espalhar a BSE devido as partículas que sobem para a atmosfera", comentou um bioquímico chamado Sandy Sullivan
Sandy Sullivan passou cinco anos pressionando a União Europeia para que permitisse um processo, que esterilizasse completamente as carcaças infectadas. A empresa para a qual ele trabalhava, a WR2, havia patenteado um "digestor de tecido de hidrólise alcalina", e já estava usando o equipamento para eliminar os restos mortais de animais de seus laboratórios de pesquisa. No entanto, a hidrólise alcalina acabou não sendo usada para "dissolver o gado europeu infectado com BSE", embora tivesse sido utilizada nos Estados Unidos para eliminar alces e ovelhas infectadas com doenças semelhante

O desenvolvimento que levou aos digestores de tecidos, que acabaram aparecendo nas funerárias, aconteceu alguns anos depois, quando Dean Fisher, diretor do programa de doações anatômicas, na mundialmente conhecida Clínica Mayo, no estado norte-americano do Minnesota, começou a explorar a ideia de usar a hidrólise alcalina para "descartar os cadáveres da clínica." Ele e um colega tiveram a chance de inspecionar uma máquina instalada em um hospital da Flórida, e ficaram impressionados com o que viram.

Sandy Sullivan (na foto) passou cinco anos pressionando a União Europeia para que permitisse um processo, que esterilizasse completamente as carcaças infectadas
"Nós ficamos tipo, 'Nossa, meu Deus, olha só esse resultado final!'", disse Dean Fisher, referindo-se aos ossos puramente brancos, que restaram ao final do processo. No entanto, eles sentiram que a máquina, projetada para processar vários corpos de uma só vez, não possuía a dignidade necessária.

"A máquina era fechada tal como um mexilhão, e não gostamos daquilo. Nós dissemos: 'Vocês podem girar esse cilindro na outra direção? Vocês pode colocar uma cesta ou bandeja nele, com pequenos orifícios, que possam escoar o fluido durante o processo e, depois, todos os ossos, todas as próteses e tudo que houver permanecer na bandeja?' E foi exatamente algo assim, que eles criaram para nós", lembrou.

O novo digestor era um protótipo inicial para o equipamento, que atualmente pertence a funerária Bradshaw, em Stillwater, embora não fosse tão fácil assim de operá-lo. Antes de cada processo, o operador precisava apertar 11 parafusos na escotilha, com a ajuda de uma chave inglesa, tal como um mecânico que precisasse substituir o pneu de um ônibus. Porém, Sandy Sullivan viu o potencial que a tecnologia tinha para ser usada comercialmente em funerárias.

A empresa para a qual ele trabalhava, a WR2, havia patenteado um "digestor de tecido de hidrólise alcalina", e já estava usando o equipamento para eliminar os restos mortais de animais de seus laboratórios de pesquisa
Depois que a WR2 faliu, em 2006, ele criou uma nova empresa, a "Resomation Ltd", enquanto seu ex-presidente executivo, Joe Wilson, criou uma outra empresa, a "Bio-Response Solutions". Portanto, ambos se tornaram a "Pepsi e a Coca-Cola" em termos de hidrólise alcalina.

"Esse é um mercado conservador. Quando você entra com uma nova ideia, sabe como é, soa como se você colocasse um gato entre os pombos, e você não é facilmente aceito", disse Sandy Sullivan.

Foto da máquina e do sistema adotado pela "Bio-Response"
Confira abaixo um vídeo promocional da "Bio-Response Solutions", que foi publicado em um canal de terceiros, no YouTube, em setembro de 2014:



Curiosamente, o mesmo aconteceu com os "pioneiros da cremação", no final do século XIX. No Reino Unido, quando a "Cremation Society" ("Sociedade de Cremação", em português) construiu um crematório na cidade de Woking, em 1879, as pessoas da comunidade protestaram, o que levou o secretário de governo a proibir a prática até o Parlamento aprovar a ideia, e criar uma legislação própria. Conforme a história mostra, os defensores da cremação não precisaram esperar tanto tempo assim.

Em 1884, um conhecido druida galês, um tanto quanto excêntrico, e que se autodenominava William Price, tentou cremar o cadáver do seu filho, que era apenas uma criança, em uma colina da cidade de Llantrisant. Ele foi preso, mas em seu julgamento ele argumentou que nenhuma lei declarava que a cremação era ilegal, algo que o juiz responsável pelo seu caso acabou concordando. William foi absolvido e o crematório de Woking começou a operar no ano seguinte, sem precisar esperar por nenhuma regulamentação.

Curiosamente, o mesmo aconteceu com os "pioneiros da cremação", no final do século XIX. No Reino Unido, quando a "Cremation Society" ("Sociedade de Cremação", em português) construiu um crematório na cidade de Woking (na foto acima), em 1879, as pessoas da comunidade protestaram.
Diversos outros crematórios foram construídos no Reino Unido, antes da Lei de Cremação ser aprovada, em 1902. Então, foram necessárias algumas décadas para a prática se tornar completamente aceita. Foi apenas no final da década de 1960, que as cremações começaram a superar, em número, os enterros, e atualmente ocorrem três cremações para cada enterro. Nos Estados Unidos, por exemplo, o processo foi muito mais lento. Ao longo dos últimos anos, a cremação gradualmente atingiu a paridade com os enterros e, agora, pode finalmente ultrapassá-los.

Ironicamente, todo aquele "vácuo regulatório", que uma vez girou em torno da cremação no Reino Unido, acontece novamente em relação à hidrólise alcalina.

"Estamos torcendo para que eles aprovem uma lei para regulamentá-la, mas isso não está acontecendo. Então vamos instalar um, e forçá-los a aprovar uma legislação primária, que nos permita regularizar a atividade, porque queremos ser regulamentados", disse Sandy Sullivan.

Em 1884, um conhecido druida galês, um tanto quanto excêntrico, e que se autodenominava William Price, tentou cremar o cadáver do seu filho, que era apenas uma criança, em uma colina da cidade de Llantrisant
A chamada "permissão de planejamento" foi concedida para que uma máquina da "Resomation Ltd" fosse instalada no Crematório Rowley Regis, na cidade de Sandwell, em West Midlands, embora a autoridade responsável pelo tratamento de água e esgoto da cidade, ainda não tenha emitido uma autorização para que os efluentes sejam drenados para o esgoto. Sandy Sullivan, no entanto, disse que não espera que haja quaisquer problemas nesse sentido.

O custo de tal máquina é equivalente a, ou um pouco menos, do que o custo do equipamento de filtragem, que certa vez os crematórios no Reino Unido precisaram para se adaptar e reter emissões de mercúrio. Contudo, Harvey Thomas, presidente da Sociedade de Cremação e presidente do conselho da empresa proprietária do Crematório de Woking, disse que o futuro desse modelo de negócio ainda é incerto.

"Se as pessoas que optam pela hidrólise alcalina são as mesmas pessoas que de qualquer forma escolheriam a cremação, não há benefício comercial para o crematório", ressaltou.

Harvey Thomas (na foto), presidente da Sociedade de Cremação e presidente do conselho da empresa proprietária do Crematório de Woking, disse que o futuro desse modelo de negócio ainda é incerto
"Comercialmente falando, tudo o que você está fazendo é deixar de adotar um procedimento e mudar para outro. É necessário considerar que, para ser comercialmente rentável, você precisa de pessoas que anteriormente gostariam de ser enterradas, e que agora optassem pela Resomation", completou.

Ele também observou, que leva apenas hora para incinerar um corpo em um forno crematório, enquanto a máquina de Sullivan, a mais rápida do mercado, demora cerca de três a quatro vezes mais para "dissolver um corpo". Portanto, o lucro em potencial, por dia, é bem inferior.

Por outro lado, por mais que a América do Norte ainda esteja engatinhando em relação as cremações convencionais, quando comparado ao Reino Unido, a mesma está bem mais à frente em relação a hidrólise alcalina. O método já foi aprovado em três províncias canadenses (que representam dois terços da população), e em 14 estados norte-americanos, com mais cinco estados que estão atualmente discutindo a respectiva legislação sobre o tema. No entanto, essa tem sido uma luta árdua.

Por outro lado, por mais que a América do Norte ainda esteja engatinhando em relação as cremações convencionais, quando comparado ao Reino Unido, a mesma está bem mais à frente em relação a hidrólise alcalina
O método já foi aprovado em três províncias canadenses (que representam dois terços da população), e em 14 estados norte-americanos, com mais cinco estados que estão atualmente discutindo a respectiva legislação sobre o tema. No entanto, essa tem sido uma luta árdua
As regulamentações funerárias estaduais são regidas pelo "Conselho de Diretores Funerários e Embalsamadores " de cada estado. De acordo com Joe Wilson, da empresa "Bio-Response", muitas vezes eles são uma rede de "pessoas educadas, porém intolerantes", que não veem nenhum valor em desafiar seus modelos comerciais bem-sucedidos. Além disso, em pelo menos quatro estados, a Igreja Católica tem desempenhado um papel crítico no veto a hidrólise alcalina.

O Fator Desgosto e a Intervenção de Autoridades Religiosas em Relação a Hidrólise Alcalina


"Dissolver corpos em uma cuba de substâncias químicas e derramar o líquido resultante no ralo não é uma maneira respeitosa de eliminar os restos humanos", dizia uma carta da Conferência Católica de Ohio, para a legislatura estadual em 2012. No ano anterior, a Conferência Católica da Califórnia escreveu: "Como católicos, acreditamos que o corpo humano, uma vez vivo e animado por uma alma imortal, possui uma dignidade moral que deve ser honrada."

Palavras semelhantes foram enviadas pela Igreja aos legisladores em Nova York e New Hampshire e, devido a essas intervenções, pelo menos em parte, a hidrólise alcalina não foi permitida em nenhum desses estados norte-americano. Contudo, não é apenas a Igreja Católica que possui essa visão. A coloração dos efluentes, semelhante a cor de um chá, gera um pouco de repulsa em algumas pessoas, sejam elas católicas ou não.

Contudo, não é apenas a Igreja Católica que possui essa visão. A coloração dos efluentes, semelhante a cor de um chá, gera um pouco de repulsa em algumas pessoas, sejam elas católicas ou não
"Isso acaba deixando as pessoas desconfortáveis. Parece que você está tratando a vovó ou qualquer ente querido amado como lixo. Como se você estivesse simplesmente dando uma descarga. Parece desrespeitoso, parece desdenhoso", disse Philip Olson, um filósofo do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virginia, no Estados Unidos.

Entretanto Olson, que já trabalhou como assistente de embalsamamento, observou que, nos processos tradicionais de enterro, cremação e embalsamamento, é feita uma distinção entre o "produto funerário", por exemplo, as famosas "cinzas" e os "resíduos."

"Se você observar o processo de embalsamamento, tudo é drenado do corpo. As vísceras, que por sua vez são extraídas através da aspiração da cavidade do corpo, também são descartadas pelo dreno. E, ao contrário do efluente da hidrólise alcalina, o material contém DNA humano", disse Philip Olson.

Entretanto Olson (na foto), que já trabalhou como assistente de embalsamamento, observou que, nos processos tradicionais de enterro, cremação e embalsamamento, é feita uma distinção entre o "produto funerário", por exemplo, as famosas "cinzas" e os "resíduos."
Dentro da comunidade católica, a ética Irmã Renee Mirkes, membro das Irmãs Franciscanas da Caridade Cristã, de Manitowoc, no estado norte-americano do Wisconsin, apontou algo semelhante.

"O principal ponto de discussão em relação a indignidade com a hidrólise alcalina - especificamente, ao descartar o líquido remanescente pelo dreno - é encontrado de forma semelhante a perda de líquido e gases após o enterro e na cremação, em razão da chuva", escreveu a Irmã Renee Mirkes, no National Bioethics Quarterly, um periódico sobre ética, filosofia e questões teológicas cristãs, em 2008, referindo-se ao processo pelo qual a fumaça de uma cremação retorna ao solo, muitas vezes através de pingos de chuva, que acabam indo parar nas redes pluviais de uma cidade.

Dentro da comunidade católica, a ética Irmã Renee Mirkes (à direita), membro das Irmãs Franciscanas da Caridade Cristã, de Manitowoc, no estado norte-americano do Wisconsin, apontou algo semelhante
Em seu artigo, Mirkes observou que a cremação tinha permanecido efetivamente proibida pela Igreja Católica até 1963, quando o Papa Paulo VI determinou que, por mais que o enterro continuasse sendo o método preferido para "descartar os corpos", a cremação deixou de ser intrinsecamente maligna e os fiéis podiam escolher quando fosse necessário.

Ela argumentou que a posição da Igreja sobre a cremação convencional devia aplicar-se também à "cremação ecológica" (ou "cremação verde), embora tenha sugerido na época, que a questão deveria ser deixada nas mãos bispos, para que os mesmos aconselhassem os fiéis em suas respectivas dioceses.

Em seu artigo, Mirkes observou que a cremação tinha permanecido efetivamente proibida pela Igreja Católica até 1963, quando o Papa Paulo VI determinou que, por mais que o enterro continuasse sendo o método preferido para "descartar os corpos", a cremação deixou de ser intrinsecamente maligna e os fiéis podiam escolher quando fosse necessário
Segundo Philip Olsen, uma das razões pelas quais as atitudes em relação a hidrólise alcalina divergem, é que as pessoas têm diferentes conceitos sobre o que é um "cadáver." Para alguns, um cadáver é primordialmente um objeto sagrado, enquanto que para outros é algo perigoso, que precisa ser selado no subterrâneo, em camadas de aço e concreto. Os verdadeiros fãs de hidrólise alcalina são aqueles do movimento "eco-morte", que veem o corpo como uma fonte potencial de nutrição para plantas e animais.

"O efluente rejeitado produz um fertilizante muito bom", disse Joe Wilson, acrescentando que alguns dos seus clientes veterinários pulverizam-no em seus gramados. Mesmo após "o líquido cor de chá" passar pelo dreno, ele possui um propósito útil. Ele ajuda a alimentar as bactérias nas estações de tratamento de água.

Entretanto, esse não é um aspecto da hidrólise alcalina que você provavelmente veria em qualquer material promocional. Quando a legislação sobre hidrólise alcalina foi discutida em Nova York, algumas pessoas estabeleceram uma relação com um filme distopista chamado "Soylent Green", de 1973, que imaginava um "Estados Unidos futurista", em que cadáveres seriam reciclados como se fossem "biscoitos verdes de altamente energéticos." Outros apelidaram a legislação, que não rendeu frutos, de "Projeto de Lei Hannibal Lecter", uma clara e evidente referência a uma série de romances de Thomas Harris, sobre um assassino em série que devorava suas vítimas.

