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Conheça 5 Casos Reais que Chocaram a Sociedade e Inspiraram Histórias Famosas e Assustadoras de Fantasmas no Mundo!

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Por Marco Faustino

Escrevi essa postagem há quase dois anos, e desde então pude ver, modéstia às favas, o quanto evoluí em termos de qualidade de conteúdo gerado e proporcionado para vocês. Lembro que o primeiro contato, que tive com o Canal AssombradO, foi uma mera sugestão de vídeo, enquanto navegava pela minha falecida TV de plasma, que foi o melhor equipamento que tive, enquanto durou, é claro, e acabou se tornando o pior possível, quando a situação ganhou outros caminhos que, felizmente, acabaram de uma forma muito positiva para mim. Pouco depois passei a integrar a SSA e, em pouco tempo, comecei a escrever para o blog, ocupando uma posição de um mero redator, algo que continuo sendo e me orgulho até hoje. Poucas vezes vocês ouviram falar sobre mim, e poucas vezes fiz questão de aparecer para vocês. Aliás, quem tem que brilhar não é aquele que escreve, mas o texto, as palavras, a pesquisa, é o material que passo noites em claro, que deve prevalecer sobre meu ego e meu sorriso de canto, a cada elogio que recebo e leio. Ainda que cada comentário pareça ter sido escrito para um imenso vazio, acredite, eu leio. Amanhã, completo dois anos escrevendo para vocês.

Talvez o número dois não signifique muita coisa numericamente, mas foram 730 dias em que respirei, pesquisei, me emocionei, sorri, me decepcionei, fiquei com raiva e acima de tudo, amei escrever. Não considero isso um talento, e nem me acho privilegiado por isso. Não escrevo por dinheiro, visto que escrevi por muito tempo e elaborei especiais, assim como esse, muito antes de imaginar que permaneceria por tanto tempo, e que fosse de alguma forma recompensado financeiramente por isso. Posso ser, de certa forma, até mesmo ingênuo nesse aspecto, mas nunca poderei ser chamado de mercenário. Até hoje considero o que faço como uma espécie de hobby, uma conversa particular e sigilosa, entre mim e ti, entre eu e você. Provavelmente, você encontrará alguns erros gramaticais em meus textos, o que de certa forma prova diversas coisas: sou humano, que não tive o cuidado de ao menos clicar no botão de correção ortográfica do Blogger, que não deveria usar a palavra "coisa", e que pensei que minhas revisões fossem boas, mas pelo visto me enganei redondamente. Ao menos tenho a vantagem de nunca ter contado vantagem, se é que isso serve para alguma coisa, por mais que eu tenha, involuntariamente, transparecido isso. Pode até parecer mentira, mas para quem sempre buscou a verdade, o que eu ganharia mentindo justamente agora?

Para celebrar esse momento, talvez de conquista, talvez de superação, talvez de comemoração ou talvez de encerramento de um ciclo, é que eu abro essa matéria especial. Uma matéria que mostra como cinco histórias reais inspiraram casos estranhos e assustadores de fantasmas, nos Estados Unidos e na Inglaterra. Afinal de contas, quase toda cidade tem uma história para ser contada sobre fantasmas. Contudo, é bem raro quando uma história sobre fantasmas pode ser investigada mais a fundo, e conseguimos descobrir um caso verdadeiro como plano de fundo e, ainda por cima, sendo amplamente documentado. Assim sendo, os casos acabam gerando um pouco mais de apreensão, e com certeza algum tipo de sentimento de compaixão pelas vítimas, visto que todos esses casos que vamos contar envolvem mortes. Algumas vítimas, por assim dizer, tiveram relacionamentos bem conturbados. Porém, tantas outras foram vítimas de violência doméstica ou até mesmo infantil. Vamos saber mais sobre esse assunto?

O "Fantasma de Greenbrier": A Morte de Elva Zona Heaster Shue, em 1897 (#5)


A história do "Fantasma de Greenbrier" pode ser simplesmente uma das histórias mais originais, que se tem notícia até os dias atuais. Essa estranha história, que aconteceu na zona rural do estado norte-americano da Virgínia Ocidental, não é apenas uma parte da história do chamado "sobrenatural", mas da história do Poder Judiciário dos Estados Unidos. Esse é um dos raros casos em que a palavra de um suposto "fantasma" ajudou a resolver um crime e, ainda por cima, condenar uma pessoa.

Elva Zona Heaster nasceu no condado de Greenbrier, na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, por volta de 1873. Pouco se sabe sobre os primeiros anos de sua vida, na pequena comunidade de Richards (atual Richland, localizada a cerca de 10 km ao norte de Lewisburg, sede do referido condado), assim como sobre sua adolescência, exceto pelo fato de ter engravidado e dado a luz a um filho ilegítimo, ou seja, concebido fora de um casamento formal, ao menos para os padrões da época, em 1895, quando tinha apenas 22 anos. Cerca de um ano depois, em outubro de 1896, ela conheceu um homem chamado Erasmus, mais conhecido como Edward Stribbling Trout Shue, que para simplificar iremos chamar apenas de "Shue", combinado?



Imagem mostrando o mapa do condado de Greenbrier, no estado norte-americano da Virgínia Ocidental, em 1887
Foto recente do Tribunal de Justiça do condado de Greenbrier, na cidade de  Lewisburg, na Virgínia Ocidental
Bem, Shue não tinha residência fixa, e pelo que se conta era um viajante que não mantenha laços permanentes por onde passava. Entretanto, ele se mudou para Greenbrier e passou a trabalhar como ferreiro, meio que para tentar se estabilizar e, portanto, começar uma nova vida. Ele acabou indo trabalhar na loja de um homem chamado James Crookshanks, que ficava localizada ao lado da antiga Ferrovia Midland.

Todas as vias públicas não eram asfaltadas naquela época e, uma vez que o condado estava localizado bem próximo das colinas, era o lugar perfeito para encontrar muitos cavalos e também rebanhos de outros animais. Seja qual fosse a pessoa que estivesse disposta a trabalhar como ferreiro, iria encontrar muito trabalho no condado de Greenbrier. Foi exatamente isso que Shue fez.

Antigo Mapa da Ferrovia Midland, sendo possível ver que ela cortava
a cidade de Lewisburg, sede do condado de Greenbrier
Elva Zona Heaster conheceu Shue pouco tempo depois do mesmo ter se mudado para o condado. Foi praticamente um amor à primeira vista. Ambos estavam perdidamente apaixonados, e logo se casaram. Entretanto, a mãe de Elva, a Sra. Mary Jane Robinson Heaster, quase na mesma proporção da filha, mas em sentido oposto, tinha criado uma antipatia muito grande por Shue. Aliás, a Sra. Mary Jane Robinson Heaster sentia que ele estava escondendo alguma coisa de sua família.

Elva Zona Heaster Shue é Encontrada Morta em Sua Casa


Elva e Shue viveram como marido e mulher, sendo um casal absolutamente normal, nos meses seguintes. Tudo mudou em 23 de janeiro de 1897, uma sexta-feira, quando o corpo de Elva foi descoberto dentro de sua casa por um jovem chamado Andy Jones, que tinha sido mandado por Shue, que por sua vez estava na loja onde trabalhava como ferreiro, para ir correndo até a sua casa, e ver se Elva "precisava de alguma coisa." O menino encontrou Elva no chão, na parte inferior da escada. Ela estava deitada, com os pés unidos, e uma mão em seu abdômen, sendo que a outra estava próxima do seu corpo. Além disso, ela estava com a cabeça ligeiramente inclinada para um lado, e seus olhos estavam abertos e estáticos.

Única foto que se tem conhecimento, que é atribuída ao casamento de Elva Zona Heaster (à esquerda)
e Edward Stribbling Trout Shue (à direita)
Apesar da idade e possível inexperiência de Andy Jones, era evidente que Elva estava simplesmente morta. Muito assustado, o rapaz saiu correndo da casa, e contou para sua mãe o que tinha visto. Foi assim que o médico local, que também era médico-legista, o Dr. George W. Knapp, foi chamado para ir até a casa, porém ele demorou mais de uma hora para chegar até o local. Enquanto o médico-legista não aparecia, Shue levou o corpo da sua esposa para o andar de cima, e o colocou na cama.

Ao contrário do costume local, ele mesmo vestiu o corpo de sua própria esposa. Normalmente, essa atitude era tomada por senhoras da comunidade, que lavavam e vestiam o corpo de modo a prepará-lo para o enterro. Entretanto, Shue por si mesmo decidiu vestir a esposa com sua melhor roupa. Um vestido de gola alta, um colarinho rígido, que cobria seu pescoço e um véu que foi colocado sobre seu rosto.

Foto da antiga casa onde Elva Zona Heaster Shue foi morta, em 23 de janeiro de 1897
Enquanto o Dr. Knapp a examinava, tentando determinar a causa da morte, Shue ficou ao lado de sua esposa, embalando sua cabeça e soluçando copiosamente. Devido a dor que Shue estava sentindo, o Dr. Knapp fez apenas um exame superficial, muito embora ele tenha notado alguns hematomas no pescoço de Elva. Quando ele tentou olhar mais de perto, Shue reagiu tão violentamente, que o médico deu por encerrado o exame, e foi embora. Inicialmente, ele apontou a causa da morte como "síncope perpétua" e, mais tarde, mudou para "complicações devido uma gravidez". Nunca se soube se Elva estava realmente grávida, porém duas semanas antes de sua morte, ela passou por uma consulta com o próprio Dr. Knapp devido a "problemas femininos."

O Dr. Knapp pensou em enviar alguém para notificar os pais de Elva, mas a notícia sobre sua morte rapidamente se espalhou pela comunidade. Ao final da tarde, dois jovens que eram amigos de Elva, voluntariamente se ofereceram para ir até uma região chamada "Meadow Bluff", e dizer a família Heaster o que tinha acontecido. A fazenda da família Heaster se localizava a cerca de 25 km da comunidade de Richards, em uma região próxima do moinho Livesay, e da cidade de Rainelle. A família morava em um lugar isolado, onde existiam poucas casas e fazendas, nos arredores das Montanhas Little Sewell.

O Velório e o Funeral de Elva Zona Heaster Shue


Quando a Sra. Mary Heaster, mãe de Elva, foi informada sobre a morte da filha, seu rosto se transformou em uma expressão de extrema amargura. "O diabo a matou", teria dito ela. No sábado, dia 24 de janeiro de 1897, o corpo de Elva foi levado até a casa de seus pais, em um caixão considerado inacabado, que foi fornecido pela empresa "Handley Undertaking Establishment."

Os vizinhos da família Heaster, incluindo o próprio Shue, participaram do velório, que durou todo o domingo seguinte (25). Aliás, Shue demonstrou uma extraordinária devoção, tanto na procissão que conduziu o corpo de Elva até a casa dos pais no dia anterior, quanto no velório em si, ficando sempre bem próximo do rosto de sua amada. Apesar de Elva ter sido enterrada somente na segunda-feira (26), isso acabou dando oportunidade para que vizinhos e amigos prestassem suas últimas homenagens, dando os pêsames aos familiares, e até mesmo levando um pouco de comida para a família Heaster, visto que não tiveram tempo e nem mesmo ambiente para cozinhar alguma coisa. Afinal de contas, a filha havia morrido, e nada a traria de volta.

Fotos de Elva Zona Heaster (à esquerda), e de sua mãe a Sra. Mary Heaster (à direita)
Entretanto, aqueles que foram ao velório notaram um comportamento bem estranho por parte de Shue. A tristeza, que ele aparentemente sentia, alternava entre a melancolia e a obsessividade. Ele não permitiu que ninguém chegasse muito próximo do caixão, principalmente enquanto ele colocava uma espécie de "travesseiro" ao lado da cabeça de Elva, que na verdade era um pano enrolado, e uma echarpe ao redor do seu pescoço. Para explicar esse inusitado comportamento, Shue disse apenas, que era para ajudar Elva "a descansar melhor". Na procissão em direção ao cemitério local, muitos notaram que havia uma certa maleabilidade no pescoço de Elva, ou seja, tinha algo errado naquela situação, e nem é preciso dizer, que as pessoas começaram a comentar sobre isso.

Havia uma pessoa, é claro, que não precisava ser convencida, de que Shue estava agindo de forma suspeita em relação a morte de Elva. Essa pessoa era justamente a Sra. Mary Jane Heaster. Ela odiava Shue desde o início, e nunca quis que sua filha se casasse com um estranho. Ela se tornou uma opositora ainda maior em relação ao casamento, quando Elva revelou para ela, que Shue já tinha sido casado por cerca de duas vezes. A mãe sabia que havia alguma coisa de muito errado sobre isso, mas ao mesmo tempo parecia que não havia nenhuma maneira de provar isso.

Foto da Capela Soule, pertencente a Igreja Metodista Unida dos Estados Unidos, em Meadow Bluff
uma comunidade não-incorporada do condado de Greenbrier
Os restos mortais de Elva Zona Heaster se encontram no Cemitério da Capela Soule
O túmulo de Elva Zona Heaster constantemente recebe a visita de turistas e curiosos, que além de tirar fotografias
costumam deixar algumas flores diante da sua lápide
Após o velório, a Sra. Mary Jane tentou devolver o mesmo pano enrolado, que Shue havia colocado no caixão de Elva, mas ele não quis. Ela notou que o tecido tinha um odor muito específico, então ela decidiu lavá-lo. Assim que ela colocou o tecido na bacia, a água teria ficado avermelhada.

Estranhamente, no entanto, o tecido teria ficado rosado e a cor avermelhada da água teria desaparecido. Sem entender muito o que estava acontecendo, a Sra. Mary Jane tentou ferver o pano, e o pendurou no varal por alguns dias. Para piorar a situação, a mancha não conseguia ser removida de jeito algum. Assim sendo, ela interpretou que as manchas misteriosas, supostamente de sangue, eram um sinal que Elva tinha sido morta. Portanto, a Sra. Mary Jane começou a rezar. O movimento espiritualista estava em alta naquela época, e a Sra. Mary Jane era uma dessas pessoas, que acreditavam piamente na existência de uma "vida após a morte."

O Espírito de Elva Zona Heaster Shue Teria Aparecido Para Sua Mãe


Todas as noites, durante cerca de quatro semanas, a Sra. Mary Jane orou fervorosamente para que sua filha viesse até ela e revelasse a verdade sobre como ela havia morrido. Segundo o que se conta até hoje, algumas semanas mais tarde, suas preces teriam sido atendidas. Durante quatro noites, o espírito de Elva teria aparecido ao lado da cama da mãe. Inicialmente, teria sido apenas uma luz brilhante, mas com o passar do tempo teria começado a tomar forma, e deixava o quarto completamente gelado.

Elva teria despertado sua mãe durante o sono e contado para ela, por diversas vezes, como o marido a teria matado. Shue era violento, cruel, e durante um acesso de raiva ele a teria atacado, porque não tinha nada pronto para o jantar. Ele teria quebrado, de forma selvagem, o pescoço de Elva. Para demonstrar isso, o "fantasma" ou "espírito" de Elva teria virado completamente a cabeça, até que sua face ficasse alinhada as suas costas. A Sra. Mary Jane tinha certeza do que visto, e que o espírito de sua filha tinha mostrado exatamente como havia morrido. Curiosamente, diante dessa situação, Shue teria matado a esposa apenas 3 meses após ter se casado com ela. Não contei isso anteriormente para manter o clima de suspense.

Durante quatro noites, o espírito de Elva teria aparecido ao lado da cama da mãe. Inicialmente, teria sido apenas uma luz brilhante, mas com o passar do tempo teria começado a tomar forma, e deixava o quarto completamente gelado (imagem meramente ilustrativa).
Pouco tempo depois, a Sra. Mary Jane foi procurar o promotor local, John Alfred Preston, para tentar convencê-lo a abrir novamente a investigação sobre a morte de Elva. Ela contou sobre as visitas do espírito de sua filha, como prova de que um grande erro estava sendo cometido. Considerando a situação de perda, o promotor foi um tanto quanto simpático e educado com a Sra. Mary Jane. Os dois "conversaram por muitas horas" e, no final do encontro, Preston concordou em enviar policiais para falar com o Dr. Knapp e alguns outros envolvidos no caso.

Embora fosse improvável, que Preston estivesse disposto a considerar qualquer outra versão para os fatos, ainda mais devido ao depoimento de um suposto "fantasma", o inquérito acabou sendo reaberto. Os jornais locais relataram, que a Sra. Mary Jane Heaster não era a única na comunidade, que estava desconfiada sobre a morte de Elva. Havia também "certos cidadãos", que tinham começado a fazer perguntas, bem como os crescentes "rumores" circulando pela comunidade.

Os jornais locais relataram, que a Sra. Mary Jane Heaster não era a única na comunidade, que estava desconfiada sobre a morte de Elva. Havia também "certos cidadãos", que tinham começado a fazer perguntas, bem como os crescentes "rumores" circulando pela comunidade
John Alfred Preston decidiu ir pessoalmente a comunidade de Richlands para ver o Dr. Knapp, que por sua vez admitiu que seu exame no corpo de Elva tinha sido incompleto. Os dois concordaram que uma autópsia esclareceria as coisas, e poderia confirmar ou negar as suspeitas remanescentes sobre o caso. A autópsia também daria uma ideia melhor de como Elva teria morrido, e descartaria as suspeitas sobre Shue, caso ele fosse mesmo inocente. Dias depois uma exumação foi solicitada. A autópsia foi realizada em uma escola, a Nickell, que ficava bem próxima do cemitério da Igreja Metodista de Soule, local onde Elva tinha sido enterrada. As crianças, é claro, foram dispensadas no dia 22 de fevereiro de 1987, justamente o dia que Elva foi exumada.

Foi noticiado no jornal local, o "Greenbrier Independent", que Shue se queixou muito sobre o fato de sua esposa ser exumada, mas ficou claro que ele seria forçado a comparecer a exumação, caso não fosse por livre e espontânea vontade. Ao contestar o que estava acontecendo, ele respondeu que sabia que acabaria sendo preso, mas que eles não seriam capazes de provar que ele tinha feito aquilo. Essa declaração no mínimo descuidada de Shue, indicava que pelo menos ele tinha conhecimento que sua esposa tinha sido morta.

A Autópsia no Corpo de Elva Zona Heaster Shue


A autópsia durou cerca de 3 horas, e os médicos trabalharam sob a luz de lampiões de querosene. Curiosamente, o corpo de Elva estava em um estado bem próximo de uma "perfeita conservação", isso graças às baixas temperaturas do mês de fevereiro daquele ano, o que acabou tornando o trabalho dos médicos muito mais fácil, por assim dizer. Uma bancada, uma espécie de júri composto por cinco homens havia sido organizado, e eles dividiram o espaço apertado e abafado da escola juntamente com oficiais do condado, Shue e Andy Jones (o menino que foi o primeiro a encontrar o corpo de Elva), testemunhas e alguns outros espectadores.

A autópsia foi realizada seguindo os métodos tradicionais, ao menos para a época, o que significava que primeiramente tinha sido realizado um exame nos órgãos vitais. Posteriormente, os médicos fizeram uma incisão ao longo da parte posterior do crânio, de modo a permitir que o cérebro pudesse retirado. Entretanto, a retirada do cérebro não foi necessária, uma vez que os médicos rapidamente encontraram o que estavam procurando. "Descobrimos que o pescoço da sua esposa foi quebrado", disse um dos médicos para Shue. Ele abaixou a cabeça, e uma expressão de desespero tomou conta de seu rosto. "Eles não podem provar que eu fiz isso", sussurrou Shue.

A autópsia durou cerca de 3 horas, e os médicos trabalharam sob a luz de lampiões de querosene. Curiosamente, o corpo de Elva estava em um estado bem próximo de uma "perfeita conservação", isso graças às baixas temperaturas do mês de fevereiro daquele ano, o que acabou tornando o trabalho dos médicos muito mais fácil, por assim dizer
Pode parecer estranho, que um pescoço quebrado não tenha sido descoberto imediatamente ou que não fosse evidente na superfície da pele, mas os médicos costumam dizer que essa é uma das lesões mais difíceis de serem detectadas. Isso se torna ainda mais difícil em um cadáver, uma vez que a cabeça é naturalmente mais pesada, e quando os músculos da pessoa morta estão relaxados, os mesmos tendem a ter uma certa maleabilidade. Além disso, a primeira vértebra está localizada bem ao fundo, no interior do pescoço, logo abaixo do crânio. Isso faz com que seja bem difícil de algo assim ser descoberto, ainda mais se considerarmos as condições e conhecimento médico que preponderavam nas zonais rurais dos Estados Unidos, no final do século XIX.

Os resultados da autópsia foram bastante condenatórios para Shue. Em um relatório emitido no dia 9 de março daquele ano, e publicado no jornal "The Pocahontas Times", foi mencionado que: "O pescoço tinha sido quebrado, e a traqueia esmagada. Na garganta havia marcas de dedos, indicando que Elva tinha sido estrangulada. O pescoço tinha sido deslocado entre a primeira e a segunda vértebra, sendo que os ligamentos tinham sido rompidos."

Os resultados imediatamente se tornaram públicos, o que perturbou muitas pessoas na comunidade. Shue foi preso e acusado de homicídio. Inicialmente, ele ficou preso em uma pequena prisão, feita de pedra, na rua Washington, na cidade de Lewisburg. Apesar das provas contra Shue serem, na melhor das hipóteses, um tanto quanto circunstanciais (desconsiderando as eventuais comunicações espiritualistas), o mesmo foi indiciado formalmente por homicídio. Ele ainda tentou recorreu, uma vez que sempre constantemente alegava que era inocente.

Uma Parte do Passado de Edward Stribbling Trout Shue é Descoberta: O Julgamento e a Condenação a Prisão Perpétua


Enquanto aguardava julgamento, informações sobre o passado, um tanto quanto desagradáveis de Shue, começaram a surgir, levando muitos a acreditar que Sra. Mary Jane Heaster estava certa sobre ele o tempo todo. Elva tinha sido de fato sua terceira esposa. Seu primeiro casamento com uma mulher chamada Allie Estelline Cutlip, resultou em uma criança, mas terminou em divórcio, em 1889, enquanto Shue estava na prisão por roubo de cavalos. Allie alegou na sentença de divórcio, que seu marido batia nela com certa frequência. Em 1894, Shue se casou novamente, dessa vez com Lucy Ann Tritt. Estranhamente, Lucy morreu apenas oito meses depois, em circunstâncias que foram descritas como "misteriosas." Shue afirmou que Lucy tinha caído e batido a cabeça em uma pedra, mas poucos acreditaram nele. Sabiamente, ele fez as malas e sumiu. No outono de 1896, Shue mudou-se para Greenbrier. O restante, bem, acho que vocês já devem imaginar.

Reportagem de um jornal da época (não foi possível
identificar o jornal e nem mesmo a data da notícia)
comentando sobre o julgamento de Shue
Ironicamente, na prisão, Shue passou a ficar bem humorado, e dizia que seu luto por Elva havia terminado. Na verdade, ele teria dito que tinha um objetivo ao longo de sua vida: ter sete esposas. Elva teria sido apenas sua terceira esposa e, considerando que ele ainda era jovem, tinha muito tempo para realizar seu objetivo. Shue, no entanto, teria dito repetidamente aos jornalistas, que ninguém poderia provar o que estava sendo alegado, ou seja, que ele teria matado Elva.

O julgamento de Shue começou no dia 22 de junho de 1897, e muitas pessoas da comunidade testemunharam contra ele. O destaque do julgamento, é claro, foi quando a Sra. Mary Jane Heaster apareceu. O promotor Preston a apresentou como mãe da mulher morta, e também como a primeira pessoa a notar as circunstâncias incomuns de sua morte. Preston queria ter certeza que a Sra. Mary Jane aparentava estar sã e confiável. Por essa mesma razão, ele se esquivou e ignorou a questão sobre o "fantasma de Elva", porque isso faria com que a Sra. Mary Jane aparentasse estar agindo de forma irracional, e também porque era uma prova inadmissível. A narradora da história, ou seja, a Elva, evidentemente não poderia ser interrogada pela defesa, uma vez que estava morta, e assim seu testemunho seria considerado simplesmente como "boato" nos termos da lei.

Infelizmente, para Shue, seu advogado pediu a Sra. Mary Jane para que falasse sobre seu "avistamento fantasmagórico." Parecia óbvio, que ele estava fazendo isso para tentar ridicularizá-la perante o júri. Ele caracterizou suas visões da Sra. Mary Jane, como "delírios de uma mãe", e se esforçou muito para que ela admitisse, que poderia ter se confundido sobre o que supostamente viu. Ele continuou a atormentá-la por algum tempo, mas a Sra. Mary Jane nunca recuou em relação ao que ela acreditava ter visto. Quando o advogado de defesa percebeu que o testemunho não estava indo na direção que ele queria, ele a dispensou.

Nessa altura dos acontecimentos, o estrago já tinha sido feito. Uma vez que a defesa, e não a acusação tinha introduzido o testemunho de um "fantasma" durante o julgamento, o juiz teve que pedir ao júri para que desconsiderasse aquilo. No entanto, era evidente que a maioria das pessoas da comunidade acreditava mesmo que a Sra. Mary Jane tinha visto o fantasma de sua filha. Apesar do testemunho eloquente de Shue, em sua própria defesa, o júri o considerou culpado. Curiosamente, dez dos jurados ainda votaram para que ele fosse enforcado, mas isso não foi suficiente para condená-lo a morte. Assim sendo, Shue foi condenado a prisão perpétua.

Por outro lado, a sentença não satisfez a todos no condado de Greenbrier. Em 11 de julho de 1897, um grupo de cidadãos entre 15 a 30 homens, se reuniram a cerca de 13 km da cidade de Lewisburg para formar um "pelotão de linchamento." Eles tinham comprado uma corda, e estavam fortemente armados. Assim sendo, todos começaram a caminhar em direção a prisão onde Shue se encontrava. Se não fosse por um homem chamado George M. Harrah, que contatou o Xerife, Shue certamente teria sido linchado até a morte. Harrah entrou em contato com ao xerife Dwyer, que por sua informou a situação a Shue que, ficou apavorado, que não conseguia nem mesmo amarrar os próprios sapatos. O xerife Dwyer levou Shue a um refúgio no meio da floresta, a cerca de 1,5 km da cidade e, em seguida, conseguiu dispersar a multidão, fazendo com que voltassem para suas casas.

Mais uma notícia de jornal da época comentando que, inicialmente, acreditava-se que Elva teria morrido devido a um ataque cardíaco,
porém posteriormente foi verificado que seu pescoço havia sido quebrado
Outra notícia de um jornal da época apontando que cidadãos estavam planejando e tinham a intenção
de linchar Shue devido ao crime que ele tinha cometido
Shue foi transferido para a Penitenciária Estadual da Virgínia Ocidental, em Moundsville, no dia 14 de julho de 1897, onde viveu durante os três anos seguintes. Ele faleceu no dia 13 março de 1900, em uma das epidemias de sarampo, caxumba ou pneumonia, que assolaram a prisão naquela primavera. Naquela época,. era comum que fossem enterrados os restos mortais de indigentes em um cemitério próximo, o qual não se manteve nenhum registro até 1930. Portanto, não há nenhuma lápide ou identificação de onde Shue estaria atualmente enterrado.

Por outro lado, a Sra. Mary Jane Robinson Heaster viveu para contar sua história para todos aqueles, que quisessem ouvi-la. Ela morreu em setembro de 1916, sem nunca desmentir sua história sobre o fantasma de sua filha.

Desenho que Shue teria supostamente feito dele e de Elva durante o tempo que passou na prisão
Já em relação a Elva, seu fantasma nunca mais foi visto novamente, mas ela deixou uma marcante "história assombrada", no condado de Greenbrier. Algo que ainda pode ser notado até hoje, pelo que está escrito em uma placa ao longo da Rota 60: "Enterrada em um cemitério próximo está Zona Heaster Shue. Sua morte,em 1897,foi dada como natural, até que seu espírito apareceu à sua mãe para descrever como ela foi morta por seu marido Edward. Na autópsia realizada no corpo exumado verificou-se o que foi relatado pela aparição. Edward foi considerado culpado por homicídio, e condenado à prisão estadual. Apenas um caso conhecido, pelo qual um depoimento de fantasma ajudou a condenar uma pessoa".

Já em relação a Elva, seu fantasma nunca mais foi visto novamente, mas ela deixou uma marcante "história assombrada", no condado de Greenbrier. Algo que ainda pode ser notado até hoje, pelo que está escrito em uma placa ao longo da Rota 60
Foto mostrando a placa marcando o ponto aproximado onde Elva Zona Heaster Shue permanece enterrada
Esse é apenas o primeiro caso, que estamos trazendo um pouco mais a fundo para vocês. Devido ao fato dos jornais serem muito antigos, e a maior parte do conteúdo atualmente ser cobrado para ser acessado, infelizmente não consegui obter todas imagens das notícias dos respectivos jornais.

De qualquer forma, vocês podem conferir a transcrição do que foi publicado pelos jornais locais, inclusive toda a parte do julgamento de Shue, ao clicar aqui. Bem, ainda faltam mais quatro casos, sendo que os próximos serão igualmente interessantes. Vamos continuar nossa "pequena" saga!

O "Fantasma de Elizabeth City": Os Detalhes da Morte de Ella Maude "Nell" Cropsey, em 1901 (#4)


Algo que se tornaria um dos mistérios mais antigos, e que persiste até hoje, em Elizabeth City, no estado norte-americano da Carolina do Norte, aconteceu no dia 20 de novembro de 1901. Naquela noite, uma linda menina de apenas 19 anos, chamada Ella Maude Cropsey, mais conhecida como "Nell Cropsey", simplesmente desapareceria do mapa.

Aliás, essa história também foi contada e de forma bem resumida pelo programa "Tar Heel Traveler", da WRAL-TV, uma emissora de TV sediada em Raleigh, na Carolina do Norte, em agosto de 2012. Vocês podem conferir a matéria realizada através de um vídeo publicado em um canal de terceiros, no YouTube (em inglês, sendo que usaremos algumas imagens para ilustrar o caso):



Bem, Nell Cropsey nasceu em julho de 1882, no bairro do Brooklyn, em Nova York, e era filha de William Hardy (1853 - 1938) e Mary Louise Cropsey (1859 - 1930). Nell era a segunda filha de um total de nove filhos, e era bem apegada a sua irmã mais velha, a primogênita da família, que se chamava Olive, mais conhecida como Ollie.

Nell Cropsey (na foto) nasceu em julho de 1882, no bairro do Brooklyn, em Nova York, e era filha de William Hardy (1853 - 1938) e Mary Louise Cropsey (1859 - 1930). Nell era a segunda filha de um total de nove filhos, e era bem apegada a sua irmã mais velha, a primogênita da família, que se chamava Olive, mais conhecida como Ollie
Neste ponto é importante ressaltar que seu pai, William Hardy, decidiu se mudar com toda a família de Nova York, e passar a viver na pequena Elizabeth City, na Carolina do Norte, no ano de 1898. Aliás, ele decidiu isso após ver um anúncio de uma casa de campo para alugar no condado de Pasquotank, mais precisamente na avenida Riverside. A família Cropsey denominou a propriedade de "Seven Pines."



Foi em Elizabeth City, que o destino de Nell Cropsey, 19 anos, logo cruzou com o de Jim Wilcox, 24 anos, que era engenheiro civil e filho de um ex-Xerife do condado de Pasquotank. Jim era homem franzino, tinha cerca de 1,57 m de altura, mas isso não impediu que o amor nascesse entre ambos, e logo estavam apaixonados. Inicialmente, o namoro era como qualquer outro, mas no início de 1901 as coisas começaram a desandar. Nell estava impaciente para se casar, e não acreditava que Jim tivesse qualquer intenção de se casar com ela.

O Desaparecimento de Nell Cropsey


Na noite de 20 de novembro de 1901, Jim resolveu fazer uma visita a Nell, mas ele não era estava sozinho durante a visita. O namorado de Ollie, que se chamava Roy Crawford também estava lá. Ollie, Nell, e um outro irmão, chamado William, ficaram conversando com Jim e Roy até por volta das 23h, quando Jim se levantou, porque precisava ir embora. Aliás, o namoro de três anos entre Nell e Jim parecia estar indo de mal a pior. Ela o havia ignorado durante toda a noite, e só ficava falando de sua próxima viagem ao Brooklyn para visitar parentes no dia de Ação de Graças.

Na noite de 20 de novembro de 1901, Jim resolveu fazer uma visita a Nell (na foto),
mas ele não era estava sozinho durante a visita
Foto antiga mostrando a casa da família Cropsey
Após se despedir de todos, Jim perguntou se poderia dar uma rápida saída com Nell, porque queria conversar com ela, na varanda, sobre a situação de ambos. Nesse ponto é importante mencionar, que Ollie tinha 20 anos, era apenas 1 ano mais velha do que Nell, e ambas eram consideradas adultas. Mesmo assim eram tempos conservadores e, bem ou mal, Ollie estava meio que responsável pela irmã mais nova. No entanto Ollie, querendo que ambos se acertassem, permitiu que os dois saíssem juntos.

Pouco depois de sua irmã ter saído com Jim, Ollie teria ouvido algo semelhante a um "estrondo" na parte de trás da casa. Uma vez que seu namorado também já estava de saída, ela lhe pediu para procurar por Nell. Ele fez isso e voltou para dizer, que ela não estava na varanda. Ollie subiu as escadas de casa, até o quarto em que ela e sua irmã dividiam, e Nell também não estava lá. Curiosamente, Ollie não levantou suspeitas, talvez por ter pensado que Nell voltaria logo ou pensou que seu pai estivesse irritado com Nell ou com ela mesma por ter deixado a irmã sair com Jim. Ollie simplesmente foi dormir.

Jim era homem franzino, tinha cerca de 1,57 m de altura, mas isso não impediu que o amor nascesse entre ambos, e logo estavam apaixonados. Inicialmente, o namoro era como qualquer outro, mas no início de 1901 as coisas começaram a desandar. Nell estava impaciente para se casar, e não acreditava que Jim tivesse qualquer intenção de se casar com ela.
Algumas horas mais tarde, alguém começou a gritar e acordou toda a família. Um vizinho começou a alertar que tinha visto alguém roubando um porco da família. Todos apressadamente vestiram-se e correram escada abaixo. Ollie estava alarmada, Nell não estava entre eles e nem mesmo tinha entrado no quarto enquanto ela dormia. Assim sendo, ela resolveu contar para família sobre o desaparecimento de sua irmã, e uma frenética busca foi feita, porém nada foi encontrado, exceto um guarda-chuva que Nell tinha dado a Jim, e que ainda estava encostado na parede ao lado, da porta da frente da casa.

O Corpo de Nell Cropsey é Encontrado


Na manhã seguinte, a cidade inteira começou a procurar por Nell. A especulação inicial, de que Nell teria fugido com Jim, tinha sido meio que descartada, uma vez que todos os pertences de Nell estavam na casa, e ela não tinha motivos para fugir. Isso foi confirmado após a polícia ter encontrado Jim na casa de seus pais. Ele disse para a polícia que o relacionamento deles havia terminado, e ele devolvido para Nell, a foto dela juntamente com o guarda-chuva, que ela havia lhe dado.

Ele insistentemente alegava que a deixou chorando na varanda de casa por volta de 23h15. Então para afogar as mágoas, ele resolveu tomar uma cerveja com um amigo antes de ir para a casa de seus pais, onde ele teria dormido por volta da meia-noite. De qualquer forma, naquela altura dos acontecimentos, Jim Wilcox já estava sendo apontando como o principal responsável pelo desaparecimento de Nell Cropsey.

Notícia publicada no jornal "The Pittsburgh Press"
em 30 de novembro de 1901, revelando a esperança
dos familiares de encontrar Nell Cropsey viva
A cidade entrou em clima de guerra. Uma reunião foi realizada, mais precisamente na Academia de Música, que ficava no andar de cima de uma loja de departamentos chamada "Mitchell's Nee Hive." Um comitê formado por cinco pessoas começou a organizar uma busca desenfreada por Nell Cropsey: cães farejadores foram levados até a cidade e vasculharam o rio, e uma cigana e clarividente chamada Madame Snell Newman disse que o corpo de Nell Cropsey seria encontrado em um poço em Weekville, mas todas as pistas e todas as tentativas de encontrar Nell foram infrutíferas. Porém, mesmo assim, a família ainda mantinha esperanças que encontraria a jovem com vida.

Após 37 dias de buscas, no dia 27 de dezembro de 1901, um pescador chamado J.D. Stillman, encontrou algo boiando no rio local, que possui o mesmo nome do condado, Pasquotank. Quando ele foi olhar mais de perto, logo notou que se tratava do corpo de Nell Cropsey.

A situação de Jim Wilcox começou a piorar quando uma garrafa de whisky foi encontrada às margens do rio Pasquotank, ainda nas terras que pertenciam a família Cropsey. Isso porque um funcionário de um estabelecimento local alegou, que tinha vendido aquela mesma garrafa de bebida para Jim. Para alguns essa foi a confirmação do que eles já vinham suspeitando. Algumas outras pessoas, no entanto, levantaram algumas questões bem pertinentes. Se todo mundo tinha vasculhado o rio Pasquotank diversas vezes, como que o corpo de Nell não apareceu antes? Ela tinha sido realmente morta na época que sumiu?

Com o tempo foram surgindo algumas supostas testemunhas. Um morador local chamado Charles T. Parker afirmou ter visto Jim e Nell por volta de 23h30 nas proximidades do rio Pasquotank. Já um outro morador chamado Boatman Leonard Owens, jurou ter visto Jim Wilcox por volta da meia noite, com a roupa molhada, indo em direção a casa de seus pais. Surpreendentemente, algum tempo depois, o pai de Nell dispersou uma multidão de linchadores, que tinha se reunido com a intenção de matar Jim Wilcox. Ele pediu a multidão para que deixasse a Justiça lidar com o caso. A multidão então decidiu acatar o pedido do pai de Nell, que se mostrava extremamente desolado.

Notícia publicada no jornal "The Evening Argus", em 28 de dezembro de 1901, apontando para o fato do corpo de Nell Cropsey ter sido encontrado no dia anterior (à esquerda). A outra notícia publicada pelo jornal "The Pittsburgh Press", em 29 de dezembro de 1901, apontava para o risco de Jim Wilcox ser linchado por pessoas enfurecidas na cidade (à direita)
Uma autópsia do corpo de Nell, acabou sendo realizado em um anexo na parte de trás da casa da família Cropsey, diante de uma multidão que acompanhava os procedimentos. A autópsia apontou que Nell tinha morrido devido a um golpe na cabeça, ou seja, ela já estava morta quando foi jogada no rio. O corpo de Nell Cropsey foi enviado para Nova York, onde um tio cuidou de todos os preparativos em relação ao seu funeral. A família decidiu não comparecer. Dessa forma, Jim Wilcox imediatamente se tornou o homem mais odiado na cidade, embora ele ferozmente dissesse que era inocente.

Notícia publicada pelo jornal "The New York Times", em janeiro de 1902, comentando sobre o funeral de Nell Cropsey
O julgamento de Jim pela morte de Nell foi o maior escândalo que a cidade já tinha visto. Jim foi considerado culpado e sentenciado a morte por enforcamento, mas seu advogado, E.F. Aydlett, recorreu da sentença e apelou para a Suprema Corte do Estado da Carolina do Norte. Um novo julgamento foi realizado em 1903, e Jim foi condenado a 30 anos de reclusão.

O mais estranho de tudo isso, no entanto, foi o que aconteceu alguns anos após a morte de Nell Cropsey. O espírito dela parecia atormentar a todos que estavam presentes em sua casa, na noite de sua morte, talvez em busca de uma vingança de uma morte que, talvez, nunca tivesse sido realmente solucionada. E acredite, a sequência de acontecimentos vai surpreender você.

As Estranhas Mortes das Pessoas Que Estavam na Companhia de Nell Cropsey Em Sua Última Noite


William Cropsey, o irmão de Nell, que estava com ela na noite do seu desaparecimento, tirou a própria vida, em 1908, ao ingerir grandes quantidades de ácido carbólico (também conhecido como ácido fênico, comumente utilizado na época como um antisséptico para limpar feridas, tratar as inflamações da boca, garganta e ouvidos) na frente de sua esposa e filho. Rumores diziam que Wilcox seria colocado em liberdade condicional, e alegaram que irmão de Nell tinha se matado como forma de protesto, porém Jim Wilcox não tinha sido colocado em liberdade naquela época. Já Roy Crowford, namorado de Ollie, tirou a própria vida em 1911, usando uma arma. Rumores na época apontavam que Roy teria ajudado Jim a se livrar do corpo de Nell, algo que nunca ficou comprovado.

Notícia publicada pelo "Herald Journal" em
5 de dezembro de 1934, sobre a morte de Jim Wilcox
Em 1915, as poucas pessoas que apoiavam Jim Wilcox, renovaram o apelo pela libertação dele, visto que ele tinha sido diagnosticado com tuberculose, mas não isso comoveu o governador da Carolina do Norte na época. O mesmo apontou que havia um "grande número" de pessoas que exigiam a libertação do prisioneiro, mas se recusou a permitir que ele fosse colocado em liberdade, ao citar os sentimentos e desejos da Sra. Mary Cropsey, mãe de Nell.

A liberdade de Jim só foi concedida em 1918, após o perdão concedido por um outro governador da Carolina do Norte, Thomas Walter Bickett, no dia 24 de dezembro, véspera do Natal daquele ano. Jim Wilcox passou cerca de 16 anos na prisão, e acabou voltando para Elizabeth City, aparentemente planejando retomar a sua vida interrompida. Ignorado pela absoluta maioria da população, sendo ainda amplamente odiado na cidade, Jim Wilcox sempre alegou inocência e permaneceu até o fim dos seus dias na cidade.

Entretanto, antes de sua morte, que ocorreu em 5 de dezembro de 1934, Jim Wilcox teria entrado em contato com o editor do jornal "Independent", o Sr. William Oscar Saunders (mais conhecido como W.O. Saunders) para contar tudo o que teria acontecido na noite do desaparecimento de Nell. Alguns contam que Jim, por alguma razão desconhecida, teria pedido para que W.O. Saunders não contasse a ninguém sobre o que havia revelado, porém há quem diga, que esse encontro nunca aconteceu, apesar da vontade de Jim. Já outras pessoas acreditavam que Jim Wilcox teria realmente se encontrado com W.O. Saunders, e revelado a verdade sobre quem matou Nell, algo que acabaria sendo divulgado pelos jornais locais.

Entretanto, duas semanas após esse encontro, Jim Wilcox tirou sua própria vida usando uma arma. Para muitas pessoas, aquilo tinha sido um indício de culpa pela morte de Nell Cropsey. Já outras acreditavam que tivesse sido meramente um ato de desespero, visto que até o último instante Jim alegava inocência. Aparentemente, no entanto, para algumas pessoas o espírito de Nell Cropsey não descansou após a morte de Jim Wilcox, uma vez que, em 1940, W.O. Saunders, o único homem que supostamente sabia o que realmente teria acontecido na noite de 20 de novembro de 1901, morreu afogado, após ter perdido a direção do carro, devido a um mal súbito, que fez com que seu veículo caísse no pântano Dismal. Estranho, não é mesmo? Será que alguém matou todos os envolvidos nessa história?

Entretanto, antes de sua morte, que ocorreu em 5 de dezembro de 1934, Jim Wilcox teria entrado em contato com o editor do jornal "Independent", o Sr. William Oscar Saunders (mais conhecido como W.O. Saunders) para contar tudo o que teria acontecido na noite do desaparecimento de Nell
Ollie Cropsey, a irmã de Nell, por sua vez tornou-se uma eremita excêntrica, vivendo reclusa até sua morte, em 1940, sendo que ela ainda usava roupas do início do século, ou seja, praticamente "congelada" no tempo, em relação ao ano da morte de sua amada irmã.

Depois de algum tempo, não se sabe precisamente quanto tempo, veio à tona uma informação perturbadora. Aparentemente, o gasto com gelo do Sr. William Cropsey, naquele frio mês de dezembro de 1901, foi três vezes maior do que o habitual. Será que o pai de Nell armazenou o corpo da própria filha, no gelo, em algum lugar? Aliás, o corpo de Nell, quando foi retirado do rio, se encontrava em ótimo estado de conservação. Será que um corpo estando na água, ao longo de 37 dias, não estaria em um avançado estado de decomposição? Infelizmente, no entanto, essas e tantas outras perguntas permanecerão enterradas no solo de Elizabeth City por muito tempo, visto que não sobrou praticamente ninguém para contar o que realmente aconteceu na noite de 20 de novembro de 1901.

James "Jim" Wilcox Realmente Foi o Culpado Pela Morte de Nell Cropsey?


Em setembro de 2015, o site do jornal local chamado "The Daily Advance" publicou que 80 anos após sua morte, um funeral havia sido realizado para James. E. Wilcox (mais conhecido como Jim Wilcox), um homem que alguns disseram que teria sido injustamente acusado, em 1901, por uma morte que repercutiu pelos Estados Unidos. O escritor William Dunstan, da cidade de Chapel Hill, que organizou o funeral disse que seu avô tinha provas que podiam ter impedido que Wilcox acabasse indo parar na prisão pela morte de Nell Cropsey. Outras pessoas que participaram da cerimônia, realizada no Cemitério Old Hollywood, também acreditavam, que Wilcox tinha sido preso por um crime que ele não cometeu.

"Acredito que ele estava acobertando alguém, que a família deixou ele assumir a culpa sozinho", disse Debbie Oveton, uma das dezenas de pessoas que compareceram ao local, onde foi colocada uma nova lápide para Wilcox. Curiosamente, desde o seu enterro, em 1934, não havia nenhum placa ou lápide indicando o local de sua morte.

O escritor William Dunstan, da cidade de Chapel Hill, que organizou o funeral disse que seu avô tinha provas que podiam ter impedido que Wilcox acabasse indo parar na prisão pela morte de Nell Cropsey
William Dunstan especulou que o pai de Nell, William Cropsey podia ter matado a própria filha. O avô de Dunstan disse aos parentes, que o pai de Cropsey comprou uma quantidade incomum de gelo após a morte de Cropsey. Ele especulou que o gelo pode ter sido usado para preservar o "corpo intocado" encontrado mais tarde flutuando no rio. Segundo William Dunstan, no momento da morte de Cropsey, seu avô de teve medo de falar sobre as compras de gelo devido aos tumultos na cidade, e a tentativa de linchamento de Wilcox. De acordo com Dunstan, o funeral era uma forma de reparar a "injustiça" que teria sido cometida.

Aliás, William Dunstan apontava para o próprio cemitério como prova de sua teoria. O espaço pertencente a família Cropsey está vazio, exceto pelo pai, que está enterrado sozinho no local. Dunstan questionou o motivo pelo qual o restante da família foi enterrado no Cemitério Highland Park, na Estrada Peartree. Já outros questionavam a culpa de Wilcox.

Curiosamente, desde o seu enterro, em 1934, não havia nenhum placa ou lápide indicando o local de sua morte
Lloyd Betts, morador de Elizabeth City, disse que Wilcox havia contado ao pai Eugene Betts, que ele não matou Nell Cropsey. Eugene Betts teria sido a última pessoa a ver Wilcox ainda vivo, enquanto moravam em uma garagem de carros, onde Betts trabalhava. Naquela última conversa, Wilcox teria pedido um cigarro, mas Betts não tinha um. Wilcox respondeu que não importava e acabou dando uma pista, que possivelmente tentaria tirar a própria vida.

Aliás, Eugene teria impedido uma tentativa anterior de Wilcox nesse sentido. Na tentativa anterior, Wilcox tinha arrumado uma corda para puxar o gatilho de uma espingarda, quando a corda acabou enroscando em um carro, porém Eugene teria visto a corda correndo pelo lado de fora da janela e a cortou.

Lloyd Betts segurando uma bengala de madeira com várias imagens entalhadas, além do ano de 1912, que foi esculpida por James Wilcox enquanto ele estava preso pela morte de Nellie Cropsey.
Assim como Dunstan, Lloyd Betts acreditava que o pai de Cropsey tinha sido o responsável pela morte de sua filha. Outra pessoa no funeral também duvidava da culpa de Wilcox, mas acreditava, que ele provavelmente sabia mais do que disse naquela época.

"Ele estava acobertando alguém, devia saber de alguma coisa", disse Pat McMahon. "É um mistério que nunca será resolvido nesta vida", acrescentou seu marido, John McMahon.

As Sombras do Passado Supostamente Deixadas por Nell Cropsey


Durante o último século, aqueles que moraram na casa da família Cropsey relataram acontecimentos estranhos, algo que acontece até os dias de hoje, mesmo após 116 anos: luzes que acendem e apagam sozinhas, portas que abrem e fecham sozinhas, ruídos, som de passos nas escadas, e rajadas de um vento úmido e frio, que circula pelos corredores.

Além disso, um vulto pálido de uma jovem mulher também é visto andando pela casa. Muitas pessoas que passam na rua já relataram ter visto a figura fantasmagórica de uma menina, que fica olhando em direção a rua por uma janela do andar de cima. Os moradores dizem, inclusive, que Nell Cropsey já aparecido em seus quartos durante a noite.

Durante o último século, aqueles que moraram na casa da família Cropsey relataram acontecimentos estranhos, algo que acontece até os dias de hoje, mesmo após 116 anos: luzes que acendem e apagam sozinhas, portas que abrem e fecham sozinhas, ruídos, som de passos nas escadas, e rajadas de um vento úmido e frio, que circula pelos corredores
Além disso, um vulto pálido de uma jovem mulher também é visto andando pela casa. Muitas pessoas que passam na rua já relataram ter visto a figura fantasmagórica de uma menina, que fica olhando em direção a rua por uma janela do andar de cima
Foto mostrando a visão atual do rio Pasquotank a partir da antiga casa da família Cropsey
Para vocês terem uma ideia, em uma matéria sobre a casa de Nell Cropsey, publicada em 12 de junho de 2013, em um blog chamado "Sillykhan", foi mencionado que os últimos moradores seriam Frank e Robin Caruso, que viviam ou ainda vivem na casa há quase 22 anos, e já teriam sido testemunhas de vários acontecimentos estranhos. Segundo o casal, o mais estranho era quando algo supostamente "paranormal" acontecia, visto que bastava dizer a frase "Nell, pare com isso!" que, independentemente do que fosse, parava imediatamente.

Enfim, será que a verdade em torno da morte de Nell Cropsey nunca será conhecida? De uma forma ou de outra, esse mistério se tornou parte da história de Elizabeth City. Para quem quiser conhecer a casa da família Cropsey, um dia, o endereço é: 1109 Riverside Ave, Elizabeth City, NC 27909.



Ao longo do ano a casa costuma ficar aberta para visitação pública, principalmente durante o Halloween, assim como no final do mês de novembro, quando Nell Cropsey é lembrada por toda cidade através de tour fantasmagórico.

O "Fantasma do Lago Big Moose": A Morte de Grace Brown, em 1906 (#3)


Este é o caso que possui um dos julgamentos de maior repercussão na história da Justiça dos Estados Unidos. Além disso, a história inspira diversos relatos de pessoas que avistam o espírito de uma mulher chamada Grace Brown rondando as margens do Lago Big Moose, no estado norte-americano de Nova York, até hoje. É uma história muito interessante e que provavelmente você irá se emocionar ao acompanhar passo a passo como era a vida de Grace e Chester, assim como a vida de ambos terminou, por razões completamente diferentes. Respire fundo e acompanhe a história!

A História de Grace Brown


Grace Brown (apelidada de Billy) nasceu em 20 de março de 1886, e foi criada em uma fazenda ao norte do estado de Nova York, nos Estados Unidos. A pequena fazenda da família Brown era uma típica fazenda de laticínios autossuficiente gerenciada pela própria família. O celeiro estava sempre repleto de galinhas e porcos, o jardim cheio de legumes e o pomar repleto de frutas. A vida de Grace era como a de qualquer outra menina do campo na virada do século XIX para o século XX.

Grace Brown, nascida e criada em uma fazenda
no vilarejo de South Otselic, no estado de Nova York
Ela frequentou a escola Tallet Hill, que ficava a pouco menos de 800 metros de distância de onde morava. Na escola ela fez muitos amigos, incluindo sua professora, Maude Kenyon. Aliás, trechos de um diário mantido por Grace expressava os sentimentos, que às vezes ela sentia pela Srta. Kenyon.

A fazenda da família ficava no vilarejo de South Otselic, localizado a oeste do condado de Chenango, que era uma localidade pequena e tranquila, com muitos prédios e lojas de departamento, que por sua vez tornavam a vida uma pouco mais fácil para quem vivia por lá. Uma dessas pessoas era justamente Grace Brown.

A cidade tinha diversos prédios de três andares, incluindo nessa conta o quarteirão Cox e o quarteirão Perkins. Ambos possuíam uma grande diversidade de lojas no andar térreo e salões de convivência no segundo andar. O quarteirão Cox possuía um templo maçônico no terceiro andar, e o quarteirão Perkins possuía uma casa de ópera, que muitas vezes também era utilizada para reuniões públicas ou palestras.

O pequeno vilarejo também tinha um grande empregador, a "Gladding Fish Line Factory", que tinha cerca de 300 máquinas produzindo diariamente linhas de pesca para serem usadas por todo o Estados Unidos. A cidade ainda contava com uma editora, um jornal semanal, uma fábrica de caixotes, uma selaria, um hotel, duas lojas de ferragens, uma loja de roupas, diversas lojas menores, um curtume, uma serraria, diversas leiterias e queijarias, uma pista de boliche e um salão de bilhar.

A antiga fazenda onde Grace Brown passou sua infância e adolescência no vilarejo de South Otselic, em Nova York
South Otselic talvez estivesse um pouco isolada do restante do país, mas ainda assim era uma comunidade, que dependia somente de si mesma. O pequeno vilarejo prosperou por conta própria, e muitas pessoas estavam contentes e felizes por estar vivendo lá. No entanto, isso não significava que tinham parado no tempo.

Por outro lado, Grace parecia ser uma menina que queria sair do pequeno vilarejo e do campo para ver e experimentar uma vida diferente em uma cidade "de verdade". Sua mais provável escapatória era sua irmã, Ada Hawley. Ada havia recentemente se casado e se mudado para a cidade de Cortland com o seu marido, Clarence. É importante lembrar que Grace era uma típica menina do campo, para os padrões da época, e que estava tentando sair do campo para buscar novos horizontes nas cidades maiores. Isso não é muito diferente dos dias de hoje, quando alguém nasce em uma cidade do interior e tenta ampliar sua experiência de vida em cidades maiores ou até mesmo no exterior.

A antiga fábrica têxtil de saias da família Gillette, em Cortland, no estado norte-americano de Nova York
Assim sendo, Grace foi para Cortland, em 1904. Rapidamente, ela passou a estar no meio comercial e industrial da cidade, que com certeza ela deve ter achado bem diferente da vida do campo. Não demorou muito, e ela encontrou emprego na "The Gillette Skirt Factory", uma fábrica que produzia saias, uma peça do vestuário feminino amplamente utilizada na época.

O salário era apenas alguns poucos dólares por semana, mas era mais dinheiro do que ela já tinha visto na fazenda. Entretanto, depois que o filho de Ada e Clarence nasceu, ambos se mudaram de Cortland, e Grace se viu obrigada a tomar uma decisão. Ela poderia escolher voltar para sua casa em South Otselic ou então permanecer em Cortland, possivelmente como uma pensionista, e continuar trabalhando na fábrica de saias. Ela decidiu ficar, e logo conheceria um homem que mudaria totalmente o rumo de sua vida.

A História de Chester Gillette


Chester Gillette nasceu em 9 de agosto de 1883, no estado de Montana, nos Estados Unidos, mas passou parte de sua infância em Spokane, Washington. Seus pais possuiam um certo conforto em termos financeiros, mas eram profundamente religiosos e, eventualmente, renunciaram a riqueza material para se juntarem ao Exército da Salvação.

Chester Gillett
Durante sua adolescência, Chester viajou e viveu com sua família em lugares como o Havaí, Washington, Montana, Oregon, Wyoming, Califórnia, Ohio e Nova York, e de tanto se mudarem, sua família logo percebeu que ele precisava de uma educação que lhe fosse adequada. Ele entrou para a Escola Preparatória Oberlin, devido a generosidade de um tio rico em 1901. Durante as férias de verão, Chester foi para Cortland para trabalhar para seu tio, Horace Chester, que por sua vez era proprietário da "Gillette Skirt Factory".

De qualquer forma, parecia que Chester não levava muito a sério o estudo, visto que suas notas começaram a cair, e ele resolveu abandonar a escola na primavera de 1903. Foi naquele mesmo ano, que ele se mudou para Chicago e passou a fazer pequenos "bicos". Chester trabalhou como vendedor de livros e também de guarda-freios (empregado de linhas férreas, que vigia os freios das linhas ferroviárias) em uma ferrovia local.

A situação financeira não estava muito boa, então ele resolveu aceitar o emprego, que seu tio Horace havia lhe oferecido anteriormente em sua fábrica. Ele surpreendeu até mesmo seu tio, uma vez que apareceu em Cortland, em 1904, sem nem mesmo avisá-lo de sua chegada. Seu objetivo era mais uma vez começar uma nova vida. Seu salário acabou sendo de dez dólares por semana e nunca teve nenhum tipo de aumento. Ele permaneceu na casa de seu tio até encontrar um lugar para ficar, mas rapidamente ele absorveu o clima da cidade de Cortland e, em pouco tempo, já estava familiarizado com a maioria das ruas e dos vilarejos nos arredores da cidade.

O Encontro de Grace Brown e Chester Gilette


Foi justamente na fábrica de saias do tio, que Grace e Chester se encontraram pela primeira vez em 1904. Grace trabalhava cortando as partes que formavam as saias na época, a partir de grandes rolos de tecido do almoxarifado. Chester parecia estar atraído pela encantadora Grace, uma vez que ele sempre arranjava desculpas para visitá-la em sua mesa de trabalho. Suas conversas acabaram gerando uma amizade.

Durante o verão, Chester ligava para Grace com certa frequência. Havia muitas festas para participar, mas aparentemente a maior parte do tempo juntos era gasto na sala de estar da casa de sua irmã. Certa vez, ambos foram deixados a sós após os Hawleys terem ido dormir, então Chester e Grace puderam finalmente se beijar, e se abraçar no sofá da sala de estar. Isso era considerado muito íntimo para os padrões daquela época, então tentem imaginar a situação da forma mais respeitosa possível.

Concepção artística mostrando como se parecia a cidade de Cortland,
localizada no condado de mesmo nome, no início do século XX
Chester frequentemente jogava tênis nos fins de semana, e fazia passeios em grupo com outros amigos, que possuíam bicicletas. Acima de tudo, ele gostava de praticar natação e canoagem nos lagos próximos, assim como participar de festas com os amigos, que ele conheceu na fábrica e também por meio deles. Isso quer dizer, que muitas vezes Chester se envolvia com outras garotas. Aliás, ele também passou a vistar a mesa de outras funcionárias na fábrica onde Grace e ele trabalhavam. Para piorar a situação, ele também passou a se envolver com algumas estudantes de uma escola da região. Grace estava aflita e um tanto quanto desesperada diante dessa situação.

Grace parecia realmente amar e nutrir um certo carinho por Chester, muito embora, aparentemente ele não sentisse o mesmo por ela. Grace estava apaixonada, provavelmente pela primeira vez em sua vida. Ela continuou a dar o seu melhor para manter Chester ao seu lado, apesar dos diversos alertas de seus amigos e colegas de trabalho. Seus amigos viviam avisando Grace de que Chester não era o que ele aparentava ser, que ele era bem diferente. Podemos imaginar, que Grace não tinha nenhuma experiência com esse tipo de pessoa.

Grace Brown Descobre Que Está Grávida


Em maio de 1906, quando Grace descobriu que estava grávida, ela ficou muito abalada. Seus colegas de trabalho notaram uma mudança em seu comportamento, e Chester continuava a agir da mesma forma que fazia antes. Ele ligava para Grace algumas vezes durante a semana, enquanto ainda frequentava festas com outras mulheres da comunidade. Eventualmente, Grace acabou contando para Chester, que teria oferecido uma rápida solução que seria paga pelo tio, ou seja, abortar a criança indesejada por ele. Evidentemente, Grace recusou, jamais passaria pela sua cabeça em tirar a vida de uma criança sendo gerada em seu ventre. A única solução seria que ele se cassasse com ela.