Quando a legislação sobre hidrólise alcalina foi discutida em Nova York, algumas pessoas estabeleceram uma relação com um filme distopista chamado "Soylent Green", de 1973, que imaginava um "Estados Unidos futurista", em que cadáveres seriam reciclados como se fossem "biscoitos verdes de altamente energéticos."
Para vocês terem uma ideia, algumas funerárias que oferecem o serviço de hidrólise alcalina mantêm uma espécie de silêncio sobre isso, por medo de perturbar a comunidade local onde se encontram. Contudo, pesquisas de mercado descobriram que, embora uma minoria sempre ache a ideia de hidrólise alcalina desagradável, se a mesma for comercializada do jeito certo, talvez sendo chamada de "cremação verde", "biocremação" ou "cremação líquida", uma parcela da população poderá enxergar efetivamente seus benefícios.

Barbara Kemmis, diretora executiva da CANA (Associação de Cremação da América do Norte), relatou uma conversa sobre a hidrólise alcalina com dois delegados em uma recente convenção da "Associação Internacional de Cemitérios, Crematórios e Funerárias", em Nashville, nos Estados Unidos.

"Essa pessoa estava tão assustada com esse assunto, que nem queria ter essa conversa. Já a outra agia como: 'para mim isso é como se fosse um tratamento final de spa'. Nunca tinha ouvido algo assim, mas pensei: 'Fazer o quê, né?' Isso é algo bem pessoal, essa questão do fator de desgosto. O objetivo é ter escolhas, certo?", lembrou.

Barbara Kemmis (à direita), diretora executiva da CANA (Associação de Cremação da América do Norte), em uma recente convenção da "Associação Internacional de Cemitérios, Crematórios e Funerárias", em Nashville, nos Estados Unidos
Jim, o pai de Jason Bradshaw, 73 anos, vem se deparando com muitas mudanças em seus negócios ao longo dos últimos anos, não somente no aumento do número relacionado as cremações e a chegada da hidrólise alcalina, que acabou se mostrando tão popular no "Centro Bradshaw de Celebração da Vida."

"Cerca de cinquenta anos atrás, as pessoas viriam visitar você e diriam: 'Na minha igreja fazemos isso dessa forma'. As pessoas entram hoje e dizem: 'Bem, não temos certeza do que vamos fazer. Podemos realizar a cerimônia em um bar. Podemos realizar em um parque. Bem, não sei, talvez realizemos em uma igreja. Aliás, será que eles nos deixarão servir bebida alcoólica?", lembrou Jim.

Jim (na foto), o pai de Jason Bradshaw, 73 anos, vem se deparando com muitas mudanças em seus negócios ao longo dos últimos anos, não somente no aumento do número relacionado as cremações e a chegada da hidrólise alcalina, que acabou se mostrando tão popular no "Centro Bradshaw de Celebração da Vida."
Surpreendentemente, ele não tomou uma decisão final sobre o que acontecerá com seu próprio corpo depois que ele morrer. Jim não gostava muito da ideia de cremação através do fogo, mas também não tem certeza sobre a tal "cremação verde".

"Me pergunto sobre o que acontece dentro do tanque com a água. Gostaria de ver isso acontecendo. Porém, infelizmente ou talvez felizmente, não posso ver. É muito tentador", completou. Contudo, atualmente, ele prefere apenas a ideia de um enterro natural: nenhum caixão, nenhuma abóbada de aço ou concreto, apenas um cobertor ao seu redor para mantê-lo aquecido.

Bônus! O Futuro não se Limita a Hidrólise Alcalina: Conheça as Sepulturas que São Criadas no Leito do Mar, na Forma de Recifes Artificiais, nos Estados Unidos


Atualmente, existem diversas formas de ser sepultado. Você pode ser colocado em um ovo gigante, ou congelado e chacoalhado até virar partículas de gelo, ou até mesmo dissolvido em produtos produtos químicos (conforme vimos anteriormente). Agora, se alguém estiver procurando por um método mais tranquilo e pacífico, e não sofrer de talassofobia (aversão, repugnância ou medo mórbido, irracional, desproporcional e persistente ao mar), bem, é possível passar a eternidade sendo um recife artificial oceânico.

A Eternal Reefs, uma empresa sediada no estado norte-americano da Flórida, oferece uma opção de sepultamento oceânico, que permite misturar os restos mortais das pessoas em uma cúpula repleta de orifícios chamada "bola de recife", que permanecerá para sempre no leito do mar, se tornando um lar, inclusive, para a vida marinha local.

"Referimos a nós mesmos como o surfe e turfe do movimento do enterro natural", disse George Frankel, presidente-executivo da Eternal Reefs. De acordo com George, o conceito por trás dessa forma de sepultamento está na seguinte questão: "Se eu fosse a Mãe Natureza, de que forma eu gostaria de lidar com essa situação?"

A Eternal Reefs, uma empresa sediada no estado norte-americano da Flórida, oferece uma opção de sepultamento oceânico, que permite misturar os "restos mortais" das pessoas em uma cúpula repleta de orifícios chamada "bola de recife", que permanecerá para sempre no leito do mar, se tornando um lar, inclusive, para a vida marinha local.
Por mais que atualmente o modelo de negócios gire ao redor do "funeral de um ente querido", tudo começou sendo um projeto entre alguns amigos, que gostavam de mergulhar. Os co-fundadores Don Brawley e Todd Barber sabiam que os recifes costeiros da Flórida precisavam de ajuda para evitar que se deteriorassem. Sua solução foi desenvolver recifes artificiais, no formato de bolas, que são fabricados a partir de um concreto especialmente formulado para estimular o crescimento de novos recifes, tendo um efeito mínimo sobre o ambiente existente.

Essas tais "bolas" também tinham que sobreviver à influência violenta das correntes de tempestade subaquáticas, visto que seriam inúteis caso fossem arrastadas. Assim sendo, as mesmas pesam entre 270 e 1.800 quilos! As "bolas" possuem um formato de abóbada com grandes perfurações em toda a superfície. Essas perfurações garantem que a pressão da tempestade não se acumule, e não faça com que as mesmas sejam arrastadas para longe.

As "bolas" possuem um formato de abóbada com grandes perfurações em toda a superfície. Essas perfurações garantem, que a pressão da tempestade não se acumule, e não faça com que as mesmas sejam arrastados para longe.
"Nunca diria que a mãe natureza não pode fazer algo. Contudo, tenho que dizer que, se ela conseguir mover uma dessas bolas, é porque temos problemas maiores em terra do que no oceano", disse George Frankel.

Em 1998, a iniciativa ecológica encontrou um novo propósito após o sogro de Don Brawley, Carleton Palmer, ter dito que gostaria de ser sepultado no mar. "Ele ficou doente e disse que preferiria estar em um recife com toda aquela vida e atividade, do que estar em um campo com um monte de pessoas mortas e velhas", contou George. Após a morte de Palmer, no final daquele mesmo ano, Brawley percebeu que a maneira perfeita de honrar os desejos de seu pai seria misturar suas cinzas com o material da "bola de recife", transformando seus habitats de vida selvagem em uma espécie de memorial permanente. A partir daí, eles começaram a receber mais e mais pedidos de pessoas, que queriam que os seus restos mortais fossem transformados em recife artificiais e, assim, o conceito da Eternal Reefs nasceu.

Hoje, há três pilares em relação ao negócio realizado por Brawley: duas empresas que lidam com projetos de grande escala para a construção de recifes, assim como ajudar a estabelecer uma indústria de pesca sustentável, e a Eternal Reefs, que lida com o sepultamento propriamente dito. Há uma série de iniciativas, que trabalham para reabilitar ou criar novos recifes, mas os memoriais são os únicos que permitem que os restos mortais de uma pessoa façam parte da própria estrutura.

Após a morte de Palmer, no final daquele mesmo ano, Brawley percebeu que a maneira perfeita de honrar os desejos de seu pai seria misturar suas cinzas com o material da "bola de recife", transformando seus habitats de vida selvagem em um memorial permanente
George Frankel disse que considera essa iniciativa, como um passo importante no movimento de "enterro de conservação", para não confundir com o movimento de "enterro verde".

"O enterro verde tem tons de verde. O enterro de conservação é quando alguém se aproveitou de um terreno ecologicamente importante, que provavelmente alguém iria explorar com outros olhos, e se valeu da memorialização para preservar essa terra como um espaço verde permanente. Não há embalsamamento, nem caixões, e nem lápides tradicionais. É deixado praticamente em estado selvagem", disse George.

Das milhares de "bolas de recife", que são colocadas nos oceanos a cada ano, apenas cerca de 120 a 150 pertencem a Eternal Reefs, mas são compreensivelmente muito mais particulares. As pessoas podem escolher entre três tamanhos diferentes, que variam entre US$ 4.000 (cerca de R$ 13.000 pela cotação atual) a US$ 7.500 (cerca de R$ 25.000). As bolas de recife maiores podem acomodar diversos conjuntos de restos mortais, de modo que as famílias podem ser "enterradas" juntas, transformando a bola em uma espécie de mausoléu subaquático. Os amigos e os familiares são encorajados a deixar marcas, impressões de mãos, e mensagens no local. Cada uma das "bolas memoriais" também possui um medalhão de bronze personalizado para identificar o ente querido.

Das milhares de "bolas de recife", que são colocadas nos oceanos a cada ano, apenas cerca de 120 a 150 pertencem a Eternal Reefs,
mas são compreensivelmente muito mais particulares
Uma vez que as estruturas estão no fundo do oceano, elas são permanentes e podem ser visitadas a partir da superfície da água ou até mesmo durante um mergulho. Quanto ao tipo de pessoas que optam pelo sepultamento da Eternal Reefs, George disse que não eram apenas pescadores e mergulhadores. A Eternal Reefs vê uma série de pais de todas as idades, que por sua vez perderam os seus filhos, que chegam até eles procurando dar ao ente querido uma espécie de segunda vida como parte de um recife vivo. Outro pedido comum é adicionar as cinzas de animais de estimação, mas devido ao custo proibitivo, George disse que geralmente sugere que as pessoas esperem, e que tenham suas próprias cinzas "enterradas" juntamente com a do animal de estimação.

Atualmente, mais de 700 mil "bolas de recife" já foram colocadas em 70 países ao redor do mundo. As "bolas de recife memoriais" são apenas uma pequena parte desse número, mas George acredita que o "enterro de conservação" acabará por criar uma mudança radical em nossas práticas sobre a morte. Segundo ele, as "bolas memoriais" da Eternal Reefs podem ser apenas um pequeno passo na construção de um novo "ecossistema funerário". De qualquer forma, aparentemente, essa alternativa ainda depende de métodos como a cremação convencional ou a hidrólise alcalina.

Comentários Finais


A única certeza que temos atualmente é que iremos morrer um dia, por mais que existam diversas pesquisas, estudos e até mesmo tentativas de realização de experimentos com o objetivo de prolongar a nossa existência física. Embora isso ainda seja um tabu, afinal de contas ninguém gosta de pensar na morte, é realmente necessário uma profunda discussão sobre como devolver para a natureza aquilo que ela forjou ao longo de bilhões de anos. Evidentemente, o impacto de um corpo saudável parece ser irrelevante do ponto de vista biológico, do que toda a utilização de recursos naturais, que em vida, a pessoa tenha extraído da própria natureza. Portanto, qual seria a relevância? Bem, essa questão é muito mais comercial do que propriamente filosófica ou religiosa. Durante séculos houve uma institucionalização da morte, ou seja, a Igreja Católica, assim como suas mais diversas denominações, ditava a forma como tudo isso era feito. Porém, há um detalhe que poucos gostam de comentar: a eterna existência de toda uma indústria por trás da morte de um ente querido, e algo que não data dos últimos anos, mas dos últimos séculos. Veja bem, na melhor das hipóteses, clérigos, padres e até mesmo os responsáveis por cavar uma sepultura, sempre se beneficiaram de forma financeira. Ninguém trabalha de graça e raramente uma oração não possui um preço, ainda que o mesmo seja invisível e diluído em anos de contribuição para a caridade ou manutenção de uma igreja.

Dividir o espaço com outras formas de despedida, geralmente nunca é interpretado de forma positiva e, talvez, a cremação seja a mais injustiçada delas. O simbolismo da cremação representa a purificação, a sublimação e a ascensão. Os povos indo-iranianos em geral preferiam a cremação ao enterro como resultado dessas associações. Também era usada às vezes na Europa Ocidental na Idade do Bronze, espalhando-se depois pelo Império Romano. A dissolução quase completa do corpo no fogo simboliza a libertação da alma da carne e sua ascensão na fumaça. Esse método era preferido onde as doutrinas da ressurreição do corpo eram populares (por exemplo, no Egito e na Europa cristã), assim como pelos chineses, que sempre foram apegados ao solo nativo. O Papa Paulo VI, em 1963, publicou a Instrução do Santo Ofício "Piam et constantem", versando sobre o assunto, e meio que afrouxando as amarras sobre essa prática. Um dos principais fatores que contribuíram para a proibição anterior foi devido a Revolução Francesa, quando as pessoas, descrentes da vida eterna e da ressurreição dos mortos, incineravam os cadáveres para "provar", que não haveria forma alguma de Deus ressuscitar uma pessoa. Todavia, atualmente, apesar da Igreja insistir veementemente no sepultamentos dos corpos, a cremação não é proibida, desde que não seja motivada pelo desejo de se negar a fé que, nas entrelinhas, é basicamente o temor de perder adeptos.

No ano passado, para vocês terem uma ideia, o Vaticano divulgou novas regras para a cremação de católicos, que incluíam a proibição à conservação das cinzas do ente querido em casa, evitando que elas se tornassem "lembranças comemorativas", e que as mesmas deveriam ser mantidas em um "local sacro ou cemitério". Outro hábito comum, o de espalhar as cinzas no mar ou em qualquer outro tipo de ambiente, também foi vetado. Foi ressaltado aliás, que a Igreja continuava preferindo o sepultamento, porque assim era demonstrada uma estima maior em relação aos mortos. Será mesmo? Sinceramente, sempre que ouço falar sobre funerais, sejam eles enterros, cremações, deposição de cinzas em recifes artificiais, ovos debaixo da terra ou qualquer outra coisa, vem algo imediatamente em minha cabeça: dinheiro. Seria ingenuidade pensar que a fé não é um produto. Crucifixos, terços, livros, santinhos de papel, cristais, sininhos budistas, estátuas, camisetas religiosas, chaveiros e até mesmo uma água benta tem um custo inerente a sua crença. Se em vida a fé tem uma etiqueta de preço, muitas vezes invisível, seria ilógico pensar que na morte nada seria cobrado. A questão se torna justificar simbolicamente, culturalmente e até mesmo biblicamente a dor de uma pessoa.