Na época, mães solteiras eram párias. Não era incomum que meninas tirassem a própria vida, pois isso era melhor do que serem humilhadas publicamente. Assim sendo, Grace tinha um enorme problema em suas mãos. Ela esperava que Chester fosse se oferecer para casar com ela, mas ele nunca tocou no assunto. Sem ter o que fazer em Cortland e percebendo que estava de mãos atadas, Grace voltou para sua casa em South Otselic, onde se comunicou durante algum tempo com Chester através de cartas. Uma cópia da parte de uma carta ilustra bem a tristeza que ela sentia.

O envelope de uma das diversas cartas enviadas por Grace Brown para Chester Gillette
"Meu querido Chester,

Estou escrevendo para dizer-lhe, que estou voltando para Cortland. Eu simplesmente não posso ficar aqui por mais tempo. Minha mãe está preocupada e me questiona porque eu choro tanto, estou prestes a adoecer. Por favor, venha e me leve embora para algum lugar, querido. Eu vim para casa esta manhã, e eu não consigo parar de chorar o tempo todo, assim como eu fiz naquela noite. Minha dor de cabeça está terrível. Eu tenho medo que você não virá e eu estou tão assustada, querido. Eu sei que você vai pensar que é estranho, mas eu não posso ajudá-lo. Você disse que viria, e às vezes acredito mesmo que você virá, mas depois eu penso em outras coisas, e estou certa de que você não virá. Quero que você me escreva, querido, assim que você receber essa carta, e me diga o dia exato que você pode vir. Eu voltarei em breve, não posso ficar aqui, querido, e por favor não me peça para esperar mais tempo..." (Trecho de uma carta de Grace para Chester. de 20 de junho de 1906).

Essa é uma das muitas cartas escritas por Grace para Chester enquanto ela estava em South Otselic. Ela implorava para que ele ajudasse a resolver a situação em que ela tinha sido colocada. Ela falava que pensava em se matar, e algumas vezes as palavras que usava podiam soar um tanto quanto ameaçadoras para Chester. Os amigos e amigas de Grace, em Cortland, escreviam para ela dizendo o quanto ele estava se divertindo com as moças da cidade. Por vezes, nas cartas que escrevia, Grace deixava implícito que voltaria a Cortland, e iria expor Chester como um homem que enganou uma moça solteira e a engravidou.

Cartas de Grace Brown sendo exibidas durante uma exposição de uma faculdade local,
que ainda preserva o acervo da história entre Grace e Chester
Grace recebeu uma carta de Chester no dia seguinte e não era bem o que ela queria ler. A primeira carta de Chester chegou, mas Grace estava muito desapontada com o leu e com o tom que ele havia escrito, após ela ter passado a semana inteira chorando por ele. Chester parecia desconfortável com a situação, mas disse que não era para ela se preocupar, que ela deveria, enquanto isso, fazer uma viagem com os pais, até mesmo porque ele não queria que Grace voltasse de modo algum para Cortland e arruinasse a reputação que ele havia conquistado, se é que havia alguma que pudesse se orgulhar. Grace sentiu que hora de tomar uma decisão, que teria uma consequência fatal.

A Morte de Grace Brown


Desde o começo, Chester Gillette tinha grandes esperanças de se casar com alguma garota de uma das famílias mais ricas da cidade. Ele constantemente era avisado por parentes por estar "andando com uma uma garota da fábrica." Seu tio era um dos homens mais ricos da cidade, e como um membro da família Gilette em Cortland, ele não poderia se render a pobreza tal como seus pais um dia fizeram.

Chester tomou uma decisão no início de julho de 1906, escrevendo uma carta para Grace, e orientando para que fosse encontrá-lo em um hotel, na cidade de DeRuyter, no condado de Madison, em Nova York, que fica somente a 17 km (em linha reta) de South Otselic. Grace estava muito contente naquela altura dos acontecimentos, porque esperava que ele finalmente tivesse tomado a decisão de se casar com ela.

Chester tomou uma decisão no início de julho de 1906, escrevendo uma carta para Grace, e orientando para que fosse encontrá-lo em um hotel, na cidade de DeRuyter, no condado de Madison, em Nova York, que fica somente a 17 km (em linha reta) de South Otselic
Chester chegou na noite de domingo, 8 de julho de 1906, hospedando-se em um hotel, usando o nome de Charles George. Aparentemente Chester queria esconder sua real identidade. Grace chegou na manhã seguinte e eles tiveram um encontro bem tranquilo, no qual Chester teria proposto uma espécie de lua de mel antes do casamento. Eles iriam para as Montanhas Adirondacks. Assim sendo, horas mais tarde, eles foram até a estação ferroviária da cidade, e embarcaram no trem, em vagões diferentes, para não chamar atenção de ninguém. O que Chester não esperava naquela altura dos acontecimentos era encontrar duas meninas que ele conhecia de Cortland, dentro do trem. Sem ter muita saída, ele disse que estava indo visitar um amigo no Lago Raquette, que também era o local para onde as meninas estariam indo.

Chester e Grace passaram sua primeira noite no Hotel Martin, na cidade de Utica, registrando seus nomes como marido e mulher. No dia seguinte, eles foram para o Lago Tupper, novamente se registrando como marido e mulher. Eles desceram para olhar o lago, mas estava um dia muito chuvoso e não puderam passear de barco.

Chester e Grace passaram sua primeira noite no Hotel Martin, na cidade de Utica,
registrando seus nomes como marido e mulher
No dia seguinte, eles foram para o Lago Tupper (na foto), novamente se registrando como marido e mulher. Eles desceram para olhar o lago, mas estava um dia muito chuvoso e não puderam passear de barco
No dia seguinte, 11 de julho, Grace escreveu um cartão postal para sua mãe dizendo que ela estava em Adirondacks, e que ela estava bem. Chester escreveu um cartão para a fábrica, pedindo que um adiantamento de seu pagamento fosse enviado para Eagle Bay, onde ele sabia que estaria no final da semana. Por fim, eles seguiram viagem até o Lago Big Moose, se hospedando no Hotel Glenmore, mas desta vez, Chester se registrou como Carl Graham, como se fosse um morador da cidade de Albany. Grace Brown registrou-se como ela mesma.

Por fim, eles seguiram viagem até o Lago Big Moose, se hospedando no Hotel Glenmore (na foto), mas desta vez, Chester se registrou como Carl Graham, como se fosse um morador da cidade de Albany. Grace Brown registrou-se como ela mesma.
Foto área mostrando uma parte do Lago Big Moose
Imagem do Google Maps mostrando a distância que Chester e Grace percorreram no início de julho de 1906. Saíram de DeRuyter,
seguiram para o Lago Tupper e desceram para o Lago Big Moose, onde Grace seria então morta
Chester tinha pouquíssimos recursos financeiros durante a viagem. Isso porque ele deixou o hotel em Utica sem pagar a conta, e ainda por cima alugou um barco no Hotel Glenmore para passear com Grace, sem nem ao menos perguntar quanto custava, um indício claro que talvez não planejasse voltar com o barco que tinha alugado.

Foto antiga mostrando um local destinado a locação de barcos no Lago Big Moose
Ambos saíram para passear de barco na tarde do 11 de julho de 1906. Nesse ponto é importante ressaltar que Grace havia escrito para Chester, em uma de suas cartas, que não sabia nadar, mas de qualquer forma Grace amava Chester,  de certa forma confiava nele, uma vez que ela estava esperando um filho dele. Durante o passeio, eles leram revistas e desfrutaram do entardecer no Lago Big Moose, enfim como um casal completamente normal aproveitando uma viagem.

Foto recente de uma parte do Lago Big Moose
Por volta das 18h, quando não havia mais nenhum outro barco no lago, Chester parou de remar próximo a Punkey Bay. Foi exatamente nesse momento que ele a golpeou com força na cabeça usando uma raquete de tênis, que ele havia levado em uma mala, e empurrou, provavelmente já inconsciente, nas águas do Lago Big Moose.

Chester levou o barco até chegar em terra firme, pegou sua mala e correu pela estrada, que ele já havia definido como sua rota de fuga. Aliás, essa raquete de tênis, que foi a arma do crime, foi vista por diversas pessoas que lembraram que tinham visto os dois no Hotel Glenmore naquele mesmo dia. As pessoas se lembraram, porque era bem estranho alguém passear levando uma mala e uma raquete de tênis dentro do barco.

A raquete de tênis usada por Chester, que teria sido a arma do crime,
até hoje é preservada em uma faculdade local
Entretanto, novamente ele não teve muita sorte. Três jovens que estavam próximos do local, passaram por ele pouco antes do anoitecer. A razão pela qual eles tinham tanta certeza que era Chester, era que eles nunca tinha visto um homem andando pela floresta carregando uma mala.

Chester chegou na cidade de Eagle Bay e se hospedou no Hotel Arrowhead, na cidade de Inlet, onde se registrou pela primeira vez com seu próprio nome. No dia seguinte, ele foi encontrar com as duas meninas, que havia se deparado no trem, assim como ele disse que faria. Em seguida voltou a Eagle Bay para verificar se o adiantamento que ele havia pedido tinha sido enviado para ele.

Em sua cabeça, tudo estava indo conforme planejado. Além disso, ele contou para as pessoas que havia estado no Lago Raquette, no começo da semana. Se passou por um turista comum, e foi visitar a Montanha Black Bear, além do lago Seventh. Ele inclusive cantou músicas com os demais turistas na varanda do hotel onde ficou hospedado.

Foto recente de uma das entradas da cidade de Eagle Bay
Foto antiga do Hotel Arrowhead, na cidade de Inlet,
onde Chester se registrou pela primeira vez com seu próprio nome
Na manhã de sábado, 14 de julho, ele tinha acabado de almoçar e estava voltando para seu quarto no hotel, quando foi parado por três homens. Um deles era seu amigo Bert Gross, de Cortland e os outros dois eram George W. Ward, promotor do distrito de Inlet, no condado de Herkimer e Austin B. Klock, vice-Xerife do condado. Chester estava preso sob a acusação de ter matado Grace Brown.

Voltando um pouco no tempo, na noite do dia 11 de julho, depois do casal não retornar com o barco durante a noite, Robert Morrison, responsável por cuidar das embarcações, solicitou imediatamente que buscas fossem realizadas. Na manhã do dia seguinte (12) ainda não havia nenhuma pista sobre o paradeiro do barco. Então, ele decidiu sair pessoalmente para procurar pela embarcação e consequentemente pelo casal. Logo ele descobriu que o barco havia virado, mas ainda não havia sinal de quaisquer pessoas à bordo. Um menino de treze anos de idade, chamado Roy Higby, acabou encontrando o corpo da Grace Brown. Ele tinha avistado uma mancha branca nas águas escuras do lago, e quando foram ver o que era, infelizmente era o corpo de Grace Brown.

Registro do Hotel Glenmore, onde Chester Gillette se registrou como Carl Graham
Eles continuaram a fazer buscas na região e encontraram apenas um chapéu e um casaco, porém não encontraram o corpo de Carl Graham, que na verdade era Chester Gilette. Depois que o corpo de Grace foi encontrado em 12 de julho, os repórteres de jornais, promotores e xerifes combinaram seus esforços para rastrear as informações, que pudessem ser encontradas sobre Grace Brown. No início, acreditava-se que ela e "Carl Graham" tinham se afogado, porém como sabemos, nenhum corpo, exceto o dela, tinha sido encontrado. Além disso, descobriu-se que o "namorado" dela em Courtland, também estava em Adirondacks, assim sendo a suspeita recaiu totalmente sobre Chester Gilette.

A autópsia do corpo de Grace Brown foi realizada no dia 14 de julho. Foi constatado que havia ferimentos e hematomas em sua cabeça, e sempre do lado esquerdo, desde a altura do olho, passando pela bochecha e maxilar. Grace Brown havia recebido diversos golpes em seu rosto, da esquerda para direita. Provavelmente, devido a natureza e dimensão das manchas escurecidas em seu rosto, ela ficou inconsciente após os impactos. Parar piorar a situação, a notícia mais triste e que ninguém queria dar: Grace estava entre o terceiro e quarto mês de gestação.

O Julgamento de Chester Gillete


Entretanto, a prisão de Chester foi apenas o início do trabalho do promotor George W. Ward. Ele passou meses procurando por qualquer pessoa que tivesse visto Chester e Grace juntos durante aqueles dias em julho. Ele encontrou todas as cartas que Grace tinha escrito para Chester, encontrou a raquete de tênis, que Chester havia escondido e os registros de hotel com os nomes falsos que ele forneceu. Até o momento do julgamento, que começou em 11 de novembro daquele ano, Ward tinha mais de 100 testemunhas e 100 evidências que incriminavam Chester Gillete.

Chester poderia ter os melhores advogados do estado de Nova York, porque seu tio era rico, porém a família o abandonou diante do constante assédio da imprensa, que não descansou nem por um instante. Sem dinheiro, Chester pediu para o juiz, que fosse nomeado um advogado para defendê-lo. Foram nomeados dois advogados para fazer sua defesa, Charles D. Thomas e Albert M. Mills, os dois melhores do condado. Chester sempre alegou que, naquela tarde no barco, Grace Brown vendo que ele não queria se casar com ela, simplesmente tirou a própria vida ao pular no lago. Porém, ele nunca conseguiu explicar o motivo, de não ter se atirado no lago para salvar a vida de Grace, visto que ele era um ótimo nadador e ela não sabia nadar.

Notícia publicada no jornal "The St. John Sun", em 27 de novembro de 1906, apontando que médicos que participaram da autópsia
do corpo de Grace Brown disseram que a jovem morreu devido a golpes na cabeça (à esquerda). Já a notícia da direita foi publicada no
jornal "Eugene Register-Guard", em 30 de novembro de 1906, apontando que Chester Gillette mantinha sua versão de que Grace Brown
tinha tirado a própria vida no Lago Big Moose.
Entretanto, era evidente desde o início, que a opinião pública, e provavelmente o júri, estava contra Chester. Todos os dias, na fila da frente, sentavam-se os pais e as irmãs de Grace Brown, soluçando a cada nova testemunha e a cada evidência que era apresentada. Chester não tinha ninguém para chorar por ele. Seu tio estava frio e indiferente, e para piorar sua situação, ele era testemunha de acusação. Sua família estava em Denver, bem distante do que estava acontecendo.

Chester não tinha ninguém para chorar por ele. Seu tio estava frio e indiferente, e para piorar sua situação, ele era testemunha de acusação. Sua família estava em Denver, bem distante do que estava acontecendo
As versões da defesa (à esquerda) e da acusação (à direita) sobre o que teria acontecido no Lago Big Moose
O barco alugado por Chester e sua mala foram levados para serem mostrados
para o júri e a multidão que acompanhava o julgamento
Chester permaneceu sempre sentado, mascando chiclete e agindo como se fosse outra pessoa diante de um julgamento, em que sua vida estava em jogo. Quando George W. Ward lia as cartas de Grace, até mesmo os jornalistas admitiram, que choravam ao ouvir as frases da pobre menina. Apenas Chester parecia não se importar.

Ele só mascava seu chiclete e parecia entediado. Havia entre 25 a 30 jornalistas presentes no julgamento a cada dia, incluindo representantes de jornais de Nova York, e de outras agências de notícias nacionais. Uma vez que os hotéis já estavam cheias de testemunhas de Ward, não havia muito espaço sequer nas pousadas locais.

Recortes de jornais da época apontando para o início do julgamento de Chester (à esquerda) e relatando que os jornalistas teriam admitido que choravam ao ouvir as frases escritas pela pobre menina. Apenas Chester parecia não se importar.
Havia muitas histórias e boatos circulando em jornais por todo o país. Algumas delas contavam que ele havia tentado tirar a própria vida, outra que uma multidão de linchadores tentou matá-lo. Já outra dizia que ele tentou fugir e até mesmo que uma amante dele teria o visitado todas as noites em sua cela.

Depois de longos dias, o julgamento atingiu seu clímax às 10h55 do dia 4 de dezembro. Foi nesse momento que o júri, depois de cinco horas de deliberação, anunciou que Chester tinha sido declarado culpado de homicídio qualificado, o que significava na época, que ele seria condenado à cadeira elétrica.

Foto do julgamento de Chester Gillette publicada por um dos jornais da época
Foto do júri que participou do julgamento de Chester Gillette
Chester foi observado cuidadosamente por jornalistas que procuravam por qualquer sinal de emoção em seu rosto, mas ele não demonstrou nenhuma. Ele continuou mascando seu chiclete, e foi dormir em sua cela, poucos minutos depois. Três dias depois, sua mãe, Louisa Gillette, finalmente chegou no condado de Herkimer. Isso porque um certo jornal concordou em pagar sua passagem de trem, em troca de um artigo escrito por ela sobre a sentença de seu filho.

Chester foi levado para a prisão estadual de Auburn, enquanto sua mãe tentava arrecadar fundos por toda Nova York para tentar recorrer da sentença do filho. Ela tentou atacar a reputação de Grace Brown, mas não deu muito resultado, porque independente de quem ela fosse, seu filho era o responsável por engravidá-la e isso feria o sentimento da maioria das pessoas.

Na primavera de 1908, depois do Tribunal de Apelações ter confirmado a condenação, Louisa Gillette visitou o governador Charles E. Hughes duas vezes, em um esforço para obter um novo julgamento ou pelo menos atrasar a sentença de morte. Entretanto, em 29 de março, um dia antes da execução, ele emitiu sua decisão final. O governador não viu nenhuma evidência que apontasse que a justiça não tivesse sido feita.

Notícia do jornal "Washington Times", de 30 de março de 1908, contando sobre a execução de Chester
Em suas últimas horas de vida, Loiuse falou com seu filho, e pouco tempo depois disse que estava finalmente convencida de que seu filho era realmente culpado de causar a morte de Grace Brown, mas nunca conseguiria explicar como isso aconteceu. Ela disse, no entanto, que a raquete de tênis não era a arma do crime. Chester ainda escreveu cartas para cada membro de sua família.

Em suas últimas horas de vida, Loiuse falou com seu filho, e pouco tempo depois disse que estava finalmente convencida de que seu filho era realmente culpado de causar a morte de Grace Brown, mas nunca conseguiria explicar como isso aconteceu
A vida de Chester terminou as 6h14 do dia 30 de março de 1908, quando uma chave foi acionada e uma descarga de 1.800 volts passou pelo seu corpo durante 61 segundos. Ele foi enterrado no cemitério Soule, nos arredores de Auburn, em um túmulo que nunca foi identificado. A família de Chester saiu de Nova York e nunca mais voltou. A família Brown se mudou para DeRuyter, e eles continuaram com suas vidas, assim como todos os demais envolvidos no julgamento de Chester Gillete. Nossa, que história, não é mesmo?

O "Fantasma de Grace Brown" Costuma Ser Avistado no Lago Big Moose


A morte de Grace Brown foi a inspiração para muitos livros, assim como o brilhante "An American Tragedy" ("Uma Tragédia Americana", em português), de Theodore Drieser, e serviu como base para um filme americano chamado "A Place in the Sun" ("Um Lugar ao Sol", em português) lançado em 1951, no qual foi estrelado por Elizabeth Taylor e Montgomery Clift.

Uma placa mostra o local exato do ponto de partida do que seria a última jornada de Grace Brown


Entretanto, o fantasma de Grace tem sido avistado no Lago Big Moose desde a sua morte em 1906. Testemunhas afirmam que costumam vê-la caindo do barco e se afogando no lago, outros afirmam que a veem caminhando ao longo da margem do mesmo. Seu espírito também assombraria diversas casas de campo da região, visto que, supostamente, seu espírito gosta de apagar as luzes das mesmas.

O complexo turístico de Coverwood Lodge
Conta-se que, no verão de 1988, diversos funcionários do Covewood Lodge, um complexo criado nos arredores do Lago Big Moose, que possui dezenas de casas para locação temporária, campos de golfe, aluguel de barcos, restaurantes entre outros serviços, e que existe até hoje, teriam se deparado com o fantasma de Grace Brown.

Um grupo estava voltando para o alojamento dos funcionários, quando uma mulher chamada Rhonda Bousselot estava andando pelo alojamento, e parou próximo do alto da escada. Quando ela estendeu a mão para puxar a corda que ligava a luz, ela sentiu que alguém estava em pé, ao lado dela. Essa presença teria sido tão poderosa, que ela praticamente congelou e não teve coragem de puxar a corda. Enquanto isso, do lado de fora do alojamento, três companheiros de trabalho dela teriam visto o fantasma de Grace Brown, bem diante dos olhos deles. A aparição teria permanecido no local durante alguns minutos, e depois se afastado.

Conta-se que, no verão de 1988, diversos funcionários do Covewood Lodge, um complexo criado nos arredores do Lago Big Moose, que possui dezenas de casas para locação temporária, campos de golfe, aluguel de barcos, restaurantes entre outros serviços, e que existe até hoje, teriam se deparado com o fantasma de Grace Brown
Um grupo estava voltando para o alojamento dos funcionários, quando uma mulher chamada Rhonda Bousselot estava andando pelo alojamento, e parou próximo do alto da escada. Quando ela estendeu a mão para puxar a corda que ligava a luz, ela sentiu que alguém estava em pé, ao lado dela
Uma noite, alguns meses mais tarde, uma mulher chamada Lynda Lee Macken estava caminhando em direção ao lago com sua lanterna, quando percebeu que a luz da mesma estava enfraquecendo. Quando ela chegou a margem do lago, a mesma não estava mais acendendo. Ela se viu cercada pela escuridão. Uma vez que a margem do lago é rochosa, ela se virou para ir embora. Ao fazer isso, ela teria se deparado com o fantasma de Grace Brown. Ele teve uma forte sensação de tristeza ao vê-la. Então, Lynda não pensou duas vezes, e correu o mais rápido que pode em direção ao alojamento.

Enfim, será que o "fantasma de Grace Brown" ronda mesmo o Lago Big Moose até os dias de hoje?

O "Fantasma da Mansão Cherry Hill": O Triângulo Amoroso, que Resultou na Morte de John Whipple, em 1827 (#4)


Cherry Hill, a imponente mansão com vista para o rio Hudson, bem próxima da cidade de Albany, no estado norte-americano de Nova York, já tinha cerca de 40 anos em 1827, quando abrigou 17 pessoas. Em sua maioria essas pessoas eram aristocratas, descendentes das famílias Van Rensselaer e Lansing. E lá estava um homem chamado John Whipple, o jovem arrogante que se casara com Elsie Lansing, a sobrinha excêntrica de Catherine Van Rensselaer.

Cherry Hill, a imponente mansão com vista para o rio Hudson, bem próxima da cidade de Albany, no estado norte-americano de Nova York, já tinha cerca de 40 anos em 1827, quando abrigou 17 pessoas


Pelo menos cinco empregados, incluindo um homem chamado Jesse Strang, estavam morando e dormindo em quartos no porão. A tranquilidade doméstica em Cherry Hill seria interrompida para sempre quando Elsie e Jesse não respeitaram a distinção entre o andar de cima e o de baixo.

Os Moradores da Mansão Cherry Hill


A Mansão Cherry Hill foi construída em 1787, por um homem chamado Philip Van Rensselaer, que fez fortuna como comerciante e fazendeiro. Ele morreu em 1798, mas em 1826 sua esposa, a Maria, ainda estava morando lá. Ela ocupava o lado norte da mansão, enquanto que seu filho, Philip P. Van Rensselaer ocupava o lado sul juntamente com sua esposa Catherine, e quatro dos seus sete filhos. Um quarto acabou sendo alugado na região sudoeste da mansão para John Whipple, sua esposa Elsie Lansing Whipple, e o filho do casal.

Philip P. Van Rensselaer
Elsie era filha de Abraão Lansing, falecido irmão de Catherine, e tinha a reputação de ser histérica e indisciplinada. Seu pai morreu quando ela era muito jovem, sendo que Elsie foi criada, e muito mimada, pela sua mãe e sua avó, que tinham o mesmo jeito dela. Aos 14 anos ela fugiu com John Whipple, que morava na casa ao lado. Ele era nove anos mais velho que ela, ou seja tinha 23 anos. O maior problema, no entanto, é que o avô de Elsie, o capitão Abraham Lansing, estava morrendo. Ele tinha deixado para seu filho, ou seja, o pai de Elsie, a herança e a propriedade que morava, que então passaria para Elsie e, devido a lei na época, seria controlada por John Whipple.

O Capitão Lansing sempre viu John Whipple como um caçador de fortunas e foi ao tribunal tentando evitar que isso acontecesse, mas perdeu o processo. Assim sendo, o capitão Lansing morreu antes de haver qualquer reconciliação, mas o restante da família, eventualmente, gostava de John Whipple. Ele era um empresário bem astuto e transformou a herança de sua esposa em uma pequena fortuna.

Morando em um dos quartos da mansão de Cherry Hill havia um empregado que atendia pelo nome de Joseph Orton, que era chamado de "doutor" pelas demais pessoas, porque ele simplesmente usava óculos e sabia ler e escrever. Ele cuidava do campo, cortava madeira, cuidava do estábulo e fazia pequenos reparos na casa quando era necessário. Seu verdadeiro nome era Jesse Strang, nascido em Sunderland, Vermont, no dia 11 de agosto de 1793. Ele tinha uma esposa e quatro filhos em Fishkill, Nova York, que deixou para trás em 1825, por acreditar que a esposa o traía. Ele se mudou para Sandusky, Ohio, e em seguida, na primavera de 1826, se mudou novamente para a região oeste de Nova York, onde Jesse Strang forjou sua própria morte e se tornou Joseph Orton.

Nasce um Romance Proibido Entre Jesse Strang e Elsie Whipple


Jesse Strang viu Elsie Whipple pela primeira vez, quando ele estava trabalhando em uma taverna perto de Albany, que era propriedade de Otis Bates. Elsie entrou na taverna com a uma moça chamada Maria, que era filha de Philip P. Van Rensselaer. As meninas eram um pouco agitadas, e Elsie, a qual era descrita por Jesse Strang como "alegre, jovial e vertiginosa", chamou a sua atenção. Naquela noite, ele comentou com o filho de Bates, que ele gostaria de dormir com ela.

Logo depois Strang foi trabalhar em Cherry Hill, e seus sentimentos amorosos por Elsie continuaram crescendo. Ele sempre a via com muita frequência e às vezes eles se falavam, mas ele não tinha nenhuma indicação de que ela estava interessada nele. Então, um dia, Elsie disse a Strang para escrever uma carta para ela e contar sobre seus sentimentos. Strang ficou perplexo. Ele sabia que Elsie era casada e não queria problemas, mas também não queria deixar passar a oportunidade.

Antiga ilustração mostrando como a mansão Cherry Hill se parecia na época
A carta original que ele escreveu e entregou a ela foi praticamente destruída, mas foi reconstruída cerca de 10 meses depois:

"Querida Elsie,

Tenho seriamente considerado o que você me pediu ontem, e decidi escrever algumas linhas para você. Pensei que não seria certo da minha parte fazer isso, sem saber sua motivação. Talvez seja apenas um modo de atrair minha atenção para mostrar ao seu marido, que você é uma mulher casada, se for essa a sua intenção. É meu desejo que saiba, que isso é algo que criará um problema entre você e seu marido, mas se por outro lado isso for simplesmente devido a sentimentos verdadeiros, então eu ficaria bem contente em saber disso, quando escrever para mim. Eu espero que você não estranhe a forma como estou escrevendo, uma vez que somos perfeitos estranhos um para outro, mas espero que essas poucas linhas sejam suficientes para que eu possa descobrir sua motivação. Meus pensamentos e sentimentos sobre este assunto são bem favoráveis. Eu espero uma resposta de você, caso essa também seja sua motivação. De qualquer forma continuo sendo seu amigo.

Joseph Orton"

Meia hora depois de receber a carta, Elsie entregou a Strang sua resposta. Ela não mediu palavras: "Minha motivação é o meu amor verdadeiro por você", disse Elsie. Várias vezes na carta ela expressou seu amor por Strang e terminou a mesma dizendo: "Permaneço como sua devotada e afetuosa amante até que a morte nos separe". Isso acabou dando início a uma série de cartas de amor diárias entre os dois, entregues por empregados ou até mesmo pelos filhos dos Van Rensselaer. O desejo de um pelo outro aumentava ainda mais pelo fato de que era quase impossível de estarem a sós com tantas pessoas na casa. Entretanto, ocasionalmente encontraram uma oportunidade para ficarem juntos e terem uma relação amorosa "criminosa."

Foto recente da Mansão Cherry Hill, localizada na cidade norte-americana de Albany, no Estado de Nova York
Outra recente da Mansão Cherry Hill, localizada na cidade norte-americana de Albany, no Estado de Nova York
Em uma de suas cartas, Elsie expressou sua vontade de fugir com Strang. Ele estava de acordo com isso, mas disse que seria necessário cerca de US$ 1.200 (o que era um bom dinheiro na época) para se estabelecerem em outro lugar. Elsie tinha uma fortuna valia muito mais do que US$1.200, mas pelas leis da época tudo isso pertencia ao seu marido. Ela não podia tocar em nada disso, enquanto ele estivesse vivo. Strang e Elsie perceberam que eles só poderiam viver juntos caso John Whipple morresse, e eles estavam determinados a fazer isso acontecer.

Eles fizeram uma promessa de que não um não contaria nada sobre o outro. Isso porque, se fossem capturados, um deles poderia acabar confessando e eles seriam enforcados juntos.

A Morte de John Whipple


Na primavera de 1827, Strang e Elsie "começaram a tentar matar" John Whipple. Strang comprou arsênico em Albany e Elsie colocou o veneno em um tônico, que seu marido tomava todos os dias. Ela acabou errando na quantidade, e acabou dando uma quantidade menor do que a necessário para matá-lo. Isso só rendeu dores de estômago a John Wipple, ou seja, o veneno não o matou. Depois disso, eles pensaram em contratar um pistoleiro. Strang acreditava que ele poderia contratar um homem em Montreal, por cerca de US$ 300, mas eles não tinham esse dinheiro. Finalmente, eles decidiram que o próprio Strang teria que atirar em John Whipple. Elsie sugeriu que ele usasse uma das pistolas de duelo do marido, mas Strang gostava mais de rifles e comprou um por cerca de US$ 25. O divórcio era algo impensável. Além do escândalo social que poderia ser causado, deixaria Elsie sem nenhum centavo.

Eles espalharam rumores de que alguns homens queriam matar Whipple devido a um assunto de negócios. Strang também passou a dizer que tinha visto homens estranhos rondando a casa. Com todo cuidado do mundo, ambos testaram o rifle para ver se ele tinha uma boa precisão quando disparasse, passasse por uma janela de vidro. Eles planejavam atirar em John Whipple, enquanto ele estivesse em seu quarto, fazendo a bala atravessar o vidro da janela.

Foto panorâmica do quarto em que John Wipple foi morto.
Na época que a foto foi tirada, em 2013, a mansão estava passando por uma grande reforma.
Mais uma foto mostrando o ambiente interno da casa durante uma reforma ocorrida em 2013
Na noite do dia 7 de maio de 1827, por volta das 21h, Jesse Strang tirou seu casaco, suas botas, e escalou um galpão anexo, que ficava na parte de trás da mansão Cherry Hill, levando apenas o seu rifle. De pé, no escuro, ele podia ver a janela do quarto de John Whipple sem ser visto por ninguém. John Whipple estava em seu quarto conversando com Abraham Lansing Whipple, seu filho. John Whipple ficou de costas para a janela, e Strang disparou o rifle, acertando-o debaixo do braço esquerdo. A bala acabou rompendo uma das principais artérias do coração. John Whipple ainda conseguiu dar alguns passos, mas acabou caindo no chão, já sem vida.

Strang pulou do galpão, vestiu seu casaco e calçou suas botas novamente. Correu para um barranco atrás da mansão, onde ele enterrou o rifle. Ao voltar para a mansão, ele "descobriu" que John Whipple tinha sido baleado e morto. Ninguém da família sabia que Strang era o responsável por aquilo, e pediram para que ele fosse até a cidade para buscar o legista. Quando voltou, ironicamente ele foi nomeado como "membro do júri do legista."


Ilustração representando o momento que Jesse Strang disparou seu rifle de um galpão anexo
na parte de trás da mansão Cherry Hill
Foto panorâmica do galpão de onde Jesse Strang atirou e matou John Wipple
Na manhã seguinte, o júri foi chamado, e mesmo sendo um membro do júri, Strang também deu seu testemunho. Ele falou com veemência sobre homens, que tinha visto no lado de fora da mansão, na noite anterior. Entretanto, Strang exagerou na dose, e seu zelo em colocar a culpa em supostos bandidos fizeram com que o legista levantasse suspeitas contra ele. Na tarde do dia seguinte, Strang foi preso por homicídio. Duas semanas mais tarde, Elsie Whipple também acabaria presa.

O Julgamento de Jesse Strang e Elsie Whipple


Em junho daquele ano Jesse Strang confessou o crime, e disse aos promotores onde encontrar o rifle. Ele acreditava que, se Elsie fosse condenada, uma vez que possuía poderosos laços familiares, ambos seriam perdoados. Dessa forma Strang tentou colocar a culpa nela, e chegou a pedir ao seu advogado para plantar provas incriminatórias em Cherry Hill contra Elsie, mas ele se recusou. Quando seu advogado e o promotor público, Edward Livingston, um parente da família Van Rensselaer, lhe disseram que nada do que ele dissesse contra Elsie iria aliviar sua punição, ele retirou sua confissão. Na prisão, Elsie e Strang podiam se comunicar, e ela nunca deixou de lembrá-lo, que se ele não tivesse inicialmente confessado, ambos poderiam ter fugido juntos para Montreal.

Cópia do panfleto que foi vendido em 1827
O julgamento de Strang havia gerado uma grande euforia nos moradores da região, tanto que ele teve que ser realizado na Câmara Legislativa da capital do Estado, porque nenhum outro prédio era grande o bastante para que coubesse a multidão. Mesmo assim as ruas ao redor da câmara estavam repletas de pessoas que não conseguiam entrar.

Membros da família testemunharam, que tinham ouvido Strang espalhar histórias sobre pessoas que queriam matar John Whipple. Os comerciantes que o venderam o rifle e o arsênico também testemunharam, assim como os recepcionistas de hotéis, que tinham visto Strang e Elsie juntos. Entretanto, foi a confissão de Strang, admitindo a culpa durante o objeção da defesa, que selou seu destino. O júri deliberou por 15 minutos antes de voltar com um veredito de culpado por homicídio qualificado.

O julgamento de Elsie seguiu o mesmo curso de Strang, exceto pelo fato que a promotoria tentou chamar Strang como testemunha. Houve muito debate sobre a sua elegibilidade para depor, porque ele havia sido condenado, mas ainda não tinha sido sentenciado. Ao final, o juiz não permitiu que John Whipple testemunhasse. A acusação desistiu, e os membros do júri, sem sair de seus assentos, absolveram Elsie Whipple. Aliás, a cidade de Albany aparentemente não estava preparada para condenar uma mulher, que possuía laços com algumas das mais proeminentes famílias da cidade, independentemente das evidências.

Entre 30.000 e 40.000 pessoas compareceram em 24 agosto de 1827 para testemunhar o enforcamento de Jesse Strang, que possuía 34 anos na época de sua execução. No meio da multidão estavam vendedores ambulantes que vendiam um panfleto intitulado "The Authentic Confession of Jesse Strang" ("A Autêntica Confissão de Jesse Strang", em português).

No cadafalso (tablado ou palco erguido em lugar público para que os condenados sejam expostos ou executados), segurando uma cópia da confissão, Jesse Strang pronunciou o que estava escrito no panfleto dizendo: "Esse panfleto contém uma confissão completa da grande transação, pela qual estou prestes a morrer, e cada palavra que ele contém, até onde eu sei, é verdadeira. Se houver uma única palavra em que isso não é verdade, foi inserida por engano, e não devido a um erro durante a sua criação."

Notícia publicada no jornal "The Adams Centinel" em 27 de junho de 1827, comentando sobre a morte de John Wipple
em 7 de maio daquele ano, e também que o promotor do caso tinha encontrado o rifle utilizado por ele no dia anterior a notícia.
O enforcamento de Strang, no entanto, teve um erro muito crítico. A queda não quebrou o seu pescoço, e ele ficou balançando por cerca de meia hora, com a corda ao redor do seu pescoço, antes de sufocar completamente. Talvez esse acontecimento explique a razão pela qual tenha sido o último enforcamento público na cidade de Albany.

Pouco tempo depois Elsie se casou com Nathanial Freeman, em New Brunswick, Nova Jersey, e depois da morte do marido, ela se mudou para Onondaga, Nova York, onde ela morreu em 1832.

Catherine Putman Rankin, bisneta
de Philip P. Van Rensselaer, quando tinha 10 anos
A mansão Cherry Hill ainda existe e está totalmente restaurada e aberta ao público. Passou de geração para geração até chegar em Catherine Putman Rankin, bisneta de Philip P. Van Rensselaer. Catherine amava sua casa e fez tudo o que podia preservar o espaço e a história que foi mantida dentro das paredes. Catherine manteve registros de tudo o que aconteceu na mansão.

Ela ainda tinha um diário, no qual ela escrevia sobre sua participação nas reformas de casas, incluindo ter derramado uma lata de selante no chão. Ela queria preservar tudo o que podia para olhar e ter a mesma sensação de quando ela morava lá, na década de 1940. Alguns anos mais tarde, sua filha Emily dedicou seu tempo para preservar o que restava.

Em 1963, Emily faleceu e especificou em seu testamento que a casa deveria se tornar um museu. No ano seguinte, em 1964 isso se tornou uma realidade, pois a mansão Cherry Hill estava no primeiro grupo de propriedades da cidade listadas no Registro Nacional de Locais Históricos. Seu acervo inclui cerca de 20.000 objetos - todos os móveis originais da casa - utensílios de cozinha e talheres, 5.000 livros, 3.000 fotografias, e 30.000 documentos históricos dos arquivos da família Van Rensselaer. Alguns dos itens, tais como tapetes originais do século 18, foram emprestados a outros museus como o Museu Metropolitano de Arte de Nova York.

A equipe que atualmente cuida da casa, ainda faz de tudo o que pode para continuar o sonho deixado por Catherine, com a ajuda de doações. Você pode acessar o site da mansão, clicando aqui. Muitos alegam que a casa é assombrada, mas ninguém sabe dizer ao certo se é o fantasma de John Whipple ou de Jesse Strang.

A Criança dos Olhos Negros: As Mortes de Crianças em Cannock Chase, na Década de 1960 (#1)


Esse último caso que será descrito aqui, talvez seja o mais chocante e repulsivo em relação a todos os anteriores. Vamos contar para vocês a história das mortes de 3 menininhas, entre 5 e 10 anos de idade, em Cannock Chase, na Inglaterra. Muitos relacionam essas mortes, com a aparição de "fantasmas de crianças de olhos negros", na densa floresta, que possui o mesmo nome, e que ocupa boa parte do território da localidade.

Vamos contar para vocês a história das mortes de 3 menininhas, entre 5 e 10 anos de idade, em Cannock Chase, na Inglaterra. Muitos relacionam essas mortes, com a aparição de "fantasmas de crianças de olhos negros", na densa floresta, que possui o mesmo nome, e que ocupa boa parte do território da localidade
Aliás, esse é um assunto que ainda gera muita discussão, porque muitos acham que isso é uma falta de respeito com as menininhas, completamente inocentes, que foram vítimas do que viria a ser considerado o "Monstro de Cannock Chase". De qualquer forma, vamos tentar ser os mais respeitosos possíveis sobre esse assunto, combinado?

A História de Raymond Leslie Morris


Raymond Leslie Morris
Raymond Leslie Morris nasceu em Walsall, no condado de Staffordshire, na Inglaterra, em 13 agosto de 1929, e possuía uma boa aparência e uma inteligência acima da média. Seu QI era de 120. Ele gostava de poesia, fotografia, e tinha habilidades impressionantes. Raymond Morris passou por diversos empregos antes de se firmar em um como engenheiro-chefe em uma fábrica de instrumentos de precisão em Oldbury, West Midlands, em 1967.

Ele se casou quando tinha 22 anos, em 1951, com uma mulher que era dois anos mais nova que ele, e teve dois filhos, que foram frutos desse mesmo relacionamento, porém Morris assustava sua esposa devido as mudanças bruscas de humor, exibindo uma fúria impassível quando ela se recusava a atender as suas exigências espontâneas "amorosas", se é que vocês me entendem.

Eles se separaram oito anos depois, mas Morris sempre evitou de pagar pensão para ajudá-la a sobreviver com os filhos, até que ela concordasse em visitá-lo uma ou duas vezes por semana. Ela inclinava-se sobre uma mesa para que ele pudesse possuí-la em uma posição "selvagem".

Aos 35 anos, Raymond Morris se casou pela segunda vez, com uma mulher chamada Carol, que tinha 21 anos. O lado violento da natureza de Raymond aparentemente tinha sumido, o tornando um "marido perfeito". Entretanto, na verdade, sua raiva silenciosa tinha apenas sido desviada de sua própria casa para um outro lugar.

Foto do casamento de Raymond Morris e Carol
Raymond Morris e sua segunda esposa viviam no Flat 20, Regent House, Green Lane, Walsall. Era um apartamento de propriedade do município em Birchills, em frente à delegacia de polícia. Para vocês terem uma ideia, o mesmo ficava a menos de 75 metros de distância da polícia.

Os Desaparecimentos e as Mortes de Crianças em Cannock Chase


No dia 1º de dezembro de 1964, Julia Taylor, com apenas 9 anos, foi atraída para entrar em um carro na região de Bloxwich, por um homem que dizia ser um amigo de sua mãe, e que queria levá-la para comprar alguns presentes de Natal. A menina sofreu abusos, foi estrangulada e deixada para morrer. No começo da noite, no entanto, ela conseguiu recobrar a consciência, e sair da vala onde foi jogada, indo em direção à beira da estrada.

A pequena menina estava encharcada e tremendo de frio devido a chuva que caía. Para sua sorte ela foi avistada por uma pessoa que passava de bicicleta, que a socorreu. Ela não conseguia se lembrar de muita coisa, apenas que tinha entrado em um carro grande de duas cores.

No dia 8 de setembro de 1965, Margaret Reynolds, na época com apenas 6 anos, desapareceu a caminho de sua escola, no subúrbio de Birmingham, em Aston. Nenhuma pista ou vestígio havia sido descoberto sobre seu paradeiro. Em 30 de dezembro daquele mesmo ano, Diane Tift, de 5 anos, desapareceu na curta caminhada entre sua casa e a casa de sua avó, na cidade vizinha de Bromwich.

Local onde os corpos de Margaret Reynolds e Diane Tift foram encontrados
Mais uma foto do local onde os corpos de Margaret Reynolds e Diane Tift foram encontrados
No dia 12 de janeiro de 1966, um trabalhador avistou o corpo de uma criança em um campo, alguns quilômetros ao norte. Foi quando um pequeno corpo foi encontrado em uma vala em Mansty Gully, Cannock Chase. Um segundo corpo foi descoberto por baixo ao verificarem, que a terra estava macia demais e diferente dos demais pontos ao redor. Assim sendo, a busca por Margaret Reynolds e Diane Tift tinha acabado, afinal de contas seus corpos tinham sido encontrados.

Um dos diversos cartazes impressos pelo jornal
Express & Star na tentativa de encontrar Christine Darby
No dia 14 de agosto de 1966, Jane Taylor, 10 anos, saiu para um passeio em sua bicicleta em Mobberly, ao sul da região de Cannock Chase, e desapareceu para sempre. Dois meses depois, em outubro de 1966, Raymond Morris foi acusado de levar duas meninas em seu apartamento em Walsall, colocando-as em quartos separados, depois despir cada uma dela e fotografá-las nuas. Devido ao fato de que nenhuma das meninas conseguiu confirmar com precisão com o que teria acontecido, durante seus depoimentos, e também pelo fato de que a polícia não encontrou nenhuma evidência de que tal atitude teria sido realmente praticada, o caso foi dado por encerrado. Sim, exatamente isso que você leu.

No dia 19 de agosto de 1967, Christine Ann Darby, de 7 anos, estava brincando com amigos em Walsall, quando um homem parou com o carro bem próximo da calçada e pediu informações sobre como chegar em Caldmore Green. Christine entrou no carro para o espanto de suas amiguinhas que estavam brincando com ela. O motorista do carrou seguiu, no entanto, para outra direção.

O que aconteceu nesse dia provavelmente é o pior pesadelo de qualquer pai. Christine Darby tinha sido levada por um estranho, em plena luz do dia, por volta das 14h, na rua Camden, em Walsall. A família esperava encontrá-la viva, e para ajudar nas buscas, cartazes foram impressos pelo jornal "Express & Star", e foram fixados em paredes e postes da região. 

Rua Camden, em Walsall, na qual Christine Ann Darby foi levada por volta das 14h, do dia 19 de agosto de 1967
Quando Christine desapareceu, uma impressionante investigação policial foi deflagrada. Testemunhas que estavam na rua Camden disseram, que tinham visto um homem em um carro cinza, e que seu sotaque era bem parecido com alguém que morava na região. Duas pessoas em Cannock Chase naquele dia, lembravam de ter visto um carro Austin A55 ou A60 de cor cinza.

A Caçada ao "Monstro de Cannock Chase"


Uma verdadeira caçada humana começou. 150 detetives visitaram cerca de 39.000 casas, e interrogaram mais de 23.000 proprietários de carros Austin A55 ou A60 de cor cinza, sendo que no total mais de 80.000 depoimentos foram tomados. Mais de 1.000 pessoas ajudaram nas buscas, sendo que a maioria eram os próprios moradores, que tentavam desesperadamente encontrá-la. Raymond Morris também passou a ser investigado, visto que já tinha sido acusado anteriormente diante de um suposto caso de abuso.

Uma verdadeira caçada humana começou. 150 detetives visitaram cerca de 39.000 casas, foram interrogados mais de 23.000 proprietários
de carros Austin A55 ou A60 de cor cinza, sendo que no total mais de 80.000 depoimentos foram tomados
Mais de 1.000 pessoas ajudaram nas buscas, sendo que a maioria eram os próprios moradores, que tentavam desesperadamente encontrá-la. Raymond Morris também passou a ser investigado, visto que já tinha sido acusado anteriormente diante de um suposto caso de abuso.


A esperança terminou quando o corpo de Christine Ann Darby foi encontrado por um soldado, que fazia parte do grupo de buscas, no dia 22 de agosto, ou seja, três dias depois, em um matagal em Cannock Chase, apenas 1,5km de distância de onde os corpos de Margaret Reynolds e Diane Tift tinham sido encontrados. Ela havia sido morta por asfixia, provavelmente por mãos que pressionaram seu nariz e sua boca. Christine tinha sido a terceira criança encontrada, e que tinha sido morta, em Cannock Chase, desde janeiro de 1966, ou seja, isso não podia ser mais uma coincidência.

Local onde o corpo de Christine Ann Darby
foi encontrado em Cannock Chase
A caçada ao monstro de Cannock Chase estava sendo conduzida por Sir Stanley Bailey, chefe-adjunto da polícia de Staffordshire. Entretanto, a participação de Morris no crime acabou sendo descartada após o depoimento de sua esposa. Ela disse que ambos estavam fazendo compras em um shopping, no dia e no horário em que Christine Ann Darby tinha desaparecido. Portanto, para a polícia, o responsável não podia ser Raymond Morris.

Enquanto isso, uma mulher chamada Maureen Freeman desempenhava um papel-chave na investigação, que levou à prisão de Morris. Ela se juntou a força policial em 1965, quando tinha apenas 21 anos. Ela ainda estava em seu período de estágio, quando o primeiro corpo foi encontrado. Ela foi a responsável em 1967 por montar uma base operacional equipada com telefones, na estrada New Penkridge, e chamar a Scotland Yard para ajudar nas investigações. Foi também uma das responsáveis por organizar as equipes de busca.

Uma reviravolta aconteceria em 4 de novembro de 1968, quando Margaret Aulton, 10 anos, moradora de Walsall, conseguiu escapar de um homem que tentou forçá-la entrar em um carro Ford Corsair verde e branco. Uma jovem de 18 anos que estava passando conseguiu anotar a placa do veículo, e foi até a base operacional montada por Maureen para dizer o que tinha acontecido. Foi verificado mais tarde nos registros, que o carro pertencia justamente a Raymond Morris.

Enquanto isso, uma mulher chamada Maureen Freeman desempenhava um papel-chave na investigação, que levou à prisão de Morris. Ela se juntou a força policial em 1965, quando tinha apenas 21 anos
Christine Darby (à esquerda), Margaret Reynolds (centro), e Diane Tift (à direita)
Raymond Morris foi levado pela polícia sob custódia, em 15 de novembro, sendo que polícia já estava ciente de que Morris havia sido interrogado quatro vezes nos últimos anos. Ele também tinha um Austion A55 cinza semelhante ao utilizado no caso de Christine Darby. Alíás, ele tinha sido um dos suspeitos de tê-la matado, e só tinha se livrado devido ao depoimento de sua esposa. Isso sem contar a suspeita anterior, que recaía sobre ele, de ter molestado meninas, em 1966.

Raymond Morris, sendo levado sob custódia pela polícia por sua ligação no caso de Margaret Aulton
Naquele mesmo dia foi realizada uma intensa busca em seu apartamento. A polícia acabou encontrando fotos inapropriadas de uma menininha, que logo descobriram se tratar da sobrinha da esposa de Raymond Morris, com apenas 5 anos. Sob custódia e proteção da polícia, sua esposa mudou seu depoimento ao ver as fotos encontradas pela polícia, e disse ter "confundido" o dia. Talvez ela tivesse medo dele, mas foi o suficiente para ela testemunhasse contra Raymond Morris, que também acabou sendo identificado por duas pessoas, que o tinham visto em Cannock Chase. No dia seguinte (16), Raymond Leslie Morris foi formalmente acusado pela morte de Christine Darby, e permaneceu em prisão preventiva até seu julgamento, que só aconteceu em fevereiro de 1969.

O Julgamento de Raymond Morris


Em fevereiro de 1969, Raymond Morris, outrora considerado como sendo um marido respeitável e pai de família, estava sendo julgado em um tribunal pela morte de uma criança. Ele afirmava não ser culpado pela morte de Christine Darby, e da tentativa de raptar Margaret Aulton, mas considerava-se culpado por atentado ao pudor em relação a sobrinha de Carol, sua segunda esposa.

Após a grande cobertura da imprensa em relação a uma série de outras mortes de crianças, que tinham acontecido alguns anos antes, onde hoje se localiza a Grande Manchester, havia um enorme interesse público no caso de Raymond Morris. Horas antes do julgamento começar, havia uma grande fila de pessoas que tentavam entrar na galeria pública do Tribunal de Justiça de Staffordshire Assizes.

Uma multidão aguardava para entrar na galeria pública do tribunal e assistir ao julgamento todos os dias
"Foi um crime odioso de luxúria e vocês em breve terão que olhar algumas fotografias desagradáveis, mas vocês estão aqui para julgar serenamente, desapaixonadamente, o que agora pode provar que este homem acusado, Raymond Leslie Morris, seja o culpado", disse o juiz Ashworth em direção ao júri, no início do julgamento.

Muitos foram testemunhar contra Morris, isso incluía peritos e populares. O patologista do Ministério do Interior do Reino Unido na época, o Dr. Alan Usher, confirmou que Christine havia sido morta por asfixia. Joseph Wilson, gerente técnico da multinacional Pirelli na época, declarou que as marcas de pneu deixadas em Cannock Chase eram de um veículo similar ao que Morris conduzia. Muitos populares testemunharam ter visto um homem que correspondia à descrição de Morris na região de Cannock Chase, dirigindo um carro cinza, no dia em que Christine foi raptada. O promotor público do caso QC Brian Gibbens, chamou duas testemunhas, Victor Whitehouse e Jean Rawlings, que deram relatos detalhados de como Morris conduzia um Austin A55 cinza, em Cannock Chase. Maureen Freeman também foi uma das escolhidas para testemunhar no julgamento, e descreveu Morris como tendo um olhar "frio e calculista."

No julgamento, Carol, segunda esposa de Morris, foi uma das testemunhas de acusação. Ela disse que o marido não tinha voltado para casa até as 16h30, explicando que ela tinha anteriormente fornecido um álibi, porque Morris tinha agido normalmente naquele dia, e parecia impossível para ela, que ele fosse o responsável por algo tão terrível.

Maureen Freeman (centro), umas das principais responsáveis por prender o "Monstro de Cannock Chase""
Do público que estava assistindo ao julgamento, veio um grito de pavor que dizia: "É ele! Esse é o homem que fez isso comigo!". O grito era de Julia Taylor, agora uma adolescente, que tinha sido raptada e abusada, em 1964. A única vítima que havia sobrevivido para contar sua história. Ela foi retirada do tribunal, mas nenhum dos presentes conseguiu esquecer as suas palavras. Raymond Morris continuou a manter sua inocência, mas a pressão sobre ele estava aumentando. Ele chegou a ter um colapso emocional no banco dos réus, após Ian Forbes, detetive da Scotland Yard ter dito a seguinte frase: "Você está por conta própria agora, filho. Sua esposa o abandonou."

Seu advogado de defesa, QC Kenneth Mynett, disse ao júri que seu cliente estava "muito chateado consigo mesmo" em relação as fotografias que ele havia tirado, e que se eles acreditavam que seu álibi estava correto: ele não poderia ser o homem que foi visto em Cannock Chase. No entanto, não havia muita escapatória. Em 18 de fevereiro 1969, após 7 dias de julgamento, o júri chegou por unanimidade a um veredito, que considerava Raymond Morris culpado pelo rapto e morte de Christine Ann Darby. Mais de 300 pessoas aguardavam do lado de fora do tribunal pela sentença. Morris foi condenado à prisão perpétua, sendo que precisaria ser mantido preso, no mínimo por 30 anos, antes de tentar qualquer tipo de recurso de revisão de pena, devido a natureza de seus crimes.

"Deve haver muitas mães cujos corações vão bater mais calmamente, devido a este veredito", disse o juiz Ashworth, enquanto Morris não esboçava nenhuma expressão de emoção. O juiz ainda elogiou tanto o público quanto a imprensa por ajudarem a trazer Morris à Justiça. Mesmo que Morris também fosse amplamente considerado culpado pelas mortes de Diane e Margaret, em 1965, assim como pelo abuso de Julia Taylor, nunca houve provas suficientes para acusá-lo em relação a esses casos.

A Morte de Raymond Morris


Décadas mais tarde, Morris foi descrito como "frio, cruel, e simplesmente perverso" por um ex-chefe de polícia que estava no comando da investigação. O ex-detetive e superintendente, Pat Molloy, um dos três principais oficiais que investigavam o caso, disse que não tinha dúvidas que Morris havia matado Christine Ann Darby. "Estou muito satisfeito que ele tenha sido considerado culpado e que ele seja o responsável", disse Pat Molloy, em uma entrevista para a rádio BBC, em agosto de 2001, e que escreveu um livro sobre as mortes em Cannock Chase, publicado na década de 1990.

"Se por um lado, as mortes e os raptos de meninas em Cannock Chase foram acontecendo ao longo de quatro anos e envolveu uma operação tão grande, por outro, isso parou de acontecer após a sua prisão. Não houve nenhum outro caso depois daquilo. Eu o descreveria como frio, cruel, lascivo e simplesmente perverso", completou Pat Molloy.

Em novembro de 2010, quando foi concedida uma revisão judicial a Raymond Morris, a família de Diane Tift falou sobre a raiva que eles ficaram após saberem da notícia. Seu irmão Terrence foi o último a vê-la com vida, e disse que a família nunca se recuperou emocionalmente falando. Diga-se de passagem, Terrence Tift tinha apenas 9 anos na época. Ele disse que os sentimentos ainda estavam muito presentes sobre o que tinha acontecido com a sua irmã.

O presídio HMP Preston, em Wymott, Lancashire, onde Raymond Morris foi mantido preso e morreu em março de 2014
"Eu fiquei com o coração partido com o que aconteceu, porque nunca mais pude ver a minha irmã novamente. Raymond Morris deveria morrer na prisão e ser deixado lá para apodrecer", disse Terrence, na época.

"Vida deve significar vida. Nós ainda sentimos falta da Diane, mesmo após mais de 40 anos. Perdemos a chance de vê-la crescer e formar a sua própria família", completou.

Amy Jo-Cutts, advogada de Raymond Morris naquela época, disse que seu cliente estava vivendo uma vida "tranquila e simples" na prisão, uma vez que os outros presos desconheciam sua notoriedade. De qualquer forma o tempo na prisão havia gerado efeitos sobre o corpo dele.

"Ele está fisicamente bem, mas os anos atrás da grades fizeram grandes mudanças em seu corpo. Tem sido uma batalha para Ray, que sempre afirmou sua inocência. Ele é, em grande parte, um anônimo na prisão, porque ele não tem notoriedade entre a geração mais jovem dos detidos. Ele vive uma vida tranquila e simples na prisão, e não quer notoriedade e nem mesmo um grande estigma", disse Amy Jo-Cutts, que havia trabalhado desde 1993 na solicitação de revisão da pena de Raymond Morris, porém naquele mesmo ano a solicitação foi derrubada pela Justiça.

Amy Jo-Cutts, advogada de Raymond Morris naquela época, disse que seu cliente estava vivendo uma vida "tranquila e simples" na prisão, uma vez que os outros presos desconheciam sua notoriedade. De qualquer forma o tempo na prisão havia gerado efeitos sobre o corpo dele
Em maio de 2011, Morris quebrou um silêncio de 40 anos, e alegou sua inocência, dizendo que poderia recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Algum tempo depois ele recuou, dizendo que não entraria mais com nenhum recurso e provavelmente terminaria seus dias na prisão. Ainda naquele ano, Raymond Morris começou a receber tratamento para a leucemia e insuficiência renal e seu tratamento foi mantido até 2014. No dia 1º de março de 2014,  Morris acabou assinando uma declaração onde recusava qualquer tipo de tratamento médico. Em 10 de março, ele foi transferido para a unidade médica da prisão, sendo que Raymond Morris morreu no dia seguinte.

De acordo com o relatório da época, Raymond sofria de leucemia mieloide crônica e também tinha insuficiência renal e fazia diálise, quando necessário. Morris já havia assinado um documento pedindo para a equipe médica não o reanimasse em caso de insuficiência cardíaca ou respiratória.

"Mais tarde, a respiração do homem era superficial e seu pulso estava fraco. Seus olhos estavam fechados e ele balançava a cabeça quando perguntado se estava com dor. As 16h45, não respondia mais, mas não parecia estar com dor ou agitado. As 19h15, ele ficou agitado e foi-lhe dado um sedativo. Ele morreu de forma tranquila as 19h40, do dia 11 de março de 2014", disse Nigel Newcomen, responsável por fiscalizar os procedimentos adotados no HMP Preston, em Wymott, Lancashire, onde Raymond ficou preso desde 1969. Esse acabou sendo o fim de um dos mais notórios "monstros" do Reino Unido durante o século XX, mas algo perturbador ainda aconteceria no século XXI, e que amedrontaria ou revoltaria alguns cidadãos britânicos.

A "Criança de Olhos Negros" de Cannock Chase


A suposta origem da lenda urbana das famosas "crianças de olhos negros" remete ao ano de 1998, devido a postagens feitas por um repórter chamado Brian Bethel, em uma "lista de discussão" (BBS/Usenet para os mais antigos), cujo tema estava relacionado a "fantasmas". Foi esse mesmo homem, o Brian Bethel que havia relatado seus supostos encontros com "crianças de olhos negros" na cidade de Abilene, no estado norte-americano do Texas, e na cidade de Portland, no estado norte-americano do Oregon. Portanto, a lenda urbana viria, a princípio, dos Estados Unidos.

A suposta origem da lenda urbana das famosas "crianças de olhos negros" remete ao ano de 1998, devido a postagens feitas por um repórter chamado Brian Bethel, em uma "lista de discussão" (BBS/Usenet para os mais antigos), cujo tema estava relacionado a "fantasmas"
Basicamente, os relatos de aparentavam ser exemplos clássicos de "creepypastas", que eram e ainda são muito famosas, justamente por milhares de pessoas acreditarem que sejam verdadeiras, porém sabemos que são apenas historinhas de terror, criadas para entretenimento. De qualquer forma, os contos de Bethel ganharam tanta popularidade, que ele publicou até mesmo um FAQ (a famosa seção de "Perguntas Frequentemente Perguntadas") somente para acompanhar a demanda por mais informações sobre a mais nova lenda urbana, que havia sido criada. Até mesmo um programa de TV americano chamado "Monsters and Mysteries" se interessou por isso assunto. Aliás, seria possível fazer um especial somente para falar sobre isso. Contudo, o que vocês precisam saber é que isso nunca passou de uma lenda criada por uma pessoa, as crianças nunca foram reais.

Aparentemente, desde a década de 1960, não havia nenhum relato sobre espíritos ou fantasmas de crianças, que estivessem relacionados de alguma forma a Cannock Chase. Não tinha até que um tabloide britânico chamado "Daily Star" (que particularmente considero o pior tabloide do Reino Unido) publicou na capa de seu jornal, praticamente o mesmo conteúdo, sobre um suposto avistamento de crianças de olhos negros, três vezes na mesma semana, no período compreendido entre o final de setembro e começo de outubro do ano de 2014.

Capas do tabloide "Daily Star" sobre "os avistamentos de uma menina de olhos negros" em Cannock Chase, entre o final
de setembro e começo de outubro de 2014
Inicialmente a primeira notícia dizia a respeito de garotinha de olhos negros, que teria sido avistada em um bar (um "pub") chamado "Four Crosses Inn", localizado na região de Staffordshire, na Inglaterra, que estava sendo vendido por um preço muito abaixo do praticado no mercado na época, algo por volta de £ 325,000. O valor "abaixo do mercado" era justamente devido ao fato do local ser supostamente assombrado por essa garotinha, além de diversos outros fantasmas (muito embora, atualmente os imóveis sejam valorizados por lá, quando há uma suposta assombração).

O "Four Crosses Inn" estava à venda por um preço abaixo do praticado pelo mercado imobiliário, porque seria assombrado
por diversos fantasmas e por uma menina de olhos negros
Aparentemente o assunto rendeu e muito para o tabloide "Daily Star", que encontrou e apresentou um suposto "investigador paranormal e autor de um livro sobre o mundo sobrenatural", chamado Lee Brickley, que tinha 28 anos na época, como sendo uma "pessoa que havia feito uma investigação aprofundada" sobre um suposto mistério, que ele chamou de "A Criança de Olhos Negros de Cannock Chase". O detalhe é que ninguém o conhecia, e sua reputação até mesmo como escritor era totalmente questionável devido aos outros assuntos abordados tais como OVNIs, Orbes, Lobisomens e um tal de "Homem-Porco". Aparentemente, Lee viu nesse caso uma oportunidade de negócios.

Naquela mesma época, outro tabloide britânico chamado "Birmingham Mail" também comprou essa ideia. Assim sendo, segundo ambos os tabloides, mesmo sem qualquer ponto que fosse credível ou passível de ser verificado, a menina de olhos negros, que nunca existiu até aquela presente data, teria sido vista pela última vez na região há cerca de 30 anos. As recentes descrições sobre a menina seriam exatamente as mesmas da década de 1980. Estranho, mas vamos seguir em frente.

Imagem do Google Maps mostrando a distância entre Cannock Chase e Walsall
A densa floresta de Cannock Chase, na Inglaterra
"No verão de 1982, minha tia tinha 18 anos. Ela e suas amigas se reuniam muitas vezes em Cannock Chase no final da tarde e no começo da noite, provavelmente da mesma forma que muitos adolescentes fazem hoje em dia. Certa vez, pouco antes do anoitecer, ela ouviu uma menina freneticamente gritando por ajuda. Ela ficou nervosa e desesperada para localizar de onde vinha aquele grito. Ela acabou se deparando com uma trilha de terra e avistou a garota, que deveria ter por volta de seis anos, correndo na direção oposta. Quando minha tia conseguiu alcançá-la, a garota se virou, e a olhou nos olhos. Em seguida, ela correu em direção a floresta escura. Seus olhos eram completamente negros, sem nenhum vestígio da parte branca. Foi feita uma busca pela polícia, mas sem sucesso. Na época, ninguém tinha qualquer razão para acreditar, que alguma coisa paranormal estivesse acontecendo. A menina certamente parecia ser de carne e osso", escreveu Lee Brickley, admitindo que havia outros relatos de avistamento dessas crianças em diversos países ao redor do mundo.

Lee Brickley, principal responsável por disseminar relatos de avistamentos
sobre uma criança de olhos negros em Cannock Chase, na Inglaterra
"Algumas pessoas acreditam que elas sejam extraterrestres, vampiros ou fantasmas. Entretanto, há uma grande diferença entre os avistamentos ao redor do mundo e as histórias que saem de Cannock Chase. Apenas em Cannock Chase, que os avistamentos acontecem durante o dia. Nos Estados Unidos muitos relatos sugerem, que as crianças de olhos negros muitas vezes aparecem em grupos, batendo na porta das vítimas desavisadas, com certa frequência, e pedindo silenciosamente se eles podem entrar em suas casas", completou Lee Brickley.

Entretanto, Lee não apresentou nomes, muito menos mostrou quaisquer provas, que havia sido realizada uma busca policial devido ao relato de quaisquer moradores, nesse sentido, ainda mais em 1982. Ele simplesmente havia escrito sua história em um mero blog, assim como Brian Bethel, no passado, havia feito. Resumindo, ele criou a base da lenda urbana sobre uma suposta criança de olhos negros em Cannock Chase.

O maior problema, no entanto, não foi o Lee, mas o imenso sensacionalismo do "Daily Star". Em uma das publicações, o "Daily Star" alegou que a menina dos olhos negros havia sido avistada pela segunda vez naquela semana, em outubro de 2014. Para contar como isso teria acontecido, eles usaram uma postagem do próprio Lee Brickley, que datava de 17 de julho de 2013, ou seja, mais de 1 ano antes. O texto utilizado pelo "Daily Star" foi extremamente cortado e aparentemente isso foi feito com o objetivo de vender mais jornais, uma vez que o assunto estava em alta.

Entretanto, Lee não apresentou nomes, muito menos mostrou quaisquer provas, que havia sido realizada uma busca policial devido ao relato de quaisquer moradores, nesse sentido, ainda mais em 1982
Confira o que realmente foi escrito por Lee Brickley em seu blog, no dia 17 de julho de 2013, que seria o relato de uma pessoa, que se identificou no email como Srta. Kelly, e que foi enviado no dia anterior (vale a pena ressaltar que não se saber se a tal Srta. Kelly realmente existiu ou se Lee a inventou para acrescentar mais um relato nesse sentido):
"...há cerca de 2 meses, eu e minha filha estávamos andando por Birches Valley (uma área conhecida por sua avistamentos espectrais), quando ouvimos os gritos de uma criança. Eu não saberia dizer se era um menino ou uma menina, mas definitivamente parecia estar em perigo e aparentemente estava muito perto de nós, portanto, imediatamente começamos a correr em direção aos gritos. Não conseguimos encontrar a criança em lugar algum, e por isso paramos para recuperar o fôlego. Foi quando eu me virei e vi uma menina, que estava atrás de mim, e não tinha mais do que 10 anos de idade, com as mãos sobre os olhos, como se estivesse à espera de um bolo de aniversário.  Eu perguntei se ela estava bem e se ela tinha sido o única a gritar, então ela abaixou os braços, e abriu os olhos. Foi quando eu vi que eles estavam completamente negros, não havia íris, não havia o branco do olhos, nada. Dei um pulo para trás e agarrei a minha filha, quando eu olhei novamente a criança tinha ido embora. Foi algo realmente bem estranho. Eu sabia que algo iria acontecer, antes mesmo viesse acontecer, simplesmente tive uma sensação estranha."
O Daily Star aparentemente ignorou tudo isso, e publicou que "uma testemunha", não dizendo o nome de quem era, dado a seguinte declaração naquela semana, no começo de outubro de 2014
"Eu me virei e vi uma menina, que estava atrás de mim, e não tinha mais do que 10 anos de idade, com as mãos sobre os olhos, como se estivesse à espera de um bolo de aniversário. Foi quando ela abaixou os braços, e abriu os olhos. Foi quando eu vi que eles estavam completamente negros, não havia íris, não havia o branco do olhos, nada. Dei um pulo para trás e agarrei a minha filha, quando eu olhei novamente a criança tinha ido embora."
Reparam na extrema semelhança? O "Daily Star" copiou o relato de mais de um ano, que sequer podemos dizer que era autêntico e apontou como se uma testemunha, que eles não quiseram dizer o nome, tivesse dito que aquilo havia acontecido em 2014. Ainda que o relato fosse de alguma forma verdadeiro, era impossível ter acontecido em outubro de 2014, entenderam?

Uma das notícias publicadas pelo jornal Daily Star entre o final de setembro e início de outubro de 2014,
apontando a relação entre a menina de olhos negros e a morte de crianças por Raymond Morris na década de 1960
Para piorar a situação o "Daily Star" associou o avistamento de uma menina de olhos negros, supostamente em Cannock Chase, com os crimes cometidos por Raymond Morris (embora ele tenha sido condenado por apenas um deles). Resumindo, o que começou com uma notícia de um suposto "bar assombrado", começou a ser explorado de tal forma, que foi associado como se fosse o espírito ou um fantasma de uma das garotinhas mortas por ele.

Uma mulher chamada Hayley Stevens, que se considera uma investigadora paranormal cética, e que  já escreveu mais de 400 artigos em seu site chamado "Hayley is a Ghost Geek", foi uma das primeiras a perceber a mentira que estava sendo publicada pelo Daily Star. Ela inclusive considerou o livro lançado por Lee Brickley (o único livro dele) como uma "leitura amargurada e decepcionante". Hayley disse que, inicialmente, considerou a leitura interessante, mas aos poucos percebeu a "natureza tendenciosa e um tanto quanto irracional de seu livro", que foi enviado pelo próprio Lee, ao pedir para que ela lesse e comentasse sobre o mesmo.

Uma mulher chamada Hayley Stevens (na foto), que se considera uma investigadora paranormal cética, e que  já escreveu mais de 400 artigos em seu site chamado "Hayley is a Ghost Geek", foi uma das primeiras a perceber a mentira que estava sendo publicada pelo Daily Star
Hayley ainda criticou Lee Brickley por simplesmente divulgar o conteúdo de um email de uma pessoa, que ele nem ao menos sabe quem é, e passível de dezenas de interpretações, uma vez muitos pessoas têm suas próprias interpretações para o que veem ou sentem. Para Hayley e muito dos seus leitores, o que o "Daily Star" fez foi algo ultrajante e uma falta de respeito com as famílias das meninas mortas por Raymond Morris.

Não obstante, no início de abril de 2015, somente alguns meses depois da notícia sobre uma menina de olhos negros ter viralizado por todo o Reino Unido, acabou surgindo um vídeo onde um usuário do Youtube chamado "Furious Otter", que estava com seu drone na região de Cannock Chase, e que teria supostamente flagrado uma menina vestida de branco, com longo cabelos negros e olhos negros durante o dia. Coincidência? Como era de se esperar a notícia novamente teve uma grande uma repercussão na Inglaterra.

Assista ao vídeo original logo abaixo, em um canal de terceiros, no YouTube:



Em outubro de 2015, a suposta criança dos olhos negros teria sido registrada novamente por um grupo paranormal, que teria colocado diversas câmeras na densa floresta de Cannock Chase. Eles teriam gravado por cerca de 6 horas, quando se depararam com um "estranho vulto" captado ao fundo. "Se parece com uma criança vestida de branco, você pode ver as pernas em movimento enquanto anda. Nem sabia que eu tinha capturado um fantasma até que fui ver a gravação e pensei: Mas que diabos é isso?", disse Tom Buckmaster, responsável pelo grupo "Haunted Finders TV", para o tabloide Daily Mirror. Novamente, um tabloide envolvido.

Tom ainda disse que o exato momento em que o fantasma é registrado por uma de suas câmeras, ocorreu por volta das 19h do dia 10 de outubro. Outra coincidência em relação a data? Muito provavelmente, não.

De qualquer forma, assista ao vídeo original, em um canal de terceiros, no YouTube:



Enfim, ao escrever sobre o caso de Cannock Chase é inevitável não se comover com as histórias de crianças, que tiveram suas vidas interrompidas por um monstro. É ainda mais assustador ver que uma história real passou a servir de fachada para relatos aleatórios, esporádicos e explorados de forma praticamente brutal por uma mídia sensacionalista. Se alguém, algum dia, realmente vir uma criança de olhos negros, posso até acreditar nessa pessoa se souber quem é ela, suas crenças, seus relacionamentos e uma série de outros detalhes que a tornem uma testemunha confiável. Uma coisa é você contar o que você acredita que viu ou sua experiência pessoal para alguém, porém algo totalmente diferente é espalhar isso como se fosse algo verdadeiro, e que todas as testemunhas sejam plenamente confiáveis. De qualquer forma, as "crianças de olhos negros"é somente uma lenda urbana (quem sabe um dia eu escreva mais detalhadamente sobre isso).

Agora, uma criança de olhos negros, especificamente uma menina que vaga por uma floresta em Cannock Chase, vítima de Raymond Morris, é algo bem complicado de se acreditar, até porque independentemente da história que seja contada, ninguém nunca comentou sobre isso até se popularizar através de um tabloide de cunho sensacionalista e de um escritor que não tem nenhuma base credível para afirmar isso, apenas de relatos enviados para ele. Você não pode afirmar a existência de algo, vendendo isso como um produto, baseado apenas em experiências subjetivas de terceiros. Imaginem realizar um estudo sobre um determinado assunto, baseando-se apenas por achismos ou sensações particulares? Você tomaria um remédio, cuja análise foi baseada no que a pessoa que o fabricou sentiu, sem qualquer análise técnica, laboratorial, e uma investigação mais aprofundada do remédio? Você confiaria apenas no que a pessoa disse, da boca para fora?

Bem, termino essa matéria especial com a certeza que essa história continuará se propagando de forma sensacionalista, e a lenda urbana continuará sendo reescrita por todos os cantos do mundo. A única certeza é que a dor das famílias daquelas crianças jamais será apagada, e nem a vida de seus entes queridos poderá ser reescrita. Por outro lado, esperamos que vocês tenham gostado de conhecer um pouco mais de cada um dos casos que contamos para vocês, e espero que tenham assimilado a dose de realidade por trás de cada um deles.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
Livro "Staffordshire Murders" de Alan Hayhurst
Livro "Legendary Locals of Elizabeth City" escrito por Marjorie Ann Berry 
http://mentalfloss.com/article/30608/elva-zona-heaster-ghost-who-helped-solve-her-own-murder
http://www.prairieghosts.com/shue.html
http://www.northcarolinaghosts.com/coast/ghost-nell-cropsey.php
http://sillykhan.com/2013/06/12/the-nell-cropsey-house/
https://1900century.wordpress.com/
http://seeksghosts.blogspot.com.br/2015/10/grace-brown-big-moose-lakes-ghost.html
http://www.ovcs.org/Downloads/Grace_Brown_story.pdf
http://law.jrank.org/pages/2744/Chester-Gillette-Trial-1906.html
http://murderpedia.org/male.G/g/gillette-chester.htm
http://www.nytimes.com/2006/07/11/nyregion/11tragedy.html?_r=0
http://www.craigbrandon.com/MITAhome.html
http://www.rootsweb.ancestry.com/~nyhchs/gillette.html
http://www.flickriver.com/photos/tags/chestergillette/interesting/
http://murderpedia.org/male.G/g/gillette-chester-photos.htm
http://ghosts.wikia.com/wiki/Big_Moose_Lake
http://cortland.org/community/history/Cortland-Historic-Resources%20-Survey.pdf
https://en.wikipedia.org/wiki/Murder_at_Cherry_Hill
http://www.examiner.com/article/the-cherry-hill-murder
http://www.murderbygaslight.com/2010/06/albany-gothic.html
http://albanyruralcemetery.blogspot.com.br/2013/07/murdered-at-cherry-hill.html
http://albanycvb.blogspot.com.br/2013/08/history-looking-to-repeat-itself.html
http://www.historiccherryhill.org/
http://hayleyisaghost.co.uk/cannocks-chase-black-eyed/
http://www.mirror.co.uk/news/uk-news/raymond-leslie-morris---monster-3239785
http://murderpedia.org/male.M/m/morris-raymond-leslie.htm
http://www.crimeandinvestigation.co.uk/crime-files/cannock-chase-murders/trial
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2789355/notorious-child-killer-died-jail-remained-chains-treatment-crippling-leukaemia.html
http://www.shropshirestar.com/news/2014/03/13/notorious-midlands-child-killer-raymond-morris-dies-in-prison/
http://www.expressandstar.com/news/2014/03/13/life-meant-life-for-wicked-killer-raymond-morris/
http://www.birminghammail.co.uk/news/midlands-news/black-eyed-child-returns-haunt-7846214
http://www.dailystar.co.uk/news/latest-news/402755/Black-Eyed-Child-Ghost-spotted-second-time-UK-30-years-locals-leave-town
http://www.dailyedge.ie/black-eyed-ghost-children-1703721-Oct2014/
http://paranormalcannock.blogspot.co.uk/2013/07/return-of-black-eyed-children.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Black-eyed_children
http://www.dailystar.co.uk/news/latest-news/402755/Black-Eyed-Child-Ghost-spotted-second-time-UK-30-years-locals-leave-town

http://www.mirror.co.uk/news/weird-news/terrifying-moment-black-eyed-ghost-6637483
http://io9.com/5-gruesome-real-life-murders-that-inspired-spooky-ghost-1735995578

Top 5 Teorias da Conspiração!

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O homem nunca foi a Lua! A Terra é plana! A Terra é oca! Encontraram uma cidade e o corpo de uma alienígena na Lua! Teorias da conspiração existem aos montes. Aqui vou destacar cinco delas...

Fala Assombrados! Ao longo dos anos em que tenho o canal e blog fiz reuni bastante material referente a teorias das conspiração, das mais diversas. Aqui vou fazer um compilado de cinco dessas teorias e explicá-las rapidamente. Caso queira saber detalhes de cada uma, basta assistir o vídeo completo que fiz sobre cada caso. 

05. Industrias Bigelow e os Extraterrestres

Robert Bigelow
Assombrados, recentemente liberei o especial Rancho Skinwalker, algo muito pedido por vocês, e nesse especial eu falei de Robert Bigelow, que foi ex-proprietário do local. Ele é um multibilionário que praticamente não dá entrevistas. Por uma coincidência do destino, no mesmo domingo que liberei o especial, foi exibida uma entrevista de 12 minutos no programa 60 minutos da CBS nos EUA e ele disse nessa entrevista que acredita que em ETs e que eles estão bem debaixo do nariz das pessoas!

Vamos entender quem é Robert Bigelow para saber porque é tão impactante ele dizer isso.

01. Robert Bigelow é um bilionário americano que enriqueceu no ramo imobiliário, alugando casas a custo baixo para trabalhadores. Ele diz que sua vida mudou com um relato de seus avos, que estavam dirigindo e um ovni veio em direção ao carro, iluminando o seu interior. Então, o mesmo decolou em ângulo reto e partiu para longe, em alta velocidade.

02. Robert Bigelow apaixonado por mistérios e principalmente ufologia, criou em 1995 o National Institute for Discovery Science (Instituto Nacional para a Ciência da Descoberta) (NIDS), cuja missão era investigar cientificamente fenômenos sobrenaturais. Então, certo dia, Robert Bigelow leu o artigo de Zack sobre o Rancho Skinwalker e ficou impressionado. Era o que ele precisava para seus estudos. Não pensou duas vezes: comprou o local para pesquisar as histórias por cerca de US$ 200.000 (na época esse valor tinha um poder aquisitivo bem maior).

03. Robert Bigelow é tão apaixonado por Ufologia, que em 2009 fez um acordo com a Mutual UFO Network ("Rede Mútua de Pesquisas Ufológicas", em português), também conhecida simplesmente como "MUFON", que é uma das maiores e mais antigas organizações investigativas dos Estados Unidos, sobre a questão dos OVNIs, os famosos "objetos voadores não identificados". Por aproximadamente US$ 700.000, ele teria comprado o acesso às informações, banco de dados, e até a força de trabalho, por assim dizer, de alguns investigadores da MUFON em 2009. Portanto, ele não comprou a MUFON como "organização". Só para reforçar, ele NÃO é o proprietário da MUFON.

04. Uma coisa muito interessante para destacar é que quem quisesse reportar avistamentos de OVNIs nos Estados Unidos, ao menos de maneira considerada "oficial", era recomendado pela FAA (Federal Aviation Administration) para falar ou se comunicar com um setor da Bigelow Aerospace, a Bigelow Aerospace Advanced Space Studies (BAASS)! Confira na Ordem 7110.65U da FAA, página 387:

05. Ele criou a Bigelow Aerospace, que fornece módulos expansíveis para a ISS;

06. O logotipo universal da empresa é um rosto de alien!

07. Gastou milhões e milhões de dólares com pesquisas ufológicas. Provavelmente gastou mais sozinho do que qualquer outra pessoa nos Estados Unidos já gastou nessa questão da ufologia.

Entendeu agora porque quando ele disse que existem ETs na Terra era importante?
Eis a parte da entrevista que fala de ETs

Lara Logan: Você acredita em alienígenas?
Robert Bigelow: Estou absolutamente convencido disso. Isso é tudo que basta.

Lara Logan: Você também acredita que OVNIs vieram para a Terra?
Robert Bigelow: Tem havido, e existe uma presença existente, uma presença extraterrestre. Gastei milhões, e milhões, provavelmente gastei mais sozinho, do que qualquer outra pessoa nos Estados Unidos já gastou nessa questão.

Lara Logan:É arriscado dizer em público que você acredita em OVNIs e alienígenas?
Robert Bigelow: Não dou a mínima. Não me importo.

Lara Logan: Você não se preocupa que algumas pessoas vão dizer: "Você ouviu esse cara, ele parece ser maluco"?
Robert Bigelow: Não me importo.

Lara Logan: Por que não?
Robert Bigelow: Não vai fazer a diferença. Não vai mudar a realidade do que eu sei.

Lara Logan: Você imagina que em nossas viagens espaciais encontraremos outras formas de vida inteligente?
Robert Bigelow: Você não precisa ir a lugar nenhum.

Lara Logan: Você pode encontrá-las aqui? Onde exatamente?
Robert Bigelow: Está bem debaixo do nariz das pessoas. Meu Deus. Nossa.

Será que Robert Bigelow tem contato com alienígenas e sabe de uma invasão iminente?

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04. O Homem NÃO foi a Lua

Essa imagem mostra Stlaney Kubrick dirigindo o filme da chegada
do homem na Lua.
Depois de 30 anos do pouso do homem na Lua, começou a ganhar força uma teoria que dizia que o homem na verdade não pousou na Lua, que foi tudo uma encenação. Na verdade tudo foi filmado aqui na Terra, em um deserto ou estúdio de Hollywood, muito provavelmente por Stanley Kubrick.

A teoria diz ainda que os astronautas sofreram lavagem cerebral para acreditar que foram a Lua e retornaram.

E mais, os russos participaram dessa farsa, por isso não denunciaram que tudo foi uma mentira, porque os próprios russos mentiram para a humanidade. Yuri Gagarin não foi para o espaço que nada, tudo mentira!

Mas porque os dois países enganariam o mundo? Por causa da industria bélica! Ela move a economia, e com os projetos bilionários dos projetos espaciais, o dinheiro serviu para encher o bolso de muita gente.

As principais provas de que o homem não foi a Lua segundo os adeptos da Teoria da Conspiração estão listadas abaixo:

- Tudo foi Feito por Stanley Kubrick!
Quando os EUA viram que não conseguiriam superar os russos na corrida espacial, traçaram um plano B, que seria encenar o pouso na Lua em um estúdio aqui na Terra!

Hollywood fez os filmes da Apollo 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17. Na Apollo 13 ocorreu aquele pequeno problema, e era tudo planejado, como num bom filme. Quem teria feito esses filmes? Stanley Kubrick.

Em 1968 Stanley Kubrick lançou o filme 2001 – Uma Odisséia no Espaço, com efeitos especiais nunca vistos antes na história do cinema, que renderam um Oscar ao brilhante Kubrick! E esses efeitos especiais poderiam muito bem ser utilizados pelos Estados Unidos para forjar uma viagem do homem à Lua.

O site A Fraude do Século mostra uma suposta foto de Stanley Kubrick, na NASA, meio escondido, agachado atrás do astronauta Neil Armstrong, antes da suposta viagem do homem à Lua. Na mesma foto, há um telão com fundo escuro muito semelhante aos fundos usados em Chroma Key, que é uma técnica cinematográfica que permite substituir um fundo com uma cor padrão por outra imagem qualquer. Esta foto teria sido tirada dentro da própria NASA. Mas, para quê a NASA usaria um telão com um fundo especial como esse?

Recentemente surgiu até na rede um vídeo onde ele revela que isso é verdade, e eu falei disso em uma notícia assombrada.

- Não Seria Possível Tirar as Fotos!
As fotos foram do pouso na Lua foram tiradas na Terra! Se tivessem sido tiradas no espaço, a radiação aliada a temperaturas extremas acabaria com o filme. Pegue um rolo de filme (se conseguir achar um hoje em dia) e veja que o fabricante adverte que o filme estraga com mudança de temperatura e radiação.

Como a NASA fez o milagre dos filmes da Apollo não estragarem? Por que esta evolução incrível nos filmes não foi repassada para a humanidade? Por que até hoje os negativos são frágeis e sensíveis às variações de temperatura? Se os filmes fotográficos são tratados até hoje no meio cinematográfico como “material sensível”, imagine em 1969.

As fotografias nos levam a pensar que os astronautas são superfotógrafos, como os profissionais, por vezes quase mágicos. Com toda aquela roupa, tirando fotos em ângulos perfeitos em um ambiente de gravidade desconhecida, ou no mínimo estranha a seus organismos, seria possível eles ficarem estáticos nesta superfície?

E mais, se as câmeras Hasselblad tiram fotografias quadradas, porque as fotos publicadas pela NASA são retangulares? Isto significa que, provavelmente, foram ajustadas aqui na Terra para se obter a melhor composição possível. Ou será que a NASA queria tirar propositalmente algo das imagens?

- Bandeira Tremulando
Aqui temos mais uma prova de que tudo foi encenado em um estúdio, pois em fotografias e em vídeos vemos claramente que a bandeira está tremulando! Na Lua não existe atmosfera, portanto não tem vento, então por que a bandeira americana fincada pelos astronautas tremula? Seria o ar-condicionado do estúdio batendo nela?

E quer mais, nas fotos os dois lados da bandeira estão iluminados. Como pode se só havia uma fonte de luz, o Sol?

- As Estrelas, por que não Aparecem?
Existem muitas estrelas no céu. Aqui na Terra elas tem o brilho ofuscado pela atmosfera e pela luz das cidades. Na Lua não tem atmosfera nem cidades, portanto, deveria haver um céu muito estrelado. Só que tanto nas fotos quanto nos filmes, não existe estrelas no céu. Por que nas fotos e na transmissão em vídeo do evento não aparecem as estrelas?

- Pegadas no Solo
Normalmente, para que se forme a marca de uma pegada, teria que haver umidade no ar. Na Lua não tem ar! Muito menos umidade! Levando-se também em consideração a pouca gravidade da Lua para manter a poeira abaixada, seria praticamente impossível que se formassem pegadas tão bem definidas como estas abaixo, encontradas em milhares de outras fotos tiradas "na Lua". Uma pegada, na Lua, poderia se desmanchar assim que a bota do astronauta levantasse do chão, tal como acontece no fundo do mar, onde há umidade aos extremos.

- Modo de Andar
Vocês já repararam que nos filmes o modo de andar dos astronautas é estranho? Sabe por quê? Porque eles estão em velocidade modificada. Na verdade os astronautas correram aqui no estúdio da Terra e quando liberaram o vídeo da farsa, diminuíram a velocidade!

E existe mais um monte de alegações como: Temperaturas Extremas, Radiação, Tecnologia, O Módulo ficou sem Combustível no Pouso, portanto como Voltou? A Transmissão ser ao Vivo, que ao pousar na Lua ficaria uma cratera, etc...

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03. Apollo 20, a Missão Secreta da NASA

Tubos estranhos encontravam-se no rosto da "mulher alienígena".
Estes foram retirados mais tarde e seu corpo foi inspecionado e filmado
a bordo do módulo lunar.
A NASA fez no total 6 missões com alunissagem e 12 os astronautas americanos que pousaram em nosso satélite natural. E a NASA tinha planos para enviar mais 3 missões tripuladas, a Apollo 18, 19 e 20 (na verdade estava ensaiando uma 21, cujo astronautas já haviam até sido escolhidos). Só que como falei, enviar homens para a Lua é muito, muito caro, e assim o governo americano cancelou a missão, devido a esse fator e o desinteresse da população, uma vez que já haviam vencido a corrida espacial.

Mas parece que a história da missão Apollo não foi essa na verdade. Em 2007 surgiu um homem  chamado de William Rutledg, que teria feito parte de uma missão especial da NASA. Rutledge teria afirmado ter trabalhado em ao menos duas missões à Lua, incluindo uma suposta frustrada missão Apollo 19 e a missão Apollo 20, que diz ter sido lançada em agosto de 1976, a partir da Base Vandenberg da Força Aérea dos EUA.

O propósito dessas missões teria sido investigar um objeto grande na face oculta da Lua na região de Izsak, supostamente descoberto e fotografado durante a missão Apollo 15.

Lançada em agosto de 1976, a Apollo 20 teria cumprido o seu propósito e depois da alunissagem, alcançaram a zona alvo. Ali encontraram a nave alienígena, com mais de 3 quilômetros de comprimento, abandonada segundo parecia, há muito tempo, salvo por um cadáver ainda conectado ao que parecia ser um sistema de animação suspensa. A exploração do local permitiu que eles localizassem além disso, restos de uma estrutura artificial, talvez uma base abandonada.

Rutledge afirmaria que a missão Apollo 20 à Lua foi lançada com êxito em 16 de agosto do 1976, com uma tripulação de três membros: William Rutledge e Leoa Snyder dos laboratórios Bell/USAF e Alexei Leonov, o cosmonauta soviético da "Apollo-Soyouz" (missão de um ano antes). O foguete lançado teria sido de fabricação norte-americana (um Saturn 5) e o módulo lunar, de fabricação soviética.

William teria sido selecionado por seu ateísmo, que seria um atributo importante para a missão Apollo 20: pesquisar uma possível nave alienígena abandonada na face oculta da Lua. Também dizia que não pertenceu à folha de pagamento da NASA, mas da United States Air Force (Força Aérea dos Estados Unidos).

Em abril de 2007 o usuário retiredafb do youtube começou a publicar vídeos referentes a missão Apollo 20. Acredita-se que esse usuário seja William Rutledge. São vários vídeos, com destaque para um que Rutledge teria afirmado que eles desembarcaram um módulo Lunar  próximo da nave extraterrestre e que realmente teriam entrado nela. Certos artefatos teriam sido descobertos e recuperados, incluindo dois corpos que seriam dos "pilotos", em que um estava em excelente condição e parecia ser uma mulher e um segundo corpo estaria deteriorado demais e só recuperaram a cabeça. O ser feminino foi nomeada, "Mona Lisa".

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02. A Terra é Oca

Segunda a teoria da Terra Oca, nos pólos ficariam imensa
aberturas que nos levariam até o interior do planeta
A teoria diz que na verdade a terra não tem seu núcleo composto por ferro e níquel. Diz que ao contrário do que todos acreditam na verdade a terra é oca e o seu centro é composto por uma estrela, que assim como o Sol, dá toda a energia e proteínas necessárias para a sobrevivência de várias espécies, inclusive a humana. As entradas para o interior estariam localizadas em gigantes aberturas nos pólos norte e sul, com um diâmetro de 1.250 quilômetros

Ao contrário do que dizem, a força da gravidade não nos puxa para o centro da terra e sim para o centro da crosta terrestre. No lado interno da crosta terrestre está a arte interna do nosso planeta que é chamada de Agartha. Dentro de Agartha existiriam várias cidades, sendo que a mais importante é a cidade sagrada de Shamballa.

Características do Mundo Interno:

- Existe um Sol central, com 960 quirômetros de diâmetro, que fornece a energia (portanto, no interior do planeta sempre é dia).
- Não seria um mundo gelado, mas sim um lugar quente, agradável (isso explicaria o porque o boi almiscarado emigra para o norte no inverno).
- Variedades desconhecidas de florestas e pássaros
- Lá viveriam animais extintos, como os mamutes, e isso explicaria porque alguns são encontrados em tão bom estado atualmente congelados em icebergs.
- Os habitantes seriam gigantes com quase 4 metros de altura!
- Essa civilização avançada seria a criadora dos discos voadores
- As auroras boreais e austrais seriam explicadas pela luz do Sol interno.

Raymond Bernard, no livro A Terra Oca, diz que com base nas palavras do diário, em 1947, o Almirante Richard E. Byrd, em um dos seus voos, penetrou no interior da Terra e voou por cerca de 2.730 km! Em outra ocasião, em 1956, ele penetrou no pólo Sul e voou por cerca de 3.690 km!

O que ele viu foi um mundo novo, desconhecido, sem gelo e não registrado nos mapas, estendendo-se a partir das entradas que levam até o interior da Terra Oca, entradas essas que ficaram localizadas nos pólos e são tão grandes que podem ser vistos até do espaço.

Byrd relata através de um rádio que após algum tempo voando sobre os polos que o que viu a baixo não era gelo mas sim áreas de terra constituídas de montanhas, florestas, vegetação, lagos e rios e também viu na vegetação rasteira um estranho animal, parecido com um mamute encontrado congelado no ártico, porém, este estava vivo e caminhando. E mais, seu avião não respondia aos comandos, ele estava sendo guiado pelo povo do interior.

Porém, o mesmo foi impossibilitado de falar posteriormente sobre o caso, pois foi proibido pela Marinha dos Estados Unidos a tocar no assunto, sob pena de ser obliterado. Os habitantes do interior da terra seriam os atlantes, e também teriam feito o mesmo pedido ao Vice-Almirante, mas pediram também que ele repassasse o pedido dos Atlantes aos governos do mundo inteiro pedindo para que cessassem os testes nucleares, pois os mesmos abalavam a estrutura do interior da Terra.

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01. A Terra é Plana

ma das imagens divulgadas pelos defensores da terra plana
de como seria realmente nosso planeta.
Faz sentido sim nós acharmos que a Terra possa ser plana, afinal para onde eu olhe só vejo uma linha reta, nada de curvatura no horizonte. Se eu deitar, eu vou ter a nítida impressão do céu se curvar. Portanto temos as base para a teoria: a Terra é plana e existe um domo sobre nosso planeta, domo esse intransponível. Acima dele teríamos água. Na Terra Plana o pólo norte seria o centro e a Antártida a borda, com uma camada de 3 km de altura que segura a água do planeta.

Eles acreditam basicamente, que há uma conspiração mundial envolvendo cientistas e agências espaciais para que todos acreditem que a Terra é esférica. É dito que estamos em um disco circular, plano, imóvel, e não em um globo. O Pólo Norte fica no meio do mapa e a Antártida em toda a borda, sendo um local proibido de ir explorar. Existe um grande domo envolvendo o planeta e o Sol e a Lua estão na parte interna deste domo. As estrelas estão presas nele. A gravidade não existe e tudo se move pelo magnetismo do polo norte. A Terra está parada e é o centro de tudo.

Existe diversos grupos, quase como religiosos, que divulgam a teoria e sempre vão a incrementando mais. Eles divergem entre si em alguns pontos.

Algumas personalidades conhecidas mundialmente se posicionaram a favor da teoria, como recentemente o ex-jogador de basquete americano Shaquille O'Neal.

Os defensores da teoria inclusive apresentam um mapa da Terra Plana, cientificamente comprovado e registrado e afirmam que vivemos em uma grande conspiração que nos esconde a verdade e isso é mostrado no símbolo da ONU, que é uma Terra plana!

Para muitas pessoas, a maioria dos defensores da teoria tem consciência da loucura dela e a divulgam por piada.

Os terra planistas costumam apresentar fotos e vídeos que para eles mostrar que a teoria da Terra Plana está correta. Vamos listar alguns abaixo:

10. Horizonte Retos Visto do Espaço: Imagens a mais de 30km de altura mostram o horizonte plano. Todos os vídeos mostram ele plano. As filmagens que mostram a curvatura da Terra é por causa da lente olho de peixe usadas na câmera Go Pro e semelhante.

09. Chicago visto do Estado do Michigan: Chicago visto a mais de 96 km, de distancia seria impossível na terra esférica sendo que a pouco mais de 2 km a curvatura já encobriria a cidade.

08. Nível da água sempre é reto: Nível da água sempre mostra um plano reto mesmo em grandes distancias, ex.: espelho d`água do maior lago de sal do mundo - Salar de Uyuni - Bolivia. Ele não deveria mostrar uma distorção da curvatura?

07. Não Estamos nos Movendo! Segundo a teoria atual, estamos no momento a velocidades incríveis pelo espaço. Na verdade, estamos girando no movimento de rotação do planeta a 1.666 km/h. Mas você está sentindo algo? É porque na verdade estamos parados!

06. O Voo dos Aviões: Se a Terra girasse sobre seu eixo - movimento de rotação - um avião deveria chegar mais rápido se fosse contra esse movimento, mas não é isso que acontece. Se o avião for a favor ou contra a rotação chega no mesmo tempo praticamente. Assim, a Terra é plana!

05. Estrelas não se Movem: Se a Terra estivesse girando sobre si mesmo ou orbitando o Sol, a estrela Polaris não ficaria fixa no céu do hemisfério norte. Da mesma forma, as estrelas e constelações a milhares de anos estão no céu no mesmo local. Como pode se nós estamos nos movendo? Na verdade as estrelas estão presas no domo e a Polaris está no centro do domo.

04. Mentiras da Nasa: Manipulação gráfica das imagens da terra e dos planetas, uso de Cromaqui nas imagens da ISS e fora dela, passeios espaciais gravados em piscinas de treinamento.

03. Tamanho e Distância do Sol: Foco do sol em um ponto especifico das nuvens, mostrando que na verdade está muito perto da Terra. Os raios solares, que deveriam ser paralelo, não são, como você pode ver em diversas imagens. E mais, o Sol tem o mesmo tamanho da Lua, mostrando que estão muito mais perto do que querem que acreditemos.

02. Diferença dos Pólos e Estações do Ano: Diferenças entre as temperaturas, flora e fauna do polo Norte e Sul. A terra esférica não consegue explicar isso, já que eles deveriam receber a mesma quantidade de energia solar.

01. Estrelas no Meio Aquático:  Para os defensores, as estrelas e os planetas são muito diferentes das mostradas pela NASA. Na verdade elas são luminárias que mudam de forma e cor. Você pode ver com seus olhos. Basta ter uma boa câmera com Zoom, como por exemplo a Nikon P900 (com maior zoom no mercado). Você vai ver estrelas como se estivessem em meio a água, o que corroboraria com a teoria da água sobre o Domo.

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Assombrados, todas essas teorias que apresentei aqui tem explicações e refutações. Aqui eu não entrei nessa questão, mostrei somente a teoria da conspiração. Assista o vídeo ao final de cada tópico que no final de cada um eu explico e refuto a conspiração.

Além disso é claro que existem outras conspirações como: os extraterrestres ou uma civilização muito antiga construíram as pirâmides, a destruição da sonda Phobos 2 pelos extraterrestres, o misterioso caso Elisa Lam, o projeto MK-Ultra e muitos mais. É claro que vou trazer uma parte 2 para vocês.

Grande abraço!

Fontes (Acessadas em 24/06/2017):
- AssombradO.com.br: Extraterrestres e "OVNIs" Estão Entre Nós? Robert Bigelow, Ex-Proprietário do Rancho Skinwalker, Faz Revelações nos Estados Unidos!
- AssombradO.com.br: Conspiração: O Homem Foi ou Não Foi a Lua?
- AssombradO.com.br: Apollo 20: Missão Secreta que Entrou em uma OVNI e Capturou um Extraterrestre na Lua?
- AssombradO.com.br: A Teoria da Terra Oca
- AssombradO.com.br: A Teoria da Terra Plana

"Brinquedo Demoníaco"? Religioso Causa Polêmica ao Dizer que "Hand Spinners" são Objetos Satânicos, em Salto del Guairá, no Paraguai!

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Por Marco Faustino

Estava bem relutante em trazer esse assunto ao conhecimento de vocês, por dois motivos principais: o primeiro é que poderia parecer, que estamos abordando essa história tão somente, porque o chamado "fidget spinner" ou "hand spinner" está na "moda". Vale lembrar nesse ponto, que centenas de canais do YouTube estão fazendo vídeos sobre isso, uma vez que o "brinquedo" se tornou uma febre mundial. O segundo motivo é a banalidade intrínseca ao tema, visto que algo muito semelhante, guardadas as devidas proporções, é claro, aconteceu em relação ao "Pokémon GO", aquele jogo eletrônico de realidade aumentada, lançado para smartphones, em julho do ano passado. Alguém ainda se lembra ou ainda joga aquilo? Lembro que naquela mesmo época, acabei publicando um texto contando para vocês os "inusitados" e "macabros" casos, que começaram a ser amplamente disseminados pela mídia. Muitos sites começaram a divulgar uma suposta previsão dos Simpsons, engavetamento de veículos, casos de pessoas caçando pokémons em funerais ou velórios, durante trabalhos de parto, e até mesmo que um cadáver teria sido encontrado por uma menina enquanto brincava com o jogo (leia mais: Conheça a Realidade Sobre os "Inusitados" e "Macabros" Casos Envolvendo o Recém-Lançado Jogo "Pokémon Go"). Enfim, não foi algo que eu tivesse me orgulhado em fazer, mas acabou sendo positivo, uma vez que ajudou a desmistificar e elucidar muitas questões, que acabaram sendo comentadas de forma sensacionalista por uma parte da mídia, e por muitos outros canais no YouTube, que invariavelmente exploram temas populares de forma grotesca.

Assim sendo, tentarei abordar essa história da maneira mais séria possível, e não apenas contando o ocorrido, mas mostrando a realidade por trás do caso, e quem são as pessoas que começaram a disseminar a informação, ou seja, que utilizar o "brinquedo" seria uma forma de se afastar de Deus, caso essa seja a sua crença, é claro. Aparentemente, tudo começou quando um pastor da "Congregacion Pentecostes De Los Primeros Cristianos", localizada na cidade de Salto del Guairá, no Paraguai, publicou um vídeo, em sua própria conta no Facebook, alertando aos seus seguidores que, ao manusear o "brinquedo", muitas crianças estariam fazendo, involuntariamente, símbolos satânicos com as mãos, tais como: a "mão chifrada", e o suposto sinal "ocultista" de "OK." O vídeo gravado pelo pastor, no interior de sua congregação, é bem curto, porém ganhou uma dimensão muito maior do que o esperado, quando foi republicado por uma página, também do Facebook, da "Iglesia del Final de los Tiempos", onde já foi visualizado mais de 2,5 milhões de vezes, e compartilhado (não sei exatamente com qual intenção) por mais de 30.000 pessoas. Agora, será mesmo que esse "brinquedo"é satânico? O mesmo teria sido criado justamente para atingir a chamada "grande massa", e afastar as pessoas dos ensinamentos cristãos? Vamos saber mais sobre esse assunto?

O que é um "Fidget Spinner" ou "Hand Spinner"?


Antes de abordamos o vídeo, que foi publicado pelo pastor paraguaio, é necessário que você conheça o que é um "fidget spinner", que também vem sendo chamado por "hand spinner". Aliás, sequer tinha ouvido falar sobre isso, até me deparar com essa história. As últimas semanas têm sido tão intensas em relação ao trabalho de pesquisa sobre os mais diversos assuntos, que ainda pretendo trazer para vocês, que isso acabou passando desapercebido. Normalmente, não temos o foco em abordar esse tipo de conteúdo, que acaba sendo popular em outros canais, cujos públicos-alvo são completamente diferentes do nosso. Temos um comprometimento em levar o desconhecido a sério, com um DNA próprio, e fornecendo um conteúdo o mais próximo possível da realidade e da verdade para vocês.

De qualquer forma, entender o que é um "fidget spinner" (ou "hand spinner") é algo bem fácil. A versão mais comum e popular é tão somente uma peça de aspecto triangular, com 4 rolamentos comumente utilizados em rodas de skate, sendo que apenas um rolamento é o responsável pelo movimento (os demais rolamentos possuem a finalidade de gerar peso, mantendo assim a estabilidade do conjunto enquanto a peça gira). Basicamente, a diversão ou entretenimento seria ver apenas uma peça de plástico girando, e observando algo conhecido cientificamente como "efeito giroscópico."

De qualquer forma, entender o que é um "fidget spinner" (ou "hand spinner") é algo bem fácil. A versão mais comum e popular é tão somente uma peça de aspecto triangular, com 4 rolamentos comumente utilizados em rodas de skate, sendo que apenas um rolamento é o responsável pelo movimento
Com o passar das semanas, ou sites de leilão e principalmente lojas virtuais norte-americanas e chinesas foram inundadas com os mais diversos modelos. Atualmente, existem mais de 2.000 tipos de spinnersà venda, de todos os tamanhos, cores, estilos, formatos e até mesmo com efeitos luminosos.

Com o passar das semanas, ou sites de leilão e principalmente lojas virtuais norte-americanas e chinesas
foram inundadas com os mais diversos modelos
Atualmente, existem mais de 2.000 tipos de spinnersà venda, de todos os tamanhos, cores, estilos, formatos
e até mesmo com efeitos luminosos.
O aspecto triangular, por assim dizer, ganhou milhares de variações, sendo possível encontrar tutoriais de como fazer o "brinquedo" com ligas de metal, em formato discoide (ensinam a fazer um "fidget spinner" do escudo do Capitão América) com luzes, palitos de fósforo, temáticos, com correias de bicicleta, e até mesmo com imãs, ou seja, não sendo necessário quaisquer rolamentos. É importante ressaltar nesse ponto, que o mecanismo não depende de um formato triangular, e tão pouco de um rolamento de skate na parte central do mesmo.

Confira um tutorial do canal "Inventions", no YouTube, ensinando a fazer um "fidget spinner" do escudo do Capitão América em casa (em português, porém requer uma série de cuidados):



Assista também a um vídeo do canal "Manual do Mundo", no YouTube, ensinando a fazer um "fidget spinner" com corrente de bicicleta (em português, porém requer uma série de procedimentos):



Assim como esse outro vídeo, publicado pelo canal da Katherine Elizabeth, no YouTube, sobre como fazer um "fidget spinner" sem o rolamento central de skate, mas como imãs nas extremidades do mesmo (em inglês, porém é fácil de entender):



Aparentemente, também surgiram "especialistas" no tema, que dedicam horas para comentar sobre os mais diversos tipos de rolamento (geralmente de aço ou cerâmica), sobre quais "spinners" são capazes de girar mais rápido do que outros, por quanto tempo cada um deles permanece girando com apenas um impulso, e qual seria o modelo mais raro ou cobiçado. Isso sem contar tantas outros adolescentes ou "adultos se passando por adolescentes", que inventaram truques ou manobras, tal como soltar o spinner no ar, e pegá-lo com a outra mão ou então jogar para um outro amigo(a).

Não é nem preciso dizer que, por mais que seja algo extremamente simples, e que não precisa de baterias ou pilhas para funcionar (apenas do impulso fornecido por um dedo), surgiram versões caríssimas de ligas de titânio, folheados a ouro, com pedras preciosas, entre outras infinitas possibilidades, que o mercado obviamente iria oferecer para se aproveitar de uma febre, que se tornou mundial. Também surgiram polêmicas sobre sua suposta finalidade terapêutica. O motivo não seria nem um pouco sobrenatural, mas seu suposto caráter "anti-estresse" (uma vez que "fidget", em inglês, significa impaciência, inquietação ou agitação, em português) ou de ajudar no tratamento de crianças autistas, com TDAH (sigla em português para "Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade") ou pessoas que sofram com algum transtorno de ansiedade.

Aparentemente, também surgiram "especialistas" no tema, que dedicam horas para comentar sobre os mais diversos tipos de rolamento (geralmente de aço ou cerâmica), sobre quais "spinners" são capazes de girar mais rápido do que outros, por quanto tempo cada um deles permanece girando com apenas um impulso, e qual seria o modelo mais raro ou cobiçado
Aliás, muitos sites de notícias e vídeos no YouTube fizeram e ainda fazem questão de dizer que esse "brinquedo" ou "produto terapêutico" teria sido inventado há mais de 20 anos, que não seria nenhuma novidade, que a inventora não ganhou um centavo sequer com tudo isso, e que a peça giratória, essencialmente de plástico, seria benéfica no tratamento de crianças, adolescentes e adultos. É justamente sobre isso, que vocês conferem a partir de agora.

O "Fidget Spinner" ou "Hand Spinner" foi Inventado Há Mais de 20 Anos? Quando o "Brinquedo" Começou a Ganhar Maior Popularidade?


Muitos sites de notícias começaram a propagar uma história, que esse "brinquedo" (o "fidget spinner") "teria sido criado há mais de 20 anos, na década de 1990, por uma engenheira, que queria simplesmente manter o seu filho entretido." Já outros sites apontavam uma história bem mais complexa: a responsável pela criação seria uma engenheira química chamada Catherine Hettinger, 62 anos, moradora do estado norte-americano da Flórida, que o teria criado, no ano de 1993, para servir como uma "válvula de escape da energia acumulada" pelas crianças, além de ajudar no tratamento de ansiedade, autismo e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

Assim sendo, após ter registrado uma patente de sua invenção, Catherine teria buscado empresas fabricantes de brinquedos dispostas a bancar uma produção em massa do seu dispositivo. Contudo, nenhuma empresa teria considerado que o "fidget spinner original" (se é que podemos chamar dessa forma), tivesse um bom apelo comercial. Portanto, o projeto teria sido engavetado.

Catherine Hettinger, 62 anos, moradora do estado norte-americano da Flórida e sua neta, a Chloe, mostrando o atual "fidget spinner" (à esquerda) e o que Catherine chamou de "versão clássica", de 1993 (à direita)
Aparentemente, a engenheira teria conseguido patentear sua invenção, no ano de 1997, e passou a fabricá-la por conta própria, de maneira artesanal, vendendo o brinquedo em feiras locais e regionais de artesanato em seu Estado. Quando a patente expirou, em 2005, Catherine teria se esquecido de pagar a taxa necessária para manter o registro, e deixou sua invenção de lado. Algo "semelhante" ao que ela criou acabou surgindo esse ano, e passou a vender milhões de unidades ao redor do mundo. Contudo, em entrevistas concedidas a diversos veículos de comunicação norte-americanos, a engenheira não acreditava que tivesse sido lesada em toda essa história, mesmo sem ganhar absolutamente nada pelas vendas das milhares de versões que acabaram sendo criadas.

Por outro lado, os primórdios do que se tornaria o atual "fidget spinner", que a norte-americana teria criado, não possuía o aspecto triangular, assim como eventuais extremidades. Era algo totalmente circular, e o mecanismo utilizado para girar o brinquedo era bem diferente. Para ser bem sincero, a aparência lembrava muito um frisbee (aquele "disco plástico" comumente utilizado em praias), do que qualquer outra coisa. Provavelmente, se alguém arremessasse aquilo para o alto, e tirasse uma foto, faria mais sucesso nos tabloides britânicos na alegação de ser um suposto "OVNI", do que um brinquedo terapêutico para ajudar no tratamento de crianças autistas.

Chloe, neta de Catherine Hettinger, brincando com a versão clássica do "fidget spinner."
Curiosamente, a própria Catherine Hettinger criou uma campanha de financiamento coletivo, no site Kickstarter, para relançar o que ela chamou de "versão clássica" do "fidger spinner." A campanha, no entanto, não foi bem sucedida. A campanha arrecadou pouco mais de US$ 14.000 (cerca de R$ 47.000 pela cotação atual) dos US$ 23.990 (cerca de R$ 80.000) necessários, e foi encerrada no dia 18 de junho desse ano. Resumindo, aparentemente o antigo formato continua tendo um péssimo apelo comercial. Confira um vídeo divulgado por ela, que foi publicado em um canal de terceiros, no YouTube (em inglês):



De qualquer forma, Catherine Hettinger sempre se mostrou muito confusa em relação a suposta origem, de sua suposta invenção, ao longo do tempo. Ela contou a revista "Time", no dia 5 de maio desse ano, que a ideia do "brinquedo" surgiu, quando ela viu jovens atirando pedras contra policiais em Israel. Em resposta a isso, ela queria desenvolver um brinquedo, que pudesse "acalmar as pessoas", e que pudesse "ajudar as crianças a liberar a chamada energia reprimida, e promover a paz."Já para o britânico "The Guardian", naquele mesmo dia, ela contou que a ideia do "spinner" surgiu devido a uma doença neurológica crônica chamada "miastenia gravis", cuja principal característica é fraqueza muscular, que ela passou a sofrer ao mesmo que tinha cuidar de sua filha, a Sara, que atualmente possui 30 anos. Sem conseguir pegar os brinquedos da filha ou entretê-la, ela começou a misturar diversos materiais, envolvendo-os com jornais e fita adesiva, o que acabou levando ao mecanismo do "spinner."

Ainda em entrevista ao "The Guardian" ela explicou que, em 28 de maio de 1993, ela solicitou uma patente para um dispositivo arredondado, uma peça única feita de "plástico macio" com um "domo" (uma indentação central para colocação de um dedo), e uma "borda" (uma extensão externa circular). Ela teria oferecido sua invenção para a Hasbro, a gigante dos brinquedos, que não demonstrou interesse após a realização de uma pesquisa de mercado. A patente teria expirado em 2005, e caso ela tivesse renovado teria sido mantida até 2014.

Foto de Chloe, que foi divulgada pela página de Catherine Hettinger, no Kickstarter
Um artigo da Bloomberg News, publicado no dia 11 de maio, no entanto, contestou a afirmação de que Catherine Hettinger fosse a inventora original de "fidget spinner", citando dois advogados de patentes, que viram pouca semelhança entre os "spinners" atuais, e o brinquedo giratório de Catherine Hettinger, conforme descrito em sua antiga patente. Aliás, ela mesmo reconheceu que não havia nenhuma conexão direta entre ambos, e que nunca teria alegado ser a inventora do "brinquedo", dizendo que essas declarações teriam sido fruto da "Wikipedia e coisas do tipo." Estranho, não é mesmo? Enfim, talvez Catherine inicialmente acreditasse (por mais que atualmente venha negando publicamente, que nunca tenha tido interesse em ganhar dinheiro), que pudesse ter algum benefício financeiro com isso, mas depois de milhares de versões criadas, a situação ficou bem complicada.

Embora a situação atual em relação a patente de diversos modelos de "fidget spinners" não esteja clara, em entrevista publicada no dia 4 de maio desse ano, no site da NPR (sigla em inglês para "Rádio Pública Nacional", que é uma organização de comunicação social, sem fins lucrativos e de titularidade pública do governo dos Estados Unidos), um homem chamado
Scott McCoskery, morador da cidade de Seattle, nos Estados Unidos, descreveu como ele teria inventado um dispositivo giratório de metal, em 2014, para lidar com seu próprio estresse diante reuniões e conferências sobre tecnologia. Em resposta aos inúmeros pedidos de uma determinada comunidade na internet, ele teria começado a vender o dispositivo, que ele chamou de "Torqbar." Pouco tempo depois, outras pessoas teriam começado a fabricar e vender suas próprias versões e, em 2016, ele teria feito uma parceria com um amigo para solicitar uma patente provisória.

Um homem chamado Scott McCoskery, morador da cidade de Seattle, nos Estados Unidos, descreveu como ele teria inventado um dispositivo giratório de metal (o Torqbar, na foto), em 2014, para lidar com seu próprio estresse
diante reuniões e conferências sobre tecnologia
Paul de Herrera (à esquerda), e Scott McCoskery (à direita)
De qualquer forma, em 23 de dezembro do ano passado, a revista Forbes, publicou um artigo descrevendo os "fidget spinners" como um "brinquedo de escritório indispensável para o ano 2017." No fim do mês de março desse ano, usuários em sites de redes sociais, assim como o YouTube e o "Reddit", começaram a publicar vídeos realizando truques com os "fidget spinners", sendo que a popularidade aumentou drasticamente a partir do mês de abril. Portanto, o que acabamos de escrever é basicamente como começou a febre mundial sobre essas pequenas peças giratórias de plástico, caso não apareça mais ninguém com nenhuma outra versão ou história para ser contada.

O "Brinquedo" Realmente Tem Propriedades Terapêuticas e Poderia Ajudar no Tratamento de Crianças Autistas ou Pessoas com TDAH?


Essa é a principal polêmica em relação ao "fidget spinner" ou "hand spinner". Para justificar o preço cobrado por uma mera peça de plástico que gira (assim como pratos girando em varetas de madeira, em um espetáculo circense, uma roda de bicicleta ou o nosso próprio planeta) muitos vendedores começaram a vender as mais diversas variantes (custando entre R$ 10 a R$ 500) com a premissa que o "brinquedo" ou "dispositivo" seria algo "relaxante", que "acalmaria as pessoas", que "mexeria com a mente delas", causando "sensações até mesmo de prazer." Além disso, o apelo em relação aos pais, que são os principais financiadores do mercado de brinquedos infantis, era que o mesmo fosse capaz de promover um entretenimento seguro, e ao mesmo tempo diminuir a agitação de seus filhos ou ajudá-los em tratamentos especiais e mais complexos.

Entretanto, não é bem assim que as coisas funcionam, principalmente se formos realmente levar a sério toda essa história. Sem dúvida alguma, o "fidget spinner" ou "hand spinner"é o brinquedo do momento. É uma espécie de "pião" moderno com milhares de variantes, e que pode ficar girando sozinho, na ponta do dedo, entre 30 segundos a 4 minutos, dependendo do material que for fabricado e da energia empregada para girá-lo. Os mesmos podem ser comprados em praticamente qualquer lojinha de brinquedos, de produtos chineses ou populares, até grandes lojas de departamentos na internet. Ele acaba sendo viciante por ser extremamente simples, fácil de usar, não requer nada complexo, lembrando até mesmo um ioiô (outro brinquedo infantil, que já se tornou uma febre em diversas ocasiões no passado).

Sem dúvida alguma, o "fidget spinner" ou "hand spinner"é o brinquedo do momento. É uma espécie de "pião" moderno com milhares de variantes, e que pode ficar girando sozinho, na ponta do dedo, entre 30 segundos a 4 minutos, dependendo do material que for fabricado e da energia empregada para girá-lo
Aparentemente, a diversão está pelo fato dele girar continuamente (apesar de haver um limite de tempo), fazer um barulho bem característico devido as rotações, e a questão do equilíbrio provocado justamente pelo efeito giroscópico. Enfim, é algo divertido e acaba entretendo de alguma forma. Porém, chamar o brinquedo de terapêutico e dizer que existem estudos científicos que garantem sua eficácia em diversos tratamentos, é um grande exagero.

"No momento, vender um spinner como um remédio para transtornos de déficit de atenção é uma fraude. É preciso pesquisar muito mais. É muito preocupante a tendência da sociedade de vender qualquer coisa como terapêutica sem evidências científicas", disse a psiquiatra infantil Beatriz Martinez, em entrevista para o site do jornal espanhol "El País."

A atriz Julianne Moore e sua filha Liv Freundlich, de 15 anos,
fazendo uma parada no West Village nova-iorquino para comprar um "spinner", em maio desse ano
Conforme dissemos anteriormente, o "spinner" vem sendo vendido como brinquedo terapêutico para crianças com déficit de atenção, e até como um "dispositivo antiestresse" para adultos. No entanto, os especialistas entrevistados pelo "El País" não acreditam em sua capacidade de reabilitação.

"Conseguir fazer com que uma criança com déficit de atenção se concentre em algo que se move é simples, mas não é produtivo, porque não tem repercussão a longo prazo. O' spinner' não regula o sistema atencional, que é o que realmente se precisa trabalhar nesses casos", disse Álvaro Bilbao, neuropsicólogo e autor do livro"El Cérebro del Niño Explicado a los Padres" ("O Cérebro da Criança Explicado aos Pais", em português).