Na minha visão de mundo, e ainda mais diante do país em que vivo, não entendo como é possível dizer para uma mãe, que ela não pode guardar as cinzas do seu filho(a) em casa. Por que ela deve pagar por um local em um cemitério, gastando mais dinheiro com passagem ou gasolina, e correr o risco de ser assaltada e eventualmente morta, sofrendo uma violência ou abuso físico, em um ambiente geralmente de péssima conservação e mórbido de nossos cemitérios? Por que essa mãe não pode adornar a urna do seu filho(a), mantendo-a protegida no calor do seu lar, tentando dar-lhe algo que não conseguiu ou não teve tempo em vida? Por que temos que crucificar a dor, penalizando a morte, por uma mera questão de estatística? Sinceramente, algumas regras ressoam a Idade Média, um tempo caótico onde a fé era resolvida na espada. Aparentemente, pouca coisa mudou, exceto a espada, que nem precisou de nenhum milagre para se transformar em uma caneta e uma folha de papel.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://abcnews.go.com/Technology/story?id=4828249
http://content.time.com/time/health/article/0,8599,2022206,00.html
http://www.atlasobscura.com/articles/reef-burial-eternal-florida-ball
http://www.bbc.co.uk/news/resources/idt-sh/dissolving_the_dead
https://www.theatlantic.com/technology/archive/2014/10/how-to-be-eco-friendly-when-youre-dead/382120/

SIM, FOI DESSA VEZ! 5 Casos Onde Algo Sobrenatural Aconteceu!

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Apesar de a maioria dos casos sobrenaturais serem farsas ou terem uma explicação mundana, existe alguns que desafiam a lógica. Aqui vou trazer cinco deles para vocês. São luzes misteriosas, previsão do futuro, milagres testemunhados por milhares de pessoas e até encontro com seres de outro planeta...

Assombrados, fui fazer um evento aqui em Rio Preto-SP e uma das meninas no momento das perguntas me disse que ela ficava triste por eu sempre falar "Não foi dessa vez...". Então eu disse para ela que até eu ficava decepcionado, mas que eu já tinha feito alguns vídeos especiais no canal de eventos onde alguma coisa sobrenatural aconteceu. Assim, resolvi fazer um compilado aqui de 5 temas. É claro que tem mais e vou trazer em uma futura parte 02. 

Todos os temas que vou trazer aqui já foram amplamente pesquisados e tem vídeo especial sobre o assunto já publicado no canal e blog Assombrado.

Vamos conhecer então eventos onde SIM, FOI DESSA VEZ!

05. As Folhas de NADI

As Folhas de NADI
Assombrados, muita gente quer saber o futuro, o que lhe reserva o campo do amor, saúde, dinheiro. E para isso recorrem as mais diversas coisas, como leituras das cartas como o tarô, horoscopo e astrologia. A verdade é que muito do que é dito nessas consultas é bem genérico, como o que a pessoa gostaria de ouvir. Mas sabia que existe um método de leitura da sorte que fala seu nome, dos seus pais, irmãos, sua profissão, se fez alguma cirurgia, essas coisas. Coisas exatas e não genéricas? E mais, lesse não somente o futuro, mas o presente e o passado? Esse método existe e é chamado de Astrologia Nadi. É incrível e a primeira vez que eu vi sobre o assunto fiquei de queixo caído.

Diz a lenda que o deus hindu Brahma concebeu em sua mente Sete Grandes Sábios para ajudar na criação do mundo, e esses sábios conheciam todos os mecanismos da criação e o destino de cada ser individual que devia nascer e que nasceria no futuro.

Esse conhecimento foi transmitido de forma oral de geração para geração, até que finalmente foram escritos em folhas de palma no idioma sânscrito por sábios indianos aproximadamente dois mil anos atrás. Foram preparados milhões de mapas astrológicos e suas respectivas interpretações, constando a vida passada, presente e futura com o nome da pessoa, nome dos pais, irmãos, filhos, esposa(o), doenças, eventos principais, etc.

As folhas de palma foram agrupadas e formaram um capítulo dentro de um livro conhecido como Nadi Granthas ou "Os Grandes Livros de Conhecimentos Sutis". Cada um desses livros pode conter milhares de folhas de palma.

Infelizmente, muitas dessas folhas foram destruídas por invasões. Os exércitos dos Mughals as queimavam, já os britânicos, com sangue capitalista, viu neles uma forma de ganhar dinheiro e os vendiam por lotes.

Atualmente, existem vários centros onde estão os NADIS, mas a comunidade Valluvar de Vaitheewaran Koil, no estado indiano de Tamil Nadu, mantém os Nadis que existem na atualidade ligados com a astrologia e as pessoas vão para lá para realizar as leituras.

É claro que folhas de palma de 2 mil não aguentariam até os dias atuais, assim, elas foram copiadas também em folhas de palmeira fazendo réplicas exatas, sendo passadas de geração em geração.

As olhas de palma são lidas por uma pessoa conhecida como "interprete" ou "leitor", que aprende a ler as folhas após anos de estudos. É como uma  "profissão" que é passada de pai para filho. Além disso, cada interprete pode seguir uma linha diferente de leitura.

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04. Luz de Paulding

Placa avisando sobre a "luz de Paulding" colocada pelo próprio
Serviço Florestal Norte-Americano (imagem superior),
 e um guard-rail que foi pichado: "Paulding Light"
A autoestrada U.S. 45, que faz a ligação entre o Norte e Sul dos Estados Unidos, começou a ser construída no início do século XX. Atualmente a U.S. 45 possui pouco mais de 2.000 km de extensão, ou seja, ela realmente atravessa os Estados Unidos. Essa autoestrada começou a ser implementada no estado de Michigan por volta da década de 1930.

Dentre as diversas cidades que essa grande auto-estrada atravessa esta uma comunidade chamada Paulding, no estado do Michigan, nos Estados Unidos. Ela é só um aglomerado de cassas, não tem prefeitura, correios, nada. Tudo tem de ser feito nas cidades ao redor, como Ontonagon, a cerca de apenas 21 km de distância. É uma região bem afastada de grandes centros urbanos, compreendida pela Floresta Nacional Ottawa,

Nesta região,  no final da década de 1950, que um trecho de cerca de 13 km foi significativamente reconstruído, ou seja, houve uma alteração na rota original da US-45, e é nesse trecho que luzes estranhas são vistas.

E uma luz que brilha durante a noite, alias em quase todas as noites. Os relatos sobre essa "misteriosa" luz são contados desde a década de 1960. A "luz de Paulding"é melhor visualizado em um determinado ponto de um antigo trecho que pertencia a autoestrada U.S. 45, que inclusive conta com uma placa de informação colocada pelo próprio Serviço Florestal Norte-Americano. Nesse trecho existe um bloqueio, através de uma espécie de defensa metálica (também conhecido como guard-rail), que foi pichada, em que é possível ler "Paulding Light". O local não é tão simples assim de ser acessado...

O que Seriam essas luzes? Fantasma, Trem Fantasma, Atividade geológica, OVNIs? A hipótese mais são luzes de carros.

A equipe do programa Fact or Faked foi investigar o local e eles radicalizaram bloqueando um trecho da autoestrada U.S. 45, por volta de 1h30 da madrugada, realizado por um carro da polícia, para que se pudesse ser realizado um experimento que confirmasse que as luzes eram apenas faróis ou laternas traseiras de carros. Para a surpresa do público, o experimento falha e não consegue apontar que a luz "misteriosa" seria proveniente de veículos automotores. Para piorar a situação, ela aparecia mesmo quando não havia nenhum tráfego na autoestrada.

No dia 28 de outubro de 2010, a Universidade Tecnológica de Michigan publicou uma análise feita por seus estudantes a respeito da "luz de Paulding". Todo o mistério teria sido solucionado simplesmente usando inicialmente um telescópio, e posteriormente um espectroscópio. Será?

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03. O Milagre do Sol

Parte da multidão presente na Cova da Iria em 13 de outubro de 1917
No ano de 1917 na localidade de Fátima, em Portugal, existiam 3 crianças: Lúcia dos Santos (10 anos), Francisco Marto (9 anos) e Jacinta Marto (7 anos). Não sabiam nem ler ou escrever e viviam sua vida no campo, alheias a 1ª Guerra Mundial que acontecia naquele momento ou a Revolução Russa, que derrubou a autocracia russa e levou ao poder o Partido Bolchevique, de Vladimir Lênin. O que essas crianças faziam era brincar e cuidar dos animais.

Só que tudo mudou no dia 13 de maio de 1917 quando elas afirmaram terem visto "...uma senhora mais brilhante do que o Sol" sobre uma azinheira de um metro ou pouco mais de altura, quando apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, próximo da aldeia de Aljustrel. Lúcia via, ouvia e falava com a aparição, Jacinta via e ouvia e Francisco apenas via-a, mas não a ouvia.

A Virgem apareceu mais 5 vezes e última Aparição em 13 de Outubro de 1917 era aguardado um milagre. Neste dia, mais de 70 mil pessoas estavam na Cova da Iria. A mulher que aparecia para os 3 pastores revelou se a Virgem Maria. Ela disse: - Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas.

Lúcia então no final da conversa diz para a multidão olhar para o Sol e todos presenciaram algo espetacular que ficou conhecido como O Milagre do Sol.

Choveu muito no dia, muito mesmo e havia lama por toda parte na Cova da Iria. Mesmo assim, mais de 70 mil pessoas foram presenciar mais uma aparição Mariana. E eles observaram o que ficou conhecido como Milagre do Sol.

Após uma chuva torrencial, as nuvens dissiparam-se no firmamento e o Sol apareceu como um disco opaco, girando no céu. Algumas afirmaram que não se tratava do Sol, mas de um disco em proporções solares, semelhante à Lua. Disse-se ser observável significativamente menos brilhante do que o normal, acompanhado de luzes multicoloridas, que se refletiam na paisagem, nas pessoas e nas nuvens circunvizinhas. Foi relatado que o pretenso Sol se teria movido com um padrão de zigue-zagues, assustando muitos daqueles que o presenciaram, que pensaram ser o fim do mundo. Muitas testemunhas relataram que a terra e as roupas previamente molhadas ficaram completamente secas num curto intervalo de tempo e, também relataram curas inexplicáveis de paralíticos e cegos, e outras doenças não explícitas, em vários casos comprovadas também por testemunhos de médicos.

De acordo com relatórios das testemunhas, o Milagre do Sol durou aproximadamente dez minutos. As três crianças relataram terem observado Jesus, Nossa Senhora da Conceição e São José abençoando a multidão no firmamento.

Pessoas a mais de 40 km da Cova da Iria observaram o Milagre do Sol.

O evento foi oficialmente aceito como um milagre pela Igreja Católica em 13 de outubro de 1930. Em 13 de outubro de 1951, o cardeal Tedeschini afirma que, em 30 de outubro, 31 de outubro e 1 de novembro e 8 de novembro, o Papa Pio XII presenciou um milagre semelhante nos jardins do Vaticano.

O que aconteceu na verdade? É claro que o Sol não saiu do lugar, senão haveria consequencias desastrosas para o nosso Sistema Solar. Alucinação em Massa? Será mesmo que 70 mil pessoas ficaram alucinadas?

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02. Batalha de Los Angeles

Página B do jornal Los Angeles Times de 26 de fevereiro de 1942.
Ela mostra a famosa foto de Frank Warren e imagens
de locais atingidos por balas do exército.
Depois que a temível Armada Imperial Japonesa proporcionou um golpe avassalador naquele 7 de dezembro de 1941 em Pearl Harbor, os Estados Unidos entrou com tudo na guerra do Pacífico. A costa leste da nação americana era considerada a mais suscetível a uma invasão do Japão e foi necessário estabelecer rapidamente uma defesa antiaérea sólida e fornecer aos cidadãos, procedimentos que pudessem seguir em caso de um ataque.

Os procedimentos incluíam o estabelecimento de uma Guarda de Vigilância Antiaérea e também o emprego de apagões, os quais eram utilizados naquele tempo pelo Teatro de Operações da Europa.

Aproximadamente às 2:25 a.m. de 25 de fevereiro de 1942, as sirenes antiaéreas foram ativadas pelos militares em Los Angeles. A Califórnia foi sendo sistematicamente apagada e as pessoas pularam de suas camas em pânico. Milhares de soldados dirigiram-se imediatamente aos seus respectivos postos.

Algo havia sido avistado nos céus se aproximando da cidade e a possibilidade de um ataque inimigo em seu próprio território parecia uma possibilidade bastante real para uma nação agora em guerra. Sem saber o que se aproximava à cidade, a 37ª Brigada de Artilharia Costeira começou a disparar suas armas antiaéreas contra o objetivo. O alarme antiaéreo foi desativado às 7:21 a.m.

É estranho o fato de que aviões do Comando Aéreo foram preparados para a missão de interceptação e combate aéreo durante a dramática experiência, e no entanto a ordem de ataque nunca foi dada. Parece óbvio que o "inimigo" que passeava pelo firmamento noturno de Los Angeles não era uma aeronave japonesa nem um avião comercial dos EUA.

Milhares de testemunhas do incidente descreveram à nave inimiga como um objeto grande que permaneceu imóvel sobre a cidade enquanto o exército norte-americano disparava com tudo o que tinha. Pouco depois este misterioso objeto (ou objetos?), sem arranhão algum, começou a se deslocar lentamente para Santa Monica e Long Beach para desaparecer da vista por completo depois.

Saldo final: soube-se que três pessoas haviam morrido por causa dos fragmentos de munições produzidos pela artilharia antiaérea e que outros três faleceram de ataque cardíaco por causa do pânico provocado. Além da perda de civis, outro dano colateral foi a numerosa destruição de casas e estabelecimentos comerciais.

Na manhã seguinte, dia 26 de fevereiro, o jornal Los Angeles Times trazia a matéria ""O Exército diz que o Alarme foi Real" e publicou a icônica foto obtida durante a Batalha de Los Angeles por Frank Warren. Nela vemos um objeto sendo iluminado por 9 refletores. O que seria esse objeto? Seria algo de outro planeta?