"A conquista é conseguir que a criança se concentre sozinha, sem ajuda de um dispositivo hipnótico. Uma boa forma de incentivar isso, em um caso de déficit de atenção, é estimulá-la para que aguente o máximo possível de forma tranquila e concentrada, fazendo a lição de casa, por exemplo, sem a ajuda de nenhum impulso externo, e superando sua marca pessoal", continuou.

"Conseguir fazer com que uma criança com déficit de atenção se concentre em algo que se move é simples, mas não é produtivo, porque não tem repercussão no longo prazo. O' spinner' não regula o sistema atencional, que é o que realmente se precisa trabalhar nesses casos", disse Álvaro Bilbao, neuropsicólogo e autor do livro"El Cérebro del Niño Explicado a los Padres"
"É preciso enviar mensagens realistas aos pais, e não vender remédios milagrosos que não existem. Eu não os compraria para meus filhos. Porém, também não quero causar alarme: um spinner é totalmente inócuo", afirmou o neuropsicólogo.

Em entrevista para a revista Crescer, da Editora Globo, Erika Parlato de Oliveira, professora da Faculdade de Medicina da UFMG e co-coordenadora do PREAUT no Brasil, um programa de identificação precoce de bebês com risco de apresentar autismo, disse que era verdade, que crianças autistas podem ter interesse em objetos que giram.

"Sabemos hoje, pelos trabalhos publicados, que é muito frequente a criança com diagnóstico de autismo ter uma sensibilidade alterada, o que faz com que os estímulos sejam tratados de forma diferente pelo cérebro. Esse brinquedo oferece uma entrada sensorial visual (ver girando), auditiva (porque ele faz um barulho diferente) e também tátil (porque vibra na mão). Então ele acaba oferecendo esses interesses a mais", disse Erika.

Erika Parlato de Oliveira (na foto), professora da Faculdade de Medicina da UFMG e co-coordenadora do PREAUT no Brasil, um programa de identificação precoce de bebês com risco de apresentar autismo, disse que era verdade, que crianças autistas podem ter interesse em objetos que giram
Entretanto, não há estudos que endossam a eficácia do "fidget spinner", que vem sendo vendido como "perfeito para a ansiedade, a concentração, o déficit de atenção, o autismo, a hiperatividade, o estresse ou até mesmo para perder maus hábitos."

Em entrevista a revista Time, o Dr. David Anderson, um psicólogo clínico e diretor sênior do Centro de Distúrbios de Comportamento e TDAH, do Instituto Child Mind, uma organização sem fins lucrativos, com sede em Nova York, nos Estados Unidos, e que visa defender pacientes infantis que possuam algum transtorno mental, disse que os transtornos mentais são difícies de serem tratados, que não existia solução fácil, e que seria um erro considerar o "spinner" como um tratamento válido.

Cerca de 6,4 milhões de crianças são diagnosticadas com TDAH nos Estados Unidos, de acordo com dados recentes dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), e os métodos de tratamento são bem variados. Em relação as crianças pequenas, métodos tais como: intervenções comportamentais juntamente com os pais, medicação ou criação de ambientes amigáveis na escola podem ajudar, mas ainda assim não há provas científicas, que os spinners possam efetivamente ajudar crianças com TDAH, apenas exemplos anedóticos e aleatórios de consumidores.

O Dr. David Anderson, um psicólogo clínico e diretor sênior do Centro de Distúrbios de Comportamento e TDAH, do Instituto Child Mind, uma organização sem fins lucrativos, com sede em Nova York, nos Estados Unidos, e que visa defender pacientes infantis que possuam algum transtorno mental, disse que as doenças mentrais são difícies de serem tratadas, que não existia solução fácil, e que seria um erro considerar o "hand spinner" como um tratamento válido
Para o Dr. Mark Stein, diretor de TDAH e distúrbios relacionados no Hospital Infantil de Seattle, e professor da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, os spinners não devem se sobrepor aos métodos de tratamento previamente comprovados. "A minha preocupação é que eles funcionam muito mais como uma distração, não somente para a criança, mas isso distrai as pessoas em fazer algo que sabidamente funciona", disse o Dr. Mark Stein.

"Para poder considerar um produto como terapêutico é preciso de quatro a cinco anos de estudos prévios. Por ora, não há nenhum estudo ou informe que endosse as propriedades curativas, que alguns atribuem aos spinners", disse Álvaro Bilbao, para o site do jornal "El País", cuja opinião também era compartilhada pela psicóloga especializada em infância e adolescência Cristina García Van Nood.


"Eu o vi pela primeira vez há um mês: agora muitos de meus pacientes têm, por isso me informei. Não há nenhum estudo científico que certifique sua eficácia como tratamento terapêutico. E pelo que tenho visto em consulta, é justamente o contrário. As crianças não respondem enquanto estão brincando com eles, e tenho que lhes pedir que o guardem, quando estão em consulta. É totalmente contraproducente", disse Cristina.

Nos Estados Unidos e em diversas partes do mundo, os spinners também passaram a preocupar os educadores. Diversas escolas proibiram seus alunos de entrar na sala de aula com esses dispositivos. "As crianças na sala de aula não tiravam os olhos de seu spinner ou do spinner do colega, por isso decidimos que o melhor era proibi-los", disse Meredith Daly, uma professora de uma escola pública nos arredores de Phoenix, no Arizona. Algo semelhante também vem acontecendo na Espanha.

"Tive que confiscar vários em sala de aula. As crianças os usam enquanto você está explicando a matéria e estão mais preocupadas em ver quanto tempo o 'spinner' aguenta em movimento do que aquilo que você está lhes dizendo", disse Marta Lozano, professora de um colégio de Madri, capital da Espanha.

Nos Estados Unidos e em diversas partes do mundo, os spinners também passaram a preocupar os educadores. Diversas escolas proibiram seus alunos de entrar na sala de aula com esses dispositivos.
"É um entretenimento inofensivo. Até eu brinco às vezes com os spinners de meus alunos no pátio. Acho que o mais importante é impor limites durante o horário das aulas. Atualmente são os spinners, mas amanhã será outro brinquedo novo que eles vão trazer, e precisam entender que não podem brincar enquanto explicamos a matéria", completou. Curiosamente, uma aluna chamada María, de apenas 7 anos, e que estava no 1º ano do Ensino Fundamental, ao ser questionada sobre o motivo pelo qual o "brinquedo" era tão popular, ela simplesmente respondeu: "Porque gira."

No entanto, também não é tão inofensivo assim. Na última semana de maio desse ano, a postagem de uma mãe desesperada se tornou viral no Facebook, e rapidamente se espalhou através das demais redes sociais. De acordo com o texto, a filha de uma mulher, no estado norte-americano do Texas, teria sido submetida a uma cirurgia, às pressas, para a retirada de um brinquedo que teria ficado preso na sua garganta. Ao contrário do que muitos pensam, a notícia foi mesmo verdadeira, conforme vocês podem conferir no site do E-Farsas.com. Aliás, houve até mesmo um caso de um menino que acabou ficando com o dedo preso no rolamento de um "hand spinner."

No entanto, também não é tão inofensivo assim. Na última semana de maio desse ano, a postagem de uma mãe desesperada se tornou viral no Facebook, e rapidamente se espalhou através das demais redes sociais. De acordo com o texto, a filha de uma mulher, no estado norte-americano do Texas, teria sido submetida a uma cirurgia, às pressas, para a retirada de um brinquedo que teria ficado preso na sua garganta
Resumindo? Atualmente, não há nenhuma comprovação científica de qualquer suposta propriedade terapêutica dos spinners, algo que demoraria anos para ser comprovada diante de uma febre, que tem tudo para ser passageira, assim como aconteceu, exatamente nesse mesmo período do ano passado, com "Pokémon GO."

Pode ser divertido, uma forma (ainda que um pouco inútil) de passar o tempo, de ganhar dinheiro (diante da publicação frenética de vídeos sobre spinners ou da venda dos mesmos), mas infelizmente repito: até o presente momento não há nenhuma comprovação da eficácia terapêutica dos spinners. Agora, como cada pessoa gasta o seu próprio dinheiro, é problema de cada um.

O "Fidget Spinner" ou "Hand Spinner"é um "Brinquedo Demoníaco"? As Crianças Correm Risco ao Utilizá-lo? O "Brinquedo" Mexe Sozinho às 3h da Manhã?


Até o presente momento respondemos as principais e eventuais dúvidas sobre os "fidget" ou "hand"spinners, que provavelmente vocês teriam se comentássemos apenas sobre as declarações de um pastor, no Paraguai. É extremamente necessário, que você conheça e entenda sobre um determinado assunto, para que não se deixe influenciar pelo que é publicado de forma grotesca ou sensacionalista em sites ou vídeos no YouTube. Infelizmente, cada vez mais notamos, que o principal objetivo atualmente é ganhar dinheiro a qualquer custo, ainda que tentem travestir isso de "entretenimento" ou tentem demonstrar um suposto "caráter informativo".

Bem, conforme dissemos no começo dessa postagem, a polêmica sobre o "aspecto demoníaco" dos spinners, pelo menos de acordo com a imprensa internacional, teria partido de um pastor chamado Juan Mariano Avalos da "Congregacion Pentecostes De Los Primeros Cristianos" ("Congregação Pentecostal dos Primeiros Cristãos", em português), da cidade de cidade de Salto del Guairá, no departamento de Canindeyú, no Paraguai.

Foto da fachada da Congregação Pentecostal dos Primeiros Cristãos,
na cidade de Salto del Guairá, no departamento de Canindeyú, no Paraguai
Para quem nunca ouviu falar dessa cidade, a mesma fica localizada a cerca de 225 km de Ciudad del Este, e cerca de 410 km a sudoeste de Assunção, capital do Paraguai. O rio Paraná marca a divisa de Salto del Guairá com a cidade brasileira de Guaíra, no Estado do Paraná. Também há uma fronteira terrestre com a cidade de Mundo Novo, no Estado de Mato Grosso do Sul.



Com pouco mais de 30 mil habitantes, a principal atividade econômica da cidade é a agricultura, principalmente devido ao cultivo da soja, do milho e do algodão, apesar do crescimento do setor de serviço e comércio em geral, devido a fronteira com o Brasil.

É interessante destacar ainda, que o departamento de Canindeyú é praticamente rural, visto que de cada 10 habitantes, 8 moram em áreas rurais. Além disso, no geral, a população de Canindeyú tem um baixo nível de escolaridade, além de um grande número de analfabetos. Enfim, historicamente falando, sabemos o que acaba proliferando, quando as condições sociais ou econômicas de um determinado lugar são precárias.

Com pouco mais de 30 mil habitantes, a principal atividade econômica da cidade é a agricultura, principalmente devido ao cultivo da soja, do milho e do algodão, apesar do crescimento do setor de serviço e comércio em geral, devido a fronteira com o Brasil
É interessante destacar ainda, que o departamento de Canindeyú é praticamente rural, visto que de cada 10 habitantes, 8 moram em áreas rurais. Além disso, no geral, a população de Canindeyú tem um baixo nível de escolaridade, além de um grande número de analfabetos
Foi assim que no dia 20 de junho, o pastor Juan Avalos publicou um vídeo com aproximadamente 1m30s, em seu próprio perfil, no Facebook, algo que lhe rendeu até o momento pouco mais de 350 mil visualizações, alguns milhares de compartilhamentos, além de diversas notícias publicadas por veículos de comunicação da América Latina, da Europa e, inclusive, mais recentemente aqui do Brasil.

Foi assim que no dia 20 de junho, o pastor Juan Avalos publicou um vídeo com aproximadamente 1m30s, em seu próprio perfil, no Facebook, algo que lhe rendeu até o momento pouco mais de 350 mil visualizações, alguns milhares de compartilhamentos
No vídeo, Juan Avalon disse que havia notado diversas crianças brincando com o chamado "spinner", e algo que lhe havia chamado a atenção: a forma como as crianças estavam segurando o "brinquedo". Em uma dessas maneiras, as crianças faziam a "mão chifrada", que seria o sinal do Diabo, ou seja, um símbolo satânico. Já em outra, na conhecida posição do "sinal de OK", segundo o pastor seria a marca do Diabo, uma vez que perfazia o número "666."

Confira o vídeo abaixo, em um canal de terceiros, no YouTube (em espanhol):



Obviamente, ele recebeu inúmeras críticas pelo seu discurso, e a página de sua congregação, no Facebook, começou a receber resenhas muito negativas. Curiosamente, no entanto, a página da congregação não havia publicado vídeo algum nesse sentido.

Na verdade, aparentemente a mídia internacional causou uma imensa confusão, quando associou o pastor Juan a uma outra página pertencente a "Iglesia del Final de los Tiempos" ("Igreja do Final dos Tempos", em português), que provavelmente é "organização mais estranha", que eu já vi em todo esse tempo que escrevo para vocês. Para vocês terem uma ideia, o vídeo republicado nessa outra página, transpareceu como se o próprio pastor tivesse feito isso, embora não houvesse nenhum indício, que o mesmo tivesse qualquer participação na "Iglesia del Final de los Tiempos".

Para vocês terem uma ideia, o vídeo republicado nessa outra página, transpareceu como se o próprio pastor tivesse feito isso, embora não houvesse nenhum indício, que o mesmo tivesse qualquer participação na "Iglesia del Final de los Tiempos".
Não obstante, essa outra publicação já obteve mais de 2,5 milhões de visualizações e 35 mil compartilhamentos, contando com a seguinte descrição:
"Satanás não descansa em sua missão de arrecadar almas para o inferno, e engenhosamente inventou um brinquedo chamado 'spinner', que está condenando milhões de pessoas ao fogo eterno, principalmente as crianças, que são as mais vulneráveis, e Satanás sabe disso. Se você quer que seu filho tenha uma chance de ser salvo, queime esse brinquedo satânico, e faça uma oferta de perdão por uma ofensa tão grave contra Deus."
Em resposta a alguns comentários da publicação, o responsável pela página chegou a citar o valor das doações. Foi mencionado que se a criança (ou a pessoa) tivesse utilizado o brinquedo de 1 a 10 vezes, deveria doar cerca de US$ 100. Se tivesse usado de 11 a 20 vezes deveria doar US$ 200, e assim sucessivamente, e aparentemente sem limite algum de valor.

Em respostas a alguns comentários da publicação, o responsável pela página chegou a citar o valor das doações. Foi mencionado que se a criança (ou a pessoa) tivesse utilizado de 1 a 10 vezes, deveria doar cerca de US$ 100. Se tivesse usado de 11 a 20 vezes deveria doar US$ 200, e assim sucessivamente, e aparentemente sem limite algum de valor
Resumindo? Tudo indica que essa "organização" utilizou o vídeo publicado pelo pastor para obter vantagens financeiras, visto que o próprio pastor Juan Avalos manifestou anteontem (24) seu descontentamento com a referida página.

Resumindo? Tudo indica que essa "organização" utilizou o vídeo publicado pelo pastor para obter vantagens financeiras, visto que o próprio pastor Juan Avalos manifestou anteontem (24) seu descontentamento com a referida página
Além disso, é muito importante ressaltar os motivos pelos quais a "Iglesia del Final de los Tiempos" não aparenta ser algo confiável, muito pelo contrário: a mesma nunca forneceu um único endereço físico, apesar de dizer em sua "página oficial", que possui filiais em países como Argentina, Colômbia, Costa Rica, e Brasil (aliás, a foto utilizada como capa, no Facebook, parece ser uma manipulação digital, a partir de uma foto aleatória); seu "líder religioso", alguém supostamente chamado "Andrés de La Barra" aparece em fotos com uma máscara de papel no rosto, um pano branco sobre a cabeça, e segurando uma bíblia. Além disso, os "seguidores" podem doar dinheiro de uma forma totalmente insegura através do site dessa "organização", expondo dados sigilosos de seus cartões bancários, além de serem incentivados a doar suas casas e carros.

Além disso, é muito importante ressaltar os motivos pelos quais a "Iglesia del Final de los Tiempos" não aparenta ser algo confiável, muito pelo contrário: a mesma nunca forneceu um único endereço físico, apesar de dizer em sua "página oficial", que possui filiais em países como Argentina, Colômbia, Costa Rica, e Brasil (aliás, a foto utilizada como capa, no Facebook, parece ser uma manipulação digital)
Seu "líder religioso", alguém supostamente chamado "Andrés de La Barra" aparece em fotos com uma máscara de papel no rosto, um pano branco sobre a cabeça, e segurando uma bíblia. Além disso, os "seguidores" podem doar dinheiro de uma forma totalmente insegura através do site dessa "organização", expondo dados sigilosos de seus cartões bancários, além de serem incentivados a doar suas casas e carros
Como se isso não bastasse, ainda são vendidos "produtos" tais como: "certificado de heterossexualidade", "certificado de salvação / lugar no céu", sabonetes de Jeová, vela "anti-demônios", enxaguante bucal "anti-blasfêmias", sendo que no passado já foi vendido até mesmo um "certificado de virgindade." Tudo isso por preços, que variam entre US$ 300 a US$ 2.000, ou seja, superando facilmente a casa dos R$ 6.000.

É inacreditável que algo assim permaneça ativo sem nenhum tipo de fiscalização ou investigação de autoridades competentes. Ironicamente, em uma rápida consulta pública na internet, podemos verificar que o domínio está registrado para um endereço e telefone celular da cidade de São Paulo/SP. Evidentemente, não divulgaremos publicamente, porque esse nível de investigação não nos cabe, e não sabemos se os mesmos estão sendo usados indiscriminadamente por alguém. De qualquer forma, é importante frisar que, a princípio, Juan Avalos não denota ter nenhum envolvimento direto com essa "Iglesia del Final de los Tiempos."

É inacreditável que algo assim permaneça ativo sem nenhum tipo de fiscalização ou investigação de autoridades competentes. E sabe o que é o pior? Em uma rápida consulta pública na internet, podemos verificar que o domínio está registrado para um endereço e telefone celular da cidade de São Paulo/SP
De qualquer forma, diante da popularidade e dimensão que os spinners acabaram tomando era apenas uma questão de tempo até que algo assim acabasse surgindo. O pastor Juan Avalos não foi o primeiro e tão pouco será o último a apontar supostas características satânicas em brinquedos infantis, visto que diversas denominações religiosas fizeram algo bem parecido em relação ao "Pokémon Go", no ano passado. Além disso, por mais estranho que pareça, o maior problema nem mesmo é o pastor Juan Avalos, mas alguns produtores de conteúdo para o YouTube, que já tinham tentando implantar uma conotação satânica no mesmo, muito antes dele.

Em uma rápida consulta no YouTube, é possível ver dezenas de vídeos nacionais e internacionais de pessoas publicando vídeos, há semanas, supostamente às 3h da manhã e dizendo que os spinners se movimentam sozinhos nesse horário ou que as pessoas não devem girá-los às 3h da manhã, porque essa seria a "hora do demônio." A situação quase beira o absurdo, visto que em um determinado vídeo pude perceber uma mãe resolvendo testar isso com seu filho pequeno e, para a surpresa de ambos, o brinquedo havia supostamente se movido sozinho, mesmo que o vídeo apresentasse inúmeros cortes e edições. Já outros canais internacionais, por exemplo, misturaram a brincadeira do "Charlie, Charlie" com o "fidget spinner." O pior é que existem vídeos semelhantes em relação a outros jogos virtuais ou não, ou seja, tudo isso é mentira para obter acessos, inscritos e, consequentemente dinheiro através da monetização dos respectivos vídeos. Não há nenhuma base ou sustentação plausível em relação a esses casos.

Essa não é uma questão de condenar ninguém, razão pela qual não vou divulgar os endereços para os vídeos dessas pessoas, visto que cada um faz o quiser de sua própria vida. Por outro lado, não é possível condenar um pastor de uma igreja do Paraguai, que não pediu diretamente dinheiro no vídeo que publicou em seu próprio perfil no Facebook, por ter sido o primeiro no mundo a dizer que um "fidget spinner" poderia ser algo satânico. Outras pessoas, que não tinham uma bíblia na mão, já fizeram isso antes dele, e devem ter arrecado um bom dinheiro enganando os outros em nome do que consideram como entretenimento. Entendem, onde quero chegar? Não estou defendendo e nem concordando com a atitude do pastor, porém não posso crucificá-lo por dizer isso. De qualquer forma, será que ele poderia ter alguma razão em relação aos símbolos apontados?


Conheça um Pouco da Realidade em Relação aos Símbolos Apontados no Vídeo Gravado por um Pastor Paraguaio, na Semana Passada


Não quero me alongar muito nessa postagem, visto que ela deveria ser relativamente simples, porém acaba se tornando longa devido as explicações, que são necessárias para que você não seja tão facilmente enganado ao acessar um determinado conteúdo na internet. Vamos começar a entender essa história, com a simbologia da "mão" diante a interpretação de diversas culturas do passado. 

A mão significa basicamente poder (temporal e espiritual), ação, força, dominação, proteção - simbologismo geral, que reflete o papel executivo da mão na vida humana e a crença de que seja possível transmitir energia, tanto espiritual quanto física. A mão era, às vezes, suficientemente vigorosa para aparecer sozinha na iconografia, como um motivo nas pinturas das cavernas, por exemplo, ou em pinturas cristãs da mão de Deus saindo das nuvens. No Islamismo, a mão aberta de Fátima (filha de Maomé) proclama os cinco princípios fundamentais: fé, oração, peregrinação, abstinência e caridade. A "Mão de Rá-Atum" era um emblema da fertilidade no Egito, que estimulava o sêmen do doador de vida original proveniente do corpo do deus criador masculino-feminino.

No Islamismo, a mão aberta de Fátima (filha de Maomé) proclama os cinco princípios fundamentais:
fé, oração, peregrinação, abstinência e caridade
Uma vez que o número cinco era associado ao outro mundo no Antigo México, a mão com os dedos abertos era um ícone de morte. A "Mão Vermelha de Ulster" (Irlanda do Norte) tornou-se insígnia não apenas da província, como ainda de dignidade de baronete (título de nobreza superior ao de cavaleiro e inferior ao de barão, instituído para levantar fundos para a defesa do Ulster). A crença de que as mãos dos reis, líderes religiosos ou fazedores de milagres tinham poder benéfico existia desde os tempos imemoriais; daí a sua aplicação para cura ou bênção religiosa, crisma ou ordenação. O uso talismânico das mãos estendeu-se à pavorosa prática dos ladrões de carregar a mão decepada de um criminoso enforcado para trazer uma abominável boa sorte.

Com exceção do Japão e da China, onde a mão esquerda significa honra, a mão direita é amplamente favorecida; um governante celta foi deposto depois de perder a mão direita em uma batalha. Cristo está sentado à mão direita de Deus, que distribui misericórdia com a direita e justiça com a esquerda. Na tradição ocidental, a mão direita simbolizava franqueza e lógica, enquanto a esquerda significava duplicidade (mágica branca em oposição à negra). De maneira semelhante, a mão direita abençoa, a esquerda amaldiçoa. O lado direito é, às vezes, ampliado, como no Davi (1501) de Michelangelo.

Uma vez que o número cinco era associado ao outro mundo no Antigo México, a mão com os dedos abertos era um ícone de morte. A "Mão Vermelha de Ulster" (Irlanda do Norte) tornou-se insígnia não apenas da província, como ainda de dignidade de baronete (título de nobreza superior ao de cavaleiro e inferior ao de barão, instituído para levantar fundos para a defesa do Ulster)
Embora a ligação conceitual entre mão e poder (palavras sinônimas no hebraico antigo) seja de imensa importância no simbolismo pictórico, é apenas um aspecto do simbolismo muito mais amplo e variado dos gestos com as mãos. Esses formam, nos mudras do hinduísmo e do budismo, toda uma linguagem simbólica que envolve centenas de formas e posições de mão e dedos utilizadas no ritual religioso, na dança e no teatro. 

Gestos manuais de significado bem difundidos (mais sinais que símbolos) incluem os seguintes: fechada - ameaça, força agressiva, segredo, poder (o punho fechado do Black Power); aberta e levantada com a palma da mão para fora - bênção, paz, proteção, a mão do Buda; levantada, três dedos abertos - a trindade cristã; levantada, polegar e dois dedos abertos - voto ou juramento; ambas levantadas (orante) - adoração, receptividade à graça celeste, renúncia (agora, de maneira menos humildade, a receptividade de um vencedor ao aplauso); coberta ou oculta - respeito; dobrada - tranquilidade, palmas para cima, pousadas uma sobre a outra - meditação (a palma da mão para cima significando tanto dar quanto receber); palmas juntas - oração, humildade; sobre o peito - submissão (também uma atitude de sabedoria). O pulso esquerdo colocado na mão direita era sinal de submissão em partes da África. Colocar ambas as mãos nas mãos de outra pessoa é um gesto mais difundido de confiança ou submissão (assim como nos contratos feudais para servir um senhor). O aperto de mãos é um símbolo quase universal de amizade, fraternidade, boa acolhida, acordo, congratulação, reconciliação ou, no casamento, amor fiel.

Gestos manuais de significado bem difundidos (mais sinais que símbolos) incluem os seguintes: fechada - ameaça, força agressiva, segredo, poder (o punho fechado do Black Power); aberta e levantada com a palma da mão para fora - bênção, paz, proteção, a mão do Buda
Assim como a mão levantada e três dedos abertos representando a trindade cristã. Aliás, Cristo está sentado à mão direita de Deus, que distribui misericórdia com a direita e justiça com a esquerda. Na tradição ocidental, a mão direita simbolizava franqueza e lógica, enquanto a esquerda significava duplicidade (mágica branca em oposição à negra).

Os quiromantes alegam ser capazes de ler mais sobre o caráter e o destino de uma pessoa nas mãos do que no rosto. Na iconografia, um olho na palma da mão é símbolo de clarividência ou, no budismo, de sabedoria piedosa. Portanto, conforme vocês podem notar, as posições das mãos e dos dedos possuem múltiplas interpretações e simbologias, principalmente de acordo com a época, grupo social, região ou até mesmo religião adotada, e que vão ganhando outros significados e adaptações com o passar do tempo ou então recebem empréstimos de outras culturas ao redor do mundo. 

Aliás, lembra que falamos, que no Antigo México, a mão com os dedos abertos era um ícone de morte? Isso quer dizer que acenar seria um gesto de morte? Não necessariamente, visto em em nossa "visão comum de mundo", ainda mais ocidental, ninguém pensa dessa forma. Por outro lado, qualquer pessoa poderia distorcer esse significado, e implantar na cabeça das demais uma nova crença ou criar uma nova forma acenar, que estivesse de acordo com princípios divinos, ou seja, cada um atribui, deturpa ou reutiliza um símbolo como desejar. Foi assim que o pentagrama, originalmente um símbolo de harmonia, saúde e proteção passou a ser totalmente deturpado e associado ao Satanás. Evidentemente, a "mão chifrada" e o "sinal de OK" possuem diversos significados, sendo que a absoluta maioria não está associada ou estritamente associados a uma eventual "simbologia demoníaca ou das trevas".

A Mão Chifrada ("Mano Cornuto")


A popularmente chamada "mão chifrada"é um gesto de mão, que possui uma grande variedade de significados e utilizações em diversas várias culturas. É formado ao estender o indicador e o dedo mínimo, enquanto segura o médio e anelar dobrados, com o polegar. Acredita-se que uma de suas primeiras utilizações teria ocorrido na Índia, como um gesto apotropaico (que tem poder de afastar influências maléficas) muito utilizado por Gautama Buddha (que nasceu no Nepal), assim como possui uma grande semelhança com um mudra chamado "Karana", muito embora nesse caso, o polegar não chega a tocar nos dedos médio e mínimo.


O uso apotropaico desse sinal também pode ser visto na Itália e em outras culturas mediterrâneas onde, ao serem confrontados com eventos infortuitos, ou simplesmente quando esses eventos são mencionados, o sinal da "mão chifrada" pode ser feito para evitar o azar. Há quem diga que a origem possa remeter a deusa Luna e a deusa Vênus, uma espécie de vínculo com a mãe ancestral, deusa ou devoção a fertilidade, já outras pessoas dizem que o formato da cabeça e dos chifres referem-se a genitália feminina. 

Enfim, fato é que na Itália e em outras partes do Mediterrâneo, esse gesto geralmente deve ser excutado com os dedos inclinados para baixo, ou seja, para afastar o azar, visto que se executado para cima pode acabar tendo um significado diferente, tal como um insulto ou uma ofensa, ainda mais se for feito de forma agressiva em direção a outra pessoa (nada de satanismo, conforme podem observar).

O uso apotropaico desse sinal também pode ser visto na Itália e em outras culturas mediterrâneas onde, ao serem confrontados com eventos infortuitos, ou simplesmente quando esses eventos são mencionados, o sinal da "mão chifrada" pode ser feito para evitar o azar.
Agora, talvez nada seja mais polêmico do que a associação desse símbolo por parte de bandas de rock ou heavy metal, principalmente nas décadas de 1960 e 1970. Gene Simmons, líder da banda KISS, sempre foi um grande fã de revista em quadrinhos, e rumores apontam que ele teria introduzido os gestos do "Doutor Estranho" (dos quadrinhos) no heavy metal. No entanto, muitas pessoas constestam essa alegação com veemência. Há quem diga, por exemplo, que o criador dos "chifres do Diabo/mano cornuto" utilizado por bandas de heavy metal seria um cantor norte-americano conhecido por Ronnie James Dio, falecido em 2010. Ironicamente, no entanto, em uma entrevista realizada em 2001, ele afirmou ter aprendido o gesto com sua avó italiana. Veja a resposta em relação a sua penúltima resposta:
"Duvido muito que eu tenha sido o primeiro a ter feito isso. Isso é como dizer que eu inventei a roda, tenho certeza de que alguém fez isso em algum outro lugar. Seria melhor você dizer criei uma moda. Usei tanto e o tempo inteiro, que tornou-se minha marca registrada até o público da Brittany Spears decidir fazer isso também. Então, meio que perdeu seu significado. Porém, qual era o significado? Estava no Sabbath naquela época. Era um símbolo que eu acreditava ser reflexo do que aquela banda deveria ser. NÃO é o sinal do demônio, como se estivéssemos aqui, com o diabo. É uma coisa italiana, que herdei da minha avó chamada 'Meloik' (não tenho certeza sobre a ortografia correta). É para afastar ou então rogar o mau olhadom dependendo de como você faz isso. É apenas um símbolo, mas tinha um certo encantamento e atitude mágica, que sentia funcionar muito bem com o Sabbath. Nunca diria que acredito ter sido o primeiro a fazê-lo. Digo apenas que fiz tanto, que se tornou o símbolo do 'rock and roll' de algum forma."
Gene Simmons, líder da banda KISS, sempre foi um grande fã de revista em quadrinhos, e rumores apontam que ele teria introduzido os gestos do "Doutor Estranho" (dos quadrinhos) no heavy metal, porém o gesto nunca foi satânico e foi herdado de sua avó italiana
Competindo pelo título de primeira banda a criar o símbolo associados as bandas de rock e heavy metal está a banca psicodélica e "ocultista" chamada Coven. Em 1969, a banda não apenas posou para a capa do álbum "Witchcraft Destroys Minds & Reaps Souls" fazendo o sinal da "mão chifrada" (com o polegar segurando os dedos médio e anular dobrados), mas incluíram uma espécie de "Missa Negra." Aliás, a última "faixa", por assim dizer, seria uma gravação de aproximadamente 13 minutos de "missa satânica ou missa negra."

Em 1969, a banda não apenas posou para a capa do álbum "Witchcraft Destroys Minds & Reaps Souls" fazendo o sinal da "mão chifrada" (com o polegar segurando os dedos médio e anular dobrados), mas incluíram uma espécie de "Missa Negra."
Existe também uma certa polêmica em relação a capa do álbum "Yellow Submarine" (1969) dos Beatles onde é possível ver a mão direita de John Lennon (representado em desenho) fazendo o sinal da "mão chifrada" acima da cabeça de Paul McCartney, fazendo com que alguns fãs interpretassem isso como uma suposta pista que "Paul estaria morto."

Já outras pessoas acreditam que o cartunista responsável pela desenho tenha representado erroneamente o sinal de "amo você" na Língua de Sinais Americana, (que é parecido, porém o polegar é mantido esticado), que estava mais de acordo com a mensagem e a imagem pública que a banda possuía. Há quem diga, no entanto, que Lennon já fazia tal sinal em 1967. De qualquer esse sinal já era utilizado em outros movimentos da música norte-americana no passado (assim como o Parliament-Funkadelic), e não tem nenhuma relação direta com os Beatles.

Já outras pessoas acreditam que o cartunista responsável pela desenho tenha representado erroneamente o sinal de "amo você" na Língua de Sinais Americana, (que é parecido, porém o polegar é mantido esticado), que estava mais de acordo com a mensagem e a imagem pública que a banda possuía
Aliás, por falar na na Língua de Sinais Americana (LSA) sobrou até mesmo para Helen Adams Keller, escritora, conferencista e ativista social norte-americana, que foi a primeira pessoa com deficiência auditiva e visual, a conquistar um bacharelado.

Muitos sites de cunho alarmista e conspiratório dizem que ela criou a linguagem de sinais, mas isso é mentira. Na verdade, a LSA é uma amálgama de antigos sinais de mão, a linguagem francesa de sinais e uma série de sinais que as crianças costumavam fazer em casa e acabavam utilizando nas escolas. Aliás, há quem diga que Helen Adams criticava a utilização da linguagem gestual, preferindo o oralismo (uma combinação de leitura labial e aprendizado pelo toque).

Muitos sites de cunho alarmista e conspiratório dizendo que ela criou a linguagem de sinais, mas isso é mentira. Na verdade, a LSA é uma amálgama de antigos sinais de mão, a linguagem francesa de sinais e uma série de sinais que as crianças costumavam fazer em casa e acabavam utilizando nas escolas
Até mesmo o Papa Francisco acabou sendo vítima dos teóricos da conspiração. Em janeiro do ano passado, ao participar de uma celebração voltada para a família, em Manila, nas Filipinas, ele resolveu usar o popular gesto com a mão que significa "eu te amo" para saudar a multidão, acompanhado pelo arcebispo local Luis Antonio Tagle. A cerimônia reuniu cerca de 20 mil pessoas. Ao final, Francisco cumprimentou e abençoou o público, que fez fila para passar diante do palco.

O Papa Francisco (à direita) e o acerbispo de Manila, Luis Antonio Tagle (à esquerda),
cumprimentam público com gesto popular
Esses mesmos sites apontam que personalidades como ex-presidente George W. Bush costumava usar esse sinal publicamente, porém não existe absolutamente nada satânico sobre isso. Para quem não sabe, Bush fazia esse sinal em referência ao chamado "Hook 'em Horns", que é o slogan e sinal de mão da Universidade do Texas.

Estudantes e ex-alunos da universidade costumam utilizar uma saudação que consiste na frase "Hook 'em" ou "Hook' em Horns", assim como usam a frase como uma forma de despedida ou na linha de encerramento de uma carta ou história. O gesto simula a forma da cabeça e os chifres da mascote Universidade do Texas, o "Texas Longhorn Bevo" (o touro Bevo).

Estudantes e ex-alunos da universidade costumam utilizar uma saudação que consiste na frase "Hook 'em" ou "Hook' em Horns", assim como usam a frase como uma forma de despedida ou na linha de encerramento de uma carta ou história. O gesto simula a forma da cabeça e os chifres da mascote Universidade do Texas, o "Texas Longhorn Bevo" (o touro Bevo)
Esses mesmos sites apontam que personalidades como ex-presidente George W. Bush costumava usar esse sinal publicamente, porém não existe absolutamente nada satânico sobre isso. Para quem não sabe, Bush fazia esse sinal em referência ao chamado "Hook 'em Horns", que é o slogan e sinal de mão da Universidade do Texas
George W. Bush fazia esse sinal principalmente por ter crescido e estudado durante um bom tempo no estado norte-americano do Texas, onde foi governador entre os anos de 1995 e 2000, sendo em seguida, o presidente dos Estados Unidos por oito anos consecutivos (entre 2001 e 2009). Apesar de George W. Bush não ter estudado na Universidade do Texas, o gesto sempre foi visto como uma forma de ganhar simpatizantes e eleitores, nada além disso.

Enfim, basicamente, os únicos pontos realmente possíveis de associar esse sinal da "mão chifrada" com o ocultismo ou o satanismo é devido a banda Coven e devido a um homem chamado "Anton LaVey" (nascido Howard Stanton Levey), que certa vez foi líder da primeira organização abertamente satânica da história, a "Igreja de Satã". "Anton LaVey" também teria sido "músico", "fotógrafo forense", "ocultista" e "domador de feras em circos", embora existam alguns documentos que neguem tais informações.

Enfim, basicamente, os únicos pontos realmente possíveis de associar esse sinal da "mão chifrada" com o ocultismo ou o satanismo é devido a banda Coven e devido a um homem chamado "Anton LaVey" (na foto, com o nome de batismo de Howard Stanton Levey), que certa vez foi líder da primeira organização abertamente satânica da história, a "Igreja de Satã"
Anton LaVey acabou se tornando o extravagante o "Sumo Sacerdote da Igreja de Satã" e autor da Bíblia Satânica. Juntamente com Charles Manson e Timothy Leary, entre outros "gurus messiânicos", teve seu auge na década de 1960, e foi extremamente explorado pela mídia norte-americana sensacionalista. Como era de se esperar, Anton LaVey usava e abusava do sinal da "mão chifrada." Sinceramente, não há muito mais a se falar do que isso. Definitivamente, esse sinal não pode ser taxado como sendo a estrita representação do Diabo, visto que há diversos significados e a maioria deles é justamente contra forças supostamente malignas, não a favor delas.

O "Sinal de OK"


De acordo com Juan Avalos, outro gesto de mão considerado satânico seria o "sinal de OK." Esse gesto é executado ao unir o polegar e o dedo indicador no formato deum círculo (basicamente formando a letra "O"), e mantendo os outros dedos esticados ou relaxados no ar. Porém, vale lembrar que essa é uma forma comumente usada de comunicação não verbal. Em muitas partes do mundo, esse gesto é sinônimo da palavra "OK", denotando aprovação, concordância ou que algo está bem. Em outros contextos ou culturas, esse mesmo gesto pode ter diferentes significados ou conotações, inclusive negativas ou ofensivas.

Aliás, esse gesto é considerado um sinal internacional no mergulho subaquático para comunicar a outra pessoa que não há nenhum problema, algo que pode ser confuso para os iniciantes, visto que o gesto realizado com os dedos dobrados para dentro da mão e o polegar esticado para cima (o famoso "like" ou "joinha") é utilizado como um sinal que a pessoa quer ou precisa subir à superfície. Em práticas esportivas em terra firme, tal como o basquete, esse gesto é geralmente usado pela arbitragem para indicar um arremesso bem sucedido de três pontos, por parte de algum jogador.

Aliás, esse gesto é considerado um sinal internacional no mergulho subaquático para comunicar a outra pessoa que não há nenhum problema, algo que pode ser confuso para os iniciantes, visto que o gesto realizado com os dedos dobrados para dentro da mão e o polegar esticado para cima (o famoso "like" ou "joinha") é utilizado como um sinal que a pessoa quer ou precisa subir à superfície
Um gesto semelhante, o mudra "Vitarka" (conhecido por ser o mudra da discussão) é o gesto de discussão e comunicação (referente ao número 0) do ensinamento budista. No Yôga, o gesto é conhecido pelo mudra "chin" ("o selo da consciência"), quando a palma está virada para baixo ou pelo mudra "jnana" ("o selo da sabedoria"). Nesses mudras, os dedos do meio, anelar (ou "anular" como queiram) e mínimo representam os três gunas de rajas, tamas e sttava (considerados como as qualidades fundamentais da natureza) que, em harmonia, unem a consciência individual e universal. A pressão do polegar e do indicador representa a união - ou "yòga" - da consciência. Simples assim, e não há nada de satânico nisso.

Um gesto semelhante, o mudra "Vitarka" (conhecido por ser o mudra da discussão) é o gesto de discussão e comunicação (referente ao número 0) do ensinamento budista
No Yôga, o gesto é conhecido pelo mudra "chin" ("o selo da consciência"), quando a palma está virada para baixo ou pelo mudra "jnana" ("o selo da sabedoria"). Nesses mudras, os dedos do meio, anelar (ou "anular" como queiram) e mínimo representam os três gunas de rajas, tamas e sttava (considerados como as qualidades fundamentais da natureza) que, em harmonia, unem a consciência individual e universal
Curiosamente, no Japão e na Coréia do Sul, quando usado com a parte posterior da mão voltada para baixo, e o círculo formado pelo indicar e polegar voltado para a frente, o mesmo pode significar dinheiro, mudança ou simplesmente moedas. Em países do Mediterrâneo, tais como a Turquia, a Tunísia e a Grécia, no Oriente Médio, assim como no Brasil, em partes da Alemanha, e em diversos países da América do Sul, o sinal pode ser interpretado como uma expressão vulgar. Já no mundo árabe o mesmo costuma representar o mau-olhado.

Aliás, vale lembrar que anteriormente já havíamos mencionado que três dedos erguidos representavam a trindade cristã, ou seja, o Pai, o Filho e o Espírito Santo (sendo que a iconografia é demonstrada em diversas posições em relação aos dedos). Era de se esperar, que em algum momento alguém começasse a dizer que esse sinal, comumente usado para indicar que uma pessoa está bem, ou seja, que representa algo positivo e até mesmo cristão, fosse deturpado como se significasse uma "trindade satânica".

Infelizmente, se qualquer pessoa começar a ler livros de fundamentalistas religiosos, de caratér completamente ficcional ou conspiratório, e sem nenhum estudo prévio de como um determinado símbolo era utilizado e interpretado por outras culturas, no passado recente e distante, com certeza formará uma opinião totalmente deturpada em relação a realidade do mundo que nos cerca. O mesmo vale para todos aqueles, que gastam dezenas horas em determinados sites ou canais no YouTube, que sempre repetem o mesmo discurso, mas sequer dão ao trabalho de produzir um conteúdo substancial e coerente para comprovar ou sustentar o que acreditam. De qualquer forma, o "hand spinner" ou "fidget spinner" não é um brinquedo satânico.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/31/cultura/1496242071_981578.html
http://midiailluminati.blogspot.com.br/2010/11/o-significado-ocultista-da-mao-chifrada.html
http://midiailluminati.blogspot.com.br/2010/11/o-significado-ocultista-do-sinal-de-ok.html
http://noticieros.televisa.com/historia/internacional/2017-06-22/los-spinners-son-juguete-diablo-dijo-pastor-evangelista/
http://philosophiesanddarkness.blogspot.com.br/2012/08/materia-o-verdadeiro-significado-dos.html
http://revistacrescer.globo.com/Curiosidades/noticia/2017/05/fidget-spinner-conheca-o-brinquedo-que-virou-febre-entre-criancas-e-adultos.html
http://technology.inquirer.net/63103/fidget-spinner-spun-teachers-tizzy
http://virgula.uol.com.br/comportamento/fidget-spinner-brinquedo-ajuda-a-aliviar-a-ansiedade-infantil/
http://www.adn40.mx/noticia/cultura/nota/2017-06-23-17-54/asegura-pastor-que--fidget-spinner--son-juguetes-del-diablo/
http://www.anteelpeligrodeapartarsededios.com/2017/01/17/pagina-atea-se-burla-del-evangelio/
http://www.bluradio.com/sociedad/pastor-asegura-que-el-fidget-spinner-es-satanico-145142
http://www.cablenoticias.tv/vernoticia.asp?ac=Esta-es-la-razon-por-la-que-los-spinner-son-diabolicos-segun-pastor&WPLACA=101081
http://www.chiapasnews.com.mx/noticias/pastor-evangelico-dice-fidget-sppiner-del-diablo/
http://www.elciudadano.cl/tendencias/un-pastor-sostiene-que-los-spinner-son-demoniacos-descubre-la-razon-video/06/23/
http://www.excelsior.com.mx/global/2017/06/22/1171400
http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/comportamento/fidget-spinner-o-brinquedo-que-reduz-a-ansiedade/
http://www.iglesiadelfinal.com/inicio/
https://actualidad.rt.com/actualidad/242180-fidget-spinner-juguete-diabolico-predicador-evangelico
https://ahduvido.com.br/voce-sabia-que-o-famoso-sinal-chifres-do-rock-nao-e-do-diabo/
https://butterflylanguage.com/2017/03/01/is-the-sign-of-the-horns-hand-gesture-evil/
https://en.wikipedia.org/wiki/Fidget_spinner
https://en.wikipedia.org/wiki/OK_(gesture)
https://en.wikipedia.org/wiki/Sign_of_the_horns
https://es.wikipedia.org/wiki/Salto_del_Guairá
https://oglobo.globo.com/sociedade/religiao/papa-francisco-faz-gesto-de-eu-te-amo-nas-filipinas-15072135
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anton_LaVey
https://tecnoblog.net/217169/fidget-spinner-online-google/
https://wearemitu.com/no-pos-wow/this-pastor-thinks-that-fidget-spinners-have-gone-to-the-devil/
https://www.adl.org/blog/no-the-ok-gesture-is-not-a-hate-symbol
https://www.elcomercio.com/tendencias/pastor-evangelico-spinner-juguete-teoriadeconspiracion.html
https://www.facebook.com/Congregacion-Pentecostes-De-Los-Primeros-Cristianos-460135650861966/
https://www.facebook.com/Iglesia-del-Final-IFT-Norteam%C3%A9rica-1209901105772463/
https://www.facebook.com/cablenoticias.tv/posts/1750932774935824
https://www.facebook.com/jhonmarian/videos/1372668849494908/
https://www.kickstarter.com/projects/638415231/classic-fidget-spinner-spinning-de-stressor-finger
https://www.sdpnoticias.com/sorprendente/2017/06/21/este-pastor-cree-que-el-spinner-es-un-juguete-satanico-video
https://www.tecmundo.com.br/brinquedos/117531-fidget-spinner-entenda-mania-chegando-brasil.htm
https://www.terra.cl/viral/pastor-asegura-que-el-spinner-es-un-juguete-del-diablo-video,8d755faa3d06069477fe24260a74d153xrg0mu8e.html

O "Fantasma de um Bebê" Teria Sido Filmado ao Lado de uma Criança Dormindo em um Berço, na Cidade de Plymouth, na Inglaterra?

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Por Marco Faustino

Sinceramente, dessa vez não lembro última vez que falei sobre fantasmas e algum país pertencente ao Reino Unido ao mesmo tempo, visto que havia algum tempo que não encontrava um caso que fosse relativamente interessante e que viesse do que chamo de "indústria do paranormal" britânica. Porém, a última vez que falamos de um caso supostamente de outro mundo, foi cerca duas semana atrás, em relação ao "Poltergeist de Guyra", que foi um dos mais antigos e estranhos casos de suposta "atividade paranormal" do mundo. O caso aconteceu em abril de 1921, quando a pequena Guyra, uma cidade situada a meio caminho entre Armidale e Glen Innes, na região da Nova Inglaterra, em Nova Gales do Sul ("New South Wales", em inglês, o mais populoso estado australiano e o terceiro mais densamente povoado), na Austrália, foi atingida literalmente e aparentemente por um "espírito que atirava pedras."

Entretanto, a cidade também ficou marcada por uma série de outros acontecimentos "incomuns" Juntamente com os ataques fantasmagóricos, uma mulher idosa, segurando uma batata em cada mão, simplesmente desapareceu sem deixar pistas. Além disso, uma menina de apenas seis anos foi baleada na cabeça pelo seu próprio irmão, e um oficial de polícia foi afastado por estar "abalado" pela "suposta atividade poltergeist" em alguns locais da cidade. Isso fez com que o mundo voltasse seus olhos para Guyra naquela época, e atraiu a atenção até mesmo de Sir Arthur Conan Doyle, o criador do famoso personagem, que muito provavelmente vocês devem conhecer: o famoso detetive britânico Sherlock Homes, que até hoje inspira livros, séries e filmes ao redor do mundo. Vale muito a pena ler sobre história (leia mais: O Poltergeist de Guyra: Um dos Mais Antigos e Estranhos Casos de Suposta "Atividade Paranormal" do Mundo!).

Agora, apesar de aparentemente não se tratar de um caso envolvendo Poltergeist, surgiu uma interessante história na mídia britânica, que foi amplamente propagada pelos principais tabloides, é claro, contando sobre uma mulher chamada Laura Haigh, moradora da cidade inglesa de Plymouth, que alegou ter visto um "bebê fantasmagórico" subindo no berço do seu filho, de apenas 18 meses (1 ano e 6 meses) e, em seguida, deitando-se ao seu lado, através do monitor da câmera, que estava apontada para o seu filho. Laura Haigh e o seu companheiro Dean Evans instalaram a câmera de monitoramento depois que esse filho em questão, o pequeno Sebastian Evans, tentou sair do berço, no mês passado. Ao notar a estranha movimentação, Dean disse ter corrido até o andar de cima, onde o Sebastian estava dormindo, acreditando que fosse tão somente um ursinho de pelúcia, mas para a surpresa dele, o seu filho estava dormindo sozinho, sem nada ao redor. Estranho, não é mesmo? Será que a câmera de monitoramento realmente registrou uma "presença fantasmagórica" no quarto do Sebastian Evans? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Entenda a Origem dessa Notícia, que vem Sendo Amplamente Propagada na Mídia Britânica e Internacional


Antes de abordamos esse assunto propriamente dito, é muito importante ser honesto (como sempre sou, diga-se de passagem) com vocês. Isso porque vocês sempre disponibilizam uma parte do tempo que possuem para acompanhar os textos, e toda a riqueza do material, que normalmente trazemos ao conhecimento de vocês.

Estou dizendo isso, porque ao procurar por informações sobre esse caso, facilmente qualquer pessoa notaria (mesmo que não tivesse o domínio do inglês), que os textos publicados pelos tabloides britânicos são basicamente os mesmos, além do conteúdo multimídia ser idêntico, ou seja, denota que o material foi repassado "pronto" por uma agência de notícias que, nesse caso, é uma velha conhecida de vocês (caso nos acompanhem ao menos nos últimos dois anos): a Mercury Press and Media, que tem uma longa tradição de fornecer material (textos, fotos e vídeos) sobre casos de cunho "sobrenatural" ou "paranormal" para esses mesmos tabloides britânicos.

Ao procurar por informações sobre esse caso, facilmente qualquer pessoa notaria (mesmo que não tivesse o domínio do inglês), que os textos publicados pelos tabloides britânicos são basicamente os mesmos, além do conteúdo multimídia ser idêntico, ou seja, denota que o material foi repassado "pronto" por uma agência de notícias
A Mercury Press and Media afirma em seu site, por exemplo, que tem estado na vanguarda da cobertura de notícias tanto para a imprensa do Reino Unido quanto internacional, nos últimos 50 anos. No entanto, ela apenas coleta as informações, depoimentos, fotos e vídeos e monta um texto básico sobre o ocorrido. Resumindo? Não há qualquer tipo de investigação e nenhuma preocupação se o conteúdo oferecido é falso ou não, ou seja, depende de você meramente acreditar no que é contado pelas pessoas, que vendem suas respectivas histórias para eles.

Infelizmente, diante do que já vimos ao longo de todo esse tempo, o mais importante é tão somente lucrar com a informação. Aliás, os tabloides britânicos também não fazem quaisquer investigações, visto que se for mentira, o problema é basicamente da agência de notícias. Entenderam o esquema?

A Mercury Press and Media afirma em seu site, por exemplo, que tem estado na vanguarda da cobertura de notícias tanto para a imprensa do Reino Unido quanto internacional, nos últimos 50 anos. No entanto, ela apenas coleta as informações, depoimentos, fotos e vídeos e monta um texto básico sobre o ocorrido
É interessante ressaltar nesse ponto, que a prática de vender histórias, ao menos no Reino Unido, ainda mais que possuam um grande apelo emocional é muito comum e aberta, não é algo ilícito, muito pelo contrário. Facilmente você encontra tabelas com os mais diversos critérios e valores pagos por essas agências. Enfim, sempre que você se deparar com esses casos, em que o material seja oriundo da Mercury, tenha sempre um pé e meio atrás, entenderam? Aliás, essa não é uma questão de opinião particular, mas baseada nos inúmeros casos que publicamos ao longo do tempo, e que foram amplamente questionados, debatidos e exaustivamente analisados. Confiram alguns exemplos:
Entendem agora, porque temos "conhecimento de causa", em relação a Mercury Press and Media? Enfim, como sempre faço, vamos tentar dar um voto de confiança, e evitar de julgar um livro pela capa, muito embora seja difícil não lembrar de casos anteriores.

Conheça a História Contada Pelo Casal Laura Haigh e Dean Evans


Conforme dissemos anteriormente, uma mãe chamada Laura Haigh, 39 anos, que possui quatro filhos e mora na cidade de Plymouth, que por sua vez fica localizada na costa Sul do condado de Devon, na Inglaterra, a aproximadamente 310 km (distância em linha reta, sendo que, na prática são pelo menos 348 km ou cerca de 4h30 em média de viagem) a sudoeste de Londres, disse ter visto um "bebê fantasmagórico" subindo no berço do seu filho, de apenas 1 ano e 6 meses e, em seguida, deitando-se ao seu lado, através da câmera de monitoramento.



Laura contou que instalou a tal câmera, juntamente com o seu companheiro, chamado Dean Evans, e que trabalha na construção de embarcações, depois que esse mesmo filho, chamado Sebastian Evans, havia tentado escapar do seu berço no mês passado. Ao se deparar com a estranha cena, Dean alegou que saiu correndo até o segundo andar da casa onde mora para ver o que estava acontecendo, muito embora acreditasse que podia ser tão somente um ursinho de pelúcia. Contudo, ele disse que encontrou Sebastian dormindo sozinho.

Laura contou que instalou a tal câmera, juntamente com o seu companheiro, chamado Dean Evans, e que trabalha na construção de embarcações, depois que esse mesmo filho, chamado Sebastian Evans, havia tentado escapar do seu berço no mês passado
De acordo com a história contada, o mais estranho é que a "figura fantasmagórica" teria permanecido diante do monitor durante um bom tempo, e até mesmo se movimentado. Por mais que Laura não tenha conseguido explicar o que teria visto, ela disse acreditar que o "incidente" não havia representado risco algum para o Sebastian, uma vez que ele dormia profundamente e sem aparentar que estivesse sendo incomodado por algo. Por outro lado, em uma de suas declarações, ela disse que já havia notado, que seu filho costumava acenar para "coisas invisíveis" em seu quarto.

"Quando notei esse rosto que aparece no canto do berço, chamei minha irmã para dar uma olhada, no Skype, e não havia nada lá. Algumas vezes, ele leva um ursinho para a cama com ele, então, inicialmente, pensei que poderia ser isso, mas parecia estranho", disse Laura Haigh.

O pequeno Sebastian Evans, de apenas 1 ano e 6 meses de idade
"Imediatamente, o Dean disse: 'será apenas um ursinho de pelúcia' e subiu direto para o segundo andar. No entanto, ele ficou um pouco confuso, porque não havia nada no local, muito embora ainda estivesse aparecendo no monitor. Ele ficou um pouco espantando, uma vez que ele não acreditava nesse tipo de coisa, e ao mesmo tempo não sabia explicar o que estava acontecendo", continuou.

"Verifiquei a câmera e tenho certeza que não havia nada de errado com ela. Nossos amigos acreditam que isso é algo realmente assustador. Independentemente do que fosse aquilo, permaneceu no berço até 1h30 da manhã e desapareceu quando fui amamentá-lo. Porém, durante a noite, aquilo se movimentou em diversas posições", completou.

Foto tirada do monitor da babá eletrônica instalada por Laura Haigh, onde supostamente
apareceria um "bebê fantasmagórico" (à direita)
Mais uma foto tirada por Laura Haigh do monitor da sua babá eletrônica. Considerando o horário, que aparece na imagem, a "aparição" teria durado mais de 2h. Contudo, aparentemente, a data seria diferente da segunda câmera apresentada nas notícias
Surpreendentemente, apesar de Dean estar 'assustado' diante do avistamento, Laura permanecia impassível, uma vez que ela acreditava que, independentemente do que tivesse aparecido na câmera, não representava nenhum risco para o seu filho, visto que o pequeno Sebastian provavelmente iria ficar incomodado de alguma forma.

Entretanto, essa não teria sido a primeira "experiência paranormal" da família. Na verdade, Laura costumava ouvir sons estranhos pela casa, tal como fotografias penduradas nas paredes, que viravam misteriosamente de cabeça para baixo.

Imagem de uma "segunda" câmera instalada no quarto do pequeno Sebastian Evans.
De acordo com Laura Haigh o que aparece na imagem seria uma aparição fantasmagórica.
Mais uma imagem da "segunda" câmera instalada por Laura Haigh,
que aparentemente foi extraída cerca de 2 segundos após a primeira (considerando o horário das imagens)
"O Sebastian está bem. Acredito que ele possa ver, independente do que isso seja, uma vez que ele costuma sentar no berço e sorrir pra o vazio. Algumas vezes ele olha para o canto e acena para alguma coisa, mas não existe nada lá", disse Laura.

"Isso não me deixa abalada. Já aconteceu uma espécie de atividade na casa, mas se houver uma 'presença' não é algo ruim. Certa vez, notamos as fotografias, que estão penduradas nas paredes, viradas de cabeça para baixo ou então como se tivessem sido arremessadas para longe. Já tivemos coisas que desapareceram do nada, sendo que tínhamos acabado de vê-las momentos antes. Vemos orbes o tempo todo e já notei sombras estranhas nas fotos, ao fundo", continuou.

Entretanto, essa não teria sido a primeira "experiência paranormal" da família. Na verdade, Laura costumava ouvir sons estranhos pela casa, tal como fotografias penduradas nas paredes, que viravam misteriosamente de cabeça para baixo.
Na imagem superior vemos o Sebastian Evans (ao centro) e ao lado temos os seus irmãos Oliver, de 4 anos (à esquerda) e sua irmã, a Murphy, de 5 anos (à direita). Nas imagens inferiores vemos Dean Evans juntamente com o pequeno Sebastian.
"Algumas vezes, ouvimos crianças correndo no segundo andar da casa, quando não há ninguém no andar de cima ou até mesmo quando as crianças nem mesmo estão em casa. Meu companheiro, no entanto, não acredita em nada disso. Tenho uma mente bem aberta. Costumava ser bem cética, mas a atividade na casa me fez mudar de ideia", completou.

"Foi quando não consegui explicar as coisas, tais como: fotografias viradas de cabeça para baixo, sendo que as crianças nem mesmo as alcançam ou barulhos inexplicáveis, e assim por diante. Já ouvi pessoas chamando pelo meu nome, mas quando fui verificar, não havia ninguém. De qualquer forma, definitivamente, essa é a coisa mais clara que já vimos até agora", finalizou.

Havia Realmente um "Fantasma" no Berço do Pequeno Sebastian? O Gás Radônio Provocaria o Avistamento de Fantasmas?


Caso não tenha percebido, essa história é um tanto quanto confusa e questionável. Vou tentar citar alguns pontos, que ficaram sem respostas sobre a mesma. A primeira de todas chega a ser bem óbvia: onde está a eventual gravação da babá eletrônica ou daquela outra câmera de segurança, que estava filmando, de cima, o berço? Simplesmente, não foi divulgado vídeo algum. Aliás, para não sermos injustos, a Mercury forneceu apenas um vídeo apresentando slides dessas mesmas fotografias, assim como você pode ver no vídeo abaixo, que foi publicado por um canal de terceiros, no YouTube:



Aliás, aparentemente, alguns slides não interessaram aos tabloides britânicos, porém iremos fazer questão de mostrar para vocês. Confiram outras duas imagens, logo abaixo:

A imagem acima mostra que não havia nada ao lado de Sebastian Evans por volta das 18h51,
porém ainda permanece a dúvida em relação a data do acontecimento
A imagem acima mostra que não havia nada ao lado de Sebastian Evans por volta das 10h52, o que contradiz a versão mencionada por Laura quando alegou que a aparição teria permanecido até 1h30 da manhã. De qualquer forma, ainda permanece a dúvida em relação a data do acontecimento, visto que ela não aparece de forma completa, em nenhum momento.
Outro ponto é que a data nas imagens da babá eletrônica parece destoar completamente da outra câmera, que possui o que chamamos popularmente de "visão noturna."É possível notar, que nas imagens em "preto e branco", temos a data de 6 de junho desse ano, porém nas imagens do monitor da babá eletrônica, aparentemente seria a data de 20 de novembro do ano passado (considerando que aquele 11 * 20 seja a data, e que a idade do Sebastian esteja correta), exceto é claro que a data não tenha sido ajustada ou então aqueles números não representem a data correta. Isso sem contar um eventual fator emocional, visto que se você vê algo estranho escalando o berço do seu filho e dormindo ao seu lado durante horas, você acharia aquilo normal e manteria o filho no berço?