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01. Chuva de ETs

Detalhe dos glóbulos vermelhos e de um recipiente contendo água da chuva
Do dia 25 julho até 23 de setembro de 2001 choveu sem parar em Kerala, sul da Índia. Isto não é novidade para os moradores, que estão acostumados com as monções, que são chuvas torrenciais que caem por meses. Mas não era uma chuva comum, era uma chuva cor de sangue, vermelha. Os moradores começaram a ficar com medo do que poderia ser esta chuva, e apelidaram de "chuva de sangue". Estranhamente não é a primeira vez que chove vermelho na região, sendo que a última chuva registrada foi em 2012.

Em 2012 os moradores de Sevenagala e Indikolapelessa no Distrito Moneragala, área na parte sudeste da ilha de Sri Lanka, testemunharam o fenômeno da chuva vermelha no dia 14 a 17 de novembro de 2012. E continuou chovendo por quase 60 dias, o que fez os moradores ficaram com medo, tanto que o governo do Sri Lanka teve de intervir, enviando uma equipe para estudar a chuva e tranquilizar a população.

os cientistas coletaram amostras da chuva vermelha e o analisaram, podendo responder a pergunta: O que estaria acontecendo para cair uma chuva vermelha? Seria poeira, algas, poluição, sangue? Nada disso foi avistado em análise no microscópio. Será que foram Células trazidas do espaço por um meteorito?

Os físicos Godfrey Louis e Santosh Khumar começaram a investigar o que deixou a chuva vermelha em Kerala no ano de 2001, e publicaram seus resultados somente em 2006, após muita pesquisa, e concluíram que eram organismos vindos do espaço. A notícia chacoalhou o mundo na época. O estudo foi publicado pela badalada revista Astrophysics and Space Science em 2006 com o título: "The red rain phenomenon of Kerala and its possible extraterrestrial origin" e você pode ler o artigo completo aqui. No estudo eles estimam que caiu 50 toneladas de células parecidas com glóbulos vermelhos humanos nos 2 meses de chuva. Eles descobriram que horas antes da chuva começar os moradores ouviram um grande estrondo, que seria um meteorito, e este meteorito trouxe as células com ele. Ninguém até hoje conseguiu explicar o forte estrondo.

Em 2012 o Prof. Chandra Wickramasinghe que auxiliou os físicos Godfrey Louis e Santosh Khumar na análise das células, foi estudar a chuva vermelha que caiu no Sri Lanka em 2012 e observou que ela continha as mesmas células parecidas com glóbulos vermelhos da chuva que caiu em Kerala em 2001 após analisar amostras da chuva que ele colheu no local. Ele também descobriu que uma semana antes da chuva, foi observado no céu da região luzes como as de OVNIs. O Prof. Wickramasinghe encontrou uma testemunha deste fenômeno, que lhe entregou estanhas "rochas" que encontrou sobre sua plantação de arroz no dia seguinte ao avistamento. Na hora o Prof. Wickramasinghe já percebeu que se tratava de pedaços de meteoritos que caíram na região, portanto não era um OVNI, era um meteorito que as pessoas viram uma semana antes da chuva.

Após analisar amostras do interior do meteorito, o que garantiria que não estava contaminado pela chuva vermelha, ele encontrou as células da chuva vermelha nele, podendo assim afirmar que foi o meteorito que trouxe as células vermelhas do espaço.

Entre as características dessa chuva estão:

- Não possuem DNA. Todo ser vivo na Terra possui DNA, que tem em sua composição o elemento químico fósforo. Pesquisadores não encontraram este elemento químico nas células. Isto está deixando os cientistas de cabeça quente, pois sugere que vieram do espaço.

- Se reproduzem por autodivisão a temperaturas de até 300 ºC. A maioria das células na Terra não se reproduz nem a 100ºC, somente algumas extremófilas conseguem se reproduzir em temperaturas um pouco maiores, mas nada que chegue perto de 300 ºC. E como as células se reproduzem se elas não tem DNA? A temperatura ambiente as células são inertes!

Essa chuva continua sendo um grande mistério!

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Fontes (acessadas em 17/06/2017):
- AssombradO.com.br: A Incrível Astrologia NADI
- AssombradO.com.br: A Misteriosa "Luz de Paulding"
- AssombradO.com.br: Os Segredos de Fátima: As Aparições, os 3 Segredos e suas Interpretações
- AssombradO.com.br: A Batalha de Los Angeles de 1942
- AssombradO.com.br: As Estranhas Chuvas Vermelhas

Um "OVNI" Teria Sido Filmado "Cruzando e Desaparecendo" no Horizonte, Durante o Pôr do Sol, no Centro do Rio de Janeiro/RJ?

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Por Marco Faustino

Há quanto tempo eu não abordava um assunto, que tivesse algo pretensamente relacionado a "Ufologia" (ou que pelo menos fosse comentado algo conosco nesse sentido)! Acredito que a última vez, que comentei sobre essa tema tão controverso, foi na notícia envolvendo uma figura não convencional da indústria aeroespacial norte-americana, chamada Robert Bigelow. Naquela época, estava repercutindo uma rara entrevista, que ele acabou concedendo, e que estava sendo amplamente propagada na imprensa norte-americana e internacional, com uma força maior do que eu particularmente esperava. Assim sendo, resolvi fazer uma postagem sobre as suas "revelações" (se é que é possível chamar assim), para o icônico programa "60 Minutes" da emissora CBS, cujo segmento, de apenas pouco mais de 12 minutos (são três segmentos a cada edição), foi exibido no dia 28 de maio (um domingo). O assunto ganhou uma grande repercussão, e não era para menos, visto que Robert Bigelow disse acreditar fielmente, que os seres extraterrestres estavam entre nós. Curiosamente, ele não era "qualquer pessoa" para dizer isso, visto que ele é o ex-proprietário do famoso "Rancho Skinwalker" (teoricamente o ex-proprietário, é claro, visto que tudo que envolve esse rancho é meio obscuro em termos de informações oficiais). De qualquer forma, aproveitei para mostrar todos os pontos da entrevista, devidamente traduzidos, de uma forma bem dinâmica, para vocês acompanharem. Vale muito a pena conferir (leia mais: Extraterrestres e "OVNIs" Estão Entre Nós? Robert Bigelow, Ex-Proprietário do Rancho Skinwalker, Faz Revelações nos Estados Unidos!).

Aliás, é muito importante ressaltar que, ao fazer uma postagem de assuntos ou casos que estejam bem próximos ou no âmbito da "Ufologia", publico apenas o que considero relevante, e que realmente possua algum detalhe ou ponto, que agregue algum valor cultural ou algum conhecimento importante para vocês, o público no qual realmente se destina cada uma das minhas postagens. Sempre levo muito a sério o que faço, tentando oferecer uma dose de realidade a cada um de vocês, que veem no AssombradO, e principalmente no que escrevo no blog, um porto seguro em meio a tanta charlatanice e pessoas inescrupulosas. Essas mesmas pessoas acabam usando, por exemplo, a expressão "OVNI" como se fosse mera propaganda para conquistar o seu "clique" e, portanto, arrecadar alguns centavos que se transformarão em um valor considerável, através dos milhares de acessos diários ao longo de um mês. Isso se aplica a vídeos manipulados digitalmente, páginas de cantores que publicam vídeos sabidamente falsos de supostos OVNIs e pedem para as pessoas compartilharem usando a expressão "antes que o Facebook ou o YouTube remova" ou então daqueles que acabam copiando descaradamente todo um intenso trabalho de pesquisa, utilizam as imagens contidas no texto, não citam o devido crédito e o pior, se autointitulam como os primeiros a abordar um determinado assunto. Infelizmente, essa é uma realidade constante, razão pela qual faço questão de, sempre que possível, não importa o quão cansativo seja, buscar a veracidade por trás de uma história para vocês.

Recentemente, no entanto, recebemos inúmeras mensagens nos pedindo para falar sobre um suposto "OVNI", que teria sido gravado "cruzando e se desfragmentando" no Sol, durante o entardecer no centro da cidade maravilhosa, o tão amado e venerado Rio de Janeiro. O vídeo teria sido realizado durante o pôr do sol do dia 14 de junho, sendo que a filmagem aparentemente estava sendo feita a partir da janela de um prédio próximo ao Santuário e Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, no centro da cidade do Rio. Confesso que fiquei surpreso com a repercussão e quantidade de comentários, um tanto quanto inusitados, das pessoas que acessaram a página do Facebook, onde o vídeo foi publicado. Algumas pessoas comentaram que poderia ser uma rara gravação de uma erupção solar, um flare, cometa, meteoro, sendo que algumas pessoas acreditavam que a câmera tinha, inclusive, registrado algo que tivesse impactado contra o Sol ou um "OVNI", ou seja, um objeto voador não identificado (no sentido explícito de ser extraterrestre). Aparentemente, apenas uma pequeníssima parcela do comentários acreditava que pudesse ser uma mera aeronave. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Entenda Toda Essa Situação: A Gravação de um Suposto "OVNI" Durante o Pôr do Sol no Centro do Rio de Janeiro/RJ


Entender essa história é relativamente bem simples. Tudo começou quando uma página no Facebook chamada "Rio da Nojeira" publicou um vídeo as 23h53, do dia 14 de junho deste ano, com a seguinte descrição: "PÔR DO SOL HOJE NO CENTRO. REPAREM DOS 12 AOS 20 SEGUNDOS. O QUE FOI AQUILO?". Até o momento do fechamento dessa postagem, o vídeo já tinha sido visualizado mais de 150.000 vezes, compartilhado por mais de 1.500 pessoas e recebido mais de 1.000 comentários (daqui a pouco iremos comentar sobre isso).

Confiram o vídeo abaixo, que foi publicado em um canal de terceiros, no Daily Motion (ou alternativamente assistam diretamente na referida página no Facebook, clicando aqui):



Uma vez que não sabia do que se tratava essa página fui procurar maiores informações sobre a mesma, e me deparei com o texto contido em sua história, que começa dizendo: "Essa página foi feita pensando em homenagear todas as vítimas de assaltos e da violência. Principalmente aquelas que foram mortas ou feridas por bandidos, por motivos banais. Foi feita em respeito a dor infinita dos familiares que perderam seus entes queridos, no intuito que se consiga evitar que outras pessoas venham a passar por tal dor. Isso (a dor das pessoas) não é uma brincadeira. Isso é muito sério..."

Uma vez que não sabia do que se tratava essa página fui procurar maiores informações sobre a mesma
Conforme vocês podem perceber, aparentemente o intuito da página, criada em fevereiro do ano passado, assim como descrito na seção "Sobre", é cobrar das autoridades mais seriedade em termos de educação, segurança, saúde e saneamento básico. Além, é claro, de alertar a população e os turistas sobre os perigos que estão correndo, sobretudo ao circularem no centro da cidade do Rio.

Resumindo? Não era uma página acostumada a publicar vídeos de cunho supostamente ufológicos, virais (no sentido de fraudulentos ou sensacionalistas) ou que estivesse acostumada, ao menos a princípio e até onde pude consultar, a publicar vídeos manipulados digitalmente, muito pelo contrário. A realidade brasileira até parece ficção, mas dói na pele de cada cidadão. Aliás, a página no Facebook, também possui um site na internet com esse mesmo nome.

Conforme vocês podem perceber, aparentemente o intuito da página, criada em fevereiro do ano passado, assim como descrito na seção "Sobre", é cobrar das autoridades mais seriedade em termos de educação, segurança, saúde e saneamento básico. Além, é claro, de alertar a população e os turistas sobre os perigos que estão correndo, sobretudo ao circularem no centro da cidade do Rio
Posteriormente, o responsável pela página fez o seguinte comentário em sua própria publicação sobre o pôr do sol: "Alguém que entende do assunto pode explicar o que é isso? Acredito que capturar uma imagem dessas é mil vezes mais difícil que ganhar na Mega-Sena! Dei a ca**** do século, agora quero descobrir o que foi isso..."

Em sua defesa, perante algumas alegações pontuais, que o vídeo seria simplesmente falso, ou seja, maliciosamente criado para viralizar e render acessos para a página, o mesmo citou que não havia nenhuma edição ou manipulação digital do vídeo, e que tudo não teria passado da realização de um teste de sua câmera. Segundo o responsável, nos últimos dias ele vinha mostrando o pôr do sol para demonstrar a qualidade do zoom da câmera utilizada por ele, para os seus seguidores e que, por sorte, havia registrado tal cena.

Em sua defesa, perante algumas alegações pontuais, que o vídeo seria simplesmente falso, ou seja, maliciosamente criado para viralizar e render acessos para a página, o mesmo citou que não havia nenhuma edição ou manipulação digital do vídeo, e que tudo não teria passado da realização de um teste de sua câmera
Entretanto, não havia um único vídeo sequer, exceto esse vídeo em questão, anterior (ao menos desde o dia 1º de junho) ou posterior, que mostrasse o pôr do sol daquele mesmo ponto de vista, ou seja, não tínhamos base nenhuma de comparação ou eventualmente ver se o "fenômeno" se repetia (aliás, essa é uma das razões pelas quais muitos não consideram a Ufologia uma ciência, uma vez que as situações ocorrem apenas uma única vez, o que inviabiliza e prejudica e muito qualquer tipo de investigação).

Para não sermos injustos existiam basicamente dois vídeos daquele mesmo ponto de vista mostrando o Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca (em primeiro plano) durante as festividades do dia 13 de junho, assim como o relógio do Edifício da Central do Brasil (bem ao fundo) apresentando uma pichação (um ótimo flagrante diga-se de passagem) naquele mesmo dia. O equipamento utilizado realmente possuía uma qualidade muito boa.

Para não sermos injustos existiam basicamente dois vídeos daquele mesmo ponto de vista mostrando o Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca (em primeiro plano) durante as festividades do dia 13 de junho...
...assim como o relógio do Edifício da Central do Brasil (bem ao fundo) apresentando uma pichação (um ótimo flagrante diga-se de passagem) naquele mesmo dia. O equipamento utilizado realmente possuía uma qualidade muito boa
De qualquer forma, o responsável pela página não citou a palavra "OVNI" em seu discurso, muito embora essa tenha sido uma possibilidade que foi aberta por uma minoria. Outro ponto importante a se destacar, é que muitos dos vídeos, a exemplo desses que citamos acima, sempre são filmados da mesma janela, a partir de um prédio próximo ao Convento de Santo Antônio, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Aliás, o responsável pela página cita em sua descrição, que não tem o dia todo para filmar, visto que precisa trabalhar. Enfim, apesar dos pesares, tudo indicava que o vídeo do pôr do sol era mesmo autêntico. Então, o que será que as pessoas estavam acreditando, que fosse aquilo no céu?