Além disso, temos pouquíssimas imagens para algo que teria durado horas. Mesmo se as câmeras instaladas pelo casal não tivessem dispositivos de gravação, porque Laura ao menos não gravou os monitores com seu celular? Se ela foi capaz de tirar uma foto, por qual razão, durante horas, não lembrou de fazer um vídeo? É completamente estranho e obscuro esse ponto. Não sei quanto a vocês, mas a imagem parece retratar tão somente um ursinho de pelúcia mesmo. Isso, é claro, contradiz a versão contada pelo Dean, caso você acredite mesmo na versão dele e da esposa, visto que eles demonstram que não sabiam o que estava no berço do Sebastian (uma mãe e um pai não saberiam o que deixam no berço do próprio filho?).

Não sei quanto a vocês, mas a imagem parece retratar tão somente um ursinho de pelúcia mesmo, o contradiz a versão contada pelo Dean, caso você acredite mesmo na versão dele e da esposa, visto que eles demonstram, que não sabiam previamente, o que estava no berço do Sebastian
Quanto aquela "aparição esbranquiçada", que aparece na câmera, muito possivelmente não passa de um inseto, tal como uma mosca doméstica. É comum encontrar vídeos no YouTube de pessoas que acreditam ter registrado "fadas" ou "seres de outro mundo", quando na verdade registram apenas insetos diante de câmeras com "visão noturna", que sempre aparentam ser "fantasmagóricos".

Quanto a essa "aparição esbranquiçada", que aparece na câmera, muito possivelmente não passa de um inseto,
tal como uma mosca doméstica
Confiram em um vídeo publicado pelo canal do Jake Kapustynski, no YouTube, onde é possível ver o exemplo de um aracnídeo passando em frente de uma dessas câmeras, e compare o efeito gerado:



Evidentemente, a câmera de Laura não teria registrado um aracnídeo (ao menos nada indica isso), mas possivelmente um mero inseto voador, tal como uma mariposa, uma mosca doméstica ou algo assim. Seria interessante se tivéssemos acesso a gravação, mas pelo visto isso será impossível.

Aliás, muitas pessoas comentaram, que conseguiram ver o que seria uma segunda criança no berço, ao lado do Sebastian Evans. Esse é um ponto interessante, porque abre algumas possibilidades: pareidolia, armação do casal para todos pensarem que era uma criança ou então realmente seria a prova cabal de um "fantasma". Aliás, Laura disse ser mãe de quatro filhos, mas nas fotos aparecem apenas três, onde está o quarto filho e qual seria a idade dele? Seria possível ser uma outra criança de "carne e osso" ao lado do Sebastian?

Aliás, muitas pessoas comentaram, que conseguiram ver o que seria uma segunda criança no berço, ao lado do Sebastian Evans. Esse é um ponto interessante, porque abre algumas possibilidades: pareidolia, armação do casal para todos pensarem que era uma criança ou então realmente seria a prova cabal de um "fantasma"
Agora, interessante mesmo foram os comentários dos próprios britânicos, visto que esse assunto teve realmente uma grande repercussão pelo Reino Unido. Ao comentar no britânico Plymouth Herald, o usuário "Bob_C" disse: "É mais do que provável, que a imagem do fantasma está sendo oriunda de uma outra babá eletrônica nas proximidades. Tente encobrir a câmera, e o fantasma ainda estará lá, o que irá provar isso."

Essa mesma opinião era compartilhada pela usuária "blondiejule", no britânico Daily Mail, que aliás foi o comentário melhor avaliado entre mais de 900 comentários, dizendo que: "Alguém na rua dela provavelmente comprou a mesma câmera e os sinais simplesmente se misturaram. Nós tínhamos uma dessas babás eletrônicas, quando minha filha era bebê, e costumávamos ouvir o choro de bebê que morava no fim da rua através dele." Um outro usuário chamado "angelonearth" também fez o seguinte comentário: "É a interferência da babá eletrônica de outra criança em uma casa nas proximidades, isso é bem comum e um problema desses equipamentos."

"É mais do que provável, que a imagem do fantasma está sendo oriunda de uma outra babá eletrônica nas proximidades. Tente encobrir a câmera, e o fantasma ainda estará lá, o que irá provar isso", disse Bob_C. Essa mesma opinião era compartilhada pela usuária "blondiejule", no britânico Daily Mail, que aliás foi o comentário melhor avaliado entre mais de 900 comentários
Houve quem estranhasse a mãe chamar a filha de Murphy, visto que não seria um nome considerado feminino. De qualquer forma, as pessoas estavam divididas entre interferência provocada por outro equipamento ou ser tão somente um urso de pelúcia. Em relação a imagem em "preto em branco", a absoluta maioria acreditava ser apenas um inseto passando pela lente da câmera, ou seja, a hipótese paranormal foi praticamente descartada por aqueles que resolveram comentar, é claro.

Curiosamente, um usuário chamado "Jess 2" mencionou que muitas casas em Plymouth eram construídas em granito, e a concentração de gás radônio era alta. Assim sendo, as aparições de fantasmas não seriam incomuns em certas determinadas regiões e, muitas vezes, eram vistos por crianças. Segundo esse usuário, as pessoas geralmente não falam sobre isso por medo de se expor ao ridículo. Esse comentário recebeu muitas avaliações positivas, assim como negativas.

Curiosamente, um usuário chamado "Jess 2" mencionou que muitas casas em Plymouth eram construídas em granito, e a concentração de gás radônio era alta. Assim sendo, as aparições de fantasmas não seriam incomuns em certas determinadas regiões.
Evidentemente, fiquei intrigado em tentar entender a relação do gás radônio com a aparição de supostos fantasmas e fui procurar alguma referência nesse sentido. Em 2009, um blog chamado "Ghost Hunting Theories" questionou se o gás radônio poderia induzir a ocorrência de assombrações. Segundo Sharon, a responsável do blog, o mapa onde apontaria as maiores concentrações de radônio, na cidade norte-americana de Phoenix seria semelhante a um outro mapa, que ela mesma teria criado, das regiões mais ativas em termos de assombrações. Então, ela questionou se o radônio não poderia desencadear tais fenômenos ou gerar alucinações nas pessoas, que acabariam vendo esses tais "fantasmas" ou "coisas assustadoras" do gênero. Ela disse que os locais geologicamente ricos, especialmente em granito, possuíam maiores concentrações de radônio.

Entretanto, por mais que isso fizesse sentido para ela, ou seja, que o radônio pudesse induzir ou fizesse com que as pessoas alucinassem diante de um fenômeno desse gênero, ela apontou que não havia sido criada nenhuma metodologia para identificar isso. Ela disse que continuaria sua pesquisa, mas não encontrei nenhum outro artigo dela sobre o assunto, e que não apontasse praticamente para as mesmas coisas anteriormente mencionadas.

Curiosamente, o site "Skeptoid", um ano antes, em 2008, citou a comercialização de detectores de íons, que era vendidos quase exclusivamente em sites que vendiam kits para caçar fantasmas ou então para fins alternativos. Segundo esse site, os íons ocorriam naturalmente na atmosfera a partir de diversas fontes: a radiação solar e o clima seriam os principais responsáveis. Além disso, se alguém fosse para uma determinada região do seu próprio país, onde o gás radônio fosse um problema, um detector de íons no porão poderia enlouquecer, ao detectar os íons criados pelo decaimento do radônio. Os caçadores de fantasmas costumavam considerar esse tipo de leitura como um indicativo da presença de um "fantasma."

Curiosamente, o site "Skeptoid", um ano antes, citou a comercialização de detectores de íons, que era vendidos quase exclusivamente em sites que vendiam kits para caçar fantasmas ou então para fins alternativos
Ironicamente, segundo a página oficial do governo da cidade de Plymouth, a atividade industrial ocorrida no passado, em algumas áreas da cidade, acabou tendo um grande impacto ao longo dos anos no meio ambiente local, resultando em terrenos potencialmente contaminados, que anteriormente teriam sido utilizados pelo setor industrial, na eliminação de resíduos, entre outras finalidades. Aliás, entre esses contaminantes estava justamente o radônio que, segundo essa mesma página, seria um gás ou vapor (semelhante ao vapor, mas incolor), causado pelo decaimento natural do urânio em rochas presentes em muitas áreas, incluindo a região sudoeste da cidade. Normalmente, o gás se dispersaria no ar e não causaria problemas significativos. No entanto, em espaços fechados, inclusive em casas construídas com rochas que dão origem ao gás, poderiam ocorrer concentrações maiores do mesmo, no ambiente. Assim sendo, o radônio poderia representar um risco significativo para a saúde se as concentrações fossem particularmente altas ao longo de uma exposição vitalícia.

Entretanto, segundo a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos), o radônio proveniente do solo abaixo das casas é um problema mais comum e um risco de saúde pública muito maior do que o radônio proveniente dos materiais de construção, assim como o granito. O radônio eventualmente liberado pelo granito é dispersado ao longo de sua vida útil, mas é normalmente "diluído", por assim dizer, no ambiente, devido as correntes de ar. Além disso, segundo uma notícia publicada pelo Daily Telegraph, em 2002, as construções comumente encontradas em Devon e na Cornualha, não representavam risco, em termos de saúde, para as crianças.

Mapa do potencial de radônio geológico dos Estados Unidos pela USGS
Agora, o radônio poderia induzir a ocorrência de "fantasmas" ou "alucinações" em pessoas fazendo-as ver "aparições fantasmagóricas" ou outras "aparições do gênero"? Bem, até onde pesquisei não há nenhum estudo baseado nessa linha de pesquisa. Por outro lado, o gás radônio não tem cor, cheiro ou sabor. Portanto, não pode ser detectado pelos sentidos humanos. 

Normalmente, o gás se dispersa no ar e não causa problemas significativos. No entanto, em espaços fechados, inclusive em casas construídas sobre rochas que dão origem ao gás, poderiam ocorrer concentrações de gás maiores no ambiente. Assim sendo, o radônio poderia representar um risco significativo para a saúde se as concentrações fossem particularmente altas ao longo de uma exposição vitalícia
As reservas de água do subsolo também poderiam sofrer contaminação por esse gás e liberá-lo, por exemplo, durante um banho. Atualmente, existem apenas projetos e levantamentos indicando, que o gás radônio possa estar causando doenças graves até mesmo em brasileiros, principalmente o câncer de pulmão. Um exemplo disso seria a cidade de Poços de Caldas-MG que, por conta da presença das minas de urânio, teria uma maior incidência de câncer de pulmão que outras áreas do país, algo que também aconteceria na cidade de Caetité/BA, onde a incidência de câncer de pulmão era 19 vezes maior do que o restante do Estado da Bahia.

Apesar de ter encontrado dados indicando que a exposição muito prolongada a altas concentrações de gás radônio, principalmente em ambientes fechados, possa levar até mesmo ao desenvolvimento do chamado mal de Parkinson ou Alzheimer, doenças que afetam diretamente o cérebro, não encontrei nenhum estudo dizendo que o gás radônio induzisse alucinações nas pessoas de modo que vissem "fantasmas."Para não ser injusto, houve um caso no Cazaquistão, em 2014, chamado de "mal de Kalachi" onde os "cientistas" disseram que o culpado por fazer as pessoas dormirem constantemente, muito além do normal, e até mesmo terem alucinações vívidas, seria o gás radônio, porém essa hipótese foi amplamente questionada devido a incidência de radônio em outras regiões no mundo em que nada disso ocorria. Na época, muitos acusaram o governo do Cazaquistão de tentar encobrir a real causa do problema. De qualquer forma, não houve quaisquer menções sobre "fantasmas".

Embora seja um tema e um questionamento bem interessante, não há quaisquer estudos indicando nada nesse sentido. Portanto, não há como saber. De qualquer forma, se fosse assim teríamos uma quantidade absurda de "casos fantasmagóricos" em Plymouth, assim como, por exemplo, em Poços de Caldas e Caetité aqui no Brasil, algo que não parece ocorrer. Enfim, voltando ao caso principal dessa postagem, ou seja, especificamente em relação ao casal Laura e Dean, sinceramente acho bem difícil que tenha sido realmente um "fantasma", mas e vocês, o que acham de toda essa história?

Até a próxima, AssombradOs!


Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://gizmodo.com/10-scientific-explanations-for-famous-ghostly-phenomena-1655680348
http://siberiantimes.com/other/others/features/siberian-experts-say-they-can-solve-the-cause-of-mystery-sleeping-disorder/
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4634948/Parents-ghostly-child-lying-son-monitor.html
http://www.ghosthuntingtheories.com/2009/10/radon-induced-hauntings.html
http://www.irishmirror.ie/news/world-news/mum-horrifed-spots-ghost-baby-10676630
http://www.plymouthherald.co.uk/mum-describes-horror-at-finding-a-ghost-baby-sleeping-next-to-her-child/story-30410147-detail/story.html

http://www.telegraph.co.uk/news/uknews/1396618/Homes-on-granite-are-not-a-cancer-risk-for-children.html
https://drauziovarella.com.br/cancer/radonio-e-fator-de-risco-para-cancer-de-pulmao/
https://www.cartacapital.com.br/revista/867/radonio-uma-ameaca-6506.html
https://www.epa.gov/radiation/granite-countertops-and-radiation
https://skeptoid.com/episodes/4081
https://www.plymouth.gov.uk/environmentandpollution/contaminatedland
https://www.thesun.co.uk/living/3874513/mum-ghost-baby-cot/

Ato de Desespero? Homem Leva Filha Doente de Apenas 2 Anos para "Brincar e Deitar no Próprio Túmulo" Para Não Temer a Morte, na China!

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Por Marco Faustino

Ao longo de toda minha trajetória como redator, já me deparei com casos em que senti muita raiva e muita emoção ao mesmo tempo. E, sem dúvida alguma, esse caso que trarei ao conhecimento de vocês, irá fazer com que sintam esses dois sentimentos tão opostos, ao mesmo tempo, uma vez que isso é algo inevitável, acreditem. Essa é basicamente a história de um pai desesperado, que teria cavado um túmulo para sua filha de apenas dois anos, que por sua vez estaria com graves problemas de saúde. O objetivo? Simplesmente prepará-la para sua própria morte. Esse pai chama-se Zhang Liyong, um agricultor na zona rural da cidade de Neijiang, na província de Sichuan, na região Sudoeste da China. Zhang contou a imprensa, que teria gastado todas as suas economias no tratamento de sua filha, que teria nascido com um grave distúrbio sanguíneo. Porém, sem dinheiro para continuar o tratamento, que seria muito caro diante suas condições financeiras, ele contou, visivelmente emocionado, que levava diariamente sua filha, de apenas dois anos de idade, para brincar e descansar todos os dias no túmulo, que um dia será o local do seu último descanso, de modo que ela se familiarize com toda aquela situação, e não tenha medo da morte, quando sua hora finalmente chegar. Um história sombria, emocionante, revoltante, e que ao mesmo tempo é até difícil entender o que se passa na cabeça de Zhang e sua esposa, que acabou concordando com isso.

Sinceramente, a princípio, não consegui acreditar nessa história diante surrealidade da mesma. Considerando que muitas notícias oriundas da China, assim como de países do Sudeste Asiático, costumam ganhar outras interpretações e conotações quando são traduzidas ou propagadas pela "mídia ocidental", além do próprio contexto distorcido pelo qual muitas vezes são originalmente criadas, sem dúvida alguma esse era um caso passível de uma maior investigação. Inicialmente, havia redigido um "Minuto AssombradO" sobre o assunto, colocando algumas ressalvas e utilizando o último parágrafo para explicar um pouco mais sobre a doença citada por Zhang Liyong, que seria a talassemia. Contudo, uma vez que saiu uma interessante atualização sobre esse caso, além de uma nova entrevista com a família da menininha, resolvi transformar o que havia redigido em uma postagem mais completa para vocês. Assim sendo, tenho mais liberdade em termos de quantidade de caracteres para contar como essa história começou a ser divulgada, o caso envolvendo essa família, e a mais recente atualização, visto que a história, apesar de gerar uma certa revolta, possui um enredo muito tocante e emocionante. As lágrimas do pai pareciam ser mesmo verdadeiras, assim como o sofrimento da mãe. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Como Toda Essa História Começou: A Divulgação por Parte da "Pear Video"


Bem, querendo ou não toda história tem uma origem, muitas vezes é difícil e complicado descobrir como uma lenda urbana ou um vídeo se originou, porém com um pouco de boa vontade, pesquisa e empenho, com certeza alguém achará uma fonte ou ao menos um forte indicativo. Porém, esse caso era extremamente fácil de ser descoberto, porque o mesmo foi divulgado por uma plataforma chamada de "Pear Video", que muito provavelmente é algo que vocês nunca ouviram falar na vida.

Para vocês terem uma ideia, a "Pear Video" vem se tornando a grande sensação do muito no seleto grupo de plataformas de notícias digitais, na China. Seu crescimento vem chamando muito a atenção, justamente em um momento em que as autoridades chinesas estão fortalecendo as regulamentações sobre sites destinados ao compartilhamento de vídeos de notícias "não oficiais", por assim dizer. A empresa se autointitula como a "plataforma líder de vídeos de notícias curtas da China". Contando com um aplicativo e vídeo extremamente curtos, a "Pear Video"é uma plataforma de vídeo basicamente destinada aos usuários de smartphones.

Para vocês terem uma ideia, a "Pear Video" vem se tornando a grande sensação do muito no seleto grupo de plataformas de notícias digitais, na China. Seu crescimento vem chamando muito a atenção, justamente em um momento em que as autoridades chinesas estão fortalecendo as regulamentações sobre sites destinados ao compartilhamento de vídeos de notícias "não oficiais", por assim dizer
Os vídeos da "Pear Video" frequentemente, muitas vezes diariamente, estão no topo da lista dos mais assistidos do Sina Weibo (uma espécie de rede social híbrida, uma mistura entre Facebook e Twitter, sendo um dos sites mais populares da China). O conteúdo dos vídeos concentram-se principalmente em assuntos da sociedade, entretenimento e notícias tecnológicas. Além de notícias locais, a "Pear Video" também divulga notícias internacionais ou notícias mais marginais, que se tornaram tendências na Europa ou nos Estados Unidos.

A fórmula é bem clara e relativamente simples: a "Pear Video" divulga notícias em pequenos vídeos editados, geralmente com menos de um minuto, mostrando imagens e áudio, contando com legendas que explicam o contexto e a importância das notícias, que muitas vezes possuem uma agradável música ao fundo. Portanto, a notícia fica mais "fácil de ser digerida", muito mais contemporânea, e o "design moderno" se torna especialmente atraente para as gerações mais jovens, principalmente da China. Resumindo? Eles não se aprofundam nas histórias, apenas divulgam quando ficam sabendo de um caso, principalmente aqueles tenham um apelo social ou de entretenimento maior. É quase uma fábrica moderna de virais, mas com uma nova roupagem por assim dizer. Diga-se de passagem existem outros sites internacionais que tem essa mesma linha de ação, cujos vídeos são amplamente disseminados pelo Facebook. Um exemplo famoso, que vocês devem conhecer, é o BoredPanda.

Contando com um aplicativo e vídeo extremamente curtos,
a "Pear Video"é uma plataforma de vídeo basicamente destinada aos usuários de smartphones.
Assim sendo, de alguma forma, a "Pear Video" descobriu ou foi informada sobre esse caso, que acabou viralizando para o restante do mundo através dos tabloides britânicos, principalmente o Daily Mail, razão pela qual estava desconfiando sobre a veracidade do mesmo, ou seja, dois veículos de comunicação com uma forte tendência ao sensacionalismo ou apelo social travestidos de entretenimento, divulgando uma história tão impactante quanto essa. Uma vez que não compreendo mandarim, a melhor forma de acompanhar era acompanhar a legenda no próprio vídeo, e também a notícia publicada pelo Daily Mail, que é exatamente o que vocês vão acompanhar a partir de agora.

As Notícias Publicadas Pelo Britânico Daily Mail: O Desespero de um Pai Chamado Zhang Liyong e sua Redenção


No dia 27 de junho, o britânico "Daily Mail" (DM) publicou uma notícia intitulada "Heartbroken father prepares his critically ill daughter for her death by taking her to play in her future grave every day - so she wouldn't feel scared when the moment comes" ("Pai desolado prepara sua filha extremamente doente para a morte, levando-a para brincar em seu futuro túmulo todos os dias - assim sendo ela não se sentirá assustada quando chegar a hora", em português). A notícia começava contando sobre um pai desesperado, na zona rural da China, que teria cavado um túmulo para sua própria filha, que por sua vez estaria extremamente doente, de modo a prepará-la para a morte. Esse pai chamado Zhang Liyong, um agricultor da cidade de Neijiang, na província de Sichuan, na região Sudoeste da China, teria gastado todas as suas economias no tratamento da criança, que teria nascido com uma grave desordem sanguínea.

É interessante ressaltar nesse ponto que, de acordo com o último censo realizado em 2010, a cidade de Neijiang possuía uma população de 3,7 milhões de habitantes, sendo que 1,3 milhão morava na área urbana ou metropolitana. Neijiang fica localizada a quase 2.000 km a sudoeste de Beijing, a capital da China.



Nos tempos medievais, a localidade era uma importante área de produção de sal, mas nos últimos tempos seu nome foi associado ao cultivo de cana-de-açúcar, sendo comumente referida como a capital do açúcar de Sichuan. Durante o boom econômico da China na década de 1990 e início do século XXI, Neijiang foi transformada e sua indústria atualmente é bem diversificada com fábricas de eletrônicos. produtos químicos, materiais de construção, e até mesmo bens de consumo.

Nos tempos medievais, a localidade era uma importante área de produção de sal, mas nos últimos tempos seu nome foi associado ao cultivo de cana-de-açúcar, sendo comumente referida como a capital do açúcar de Sichuan
Durante o boom econômico da China na década de 1990 e início do século XXI, Neijiang foi transformada e sua indústria atualmente é bem diversificada com fábricas de eletrônicos. produtos químicos, materiais de construção, e até mesmo bens de consumo
Voltando ao nosso assunto principal, o pai disse que levava sua filha, de apenas dois anos, para brincar e descansar no túmulo, todos os dias, para que ela se familiarizasse com o seu futuro local de descanso final. Confira o vídeo, que foi publicado em um canal de terceiros, no DailyMotion (em mandarim):



Conforme dissemos anteriormente, esse vídeo de partir o coração havia sido publicado pela "Pear Video". No mesmo, podemos ver o pai deitado no túmulo, juntamente com sua filha: a pequena Zhang Xinlei. A menininha teria sido diagnosticada com talassemia, uma doença sanguínea hereditária, aos dois meses de idade. Zhang e sua família teriam gastado mais de 100.000 yuan (aproximadamente R$ 48.000 pela cotação atual e oficial) tratando Xinlei, mas eles não teriam mais conseguido pagar as contas, que eram cada vez mais altas.

"Nós pedimos dinheiro emprestado para muitas pessoas, mas elas não estão mais dispostas a emprestar mais dinheiro", disse Zhang Liyong.

"Nós pedimos dinheiro emprestado para muitas pessoas,
mas elas não estão mais dispostas a emprestar mais dinheiro
", disse Zhang Liyong
Conforme dissemos anteriormente, esse vídeo de partir o coração havia sido publicado pela "Pear Video". No mesmo, podemos ver o pai deitado no túmulo, juntamente com sua filha: a pequena Zhang Xinlei. A menininha teria sido diagnosticada com talassemia, uma doença sanguínea hereditária, aos dois meses de idade
O casal pensou em ter um outro filho de modo a obter o sangue do cordão umbilical para tentar salvar Xinlei. No entanto, eles perceberam que o transplante não seria acessível, em termos financeiros, depois que a esposa de Zhang já tinha engravidado.

"Ficamos diante de uma encruzilhada. Não há outra opção", disse Deng Min, a mãe da menina. Assim sendo, eles decidiram desistir do tratamento e voltaram seu foco para preparar Xinlei para sua própria morte.

"Ficamos diante de uma encruzilhada. Não há outra opção", disse Deng Min, a mãe da menina.
Uma moradora local disse que ela e mais algumas pessoas já tinham doado dinheiro duas ou três vezes para o casal,
mas a situação financeira era complicada para todos
Assim sendo, o casal decidiu desistir do tratamento, e voltou seu foco para preparar Xinlei para sua própria morte
"Só consegui ter essa ideia, em trazê-la para brincar nesse lugar. É aqui que ela descansará em paz. Tudo o que posso fazer é acompanhá-la todos os dias", disse Zhang Liyong, visivelmente emocionado. Ele esperava que a pequena Xinlei se sentisse confortável com seu túmulo e não o temesse quando chegasse a hora derradeira.

Ontem (29), o "Daily Mail" (DM) voltou a tocar nesse mesmo assunto com uma notícia intitulada "Devastated couple who have to prepare their ill daughter for her death in her future grave say they WILL take the slim chance to save the toddler - by having another baby" ("Casal desolado por ter que preparar sua filha doente para morte, em seu futuro túmulo, diz que eles terão uma pequena chance de salvar a filha, se tiverem outro bebê", em português).

A notícia dizia que aquela era uma decisão que nenhum pai gostaria ou deveria ter que fazer, mas que Zhang Liyong, e sua esposa Deng Min, encontravam-se na encruzilhada mais difícil de suas vidas. Desolados, e contrariando o que havia sido mencionado anteriormente, eles disseram que tentarão salvar Zhang Xinlei ao ter outro bebê e usar o sangue do cordão umbilical. Porém, as chances de algo assim acabar tendo um resultado positivo eram bem pequenas: aproximadamente 16 para 1. Aliás, existe a possibilidade de 75% dos pais acabarem gerando outro bebê com o mesmo problema, considerando o histórico familiar.

Confira esse outro vídeo que foi publicado por um canal de terceiros, no DailyMotion (em mandarim, sendo que a primeira parte repete o vídeo anterior, a parte nova começa em 0:30):



Apesar do risco, Zhang Liyong, 29 anos, expressou sua determinação em tratar a pequena Xinlei "não importando o que acontecesse", em sua casa na cidade de Neijiang, na China, depois que as doações começaram a vir da população. Sim, exatamente isso que vocês leram. Depois que a história foi publicada pelo DM, começaram a chover doações para a família. Assim sendo, o pai disse que ele e sua esposa tentariam de tudo ao alcance deles para salvar Xinlei.

"Para salvar minha filha, não me importo com a minha própria dignidade", disse Zhang Liyong, em entrevista para um repórter da Pear Video. De acordo com o DM, pacientes com talassemia precisavam de tratamento ao longo da vida por transfusões de sangue ou terapia de quelação (iremos comentar sobre isso daqui a pouco). Além disso, foi mencionado que Liyong teria passado três dias cavando um túmulo para sua filha e que, se não fossem pelas doações, ele continuaria o processo de levá-la diariamente ao local, porque era a única coisa que lhe restava.

Apesar do risco, Zhang Liyong, 29 anos, expressou sua determinação em tratar a pequena Xinlei "não importando o que acontecesse", em sua casa na cidade de Neijiang, na China, depois que as doações começaram a vir da população
Depois que a história foi publicada pelo DM, começaram a chover doações para a família. Assim sendo, o pai disse que ele e sua esposa tentariam de tudo ao alcance deles para salvar Xinlei
Em entrevista para o DM, Zhang Liyong disse que sua família recebeu doações de pessoas gentis, que moravam nas proximidades e também de lugares mais distantes. Ele e sua esposa, que está atualmente grávida, conseguiu dinheiro suficiente, cerca de 200.000 yuan (cerca de R$ 96.000), para pagar por um transplante de sangue do cordão umbilical, assim que o segundo filho nascer.

"Para salvar minha filha, não me importo com a minha própria dignidade", disse Zhang Liyong,
em entrevista para um repórter da Pear Video
Além disso, foi mencionado que Liyong teria passado três dias cavando um túmulo para sua filha e que, se não fossem pelas doações, ele continuaria o processo de levá-la diariamente ao local, porque era a única coisa que lhe restava
Em entrevista para o DM, Zhang Liyong disse que sua família recebeu doações de pessoas gentis,
que moravam nas proximidades e também de lugares mais distantes
De acordo com o Dr. Ding Gaomin, vice-diretor de Oncologia e Hematologia do Hospital Zhongshan Chenxinghai, em entrevista ao DM, o sangue do cordão umbilical retirado de um irmão compatível poderia curar crianças com talassemia, visto que o mesmo é uma fonte rica em células estaminais.

O Dr. Ding disse que Xinlei tem apenas dois anos de idade, então ainda existia uma chance que ela fosse curada pelo transplante de sangue do cordão umbilical, uma vez que as células-tronco deveriam ser suficientes para gerar a quantidade necessárias de hemoglobina para seu corpo relativamente pequeno.

Ele e sua esposa, que está atualmente grávida, conseguiu dinheiro suficiente, cerca de 200.000 yuan (cerca de R$ 96.000), para pagar por um transplante de sangue do cordão umbilical, assim que o segundo filho nascer
Homem, cujo nome não foi mencionado, contabilizando as doações recebidas pelo casal Zhang Liyong e Deng Min
Tabela com os nomes e os valores doados por moradores locais e até mesmo de outras localidades
Por outro lado, o Sr. Zhang e a Sra. Deng estão enfrentando um dilema, porque ambos carregam os genes da talassemia. Assim sendo, de acordo com o Dr, Ding, a chance de ter um bebê perfeitamente saudável, a pré-condição do transplante de Xinlei, é considerada pequena. Além disso, para que o sangue do cordão saudável do irmão seja possível em Xinlei dependeria da compatibilidade do chamado Antígeno Leucocitário Humano (HLA, sigla em inglês). De acordo com a Fundação Cord Blood, a chance de um futuro irmão ser compatível com ela é de cerca de 25%, o mesmo número citado pelo Dr. Ding.

Nesse ponto é interessante ressaltar que o o sistema imunológico humano é composto por diversas células responsáveis por combater elementos estranhos ao nosso organismo (antígenos) e que possam, porventura, nos causar algum malefício. Estas células são recobertas por moléculas capazes de reconhecer estes antígenos e iniciar uma resposta imunológica. Estas moléculas são glicoproteínas presentes na superfície da membrana celular e são denominadas de antígenos do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC – Major Histocompability Complex), também conhecidos como Antígeno Leucocitário Humano ou sistema HLA (Human Leukocyte Antigen).

Por outro lado, o Sr. Zhang e a Sra. Deng estão enfrentando um dilema, porque ambos carregam os genes da talassemia. Assim sendo, de acordo com o Dr, Ding, a chance de ter um bebê perfeitamente saudável, a pré-condição do transplante de Xinlei, é considerada pequena
De acordo com a Fundação Cord Blood, a chance de um futuro irmão ser compatível
com ela é de cerca de 25%, o mesmo número citado pelo Dr. Ding.
De qualquer forma, fazendo as contas, o casal teria  apenas 6,25% de chances de salvar Xinlei. O Dr. Ding Gaomin disse que, enquanto isso, sugeriria ao casal que procurassem por uma compatibilidade em um banco de sangue. Mesmo assim, diante das dificuldades, Zhang Liyong permanecia confiante.

"Vamos salvá-la se pudermos. Se não pudermos, tentarei o meu melhor. Iremos criá-la até o último dia de sua vida", disse Zhang Liyong.

O que é a Talassemia? Essa Doença Condena Mesmo as Pessoas à Morte? É Possível a Cura Através do Cordão Umbilical de um Irmão?


Nessa terceira e última parte da postagem resolvi escrever rapidamente sobre a talassemia, uma doença, que talvez vocês nunca tenham ouvido falar, sendo assim importante esclarecer alguns pontos sobre a mesma para que vocês não saiam daqui sem estar devidamente informados. Isso é útil, porque não ficamos presos apenas a contar uma história sombria, casos de fantasmas ou mistérios, mas acaba servindo como uma espécie de informativo público e de caráter social.

De acordo com o site da secretaria de saúde do Estado de São Paulo, a talassemia é uma forma de anemia crônica, de origem genética (hereditária), ou seja, passada dos pais para os filhos. Não é transmitida pelo sangue, ar, água, contato físico ou sexual e não é causada por deficiência na alimentação, carência de vitaminas ou sais minerais.

A talassemia faz parte de um grupo de doenças do sangue (hemoglobinopatias) caracterizadas por defeito genético que resulta em diminuição da produção de um dos dois tipos de cadeias que formam a molécula de hemoglobina. Dependendo dos genes envolvidos, o defeito é identificado como a-talassemia (defeito na cadeia alfa) ou b-talassemia (defeito na cadeia beta). Embora haja outros tipos de talassemia, o mais comum no Brasil e no mundo é a beta-talassemia que, dependendo de sua gravidade, se divide em três grupos principais: talassemia minor, talassemia major e talassemia intermediária.

Distribuição geográfica da talassemia: os países em vermelho são aqueles que a condição originalmente afeta certas pessoas, já os países em laranja também há a ocorrência de casos, porém de pessoas que imigraram para esses países, e acabam gerando descendentes portadores.
A talassemia minor, ou traço talassêmico, não é considerada uma doença, mas sim uma característica genética. Seu portador habitualmente não apresenta quaisquer sintomas, levando uma vida totalmente normal, trabalhando, praticando esportes etc. Na maioria dos casos, a única alteração evidente é a cor da pele, que se apresenta mais branca do que o normal.

Já a talassemia intermediária ocorre quando o gene da talassemia sofre uma mutação e engloba um quadro clínico muito mais amplo que a talassemia major. A gravidade da talassemia intermediária é extremamente variável, e no geral não são necessárias transfusões, como ocorre na talassemia major.

A talassemia faz parte de um grupo de doenças do sangue (hemoglobinopatias) caracterizadas por defeito genético que resulta em diminuição da produção de um dos dois tipos de cadeias que formam a molécula de hemoglobina
A talassemia major é uma condição tratável, e terapia regular de transfusões sanguíneas, com sangue seguro e processado de maneira apropriada, e quelação de ferro, garantem ao portador de talassemia major uma vida plena e de qualidade. Esse regime de tratamento recomendado se baseia no combate à anemia prevalente na talassemia (causada pela doença em si) e na prevenção da sobrecarga de ferro progressiva nos tecidos (provocada pela terapia transfusional utilizada para tratar a anemia). Se não forem controladas de forma efetiva, a anemia grave e a expansão da medula óssea, típicas da talassemia major inadequadamente tratada, podem acarretar no paciente:
  • Crescimento inadequado
  • Deformidades ósseas (inclusive faciais)
  • Ossos frágeis e fraturas ósseas
  • Fígado e baço aumentados (organomegalia)
  • Atividades físicas normais prejudicadas
Como curiosidade, a palavra talassemia deriva da combinação dos termos gregos thalassa (mar), e emas (sangue). Com esta palavra, os médicos queriam descrever uma doença hematológica (relativa ao sangue) cuja origem está nos países banhados pelo mar Mediterrâneo, como Grécia e Itália. Por isso, a talassemia também é conhecida como anemia do Mediterrâneo. Outras denominações usadas são anemia de Cooley (devido a Thomas Cooley, pediatra norte-americano que, junto com o médico Perl Lee, primeiro descreveu a doença, em 1927) e microcitemia (eritrócitos, ou glóbulos vermelhos ou hemácias, pequenos).

Imagem mostrando as probabilidades dos descendentes nascerem com talassemia
Quanto a questão da talassemia poder levar os portadores da doença à morte, infelizmente essa é uma realidade, mas talvez não tão precocimente assim. Por exemplo, repetidas transfusões causarão acúmulo de ferro em certas áreas do corpo, assim como no sistema reticuloendotelial e em células de vários órgãos, como fígado, coração, pâncreas e gônadas. A sobrecarga de ferro na talassemia major, se não for tratada de forma adequada, será geralmente fatal na segunda ou terceira década de vida. A maioria das mortes ocorre devido à cardiomiopatia relacionada ao acúmulo de ferro, apresentando-se como arritmia e insuficiência cardíaca.

De qualquer forma, existem outros riscos. Portadores de talassemia têm um risco aumentado de infecção. Isso ocorre principalmente se a pessoa tiver o baço removido (se o baço aumentar muito, o mesmo precisa ser removido). Além disso, a talassemia pode fazer a medula óssea expandir, ampliando os ossos. Isso pode resultar em estrutura óssea anormal, especialmente no rosto e no crânio. A expansão da medula óssea também torna os ossos finos e quebradiços, aumentando a chance de ossos quebrados.

Repetidas transfusões causarão acúmulo de ferro em certas áreas do corpo, assim como no sistema reticuloendotelial e em células de vários órgãos, como fígado, coração, pâncreas e gônadas. A sobrecarga de ferro na talassemia major, se não for tratada de forma adequada, será geralmente fatal na segunda ou terceira década de vida
Entretanto, sim, existe esperança, mas não é tão simples assim. Em abril de 2013, o site do jornal "O Estado de São Paulo" anunciou algo surpreendente para os padrões nacionais: uma menina chamada Maria Vitória, de apenas 6 anos de idade, tinha sido curada da talassemia. A menina foi submetida a um transplante de medula óssea e de sangue de cordão umbilical doados pela sua irmã, Maria Clara, de 1 ano, que nasceu após ter sido geneticamente selecionada por não ter o gene da talassemia e ser 100% compatível com a irmã mais velha, um procedimento inédito no Brasil. Assim sendo, os pais tiveram um outro filho para curar o primeiro, porém houve todo um cuidado nesse sentido. Reparem bem na jornada que foi necessário para chegar a essa cura.

Maria Vitória sofria de talassemia major, uma doença crônica e grave que acontece quando a medula óssea produz menos glóbulos vermelhos e, consequentemente, não consegue fabricar sangue na frequência necessária. Por isso, ela recebia transfusões de sangue a cada três semanas e tomava remédios diariamente para controlar a quantidade de ferro no corpo. Depois de procurar mais de 30 médicos em busca de uma solução para a doença da filha, os pais de Maria Vitória - Jênyce Reginato da Cunha e Eduardo da Cunha - decidiram passar pela fertilização in vitro para selecionar um embrião que pudesse ajudar na cura de Maria Vitória.

Depois de procurar mais de 30 médicos em busca de uma solução para a doença da filha, os pais de Maria Vitória - Jênyce Reginato da Cunha e Eduardo da Cunha - decidiram passar pela fertilização in vitro para selecionar um embrião que pudesse ajudar na cura de Maria Vitória
Na prática, funcionou assim: a fertilização resultou em dez embriões, que tiveram suas células analisadas. Desses, dois eram saudáveis e totalmente compatíveis com a menina. Eles foram implantados no útero de Jênyce, mas apenas um sobreviveu. Foi assim que nasceu Maria Clara, em fevereiro de 2012. No parto, os médicos colheram as células do cordão umbilical de Maria Clara. Como a quantidade não era suficiente para o transplante, foi necessário esperar que o bebê completasse 1 ano para coletar um número maior de células da medula ósseas.

Maria Vitória foi internada em meados do mês de março de 2013, no Hospital Sírio-Libanês para dar início ao condicionamento: recebeu altas doses de quimioterapia para destruir as células da sua medula óssea e deixar o sistema imunológico zerado. Enquanto isso, Maria Clara foi submetida à coleta das células da medula óssea. Em seguida, essas células foram infundidas em Maria Vitória: primeiro as do sangue do cordão e, depois, as da medula óssea da irmã.

Maria Vitória foi internada em meados do mês de março de 2013, no Hospital Sírio-Libanês para dar início ao condicionamento: recebeu altas doses de quimioterapia para destruir as células da sua medula óssea e deixar o sistema imunológico zerado
Enquanto isso, Maria Clara foi submetida à coleta das células da medula óssea. Em seguida, essas células foram infundidas em Maria Vitória: primeiro as do sangue do cordão e, depois, as da medula óssea da irmã
Segundo o hematologista Vanderson Rocha, responsável pelo transplante, durante os 15 primeiros dias a medula de Maria Vitória continuava zerada. Essa foi a fase mais crítica, pois o corpo não produzia nenhuma defesa e a menina ainda precisava receber transfusões. Depois desse período, a medula óssea da criança voltou a fabricar as células e, desde então, ela não precisou mais receber transfusões de sangue. Segundo Rocha, os riscos de complicações pós-transplante existem, mas são muito baixos, sendo que, naquela época, havia cerca de 100 casos de transplantes registrados na Europa para curar a talassemia, todos realizados com sucesso.

Aliás, confiram também um vídeo publicado no canal "Estadão", no YouTube, onde o caso é rapidamente comentado:



Cláudia Veloso, então vice-presidente da Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta), disse que o resultado desse transplante é uma esperança para a cura e deve encorajar outros pais a procurarem o procedimento. "Existe uma ansiedade dos pais porque para muitos, até então, a cura era impossível. Estima-se que existam pelo menos 500 pessoas com o problema no Brasil", disse Cláudia.

Enfim, para maiores informações sobre a talassemia, caso conheça algum parente ou amigo que esteja passando por isso ou até mesmo como forma de saber maiores detalhes sobre essa condição, acesse o site da Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta) que, com certeza, será de muita utilidade para vocês: http://www.abrasta.org.br. Alternativamente, também recomendo o blog "Tudo sobre Talassemia" da Fernanda Rebeque.

Comentários Finais


Sinceramente, ao me deparar com casos assim, me lembro dos programas de sábado ou dominicais assistencialistas brasileiros, que promovem justamente aquilo que deveria ser obrigação do Estado, mas se apoiam em uma suposta "solidariedade do povo brasileiro", como fôssemos o único país do mundo, que tivesse alguma espécie de generosidade interior. É uma característica intrínseca de animais, que convivem em grupo, de terem algum grau de coletivismo, ou seja, isso é muito além de qualquer raça, gênero ou nacionalidade. E, talvez, esse caso simbolize o que nos espera nas redes sociais: uma ação impactante para tentar chamar a atenção da população através de uma plataforma de vídeos, que promove um conteúdo de forte apelo emocional e social. É um cabo de guerra infinito, um círculo vicioso onde a mídia explora a realidade, e a realidade se apoia na mídia, para que ambos saiam ganhando financeiramente, é claro. Enquanto isso, ninguém cobra do Estado, mas por duas razões completamente diferentes: a família não tem voz ativa em um sistema que, se tiver voz ativa, bem, você não será bem visto pelo mesmo, e sabemos o que acontece depois disso. Não precisa ser chinês ou estar na China para saber isso. Já a plataforma de vídeo não tem nenhum interesse em falar do Estado, visto que para sobreviver é preciso entender as regras do jogo, ou seja, apele o quanto quiser, mas faça parecer que a culpa é do destino, do ciclo da vida, das estrelas, de uma conspiração universal, menos do Estado. Assim sendo, temos a receita perfeita para um cenário caótico: O Estado sequer é lembrado e a responsabilidade pelo seu semelhante continua sendo da própria população. Com o passar do tempo não será mais necessário escrever uma carta, pois o mais humilde pegará seu smartphone e pedirá ajuda através de financiamento coletivo, e dará um joinha a cada doação recebida. O Estado é o único arcaico e arcano nesse processo - o que não existe, não precisa evoluir.

A situação da menina é um pouco controversa, porque não sabemos exatamente maiores detalhes da real condição da pequena Xinlei, visto que não podemos esperar que em 1, 2 ou 3 minutos alguém conte para você tudo o que você precisa saber sobre um determinado caso. Onde estão os exames, laudos e a opinião de algum médico, que já tenha atendido a Xinlei? Não aparece quase nada em vídeo sobre isso. Desculpe, contar a realidade em 1 minuto é possível apenas em casos totalmente banais, tal como encontrar uma estátua de um ET no banco do passageiro de um carro. Geralmente, o que é feito é apenas um resumo mostrando apenas os detalhes considerados principais por aquele que o escreve. A questão é que muitas vezes a realidade de uma história está justamente nos detalhes, que não são contados seja por falta de espaço, tempo ou interesse. Com o tempo aprendi, que as pessoas têm interesse em ler, tem interesse em ser informadas além do que contam para elas. Aliás, ao contrário do que acontece com a "Pear Video", falar sobre a realidade não me traz um retorno financeiro viável, muito pelo contrário, ganho menos que um coveiro. Porém, isso me permite chegar aqui e fazer a seguinte ponderação: se o casal Zhang e Deng sabia que a chance de salvar a filha era de 6%, e que a chance de condenar outra vida a morte, devido as condições financeiras que possuem e a completa ausência do Estado era de 94%, por qual razão ainda tiveram outro filho? Esperança? Amor? Prosperidade? Sinal Divino? Brilho no olhar de Buda?

Evidentemente, eles sabiam que o dinheiro estava ficando mais escasso, e sabiam muito bem que o custo para "curar" Xinlei seria muito mais alto. Isso porque para "salvar" Xinlei, bastaria continuar com o tratamento ao longo da vida, assim como a grande maioria dos portadores fazem. Será que não existe esse tipo de tratamento disponibilizado pelo próprio Estado, em uma cidade com quase 4 milhões de habitantes? Já pararam para pensar, que eles podem ter decidido ter outro filho(a), porque perceberam que seria mais fácil pedir ajuda aos seus semelhantes se Deng estivesse grávida? Qualquer pessoa olharia a cena, e se impactaria com o túmulo, com uma criança pequena de apenas 2 anos sem entender absolutamente nada do que está acontecendo, com a esposa gravída, sendo que o(a) filho(a), que espera pode não ser útil para curar Xinlei e, ainda por cima, pode estar fadado(a) ao mesmo destino dela, visto que é a probabilidade é extremamente pequena. Obviamente, em um mundo positivista e dos contos de fadas, deveríamos manter a esperança e rezar para que os nossos deuses fizessem o seu milagre, que gerassem uma criança saudável, sem problemas e totalmente compatível com Xinlei e, então, teríamos uma família feliz vivendo sua vida em uma área rural da China. Essa é a mensagem que o vídeo promovido pela "Pear Video" quer transmitir. Por outro lado, a realidade é bem diferente. É como se cada pessoa se tornasse o seu próprio Deus, e tivesse nas mãos o poder de salvar alguém, cujos pais imputaram a cada pessoa a responsabilidade sobre a vida desse alguém e de sua(eu) futura(o) irmã(ão). Talvez uma única frase proferida pelo homem - não pelo pai, visto que pai e mãe são todos aqueles doaram o pouco que tinham ao redor para ajudá-los a descobrir o que é ser pai ou mãe e ter responsabilidade na vida - faça realmente sentido, quando ele disse não se importava com sua dignidade para "salvar" Xinlei. Provavelmente, na próxima vez, ele apareça com Xinlei, seu mais novo bebê e sua esposa novamente grávida deitados todos juntos naquela mesmo túmulo, para que sejamos novamente seus pais.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4640454/Father-digs-grave-ill-girl-help-wait-die.html
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4650054/Couple-save-ill-daughter-preparing-death.html
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,transplante-inedito-de-cordao-e-medula-cura-menina-com-talassemia-imp-,1022797
http://www.laboratorioxanxere.com.br/noticias/hla-antigeno-leucocitario-humano
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/talassemia
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3647
http://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/gestor/homepage-old2/acesso-rapido/grupo-de-sangue-componentes-e-derivados-hemorrede/o-que-e-talassemia
http://www.weibo.com/1744259092/F9htZjlXm?refer_flag=1001030106_&type=comment
https://www.pearvideo.com/video_1098626
https://www.pearvideo.com/video_1100779

Especial do Homem-Lagarto (Parte I): Lendas, Simbologia, Cidade de Ouro sob Los Angeles e o Suposto Monstro Reptiliano do Lago Thetis!

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Por Marco Faustino

Originalmente, o conteúdo desta postagem fazia parte da chamada "Semana do Homem-Lagarto", algo que teria um formato inédito de cinco especiais consecutivos, culminando em um grande especial, que seria realizado em um domingo, onde seria contada toda a história sobre o "Homem-Lagarto" relacionada ao estado norte-americano da Carolina do Norte, visto que há muito material nesse sentido. No entanto, devido a uma série de motivos, todo o material foi reduzido a apenas duas partes, ou seja, o que antes era da primeira a quarta parte foi reunido em uma única postagem, essa mesma que vocês estão lendo agora. A quinta e última parte, justamente sobre a relação entre o "Homem-Lagarto", e o estado norte-americano da Carolina do Sul, foi desmembrada, por assim dizer. Portanto, não há uma previsão de "se" ou "quando" a mesma será tema de um eventual e futuro especial. Infelizmente, nesse primeiro momento, ficarei devendo o derradeiro desfecho (todo o material sobre a Carolina do Sul) para vocês. Vamos torcer para que isso se concretize futuramente, mas particularmente não posso dar uma previsão sobre isso.

Antigamente, costumava dizer que esse especial era uma espécie de "xodó", uma vez que passei cerca de duas semanas (um pouco mais do que isso para ser bem sincero) pesquisando, traduzindo, escrevendo e dissecando tudo o que era possível sobre o "Homem-Lagarto." Aliás, o especial, independentemente de número de partes, trata-se da "criatura criptozoológica" que, em determinados momentos pode até mesmo se assemelhar com determinadas histórias sobre seres reptilianos, que provavelmente você já escutou por aí. Sinceramente, a lenda do "Homem-Lagarto" chega a ser muito mais interessante, porque ao contrário de meros livros de ficção científica, fui atrás de cada detalhe, de cada passagem e contexto para mostrar como tudo isso começou, e toda a disseminação através das décadas e dos séculos. Em vídeo será abordado tão somente a parte da "Cidade de Ouro sob Los Angeles", porém no texto vocês podem conferir tudo o que vocês precisam saber sobre o "Homem-Lagarto" de 1530 até 1987, na Carolina do Norte (posteriormente surgiria o mais famoso relato de todos, na Carolina do Sul).

De qualquer forma, no que se tornou a "primeira parte" iremos fazer uma espécie de jornada sobre essa criatura mitológica chamada de "Homem-Lagarto", que muitas vezes já foi denominado de "Homem-Peixe" ou "Homem-Sapo" ao longo de sua história. Vamos abordar as principais lendas, os contos, a simbologia, e todos os acontecimentos registrados por meio de livros ou jornais, até chegar no Lago Thetis, no Canadá e no estado norte-americano da Carolina do Sul. Assim sendo, espero que vocês gostem do que consegui reunir e trazer para vocês, algo que considero o material mais completo em língua portuguesa sobre essa criatura, que já teria habitado algumas regiões do território norte-americano. Vamos saber mais sobre esse assunto?

A Origem de Tudo? A Lenda dos Inzignanin, da Tribo Chicora, Relatada no Ano de 1530


Os nativos americanos de uma tribo chamada Chicora, que ocupavam territórios entre os estados norte-americanos da Carolina do Sul e da Carolina do Norte, repassaram ao longo do tempo, por meio de seus ancestrais, uma lenda que atravessaria os séculos. Os nativos diziam que uma raça feroz de "homens-peixe" chamada de Inzignanin, aterrorizavam as regiões costeiras antes mesmo da chegada dos europeus.

Alguns historiadores modernos também dizem, que a simbologia poderia transmitir a ideia, que eles fossem "homens-crocodilo." Algumas fontes atuais também dizem que os Inzignanin tinham cerca de 1,5m de altura, e suas caudas tinham cerca de 45 cm. Porém, nem sempre foi assim. Em um livro chamado "De Orbe Novo" publicado postumamente em latim, em 1530, do historiador italiano Peter Martyr d'Anghiera, é contada a história de Lucas Vásquez de Ayllón, um explorador espanhol responsável pela auditoria da colônia de Santo Domingo, naquela mesma época. Em um determinado trecho deste livro, mais precisamente na página 261, é possível encontrar uma "estranha informação."

"Há também um outro país chamado Inzignanin, habitado por homens com caudas de um metro de comprimento, e tão grossas quanto o braço de um homem que, de acordo com os ancestrais, certa vez vieram até eles. Esta cauda não tinha mobilidade como dos quadrúpedes, mas havia formado uma massa, tal como vemos no caso de peixes e crocodilos, e era tão dura quanto um osso. Quando esses homens queriam se sentar, tinham, portanto, que ter um assento com um fundo aberto. Se não houvesse nada assim, eles tinham que cavar um buraco mais profundo do que um cúbito para acomodar as suas caudas, para que pudessem descansar. Seus dedos eram compridos o largos. A pele deles era áspera, quase escamosa. Eles comiam apenas peixe cru e, quando os peixes acabaram, todos eles morreram de fome, sem deixar nenhum descendente."

Em um livro chamado "De Orbe Novo" publicado postumamente em latim, em 1530, do historiador italiano Peter Martyr d'Anghiera, é contada a história de Lucas Vásquez de Ayllón, um explorador espanhol responsável pela auditoria da colônia de Santo Domingo, naquela mesma época
Em um determinado trecho deste livro, mais precisamente na página 261, é possível encontrar uma "estranha informação."
Peter Martyr d'Anghiera ainda disse que "essas fábulas e outras bobagens semelhantes eram proferidas aos nativos por seus pais." Entretanto, é bem interessante a riqueza de detalhes e a utilização da unidade de medida "cúbito", visto que ela é uma das unidades de medida mais antigas das quais se tem notícia, utilizada no Antigo Egito, há cerca de 5.000 anos. Essa unidade de medida é definida pelo comprimento do braço, medido do cotovelo à extremidade do dedo médio distendido, ou seja um pouco maior que 50 cm.

Peter Martyr d'Anghiera (na imagem) ainda disse que "essas fábulas e outras bobagens semelhantes eram proferidas aos nativos por seus pais." Entretanto, é bem interessante a riqueza de detalhes e a utilização da unidade de medida "cúbito", visto que ela é uma das unidades de medida mais antigas das quais se tem notícia, utilizada no Antigo Egito, há cerca de 5.000 anos
Voltando ao contexto histórico, Lucas Vásquez de Ayllón financiou uma expedição pelo continente norte-americano, que foi realizada pelo capitão Francisco Gordillo, e ordenou para que ele cultivasse relações amigáveis com os povos, para que estivessem preparados para uma posterior colonização. Durante a longa viagem, Gordillo se encontrou nas Bahamas com seu primo, chamado Pedro de Quejo, um traficante de escravos, que resolveu seguir viagem com Gordillo. Em junho de 1521, eles passaram por um local onde eles denominaram de Rio São João Batista, onde atualmente, provavelmente seria a região nordeste da Carolina do Sul, chamada de "Pee Dee."

Uma multidão de nativos curiosos se reuniram na praia para observar os estranhos, porém os nativos começaram a fugir à medida que o barco dos espanhóis se aproximava. Dois nativos foram capturados e levados a bordo de um dos navios, onde lhes foram dadas roupas tipicas da Espanha, daquela época, é claro. Em seguida os espanhóis os deixaram em terra firme novamente. Os nativos ficaram maravilhados com a aparência que ambos passaram a ter.

Mapa espanhol do Novo Mundo, onde estava representada a colônia de Santo Domingo. Também é possível notar
o que seria o território da tribo Chicora, que hoje seria o território compreendido pelos estados da Carolina do Norte e Carolina do Sul
Assim sendo começou uma relação aparentemente amistosa, onde o chefe da tribo Chicora ordenou que 50 homens de sua tribo levassem comida até os espanhóis, e uma troca de presentes foi iniciada, assim como foram realizadas visitas guiadas pelos nativos. Curiosamente, os nativos foram descritos pelo espanhóis como sendo homens brancos, maiores do que a estatura média do homem espanhol, e vestidos com peles de animais. Intrigante, não é mesmo?

Em um determinado momento, os nativos americanos foram convidados para que subissem até os navios espanhóis, e vissem como era toda a estrutura interna dos mesmos. Aparentemente, no entanto, tudo não se passava de uma estratégia de Pedro de Quejo, que estava ávido por escravos. De repente, os espanhóis levantaram âncora, e partiram em direção a Santo Domingo com cerca de 70 nativos americanos ainda a bordo, incluindo o homem que seria chamado de Francisco.

Entretanto, quando eles chegaram em Santo Domingo, Ayllón denunciou os líderes por suas respectivas traições. Ele levou o assunto até uma comissão liderada por Diego Colombo. A comissão declarou que os nativos sequestrados deveriam ser soltos, e ordenou que fossem devolvidos para o continente. Por outro lado, essa viagem nunca aconteceu, porque foi considerado muito dispendioso realizar uma outra expedição somente para esta finalidade. Muitos passaram a vagar pelas ruas de Santo Domingo, se tornando mendigos, e os poucos que sobreviveram tornaram-se praticamente criados de alguma casa ou estabelecimento. A maioria morreu até 2 anos depois em Santo Domingo, porém um sobreviveu. Conforme citamos anteriormente, o nativo sobrevivente foi batizado no catolicismo com o nome de "Francisco de Chicora". Ele aprendeu espanhol, e passou a trabalhar para Lucas Vásquez de Ayllón.

Entretanto, quando eles chegaram em Santo Domingo, Ayllón (na imagem) denunciou os líderes por suas respectivas traições. Ele levou o assunto até uma comissão liderada por Diego Colombo. A comissão declarou que os nativos sequestrados deveriam ser soltos, e ordenou que fossem devolvidos para o continente
Acompanhando Ayllón para a Espanha, Francisto de Chicora reuniu-se com o historiador Peter Martyr, e lhe contou muito sobre o seu povo. Peter Martyr então reuniu essas informações, cruzou as informações com os relatos dos exploradores, e registrou tudo em uma publicação chamada "Testimony of Francisco de Chicora", que foi publicada em 1525. No ano seguinte, em 1526, Francisco de Chicora acompanhou Ayllón em uma grande expedição à América do Norte com cerca de 3 navios e 600 colonos, porém uma vez que pisaram em terra firme, conta-se que Francisco de Chicora conseguiu fugir e voltar para seu povo. Desde sua fuga não houve mais nenhum registro histórico sobre ele.

Peter Martyr d'Anghiera faleceu em outubro de 1526, mas sua obra denominada "De Orbe Novo", também conhecida com o nome de "A História das Índias Ocidentais" foi publicada postumamente, em 1530. E, conforme dissemos começo, nesse livro consta o primeiro registro histórico sobre essa lenda, em solo norte-americano, muito embora especialistas costumam dizer, que essas criaturas são muito semelhantes aos "humanoides anfíbios e reptilianos" mencionados em lendas antigas no México, África e na Mesopotâmia. Será mesmo?

A Lenda do Pugwis dos Povoados Kwakwaka'wakw, no Canadá


Os Kwakwaka'wakw são aborígenes que tradicionalmente habitam as áreas costeiras compreendidas do nordeste da Ilha de Vancouver até a parte continental da Columbia Britânica, no Canadá. Originalmente composta por cerca de 28 comunidades, que falam um idioma chamado Kwak'wala, alguns grupos desapareceram ou se juntaram a outros ao longo do tempo, reduzindo o número de comunidades aproximadamente pela metade. Após um contato constante a partir do final do século XVIII, os europeus deram um nome mais simplificado a eles, chamando-os de Kwakiutl.

Nesse ponto vale lembrar, que foi precisamente no ano de 1792, que os exploradores espanhóis "Dionisio Alcalá-Galiano" e "Cayetano Valdés", juntamente com o capitão britânico "George Vancouver", que passaram a ter esses primeiros contatos com os povos Kwakwaka'wakw. Atualmente, a absoluta maioria das crianças Kwakwaka'wakw falam o idioma inglês como sendo seu primeiro idioma, embora muitas escolas na região patrocinem programas no idioma Kwak'wala, assim como dança tradicional e arte. A mitologia desses aborígenes é bem interessante e, entre as diversas criaturas que fazem parte dela, havia o "Pugwis."