Os Comentários dos Seguidores da Página "Rio da Nojeira", no Facebook


Os comentários proferidos por aqueles visualizaram o vídeo e o acharam interessante foram os mais diversos possíveis, desde os mais científicos até os mais conspiratórios e humorísticos possíveis. Evidentemente, considerando que a publicação recebeu mais de 1.000 comentários, separamos apenas alguns comentários mais peculiares, por assim dizer.

Para um usuário chamado Silas, as câmeras digitais, por exemplo, podiam captar luzes, no sentido de espectros, que não podíamos ver a olho nu, assim como o infravermelho. Portanto, de acordo com ele, a câmera tinha zoom, sendo possível "captar as manchas solares ou explosões de espectros."

Para um usuário chamado Silas, as câmeras digitais, por exemplo, podiam captar luzes, no sentido de espectros, que não podíamos ver a olho nu, assim como o infravermelho. Portanto, de acordo com ele, a câmera tinha zoom, sendo possível "captar as manchas solares ou explosões de espectros."
Já um outro usuário chamado Ailton se mostrou bem impressionado com a filmagem, dizendo que o o responsável pela página teve sorte em registrar "o momento exato de um cometa se chocando com o Sol." De acordo com ele, o Sol era "ligado por vários tubos carregados de plasma, que vinham do núcleo até a sua superfície, onde se originam as manchas, e eles são interligados como nossas veias. Esse era o motivo do cometa se chocar do lado esquerdo, e logo em seguida ter um ejeção de massa do lado direito. O impacto teria sido enorme e teria que haver uma reação."

Já um outro usuário chamado Ailton se mostrou bem impressionado com a filmagem, dizendo que o o responsável pela página teve sorte em registrar "o momento exato de um cometa se chocando com o Sol."
Uma usuária chamada Natacha tinha uma opinião um pouco mais "não convencional" para explicar o que tinha sido filmado. Ela disse que "acreditava em OVNI, vida fora da Terra e nas visitas que são feitas a Terra." Aliás, ela já teria visto um pessoalmente, bem de pertinho planando, e ainda por cima teria chamado quem estava dormindo para testemunhar. Porém, de acordo com ela, era melhor guardar a informação para uma reflexão, visto que ela não acreditava em ninguém que fosse na TV para aparecer, mas que gostaria que o vídeo fosse analisado.

Houve até mesmo quem fizesse cálculos para tentar explicar a filmagem. De acordo com um usuário chamado Gustavo, alegando não saber nada de astrofísica, disse que "era sabido, que o diâmetro do Sol tinha aproximadamente 1.391.400 km, e que tal objeto demorou cerca de 4 segundos para atravessar de ponta a ponta." Assim sendo, de acordo com ele, tal objeto deveria estar passando a pelo menos uns 347.000 km/s, algo considerado muito improvável. Então, ele acreditava que fosse algo, que teria passado na atmosfera da Terra, na frente do Sol (algo como um avião se mais próximo, ou meteorito, se mais longe), sendo que a imagem teria sido distorcida pela própria atmosfera.

Houve até mesmo quem fizesse cálculos para tentar explicar a filmagem. De acordo com um usuário chamado Gustavo, alegando não saber nada de astrofísica, disse que "era sabido, que o diâmetro do Sol tinha aproximadamente 1.391.400 km, e que tal objeto demorou cerca de 4 segundos para atravessar de ponta a ponta."
Por falar em avião, um outro usuário chamado Renato Cesar parecia oferecer uma solução bem simples para o caso. Segundo ele, "era possível em 11 segundos de gravação, um avião se aproximando no canto superior esquerdo sendo que, posteriormente, o Sol refletia na parte de baixo do mesmo e, em seguida, o rastro luminoso era ocasionado por uma deflexão da luz do Sol, no vapor da turbina da aeronave."

Ainda de acordo com o Renato, provavelmente, o local onde o responsável pelo vídeo havia gravado o vídeo, fazia parte da rota dos aviões que se encaminhavam para o Aeroporto Santos Dumont.

De acordo com um usuário chamado Gustavo, alegando não saber nada de astrofísica, disse que "era sabido, que o diâmetro do Sol tinha aproximadamente 1.391.400 km, e que tal objeto demorou cerca de 4 segundos para atravessar de ponta a ponta." Assim sendo, de acordo com ele, tal objeto deveria estar passando a pelo menos uns 347.000 km/s, algo considerado muito improvável.
Além disso, também havia os mais diversos comentários sobre o que tinha sido filmado: cometa, meteoro, meteorito, ejeção de massa coronal, lixo espacial, fumaça de uma chaminé, o personagem Goku passando em sua nuvem para salvar uma galáxia distante ou quem sabe um "OVNI" (no melhor sentido extraterrestre) entrando e saindo do Sol.

Confesso que alguns comentários eram bem perturbadores, e alguns eram bem "conspiratórios".
Para algumas pessoas, por exemplo, aquela era uma prova de que a Terra era plana, e que o Sol não estava tão distante assim do nosso planeta, ou seja, que a ciência estava mentindo para todos nós.

Confesso que alguns comentários eram bem perturbadores, e alguns eram bem "conspiratórios".
Para algumas pessoas, por exemplo, aquela era uma prova de que a Terra era plana, e que o Sol não estava tão distante assim do nosso planeta, ou seja, que a ciência estava mentindo para todos nós.
Agora, será mesmo que alguém, diante de tantos comentários diferentes, peculiares, humorísticos e alguns até mesmo beirando o absurdo em termos científicos, poderia ter razão para explicar o que estava diante dos nossos olhos?

Descartando e Explicando as Principais "Suposições" que Foram Sugeridas pelas Pessoas que Viram o Vídeo


Se você estava torcendo por uma explicação de outro mundo ou até mesmo sobrenatural, assim como muitas vezes nós torcemos para que realmente seja algo incrível e fantástico, bem, a mais provável explicação para esse caso é bem mais mundana do que você pensa. Talvez, muitos de vocês que nos acompanham, já sabiam qual era a mais provável explicação antes mesmo de chegarmos a esse ponto, visto que tenho o hábito de sempre pesquisar e ir atrás de uma explicação plausível e racional diante do que muitas vezes é divulgado, sem quaisquer explicações, nas redes sociais.

Muito provavelmente estamos diante de um mero avião. Sim, isso mesmo que você leu, uma mera aeronave comercial. Sei que muitos podem dizer, que não poderia ser um avião. Para essas pessoas, se fosse uma aeronave, a mesma deveria estar em uma velocidade ultrassônica, ou seja, precisava ser extremamente veloz, tal como um concorde ou um poderoso jato militar para cruzar "toda a extensão do Sol." Porém, não é bem assim que as coisas funcionam. Antes de mais nada, vamos algumas observações extremamente importantes sobre esse caso, e que vão demonstrar para vocês, o porquê um avião comercial é a explicação mais provável.

Muito provavelmente estamos diante de um mero avião. Sim, isso mesmo que você leu, uma mera aeronave comercial.
Primeiramente, o "objeto" responsável por todo aquele fenômeno luminoso não se desfragmenta. É possível notar claramente que alguma coisa alongada, que aparece escurecido e desfocado devido ao zoom aplicado na filmagem vem se aproximando de forma linear e horizontalmente, da esquerda para direita, entre 10 e 11s de vídeo, que acaba cruzandoem frente ao Sol. Alguns segundos depois, é possível ver o mesmo "objeto" no lado direito, novamente de forma linear e orientado horizontalmente. Confira a sequência de imagens abaixo:

Primeiramente, o "objeto" responsável por todo aquele fenômeno luminoso não se desfragmenta. É possível notar claramente que alguma coisa alongada, que aparece escurecido e desfocado devido ao zoom aplicado na filmagem vem se aproximando de forma linear e horizontalmente, da esquerda para direita, entre 10 e 11s de vídeo, que acaba cruzando em frente ao Sol
Segunda imagem mostrando a aproximação de um "objeto" alongado
Terceira imagem mostrando uma espécie de "fogo" ou "luz" emanando do mesmo
Quarta imagem mostrando o rastro luminoso deixado pelo "objeto"
Quinta imagem mostrando o mesmo "objeto" após "atravessar" o Sol
Sexta imagem mostrando o objeto se deslocando horizontalmente para a direita
Sétima imagem mostrando o objeto saindo do campo de visão da câmera
De forma intencional ou não, a pessoa que filmou não acompanhou o objeto em questão. É possível notar que a câmera ficou simplesmente estática e continuou filmando o pôr do sol. Nesse ponto é importante destacar que pode não ter sido de má-fé. A pessoa pode não ter percebido a aproximação desse objeto no momento que estava filmando, visto que o foco, aparentemente, seria mesmo gravar o pôr do sol.

Assim sendo, diante desse ponto, descartamos qualquer possibilidade de ejeção de massa coronal (uma espécie de "sopro de gás" no espaço), flare (a famosa "explosão solar", que na melhor das hipóteses seria vista apenas como uma "luz brilhante" a partir da Terra) ou qualquer espécie de eventual impacto contra o Sol. Para que alguém conseguisse filmar uma ejeção de massa coronal, que não é visível a olho nu, diga-se de passagem (embora a coroa solar seja visível a olho nu apenas por breves momentos durante um eclipse total solar), com um câmera comum a partir da Terra, o evento teria que ser algo completamente surreal, catastrófico, de proporções bíblicas, totalmente épico, descomunal, dantesco, até porque estamos há 150 milhões de quilômetros de distância do Sol, que por sua vez possui uma fotosfera extremamente brilhante, ou seja, em 99.99% das vezes não dá para ver o que acontece em sua superfície, ainda que o zoom da câmera fosse espetacular. Isso é possível apenas com equipamentos muito especiais ou então telescópios espaciais. Entendam que algo assim seria absurdamente e incrivelmente raro. Seria muito mais fácil ganhar na Mega-Sena, a cada concurso, e durante anos seguidos. Simples assim.

No caso dos flares, a maior parte da energia das chamas solares possui frequências, que não estão compreendidas na faixa visível do olho humano. É por essa razão, que a maioria das flamas não são visíveis a olho nu, e devem ser observadas com instrumentos especiais. O único evento, que se tem registro de algo assim, foi o chamado "Evento de Carrington". Esse evento consistiu em uma enorme tempestade solar que ocorreu em 1859, onde o flare (em luz branca) e algumas manchas solares foram possíveis de serem vistas a olho nu. Portanto, se qualquer um dos eventos tivesse realmente acontecido, estaríamos com sérios problemas aqui na Terra, visto que a quantidade de energia liberada por uma emissão de massa coronal, por exemplo, provocaria o caos em termos de fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água, telecomunicações etc. Enfim, praticamente voltaríamos a "Era Vitoriana" ou a "Idade Média".

Imagem registrada pelo Observatório de Dinâmica Solar da NASA
de uma explosão solar (flare) classe X-2.0 em 27 de outubro de 2014
É interessante ressaltar que, tanto a explosão solar quanto a ejeção de massa coronal (EMC), podem ocorrer ao mesmo tempo (algo relativamente comum), porém, uma explosão solar pode não gerar uma EMC e vice-versa. Ambas erupções são criadas, quando o movimento do interior do Sol contorce seus próprios campos magnéticos, porém os dois fenômenos emitem coisas diferentes, parecem diferentes, viajam em velocidades diferentes e causam impactos diferentes nos planetas.

Os flares, teoricamente, seriam os mais "inofensivos", podendo causar apagões de rádio ou de GPS aqui na Terra, já as emissões de massa coronal poderiam provocar um verdadeiro caos.

Uma ejeção de massa coronal, ou EMC, entra em erupção da parte inferior direita do Sol, nesta imagem composta capturada pelo Observatório Solar e Heliosférico da ESA/NASA em 2 de dezembro de 2003
Quando uma liberação de energia ocorre, esse fenômeno pode criar um súbito clarão em um ponto específico da superfície solar, os chamados "flares" (explosões solares), que pode durar minutos ou horas. As explosões solares liberam quantidades enormes de energia que viajam em todas as direções do espaço, na velocidade da luz, o que aproximadamente 8 minutos para que essa "explosão solar" chegue aqui na Terra (fazendo um cálculo simples comprova-se que estamos mesmo há 150 milhões de quilômetros do Sol).

Essas contorções magnéticas também podem criar um tipo diferente de explosões, que lança matéria solar para o espaço, as conhecidas "ejeções de massa coronal" (EMC). Diferentemente da explosão solar, as ejeções de massa coronal são como balas de canhão, com muita matéria concentrada que é atirada em uma única direção. A EMC acabando sendo, na prática, uma imensa nuvem de partículas magnetizadas, que é arremessada para o espaço, viajando a mais de 1.000.000 km/h. Essa nuvem de plasma leva, em média, cerca de 3 dias para chegar à Terra.

Confira um vídeo abaixo, publicado pelo canal "Galeria do Meteorito", no YouTube, que exemplifica bem essa questão mostrando as diferenças entre flares e ejeções de massa coronal:



Agora, só por desencargo de consciência, vamos voltar no tempo, e ver se houve alguma atividade solar que pudesse explicar isso. De acordo com o site Space Weather Live, no período de 13 a 15 de junho o nível de atividade solar se manteve muito baixo.

Além disso, o campo geomagnético da Terra também estava em níveis muito baixos, algo que já havia sido previsto com uma certa antecedência. Além disso, não houve qualquer alerta de eventuais tempestades solares, que tivesse sido emitido pelo Centro de Previsão de Clima Espacial (SWPC, sigla em inglês) da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, dos Estados Unidos (NOAA, sigla também em inglês) no dia em que a filmagem ocorreu

Agora, só por desencargo de consciência, vamos voltar no tempo, e ver se houve alguma atividade solar que pudesse explicar isso. De acordo com o site Space Weather Live, no período de 13 a 15 de junho o nível de atividade solar se manteve muito baixo
Não houve qualquer atividade solar ou no campo geomagnético da Terra durante o período em que a filmagem foi realizada
Nova imagem demonstrando, que havia uma grande calmaria após o período no qual a filmagem foi realizada
A NASA e nenhuma outra agência especial de qualquer outro país, não registrou nada "colidindo" contra o Sol. Para completar, nenhum observatório do mundo, incluindo o Planetário do Rio de Janeiro, registrou algo nesse sentido. Resumindo? Nada de ejeção de massa coronal, flare, ou objetos colidindo de forma dantesca e apocalíptica contra o Sol.