Reprodução de uma máscara de Pugwis onde representaria uma espécie de criatura aquática, que atormentouos Kwakwaka'wakw por anos na região de "Puget Sound", localizada entre o Canadá e os EUA.
Atualmente, a absoluta maioria das crianças Kwakwaka'wakw falam o idioma inglês como sendo seu primeiro idioma, embora muitas escolas na região patrocinem programas no idioma Kwak'wala, assim como dança tradicional e arte. A mitologia desses aborígenes é bem interessante e, entre as diversas criaturas que fazem parte dela, havia o "Pugwis."
O "Pugwis" (também conhecido por Bakwas, Bookwus, Bukwis, Buk'wus, Pu Gwis, Pu'gwis, entre outros nomes) seria uma criatura esquelética, uma espécie de homem selvagem de cabelos compridos, com olhos protuberantes, e que possuiria grandes dentes incisivos. Seu corpo seria frio como gelo, possuiria grande força física, e poderia saltar grandes distâncias. Ele teria o poder de hipnotizar as pessoas, caso as mesmas olhem diretamente em seus olhos. Muitas vezes, o mesmo seria identificado equivocadamente com o Sasquatch (Pé-Grande), das tribos de nativos americanos chamados Salishan, mas as duas criaturas seriam extremamente diferentes. Na verdade, o "Pugwis" seria uma espécie de fantasma associado a vítimas de afogamento (muitas vezes conhecido como o "Rei dos Fantasmas", "Homem do Mar" ou "Caçador da Noite").

O "Pugwis" seria encontrado onde o oceano se encontra com uma floresta densa (algo semelhante a uma área alagada). Ele também tentaria seduzir os seres humanos a comer cascas apodrecidas de árvores, vermes, sapos, serpentes elagartos, fazendo com que viajantes cansados ou perdidos, imaginassem que fosse apenas uma comida normal. O objetivo seria levar suas almas para o mundo dos espíritos, porém algumas dessas almas infelizes seriam levadas para a casa dele, e nunca mais retornariam aos seus respectivos lares. Ele teria o hábito noturno, e não seria visto durante o dia. O "Pugwis" se alimentariam principalmente de berbigão (uma espécie de molusco) e, Apesar de sua aparência ter sido retratada de diferentes formas ao longo do tempo, ele não seria necessariamente uma criatura aquática, uma vez que poderia viver normalmente em terra firme. Assim sendo, poderia ser uma espécie de criatura híbrida, uma espécie diferenciada de anfíbio ou até mesmo reptiliana

O Pugwis seria encontrado onde o oceano se encontra com uma floresta densa (algo semelhante a uma área alagada). Ele também tentaria seduzir os seres humanos a comer cascas apodrecidas de árvores, vermes, sapos, serpentes e lagartos, fazendo com que viajantes cansados ou perdidos, imaginassem que fosse apenas uma comida normal.
O Pugwis supostamente atormentou o povo Kwakiutl da região de "Puget Sound" por anos. A região é uma espécie de braço do Oceano Pacífico ao longo da costa noroeste do estado norte-americano de Washington, e a província canadense da Columbia Britânica. Segundo a mitologia, no entanto, não haveria somente uma criatura, pois o Pugwis também tinha a capacidade de transformar a pessoa em outro Pugwis, caso assim desejasse. Bem peculiar, porém igualmente interessante.

A Dança da Serpente da Tribo Hipo


Os "Hopi" são um tribo de nativos americanos, que ainda vivem principalmente na Reserva Hopi, no nordeste do estado norte-americano do Arizona, sendo que algumas comunidades estão localizadas ao longo do rio Colorado. A população Hopi, segundo o último censo realizado em 2010, superava a marca de 18 mil pessoas, e o idioma falado por eles era um dos 30, que pertenciam a grupo de idiomas uto-astecas. Quando foram encontrados pela primeira vez, pelos espanhóis no século XVI, os "Hopi" e os povos vizinhos foram referidos como "Pessoas de Pueblo", porque eles viviam em aldeias (pueblos no idioma espanhol), e tinham uma mitologia e rituais muito peculiares. Aqui iremos conhecer apenas um deles para que a postagem não perca muito o foco original, combinado?

A cada dois anos, entre os meses de agosto e setembro, os Hopi realizavam uma cerimônia religiosa com duração de cerca de 16 dias. Muitos acreditavam que essa cerimônia seria um ato de pura veneração as serpentes, mas não era bem assim. Basicamente toda a cerimônia tinha como objetivo cultuar os antepassados Hopi, e também para ajudar a trazer chuva, uma vez que eles estavam localizados no chamado "Meio-Oeste dos Estados Unidos", onde as chuvas não são tão abundantes assim.

Ilustração demonstrando a dança da serpente realizada por membros da tribo Hopi
A chamada "dança da serpente" era realizada no último dia da celebração, por membros dos clãs da "Serpente" e do "Antílope", de todas as três colinas (chamadas de mesas) onde os Hopi viviam no estado norte-americano do Arizona. Os Hopis até hoje acreditam que seus ancestrais se originaram em um submundo (também interpretado como subterrâneo), e que os seus deuses e os espíritos dos antepassados ainda vivem por lá. Eles chamam as serpentes de seus irmãos, e também acreditam que as mesmas irão levar as suas orações aos "Rainmakers" ("Fazedores de Chuva", em uma tradução literal para o português), também chamados de "Elder Brothers" (os "Irmãos mais Velhos") debaixo da Terra. Assim sendo, os Hopi costumavam dançar com serpentes, também chamadas de "Young Brothers" (os "Irmãos mais novos"), em suas bocas para transmitir suas preces para eles.

Um dos primeiros a registrar essa dança foi John Gregory Bourke, um capitão norte-americano, de ascendência irlandesa, do Exército dos Estados Unidos. Ele escreveu diversos livros sobre o "Velho-Oeste" norte-americano, incluindo etnologias de seus povos indígenas. Bourke presenciou a dança da serpente em Walpi, no mês de agosto de 1881, e publicou um livro sobre o assunto chamado "The Snake-Dance of the Moquis of Arizona" em 1884. Foi justamente esse livro que atraiu a atenção nacional, e projetou Bourke como um etnógrafo. Bourke era um observador cuidadoso e fez um relato completo dessa dança. Ele ainda notou que, durante o ritual, havia cerca de 750 pessoas, e apenas meia dúzia deles eram homens brancos norte-americanos. Além de descrever as atividades de todos os participantes, Bourke foi induzido a escrever, que a dança da serpente tinha o "tom lúgubre de um pesadelo."

Um dos primeiros a registrar essa dança foi John Gregory Bourke (à esquerda), um capitão norte-americano, de ascendência irlandesa, do Exército dos Estados Unidos. Ele escreveu diversos livros sobre o "Velho-Oeste" norte-americano, incluindo etnologias de seus povos indígenas
Lápide de John Gregory Bourke, no Cemitério Nacional de Arlington, no estado norte-americano da Virgínia
Em 1891, o antropólogo e arqueólogo Jesse Walter Fewkes, também registrou detalhes esse ritual da tribo Hopi, e publicou um livro chamado "The Snake Ceremonials at Walpi", em 1894. Nos anos de 1896 a 1897 foi realizada mais uma expedição coordenada por Jesse Walter Fewkes. Acompanhando essa jornada estava Walter Hough, um etnologista americano, assistente da curadoria do Museu Nacional dos Estados Unidos, naquela época. A cada vez que a cerimônia era realizada, no entanto, a presença de expectadores aumentava.

Naquela época, mórmons, vaqueiros armados, garimpeiros, oficiais do exército, professores das escolas, cientistas, fotógrafos e turistas com roupas adaptadas a vida moderna, se misturavam com os espectadores da própria tribo Hopi, uma verdadeira confusão heterogênea. Não menos do que 100 homens brancos testemunharam a dança da serpente, em Wolpi, em 1897.

Conforme dissemos anteriormente, a cerimônia durava mais de duas semanas, porém no 11º dia começavam os preparativos para a dança da serpente. Durante quatro dias, os sacerdotes-serpente saíam de suas aldeias para capturar as serpentes. No 15º dia, uma espécie de corrida a pé era realizada, o que simbolizava que os "deuses da chuva" estavam trazendo água para a aldeia. Em seguida, era construída uma "Kisi", um buraco raso coberto com uma placa, geralmente de pedra, para representar a entrada para o submundo. As serpentes eram lavadas e colocadas na Kisi. No último dia os sacerdotes-serpente seguravam as serpentes, e então as colocavam em suas bocas, enquanto um outro sacerdote tentava acalmar, distraindo o animal, apenas com uma espécie de bastão com plumas. Aliás, desde o momento que nasciam, as crianças da tribo Hopi eram acostumadas na presença das serpentes.

Em 1891, o antropólogo e arqueólogo Jesse Walter Fewkes (na imagem), também registrou detalhes esse ritual da tribo Hopi, e publicou um livro chamado "The Snake Ceremonials at Walpi", em 1894. Nos anos de 1896 a 1897 foi realizada mais uma expedição coordenada por Jesse Walter Fewkes
A quantidade de serpentes era um tanto quanto expressiva. Estimava-se que havia entre 50 a 60 pequenas cobras-chicote-do-oeste, cobras-touro, e até mesmo cascavéis, que eram vistas enroladas em torno dos braços e pescoços dos sacerdotes. Curiosamente, depois que a dança era realizada, os participantes tomavam um emético (provavelmente uma erva sedativa), porém não era um anti-veneno. De qualquer forma, isso os fazia vomitar, e os levava a acreditar que eliminaria quaisquer "feitiços" que poderiam vir das cobras. Com um pouco de sorte, nos dias seguintes, nuvens escuras se formavam no céu, e eventualmente chovia.

Histórias sobre as origens dessas danças cerimoniais foram passadas, de geração em geração, oralmente. Quando os nativos americanos foram "realocados" no século XIX, o governo dos Estados Unidos proibiu certas danças cerimoniais tribais. Em algumas regiões, os membros das tribos diziam as autoridades federais, que eles estavam realizando uma "dança da chuva", em vez de divulgar o fato de que eles estavam realmente realizando uma das cerimônias proibidas. O processo de civilização dos "Hopis" aparentemente envolveria a "perda" de sua cultura. À medida que se tornaram mais civilizados, ou seja, mais parecidos com os americanos brancos, eles descontinuaram tal prática.

Vale ressaltar ainda, que algumas tribos de nativos-americanos tinham rituais, e algumas crenças em povos antigos, que por sua vez habitariam o subterrâneo. Eles até mesmo acreditavam que esses seres vinham até a superfície para ajudá-los em épocas de crise ou grande dificuldade. É algo bem complexo e demanda uma pesquisa muito mais aprofundada sobre o tema, bem além do que vocês já leram. Por enquanto, apenas vamos citar algumas outras lendas envolvendo criaturas híbridas, que pertencem a mitologia de outras tribos da América do Norte.

Conheça Outras Lendas Sobre Criaturas Híbridas nas Tribos Indígenas da América do Norte


É importante ressaltar neste ponto, que tentamos focar apenas na lenda do Pugwis, porém as tribos indígenas de toda a América Norte, principalmente da região noroeste dos Estados Unidos, e Oeste do Canadá, são repletas de contos sobre criaturas aquáticas. Na tribo "Haida", por exemplo, há um conto sobre "A Filha do Peixe-Demônio", onde relata a história de um homem que se torna um polvo.

O Wasgo por sua vez faz parte de outra lenda. A criatura seria o totem animal de diversas tribos. Representações nativas do Wasgo, o identificam como sendo um animal comprido, com o corpo de serpente, pequenas patas dianteiras, e uma cabeça canina ou de crocodilo. Seria aquático,  e muito poderoso - mais forte do que uma orca - carnívoro, com dentes afiados, cauda e barbatanas. Já ao longo da costa do Alasca, os esquimós costumam falar sobre uma serpente marinha carnívora chamada de "Tirichik", (também conhecida por "Mauraa", "Nikaseenithulooyee", entre outros nomes), que seria algo parecido como um crocodilo.

O Wasgo por sua vez faz parte de outra lenda. A criatura seria o totem animal de diversas tribos. Representações nativas do Wasgo, o identificam como sendo um animal comprido, com o corpo de serpente, pequenas patas dianteiras, e uma cabeça canina ou de crocodilo
Podemos citar também sobre uma criatura lendária da mitologia do povos "Nuu-chah-nulth" (também conhecidos como Nootka, Nutka, Aht, Nuuchahnulth ou Tahkaht), que se chama "Haietlik". Seu nome significa "serpente-relâmpago", e seria uma espécie de serpente marinha bem poderosa. Eles também a chamam de "mestre dos relâmpagos" devido a sua capacidade única em "cuspir relâmpagos."

Aliás, antigos petróglifos de toda essa região foram identificados como se referissem a Wasgos ou Haietliks por diversos descendentes tribais. Os petróglifos parecem se referir a um animal aquático alongado com alguma projeção sobre a cabeça, e uma cauda, que serviria para nadar.

Os nativos da tribo "Cree", uma das maiores tribos indígenas da América do Norte com cerca de 200.000 membros, que ainda habitam predominantemente o leste canadense, possuem em sua mitologia algumas criaturas conhecidas como "Mamnegishi" (também conhecidos por Memegwesi). Elas são descritas como pequenas criaturas bípedes com seis dedos em cada mão, uma cabeça desproporcionalmente grande, sem nariz, membros alongados, olhos grandes e sem pelo. Os índios Cree ainda descrevem os "Mamnegishi" como criaturas ardilosas que têm grande prazer em pregar peças nos seres humanos. A tribo Cree ainda menciona que os "Mamnegishi" são pequenos espíritos que moram em áreas ribeirinhas. Em algumas tradições Ojibwe, eles só podem ser vistos por crianças ou pessoas envolvidas na área da medicina. Já em outras, eles podem aparecer para qualquer pessoa, e podem ajudar os seres humanos, que lhes dão tabaco e outros presentes.

Os nativos da tribo "Cree", uma das maiores tribos indígenas da América do Norte com cerca de 200.000 membros, que ainda habitam predominantemente o leste canadenese, possuem em sua mitologia algumas criaturas conhecidas como "Mamnegishi" (também conhecidos por Memegwesi).
Os índios Cree ainda descrevem os "Mamnegishi" como criaturas ardilosas que têm grande prazer em pregar peças nos seres humanos. A tribo Cree ainda menciona que os "Mamnegishi" são pequenos espíritos que moram em áreas ribeirinhas
Finalmente, temos a tribo de nativos americanos chamada "Shawnee", que habitava a área em torno do que é atualmente conhecido como sendo um rio chamado "Little Miami". O rio tem esse nome devido a um tribo de nativos americanos, que se chamava "Miami". Eles falavam um idioma chamado "Algonquian", e viveram na região durante os primeiros dias da colonização europeia. Aliás, essa tribo foi forçada a se mudar para o Oeste para escapar da pressão da própria colonização do "homem branco". Como curiosidade, o rio chamado "Little Miami" se estende por 179 km ao sul do Estado de Ohio.

A tribo tinha uma lenda sobre uma criatura chamada de "Shawnahooc", que se fosse traduzido para o nosso idioma seria algo como "O Demônio do Rio". Reza a lenda, que um pequeno grupo de índios Shawnee saíram para caçar, quando se depararam com uma enorme criatura reptiliana nas margens do rio. Os índios tentaram se aproximar, mas assim que o fizeram, a criatura se ergueu com suas patas traseiras e recuou, voltando então para dentro do rio. De volta para a tribo, os demais índios Shawnee ficaram extremamente assustados ao ouvir tal relato. Acreditando que essa criatura fosse um demônio, eles enviaram seus melhores guerreiros para derrotá-lo ou mandá-lo para bem longe. Os Shawnee, no entanto, nunca mais viram a tal criatura. De acordo com sua mitologia, acredita-se que, após a criatura ter visto a aproximação dos guerreiros, ela teria fugido e nunca mais voltado.

As Estátuas de "Homens-Lagarto" de Ubaid, no Iraque


Antes de continuarmos, vamos fazer um breve comentário sobre o sítio arqueológico de Ubaid, no Iraque, que é extremamente importante para os arqueólogos e historiadores, e consiste em um pequeno monte de cerca de 500 metros de diâmetro, e 2 metros de altura acima do solo. O local foi escavado pela primeira vez por Harry Reginald Hal, em 1919.

Nesse sítio, já foram achados diversos objetos de uma época pré-suméria, também chamada de "período Ubaid" (5900 a 4000 a.C.), assim como uma série de estátuas representando "lagartos humanoides", indicando que eles não seriam propriamente deuses (tal como os deuses com cabeças de animais do Egito), mas como se fossem uma raça de lagartos humanos, por assim dizer.

Antes de continuarmos, vamos fazer um breve comentário sobre o sítio arqueológico de Ubaid, no Iraque, que é extremamente importante para os arqueólogos e historiadores, e consiste em um pequeno monte de cerca de 500 metros de diâmetro, e 2 metros de altura acima do solo. O local foi escavado pela primeira vez por Harry Reginald Hal, em 1919
Representações masculinas e femininas foram encontradas em diferentes posições e, na maioria das estatuetas, as mesmas pareciam estar usando um elmo ou então  ter algum tipo de preenchimento nos ombros. Já em outras, aparecem segurando um espécie de cetro, possivelmente como um símbolo de justiça ou até mesmo de cunho religioso. Algumas estátuas que representariam um ser feminino, estariam seguram uma espécie de bebê, sendo que a criança também estaria representada como se fosse uma "criatura reptiliana." As estatuetas são representadas como se tivesse o crânio alongado, olhos amendoados, rostos cônicos alongados, e um nariz parecido com de um réptil.

Os adeptos da crença dos "antigos astronautas", logo deduziram que elas representavam os reptilianos, que costumavam viver ou ainda vivem na Terra de acordo com algumas "teorias conspiratórias". Embora isso pareça improvável para muita gente, a verdadeira natureza das estátuas nunca foi revelada. Arqueólogos dizem que as estátuas foram encontradas em tumbas, e nem todas continham essas estátuas. Provavelmente elas determinavam algum status social, que poderia ser atribuído a xamãs ou sacerdotes. Os olhos puxados seriam comuns em outras estátuas encontradas na região, devido meramente ao parentesco asiático. Quanto ao crânio alongado, também é mencionado que a civilização que ali vivia, também praticava o chamado "alongamento craniano."

Arqueólogos dizem que as estátuas foram encontradas em tumbas, e nem todas continham essas estátuas. Provavelmente elas determinavam algum status social, que poderia ser atribuído a xamãs ou sacerdotes. Os olhos puxados seriam comuns em outras estátuas encontradas na região, devido meramente ao parentesco asiático.
No entanto, seria mesmo possível que uma raça reptiliana tivesse vivido em nosso planeta ou isso não passaria apenas de uma mera simbologia de culturas e crenças de povos antigos? Seriam apenas homens usando máscaras em adoração ao que acreditavam serem deuses vivendo entre eles? Bem, vamos saber um pouco mais sobre a simbologia do lagarto e da serpente ao redor do mundo, antes de prosseguirmos a nossa jornada pelos Estados Unidos.

A Simbologia do Lagarto e da Serpente


O lagarto partilha algo do simbolismo da sua relativa proximidade da serpente, especialmente como emblema da ressurreição (derivando de sua muda regular de pele). Isso pode explicar seu uso como motivo nos castiçais cristãos. Era, por exemplo, o emblema benéfico no Egito, e no mundo clássico, às vezes ligado a sabedoria. Tornou-se atributo da Lógica na arte. Os lagartos aparecem no mito maori como monstros guardiães. No folclore e nas decorações aborígenes, melanésias e africanas, são heróis da cultura ou figuras acentrais. Para o xamanismo, o lagarto é um guardião dos conhecimentos e culturas dos povos. Aliás, a visão do lagarto seria capaz de colocar os povos em contato com os seus ancestrais.

A serpente é o mais significativo e complexo de todos os símbolos animais e, talvez, seja o mais antigo. As serpentes esculpidas em chifres no paleolítico, na África, ou desenhadas nas paredes das rochas, eram basicamente símbolos de fertilidade ou da chuva, e o simbolismo da fertilidade sexual ou agrícola permaneceu como um elemento básico na maioria dos cultos posteriores à serpente. Entretanto, as analogias óbvias entre a serpente e o órgão genital masculino, o cordão umbilical ou o processo úmido do nascimento (visto que a serpente combina simbolismo masculino e feminino) não explicam a importância quase universal desse animal na mitologia. A serpente era, acima de tudo, um símbolo mágico e religioso da força da vida primitiva, às vezes uma imagem da própria divindade criadora. O motivo do ouroboros - uma serpente a engolir a própria cauda - simboliza não somente eternidade, mas também autossuficiência divina.

O motivo do ouroboros - uma serpente a engolir a própria cauda - simboliza não somente eternidade,
mas também autossuficiência divina.
Emblematicamente, a serpente estava em contato com os mistérios da terra, das águas, da escuridão e do mundo subterrâneo - autocontida, de sangue frio, secretora, às vezes peçonhenta, capaz de deslizar com rapidez sem ter pés, de engolir criaturas grandes de maneira mágica e de rejuvenescer ao mudar a própria pele. Sua forma serpentina era tão alusiva quanto as outras características, sugerindo ondas e paisagens ondulantes, a sinuosidade dos rios, as videiras e raízes de árvores e, no céu, o arcoíris, o raio que cai, o movimento espiralado do cosmo.

Como resultado, a serpente tornou-se um dos mais difundidos de todos os símbolos animistas - representada em escala gigantesca no Monte da Grande Serpente, com cerca de 400 metros de comprimento, em Ohio.

Como resultado, a serpente tornou-se um dos mais difundidos de todos os símbolos animistas - representada em escala gigantesca no Monte da Grande Serpente, com cerca de 400 metros de comprimento, em Ohio
A serpente enroscada em torno de seus ovos citava a analogia de uma grande serpente enrolada em volta do mundo, sustentando-o ou unindo as águas que a cercam. Assim sendo, o deus criador indiano, Vishnu, descansa na espiral de uma grande serpente, Ananta (Shesha); Indra mata a serpente do caos, Vritra, para liberar as águas fertilizadoras que ela encerra; e a grande serpente do terremoto, Vasuki, é usada para agitar o mar da criação.

Nos mitos africanos, assim como outros, uma serpente do arco-íris vai do mundo inferior aquático ao céu. Na mitologia nórdica, a grande serpente da tempestade de Midgard sustenta o mundo em sua espiral imprevisível (a proa com forma de serpente dos navios vikings tinha simbolismo tanto protetor quanto de agressão). Na América do Sul, a explicação dada para os eclipses era a de que uma serpente gigantesca havia engolido o Sol ou a Lua. No Egito, a barca do Sol que viaja à noite pelas águas do mundo subterrâneo é ameaçada pela serpente gigantesca Apep e tem de entrar em outra grande serpente para renascer a cada manhã. No México, Quetzalcóatl, a versão asteca das divindades mistas de pássaro e serpente conhecidas em toda a América Central, une os poderes da terra e do céu.

No México, Quetzalcóatl, a versão asteca das divindades mistas de pássaro e serpente
conhecidas em toda a América Central, une os poderes da terra e do céu
O simbolismo protetor-destruidor que permeia esses e outros mitos de serpentes ilustra o grau em que ela é uma força dualista: uma fonte de força quando dominada, mas potencialmente perigosa e em geral fonte emblemática da morte ou do caos, bem como da vida. A energia "Kundalini", enroscada na base da espinha, constitui um símbolo positivo da força serpentina interior, da energia psíquica e do poder espiritual latente. O domínio da serpente em seu aspecto mais perigoso é simbolizado na Índia e no Egito pela naja ereta e com capuz. No Egito, isso forma o "ureus" ou "diadema dos faraós", um emblema serpentino protetor de poder real para abater inimigos. Imagens do "ureus" a envolver um disco solar de uma serpente com cabeça de leão também eram emblemas de guardiania solar. Na Índia, as divindades da naja (Nagas) eram símbolos guardiões, em geral benevolentes, como na imagem da naja de sete capuzes que protege o Buda.

Geralmente, as serpentes aparecem por lá, e em diversos outros lugares, como guardiãs de santuários, de fontes de água ou de tesouros. Essas tradições estavam associadas tanto ao simbolismo da fecundidade da serpente quanto à superstição de que as pedras preciosas formavam-se sob a terra a partir de saliva de serpente. A naja indiana, em geral, é mostrada com um joia situada em seu capuz e que simboliza tesouro espiritual. No folclore chinês, as serpentes recompensam os benfeitores com pérolas.

Paradoxalmente, a serpente era usada com frequência como símbolo curativo. O "Cajado" com serpentes enroladas - o caduceu de Hermes (Mercúrio), que simboliza a mediação entre as forças opostas, era interpretado pelo psicólogo Carl Jung como emblema da medicina homeopática. A serpente de bronze feita por Moisés, por sugestão de Deus, para curar mordidas de serpente (Números 21:9) era um emblema homeopático semelhante e foi depois adotado para prefigurar Cristo na cruz, a curar os pecados do mundo. Uma serpente cravada à cruz na arte cristã é um símbolo da ressurreição, e sublimação espiritual da força da vida física.

A serpente de bronze feita por Moisés, por sugestão de Deus, para curar mordidas de serpente (Números 21:9) era um emblema homeopático semelhante e foi depois adotado para prefigurar Cristo na cruz, a curar os pecados do mundo.
No mundo antigo, o simbolismo de rejuvenescimento da serpente associava-a especificamente ao deus clássico da cura, Esculápio. Por outro lado, culpava-se a serpente por ter feito com que a humanidade perdesse a dádiva da vida imortal - não só na história de Adão e Eva, mas também no babilônico Épico de Gilgamesh, que percorreu distâncias sobre-humanas apenas para encontrar a planta mágica do rejuvenescimento roubada por uma serpente.

A dualidade da serpente, o equilíbrio entre medo e veneração que seu simbolismo encerra, contribuiu para sua apresentação como progenitora ou agressora, heroína cultural ou monstro. Em seu aspecto amedrontador, gerou os dragões e as serpentes marinhas da tradição ocidental e híbridos de serpentes que simbolizavam os múltiplos perigos da existência humana, tipificados pelos filhos de Equidina da lenda grega - a Hidra, a Quimera e o Cérbero, cão do inferno com cabeças de serpente no lombo. Uma picada de serpente levou Eurídice, esposa de Orfeu, para o mundo subterrâneo, onde Minos, de cauda de serpente, julgava os mortos. No âmbito do folclore ocidental, o simbolismo da serpente é em geral negativo, com sua língua bifurcada a sugerir hipocrisia ou fraude, e sua peçonha a trazer morte repentina e traiçoeira. No budismo tibetano, a serpente verde do ódio é um dos três instintos básicos. Constitui um dos cinco animais nocivos da China, embora também apareça em papéis mais positivos. A serpente como Satã foi prenunciada na religião dualista iraniana do zoroastrismo, para a qual simbolizava a escuridão do mal.

Os pássaros associados à Luz, tais como a águia, o falcão e o lendário Garuda na Índia, eram em geral mostrados matando serpentes, como faziam muitos deuses e heróis. Na sabedoria popular alemã, Thor e Beowulf matam e são mortos por dragões-serpentes. É tentador ver o ato de matar serpentes como símbolo de destruição de um poder paternal ou mais velho - como na lenda em que o herói grego Héracles (Hércules) estrangulou duas serpentes em seu berço. Para estabelecer seu culto em Delfos, Apolo teve de matar a serpente-dragão Píton, que criara o terrível monstro Tífon nessa cidade da Grécia antiga - mito que sugere a substituição de um culto anterior da serpente maternal. Pode ser esse o significado da destruição, por Baal, da serpente de sete cabeças, Lotan, na mitologia fenícia. Em seu aspecto mitológico positivo, existem as serpentes paternas, deuses ou heróis (incluindo Alexandre, o Grande, que se dizia ter sido gerado por Zeus - Júpiter - disfarçado de serpente). Amon e Aton, divindades progenitoras do Egito, eram ambos deuses serpentes. Na lenda grega, Cadmo, fundador de Tebas, semeia os dentes de uma serpente-dragão dos quais surge, então, a nobreza tebana.

É tentador ver o ato de matar serpentes como símbolo de destruição de um poder paternal ou mais velho - como na lenda em que o herói grego Héracles (Hércules) estrangulou duas serpentes em seu berço.
 As serpentes aparecem amplamente como figuras ancestrais nas lendas da África, dos nativos da América e da China, onde "Na Gua" e "Fu Xi" eram deuses progenitores com corpo de serpente, e considerava-se que serpentes em casa traziam sorte como espíritos de antepassados. O simbolismo ancestral, junto com a crença de que as serpentes entendiam os mistérios da terra e podiam ver no escuro, ajuda a explicar a forte ligação entre a serpente e a sabedoria ou profecia. "Sede prudentes como as serpentes e simples como pombas", disse Cristo a seus discípulos (Mateus 10:16). A palavra grega "dracon" ("dragão" ou "serpente de olho de conta") estava etimologicamente ligada à visão, e na arte a serpente é atributo da deusa grega Atena (Minerva), como sabedoria, e de prudência, no sentido de previdência. Dizia-se que a Cassandra troiana devia seus dons proféticos às serpentes sagradas de Apolo, que lamberam suas orelhas quando ela se deitou no templo dele.

Em um contexto em que o excesso de conhecimento era ímpio, a sabedoria da serpente voltou-se contra ela - como na histórica bíblica de como Eva foi enganada por uma serpente "mas astuta que qualquer outro animal selvagem que Deus fizera" (Gênesis 3:1). A serpente enrolada em volta da árvore proibida no Éden tinha muitos paralelos no Oriente Médio. Na mitologia grega, uma serpente guarda os pomos de ouro das Hespérides e também a árvore na qual está pendurado o Tostão de Ouro. Uma árvore com uma serpente enroscada era um emblema específico da deusa da fertilidade do Oriente Próximo, Ishtar. Como mostram muitas outras deusas da terra descritas a segurar serpentes fálicas, as serpentes desempenhavam papéis importantes nos cultos de fertilidade da vegetação do Mediterrâneo e do Oriente Próximo.

Na mitologia grega, uma serpente guarda os pomos de ouro das Hespérides e também a árvore na qual está pendurado o Tostão de Ouro
Os ritos de iniciação de Sabásio, deus da fertilidade na Ásia Menor, imitavam a passagem de uma serpente pelo corpo de um acólito. As serpentes enroscadas em volta dos membros dos sátiros nas pinturas bacanais referem-se aos ritos clássicos de fertilidade baseados nesses modelos antigos e associados sobretudo à sinuosidade das videiras. As serpentes são também caracterizadas nos cultos semitas da fertilidade que usavam ritos sexuais para se aproximar da divindade.

O gesto de Eva de oferecer a Adão o fruto proibido (símbolo de uma tentativa sacrílega de adquirir poderes divinos) tem sido interpretado como uma advertência hebraica contra as seduções de cultos rivais semelhantes. Daí - de acordo com essa exegese -, o simbolismo judaico-cristão da serpente como inimiga da humanidade e sua identificação posterior com o próprio Satã: "aquela velha serpente chamada Diabo" (Apocalipse 12:9). Na arte ocidental, a serpente tornou-se assim , um símbolo dominante do mal, pecado, tentação ou engano. Aparece nos pés da cruz como um emblema do pecado original, redimido por Cristo, e é mostrada sendo esmagada com os pés pela Virgem Maria.

Surge um Estranho Relato no Século XIX


Por mais que a lenda sobre híbridos ressoassem em tribos da América do Norte, em 24 de outubro de 1878, um certo jornal norte-americano, que existe até hoje, chamado "Courier-Journal", publicou a notícia sobre uma criatura, que eles denominaram como "Wild Man of the Woods" (O Homem Selvagem da Floresta, em português). A notícia dizia, que a tal criatura havia sido capturada nas montanhas de Cumberland, uma cadeia montanhosa com cerca de 211 km de extensão, que corta diversos estados norte-americanos. O texto ainda ressaltava, que a mesma era frequentemente avistada em toda essa região por moradores locais há mais de duas décadas.

Imagem do jornal "St. Tammany farmer" de 26 de outubro de 1878, que republicou a notícia do "Courier-Journal"
Aparentemente, a criatura foi colocada em cativeiro, e também em exibição pública por um certo tempo na cidade de Louisville, no Kentucky, onde o jornal a descreveu como tendo uma forma predominantemente humana, mas coberta com "escamas de peixe" da cabeça aos pés. Ainda foi mencionado, que a criatura media 1,96 m de altura, e os olhos eram o dobro do tamanho de um homem normal. Infelizmente, no entanto, não há nenhuma imagem da mesma. Contudo, considerando a proximidade com o Halloween, o anúncio era um tanto quanto suspeito.

A "Corrida do Ouro" e a Busca Pela "Cidade do Povo Lagarto" Entre 1933 e 1934


Entre o verão e o outono de 1933, um engenheiro de minas da cidade de Los Angeles chamado G.Warren Shufelt, examinava justamente a região de Los Angeles em busca de depósitos de petróleo, ouro e outros materiais valiosos, utilizando um novo dispositivo que ele tinha inventado. Shufelt tinha projetado e construído uma espécie de aparelho de rádio, que ele dizia ser capaz de localizar ouro, e outros recursos preciosos em grandes profundidades.

G. Warren Shufelt nasceu em 11 de agosto de 1886, na cidade de Waterville, em Ohio, nos Estados Unidos. Era filho de Warren Wilkerson e Martha Alice Ulrich Shufelt. George Warren Shufelt realmente teria sido um engenheiro de minas, ao menos de acordo com os registros do censo norte-americano, e teria rumado para o Oeste, na década de 1920.

O engenheiro de minas G. Warren Shufelt com seu dispositivo de rádio de raios-X
para observações subterrâneas, em Los Angeles, no ano de 1934 ou 1935
Ele acreditava que o dispositivo de rádio operava através de princípio recém-descoberto envolvendo "similaridades elétricas da matéria", compostas pela mesma substância química, característica física e vibracional. Seu dispositivo era constituído por um grande pêndulo suspenso por um fio de cobre, em um recipiente cilíndrico de vidro, que era alojado em uma caixa preta com bússolas. Parecia complicado, não é mesmo? Enfim, ele denominou o dispositivo como "rádio de raios-X."

De acordo com Shufelt, o pêndulo traçaria uma linha diretamente a partir de um pedaço de minério proveniente de um determinado veio, em direção a outro veio, no qual teria sido retirado inicialmente, ou seja, de sua fonte original. Vamos tentar exemplificar melhor o funcionamento do equipamento: se fosse retirada uma amostra de cabelo de alguém como teste, o dispositivo então levaria os investigadores a quem cedeu o cabelo, entenderam o esquema? Seria praticamente poder identificar de qual galinha uma pena teria sido originada. Ainda era mencionado, que o dispositivo funcionava perfeitamente, mesmo que estivesse a uma distância de muitos quilômetros.

Embora não dissesse exatamente o que tinha dentro da caixa, Shufelt acreditava que, ao sintonizar a frequência individual de um determinado material, ele conseguia localizar um outro similar. Ele acreditava que as emanações, e fatores gravitacionais da matéria influenciavam o pêndulo e que, a princípio, não havia duas coisas separadas, que não fossem exatamente iguais. Uma questão praticamente de metafísica, e longe de qualquer corroboração científica.

Shufelt ficou extremamente confuso, quando certa vez,
ao fazer algumas leituras próximo do centro de Los Angeles, seus
instrumentos mostraram-lhe o que parecia ser um padrão de túneis
Shufelt ficou extremamente confuso, quando certa vez, ao fazer algumas leituras próximo do centro de Los Angeles, seus instrumentos mostraram-lhe o que parecia ser um padrão de túneis. Esses túneis iriam do que hoje é a Biblioteca Pública de Los Angeles, no coração da cidade, passando pelo Monte Washington, e pelo Museu Sudoeste do Índio Americano, até mais ao norte, em Pasadena. Assim sendo, ele começou a desenhar um mapa e o registrou.

O que ele descobriu parecia ser um labirinto subterrâneo bem planejado, com grandes câmaras localizadas em diversos pontos, e depósitos de ouro, que aparentemente teriam sido colocados naquele local por ação humana, nas câmaras e nos túneis. Alguns dos túneis percorriam cerca de 30 km a Oeste, sob a Baía de Santa Monica, mas ele acreditava que teriam sido utilizados somente para ventilação.

Naquela altura dos acontecimentos, Shufelt não tinha ideia de que os túneis poderiam estar ligados as antigas ruínas de uma cidade ainda maior, que teria sido encoberta pelo Oceano Pacífico, milhares de anos atrás, durante um enorme terremoto, e uma subsequente inundação. Com o tempo ele ficaria sabendo sobre um suposto complexo subterrâneo, que teria sido utilizado somente para emergências, e projetado para acomodar apenas 5.000 pessoas ou menos. O suprimento de alimentos imperecíveis de ervas teriam sido armazenados em quantidades suficientes para que permitissem aos sobreviventes viver no subterrâneo até que fosse seguro voltar para a superfície. Pertences pessoais valiosos, e utensílios também teriam sido levados para o complexo, juntamente com registros históricos e tesouros em ouro. História incrível, não é mesmo? Porém seria verdadeira?

Durante sua busca ele encontrou um chefe da tribo Hopi conhecido pelo nome tribal de "Little Green Leaf", cujo nome verdadeiro era L. Macklin, que lhe disse sobre uma lenda de uma antiga raça do "Povo Lagarto." A lenda dizia que, entre 4.000 a 5.000 anos atrás, uma enorme chuva de meteoros caiu na Costa Oeste dos Estados Unidos, cobrindo uma área de centenas de quilômetros de extensão. A "Cratera de Barringer", também conhecida como Cratera do Meteoro, localizada perto da cidade de Winslow, no Arizona, seria apenas uma das partes que caíram do céu, naquela época. Contudo, o que se sabe atualmente e cientificamente, é que o grande buraco no chão, de 190 metros de profundidade por 1,25 km de diâmetro, teria sido criado há 50 mil anos por um meteorito de 50 metros de largura.

Shufelt descobriu o que parecia ser um labirinto subterrâneo bem planejado, com grandes câmaras localizadas em diversos pontos, e depósitos de ouro, que aparentemente teriam sido colocados naquele local por ação humana, nas câmaras e nos túneis. Alguns dos túneis percorriam cerca de 30 km a Oeste, sob a Baía de Santa Mônica, mas ele acreditava que teriam sido utilizados somente para ventilação.
De qualquer forma, ainda segundo essa lenda, milhares de pessoas teriam sido mortas, suas colheitas dizimadas, suas casas destruídas, e as florestas teriam sido incendiadas. Os sobreviventes, que tinham permanecido na Costa Oeste, reuniram-se para fazer planos e iniciar a construção de "áreas seguras". Em um determinado momento, os chamados "sentinelas do céu" teriam dado um aviso de que era hora de entrar nos abrigos e selá-los. Assim sendo, eles teriam sido forçados a viver debaixo da terra para salvar a si mesmos de futuras catástrofes. Por fim, o "Povo Lagarto" de Los Angeles teria sobrevivido, mas posteriormente morrido devido a vazamentos de gás natural em seus esconderijos.

G. Warren Shufelt passou a acreditar, que o "Povo Lagarto" tinha realmente construído cerca de 13 instalações subterrâneas em diferentes áreas da cidade. Ele e seu parceiro nativo americano (o L. Macklin) estavam convencidos de que as antigas lendas, e as leituras do "misterioso equipamento" de Shufelt estavam corretas. No entanto, o que a história nos mostra, é que toda essa história pode ter tido uma origem bem mais mundana.

Tudo Começou Devido a Uma Mera Caçada a Um Tesouro Espanhol?


Vamos fazer uma pequena pausa e voltar no tempo, mais precisamente em 15 de agosto de 1897, quando surgiu uma interessante história sobre uma caça ao tesouro em Los Angeles, e foi relatada em uma notícia do jornal "Los Angeles Times". Vamos traduzir essa notícia na íntegra para vocês, tentando adaptar o mínimo possível e preservar ao máximo os termos utilizados naquela época.

Notícia do LA Times de 15 de agosto de 1897
"Toda a vizinhança na rua North Hill, entre a rua Califórnia e a avenida Bellevue, está eufórica devido ao relato de ter sido desenterrado, cerca de US$ 20.000 em moedas de ouro, por três mexicanos na noite da quinta-feira passada.
Por volta das 21h da última quinta-feira,  J. S. Bruner, que mora em frente ao prédio da Escola Secundária, ouviu o barulho de homens cavando com picaretas no terreno baldio ao lado de sua casa. Ele foi tomado pela curiosidade, resolveu investigar a origem dos sons e, para sua surpresa, descobriu três mexicanos desconhecidos cavando um pequeno buraco nos limites ao norte do terreno, que pertence aos Odd Fellows.

Em resposta as perguntas do Sr. Bruner, os mexicanos responderam, sem fazer nenhuma questão de esconder o que estavam fazendo, que eles estavam à procura de tesouro que tinha sido enterrado no local por soldados do Capitão John C. Frémont, em 1847. Eles alegaram que o local tinha sido marcado por uma haste de ferro, na posição vertical, que chegava até a superfície do solo.

O  terreno onde os caçadores de tesouros estavam escavando era predominantemente de cimento, e progresso era necessariamente lento. O Sr. Burner sentou-se em sua varanda, até por volta de meia-noite, mantendo uma espécie de vigília, ao mesmo tempo que deixou os caçadores de ouro prosseguirem de acordo com o que alegavam. Ele então abandonou seu posto para descansar em sua confortável cama.

Na manhã seguinte, a família de S. L Griffin ficou surpresa ao ver seu feirante de origem chinesa, chamado John, entrar apressadamente dentro da casa deles, com os olhos esbugalhados e de boca aberta. Em meio a sua fala afobada, eles conseguiram entender, que três homens tinham desenterrado US$ 20.000 em moedas de ouro, justamente na noite anterior, e no terreno baldio do outro lado da rua. O chinês disse-lhes que tinha visto o dinheiro, que estava uma caixa de madeira, e os mexicanos tinham-lhe dito que havia US$ 20.000, e nem um centavo a menos.

O chinês mal tinha deixado a casa, e outro feirante de origem italiana, chamado Pietro, parou e repetiu o conto do tesouro. Ele também tinha visto a caixa de moedas, que consistia em uma caixa de munição antiga, amontoada até a borda com peças espanholas e mexicanas antigas, de ouro. Pietro deu a mesma versão da história, só que ainda mais detalhada do que a anterior.

Foi então que a família Griffin lembrou o fato de que na noite anterior, sentados em sua varanda, a atenção deles foi atraída pelo som constante de golpes de picareta no outro lado da rua. Naquele momento eles não tinham dado a menor importância para o que estava acontecendo, mas tinha conexão com o depoimento de duas testemunhas oculares, um italiano e um chinês, que não se conheciam, e portanto não teriam como falar a respeito disso um com o outro. De qualquer forma, eles deram uma pista sobre a história da rica descoberta do outro lado da rua, naquele terreno baldio. No local havia o que aparentava ser um buraco recente, recoberto de terra, do tamanho e do formato de uma sepultura de uma criança, como prova da escavação noturna dos caçadores de tesouros.

Em poucas horas a história se espalhou e se disseminou de tal forma, chegando ao ponto que todo mundo acreditava, que três desconhecidos em uma única noite, tinham levado milhares de dólares do local onde as crianças da vizinhança tinham brincado inocentemente por anos.

Tudo isso teria começado justamente na última noite. Após ver três mexicanos trabalhando durante toda a noite no terreno vizinho, o Sr. Bruner tinha dito ao John (o feirante chinês) e ao Pietro (o feirante italiano), sobre uma maravilhosa façanha em um terreno baldio. Um pedaço de cano de gás oxidado, que se encontra perto do solo remexido, sugere a tal marcação da haste de ferro, e para enfeitar o conto, a proximidade com o antigo Forte Moore serviu de cenário harmonioso para a história."

Enfim, não se sabe ao certo se foi apenas um conto, uma lenda ou se realmente três mexicanos desconhecidos retiraram um tesouro em um terreno baldio, que pertencia aos Odd Fellows, uma fraternidade que muitos consideram como uma "sociedade secreta." A notícia do "Los Angeles Times", no entanto, nos revelava dois detalhes. O primeiro era sobre um capitão chamado John C. Frémont, e a região do local de escavação, a colina Fort Moore.

O Capitão John C. Frémont e a Conquista da Califórnia


Nosso interesse não é escrever sobre como a região foi descoberta e todo o processo de colonização. Por isso vamos encurtar bem a história para que vocês saibam apenas o necessário, e complementar as informações que estamos repassando sobre o local, que virou o centro das atenções, sobre uma suposta cidade perdida de "homens-lagarto" em Los Angeles, certo?

Pois bem, a região que atualmente constitui o estado norte-americano da Califórnia, era habitada por diversas tribos de nativos americanos, por centenas de anos antes da chegada dos primeiros exploradores europeus à região. Estas tribos incluíam os Chumash, Hupa, Maidu, Washington, Mohave, Ohlone e os Tongva. A grande extensão territorial da Califórnia e seus diversos aspectos, tais como acidentes geográficos, separavam frequentemente estas diferentes tribos nativas entre si. A população estimada, na época da chegada dos primeiros europeus, era de aproximadamente 450 mil nativos norte-americanos.

Pois bem, a região que atualmente constitui o estado norte-americano da Califórnia, era habitada por diversas tribos de nativos americanos, por centenas de anos antes da chegada dos primeiros exploradores europeus à região. Estas tribos incluíam os Chumash, Hupa, Maidu, Washington, Mohave, Ohlone e os Tongva
A Califórnia passaria para o controle mexicano em 1821, após a independência mexicana da Espanha. Inicialmente, a Califórnia era uma província mexicana, com sua população elegendo seus governadores, e seus membros do legislativo.

Contudo, em 1825, o governo mexicano iniciou a escolha dos governadores da província. Os governadores escolhidos pelo governo mexicano governavam de forma ditatorial, e eram considerados impopulares pela população da província. Uma grande manifestação popular. em 1831, forçou o último desses governadores, Manuel Victoria, a renunciar. Assim sendo, a população da Califórnia ganhou novamente o direito de escolher seus governadores.

A Califórnia passaria para o controle mexicano em 1821, após a independência mexicana da Espanha. Inicialmente, a Califórnia era uma província mexicana, com sua população elegendo seus governadores, e seus membros do legislativo
Por outro lado, milhares de norte-americanos passaram a se instalar na Califórnia a partir da década de 1830. Então, os norte-americanos passaram a exigir que a Califórnia fosse anexada pelos Estados Unidos. Nos anos de 1835 e 1845, os Estados Unidos se ofereceram para comprar a Califórnia do México, por valores de 5 milhões e 25 milhões de dólares respectivamente, mas o governo mexicano recusou ambas as propostas. Tudo isso e mais uma série de motivos levaram os Estados Unidos a declararem guerra ao México, a chamada "Guerra Mexicano-Americana". É justamente nesse momento que aparece o nome do capitão John C. Frémont.

Em julho de 1838, John C. Frémont foi nomeado segundo-tenente no Corpo de Engenheiros Topográficos, e conduziu quatro grandes expedições em direção ao Oeste para pesquisar e explorar as regiões. Antes da Guerra Mexicano-Americana, Frémont foi promovido a capitão em 1844, e durante a mesma liderou o "Batalhão da Califórnia" ("California Battalion", em inglês), que foi um grupo militarizado formado durante a guerra, que era composto por cartógrafos, exploradores, caçadores e por membros da Milícia de Voluntários da Califórnia ("California Volunteer Militia", em inglês). Seus comandados conseguiram tomar as cidades de Santa Bárbara, Presidio, e parte de Los Angeles.

Antes da Guerra Mexicano-Americana, Frémont foi promovido a capitão em 1844, e durante a mesma liderou o "Batalhão da Califórnia" ("California Battalion", em inglês), que foi um grupo militarizado formado durante a guerra, que era composto por cartógrafos, exploradores, caçadores e por membros da Milícia de Voluntários da Califórnia ("California Volunteer Militia", em inglês).
 Foi justamente em Los Angeles, que existiu o Forte Moore, um histórico forte militar dos Estados Unidos. A colina sobre a qual ele foi construído, ficou conhecida como "Fort Moore Hill." O forte ficava próximo da rua North Hill, justamente o cenário para essas histórias. As pessoas diziam que os comandados de Frémont guardavam ouro e tesouros, proveniente de saques a províncias até então pertencentes ao México.

Há muita história sobre o capitão, que mais tarde se tornaria general, porém acreditamos que isso seja o suficiente para que tenham uma noção da razão pela qual esse local sempre foi o foco das atenções sobre "caças ao tesouro."

A colina onde abrigava o Fort Moore, foi um cemitério protestante e, em 1886,
foi construída uma mansão no local.
Mais uma imagem da mansão de Mary Banning no topo da colina Fort Moore
Por um tempo, a colina foi o lar de um cemitério protestante. Porém, tornou-se um dos bairros mais badalados da cidade de Los Angeles, logo após Mary Banning, viúva do bem sucedido Phineas Banning (responsável pela criação do Porto de Los Angeles), ter se mudado para uma mansão na colina, em 1886.

A colina foi terraplanada em 1949 para a construção de uma rodovia (atualmente conhecida como "Hollywood Freeway", parte da famosa rota 101), e acabou desaparecendo do horizonte
Entretanto, durante a década de 1930 escavadeiras começaram a tomar conta do local em projetos para a ampliação da cidade. A colina foi terraplanada em 1949 para a construção de uma rodovia (atualmente conhecida como "Hollywood Freeway", parte da famosa rota 101), e acabou desaparecendo do horizonte. Ao longo de todo esse tempo e após tantas obras, no entanto, nenhum tesouro foi encontrado.

Voltando ao Ano de 1933: As Escavações em Busca de um Suposto Tesouro Enterrado


Analisando cuidadosamente toda essa história, parece que Shufelt inicialmente trabalhava para Rex McCreery e Ray Martin, muito provavelmente devido a sua experiência com mineração e, talvez, também provavelmente, devido ao seu equipamento, além das promessas que no local haveria ouro. Foi dessa forma que obtiveram uma autorização para perfurarem um poço na região de Fort Moore Hill. O trio se estabeleceu em um terreno baldio, na altura do nº 518, da rua North Hill, diretamente acima do que consideravam, que havia ouro em uma profundidade de apenas 8,5 metros acima do túnel Broadway.

Segundo o jornal LA Times, de 3 de março de 1933, o poço estava sendo cavado no topo da colina Fort Moore, tinha quase 7 metros na época e, segundo Shufelt, seu equipamento tinha descoberto ouro a uma profundidade de 8,5 metros. Eles estavam sendo guiados por um "misterioso mapa de antigo, de pele de carneiro", onde mostraria a localização do ouro enterrado há mais de 100 anos naquele mesmo local.
Em 21 de fevereiro de 1933, o Conselho de Supervisores do Condado aprovou um contrato com Rex McCreery, Warren Shufelt e Ray Martin para procurar o tesouro enterrado. Os permissionários teriam que arcar com todas despesas, deixar a propriedade em sua condição original, e compartilhar 50% de todas as descobertas e tesouros com a cidade de Los Angeles.

Os jornais locais apontavam Rex McCreery e Ray Martin como proprietários do mapa que, segundo as notícias era feito de pele de carneiro. Por isso deduz-se, que Shufelt tivesse sido contratado pelos mesmos para realizar as escavações necessárias por ser um engenheiro de minas.

O jornal LA Times de 7 de março de 1933 aparentemente cita que os expectadores começaram a vaiar os escavadores
ao mesmo tempo que ecoavam os sons das picaretas e das pás, uma vez que nenhum ouro foi encontrado no local. No dia 9 de março
sairia uma outra nota apontando o desânimo da equipe, mas que eles iriam encontrar o tesouro em breve.
O município inicialmente permitiu-lhes tão somente escavar a profundidades de 15 metros por medo de desmoronamentos de terra. Em 27 de março de 1933, eles pediram um tempo adicional e autorização para escavar mais fundo, porque acreditavam que o labirinto de túneis tinha pelo menos 580 metros de comprimento, com câmaras de 2.700 m², e que continham um tesouro valioso (ouro) em pelo menos 16 pontos.

O jornal LA Times do dia 27 de março de 1933 indicava, que antigo mapa de pele de cordeiro seria apenas um mapa espanhol, e neste
ponto surge a informação, de que Fort Moore Hill esconderia um labirinto de túneis e que haveria ao menos 16 lugares onde
o ouro estaria enterrado ou dentro de "cofres."
Em 10 de abril de 1933, o contrato foi renovado. Pelo que se conta, até o final de novembro, em 1933, o primeiro ponto a ser escavado já tinha chegado a uma profundidade de 61 metros. Shufelt estava determinado a chegar até uma profundidade de 300 metros se assim fosse necessário. Entretanto, eles não eram os únicos interessados em ouro na região, havia um outro cidadão chamado Alfred Scott de olho na suposta fortuna subterrânea.

Notícia publicada em 7 de setembro de 1933 pelo Los Angeles Times, a respeito de uma outra permissão para
escavar na região de Fort Moore Hill, acima do túnel Broadway, mas nada é dito sobre Shufelt e demais parceiros
A notícia dizia que: "O vislumbre de um tesouro enterrado em 'Fort Moore Hill', acima do túnel Broadway tomou conta de outro cidadão, e ontem o Conselho de Obras Públicas concedeu a permissão para Alfred Scott para escavar na altura do nº 1015 da rua West Tenth. Scott prometeu não usar máquinas, repor toda a terra que retirar, e dividir o que quer encontre com a cidade. De vez em quando o Conselho concede uma permissão para alguém, mas até o presente momento o ouro tem fugido deles".

Pela conteúdo dessa última notícia mais permissões podem ter sido concedidas ao longo do tempo. Contudo, o que até então tinha começado aparentemente como uma espécie de corrida do ouro, logo iria mudar drasticamente para um outro contexto.

O Artigo do "Los Angeles Times" Sobre a Busca da Cidade do "Povo Lagarto", em Janeiro de 1934


Tudo isso começaria a mudar na manhã de 29 de janeiro de 1934, quando o jornal "Los Angeles Times" colocou na capa da edição daquele dia, uma notícia sobre uma caçada em busca das catacumbas de uma cidade do "Povo Lagarto". A notícia foi redigida pelo jornalista Jean Bosquet. Naquela época, a escavação de um dos cinco poços, que já tinham sido feitos, já alcançava a profundidade de 76 metros. E, talvez, em algum momento entre 1933 e o começo de 1934, é que um chefe tribal Hopi tenha cruzado o caminho de Shufelt.

Capa do jornal "Los Angeles Times" do dia 29 de janeiro de 1934, onde inicialmente foi divulgado, que as catacumbas de uma cidade
perdida, onde um povo lagarto teria habitado há milhares de anos, estava sendo procurada.
De acordo com a lenda e as pesquisas realizadas com a ajuda do equipamento criado por Shufelt, a cidade subterrânea teria sido construída no formato de um lagarto, porque o lagarto simbolizava uma "vida longa." A câmara principal da cidade estaria localizada debaixo da Rua 2 e da South Broadway. A lenda alegava que a câmara principal guardava todo o conteúdo histórico da cidade, bem como 37 tábuas de registros em ouro. Essas tábuas seriam placas em ouro de 1,2 metro de comprimento por 35 centímetros de largura. O ouro seria o símbolo da vida para o "Povo Lagarto". Acreditava-se que essas placas continham os registros sobre as origens da raça humana (essas supostas placas estariam desaparecidas até hoje), e da história do homem moderno nas Américas, incluindo detalhes sobre a misteriosa história do povo maia.

A história ficou ainda mais estranha, quando Shufelt alegou que seu equipamento conseguiu tirar fotos de "raios-X" das câmaras, dos túneis e até das placas de ouro, detalhando assim todo o labirinto subterrâneo de Los Angeles. Assim sendo, ao menos para ele, isso seria a "prova científica" da existência dos mesmos. De acordo com L. Macklin, a lenda dos nativos americanos era para que procurassem pela cidade perdida em uma região de colinas, que tivesse o formato de um "casco de cavalo". Segundo ele, o contorno das colinas daquela região de Los Angeles se encaixava perfeitamente na descrição.
Página 5 da edição de 29 de janeiro de 1934, onde fornece mais detalhes sobre o projeto de escavação para chegar até a cidade
perdida do "Povo Lagarto", onde teria ouro e valiosas tábuas, também de ouro, contendo informações sobre as origens do homem.
O equipamento de Shufelt teria mapeado as câmaras e túneis, calculando cada um deles (exceto da câmara principal), bem como os pontos onde continha ouro. O mapa ainda continha ângulos geométricos perfeitos, e inclusive detalhava algumas câmaras maiores, que estariam inundadas. Shufelt, inclusive, já estava preparado para usar mergulhadores para explorar as áreas submersas.

Na época, o seu parceiro L. Macklin alegou, que o "Povo Lagarto" tinha sido capaz de prever terremotos, e que ele também tinha sido capaz de prevê-los. Ele teria previsto com 1 mês de antecedência, um terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter, que atingiu Long Beach na Califórnia, no dia 10 de março de 1933, e matou por volta de 120 pessoas. Ele acreditava que era fácil para qualquer pessoa predizer com 96 horas de antecedência, quando um terremoto iria ocorrer, porque a agulha de uma bússola se tornaria desmagnetizada, e se recusava a apontar para o norte. Conforme sabemos, isso nunca foi provado cientificamente falando.

De acordo com L. Macklin, e de acordo com a lenda, a cidade perdida teria sido escavada com substâncias químicas poderosas pelo "Povo Lagarto" e, em vez de pá e picareta, tudo teria sido drenado para o oceano, onde os túneis teriam sido iniciados. A maré passando diariamente dentro e fora dos túneis mais baixos, proporcionariam um fluxo de ar dentro dos túneis superiores, gerando assim uma ventilação, e um ar limpo, assim como para os túneis inferiores. Ainda segundo L. Macklin, o "Povo Lagarto" tinha um nível intelectual muito elevado, superior aos seres humanos modernos. As faculdades mentais de uma criança de 9 anos seriam equivalentes de alguém graduado em uma universidade. De tão avançados cientificamente que essas pessoas eram, além de aperfeiçoar uma solução química pela qual eles escavaram o subterrâneo, sem remover qualquer terra e rocha, eles também teriam desenvolvido um cimento mais forte e melhor do que qualquer um que se utilizava, ao menos naquela época. Foi com esse cimento que eles teriam revestido seus túneis e câmaras.

Ainda segundo L. Macklin, o "Povo Lagarto" tinha um nível intelectual muito elevado, superior aos seres humanos modernos. As faculdades mentais de uma criança de 9 anos seriam equivalentes de alguém graduado em uma universidade.
No início de fevereiro de 1934, o primeiro ponto de escavação tinha atingido uma profundidade superior a 76 metros, e continuava sendo cavado, apesar dificuldade causada pela água que surgia a medida que cavavam. Diversos artigos de jornais destacavam as atualizações sobre o projeto. Porém, curiosamente, ao menos o artigo do Los Angeles Times não citava Rex McCreery e nem Ray Martin, antigos companheiros de Shufelt. Pouco tempo depois que toda a atenção da mídia estava voltada para a busca a cidade perdida sob Los Angeles, o projeto foi subitamente interrompido e abandonado. Alguns até mesmo dizem que o dinheiro acabou, mas não se sabe exatamente o motivo. Em 5 de março de 1934, os poços foram novamente preenchidos com terra, e o contrato com a cidade foi cancelado sem maiores explicações. Nenhum ouro ou qualquer outro tesouro foi descoberto. Shufelt e seus companheiros desapareceram das manchetes dos jornais. Muitos também acreditam que o contrato foi anulado por se tratar de uma fraude,e tão rápido quanto surgiu na mídia, foi rapidamente esquecido por ela.

Shufelt não foi o único californiano moderno que acreditava, que uma antiga cidade subterrânea estava sob Los Angeles. Vamos dar uma olhada na "visão" da Srta. Edith Elden Robinson da cidade de Pico Rivera, que foi publicada na renomada revista da Sociedade Americana de Pesquisa Psíquica. Na noite de 22 de Dezembro de 1933, cinco semanas antes de escavação Shufelt aparecer na página principal do Los Angeles Times, a clarividente Edith Elden Robinson teria previsto que, sob Los Angeles, havia "uma grande cidade... com túneis gigantescos, que se estendiam à beira-mar". Ela disse que os túneis foram construídos por uma raça, que desapareceu para se proteger do perigo, e para dar acesso ao mar. Vale ressaltar que até aquela matéria, ninguém mencionava nada sobre um "Povo Lagarto."

Shufelt não foi o único californiano moderno que acreditava, que uma antiga cidade subterrânea estava sob Los Angeles.
O Sr. Arche Dunning da Câmara de Comércio de Los Angeles deu a seguinte declaração em Dezembro de 1947: "É bem possível, é claro, que o suposto labirinto realmente exista. Porém, considerando o fato de que a área citada é próxima ao Centro Cívico, onde um importante programa de construção deve ser iniciado, incluindo prédios federais, estaduais, distritais e municipais, há pouca probabilidade de quaisquer novas escavações". A declaração foi dada justamente dois anos antes da colina começar a desaparecer do horizonte.