Quanto a possibilidade de um asteroide, cometa, meteoro, meteorito, bólido, bola de fogo, ou seja lá a denominação ou característica que você queira dar para um objeto natural, que estivesse vagando pelo espaço, e que tivesse eventualmente entrado e saído da nossa atmosfera ou eventualmente caído em algum ponto do nosso planeta, novamente seria altamente improvável. Isso porque o tamanho, o formato, a trajetória, a velocidade e os efeitos visuais seriam totalmente diferentes daqueles que vemos na filmagem. Além disso, não houve registro de absolutamente nada nesse sentido. Aliás, se fosse algo tão impressionante, grandioso, e que chamasse tanta atenção assim, outras câmeras e pessoas teriam observado a mesma coisa. Nada disso aconteceu, denotando assim, que aquilo havia acontecido exatamente e primordialmente daquele ponto de vista.


Imagem mostrando o "Meteoro de Cheliabinsk", em 2013, a partir da câmera de bordo de um carro, na Rússia.
É importante ressaltar que o clarão não é o Sol, mas o resultado da explosão do meteoroide em nossa atmosfera.
Assim sendo, filtrando todas as outras opções desde as mais humorísticas até as mais terraplanistas, basicamente nos vemos diante de duas possibilidades: a de um "OVNI", partindo do pretexto que fôssemos incapazes de explicar a filmagem (ou da crença absoluta que aquilo fosse a visita de uma "nave alienígena") ou então de uma aeronave comercial passando em frente ao Sol. Uma vez que a palavra "OVNI"é bem conveniente, e não precisa de maiores explicações, a melhor oportunidade seria demonstrar as razões pelas quais tudo indica que não passa de uma aeronave.

A Mais Provável Explicação Diante do que Foi Registrado no Centro da Cidade do Rio de Janeiro


Bem, sabemos que a filmagem foi realizada a partir da janela de um prédio comercial, que fica bem próximo (praticamente em frente) do Santuário e Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Ao fundo, podemos ver nitidamente o edifício da Central do Brasil, que é um arranha-céu com cerca de 122 metros de altura e 20 andares (sem contar com o Relógio da Estação). Aliás, o prédio fica localizado na Avenida Presidente Vargas, não muito longe do local da filmagem. Uma vez que temos a localização aproximada da filmagem e o plano visual, podemos tentar imaginar qual era a direção em que a câmera foi apontada usando o Google Maps.

Bem, sabemos que a filmagem foi realizada a partir da janela de um prédio comercial, que fica bem próximo (praticamente em frente) do Santuário e Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Ao fundo, podemos ver nitidamente o edifício da Central do Brasil
Imagem ampliada mostrando o campo de visão do local onde a filmagem foi realizada, sendo que a faixa verde
seria a direção mais provável para a qual a câmera estaria apontada
Conforme vocês puderam ver logo acima, essa era a direção e o campo visual aproximado para qual a câmera estava apontada. Outro detalhe que vocês precisam saber é que o pôr do sol, no Rio de Janeiro, no dia 14 de junho, aconteceu as 17h15, conforme vocês podem observar na tabela abaixo que é fornecida pelo site "Time and Date.":

Outro detalhe que vocês precisam saber é que o pôr do sol, no Rio de Janeiro, no dia 14 de junho, aconteceu as 17h15.
Por falar em Sol, a posição e a direção que o mesmo estava se pondo naquele dia é perfeitamente compatível com a direção aproximada que indicamos nos mapas acima. Confira o arco que o Sol estava fazendo no horizonte, no mesmo dia em que a filmagem foi realizada, a partir do ponto de vista de alguém que estivesse, por exemplo, no telhado do Convento de Santo Antônio, através do site SunCalc e Sun Earth Tools (apesar de ambos apresentarem leves diferenças):

Confira o arco que o Sol estava fazendo no horizonte, no mesmo dia em que a filmagem foi realizada, a partir do ponto de vista de alguém que estivesse, por exemplo, no telhado do Convento de Santo Antônio (a linha vermelha mostra a direção do pôr do sol), através do site SunCalc...
...e Sun Earth Tools (apesar de ambos apresentarem leves diferenças)
Agora, vem a melhor parte. Sabemos que bem perto do local da filmagem, na parte direita do mapa está o aeroporto Santos Dumont. Assim sendo, podemos facilmente consultar a chamada de "carta de aproximação" do mesmo, ou seja, a rota que as aeronaves executam para podem pousar no aeroporto.

Afinal de contas, os aviões não podem fazer o caminho que querem, tudo é extremamente organizado para evitar que haja uma colisão em pleno ar. Portanto, observe um dos gráficos da carta de aproximação por instrumentos do Aeroporto Santos Dumont, que mostra exatamente esse caminho:

Observe um dos gráficos da carta de aproximação por instrumentos do Aeroporto Santos Dumont,
que mostra exatamente esse caminho
É possível notar, que um avião vindo, por exemplo, de São Paulo seguiria praticamente em linha reta, até chegar a altura do bairro de Bonsucesso, onde mudaria a direção, inclinando levemente para a direita, e para posteriormente fazer uma curva bem acentuada sobre o mar, na altura da Ponte Presidente Costa e Silva, popularmente conhecida como Ponte Rio–Niterói, se encaminhando para pouso no Aeroporto Santos Dumont.

Reparam que a câmera que filmou o suposto "OVNI", estava apontada justamente para a direção da trajetória utilizada pelas aeronaves comerciais? Pois bem, considerando então que fosse nada além de uma aeronave passando em frente ao Sol, era apenas uma questão de tentar identificá-la. Sendo muito generosos nesse ponto, vamos estimar que a gravação tenha sido realizada entre 16h30 e 17h15 (embora o mais provável é que tenha ocorrido por volta das 17h).

Assim sendo, podemos notar através do site FlightRadar24, que três aeronaves eram compatíveis com esse intervalo de tempo, e direção para onde a câmera estava apontada. As duas primeiras (referentes aos voos GLO1036 e ONE6010), no entanto, seriam as menos prováveis:

A imagem mostra o voo GLO1036 da Gol Linhas Aéreas que decolou as 16h do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com previsão para pousar as 16h40 no Aeroporto Santos Dumont (sendo que o FL24 aponta que a aeronave pousou as 16h35) do dia 14 de junho, mesmo dia da filmagem ocorrida no centro do Rio de Janeiro
A imagem mostra o voo ONE6010 da companhia aérea Avianca, que decolou do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, as 16h09 com previsão de pouso as 17h no Aeroporto Santos Dumont (sendo que o FL24 aponta que a aeronave pousou as 16h47) do dia 14 de junho
Já a terceira e mais provável aeronave de ter sido filmada pelo responsável pela página "Rio de Nojeira", corresponderia ao voo GLO1038, que era realizado por um Boeing 737-8EH, prefixo PR-GUQ, conforme vocês podem ver abaixo, passando sobre o Complexo do Alemão as 17h05.

Aliás, essa aeronave decolou as 16h29 do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em direção ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com previsão para pousar as 17h10 (o site aponta que o mesmo teria pousado as 17h09). Vale ressaltar, que o horário que aparece em todas as imagens é o UTC, ou seja, precisamos descontar cerca de 3h para ajustá-lo ao horário de Brasília:

Já a terceira seria a mais provável de ter sido filmada pelo responsável pela página "Rio de Nojeira", simplesmente o voo GLO1038, no qual era realizada por um Boeing 737-8EH, prefixo PR-GUQ, conforme vocês podem ver acima, sobre o Complexo do Alemão as 17h05 (sendo que o FL24 aponta que a aeronave pousou as 17h09)
Muitos ainda podem alegar, muito embora tecnicamente tudo indique seja uma aeronave comercial, e muito provavelmente o voo GLO1038 da Gol Linhas Aéreas, que um avião não poderia provocar aquele efeito luminoso, e que com certeza seria algo vindo espaço sideral.

Bem, já havíamos descartado essa hipótese "sideral" anteriormente, e para mostrar que estamos diante de um avião e que o mesmo poderia causar tal efeito, confira esse vídeo abaixo, que foi publicado em um canal de terceiros, no YouTube, onde mostra a filmagem de uma mera aeronave cruzando o horizonte, durante um entardecer:



Agora, confira esse outro vídeo, publicado por um outro canal no YouTube, mostrando o efeito e a distorção na atmosfera, que são causados por aeronaves cruzando em frente ao Sol (o melhor exemplo aparece em 3:01):



Aliás, em 0:59é possível ver um pássaro cruzando em frente ao Sol, desaparecendo ao passar por ele, justamente devido a luminosidade do próprio Sol. Será que alguém acha, que o pássaro também entrou e saiu do Sol? Isso seria simplesmente impossível.

Em termos de velocidade, as aeronaves comerciais naquele ponto onde o site FlightRadar24 indica, geralmente cruzam os céus a aproximadamente 400 km/h, o que é perfeitamente compatível se calculássemos a distância que estamos do Sol, seu respectivo tamanho, proporção e perspectiva de qualquer objeto passando a frente do mesmo em razão da distância em que o mesmo é filmado. Isso sem considerar o zoom que eventualmente seja aplicado, que nesse caso ocorrido no Rio de Janeiro é bem grande. Resumindo? Não há nada de errado ou sobrenatural em relação a velocidade.

Para fins de curiosidade, veja abaixo o efeito gerado, quando uma aeronave em velocidade supersônica, um Northrop T-38C, a 1.300 km/h, passou em frente ao Sol, em setembro de 2016 (é tão rápido que ainda vemos o efeito luminoso no início de sua passagem, à esquerda):

Um T-38C da Escola de Piloto de Teste da Força Aérea dos Estados Unidos passando em frente ao Sol a uma velocidade supersônica, criando ondas de choque que foram registradas fotograficamente para pesquisas. A NASA usou uma versão moderna de uma técnica de fotografia alemã de 150 anos - as imagens de Schlieren - para visualizar os fenômenos de fluxo supersônico.
Não vemos o avião como uma mancha escura passando em frente ao Sol em razão da distância e da luminosidade do próprio Sol, tal como aconteceu em relação ao pássaro. O "tremulado" que vemos na filmagem é um efeito causado pela refração atmosférica (assim como vemos o horizonte parecendo estar ondulado em uma estrada, em um dia bem quente). Já o que parece ser um rastro luminoso, nada mais é do que a luz do sol interagindo visualmente, a partir daquele ponto de observação, com os gases extremamente quentes saindo das turbinas do avião (note que a luminosidade inicialmente aparece quase na metade do "objeto", justamente na parte das asas). Basicamente isso.

Se essa mesma pessoa gravasse o mesmo pôr do Sol diariamente, entre 16h30 e 17h30, diante daqueles mesmas condições atmosféricas, com certeza filmaria outras aeronaves provocando os mesmos efeitos. De qualquer forma, o vídeo da página "Rio de Nojeira"é belíssimo, e servirá de base futura para outros casos, servindo de exemplo para tantas pessoas que, assim como eu, buscam a veracidade em relação ao que escrevem. É muito mais do que um mero convencimento, mas mostrar diante de dados, evidências e muita pesquisa, uma explicação plausível para que os nossos olhos muitas vezes não acreditam ou não querem acreditar, seja por falta de conhecimento ou por ganância.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-3538757/Spot-jet-Incredible-soundwave-pictures-Nasa-using-develop-generation-supersonic-passenger-planes-revealed.html
http://www.galeriadometeorito.com/2014/09/qual-diferenca-explosao-solar-EMC-tudo-sobre-tempestade-solar.html
https://www.facebook.com/riodenojeira/videos/1381810435188222/
https://www.facebook.com/riodenojeira/videos/1382259448476654/
https://www.facebook.com/riodenojeira/videos/1383491751686757/
https://www.flightradar24.com/data/flights/g31036#dbbf2f7

https://www.flightradar24.com/data/flights/g31038#dbc058e
https://www.flightradar24.com/data/flights/o66010#dbbf24c
https://www.nasa.gov/image-feature/t-38c-passes-in-front-of-the-sun-at-supersonic-speed/

Ataque de "Chupa-Cabras"? Demônio? Homem Alega ter Lutado Usando os Próprios Punhos Contra Estranha Criatura, no Equador!

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Por Marco Faustino

Se tem algo que faço questão de trazer ao conhecimento de vocês, são casos relacionados a América Latina, visto que sou um verdadeiro aficionado quando se trata de assuntos que envolvam todo folclore e a riqueza cultural dos nossos vizinhos (embora nem todos os países sejam fronteiriços ao nosso). Apesar de não ser completamente apaixonado por lendas, admiro a forma como elas teriam sido supostamente originadas, o que os antigos povos indígenas pensavam, além da maneira pela qual todo um determinado contexto começou a ganhar outras formas e conotações conforme as regiões foram colonizadas e outras religiões acabaram predominando sobre as mesmas. Além disso, existe todo um fortíssimo conjunto socioeconômico, que tem poderosa influência em casos pretensamente paranormais e sobrenaturais, que geralmente ocorrem em regiões isoladas, ou até mesmo em cidades e bairros com condições muito difíceis, precárias ou que foram completamente abandonados pelo poder público, que acabam sendo divulgados pelos mais diversos veículos de comunicação. Como se tudo isso não bastasse, esses mesmos veículos de comunicação normalmente não fazem muita questão de irem a fundo nas histórias que propagam ou então distorcem a conotação e o contexto original, fazendo com que o restante do mundo acredite somente em uma determinada versão, e não nas versões mais humanas e mais prováveis.

Já em relação ao "chupa-cabras", acredito que a última vez que falei propriamente sobre essa lendária criatura foi exatamente há um ano, em uma postagem que comentei sobre três supostas ocorrências do "chupa-cabras", em diferentes localidades do mundo. A primeira ocorrência teria sido no cemitério da cidade de Merrimack, em New Hampshire, nos Estados Unidos. O segundo caso teria acontecido na cidade de Piracicaba, no interior do Estado de São Paulo, aqui mesmo no Brasil. Já o terceiro caso era uma história bem estranha, que vinha do vilarejo de Rukshyn, na Ucrânia. Resumindo? Três localidades completamente diferentes e distantes entre si, que moradores ou a mídia local estavam apontando como se os casos estivessem relacionados ao "chupa-cabras". Evidentemente, assim como costumamos fazer, investigamos cada um dos casos para apresentar a mais provável verdade por trás de cada um deles. Foi uma postagem bem extensa, porém bem detalhada, e que vale muito a pena que vocês confiram (leia mais: Coincidência? Três Supostos "Chupa-Cabras" Foram Registrados em Localidades Diferentes ao Redor do Mundo em Menos de Uma Semana!).

Recentemente, no entanto, me deparei com um caso completamente inusitado e peculiar, que teria acontecido no povoado de Armenia, na província de Pichincha, no Equador. Um senhor chamado Casimiro Flores, 59 anos, disse ter sido atacado por uma criatura peluda, com cerca de 1 metro de altura e que possuía asas, enquanto atravessava um riacho próximo ao local onde morava, em plena luz do dia! Para vocês terem uma ideia, teriam sido momentos de pânico, porque ele alega ter lutado por cerca de 10 minutos com a criatura, valendo-se apenas dos seus próprios punhos. Em um determinado momento, a suposta besta, que Casimiro acreditava ser um chupa-cabras, teria o derrubado no riacho e tentado arrastá-lo. Teriam sido momentos de pânico, onde Casimiro teria rezado pela própria vida. Ele acabou contando maiores detalhes de sua história, com exclusividade para um jornal equatoriano. O que será que teria atacado Casimiro? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Algumas Informações Iniciais e Essenciais Sobre a Localidade e o Veículo de Comunicação que Começou a Propagar Toda Essa História


Antes de abordamos o caso propriamente dito é necessário que vocês conheçam o local onde tudo teria ocorrido. Afinal de contas, nada melhor do que se situar e saber um pouco mais sobre o lugar onde um determinado caso ocorre, não é mesmo?  Bem, o povoado de Armenia (que na verdade é interpretado como se fosse uma espécie de "bairro") está localizado na Paróquia de Nanegalito, que por sua vez pertence a Província de Pichinha, cuja capital é simplesmente Quito, que também é a capital do Equador.

Um detalhe curioso é que Nanegalito também pertence ao chamado Distrito Metropolitano de Quito devido a sua proximidade, aproximadamente 35 km (em linha reta) ou quase 70 km (distância na prática, que é percorrida em 1h40 de carro). Confira abaixo um mapa interativo do Google Maps:



Aliás, é interessante notar que para chegar até Nanegalito é necessário utilizar uma via secundária chamada de E28, se encaminhando assim para uma região predominantemente rural, repleta de fazendas, campos abertos e ao mesmo tempo de mata fechada, além de pequenos comércios à beira da estrada.  Ao longo da E28 nota-se pequenos povoados, sendo que um deles é justamente o povoado de Armenia. Conseguiram entender a localização?

Mapa mostrando a exata localização da Paróquia de Nanegalito, assim como as demais divisões administrativas
que existem nos arredores de Quito, capital do Equador
Imagem aérea mostrando um trecho da Paróquia de Nanegalito
Foto do centro da Paróquia de Nanegalito
Por outro lado é possível encontrar na região diversos hotéis e spas com acomodações modernas e até mesmo luxuosas, visto que a localidade abriga diversas reservas ambientais, e esse contato com a natureza acaba atraindo muitos turistas e moradores de Quito que buscam um pouco de tranquilidade diante do cotidiano agitado da capital.

Para vocês terem uma ideia, a Paróquia de Nanegalito (composto pelos povoados de Tulipe, Santa Elena, Cartagena, Miraflores, La Armenia, Tandayapa, San Tadeo. Los Dos Puentes e San Sebastián del Pachijal) possui aproximadamente 4.000 habitantes, então estimamos que somente o povoado de Armenia (lembrando que esses povoados podem ser considerados como se fossem "bairros") tenha muito menos do que isso.

Mapa mostrando a localização do povoado de "La Armenia", em relação a Paróquia de Nanegalito
Uma das principais atividades comerciais em Nanegalito é justamente a venda de artesanato local
Além das atividades comerciais, que incluem a venda de artesanato local, os moradores basicamente sobrevivem através da exploração madeireira e de práticas agrícolas, entre elas a produção de frutas cítricas, mamão, tomate, yuca e banana, assim como a produção e comercialização de leite. Tudo isso a 1.500 metros de altitude e uma temperatura média de 18 a 20ºC. Enfim, aparentemente, esse seria um local bem agradável de se passar um fim de semana caso a pessoa gostasse de estar literalmente no meio da natureza.

Agora que já conhecem um pouco mais sobre o local onde tudo teria acontecido, precisamos contar a vocês, que o caso foi divulgado com exclusividade por um jornal chamado Diario Extra, no Equador. Na verdade, esse jornal é uma espécie de tabloide de caráter sensacionalista, que costuma divulgar imagens sem qualquer tipo de censura, principalmente envolvendo assuntos policiais, se é que vocês me entendem. Não é nem preciso dizer, que vira e mexe, esse jornal arruma problemas com as autoridades do Equador, principalmente políticos. Além disso, eles geralmente eles fazem nenhuma questão de ratificar o que publicam, o que acaba gerando a imposição de diversas multas.

Na verdade, esse jornal é uma espécie de tabloide de caráter sensacionalista, que costuma divulgar imagens sem qualquer tipo de censura, principalmente envolvendo assuntos policiais, se é que vocês me entendem
Não é nem preciso dizer, que vira e mexe, esse jornal arruma problemas com as autoridades do Equador, principalmente políticos. Além disso, eles geralmente eles fazem nenhuma questão de ratificar o que publicam, o que acaba gerando a imposição de diversas multas
Inicialmente, eles tinham uma vertente bem erotizada, porém com o passar do tempo, adotaram um tom mais moderado, embora quase sempre é possível encontrar a imagem de alguma mulher ou modelo seminua estampando a primeira capa do jornal. Enfim, o jornal tem mesmo esse "caráter popular", fazendo com que o mesmo seja um dos jornais diários mais vendidos do país.

Conheça o Caso Relacionado ao Encontro do Morador Casimiro Flores com um Suposto "Chupa-Cabras", no Povoado de Armenia, no Equador


No dia 14 de junho desse ano, o site do jornal "Diario Extra" publicou uma matéria intitulada "Se dio de puñetes con el 'chupacabras'" ("Deram Socos no Chupa-Cabras", em uma tradução livre para o português), relatando que o solo debaixo dos pés de um homem chamado Casimiro Flores, 59 anos, havia sido abalado, quando ele sentiu que algo havia "caído" atrás dele, no dia 6 de junho desse ano. Ao se virar para ver o que tinha acontecido, ele teria se deparado com um estranho animal exibindo presas afiadas. A suposta criatura era da altura da cintura de Casimiro, que por sua vez mede 1,70 m.

Em um movimento rápido, a suposta criatura avançou em direção a Casimiro que, assustado, deixou sua machete (uma espécie de facão) cair no riacho, no qual ele estava atravessando. Portando-se como um verdadeiro boxeador, Casimiro teria começado a dar socos no focinho da tal criatura. Em entrevista para o jornal, Casimiro disse que, em um determinado momento, sua mão esquerda raspou no dente da criatura, cortando assim o seu dedo médio. O homem também disse que o animal estava arranhando o seu corpo, e não queria deixá-lo ir embora. Casimiro contou que começou a rezar, clamando por ajuda divina. Para vocês terem uma ideia, a situação teria sido tão desesperadora, que ele chegou a pensar, que aquela presença era uma "obra do demônio", porque os olhos da suposta criatura pareciam arder (ou queimar), em um tom avermelhado e intenso.

No dia 14 de junho desse ano, o site do jornal "Diario Extra" publicou uma matéria intitulada "Se dio de puñetes con el 'chupacabras'" ("Deram Socos no Chupa-Cabras", em uma tradução livre para o português), relatando que o solo debaixo dos pés de um homem chamado Casimiro Flores, 59 anos, havia sido abalado, quando ele sentiu que algo havia "caído" atrás dele, no dia 6 de junho desse ano.
Durante a "luta", por assim dizer, esse senhor teria percebido que seu "oponente" tinha cerca de três dedos com garras afiadas, porém seu rosto se parecia mais com um cachorro, de coloração marrom, e com as orelhas pontiagudas. Além disso, a suposta criatura tinha asas negras, um torso bem peludo, e ficava em pé com a ajuda de apenas duas patas bem finas.

Entretanto, durante essa "luta", Casimiro caiu de costas na água e, mesmo assim o suposto animal não o deixava ir, muito pelo contrário, a criatura teria se aproveitado da aparente "vulnerabilidade" do homem para arrastá-lo como se fosse "saco de penas", ou seja, com muita facilidade. Desesperado, ele conseguiu pegar uma pedra do riacho, e atirou na cabeça da tal criatura. O suposto animal teria emitido um som, semelhante um a cachorro ganindo, aberto suas asas e então voado para longe.

Então, Casimiro teria levantado, e percebido que suas roupas estavam completamente encharcadas e repletas de lama. Imediatamente, ele começou a correr pelo meio da floresta, rezando a oração do "Pai Nosso". Ele chegou em casa, após cerca de uma hora, totalmente pálido, para o espanto de sua esposa, chamada Elsa Flores.

Entretanto, durante essa "luta", Casimiro caiu de costas na água e, mesmo assim o suposto animal não o deixava ir, muito pelo contrário, a criatura teria se aproveitado da aparente "vulnerabilidade" do homem para arrastá-lo como se fosse "saco de penas", ou seja, com muita facilidade
De acordo com um infográfico publicado pelo site do jornal "Diario Extra", que apresentaremos em seguida, devidamente traduzido para vocês, Casimiro teria saído de casa por volta das 6h da manhã, chegando, após 15 minutos até um caminho conhecido como "El Chaquiñán", seguindo por uma trilha passando por dentro de uma região florestal. O ataque teria começado por volta das 6h30, enquanto ele cruzava o rio Alambi, e durado cerca de 10 minutos. Após cerca de 1h o homem teria chegado em casa.

"Ele espumava pela boca. Tive que ampará-lo e colocá-lo no quarto", lembrou sua esposa, cerca de uma semana após o suposto ataque. Ela o colocou na cama, e correu para a cozinha onde pegou um "ovo", e realizou uma espécie de ritual xamânico de purificação em seu marido.

Infográfico devidamente traduzido do "Diario Extra" mostrando como teria sido a sequência de acontecimentos
O Corpo de Bombeiros também teria sido chamado, e paramédicos teriam comparecido a casa de Casimiro. Entre eles estaria uma paramédica chamada Silvia Dávalos, que teria confirmado que o homem tremia muito. Os paramédicos teriam aferido a pressão de Casimiro, que estava muito alta. Além disso, seu coração estava bem acelerado. Silvia teria dito, que os sintomas apresentados por Casimiro indicavam que ele tinha passado por um "medo extremo." Porém, ela não quis confirmar se poderia ter sido ou não o ataque de um animal.

Casimiro, que trabalha como mestre de obras, ainda não havia superado o medo. No seu peito e no seu abdômen ainda estavam as marcas de arranhões. Ele fez questão de levantar sua camisa, e apontar os ferimentos que teria sofrido diante das câmeras. Sua voz tremulava ao descrever o que aconteceu. Ele chegava a fazer uma breve pausa, antes de contar cada passagem de sua história.

Mapa mostrando a região de Nanegalito, assim como diversos outros povoados. Na imagem também são mostradas algumas outras localidades, teleféricos, estradas, vias secundárias, locais de hospedagem, trilhas e os animais que habitam as respectivas regiões.
"Naquele dia, eu me levantei às 6h para trabalhar. Para chegar ao trabalho é necessário atravessar uma estrada conhecida como El Chaquiñán", disse Casimiro. Em relação ao dia do ataque, ele se recordou de ter tomado uma xícara de café, vestido uma camisa antiga do Barcelona, um time da Espanha, colocado um chapéu na cabeça, pegado uma machete e, então, saído de casa. Enquanto isso, sua esposa, a Elsa, deu início as suas tarefas domésticas.

"Tive um forte pressentimento, e isso foi confirmado quando meu marido chegou como se estivesse possuído pelo Diabo", disse Elsa, pressionando a mão contra o peito. O incidente, no entanto, acabou gerando uma certa apreensão nos moradores de Armenia, vistos que os mesmos continuavam contando como tinha sido a luta entre Casimiro e o suposto "chupa-cabras" devido as características físicas mencionadas por ele.

O incidente, no entanto, acabou gerando uma certa apreensão nos moradores de Armenia, vistos que os mesmos continuavam contando como tinha sido a luta entre Casimiro e o suposto "chupa-cabras" devido as características físicas mencionadas por ele.
Uma mulher conhecida por "Lady Nicolalde", que possui um restaurante na entrada do povoado, acreditava que essa mesma "besta" tinha atacado uma ovelha poucos dias depois, no dia 10 de junho, sendo que o animal se encontrava na fazenda onde seu marido trabalhava. Naquele dia, ou seja, no dia 10 de junho, os funcionários da fazenda encontraram-na com a parte superior do pescoço totalmente dilacerada. No dia seguinte, o animal veio a falecer. Como prova do que havia ocorrido, "Lady Nicolalde" apresentou uma foto, dizendo que, apesar dos ferimentos, não havia a presença de sangue. De qualquer forma, o "chupa-cabras" não foi localizado.

De qualquer forma, o apelido de "chupa-cabras", não tinha sido o único nome, no qual esse "ser estranho" havia sido "batizado." Muitos moradores passaram a chamá-lo simplesmente de "Diabo". Já outros, no entanto, consideravam que o mesmo seria uma espécie de gárgula, um ser considerado mitológico, que apresentaria "características grotescas".

Uma mulher conhecida por "Lady Nicolalde", que possui um restaurante na entrada do povoado, acreditava que essa mesma "besta" tinha atacado uma ovelha poucos dias depois, no dia 10 de junho, sendo que o animal se encontrava na fazenda onde seu marido trabalhava. Naquele dia, ou seja, no dia 10 de junho, os funcionários da fazenda encontraram-na com a parte superior do pescoço totalmente dilacerada.
Brenda Castillo, proprietária de uma fazenda na região, também ouviu falar sobre o caso de Casimiro. Porém, ela disse tinha ouvido, que a vítima tinha sido levada para um hospital, e que suas roupas teriam sido rasgadas, algo que, a princípio, era muito diferente do que foi contado pelo próprio Casimiro. Embora tivesse dito que não sentia medo diante do ocorrido, ela disse que o incidente lhe despertava curiosidade. Ela chegou a mencionar, que poderia se tratar de uma nova espécie de animal, mas que não havia nada confirmado nesse sentido.

Fernando Proaño, ex-líder comunitário de Armenia, organizou uma busca na região florestal onde o suposto ataque ocorreu. Na segunda-feira retrasada (12), ele e os outros moradores chegaram ao local munidos de machetes, com o objetivo de investigar as redondezas e acalmar a população. Ele explicou que a região não era adequada para abrigar "tal tipo de animal". Além disso, os morcegos seriam os únicos animais, que tinham as características descritas por Casimiro. Por outro lado, segundo Fernando Proaño, eles seriam demasiadamente pequenos. De qualquer forma, ele contou que, algum tempo atrás, eles capturaram um puma negro, que estava comendo as ovelhas, acrescentando que essa espécie de mamífero rondava a região, assim como jaguatiricas e raposas.