Enfim, dizem que G. Warren Shufelt permaneceu na cidade de Los Angeles, e veio a falecer no dia 17 de novembro de 1957, em North Hollywood, sendo enterrado no Parque Memorial Pierce Brothers Valhalla, mas que teria deixado uma história fantástica para ser contada por gerações. Desde então túneis inexplicáveis vem sendo revelados ao longo do tempo no centro de Los Angeles, mas eles geralmente são explicados por serem obras dos contrabandistas, que escondiam trabalhadores chineses ilegais no século XIX.

Uma Estranha Carta Surge Sobre Uma "Relíquia Reptiliana"


No final da década de 1990, a polêmica revista de notícias australiana Nexus, que aborda assuntos de geopolítica, teorias da conspiração, problemas relacionados a saúde, incluindo a medicina alternativa, futuro da ciência, o inexplicável e incluindo OVNIs, publicou um artigo sobre "A Cidade Perdida do Povo Lagarto." Na edição posterior a essa divulgação, a revista publicou uma carta enviada por Robert Stanley, editor de um site chamado "Unicus Magazine." Vamos dar uma olhada em seu conteúdo, porque é muito interessante.

"Prezado Duncan,

Aqui esta uma relíquia reptiliana que foi encontrada em Los Angeles, em 1954, que se encaixa perfeitamente no artigo 'A Cidade Perdida do Povo Lagarto.' Em anexo tem uma foto de um artefato, que é definitivamente muito antigo, representando um dragão de corpo inteiro. A parte superior do medalhão é feita de prata pura que, de alguma forma fundida com uma base de liga de cobre, que é composta por mais de 40 tipos diferentes de metal. As dimensões reais do medalhão são: 2,2 cm de largura x 0,6 cm de comprimento x 0,1 cm de profundidade.

O homem que encontrou, o Sr. G., era um engenheiro aeroespacial, que viveu e trabalhou para o Governo dos Estados Unidos em Chatsworth, Califórnia. O artefato foi encontrado enquanto o Sr. G. estava ajudando um amigo, que vivia na Reserva Chatsworth, a reparar a escada de madeira de sua varanda. O Sr. G. deixou seu martelo cair, o mesmo caiu em uma área de areia fofa, e ao pegá-lo notou este pequeno medalhão de metal.

Imagem do medalhão que foi enviado em anexo na carta
de Robert Stanley para Duncan M. Roads, editor da Revista Nexus.
O Sr. G. ainda possui este artefato, e depois de muita pesquisa ele sente que pertencia a uma antiga raça de pessoas do espaço chamadas de ALTEC, que deixou sua influência sobre este mundo há muito tempo. O 'Dragão Amigável' ou 'Dragão Adormecido', é um símbolo muito antigo, um que tem ligações concretas com OVNIs.

Uma vez tive a oportunidade de mostrar a foto de um OVNI de estilo pleiadiano para um homem do Butão (próximo do Tibete), e perguntei se ele já tinha visto uma coisa dessas. Ele respondeu que sim, que eles já tinham visto muitas vezes, e que eles eram chamados de 'Dragão Amigável.'

Chatsworth está localizada no Condado de Los Angeles, perto da fronteira noroeste da cidade e dos limites do condado. É provável que um trabalhador chinês tenha perdido este artefato, enquanto trabalhava em Chatsworth na construção de ferrovias, por volta da virada do século. Há um túnel da estrada de ferro, que foi aberto pelos chineses através de uma cordilheira de rocha vermelha sólida, chamada de 'Passagem de Santa Suzana', perto do Lago Chatsworth. A Antiga Chinatown estava localizada no centro de Los Angeles, e foi construída no local onde agora é ocupado por linhas de trem.

A Nova Chinatown está construída sobre a maior parte dos sistemas de túneis antigos, que os primeiros chineses haviam construído para a 'segurança' deles, quando chegaram pela primeira vez na região. É possível que o engenheiro/inventor G.W. Shufelt não sabia que ele tinha tropeçado nisso, e também é lógico que os chineses não iriam admitir a existência de um sistema de túneis e câmaras, que tinham trabalhado tão duro para construir em segredo. Pode até ter existido uma série de túneis antigos e câmaras, que os chineses tenham descoberto durante as suas próprias escavações, e durante as construções. Entretanto, o Governo Federal entrou definitivamente em cena, durante a década de 1950, ao assumir o controle de todo o sistema de túneis subterrâneos para suas operações da Guerra Fria, acrescentando novas melhorias com influências paranóicas ao longo dos anos que se seguiram.

Em 1990, dois incêndios criminosos bem suspeitos foram inciados em uma espécie de distração, enquanto agentes do Escritório da Inteligência Naval tiveram acesso à entrada secreta que Shufelt localizou no subsolo, no que hoje é a biblioteca principal. Não há mais nada sobre essa história a ser dito neste momento.

Se cuide, e continue o excelente trabalho com a revista NEXUS.

Atenciosamente,

Robert Stanley
Editor,
Unicus Magazine
"

Obviamente não temos como atestar a veracidade de tal medalhão, e de todas as informações contidas na carta, porém a mesma oferece explicações interessantes e plausíveis a respeito do mesmo, assim como os túneis abaixo da cidade de Los Angeles.

Um dos Primeiros Avistamentos de "Criaturas Reptilianas", no Século XX, na América do Norte


Meio século se passou, desde aquele relato em 1878, e aparentemente não teria havido mais avistamentos de tais criaturas aquáticas híbridas. Porém, se engana quem pensa que nada mais iria surgir sobre esse assunto. Isso porque, em 1937, um avistamento foi relatado na região central do estado de Michigan. O acontecimento foi tão traumático para a testemunha que avistou a suposta criatura, que o homem chegou a ter um colapso nervoso. Basicamente, um homem estaria pescando em um rio próximo a cidade de Saginaw, quando ele alegou que a criatura, parecendo ser uma espécie de cruzamento entre um humano e um réptil, emergiu da água, subiu pela margem do rio, e se encostou em uma árvore antes de voltar para o rio. De qualquer forma, não se sabe maiores detalhes sobre isso.

O "Monstro da Lagoa Negra", de 1954


O chamado "Monstro da Lagoa Negra"é um ícone do cinema norte-americano, que surgiu em um filme preto e branco, de 1954. chamado "Creature from the Black Lagoon", sendo dirigido por Jack Arnold com roteiro de Harry Essex, Arthur A. Ross e Maurice Zimm, e que recebeu duas sequências: "Revenge of the Creature" (1955) e "The Creature Walks Among Us" (1956). O monstro era anfíbio, e embora seu habitat natural fosse aquático, ele conseguia respirar e caminhar em terra firme. A sua aparência fazia com que associássemos a uma espécie de "homem-peixe", com pele escamosa, guelras e membranas como nadadeiras nas mãos e nos pés.

Esse filme é um marco na história do cinema dos na década de 1950. Foi realizado com baixo orçamento, em um momento em que as empresas cinematográficas tentavam superar a crise causada pela chegada da televisão. Ele foi o precursor de uma verdadeira mania de ''monstros subaquáticos'', que invadiu as telas dos cinemas naquela época. Algumas salas chegaram a exibir cópias do filme no sistema 3D. O sucesso de bilheteria foi estrondoso.

O chamado "Monstro da Lagoa Negra"é um ícone do cinema norte-americano, que surgiu em um filme preto e branco, de 1954. chamado "Creature from the Black Lagoon", sendo dirigido por Jack Arnold com roteiro de Harry Essex, Arthur A. Ross e Maurice Zimm, e que recebeu duas sequências: "Revenge of the Creature" (1955) e "The Creature Walks Among Us" (1956)
O monstro era anfíbio, e embora seu habitat natural fosse aquático, ele conseguia respirar e caminhar em terra firme. A sua aparência fazia com que associássemos a uma espécie de "homem-peixe", com pele escamosa, guelras e membranas como nadadeiras nas mãos e nos pés
''O Monstro da Lagoa Negra'' fez tanto sucesso e se tornou tão popular que o cientista Jenny Clack, da Universidade de Cambridge, batizou de ''Eucritta melanolimnetes'' o fóssil de um anfíbio descoberto por ele. A tradução de ''Eucritta melanolimnetes''é, literalmente, ''a criatura da lagoa negra."

O Caso da Sra. Jonhson, no Rio Ohio, em 1955


Apesar de não ter sido bem um avistamento, achei interessante trazer esse caso para que ele fizesse parte do conjunto sobre este tema. No dia 21 de agosto de 1955, uma senhora chamada Darwin Johnson teve um encontro terrível com o que ela disse ser uma criatura horrenda abaixo da superfície das águas turvas do rio Ohio, próximo a cidade de Evansville, no estado norte-americano de Indiana. Enquanto ela estava nadando junto com uma outra amiga, a Sra. Chris Lamble, Darwin afirmou que ela foi subitamente agarrada ao redor do joelho por uma grande mão peluda e com garras. A Sra. Darwin disse que estava apenas a cerca de 5 metros da margem do rio, e começou a ser puxada para baixo, embora estivesse lutando para se soltar. Enquanto isso, sua amiga desesperada, a olhava com imenso espanto.

A Sra. Darwin diz que conseguiu dar um chute com uma das pernas que estava livre, e se soltou, mas seja lá o que fosse aquilo, que estivesse embaixo da água, a agarrou novamente, mas dessa vez por trás. Os gritos da Sra. Lamble ecoavam ao mesmo tempo que ela assistia impotente sua amiga sendo puxada para dentro do rio. Foi então, após a segunda vez de ter emergido, que a Sra. Johnson conseguiu segurar na boia da Sra. Lamble, e bater a mesma com força contra a água. O som do impacto contra a água aparentemente assustou a criatura, que a soltou e fugiu.

A Sra. Darwin diz que conseguiu dar um chute com uma das pernas que estava livre, e se soltou, mas seja lá o que fosse aquilo, que estivesse embaixo da água, a agarrou novamente, mas dessa vez por trás. A imagem é meramente uma ilustração sobre o que teria ocorrido.
Uma vez de volta em terra firme, a Sra. Johnson foi medicada devido a diversos hematomas na perna. Ainda foi relatado que havia uma mancha esverdeada, semelhante a palma de uma mão, abaixo do seu joelho. A tal mancha permaneceu por dias. Um "investigador paranormal" na época, chamado Terry Colvin, disse que a família da Sra. Johnson teria recebido uma visita de um indivíduo, que se identificou como sendo um coronel da Força Aérea dos Estados Unidos, que registrou minuciosamente cada detalhe do caso, e advertiu-lhes para não falar mais sobre o incidente. De qualquer forma a Sra. Johnson, e nem a Sra. Lamble não foram capazes de ter uma visão nítida, que pudesse identificar ou sustentar tudo o que falaram sobre a suposta criatura que estava no rio Ohio.

O "Homem-Sapo", também conhecido por "Homem-Lagarto", da cidade de Loveland, Ohio, em 1955


A história dessa criatura um tanto quanto singular começou um pouco antes do caso anterior, em maio de 1955, em um trecho isolado de uma rodovia que segue ao longo do rio "Little Miami", no Condado de Clermont, nos arredores de uma pequena cidade conhecida como Loveland, em Ohio. Aliás, alguém se lembra que esse lugar fazia parte do território da tribo Shawnee, cuja uma das lendas dizia sobre uma criatura reptiliana chamada de "Shawnahooc"? Caso não se lembrem, voltem na primeira parte dessa postagem para ler novamente sobre essa criatura.

A história dessa criatura um tanto quanto singular começou um pouco antes do caso anterior, em maio de 1955, em um trecho isolado de uma rodovia que segue ao longo do rio "Little Miami", no Condado de Clermont, nos arredores de uma pequena cidade conhecida como Loveland, em Ohio
Não se tem informações sobre o dia exato, que o avistamento teria acontecido. O que se sabe é que por volta de 3h30 da madrugada, um comerciante que não quis fornecer o nome, alegou ter avistado três criaturas semi-reptilianas bípedes juntas, ao lado da rodovia. O homem então teria encostado o carro, e começado a observar as criaturas por cerca de 3 minutos, pelo menos esse é o tempo que ele estimou ter ficado dentro do carro olhando para elas.

Durante esse tempo, ele percebeu que essas criaturas tinham entre 90 cm e 1,2 m de altura, com uma pele dura como o couro, e tinhas as mãos e os pés membranosos. As características mais marcantes, no entanto, eram as cabeças que se pareciam como as de sapos, nas quais possuíam profundas rugas no lugar onde deveria ser o cabelo.



Justamente quando o homem estava prestes a sair, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não ser notado, uma das criaturas ergueu, algo que comerciante só conseguiu descrever como uma "varinha" ou "bastão", acima da cabeça. Ele ainda alegou que saíam faíscas, semelhantes a faíscas elétricas, do "objeto". Ao perceber isso, conforme vocês já devem imaginar, o comerciante então pisou fundo no acelerador e deixou rapidamente o local. De qualquer forma, essa história carece de muitos detalhes, e não há informações oficiais sobre o ocorrido. Entretanto, esse suposto comerciante não teria sido o único a relatar tal incidente, visto que 17 anos depois, outros casos semelhantes iriam ocorrer na região.

Em 3 de março de 1972, mais precisamente a 1h da madrugada, um oficial de polícia chamado Ray Shockey, estava dirigindo ao longo da rodovia Riverside (conhecida, pelo menos atualmente, como rodovia E. Kamper) em direção a cidade de Loveland, quando viu algo que mudaria para sempre a sua vida. O policial alegou que ele estava dirigindo lentamente, devido à grande quantidade de neve e gelo na estrada, quando ele viu o que parecia ser um cachorro em um campo ao lado do rodovia Twightwee. De repente. o animal disparou em direção ao meio da rodovia, e consequentemente em direção ao carro, o forçando a pisar no freio para evitar uma colisão em potencial com o cachorro.

Imagem do Google Street View do ano de 2012 das rodovias E Kamper e Twightwee na cidade de Loveland, Ohio, onde teria
sido o palco do avistamento de um "Homem-Sapo" ou "Homem-Lagarto" do policial Ray Shockey em março de 1972
Uma vez que o carro do policial finalmente conseguiu parar, os faróis iluminaram o animal em questão. Nesse momento, o policial descreveu algo, que parecia literalmente bizarro demais para ser verdade, porque o animal não seria bem um cachorro. Por alguns segundos, o que parecia ser como um sapo agachado, se levantou ficando em pé sobre 2 patas. A criatura olhou para o policial, e correu em direção a lateral da pista, passando por cima da mureta de proteção da rodovia, descendo por uma encosta até chegar no rio Ohio, e desaparecendo em seguida. A irmã do policial Ray Shockey chegou inclusive a desenhar um esboço do que seu irmão teria visto naquela noite.

Suposto esboço feito pela irmã do policial Ray Shockey,
que se assemelharia ao que seu irmão teria avistado em 1972
O policial descreveu a criatura como tendo entre 90 cm e 1,2 m de altura, e deveria pesar por volta de 20 a 35 quilos. Ele também alegou que a pele da criatura tinha uma textura semelhante a couro, e que as características do animal se assemelhavam as de um sapo ou lagarto. Outro policial investigou a cena naquela madrugada. Ele não viu nenhum sinal da criatura, mas informou que havia marcas de arranhões estranhos na mureta de proteção onde supostamente a criatura havia cruzado.

O segundo avistamento ocorreu duas semanas depois, em 17 de março de 1972, dia de São Patrício, quando o oficial de polícia chamado Mark Mathews se deparou com uma criatura.

De acordo com o relato, o policial Mathews estava dirigindo em direção a cidade de Loveland, quando avistou o que ele acreditava ser um animal ferido, deitado no asfalto. Mathews saiu da sua viatura com a intenção de remover o animal da pista, visto que um animal naquele local, poderia causar um acidente grave, uma vez que a rodovia já estava coberta por uma fina e escorregadia camada de gelo. De repente a criatura se levantou, como se tivesse saltado, e ficou em uma espécie de posição "agachada".

Concepção artística moderna do "Homem-Sapo" que teria sido
avistado pelo policial Mark Mathews em março de 1972
Assustado ao ver uma fisionomia um tanto quanto reptiliana, e que parecia ser o "Homem-Sapo" anteriormente relatado, o policial sacou o seu revólver, e deu um tiro na criatura. A mesma então passou a mancar, indo em direção a lateral da pista, e passou por cima da mureta de proteção. A criatura fez tudo isso enquanto olhava atentamente para o policial, que estava um tanto quanto atordoado.

O "Homem-Sapo" visto por Mathews tinha as mesmas descrições do primeiro avistamento, com a exceção de uma cauda vista pelo Mathews. Assim sendo, a partir desse ponto, surgiu a possibilidade da criatura ser uma espécie de "Homem-Lagarto".

Curiosamente mais tarde, naquele mesmo ano, um "fazendeiro anônimo" informou ter avistado quatro criaturas bizarras ao dar uma volta por sua propriedade, que era localizada às margens do rio "Little Miami". O fazendeiro alegou que os olhos dos "Homens-Sapo" eram grandes e redondos. A pele era tinha uma coloração "pálida, uma espécie de cinza-esverdeado", e suas bocas estavam bem abertas e repletas de dentes afiados. Felizmente, em vez de atacar o pobre homem, as criaturas saíram correndo de volta para o rio.

A Reviravolta em Relação ao Avistamento do Policial Mark Mathews


A história não repercutiu muito bem na cidade. Em uma notícia publicada no ano de 1985, um comerciante, que não quis ser identificado disse que os policiais foram muito criticados na época, e que as pessoas zombavam deles e da cidade. Anos mais tarde, em 1999, por meio de entrevistas locais, Mark Matthews explicou que estava cansado de falar sobre o "Homem-Sapo", e que ele tinha visto apenas uma iguana.

Já no ano de 2001, um site americano chamado "X-Project Magazine", em uma determinada matéria, disse que em todo lugar que se procurava saber sobre a tal criatura, todo mundo lia a mesma coisa: que dois policiais encontraram uma grande criatura bípede, parecida com um sapo, perto da cidade de Loveland, Ohio.

A cidade de Loveland, em Ohio, foi fundada oficialmente no ano de 1876,
e atualmente possui pouco mais de 12 mil habitantes
Davy Russell, autor da matéria, disse que apesar da massiva circulação da história, embora tivesse alguns detalhes, era completamente imprecisa e exagerada. Em uma entrevista por e-mail, com o então policial aposentado Mark Mathews, ele teria respondido e afimado que: "Não há absolutamente nada de 'monstros' ou 'paranormal' relacionado aquele incidente. Tudo isso tem sido propagado totalmente de forma desproporcional".

"Não era e não é um monstro. Não tinha a pele semelhante a couro ou uma pele opaca. Não tinha entre 90 cm e 1,2 m de altura. Não ficou ereto. O animal que eu vi, obviamente era algum tipo de lagarto, que alguém tinha como um animal de estimação, e que talvez por ser grande demais para o seu aquário, escapou por acidente ou simplesmente se cansaram dele. Ele tinha no máximo 90 cm de comprimento. Ele atravessou a pista correndo, e provavelmente foi cegado pelos faróis do meu carro. Ele não apresentou nenhum comportamento agressivo", completou o Sr. Mathews.

O Sr. Mathews apontou mais divergências sobre o que teria acontecido. Ele disse que disparou contra a criatura para ajudar seu parceiro, uma vez que ninguém tinha acreditado em seu avistamento algumas semanas antes. Apesar de ser atingido, o lagarto ainda escapou, e Mathews suspeitava que ele tivesse morrido em razão da ferida ou, eventualmente, morreu devido ao tempo frio. A dramática cena comumente descrita da posição ereta do "Homem-Sapo" ou "Homem-Lagarto" passando sobre a mureta de proteção enquanto mantinha o olhar atento sobre o policial Mark Mathews, de fato, nunca teria acontecido.

"Loveland Frogman Race", um evento esportivo realizado
em 19 de setembro de 2015
Na época do incidente os "investigadores paranormais" Ron Schaffner e Richard Mackey entrevistaram os dois policiais. Em uma matéria do site "Weird Ohio", também no ano de 2001, Ron Schaffner não entendeu bem a razão do policial aposentado Mark Mathews ter recuado de toda a história que ele contou na época.

"Por qual razão depois de todos esses anos é que o Matthews veio desmascarar essa história? Eu não tenho certeza. Poderia haver uma série de motivos. Porém, os dois policiais nos disseram, que se parecia com um esboço feito. Por que eles nos mostrariam um desenho que se assemelharia com a criatura em 1976, e nos disseram que se parecia com o desenho?  Vivi em Loveland por cerca de cinco anos, e a história ainda circula com muitas variações. Talvez o Matthews esteja apenas cansado de ouvir a história, e todas essas vertentes", disse Ron Schaffner em uma entrevista para o site "Weird Ohio".

Fato é que a cidade de Loveland acabou se tornando famosa, atraindo diversos turistas ao longo dos anos e também investigadores ávidos por querer ver e até mesmo capturar o suposto "Homem-Sapo" ou "Homem-Lagarto" de Loveland. Alguns anos atrás, inclusive, fizeram alguns festivais para celebrar essa história na cidade. Em 2015 foi realizado um evento esportivo, uma espécie de triatlo envolvendo canoagem, bicicleta e corrida, chamado "Loveland Frogman Race", no dia 19 de setembro daquele ano.

De Volta aos Relatos a Partir do Ano de 1958


Em 8 de novembro de 1958, um homem chamado Charles Wetzel teve um encontro igualmente apavorante com uma criatura semelhante durante uma noite, enquanto ele dirigia próximo a cidade de Riverside, na Califórnia. Charles estava simplesmente tentando chegar em casa naquela noite, e estava ouvindo uma estação de rádio de Los Angeles, a KFI Radio. De repente, o rádio do carro de Wetzel ficou repleto de estática. Ele tentou mudar as estações, mas não adiantou em nada.

Em um determinado momento ele se aproximou do ponto onde a rua Principal corta o rio Santa Ana, na Avenida Riverside. Ele viu que o rio estava transbordando em uma parte baixa da estrada, então resolveu reduziu a velocidade. Foi justamente quando algo estranho saltou dos arbustos na beira da estrada, e parou em logo a frente do seu carro. Charles disse que pisou fundo nos freios para evitar que batesse em uma criatura com cerca de 1,8 m de altura, que estava parada no meio da estrada.

"Aquilo tinha uma uma cabeça arredondada, como se fosse de um espantalho saindo direto do Halloween. Ele não era humano. Tinha os braços mais longos do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Não tinha nenhum ouvido. Os olhos estavam brilhando como se fosse algo fluorescente, e tinha uma boca protuberante", disse Wetzel.

Imagem do Google Maps de 2014 onde apontaria para o local do avistamento da criatura por Charlez Weztel em junho de 1958
Charles Wetzel alegou que sua pele parecia "escamosa", como se fossem camadas de folhas. Ele ainda acrescentou que os olhos eram grandes e que, ao se movimentar, pareciam que suas pernas eram duras como se fosse o "Frankenstein". As pernas em si aparentemente cresciam na lateral do tronco ao invés de estarem na parte debaixo da cintura. Outras observações anatômicas foram interrompidas, quando a criatura começou a emitir um som como se fosse uma mistura entre um grito estridente e "o ruído que você faz quando gargareja". Segundo seu relato, a criatura de repente saltou sobre o capô do carro, e começou a arranhar o para-brisa.

O homem aterrorizado pegou o revólver calibre .22 que mantinha sob o banco do seu carro. Entretanto, Wetzel rapidamente mudou de ideia sobre atirar na criatura. Ele sabia que se ele disparasse a arma, iria quebrar o para-brisa, que estava justamente entre ele e o monstro reptiliano. O que Wetzel fez? Ele pisou fundo no acelerador, fazendo com que a criatura rolasse sobre o capô e caísse no chão. Para ter certeza que ele não iria ser atacado novamente, Wetzel deu ré e atropelou a criatura na estrada. Ele ainda notou inclusive um som como se algo estivesse raspando por debaixo de seu carro. Wetzel disse que dirigiu o mais rápido que pode, e que não parou até ele chegar na delegacia de polícia mais próxima. A polícia chegou a relatar ter visto os arranhões no capô e para-brisa do carro. Wetzel ainda foi questionado se ele olhou para trás para ver o que tinha acontecido com a criatura. Ele então respondeu: "Cara, eu não estava interessado se ele tinha levantado ou não. Eu só pensava em dar o fora de lá!"

Os policiais então acompanharam Wetzel até o local onde disse ter sido atacado, e também levaram cães farejadores. Chegando no local, os policiais chegaram a notar pegadas semelhantes a deixadas por animais aquáticos, que possuem membranas entre os dedos, porém os cães farejadores nada encontraram.

Rastros semelhantes teriam sido deixados por uma criatura, que três homens disseram que teriam encontrado em Ohio no ano seguinte (1959). O trio alegou que eles observaram um humanoide com cerca de 2,1 metros de altura, de olhos verdes e sem braços (ao menos que fossem vísiveis), emergir do Lago Charles Mill, bem próximo a cidade de Mansfield, e a cerca de 160 km de distância da cidade de Loveland, Ohio.

Rastros semelhantes teriam sido deixados por uma criatura, que três homens disseram
que teriam encontrado em Ohio no ano seguinte (1959)
O trio alegou que eles observaram um humanoide com cerca de 2,1 metros de altura, de olhos verdes e sem braços (ao menos que fossem vísiveis), emergir do Lago Charles Mill, bem próximo a cidade de Mansfield, e a cerca de 160 km de distância da cidade de Loveland, Ohio
Os homens alegavam que os rastros foram encontrados no local onde a criatura havia andado, porém as marcas muito se assemelhavam com "pés de pato usados por mergulhadores".  Um outro avistamento de uma criatura similar, descrita como tendo "olhos verdes luminosos", ocorreu quatro anos depois no mesmo lago.

Durante a década de 1960, foi relatado que dois rapazes alegavam que eles tinham encontrado um "Homem-Lagarto" gigante em uma estrada rural perto da cidade de Odenton, no estado norte-americano de Maryland. Eles disseram que estavam dirigindo a noit,  quando uma horrenda criatura surgiu de repente, diante da luz dos faróis do carro onde estavam.

"Aquilo media cerca de 3 metros de altura por 90 cm de largura, e estava totalmente coberto por um lodo viscoso. Tinha olhos protuberantes em relação o que parecia ser um rosto", disse uma das testemunhas. Uma vez que notaram que a estreita estrada de terra não tinha espaço suficiente tanto para o carro, quanto para o monstro, a dupla então resolveu dirigir tão rápido quanto podiam no sentido contrário. Durante a década seguinte houve relatos sobre o Homem-Lagarto por toda América do Norte, inclusive um no Lago Thetis, justamente na região dos povoados Kwakwaka'wakw. Entretanto há detalhes interessantes, que nos fazem abrir um espaço somente para este caso.

Havia um Monstro Reptiliano no Lago Thetis em 1972?


O Lago Thetis foi a primeira área regional de conservação do Canadá, criada em 1958, e que na verdade consiste em dois lagos de água doce (Alto e Baixo Thetis), interligados por um estreito canal, nos cerca de 834 hectares (cerca de 8.340.000 m²) do Parque Regional do Lago Thetis, nos arredores de Victoria, Columbia Britânia, no Canadá. As instalações do parque incluem várias praias, quilômetros de trilhas florestais, estacionamento, banheiros e vestiários. É importante também ressaltar que os dois lagos são extremamente populares durante o verão.

Em 19 de agosto de 1972, a Real Polícia Montada do Canadá (RCMP) abriu uma rápida investigação sobre um incidente ocorrido no lago Thetis envolvendo inicialmente dois adolescentes. Um deles se chamava Robin Flewellyn, 16 anos, e outro se chamava Gordon Pike, 17 anos, que alegaram ter sido atacados pela criatura enquanto brincavam nas margens do Lago Thetis.

Praia principal do Lago Thetis no Canadá. Em agosto de 1972 uma estranha criatura foi avistada por 4 adolescentes.
De acordo com as duas testemunhas, que estavam em pé, em uma praia perto do centro recreativo do lago Thetis, ambas teriam visto uma repentina elevação do nível da água próximo da beira da praia. Igualmente de forma repentina, uma monstruosa cabeça e um tronco de escamas prateadas emergiram do lago, ao mesmo tempo que o monstro se deslocava freneticamente em direção aos dois adolescentes aterrorizados.

Em poucos segundos o monstro já estava bem próximos de ambos, e uma vez que temiam por suas vidas, eles imediatamente correram em direção ao carro, que tinham deixado estacionado próximo de onde estavam. Eles praticamente saltaram para dentro do carro, e um deles disse ter sentido uma dor intensa na mão, mas tudo teria sido muito rápido. Eles bateram as portas do carro, e foram embora às pressas deixando o monstro escamoso comendo poeira.

Depois de conseguirem "escapar por pouco", Flewellyn e Pike se encaminharam para o posto mais próximo da RCMP, onde o adolescente ferido tinha uma laceração em sua mão, que ele dizia ser o resultado do contato com a barbatana espinhosa localizada na cabeça da criatura. Os policiais de plantão ficaram tão impressionados com a sinceridade do relato dos rapazes, que uma caçada ao monstro foi imediatamente iniciada. Um dos policiais, que participaram do caso, teria dito: "Os garotos parecem estar sendo sinceros, e até que se prove o contrário, não temos alternativa senão continuar com nossa investigação."

A Real Polícia Montada do Canadá (RCMP) abriu investigação para ver o que realmente teria acontecido em dois relatos de avistamentos
de uma estranha criatura reptiliana que teria ferido ao menos um adolescente no verão de 1972
Não demorou muito tempo para que a notícia vazasse na imprensa local. Assim sendo, em 22 de agosto de 1972, o jornal "Victoria Daily Times" relatou que dois adolescentes foram perseguidos em uma praia do Lago Thetis, por um animal "com o formato de cabeça mais ou menos triangular", e com cerca de 1,5 m de altura. Além disso, um dos rapazes disse que tinha sido cortado em uma das mãos, "por seis pontas afiadas como navalhas sobre a cabeça do monstro."

No dia seguinte (23 de agosto), quando a Real Polícia Montada do Canadá já tinha encerrado o caso por falta de provas, o monstro teria ressurgido por volta das 15h30 daquele mesmo dia. Dessa vez, a criatura - que estranhamente coincidia com a descrição anterior - foi avistada por Mike Gold, 12 anos e Russell Van Nice, 14 anos, que estavam pescando na margem oposta do Lago Thetis. Ao contrário do encontro dos dias anteriores, essas testemunhas alegaram que a criatura simplesmente emergiu da água, olhou ao redor, e então submergiu novamente. Os meninos ainda alegaram, que não esperaram para ver se a criatura iria manifestar toda aquela agressividade reportada anteriormente.

"Ele saiu da água e olhou em volta. Em seguida, ele voltou para a água. Então corremos! Seu corpo era prateado, e tinha um formato de corpo comum, como um corpo humano, mas tinha uma cara do monstro, sendo totalmente escamosa com um ponta saindo de sua cabeça. Orelhas grandes e olhos horrípilantes", declarou um dos meninos na época. Diante de tal relato a RCMP reabriu a investigação.

Cerca de três dias depois, em 26 de agosto de 1972, o jornal Province disse que a polícia havia recebido um telefonema de um homem, que tinha perdido um lagarto teiú, justamente na região dos avistamentos no ano anterior. Teius são nativos da América do Sul, vivem cerca de 15 anos, e muitas vezes criados como animais de estimação (suas peles manchadas em preto e branco também são usadas para confeccionar botas de vaqueiros). Eles também podem crescer até 2 metros de comprimento. A polícia então "constatou", que o lagarto correspondia a descrição do monstro, e encerraram definitivamente o caso.

Teria sido apenas um lagarto teiú o responsável por causar tanto pânico em adolescentes no Lago Thetis?
Outras pessoas, no entanto, questionaram, alegando que um teiú não poderia sobreviver ao clima da Columbia Britânica, mas essa especulação não levava em conta, que teiús hibernam no inverno, principalmente no norte da Argentina, onde há um inverno rigoroso. Assim sendo, teoricamente eles poderiam facilmente suportar as baixas temperaturas das madrugadas da década de 1970, mas precisariam de um bom lugar, quente e ensolarado, para se aquecerem durante o dia. Por outro lado, eles não são aquáticos. Não é muito comum vê-los a uma distância relativamente pequena do mar ou em qualquer lago, seja da América do Norte ou da América do Sul. Estranho, não é mesmo?

Por décadas a lenda da existência de um "Homem-Lagarto" no Lago Thetis assombrou o imaginário de muitas pessoas, que ainda temiam entrar em suas águas por também acharem muito estranho que a RCMP tivesse encerrado o caso tão repentinamente. Durante décadas o Lago Thetis virou atração turística, e também de investigadores a caça da mítica criatura.

Um dos Relatos Sobre o Monstro do Lago Thetis é Supostamente Desmascarado


Em novembro de 2009, Daniel Loxton era o editor de uma revista infanto-juvenil chamada "Junior Skeptic". Ele não estava satisfeito com a teoria de que um animal de estimação, um teiú, estivesse à solta naquele época. Ele, inclusive conversou com um especialista do Museu Real da Colúmbia Britânica, e o mesmo teria dito que o lagarto provavelmente não teria sobrevivido ao inverno ainda mais rigoroso de Victoria.

Daniel também observou uma estranha coincidência: uma semana antes do primeiro avistamento, uma emissora de TV local chamada "CHEK", transmitiu um "filme B" de terror chamado "Monster From The Surf" (também chamado de "Beach Girls and The Monster" de 1965), sobre um homem com guelras e de cabeça triangular atacando adolescentes. Confira o trailer logo abaixo, em um canal de terceiros, no YouTube. 



Ele então resolveu começou a investigar o caso por conta própria, e conseguiu achar a localização de um dos rapazes envolvidos no segundo avistamento, Russell Van Nice, que já estava com 49 anos de idade. Russell decidiu desmentir seu depoimento original, afirmando que tudo não teria passado de uma grande mentira, porque seu amigo (Mike Gold), queria apenas chamar atenção. Toda a suposta farsa envolvendo o segundo avistamento foi publicada na edição nº 35 da revista em 17 de novembro de 2009.

Assim sendo, por qual razão a lenda ainda vivia em tempos recentes? Daniel Loxton disse que isso se devia principalmente ao fato dos criptologistas continuarem a escrever sobre ele, fantasiando sobre as descrições ao longo dos anos com detalhes como "mãos membranosas", fornecendo assim um realismo a história, que não era encontrado nas reportagens originais. A lição para os jovens leitores, segundos Loxton, é que "os criptologistas não tinham feito suas lições de casa." De qualquer forma graças a esses mesmos escritores, o "Monstro do Lago Thetis" foi imortalizado ao se tornar uma estatueta de plástico por uma empresa de brinquedos japonesa em 2002.

Toda a suposta farsa envolvendo o segundo avistamento foi publicada na edição nº 35 da revista em 17 de novembro de 2009.
Os dois primeiros relatos sobre o Monstro do Lago Thetis no entanto, até hoje permanecem sem explicações. Muitos consideram os relatos como sendo reais, assim como muitos acreditam que não passam de mentiras, tal como a suposta verdade do segundo avistamento, que teria sido revelada por Russell Van Nice, cerca de 35 anos depois.

De Volta aos Relatos na Década de 1970


Outras lendas ameríndias da região leste da América do Norte falavam sobre um grande "Homem-Peixe", que vivia no território onde hoje é estado norte-americano de Nova Jersey. Em 1973, houve uma enxurrada de relatos de moradores da região de Newton-Lafayette, que descreviam avistamentos de uma criatura híbrida, que mais parecia o resultado de um cruzamento entre um homem e um crocodilo, em uma área remota alagada, ou seja, de pântano. Os jornalistas que cobriram a história compararam a lenda do "Homem-Peixe de Jersey", que nunca foi capturado, com o então "Homem-Lagarto". Para a maioria dos pesquisadores, no entanto, as ligações entre um homem-lagarto bípede e um peixe gigantesco parecia ser, na melhor das hipóteses, apenas uma mera coincidência.

Localização da região de Newton-Lafayette em relação a cidade de Jersey, onde também é possível ver no mapa
a ilha de Manhattan, em Nova Iorque, bem com o rio Hudson
Durante uma noite, no ano seguinte (1974), um homem estava dirigindo ao longo da rodovia interestadual 80 na mesma região onde houve a série de relatos no ano anterior. De repente os faróis do seu carro revelaram uma enorme criatura, parecida com um homem, parado ao lado da estrada. A testemunha apenas olhou rapidamente para a criatura, mas o que ele viu foi o suficiente para convencê-lo, de que era não igual a nada do que ele já tivesse visto antes. Tempos depois ele descreveu a criatura como sendo alta, de cor esverdeada, e coberto de escamas. O rosto tinha uma aparência reptiliana, com olhos protuberantes (bulbosos), e uma boca grande, mas sem lábios.

Três anos mais tarde (1977), houve um relato que algo semelhante tinha visto perto do rio Susquehanna no estado vizinho de Nova Iorque. O que tornava esse relato extraordinário foi o reconhecimento público da existência deste tipo de criatura por um funcionário do Estado. A tal criatura teria sido avistada por Alfred Hulstruck, que na época era um naturalista pertencente a Unidade de Conservação Ambiental do Estado de Nova York.

Alfred declarou que a parte sul do rio Susquehanna era o lar de "uma criatura escamosa, que se assemelhava a um homem, que aparecia ao anoitecer nas águas cobertas de algas vermelhas, entre as samambaias do campo e terras altas cobertas de musgo".

O que tornava esse relato extraordinário foi o reconhecimento público da existência deste tipo de criatura por um funcionário do Estado. A tal criatura teria sido avistada por Alfred Hulstruck, que na época era um naturalista pertencente a Unidade de Conservação Ambiental do Estado de Nova York
No final da década de 1970, dois homens alegaram que encontraram com o que seriam homens-lagarto jovens, enquanto estavam dirigindo em uma certa noite próximo da cidade de Anadarko, Oklahoma.

O trecho abaixo é o que teria acontecido naquela noite, e que foi relatado por um parente deles.

"Meu irmão e meu primo viram três vultos escuros no meio da ponte. Eram pequenos vultos, como se fossem crianças vestidas em fantasias de Halloween. Meu irmão pisou no freio, e derrapou de lado pela ponte, ao mesmo tempo que os três vultos se dispersaram e pularam da ponte.

Eles saíram do carro, pensando que eles tinham causado de fato algum acidente, e machucado algumas das crianças. Eles começaram a chamar pelas crianças e ao ligar uma lanterna, eles tiveram uma resposta. Eles notaram pegadas molhadas nas ripas de madeira da ponte, planas, semelhantes a de um pato, como se aqueles vultos tivessem pés com membranas entre os dedos".

Os Relatos Continuam na Década de 1980


Foi nessa mesma época que "Homem-Lagarto" parecia ter resolvido adotar o clima mais quente da região sudeste dos Estados Unidos como seu habitat preferido.

Em um outro incidente, porém sem maiores detalhes de quando e onde ocorreu, um empreiteiro disse que viu uma estranha criatura durante uma noite, enquanto estava dirigindo perto de uma cidade de médio porte na região sudeste dos Estados Unidos. Ele deu a seguinte declaração: "Ele tinha cerca de 2,5 metros de altura, com uma aparência rígida e escamosa, como a pele de um peixe. Ele surgiu diante dos faróis do meu carro, pisei no freio para evitar bater nele, e então ele deu um passo para trás, se virando.

Foi quando eu tive uma visão clara do seu rosto oblíquo, com dois olhos escuros que pareciam estar olhando diretamente dentro do meus. Por cerca de 10 segundos, esta criatura e eu, olhamos um para o outro. Eu estava com medo e totalmente fora do meu juízo. Em seguida, ele se atirou na vegetação ao lado da rodovia, e eu ainda podia ouvi-lo, mesmo a distância, se embrenhando no meio dos galhos e folhas. Nunca sequer passou pela minha cabeça tentar seguí-lo. Pisei fundo no acelerador, e fui para casa em estado de choque".

Em 1983, foi relatado um caso de avistamento do "Homem-Lagarto" em uma casa rural isolada, próxima a um pântano, na cidade de Pass Christian, no estado norte-americano do Mississippi. A testemunha era um menino de apenas 5 anos de idade, que mais tarde relatou seu encontro, com o que ele disse ter sido uma criatura com cerca de 2 metros de altura, coberto de escamas verdes, com dentes grandes e olhos de fogo.



"Eu estava deitado, e tinha um ventilador ligado em minha direção. Ouvi uma batida na janela, e lá estava ele. Ele olhou para mim por cerca de um minuto, e correu pela lateral da casa. Ele sacudiu a porta dos fundos", disse o menino na época.

Quatro anos depois (1987), um "Homem-Lagarto" supostamente atacou a casa de um pastor da Igreja Batista perto da cidade de Charlotte, no estado norte-americano da Carolina do Norte. A esposa do pastor e seu filho pequeno disseram que, certo dia, observaram uma estranha criatura emergir de um pequeno lago localizado ao lado do trailer da família. Eles descreveram a criatura sendo coberta por escamas de cor escura, na forma de um homem. Ele tinha uma cabeça pequena posicionada no meio de ombros largos, sem orelhas visíveis, e uma fenda no rosto como se fosse uma boca.



As testemunhas ficaram aliviadas, quando a criatura se virou, e caminhou de volta para a água. Entretanto a família estava convencida, que aquela criatura havia feito uma visita a eles mais tarde, visto que, durante noite, algo bateu com tanta força na lateral do trailer, que chegou a balançá-lo.

Enfim, agora que você conhece todos os principais casos até o ano de 1987, saiba que nada se compara ao mais famoso deles que ocorreu na Carolina do Sul, porém isso é um assunto para uma próxima ocasião, visto que somente a Carolina do Sul ocupa um espaço e um tempo equivalente ou superior a tudo que vocês leram até agora!

Uma Reflexão Final Sobre o "Homem-Lagarto" até o Suposto Avistamento nos Arredores da Cidade de Charlotte, na Carolina do Norte


Sabemos que ao longo do tempo, as civilizações antigas registravam em pedras, monumentos, paredes ou até mesmo no solo, o que mais de especial ou relevante existia para eles. No entanto temos que entender, que toda simbologia e toda cultura representa basicamente o período de tempo em que se vivia. Atualmente, uma criança em uma cidade como São Paulo ou York não irá desenhar uma pirâmide ou meramente um crocodilo a esmo, uma vez que existe toda uma selva de pedra, brinquedos, pessoas e objetos chamativos ao seu redor. Observando o aspecto sociocultural dos povos nativo-americanos algumas coisas, no entanto, chamam a atenção. Entre elas, temos o relato que a tribo de Chicora era composta por homens brancos e de estatura maior que a média do homem espanhol. Outro registro interessante seria a alusão ao que parecem ser "homens-lagarto", mas será que os ancestrais não teriam visto apenas lagartos-monitores em época de acasalamento ou disputando território? Será que toda essa lenda foi criada pelo próprio Francisco de Chicora para evitar que o "homem branco" espanhol, um intruso, um colonizador que sequestrou seu povo e o privou de suas famílias, avançasse em seu território sugerindo que poderiam ser terras perigosas? Será que realmente havia uma raça de homens-lagarto e a tribo de Chicora, para preservar sua existência, simplesmente disse que todos tinham morrido e não houve nenhum descendente?

Os nativos da tribo Cree, por exemplo, acreditavam em seres chamados Mamnegishi. Entretanto, seriam os seis dedos dessa criatura nada mais do que a representação de um possível colonizador empunhando a distância uma espada ou uma arma de fogo? Seria a cabeça alongada a representação do colonizador usando um chapéu? Quando dizem que não tinham pelos, será que era por usarem roupas de peles de animais, e colonizadores usarem roupas de tecidos, principalmente de cor branca, que fazia com que aparentassem não possuir pelos? Não é possível realmente saber, mas isso faz nosso imaginário expandir a novos horizontes e possibilidades. A América do Norte sempre foi um território de múltiplas culturas, e elas sempre retrataram uma rede complexa de contos, lendas e crenças, que devem ser respeitadas. A questão é sobre o que de fato estavam vendo. Atualmente, no conforto de suas casas, ver um lagarto escalando uma árvore em um vídeo no Youtube é divertido e educativo, até mesmo você compartilha ou chama alguém para ver por achar aquilo interessante. E se você estivesse no século XI ou XII somente com florestas a sua volta, como você interpretaria?

Por outro lado é fascinante observar a evolução de uma história quando chegamos na "Cidade Perdida Sob Los Angeles: o que havia começado aparentemente por uma caça ao tesouro deixado em um período pós-guerra, rapidamente se transformou na busca por uma civilização perdida, que seria muito mais avançada que a nossa. Será que havia e ainda há uma cidade perdida do "Povo Lagarto" na cidade de Los Angeles? Será que essas pessoas eram híbridas ou foram chamadas dessa forma por terem que ir para baixo da terra? Será que eram esses os ancestrais de que tanto os Hopi falavam em suas lendas? Quem eram os "sentinelas do céu"? Será que esse labirinto de túneis continham mesmo tábuas de ouro contendo as informações sobre a vida na Terra? Provavelmente nunca saberemos devido a imensa e ávida urbanização da cidade.

Há muitos mistérios envolvendo essa história. Muita coisa faz sentido, assim como muita coisa não tem o menor fundamento se formos comparar com o conhecimento que a humanidade tem hoje, e que tinha na década de 1930. Tudo aponta para que uma cidade de um "povo lagarto", nunca tenha de fato existido, mas sempre vão restar mais e mais perguntas. Será que Shufelt tinha uma informação sobre túneis chineses e resolveu ganhar dinheiro ao trabalhar para empresários, mesmo sabendo que não haveria nada no subterrâneo? Será que o equipamento dele funcionava mesmo como dizia, descobriu a rede de túneis, e foi levado ao engano ao se deixar levar por uma lenda indígena? E que mapa era aquele citado nas notícias que diziam que era de pele de carneiro? Estranho, não é mesmo? Novamente, nos deparamos com mais perguntas do que respostas, e provavelmente não teremos uma resposta definitva tão cedo sobre isso. O que existe de fato é a cobiça pelo ouro, em uma área onde histórias sobre tesouros escondidos eram recorrentes. Se era um civilização antiga de pessoas comuns ou reptilianas, se de fato tal brilhante civilização existiu ou não sob Los Angeles, essas pegadas nunca chegaram a ficar famosas, ao contrário das estrelas na superfície da cidade.

Na década de 1950, Hollywood entendeu que tirar uma criatura lendária do fundo de rios e lagos era um bom negócio. Segundo o produtor do filme "Creature from the Black Lagoon", William Alland, a ideia para sua realização foi originalmente trazida por um diretor brasileiro, que ele encontrara na casa de Orson Welles (diretor do filme Cidadão Kane, A Dama de Xangai, entre outros). O homem falara de um amigo que tinha desaparecido na Amazônia ao realizar filmagens para um documentário sobre rumores da existência de um "povo-peixe" no região. Algumas tribos, inclusive, possuem cerimônias que envolvem a utilização de máscaras de peixes.

O filme ''Creature from the Black Lagoon'' foi rodado quase que totalmente no estado da Flórida, por causa de seus pântanos e alagadiços que serviram como o ''Rio Amazonas'', e conforme dissemos anteriormente, o filme se tornou uma sensação nos Estados Unidos. Uma mistura de terror e romance, um amor impossível de uma criatura surreal, que jamais imaginaríamos andando entre os homens. A criatura estava lá, na tela dos cinemas, diante de donas de casas, estudantes, empresários, clérigos e juízes. Mesmo em seu aspecto emborrachado podíamos sentir o terror e sua paixão, o sentimento através de gestos tão humanos, que mesmo sem palavras ainda somos capazes de reconhecer uma certa humanidade. Não seria de se estranhar que pessoas o vissem, que tal criatura atacasse senhoras indefesas por um amor incompreendido ou ferisse a honra de nobres homens, que deveriam defendê-las, mas não conseguiam ou precisavam provar serem dignos de suas companheiras. Entretanto, Hollywood nos ensinou que podíamos matá-la, que no fim venceríamos qualquer ameaça, embora sua existência fosse um tanto quanto lucrativa.

E então nos perguntamos, será que a Sra. Johnson foi mesmo atacada por uma criatura? Será que a marca de mão esverdeada em sua perna não seria simplesmente porque ela apanhava do marido, e usou a sensação do momento como pretexto para expor seu sofrimento e terror em casa? Será que a cidade de Loveland entendeu o recado de Hollywood ,  viu que a existência de tal criatura poderia trazer benefícios para a cidade? Será que realmente uma criatura reptiliana ou anfíbia vivia ou vive em Ohio? E Wetzel? O que ou quem ele realmente atropelou naquela noite? Hollywood estava ali, batendo nas portas listradas de azul e vermelho, lembrando aos americanos das lendas de seus ancestrais. Os folclores regionais estavam vindo a superfície para respirar novamente. Em certo momento daquele filme, dizem que o lugar se chama Lagoa Negra, e que ninguém jamais voltou vivo de lá para provar. De fato, Hollywood não precisava provar nada, há séculos a criatura estava nos bastidores, esperando apenas que acreditassem nela.

Assim sendo, chegamos em Thetis. O parque canadense que dá nome ao lago, assim foi chamado em homenagem a fragata HMS, que por sua vez fazia parte da Esquadra Naval da Marinha Real, mas Thetis (em português Tétis) na mitologia grega era uma ninfa do mar, a mais bela das cinquenta Nereidas, divindade imortal, filha de Nereu, o Velho do Mar, e Dóris, a Oceânida. Por sua vez, o "Homem-Lagarto" estava cada vez mais acuado, e as pessoas não viam mais a beleza em seus gestos. Ele estava ficando agressivo. Estava sendo parte de dezenas de avistamentos, relatos assustadores, estava no dia a dia de crianças e adolescentes, e até mesmo de autoridades mais céticas, mas que agiam de acordo com a lei. Afinal de contas, quem teria ferido um adolescente durante o verão em dos lagos mais populares, e fonte de entrenimento familiar no Canadá? Teria sido um lagarto teiú? Teria sido apenas uma fantasia ou uma brincadeira de uma tarde de verão? De qualquer forma, Thetis foi uma lufada de ar fresco em todo calor gerado nas mocinhas, que corriam de seus monstros subaquáticos de Hollywood, despertando na jovem carne, o desejo de também serem famosos.

O Monstro do Lago Thetis foi imortalizado na mesma borracha que tentariam apagá-la décadas depois, e deu coragem a que mais pessoas relatassem o que de mais estranho viam em estradas, lagos e rios em todos os cantos dos Estados Unidos. A criatura se aproximou até mesmo da imortal Nova York, a cidade que nunca dorme, e a que sempre sobreviveu aos ataques das mais diversas criaturas e catástrofes naturais. Poderia o "Homem-Lagarto" sobreviver com seus filhos, crianças-lagarto como aparentavam ser em um relato de Oklahoma, com mais e mais pessoas o avistando? O "Homem-Lagarto" não tinha religião. Ele já havia se tornado um mito entre o Céu e o Terra em um mundo que não era mais o mesmo, cujo fardo de sua aparente imortalidade, estava ficando cada vez mais pesado de se carregar. Era hora de voltar para casa, a Carolina do Sul.

Até a próxima parte, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

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http://www.wistv.com/story/7948448/lizard-man-returns
http://www.wltx.com/news/article/142643/35/Lizard-Man-Returns-to-Lee-County-
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O especial originalmente chamado de "Semana do Homem-Lagarto" foi finalizado em 21 de agosto de 2015

A "Caixa da Loucura": Estranhos e Misteriosos Desenhos Provariam a Existência de "Criaturas Aladas" ou "Seres Extraterrestres"?

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Por Marco Faustino

Recentemente, durante uma rápida conversa pela manhã, no Skype, fui apresentado a um mero endereço, que apontava para o site Imgur. Para aqueles que não o conhecem, o Imgur é um site bem famoso e popular de compartilhamento de imagens, e que existe há pouco mais de 8 anos. Nesse endereço, me deparei com uma série de imagens de uma suposta "caixa misteriosa", que mais parecia ser uma maleta de madeira, apelidada de "A Caixa da Loucura". Portanto, não fui o responsável pelo nome que se encontra no título, mas um usuário chamado "TramStopDan2", que publicou dezenas de imagens do conteúdo do mesma, no dia 3 de novembro de 2013. Aliás, rapidamente notei que não tinham sido apenas aquelas imagens, visto que ele chegou a publicar outras dezenas de fotos em um outro endereço também do Imgur. Simplesmente ao ler as primeiras legendas, que acompanhavam essas imagens, notei as seguintes informações: a "caixa" (particularmente ainda a vejo como uma maleta) media aproximadamente 96 cm x 73 cm, tinha um cheiro de umidade, como se tivesse ficado por muito tempo em um porão úmido, sendo que a maior parte dos papéis e desenhos contidos na mesma media aproximadamente 76 cm x 50 cm. Dentro da "caixa" era possível encontrar textos variados, uma tabela periódica antiga, mapas de diferentes regiões da Terra, cartas, fotografias antigas e desenhos de engrenagens. Contudo, os papéis que mais chamavam a atenção eram os desenhos de seres alados com faces aparentemente demoníacas, animalescas ou até mesmo humanoides bem próximos do que seriam supostos objetos voadores. Havia até mesmo uma certa conotação "extraterrestre e religiosa" nos "desenhos e esboços", que teriam sido encontrados dentro da caixa.

A fonte, no entanto, não era nem um pouco confiável. Toda a história sobre a caixa havia sido inicialmente publicada no Reddit, pelo usuário "TramStopDan", ou seja, tudo indicava ser a mesma pessoa que havia publicado as tais imagens no Imgur. Novamente, para quem não conhece, o Reddit é uma espécie de rede social formada por comunidades de fóruns de discussão, onde circulam os mais diversos assuntos, principalmente aqueles de cunho sobrenatural, paranormal, ufológico, conspiratório, e como não podiam deixar de ser, aqueles mais picantes e destinados para maiores de idade. De qualquer forma, se comenta e se discute praticamente de tudo no Reddit, inclusive muita política norte-americana e relações internacionais. Porém, o mesmo não é considerado uma fonte confiável de informação, principalmente para servir de base para uma notícia da mídia, uma vez que qualquer um pode postar qualquer coisa. Nunca se sabe exatamente a intenção ou a índole de uma pessoa, o que acaba gerando uma certeza desconfiança natural. Assim sendo, resolvi ir atrás de respostas, que pudessem dizer realmente como a caixa teria sido encontrada, quem era o autor dos desenhos, e o que eles representavam. Os desenhos seriam fruto da visão de seres demoníacos ou extraterrestres de alguém? Algum artista teria se deparado com tais criaturas nos céus de alguma cidade ao redor do mundo? Vamos saber mais sobre esse assunto?

A Investigação de uma "Caixa Misteriosa", que Começou no "Reddit", e que Acabou Repercutindo em Alguns Blogs e Sites Internacionais


Para ser bem sincero, nenhum site internacional que pudesse ser considerado confiável ou minimamente confiável levou a sério o conteúdo dessa caixa, em novembro 2013. Para não dizer que estou mentindo a respeito desse ponto, o único site considerado mais decente em termos de confiabilidade do conteúdo publicado foi o site "Business Insider" (com ressalvas, é claro), que chegou a comentar sobre a mesma, mas sempre questionando os desenhos e fazendo questão de apontar, que tudo indicava que poderia ser tão somente uma farsa, assim como tantas outras que circulavam e ainda circulam pelas redes sociais e fóruns de discussão ao redor do mundo. Portanto, para mostrar o que os sites de "cunho conspiratório" estavam dizendo, era inevitável consultá-los.

A "caixa" (particularmente ainda a vejo como uma maleta) media aproximadamente 96 cm x 73 cm, tinha um cheiro de umidade, como se tivesse ficado por muito tempo em um porão úmido
A maior parte dos papéis e desenhos contidos na mesma media aproximadamente 76 cm x 50 cm
No dia 4 de novembro de 2013, o questionável "The Epoch Times", em uma notícia intitulada "Mysterious Box Contains Detailed Drawings of Winged Aliens; WWII Vet Presumed Owner" ("Caixa Misteriosa Contém Desenhos de Alienígenas Alados; Acredita-se que o Dono seja um Veterano da II GM", em português) era mencionado que uma caixa tinha sido encontrada contendo desenhos detalhados de seres extraterrestres, um objeto voador não identificado, e transcrições explorando a ligação entre encontros extraterrestres e religiões antigas.

É interessante notar, que a notícia mencionava, que as imagens tiveram cerca de 250.000 visualizações em cerca de 20 horas, um número que continuaria sendo espetacular para os padrões atuais. Além disso, o conteúdo da mesma ainda não tinha sido verificado de forma independente, porém conteria pistas, assim como levantava diversas questões. Aparentemente, a caixa pertencia a "um homem chamado Daniel J. Christainsen, que morava no estado norte-americano da Flórida, muito embora fosse holandês."

Textos supostamente escritos por um homem que inicialmente muitos acreditavam se chamar Daniel J. Christainsen
Mais duas páginas escritas supostamente por um homem inicialmente chamado Daniel J. Christainsen
Ele teria sido um veterano da II GM, uma vez que a caixa conteria um papel em branco com o timbre do Centro Médico da Administração dos Veteranos, dos Estados Unidos. Aliás, ele poderia ter sido um engenheiro ou ao menos tinha alguma habilidade nesse sentido, visto que a caixa continha desenhos técnicos de projetos de engrenagens. Seus documentos também indicavam, que ele podia ter tido um encontro alienígena, embora as referências a essa experiência fossem vagas e deixavam margens à interpretação.

Ele teria sido um veterano da II GM, uma vez que a caixa conteria um papel em branco
com o timbre do Centro Médico da Administração dos Veteranos, dos Estados Unidos
Aliás, ele poderia ter sido um engenheiro ou ao menos tinha alguma habilidade nesse sentido,
visto que a caixa continha desenhos técnicos de projetos de engrenagens.
Mapa antigo contendo algumas rotas aéreas ao redor do mundo
Desenho de uma antiga tabela periódica de classificação de elementos químicos
Em um dos papéis, Daniel escreveu sobre "uma aparição ou obscuração na Baía de Tampa, em 7 de julho de 1977." Ele desenhou seres alienígenas e os descreveu como "cada um tendo quatro faces e quatro asas." Um dos rostos aparentava ser humanoide, enquanto os outros três aparentavam ser animalescos; uma criatura semelhante a uma vaca e outra criatura semelhante a um pássaro estavam entre elas. A figura humanoide, no entanto, teria cascos nos pés.

Ainda de acordo com o "The Epoch Times", Daniel também rememorava referências bíblicas, quando ele retratava os "encontros com seres extraterrestres." Não estava claro se os seus desenhos se relacionavam com sua própria experiência ou descreviam relatos históricos. Ele também fazia referência a um avistamento em 1967, no Brasil, por um turista norte-americano.

Em um dos papéis, Daniel escreveu sobre "uma aparição ou obscuração na Baía de Tampa, em 7 de julho de 1977."
Ele desenhou seres alienígenas e os descreveu como "cada um tendo quatro faces e quatro asas." Um dos rostos aparentava ser humanoide, enquanto os outros três aparentavam ser animalescos; uma criatura semelhante a uma vaca e outra criatura semelhante a um pássaro estavam entre elas
A figura humanoide, no entanto, teria cascos nos pés. Ainda de acordo com o "The Epoch Times", Daniel também rememorava referências bíblicas, quando ele retratava os "encontros com seres extraterrestres."
Daniel também teria feito referência ao relato bíblico de Ezequiel: "O fogo que tinha a cor do âmbar teve que aguardar o dia em que as luzes elétricas estavam disponíveis na Terra, antes de permitir uma interpretação literal; Assim como os olhos das criaturas e... as rodas precisam aguadar o dia da eletrônica e da televisão antes que uma interpretação razoável seja possível. Na verdade, seria necessário aguardar as muitas invenções tecnológicas antes de interpretar a experiência de 2.500 anos, que Ezequiel considerou oportuno chamar de visões."