De qualquer forma, ele contou que, algum tempo atrás, eles capturaram um puma negro, que estava comendo as ovelhas, acrescentando que essa espécie de mamífero rondava a região, assim como jaguatiricas (à esquerda) e raposas (à direita).
Casimiro Flores participou das buscas, porém nada foi encontrado. Ele contou que, por ser obrigado a passar pelo mesmo local que "havia lutado com o Diabo", todas as manhãs, ele passou a fazer uma oração pedido proteção divina. Ao cruzar o local, ele também passou a pedir a Deus para que o suposto monstro não aparecesse novamente.

De acordo com Óscar Pacheco, coordenador de atendimento pré-hospitalar do Corpo de Bombeiros de Quito, no Equador, Casimiro Flores apresentava ferimentos em seu corpo, que poderiam ter sido causados por pedras ou galhos. O morador teria explicado aos bombeiros, que caiu no riacho e, em seguida, correu em meio à vegetação.

De acordo com Óscar Pacheco, coordenador de atendimento pré-hospitalar do Corpo de Bombeiros de Quito, no Equador, Casimiro Flores apresentava ferimentos em seu corpo, que poderiam ter sido causados por pedras ou galhos
"Se um animal tivesse o atacado, o mesmo teria deixado um padrão em suas marcas", disse Óscar Pacheco. De acordo com ele, os arranhões apresentariam uma espécie de padrão, não como aquelas cicatrizes que Casimiro tinha em sua barriga e no peito. Além disso, animais silvestres causariam ferimentos muito mais profundos, e não apenas superficiais. Resumindo? Casimiro, teoricamente, não teria sobrevivido a um ataque desse nível. Apesar de Óscar Pacheco mencionar, que os bombeiros não foram notificados de casos semelhantes na região, ele não quis comentar sobre que tipo de animal poderia ter causado os ferimentos apresentados por Casimiro.

Curiosamente, Óscar admitiu que o terror, que Casimiro teria vivenciado, parecia ter sido mesmo autêntico. Ele alegou que não era possível fingir o medo, que Casimiro aparentava, visto que o corpo humano apresentaria sinais de estresse intenso diante de situações de perigo. Segundo Óscar, a pressão aferida em Casimiro foi de 180 por 80 (18 por 8), quando o normal seria 120 por 80 (12 por 8). Um indício, segundo ele, que algo muito estranho teria acontecido aquela manhã.

Para Andrés Ortega, diretor do Hospital Veterinário da Universidade São Francisco de Quito, os ferimentos sofridos por Casimiro poderiam ter sido causados por uma águia andina. Andrés Ortega teria ficado sabendo do caso, e contou o que achava de tudo aquilo. Inicialmente, ao ser informado sobre o aspecto físico do animal, ele logo associou ao maior morcego do mundo, a grande raposa-voadora (Pteropus vampyrus), que habita o Sudeste Asiático, principalmente as Filipinas. Ele comentou que esses animais possuíam uma envergadura de cerca de 1,5 m, mas pesavam apenas 1,2 kg, ou seja, o corpo era relativamente pequeno.

Andrés Ortega (no centro), diretor do Hospital Veterinário da Universidade São Francisco de Quito recebendo uma espécie de reconhecimento dado a essa entidade por seu trabalho em ajudar a preservar o meio ambiente, em março desse ano
Foto de uma das salas de atendimento do Hospital Veterinário da Universidade São Francisco de Quito
Inicialmente, ao ser informado sobre o aspecto físico do animal, Andrés logo associou ao maior morcego do mundo, a grande raposa-voadora (Pteropus vampyrus), que habita o Sudeste Asiático, principalmente as Filipinas.
De qualquer forma, tal criatura não habitava o Equador, sendo que a única possibilidade seria da chegada dos mesmos através do tráfico ilegal de animais. Além disso, os mesmos seriam frugívoros, ou seja, só comeriam frutas. De acordo com Andrés Ortega, os arranhões eram semelhantes aqueles causados por uma água andina, que por sua vez possui entre 50 e 60 cm de altura.

No entanto, ainda de acordo com Andrés, também seria possível descartar essa hipótese, visto que a águia andina atacaria somente quando sua própria integridade estivesse ameaçada.

De acordo com Andrés Ortega, os arranhões eram semelhantes aqueles causados por uma água andina,
que por sua vez possui entre 50 e 60 cm de altura
No entanto, ainda de acordo com Andrés, também seria possível descartar essa hipótese, visto que a águia andina atacaria somente quando sua própria integridade estivesse ameaçada
Em relação aos ferimentos que a ovelha apresentava, Andrés disse que o causador era possivelmente um animal chamado "urso-de-óculos" (também conhecido por "urso-andino). A razão para essa suspeita, era que esse mamífero atacaria pelas costas e pelas laterais de sua presa. Já um puma, no entanto, concentrava-se na região da veia jugular.

Em relação aos ferimentos que a ovelha apresentava, Andrés disse que o causador era possivelmente um animal chamado "urso-de-óculos" (também conhecido por "urso-andino). A razão para essa suspeita, era que esse mamífero atacaria pelas costas e pelas laterais de sua presa
Foto mostrando as características físicas de um urso-de-óculos
Aliás, se tais animais tivessem atacado o Casimiro, provavelmente ele não teria sobrevivido para contar sua história. Andrés Ortega ainda fez questão de ressaltar, que ambos os animais atacavam os seres humanos apenas quando se sentiam ameaçados.

No dia 15 de junho, o site do jornal "Diario Extra" voltou a comentar sobre esse mesmo assunto dizendo que Brenda Castillo tinha sido muito enfática ao falar que seus funcionários não deveriam matar quaisquer animais estranhos, mas apenas capturá-lo o preservando da melhor foram possível. Segundo ela, não foram tomadas quaisquer outras medidas além dessa. Foi mencionado que Brenda, referindo-se a si mesma como uma pessoa conservacionista, disse que era muito ligada a natureza. Também foi citado que Brenda era proprietária da fazenda há cinco anos e tinha sido a primeira vez que ela ouviu falar sobre algo assim.

Brenda Castillo tinha sido muito enfática ao falar que seus funcionários não deveriam matar quaisquer animais estranhos, mas apenas capturá-lo o preservando da melhor foram possível.
Essa visão de "preservar a suposta criatura" não estava sendo compartilhada pelos moradores locais que ficaram assustados com a situação, visto que a criação de gado é comum na área e muitos trabalhadores costumam trabalhar durante a madrugada, principalmente na ordenha das vacas. Geralmente, um trabalhador buscava uma vaca, enquanto outro preparava o local para a ordenha, porém do ocorrido com Casimiro Flores, os trabalhadores se recusavam a sair sozinhos durante a noite e passaram a sair em duplas.

Essa visão de "preservar a suposta criatura" não estava sendo compartilhada pelos moradores locais que ficaram assustados com a situação, visto que a criação de gado é comum na área e muitos trabalhadores costumam trabalhar durante a madrugada, principalmente na ordenha das vacas.
Um morador local chamado Wilson Chico, dizendo que também ficou sabendo do que teria acontecido com Casimiro Flores
De qualquer forma, o Corpo de Bombeiros de Quito, que possui uma unidade de resposta às emergências, em Nanegalito, voltou a confirmar que não tinham sido relatados outros casos semelhantes ao que teria ocorrido com Casimiro. Segundo os bombeiros, o mais comum eram incidentes rodoviários. O caso mais incomum teria acontecido há um ano quando uma vaca teria caído em cima de um veículo após fugir de sua fazenda. Apesar dos moradores terem organizado grupos de buscas no local onde Casimiro disse ter sido atacado, Christian Rivera, diretor do Centro de Operações de Emergências (COE), disse que a recomendação era que as pessoas não tentassem capturar uma espécie exótica. Isso porque a criatura poderia reagir violentamente.

"Neste ano, até o presente momento, tivemos dois relatos de ataques ao gado em Nanegalito e Atahualpa (mais a noroeste). Quem viu disse que tinha sido obra de chupa-cabras. Porém, após a realização de buscas na região, descobriu-se que tinha sido a ação de cães dessas mesmas comunidades", disse Christian Rivera.

Existe Mais Alguma Explicação Para Tentar Entender o que Teria Acontecido com Casimiro Flores?


Sinceramente, quando me deparei com esse caso fiz uma pergunta muito simples: ninguém do Diario Extra, do Equador, pensou que seria extrememente importante gravar um vídeo sobre essa história?  Foram divulgadas apenas pouquíssimas fotos, algo que tive que complementar para tornar essa notícia um pouco mais "ilustrativa" para vocês. Inicialmente, cheguei a pensar que o caso teria acontecido em "La Armenia", uma espécie de subúrbio homônimo na região sudeste de Quito, visto que o mesmo fica bem próximo de uma trilha conhecida como "El Chaquiñán", que é muito utilizada por ciclistas. Contudo, o local do incidente seria mesmo próximo a Nanegalito, e "chaquiñán" nada mais é do que uma denominação comum para uma rota normalmente utilizada por criadores de cabras, em regiões rurais, como uma espécie de atalho, ou seja, qualquer caminho com essa finalidade pode ser chamado dessa forma. Em relação ao local onde tudo teria acontecido, aparentemente não restaria nenhuma dúvida.

Quanto ao suposto ataque existem muitas lacunas a serem preenchidas. Casimiro disse ter lutado com uma estranha criatura alada, de 1 metro de altura, que teria um focinho de cachorro e olhos avermelhados, e que ele teria cortado seu dedo no que "acreditava" ser o dente da criatura. Isso me lembrou rapidamente do caso do "Homem-Mariposa", principalmente devido a descrição dos supostos "olhos avermelhados". Lembro que havia sido cogitado, naquela ocasião, a possibilidade de ser apenas um grou-canadense (leia mais: O Lendário "Homem-Mariposa": Tudo sobre os Primeiros Relatos, Ataques, Conexão com o Fenômeno "OVNI" e Supostos Avistamentos!). Assim sendo, ao procurar por animais, que tivessem o porte e características semelhantes, que pudessem habitar os Andes, e ainda se encaixassem com o relato de Casimiro, o mais próximo que encontrei foi o condor-dos-andes. Ele é o símbolo nacional da Colômbia, Equador, Bolívia e Chile, e integra os brasões oficiais destes países, além de cumprir um importante papel no folclore e na mitologia das regiões andinas da América do Sul. Essa ave pode ter uma envergadura de cerca de 3,2 metros, possuir entre 1 e 1,3 m de altura, pesar aproximadamente 14 kg, e voar cerca de 300 km por dia.

Ao procurar por animais, que tivessem porte e características semelhantes, que pudesse habitar os Andes e ainda se encaixasse com o relato de Casimiro, o mais próximo que encontrei foi o condor-dos-andes. É o símbolo nacional da Colômbia, Equador, Bolívia e Chile, e integra os brasões oficiais destes países, além de cumprir um importante papel no folclore e na mitologia das regiões andinas da América do Sul
Curiosamente, o condor-dos-andes possui uma cabeça sem penas e pequena em relação ao corpo, geralmente avermelhada, embora possa mudar de coloração dependendo do estado emocional do animal. Embora seja uma espécie geralmente necrófaga, ou seja, que se alimenta de carniça, não é incomum que a mesma ataque animais ainda vivos, basta ver alguns vídeos ou imagens disponíveis na própria internet (leia mais, clicando aqui).

Curiosamente, o condor-dos-andes possui uma cabeça sem penas e pequena em relação ao corpo, geralmente avermelhada, embora possa mudar de coloração dependendo do estado emocional do animal. Aliás, notem o efeito dos olhos avermelhados dependendo do ângulo e da luminosidade do ambiente e a presença de patas com três "dedos" com garras afiadas.
De qualquer forma, o condor-dos-andes é uma espécie ameaçada pelos próprios seres humanos devido eao nvenenamento secundário de animais mortos por caçadores e a sua perseguição, na maioria das vezes, na percepção equívoca dos agricultores de que a mesma seja a responsável por ataques aos animais. Resumindo, poderia ter sido um condor-dos-andes? Casimiro teria tentando espantá-la ou até mesmo caçá-la, e a mesma tentado se defender? Tudo teria acontecido exatamente da forma como Casimiro disse? Deveríamos confiar cegamente em seu relato? Será que ele seria capaz de reconhecer um condor-dos-andes se visse um bem de perto, ainda mais em uma região onde pudesse ter morado a vida toda e nunca ter ficado frente a frente com um? Será que ele contaria que tentou caçar uma espécie ameaçada?

Poderia ter sido um condor-dos-andes? Casimiro teria tentando espantá-la ou até mesmo caçá-la, e a mesma tentado se defender? Tudo teria acontecido exatamente da forma como Casimiro disse? Será que ele seria capaz de reconhecer um condor-dos-andes se visse um bem de perto, ainda mais em uma região onde pudesse ter morado a vida toda e nunca ter ficado frente a frente com um?
Os ferimentos apresentados por Casimiro são bem superficiais e a história ganhou outra dimensão, visto que começaram a espalhar, que ele tinha ido parar no hospital, suas roupas teriam sido rasgadas, entre outros detalhes que, na realidade, nunca existiram. Uma vez que a única testemunha é o próprio Casimiro, e nenhuma pegada ou rastro da suposta criatura foi encontrado, fica difícil saber a realidade dessa história. Aliás, mesmo correndo, supostamente na direção de casa (que seria o mais lógico), ele disse ter demorado cerca de 1h para retornar, sendo que havia demorado apenas cerca de meia hora, andando calmamente, para chegar ao local do suposto ataque. Então, o que ele teria feito no restante do tempo? Ninguém o questionou sobre isso? Estranho, não é mesmo?

Particularmente, acredito que possa ter sido apenas uma águia andina ou até mesmo um condor-dos-andes, muito embora seja difícil entender tanto a motivação do suposto animal quanto a de Casimiro, em lutarem, teoricamente, por cerca de 10 minutos (o suposto tempo decorrido, de acordo com a consciência de Casimiro, é claro). E vocês, o que acham de toda essa história?

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://gvillacism.blogspot.com.br/2009/03/parroquia-nanegalito.html
http://parroquiaruraldenanegalito.blogspot.com.br/
http://www.elcomercio.com/actualidad/ecuador/personas-tres-comunas-busca-del.html
http://www.extra.ec/actualidad/chupacabras-nanegalito-pihincha-ecuador-YA1453537
http://www.extra.ec/actualidad/hombre-peleo-con-chupacabras-pichincha-quito-JX1415182
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