Segundo o "The Epoch Times", as figuras com cabeças de animais lembravam pinturas e esculturas antigas. No Tibet, e em algumas outras regiões, deidades algumas vezes eram retratadas com a cabeça de um cavalo ou outro animal. Às vezes,  a cabeça do animal era a cabeça principal, mas em outras a deidade tinha várias cabeças, sendo que uma ou mais seriam cabeças de animais. Os desenhos também retratariam o "Minotauro" da Grécia (a figura do homem-touro descrita na Mitologia Grega), e figuras semelhantes. Curiosamente, o texto publicado pelo site "The Epoch Times" não oferecia nenhuma explicação ou investigação mais aprofundada sobre a mesma, tão somente uma análise superficial e extremamente especulativa, como era de se esperar.

Curiosamente, o texto publicado pelo site "The Epoch Times" não oferecia nenhuma explicação ou investigação mais aprofundada sobre a mesma, tão somente uma análise superficial e extremamente especulativa, como era de se esperar.
Texto supostamente encontrado dentro da maleta, cujo conteúdo é praticamente ilegível.
Naquele mesmo dia, o site "Bussiness Insider" criticou e ironizou fortemente a publicação do usuário "TramStopDan", dizendo que se aquilo fosse uma espécie de "farsa viral" era algo bem básico e simplório, e que a "Caixa da Loucura" era perfeita para aqueles que estavam em busca de tesouros, alienígenas, mapas e mistérios. Aliás, a primeira dica para os teóricos da conspiração é que o usuário alegava que um amigo havia encontrado a caixa em uma lixeira próxima a casa dele. Resumindo? Primeiramente, ninguém sabia quem era esse usuário (lembrando que no Reddit, o "anonimato"é uma constante) e, em segundo lugar, muito menos seu amigo e o exato local onde ele morava. Como você investigar algo sem conhecer detalhes tão básicos quanto esses?

De acordo com o "Bussiness Insider", em uma das mais intrigantes imagens havia o seguinte texto: "Carl Sagan, o astrônomo judeu, disse que ele acreditava neles...", acompanhado de "Existem muitas civilizações em nossa galáxia, que são bem mais avançadas do que a nossa." Boa parte do restante, no entanto, seria ilegível.

A primeira dica para os teóricos da conspiração é que o usuário alegava que um amigo havia encontrado a caixa em uma lixeira próxima a casa dele. Resumindo? Primeiramente, ninguém sabia quem era esse usuário (lembrando que no Reddit, o "anonimato"é uma constante) e, em segundo lugar, muito menos seu amigo e o exato local onde ele morava
Havia, no entanto, quem dissesse ter descoberto o autor dos desenhos, que seria um homem chamado Daniel Frederick Christiansen, que havia morrido em 2010, aos 96 anos, e que teria nascido na cidade de Rolfe, no estado norte-americano de Iowa. Já outros apontavam a forte possibilidade de ser uma farsa, visto que a fonte utilizada nas primeiras páginas seria moderna e não corresponderia ao restante dos documentos. Portanto, considerando uma fonte moderna sendo aplicada em papel envelhecido ou degradado, possivelmente seria uma mentira ou tão somente um item promocional. Nesse ponto, muitos acreditavam ser um material promocional de algum filme de Hollywood, que seria lançado.

De qualquer forma, o "Bussiness Insider" ressaltou que a publicação de "TrampStopDan" era apenas uma republicação desse mesmo usuário no "4chan", que por sua vez é uma espécie de "comunidade virtual" (originalmente destinado a discussão sobre animes, mas que acabou se convertendo em um verdadeiro centro de propagação de conteúdos ilegais, notícias falsas, teorias conspiratórias, subculturas etc). Enfim, havia muito questionamento sobre a veracidade do conteúdo, e o que o mesmo realmente significava.

Havia, no entanto, quem dissesse ter descoberto o autor dos desenhos, que seria um homem chamado Daniel Frederick Christiansen, que havia morrido em 2010, aos 96 anos, e que teria nascido na cidade de Rolfe, no estado norte-americano de Iowa. Porém, com o tempo, esses dois primeiros nomes seriam substituídos por outro.
No dia 5 de novembro daquele mesmo ano, um blog chamado "Florida Zone", comentou sobre essa "caixa misteriosa" acrescentando que os documentos supostamente encontrados pareciam demonstrar uma fixação do seu proprietário, o Daniel Christiansen, sobre seres extraterrestres, teoria da conspiração, culminando em um suposto avistamento de uma majestosa nave espacial acompanhada de criaturas aladas, vindas diretamente do "Livro de Ezequiel", sobre o "píer de São Petersburgo" (anotem esse nome), na Baía de Tampa, nos Estados Unidos.

Curiosamente, uma pessoa que não quis se identificar, fez um comentário na postagem do blog "Florida Zone", quase 2 anos depois, dizendo que teve em mãos aquela mesma caixa do Daniel Christiansen, por quase 20 anos. Essa pessoa teria se mudado para a casa dele quando o mesmo faleceu, sendo que a caixa era apenas 1/10 do que havia sido encontrado, e que ele(a) ainda teria o diário de Daniel, assim como outros documentos. Disse também que Daniel era ávido por Física, e que havia construído uma pequena máquina onde acreditava que poderia viajar no tempo e ter experiências fora do corpo. Contudo, essa pessoa não apresentou quaisquer provas sobre isso, e simplesmente desapareceu (comentarei sobre isso na terceira e última parte dessa postagem).

Curiosamente, uma pessoa que não quis se identificar, fez um comentário na postagem do blog "Florida Zone", quase 2 anos depois, dizendo que teve em mãos aquela mesma caixa do Daniel Christiansen, por quase 20 anos.
Por outro lado, o responsável pelo blog ressaltou um comentário feito por um usuário do Reddit, apelidado de "drivebyhistorian", que por sua vez, diante do material publicado pelo "TrampStopDan", teria feito algumas descobertas muitos interessantes sobre o suposto autor dos desenhos e os seus documentos.

De acordo com o usuário "drivebyhistorian", o nome completo do autor seria Daniel Samuel Christiansen, nascido em 27 de novembro de 1904, na cidade de Skodsborg (próxima de Copenhague), na Dinarmarca. Ele teria sido filho de Christian Christiansen e Karen Larsen. Seus pais teriam sido adventistas do sétimo dia, e Daniel conseguiu estudar apenas ao que seria equivalente a 8ª série do Ensino Fundamental. Em 1927, ele estava morando na cidade de Helsingør, e obteve um passaporte nº 2194, em Copenhague, em 3 de janeiro de 1927. Então, ele foi para os Estados Unidos, à bordo do RMS Olympic, um navio semelhante ao Titanic, saindo da cidade de Southampton, na Inglaterra, em 5 de abril de 1927 e chegando na cidade de Nova York, em 12 de abril.

De acordo com o usuário "drivebyhistorian", o nome completo do autor seria Daniel Samuel Christiansen, nascido em 27 de novembro de 1904, na cidade de Skodsborg (na foto, próxima de Copenhague), na Dinarmarca.
Ele foi para os Estados Unidos, à bordo do RMS Olympic (na foto), um navio semelhante ao Titanic, saindo da cidade de Southampton, na Inglaterra, em 5 de abril de 1927 e chegando na cidade de Nova York, em 12 de abril
Na época, ele tinha 22 anos, era carpinteiro, e sabia ler e escrever tanto em dinarmaquês quanto em inglês. Ele nunca tinha ido aos Estados Unidos, era loiro, de olhos azuis, e tinha 1,65m de altura. Seu destino era a Pocono People's College, na cidade de Henryville, no estado norte-americano da Pensilvânia.

Segundo o usuário "drivebyhistorian", a Pocono People's College foi uma espécie de "faculdade experimental", que se concentrou na educação de adultos. Não exigia que seus "alunos adultos" tivessem pré-requisitos educacionais específicos para participar. A faculdade permaneceu aberta entre 1924 e 1929, quando fechou devido à falta de financiamento após a queda do mercado de ações. O Daniel teria conhecido pessoalmente o Dr. Sorn Mathiasen, reitor da Pocono People's College (ele o citaria como "amigo" em seus documentos de imigração). O Dr. Mathiasen teria lecionado anteriormente no International People's College, na cidade de Helsingør (que seria a residência do Daniel antes da imigração).

Na época, ele tinha 22 anos, era carpinteiro, e sabia ler e escrever tanto em dinarmaquês quanto em inglês. Ele nunca tinha ido aos Estados Unidos, era loiro, de olhos azuis, e tinha 1,65m de altura. Seu destino era a Pocono People's College, na cidade de Henryville, no estado norte-americano da Pensilvânia
Quando a faculdade fechou em 1929, Daniel teria se mudado para Newark, no estado norte-americano de Nova Jersey. Daniel teria alugado apartamentos em Chestnut, e posteriormente na rua Cottage, tendo trabalhado como mecânico/operário em uma fábrica de automóveis. Em 1935, Daniel teria se mudado para um apartamento na rua Elm nº 91, e teria começado a trabalhar como carpinteiro fazendo o reparo de móveis. Ele permaneceu no local realizando esse mesmo trabalho até seu alistamento militar, em 1942.

Daniel se alistou no Exército dos Estados Unidos, em 9 de março de 1942, em Fort Dix. No momento do seu alistamento, ele estava trabalhando como carpinteiro, era solteiro, tinha 1,70m de altura, e pesava 64 quilos. Aliás, ele não era um cidadão norte-americano naquela época. Era possível que ele tivesse usado o serviço militar para agilizar seu processo de cidadania durante ou depois da guerra. Ele acabou sendo dispensado do serviço militar em 2 de outubro de 1945. No entanto, não havia muitas informações sobre Daniel após a II GM. Ele aparecia nos registros oficiais em 1953, quando teria se casado com Anastasia Harjaks, imigrante estoniana, em Palm Beach, na Flórida. Daniel e Anastasia teriam morado em Elizabeth, em Nova Jersey, entre 1957 e 1959. Anastasia, no entanto, teria morrido em São Petersburgo, na Flórida, em 1983.

No entanto, não havia muitas informações sobre Daniel após a II GM. Ele aparecia nos registros oficiais em 1953, quando teria se casado com Anastasia Harjaks, imigrante estoniana, em Palm Beach, na Flórida. Daniel e Anastasia teriam morado em Elizabeth, em Nova Jersey, entre 1957 e 1959. Anastasia, no entanto, teria morrido em São Petersburgo (na foto), na Flórida, em 1983
Nossa, quanta história, não é mesmo? De acordo com o site "Cipher Mysteries", em um texto publicado no dia 10 de novembro de 2013, Daniel S. Christiansen também se identificava como "Nesna-it-sirhc", que seria simplesmente o nome "Daniel Christiansen" ao contrário (muito embora isso tenha sido motivo de especulação por um bom tempo até que alguém notasse a coincidência). De qualquer forma, Daniel teria morrido em São Petersburgo, na Flórida, em 26 de setembro de 1994 (muito embora ninguém soubesse exatamente de onde essa data teria surgido, aparentemente essa informação também teria partido do Reddit). Mesmo diante de todas essas informações, ninguém parecia saber exatamente quem teria sido Daniel em vida.

Aparentemente, alheio a qualquer investigação com esse nível de profundidade, estava o questionável e conspiratório site "Humans are Free." Em um artigo escrito por Alexander Light, no dia 12 de novembro de 2013, foi mencionado que Daniel havia desenhado ao menos meia dúzia de discos voadores próximos ao píer da Baía de Tampa. A "construção em formato de pirâmide invertida" perto da costa era o ponto central desse evento. Do topo da construção seria possível ver "um vórtice energético indo em direção as espaçonaves alienígenas e ao céu. Ao redor da base do vórtice, haveria dois objetos menores que poderiam ser descritos como drones alienígenas, ao lado dois extraterrestres alados."

Do topo da construção seria possível ver "um vórtice energético indo em direção as espaçonaves alienígenas e ao céu. Ao redor da base do vórtice, haveria dois objetos menores que poderiam ser descritos como drones alienígenas, ao lado dois extraterrestres alados."
Em um artigo escrito por Alexander Light, no dia 12 de novembro de 2013, foi mencionado que Daniel havia desenhado ao menos meia dúzia de discos voadores próximos ao píer da Baía de Tampa
De acordo com Alexander Light, os extraterrestres estariam usando um trajes especiais, e usavam capacetes em todas as quatro cabeças, sendo que as asas aparentavam ser mecânicas. Ao analisar os desenhos, o responsável pelo artigo concluiu que os mesmos representavam um "astronauta extraterrestre" dentro de sua espaçonave.

As cabeças de águia poderiam ser uma referência direta aos relatos sumérios dos Anunnakis e, seus capacetes de águia ou um ser humano com 3 cabeças alienígenas, seriam uma referência à manipulação do DNA de nossa espécie por diversas espécies de seres extraterrestres.

De acordo com o "Bussiness Insider", em uma das mais intrigantes imagens havia o seguinte texto: "Carl Sagan, o astrônomo judeu, disse que ele acreditava neles...", acompanhado de "Existem muitas civilizações em nossa galáxia, que são bem mais avançadas do que a nossa." Boa parte do restante, no entanto, seria ilegível.
De acordo com Alexander Light, os extraterrestres estariam usando um trajes especiais, e usavam capacetes em todas as quatro cabeças, sendo que as asas aparentavam ser mecânicas. Ao analisar os desenhos, o responsável pelo artigo concluiu que os mesmos representavam um "astronauta extraterrestre" dentro de sua espaçonave.
Outro desenho seria uma mistura de relatos religiosos e uma "clara conexão com seres extraterrestres." Seria possível ver a "roda de Ezequiel" em três posições diferentes sobrevoando seres alienígenas alados. Aliás, segundo Alexander, tudo isso teria acontecido no "Polo Norte da Terra" ou em "um dos polos de um planeta desconhecido." Daniel tinha desenhado uma vaca com capacete, mas na opinião de Alexander retratava a constelação de Plêiades, também conhecida como "perna de touro." Essa constelação teria sido apontada como o lar dos "deuses" por todas as grandes civilizações antigas, e a julgar pelo gigantesco número de representações, as mesmas estariam obcecadas com isso.

Outro desenho seria uma mistura de relatos religiosos e uma "clara conexão com seres extraterrestres." Seria possível ver a "roda de Ezequiel" em três posições diferentes sobrevoando seres alienígenas alados. Aliás, segundo Alexander, tudo isso teria acontecido no "Polo Norte da Terra" ou em "um dos polos de um planeta desconhecido."
Diga-se de passagem, essa "interpretação" do Alexander era muito além (uma viagem bem longínqua) do que se estava sendo comentado sobre o assunto naquela época, porém é difícil dizer qual foi a interpretação mais espetacular, visto que existe muito material especulativo. Assim sendo, separar o joio do trigo talvez não compense muito tanto diante do que iremos fazer a seguir, ou seja, oferecer a vocês uma dose de realidade por trás de toda essa aparente loucura.

Um Balde de Água Fria? Uma Dose de Realidade Por Trás da "Caixa da Loucura"


Algo que raramente se divulga em relação a essa caso, é que no dia 6 de novembro de 2013, o jornalista Paul Guzzo, do site de notícias Tamba Bay Online (TBO) jogou um verdadeiro balde de água fria nas pessoas que acreditavam na hipótese de que os desenhos representassem seres extraterrestres, anjos ou demônios alados.

Algo que raramente se divulga em relação a essa caso, é que no dia 6 de novembro de 2013, o jornalista Paul Guzzo, do site de notícias Tamba Bay Online (TBO) jogou um verdadeiro balde de água fria nas pessoas que acreditavam na hipótese de que os desenhos representassem seres extraterrestres, anjos ou demônios alados
No artigo intitulado "1977 artist’s work debunks rumor of UFO in St. Pete" ("O trabalho de um artista em 1977 desmente os rumores sobre OVNIs em São Petersburgo", em português) foi mencionado, que os entusiastas de OVNIs ao redor do mundo ficariam desapontados ao saber que, apesar dos rumores, o píer de São Petersburgo não tinha sido o palco de uma visita extraterrestre, que desde então teria sido acobertada pelo governo norte-americano.

Assim sendo, foi mencionado rapidamente o conteúdo sobre a caixa misteriosa, que havia surgido naquela época, e que conteria desenhos de "bestas apocalípticas" e até mesmo de "um tornado emitindo feixes luminosos sobre o píer." No entanto, segundo o TBO, o autor dos desenhos teria testemunhado tão somente "uma instalação de arte um tanto quanto inovadora." Aliás, ele não teria sido o único a confundi-la com uma "atividade extraterrestre" naquela época.

No entanto, segundo o TBO, o autor dos desenhos teria testemunhado tão somente "uma instalação de arte
um tanto quanto inovadora." Na foto temos o antigo píer de São Petersburgo, na Flórida.
Aliás, ele não teria sido o único a confundi-la com uma "atividade extraterrestre" naquela época
Na década de 1970, um homem chamado Rockne Krebs era um artista altamente requisitado, e foi o primeiro a popularizar o uso de lasers como arte pública. De 1976 até o início da década de 1980, São Petersburgo podia se gabar por ser o lar de uma de suas instalações singulares. Prismas disparando lasers foram erguidos no topo do píer, e espelhos foram colocados em prédios do centro da cidade para refletir a luz e criar padrões "3D" pela cidade em um verdadeiro emaranhado de luzes. Krebs apelidou isso de "Starboard Home on the Range, Parte VI."

"Foi algo especial. Ele era um dos artistas mais vanguardistas do país, e esse era um conceito novo, que ninguém tinha visto ou ouvido anteriormente", disse Glenn Anderson, diretor executivo da Comissão de Artes de São Petersburgo, de 1975 a 1982.

É interessante ressaltar nesse ponto, que toda a antiga estrutura do píer de São Petersburgo (aquela estrutura de "pirâmide invertida", que foi construída no início da década de 1970, e que vocês puderam conferir nas imagens anteriores) não existe mais. O píer foi fechado definitivamente para visitação pública em 31 de maio de 2013, e demolido em 2015. De qualquer forma, um novo píer começou a ser construído no fim do mês passado

Na década de 1970, um homem chamado Rockne Krebs era um artista altamente requisitado, e foi o primeiro a popularizar o uso de lasers como arte pública. De 1976 até o início da década de 1980, São Petersburgo podia se gabar por ser o lar de uma de suas instalações singulares. Na foto temos Rockne Krebs (à esquerda) e sua filha Heather Krebs (à direita), no fim da década de 1970.
Prismas disparando lasers foram erguidos no topo do píer, e espelhos foram colocados em prédios do centro da cidade para refletir a luz e criar padrões "3D" pela cidade em um verdadeiro emaranhado de luzes. Krebs apelidou isso de "Starboard Home on the Range, Parte VI."
Sua novidade, no entanto, trouxe uma mistura de medo e espanto naquela época. As notícias dos jornais de São Petersburgo, da década de 1970, apresentavam relatos detalhados de lasers atravessando quarteirões, por quilômetros de distância, enquanto os moradores ficavam atônitos e confusos. Quase 30 anos após ter sido desmantelada, a instalação de arte estava de volta na mídia, porém sendo apelidada de "Caixa da Loucura."

De acordo com o TBO, a caixa era referente a uma maleta de madeira contendo os trabalhos, que certo dia pertenceram a um homem chamado Daniel Christiansen, sendo que a maleta tinha sido encontrada à beira de uma estrada na cidade de Asheville, no estado norte-americano da Carolina do Norte, em 2008. Cinco anos depois, as fotos de seu conteúdo - a maioria delas de desenhos feitos no começo da década de 1980 - apareceram no Reddit. As fotos, por sua vez, seriam de um morador da cidade de Asheville, chamado Dan Wickham. Ele voltou a dizer que um amigo, que preferia se manter no anonimato, tinha sido o responsável por encontrar a tal maleta.

Sua novidade, no entanto, trouxe uma mistura de medo e espanto naquela época. As notícias dos jornais de São Petersburgo, da década de 1970, apresentavam relatos detalhados de lasers atravessando quarteirões, por quilômetros de distância, enquanto os moradores ficavam atônitos e confusos
Uma das esculturas que teriam sido criadas por Rockne Krebs através do uso de lasers
"Tarde demais para mim. Uma vez que fiz o upload das fotos, me tornei parte da história", disse Dan Wickham. De qualquer forma, segundo o TBO, pouco se sabia sobre Daniel Christiansen. Não se sabia se ele ainda estava vivo, se morava em São Petersburgo ou apenas visitando a cidade ou então como sua maleta acabou indo parecer à beira de uma estrada em Asheville. Os entusiastas de OVNIs, igualmente desavisados da antiga instalação de arte de São Petersburgo, começaram a discutir se os desenhos de Christiansen provariam ou não a existência de vida em outros planetas.

Dan Wickham disse que não pretendia iniciar uma conspiração extraterrestre. Disse apenas que queria compartilhar o conteúdo estranho e misterioso da caixa, e não tinha ideia de que tantas pessoas iriam se preocupar com isso ou então com o autor dos desenhos. "Ele obviamente viu algo que o mudou", disse Wickham sobre Christiansen.

De qualquer forma, segundo o TBO, pouco se sabia sobre Daniel Christiansen. Não se sabia se ele ainda estava vivo, se morava em São Petersburgo ou apenas visitando a cidade ou então como sua maleta acabou indo parecer à beira de uma estrada em Asheville (na foto).
O que Christiansen testemunhou foi quase certamente um fenômeno natural ocorrendo ao mesmo tempo que a instalação de arte de aparência futurista estava a pleno vapor. Nos textos encontrados na maleta, o autor geralmente faz referência à data de 7 de julho de 1977. Naquele dia, um tornado passou pelo Condado de Pasco. Enquanto isso acontecia, ele realmente teria visto luzes no céu sobre o píer de São Petersburgo.

"Você pode tentar deduzir o que uma pessoa, vendo um show de lasers pela primeira vez, imaginaria se não tivesse ideia do que está realmente vendo. Além disso, adicione um tornado", disse Dan Wickham.

"Entendo o porquê as pessoas teriam ficado confusas com isso naquela época. Ninguém sabia o que fazer sobre sua arte. Era tudo muito novo", disse Heather Krebs, a filha de Rockne Krebs.
"Entendo o porquê as pessoas teriam ficado confusas com isso naquela época. Ninguém sabia o que fazer sobre sua arte. Era tudo muito novo", disse Heather Krebs (à esquerda), a filha de Rockne Krebs.
Heather Krebs disse que mais de 40 cidades ao redor do mundo celebraram as instalações de arte do pai, ao longo de sua carreira. Ele também recebeu um grande destaque na Feira Mundial de 1981, no Japão, e foi homenageado com inúmeros prêmios nacionais e financiamentos para a sua obra. Infelizmente, Rockne Krebs faleceu em outubro de 2011.

Quanto a Daniel Christiansen, o homem que se assustou diante da instalação de arte de Krebs, em São Petersburgo, os fóruns de discussão ainda estava ocupados tentando descobrir mais detalhes sobre o homem, que eles acreditavam ter documentado a existência de OVNIs.

"Não consigo acreditar que isso esteja acontecendo. É tudo tão bizarro. Meu pai não acreditava em OVNIs, mas ele adoraria isso. Ele gostava do incomum e isso definitivamente é incomum", completou Heather Krebs.

A Instalação de Arte de Rockne Krebs Foi a Responsável Pelas "Visões" de Daniel? Quem Ele Era? Daniel Teria Realmente Existido?


Nessa terceira e última parte da postagem, muitos de vocês podem estar se perguntando, se a instalação de arte de Rockne Krebs teria tido alguma influência nos desenhos, que mais estavam sendo questionados pelos entusiastas de OVNIs. Infelizmente, não temos nenhuma imagem mais detalhada ou vídeo mais específico desses lasers no antigo píer de São Petersburgo, tal como a formação de esculturas através do emaranhado de luzes, que Krebs denominou de "Starboard Home on the Range, Parte VI." Evidentemente, seria interessante saber quais foram as figuras formadas na noite de 7 de julho de 1977, mas não encontrei nada nesse sentido.

De qualquer forma, houve mesmo um tornado, no condado de Pasco (relativamente próximo do píer), na tarde daquele mesmo dia (por volta das 15h15, no horário local), e os "feixes luminosos" desenhados têm aparência de lasers. Provavelmente Daniel, caso tenha realmente existido, desconhecia tal espetáculo artístico promovido por Krebs, assim como boa parte da população daquela época. Portanto, essa é a explicação mais plausível, ou seja, seres extraterrestres não fizeram uma visita a São Petersburgo naquela noite.

Infelizmente, não temos nenhuma imagem mais detalhada ou vídeo mais específico desses lasers no antigo píer de São Petersburgo, tal como a formação de esculturas através do emaranhado de luzes, que Krebs denominou de "Starboard Home on the Range, Parte VI."
Diga-se de passagem, o que muitos denominaram como "OVNIs", "criaturas aladas", seres ou astronautas extraterrestres" viria da Merkabah, uma antiga tradição mística da cabala, que retrataria o "Merkabah" ou o Trono/Carruagem de Deus, que poderia subir ou descer através de diferentes câmaras ou palácios celestiais conhecidos como "Hekhalot", sendo que o último deles revelaria a divina Glória de Deus.

De uma forma ou de outra, isso acaba tendo uma relação com o chamado "livro de Ezequiel", que contém as visões e as profecias de Ezequiel, a quem o Senhor chamou para ministrar aos judeus cativos na Babilônia. Escrito pela perspectiva da primeira pessoa, Ezequiel registrou as visões e revelações que teria recebido de Deus. Apesar de ter sido escrito (entre 592 a 570 a.C.) em uma época em que Jerusalém estava sendo destruída, o livro de Ezequiel é cheio de esperança. No entanto, muitos entusiastas de OVNIs se aproveitam de algumas passagens do livro de Ezequiel para mencionar que a Bíblia falava sobre objetos voadores e seres extraterrestres. Aliás, alguns até mesmo se valem de iconografias do século XVI ou XVII para tentar evidenciar isso.

Cópia da ilustração entalhada em cobre, originalmente criada pelo artista Matthäus Merian (1593-1650) para sua obra denominada "Icones Biblicae" retratando a visão de Ezequiel. Lembrando que essa é concepção artística de Matthäus Merian diante do texto escrito por Ezequiel, ou seja, isso não quer dizer que tenha sido exatamente isso o Ezequiel viu, uma vez que abre margem para interpretações.
Os desenhos de Daniel claramente foram inspirados nos trabalhos de Matthäus Merian, um artesão que trabalhou em Frankfurt, na Alemanha, durante a maior parte de sua vida, no século XVII. Portanto, é bem possível que Daniel tivesse visto algo semelhante no píer de São Petersburgo que, acrescentando um tornado no mesmo dia, acabou inspirando seus desenhos. Um tempo possivelmente nublado, um tornado e figuras luminosas no céu poderiam ter proporcionado uma visão praticamente profética para Daniel. Além disso, ele já costumava desenhar tais figuras bem antes de 1977 (basta olhar as datas dos demais desenhos), aparentemente porque gostava de desenhar e tinha cadernos ou fichários nesse sentido. Vocês podem conferir as duas galerias de imagens, clicando aqui e aqui.

Por outro lado, uma vez que esse caso nunca ganhou destaque nos principais veículos de comunicação norte-americanos e internacionais, provavelmente nunca saberemos quem foi Daniel Christiansen e nem mesmo se ele deixou descendentes que o conheciam, assim como suas obras e história de vida. Nunca ninguém apareceu para dizer que o conhecia em vida.

Foto mostrando uma cópia da obra de Matthäus Merian chamada "Icones Biblicae"
Agora, se alguém preferir acreditar em "criaturas aladas" e "seres ou drones extraterrestres" terá um desafio bem maior pela frente. O primeiro deles seria explicar como uma maleta, supostamente encontrada à beira de uma estrada, que ninguém sabe qual é, teria sido encontrada em 2008, e somente cinco anos depois alguém resolveu tirar algumas fotos e divulgar justamente no Reddit. Aliás, nunca foi feita nenhuma análise técnica ou perícia do material para saber o quão antigo o mesmo poderia ser.  Aparentemente, ninguém procurou uma Escola ou Faculdade de Artes para analisar tecnicamente os desenhos, e tentar entender efetivamente a concepção artística de Daniel. Ninguém procurou uma emissora de TV local, para quem sabe, encontrar eventuais parentes ainda vivos. Simplesmente, o local escolhido foi o Reddit, justamente um local onde quase ninguém leva a sério o que é divulgado, e o anonimato permite que tais especulações cresçam exponencialmente.

O suposto avistamento de um "OVNI" por parte um turista norte-americano, que teria ocorrido na cidade de Santos, no litoral do Estado de São Paulo, em 1967, que foi mencionado por Daniel, mas que não aparece nenhuma foto, teria se tratado, segundo o próprio texto, tão somente de uma nuvem lenticular (aliás, esse tipo de formação sempre levou muitos entusiastas de OVNIs a dizerem, sem qualquer argumento plausível, que seriam "objetos voadores camuflados").

Fotografia mostrando exemplos de nuvens lenticulares nos céus da Cidade do Cabo, na África do Sul
Se vocês já estavam achando toda essa história um tanto quanto "maluca" vão se surpreender ainda mais. Lembram daquela pessoa que fez um comentário, em 2015, no blog "Florida Zine" que, além de não querer se identificar, simplesmente desapareceu e não publicou mais nenhum comentário? Pois bem, tudo indica que essa pessoa tenha vindo do Reddit. Justamente naquela mesma época, surgiu uma postagem realizada pelo moderador "Funkafize" sobre uma "atualização" do caso.

O moderador "Funkafize" teria entrado em contato, por telefone, com uma usuária apelidada de "thatsmybox", que por sua vez teria aparecido no Reddit dizendo ser a "proprietária original da caixa." Segundo "Funkafize", durante a década de 1990, na Flórida, essa usuária teria recebido uma oferta, de um proprietário de uma casa (não foi mencionado exatamente onde e quando), para alugá-la por um preço bem barato. Ela teria 19 anos naquela época, e acabou aceitando a proposta. Porém, sem saber ela teria alugado a casa onde Daniel Christiansen teria um dia morado. Ela teria descrito a casa de Daniel como imunda, bagunçada e estranha. Na sala de estar haveria apenas uma mesa, sem quaisquer cadeiras ou outras mobílias. Pela casa haveria livros sobre experiências fora do corpo e outras obras estranhas, assim como desenhos, textos, projetos etc. Algo que, segundo a usuária "thatsmybox" não seria nem 1/10 do que foi encontrado na caixa (isso coincide com o comentário publicado no blog "Florida Zine").

A reação inicial da "thatsmybox" teria sido de pânico e medo. Para ela, todas aquelas coisas estranhas eram malignas, e estavam a impedindo de começar sua nova vida. Houve até mesmo uma história, que certo dia ela e uma amiga teriam se deparado com dois homens de preto que estariam examinando a casa, por volta das 22h (novamente não há maiores detalhes sobre isso). Assim sendo, ela chamou alguns amigos, reuniu tudo o que havia na casa e jogou no lixo. Porém, alguns amigos acharam os desenhos e textos interessantes, guardaram boa parte do que havia na casa sem ela saber, e também teriam repassado para outros amigos. Muitos anos depois, a usuária "thatsmybox" teria se deparado com um dos quadros de Daniel pendurado na parede da casa de um dos seus amigos. Porém, a amiga não sabia que material tinha sido encontrado na casa da usuária "thatsmybox". Assim sendo, a amiga teria devolvido tudo que ela tinha, inclusive a maleta de madeira. A usuária teria alegado que diversos padres e estudantes de engenharia teriam ficado maravilhados com os desenhos (novamente não há menção de quaisquer nomes).

O moderador "Funkafize" teria entrado em contato, por telefone, com uma usuária apelidada de "thatsmybox", que por sua vez teria aparecido no Reddit dizendo ser a "proprietária original da caixa."
Os anos teriam passado e a usuária foi morar na Carolina do Norte, porém no meio do caminho ela se lembrou que havia esquecido a maleta de Daniel no porão da antiga casa. Ao voltarem, o proprietário disse, que tinha jogado tudo o que havia sido deixado para trás, no lixo. Teria sido quando um usuário apelidado de  "DirtyGremlin" encontrou a caixa em uma lixeira, e teria dado para o usuário "TramStopDan" fotografar e publicar as fotos no Reddit (isso contradiz a versão da caixa ter sido encontrada à beira da estrada, em Asheville). Algumas semanas depois, a usuária "thatsmybox" estaria juntamente com seu marido olhando alguns desenhos do Daniel, desenhos estes que ela tinha levado consigo (ela teria esquecido apenas a maleta), quando resolveram procurar por seu nome na internet, e teriam encontrado uma referência no Reddit. Para completar essa saga, a usuária "thatsmybox" teria alegado possuir outros desenhos e textos, e ainda teria mencionado, que no antigo quarto de Daniel haveria uma máquina de madeira, com assentos e locais para encaixar as mãos, com grandes esferas giratórias. Teria sido com essa máquina, que Daniel teria alegado viajar no tempo e, talvez, se comunicado com seres extraterrestres. A usuária ainda teria os manuscritos ensinando a construir a máquina, como viajar no tempo e como ter experiências fora do corpo. O moderador "Funkafize" prometeu atualizar sua postagem com as imagens de tais manuscritos, algo que nunca aconteceu. Diga-se de passagem, nunca soubemos quem era a tal usuária "thatsmybox", se ela tinha mesmo alguma coisa de Daniel ou quaisquer outros detalhes sobre toda essa história.

Enfim, a grande e imensa probabilidade (99,99%) é que tudo isso que vocês acabaram de ler seja uma história completamente inventada, na tentativa de ressuscitar toda aquela antiga história que, até hoje alguns sites tentam recontar como se fosse um grande mistério ou a prova cabal da existência de "criaturas aladas" e "seres extraterrestres", porém conforme já mostramos, isso não é verdade. Aliás, exemplos para isso não faltam. Vale a pena citar, que no início desse ano, o site Bored Panda conseguiu quase 1 milhão de acessos ao contar superficialmente a história sobre a maleta de Daniel, e que trouxemos da forma mais completa possível para vocês. Resumindo? Se você se deparar com essa história novamente na internet, já sabe um pouco mais da realidade sobre a mesma.

Agora, diante de tanta distorção e sensacionalismo ao redor desse caso, que surgiu no Reddit, e considerando que nunca tivemos sequer um rosto por trás de cada "descoberta" realizada desde 2013 sobre essa maleta e seus desenhos, provavelmente, se Daniel realmente existiu e ainda estivesse vivo, diria que loucos, somos todos nós.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://ciphermysteries.com/2013/11/10/the-box-of-crazy
http://floridazone.blogspot.com.br/2013/11/the-daniel-christiansen-files.html
http://humansarefree.com/2013/11/box-of-otherworldly-notes-sketches.html
http://imgur.com/a/Ic0IM
http://imgur.com/a/uCSg1
http://projectavalon.net/forum4/showthread.php?65203-Mysterious-Box-Of-Discarded-Alien-UFO-Drawings-Found-in-Trash
http://rebrn.com/re/large-box-full-of-odd-illustrations-of-an-event-aka-the-box-of-c-782900/
http://sfglobe.com/2015/05/30/man-finds-box-from-decades-ago-containing-crazy-writings-and-drawings/
http://www.boredpanda.com/mystery-box-dumpster-ufo-conspiracy-ramtopan/
http://www.businessinsider.com/this-box-of-crazy-illustrations-has-reddit-all-worked-up-2013-11
http://www.educatinghumanity.com/2013/11/ufo-alien-drawings-sketches-discovered.html
http://www.messynessychic.com/2013/11/06/found-in-the-trash-a-box-of-otherworldly-notes/
http://www.rocknekrebsart.com/contemporary-art-and-the-art-of-rockne-krebs-blog/on-this-day-in-1976-the-rockne-krebs-laser-sculpture-at-the-st-petersburg-post0pier-was-unveiled-by-glenn-anderson
http://www.tbo.com/pinellas-county/1977-artists-work-debunks-rumor-of-ufo-in-st-pete-20131106/
http://www.theepochtimes.com/n3/342953-mysterious-box-contains-detailed-drawings-of-winged-aliens-wwii-vet-presumed-owner/
https://www.davidhalperin.net/tag/daniel-christiansen/
https://www.findagrave.com/cgi-bin/fg.cgi?page=gr&GRid=46320314
https://www.reddit.com/r/WhatsInThisThing/comments/1ptpj5/large_box_full_of_odd_illustrations_of_an_event/
https://www.reddit.com/r/alienpumaspacetrain/comments/1px0wu/the_rest_of_the_box_and_a_request_for_assistance/
https://www.reddit.com/r/alienpumaspacetrain/comments/3925mt/news_about_new_daniel_christiansen_works_and_the/
https://www.unbelievable-facts.com/2016/02/mysterious-box.html

O Estranho Caso do Soldado da Marinha Supostamente "Possuído por Demônios" e Ordenado a Matar a Própria Família, em Honduras!

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Por Marco Faustino

Sempre gosto de trazer caso desconhecidos ou que acabam não ganhando tanta repercussão na mídia internacional, mas que ao mesmo tempo tenha um conteúdo humano extremamente generoso, e que podemos explorar positivamente, por assim dizer. Muitas vezes, particularmente, não compensa escrever toda uma longa postagem sobre um assunto "requentado" ou que esteja recebendo uma grande atenção a troco de absolutamente nada, visto que uma determinada notícia considerada "viral" geralmente "morre" em questão de 3 ou 4 dias após ser divulgada (exceto, é claro, que alguém tente revivê-la e sugá-la até onde for possível). Após esse tempo, a maioria das pessoas não toca mais no assunto ou se esquece completamente do que foi mencionado devido a correria do dia a dia (essa é uma das razões pelas quais sempre vemos, por exemplo, o mesmo navio sendo encontrado dezenas de vezes ao longo do tempo, e muitas pessoas acreditam na mesma mentira achando que é um novo caso). Portanto, meu objetivo é sempre trazer algo que possa agregar culturalmente e colaborar na maneira pela qual vocês devem se portar ao ler o título de uma notícia ou seu conteúdo. Minha intenção é que cada texto seja único para que vocês possam se lembrar e fixar em suas mentes cada caso diante do que apresentamos para vocês. Isso é diferente de simplesmente resumir uma história, que você eventualmente esquecerá, e cairá na mesma armadilha que costumam criar por aí.

Aliás, a última vez que falamos sobre algum caso envolvendo uma suposta "possessão demoníaca", que envolvesse algum país da América Latina ou Central, foi em março desse ano. No dia 2 daquele mês, as autoridades de saúde pública da Nicarágua (país vizinho de Honduras) informaram a respeito de um estranho surto de uma "doença", que teria sido detectado em uma comunidade indígena da etnia miskito, na Região Autônoma da Costa Norte do Caribe (RACCN). Aparentemente, 27 indígenas dessa comunidade estavam sendo afetados por delírios, gritos e comportamentos muito estranhos. Diante dessa situação, Rosario Murillo, vice-presidente da Nicarágua, declarou que estava enviando "médicos tradicionais" para essa tal comunidade, justamente para atender as pessoas que tinham sido afetadas. Algumas pessoas diziam que isso era causado por espíritos ou entidades malignas, que "viviam" na região. Já outros dizem que esse "malefício" era provocado pelos próprios feiticeiros e bruxos, que são temidos, principalmente nessas comunidades mais remotas do país, com o objetivo de forçar as pessoas a pagarem grandes quantias em troca da cura para salvar seus entes queridos, ou seja, existia a acusação de que alguém criava o problema para então poder cobrar altos valores para solucioná-lo. De qualquer forma, fiz uma postagem extremamente completa mostrando o local dos acontecimentos, o que realmente era a "grisi siknis", alguns casos ocorridos recentemente e no passado, assim como a mais provável realidade sobre toda aquela história. Vale muito a pena conferir (leia mais: Uma Boneca "Amaldiçoada" Seria Responsável por Estranhos Casos de "Possessões Demoníacas" em uma Comunidade Remota, na Nicarágua?).

Agora, encontrei um caso muito interessante e peculiar sobre a história de um soldado naval hondurenho, identificado como Arnold Javier M. R., que virou notícia após seus parentes alegarem que ele voltou completamente "endemoniado" após cumprir o serviço militar em um batalhões da Força Naval de Honduras. O relato da mãe, Argentina Rosales, era completamente assustador. De acordo com ela, os "maus espíritos" estavam pedindo ao seu filho para que ele matasse, deliberadamente, a sua própria família. A situação teria saído do controle, razão pela qual tiveram que amarrá-lo em uma cadeira para que pudesse ser contido, e não ferisse ninguém e nem a si mesmo. Aliás, esse caso teria sido inicialmente divulgado em fevereiro desse ano, porém a mídia voltou a tocar no assunto, de forma muito contida e modesta, após o rapaz ter sido supostamente curado por uma religiosa. Será mesmo que Arnold estava possuído por um demônio? Será que ele está plenamente curado graças a ajuda de uma religiosa? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Como Toda Essa História Envolvendo um Jovem Chamado "Arnold Javier" Começou a Ser Divulgada pela Imprensa de Honduras?


No dia 22 de fevereiro desse ano, o site do jornal "El Tiempo" de Honduras, publicou uma notícia intitulada "Militar 'endemoniado' amenaza con matar a su familia en Copán" ("Militar 'endemoniado' ameaça matar sua família em Copán", em português). No texto era mencionado que um estranho caso estava acontecendo na região Oeste de Honduras, em relação a um jovem que estaria supostamente 'endemoniado'.

A paz e a tranquilidade de uma família do município de San Nicolás, no departamento de Copán, havia terminado depois que o jovem regressou de alguns cursos intensivos na Base Naval de Puerto Cortés, que fica a uma distância de aproximadamente 180 km a nordeste de San Nicolás.



Desde que chegou em casa, o mesmo teria apresentado um comportamento assustador, querendo matar toda a sua família. O jovem militar responderia pelo nome de Arnold Javier M.R., teria 22 anos, e morava no vilarejo de San Calletano. Sua família disse que ele "parecia um cachorro nutrindo um sentimento de ódio contra família, e que pequenos seres teriam lhe ordenado que matasse sua família." Sim, exatamente isso que vocês leram.

A paz e a tranquilidade de uma família do município de San Nicolás, no departamento de Copán, havia terminado depois que o jovem tinha regressado de alguns cursos intensivos na Base Naval de Puerto Cortés, que fica a uma distância de aproximadamente 180 km a nordeste de San Nicolás
Desde que chegou em casa, o mesmo teria apresentado um comportamento horrível, querendo matar toda a sua família. O jovem militar responderia pelo nome de Arnold Javier M.R., 22 anos, e morava no vilarejo de San Calletano
A mãe do menino disse que seu filho estava trabalhando na base naval há cerca de um ano e três meses, e que ele havia saído de casa com um bom estado de saúde. Sua mãe, Argentina Rosales, se lembrava do filho ter dito, que escutava estranhos ruídos no local onde ficava de guarda. Porém, assim que ele acendia a luz e apontava sua arma, não via absolutamente nada. Ele teria contado que ficava assustado e preocupado com a situação, mas que tentava ignorar esses acontecimentos. Além disso, Argentina Rosales responsabilizou o governo de Honduras pela situação. Por fim, ela clamou por ajuda, visto que em certas ocasiões a família teria escapado por pouco.

Felizmente, apesar do texto extremamente curto, foi realizada uma reportagem sobre o assunto, onde Argentina Rosales contou mais detalhes de toda essa história, que vocês podem conferir abaixo, em um canal de terceiros, no YouTube (em espanhol, mas vamos dissecar toda essa reportagem para vocês acompanharem direitinho):



Inicialmente, na reportagem, são exibidas algumas imagens do município de San Nicolás, sendo mencionado que a paz e a tranquilidade da cidade havia isso interrompida devido a um jovem militar, que havia voltado da Base Naval de Puerto Cortés, e passou a apresentar um estranho comportamento. Aliás, não demora muito tempo até nos depararmos com a situação caótica de Arnold, que aparece sendo carregado pelo braço, por alguns familiares ou moradores locais, e se mostrava extremamente agitado diante da câmera.

Em seguida, nos deparamos com o depoimento de Gloria Rosales, tia do jovem, contando sobre a existência de um "ser pequeno", que se movia muito rapidamente, feito um gato, porém o mesmo teria uma "face branca". Além disso, também teria havido um outro ser diminuto, que teria dito ao jovem para matar a todos. Esses seres teriam sido supostamente avistados por "Arnold", durante seu período na Base Naval de Puerto Cortés.

Aliás, não demora muito tempo até nos depararmos com a situação caótica de Arnold, que aparece sendo carregado pelo braço, por alguns familiares ou moradores locais, e se mostrava extremamente agitado diante da câmera
Em seguida, nos deparamos com o depoimento de Gloria Rosales, tia do jovem, contando sobre a existência de um "ser pequeno", que se movia muito rapidamente, feito um gato, porém o mesmo teria uma "face branca". Além disso, também teria havido um outro ser diminuto, que teria dito ao jovem para matar a todos
De acordo com a reportagem, aquela situação já estaria ocorrendo há meses, e o jovem já teria sido levado a diversas "instituições de saúde para pessoas com transtornos mentais", porém ninguém quis tratar ou se responsabilizar pelo mesmo. Segundo a mãe do jovem, seu filho teria sido dispensado de "forma silenciosa" pela Base Naval de Puerto Cortés.

É possível notar claramente o desespero da mãe, a Argentina Rosales, ao contar a história sobre seu filho. Ela confirmou que o jovem entrou completamente saudável na base naval, mas saiu complemente doente do local. Ela disse que não sabia mais o que fazer diante daquela situação, e que precisava de ajuda, visto que era uma situação muito difícil para ela. Nota-se, ao menos nas lágrimas, na expressão facial e até mesmo na respiração da mãe que, para ela, aquela situação realmente era desesperadora e de muito sofrimento. Sinceramente, mesmo a distância, não há como negar isso.

É possível notar claramente o desespero da mãe, a Argentina Rosales, ao contar a história sobre seu filho. Ela confirmou que o jovem entrou completamente saudável na base naval, mas saiu complemente doente do local
Ela disse que não sabia mais o que fazer diante daquela situação, e que precisava de ajuda, visto que era uma situação muito difícil para ela. Nota-se, ao menos nas lágrimas, na expressão facial e até mesmo na respiração da mãe que, para ela, aquela situação realmente era desesperadora e de muito sofrimento. Sinceramente, mesmo a distância, não há como negar isso.
O repórter mencionou, que Argentina Rosales teria assegurado que seu filho havia piorado conforme o tempo passava, e que a guarita de segurança onde o mesmo tinha sido colocado, sozinho, estava "embruxada." Argentina Rosales também disse que conversava com seu filho, durante o período em que ele esteve na Base Naval de Puerto Cortés, e que ele dizia escutar passos que vinham em sua direção, mas não conseguia ver absolutamente nada. O jovem também alegava sentir calafrios por todo o corpo. Porém, Argentina disse para seu filho confiar em Deus, e que nada lhe aconteceria.

O repórter mencionou que Argentina Rosales teria assegurado que seu filho havia piorado conforme o tempo passava, e que a guarita de segurança onde o mesmo tinha sido colocado, sozinho, estava "embruxada."
Ainda segundo a reportagem, em fevereiro desse ano, no entanto, parecia que ele estava com um demônio dentro do seu corpo, querendo, inclusive, matá-la. Sem forças e sem dinheiro, a mãe clamava por ajuda, principalmente do governo hondurenho, visto que "ela havia deixado um filho saudável na base militar e teriam devolvido um demônio para ela."

As Novas Informações Fornecidas Pela Rede de Televisão "Univision" e Pelo Site do Jornal Hondurenho "El Heraldo"


Muito provavelmente, toda essa história teria passado desapercebida se não fosse o pequeno texto publicado pelo site do jornal hondurenho "El Heraldo", que se considera um "jornal independente, com informações precisas, completas, atuais e de alta qualidade, que ajuda o leitor a entender o ambiente ao seu redor e tomar decisões, que defende o direito à liberdade de expressão e informação, e zela pelo seu patrimônio mais precioso: a credibilidade."

Assim sendo, no dia 22 de junho, foi publicada uma notícia intitulada "Soldado hondureño fue poseído por un supuesto demonio que le ordenaba matar a su familia" ("Soldado hondurenho foi possuído por um suposto demônio, que lhe ordenava matar sua família", em português) onde foi novamente contada, resumidamente, a história do soldado Arnold. Além de tudo que você já sabem, o texto mencionava, que a notícia tinha se espalhado pela região, até chegar nos ouvidos de uma senhora chamada Francisca Reyes, uma religiosa que alegava ter o "dom da libertação", e que teria jejuado por cerca de sete dias para conseguir tirar a suposta entidade demoníaca do corpo do jovem.

Muito provavelmente, toda essa história teria passado desapercebida se não fosse o pequeno texto publicado pelo site do jornal hondurenho "El Heraldo", que se considera um "jornal independente, com informações precisas, completas, atuais e de alta qualidade, que ajuda o leitor a entender o ambiente ao seu redor e tomar decisões, que defende o direito à liberdade de expressão e informação."
"A primeira coisa que fiz foi clamar pela misericórdia do Espírito Santo, para que a obra de Deus, por meio do seu espírito santo, não fosse interrompida", disse Francisca Reyes, acrescentando que Arnold possuía dois demônios em seu corpo, chamados "Pollo" e "Mercante."

Depois de ser submetido a uma "intervenção" por parte de Francisca (algo que não é mostrado na reportagem), o jovem teria recuperado sua vida normal. Ele confirmou o que seus parentes anteriormente alegavam, ou seja, que tudo teria começado em seu treinamento na base naval, quando ele começou a sentir a "presença dos espíritos malignos." O texto terminava dizendo que o jovem passou a frequentar a igreja, e contava com o apoio de sua família para evitar que outros supostos demônios o possuíssem novamente.

Entretanto, a curta notícia era baseada em uma reportagem do noticiário "Primer Impacto", da "Univision", que por sua vez é uma emissora de TV a cabo e via satélite, com sede em Nova York, nos Estados Unidos, muito embora possua escritórios em diversos países da América Latina e Central, incluindo Honduras (TVC Canal 5). Curiosamente, a matéria tinha sido originalmente publicada na página da emissora no Facebook, exatamente um mês antes. Confira a reportagem completa logo abaixo, através de um canal de terceiros, no YouTube (em espanhol, mas vamos destrinchar os principais pontos para vocês):



Inicialmente, na reportagem do "Primer Impacto" foram mostradas algumas fotos do jovem Arnold durante o seu serviço militar, na Base Naval de Puerto Cortés. Era possível notar, que o mesmo aparentava ser um jornal normal, e nem de longe tinha aquele olhar e toda aquela expressão de medo e pânico em seu rosto.

Contudo, essa reportagem tem uma falha muito grotesca no começo, visto que são exibidas supostas imagens do que seria a Base Naval de Puerto Cortés, mas, na verdade, as imagens são referentes ao CAME (Centro de Treinamento Militar Especializado) das Forças Armadas de Honduras, que por sua vez é uma espécie de centro de formação para futuros oficiais, e que fica bem distante da referida base naval. Aliás, tinha acontecido um outro caso bem estranho no CAME, poucos dias antes, porém iremos comentar sobre isso daqui a pouco.

Inicialmente, a reportagem do "Primer Impacto" mostrou algumas fotos do jovem Arnold
durante o seu serviço militar, na Base Naval de Puerto Cortés
Era possível notar, que o mesmo aparentava ser um jornal normal,
e nem de longe tinha aquele olhar e toda aquela expressão de medo e pânico
Entretanto, o trecho da reportagem que nos interessa começa em 1:43, quando aparece justamente a religiosa chamada Francisca Reyes, que teria sido levada até o jovem após supostamente ficar sabendo do caso através de emissoras e veículos de comunicação locais (isso é um tanto quanto estranho, porque o caso foi pouquíssimo divulgado e, por pouco, não passou em branco).

Assim sendo, vemos uma repórter da Univision, Claudia Mendoza (de cabelo ruivo) se encontrando com Francisca (a senhora de cabelo loiro e rabo de cavalo). Francisca alegou ter "o poder de expulsar os demônios do corpo de uma pessoa, e que teria jejuado por cerca de sete dias para receber o poder de Deus e livrar o corpo de Arnold da legião de demônios que ele tinha." Aliás, um dos demônios se chamava realmente "Pollo" e o outro "Mercante", conforme o "El Heraldo" havia citado.

Assim sendo, vemos uma repórter da Univision (de cabelo ruivo, à direita)
se encontrando com Francisca (a senhora de cabelo loiro e rabo de cavalo, à esquerda)
Francisca alegou ter "o poder de expulsar os demônios do corpo de uma pessoa, e que jejuou por cerca de sete dias para receber o poder de Deus e livrar o corpo de Arnold da legião de demônios que ele tinha."
Já sem seus supostos demônios, sentado e relaxado, Arnold contou a repórter sobre sua "experiência infernal." Segundo o jovem, usando frases curtas e um pouco desconexas, tudo teria começado durante o serviço militar, visto que ele teria sentido forças malignas querendo usar o seu corpo, porém ele não se sabia exatamente com qual intenção, no local onde ele foi designado.

Estranhamente, a reportagem mudou totalmente o foco, visto que a Claudia Mendoza comentou, que os aspirantes a militares "daquele centro" tinham como hábito utilizar a tábua Ouija e a praticar rituais satânicos. Isso é estranho, porque ela faz referência a um caso ocorrido no CAME (que ainda não abordamos), e que não teria nenhuma relação com Base Naval de Puerto Cortés. De qualquer forma, a própria Argentina Rosales, mãe do jovem, comentou que lhe disseram que rapazes tinham usado a famosa tábua Ouija, no local onde seu filho ficava. Já outros comentaram, que os demônios costumavam andar livremente pela base naval.

Já sem seus supostos demônios, sentado e relaxado, Arnold contou a repórter sobre sua "experiência infernal"
De qualquer forma, a própria Argentina Rosales, mãe do jovem, comentou que lhe disseram que rapazes tinham usado a famosa tábua Ouija, no local onde seu filho ficava. Já outros comentaram, que os demônios costumavam andar livremente pela base naval.
Ao final da reportagem, é possível notar que Arnold havia se tornado uma espécie de pregador de alguma congregação religiosa, visto que ele aparece ao lado de Francisca no interior de algum local religioso, que não foi citado na mesma. Além disso, ao ser questionando o que ele sentiu que havia saído do seu corpo, o jovem simplesmente disse que a sensação era de que tinha saído um monstro.

Ao final da reportagem, é possível notar que Arnold havia se tornado uma espécie de pregador de algum templo religioso local, visto que ele aparece ao lado de Francisca no interior de alguma congregação que não foi citada na mesma
Ao ser questionando o que ele sentiu que havia saído do seu corpo,
o jovem simplesmente disse que a sensação era de que tinha saído um monstro
Aos poucos a paz e a tranquilidade havia retornado ao lar do jovem, cuja família confiava plenamente que a proteção divina evitaria, que outra legião de demônios se apoderasse do corpo de Arnold. Estranho não é mesmo?

Um Outro Estranho Caso "Ainda Mais Estranho" Havia Sido Noticiado Pouco Tempo Antes, em Meados de Fevereiro Desse Ano, Novamente Envolvendo Militares


Curiosamente, ao terminar de escrever sobre o caso envolvendo o jovem Arnold Javier, me deparei com um outro caso ainda mais estranho, que teria ocorrido pouco tempo antes, em meados de fevereiro, mas dessa vez no CAME (Centro de Treinamento Militar Especializado) das Forças Armadas de Honduras, localizado no vilarejo de El Espinal, no município de Juticalpa, no departamento de Olancho. Para vocês terem uma noção de distância, na prática, El Espinal fica a cerca de 450 km (em média 7h15 de carro) a sudeste de Puerto Cortés, ou seja, é bem longe mesmo, conforme vocês podem ver no mapa interativo abaixo:



No dia 13 de fevereiro desse ano, cerca de uma semana antes de ser divulgado o caso envolvendo o jovem Arnold Javier, o site do jornal hondurenho "La Tribuna" havia publicado uma notícia um tanto quanto estranha, intitulada "Soldados del CAME con síntomas de 'posesión demoníaca'" ("Soldados do CAME com sintomas de possessão demoníaca", em português), onde dizia que um representante das Forças Armadas de Honduras tinha confirmado, que os alunos do "Centro de Treinamento Militar Especializado" (CAME) apresentaram sintomas estranhos, descritos por alguns como "possessão demoníaca."

"No CAME vem ocorrendo alguns casos, nos quais estão sendo aplicados tratamentos médicos, psicológicos, assim como está sendo reforçada toda a parte espiritual", disse Omar Videa, porta-voz da entidade, acrescentando que havia sido nomeada uma comissão composta por médicos, pastores e setores da inteligência para apurar o incidente. Ao ser questionado sobre o que estava acontecendo no CAME, Omar explicou que um grupo de alunos estava apresentando convulsões "como se os mesmos estivessem possuídos." Ele também revelou, que um dos jovens tinha sido transferido para um centro médico (ou hospital), devido a gravidade do seu estado de saúde.

No dia 13 de fevereiro desse ano, cerca de uma semana antes de ser divulgado o caso envolvendo o jovem Arnold Javier, o site do jornal hondurenho "La Tribuna" havia publicado uma notícia um tanto quanto estranha, intitulada "Soldados del CAME con síntomas de 'posesión demoníaca'"
"No CAME vem ocorrendo alguns casos, nos quais estão sendo aplicados tratamentos médicos, psicológicos, assim como está sendo reforçada toda a parte espiritual", disse Omar Videa, porta-voz da entidade, acrescentando que havia sido nomeada uma comissão composta por médicos, pastores e setores da inteligência para apurar o incidente
"O caso mais grave é de um dos jovens, no qual está sendo prestado um tratamento especial, sendo que o mesmo foi transferido para um hospital", completou. Omar Videa confirmou que os sintomas começaram a surgir na semana anterior, o que deixou as autoridades em alerta.

No dia seguinte (14), o site do jornal "La Tribuna" voltou a comentar sobre o assunto, porém de uma forma bem mais completa e alarmista, com uma notícia intitulada "Legión de demonios dan 20 días a militares para desalojar el CAME" ("Legião de Demônios dão 20 Dias para que os Militares desocupem o CAME", em português). Segundo o texto, uma legião de demônios havia se apoderado do Centro de Treinamento Militar Especializado do Exército de Honduras, localizado em uma região montanhosa do vilarejo de El Espinal, município de Juticalpa, no departamento de Olancho, sendo que essa legião teria dado apenas 20 dias para que as instalações fossem desocupadas.

Os familiares e amigos dos jovens, que estavam em formação no centro militar chamaram a emissora de TV hondurenha "Hable Como Habla" (HCH), uma vez que estavam muito ansiosos e nervosos com toda aquela situação. Muitos soldados, cadetes e oficiais asseguravam ter visto o demônio, razão pela qual tiveram que ser internados no Hospital Militar da região, visto que foram acometidos por uma crise nervosa.

Muitos cadetes e oficiais asseguravam ter visto o demônio,
razão pela qual tiveram que ser internados no Hospital Militar da região, devido a uma crise nervosa
De acordo com os soldados, um homem pequeno, de baixa estatura, que seria uma espécie de duende, tal como é conhecido popularmente nos povoados, estaria aparecendo nos alohamentos, principalmente dos alunos que pertenciam ao "Terceiro Batalhão de Infantaria de Naco", porém não foi explicada a razão para tal "preferência."Além disso, a familiar de um soldado mencionou, que fazia pouco tempo que havia morrido um cadete que, aparentemente, pertenceria ao "Grupamento 18."

"O demônio disse-lhes, que num local bem perto de onde estavam, alguém havia sido enterrado, e que ele tinha vindo buscar todos aqueles que tinham o número 18 no capacete", disse essa familiar que não quis ser identificada. Desde então, teria ocorrido uma crise generalizada e muitos dos soldados começaram a apresentar um comportamento estranho. Essa mesma familiar disse que os olhos dos alunos reviravam, o corpo e a cabeça se contorciam, e muitos caíam no chão, gritando e se debatendo. Diante desse fenômeno, os soldados começaram a realizar orações antes de dormir. Contudo, certa noite, quando os soldados começaram a clamar por Deus, aproximadamente 12 jovens caíram no chão, inconscientes, incluindo um sargento.

Ainda segundo essa familiar, alguns dos soldados foram levados para um centro médico em Juticalpa, porém no meio do caminho, os jovens começaram a dizer que iriam se jogar de uma ponte com a intenção de tirar a própria vida, mas acabaram sendo sedados pela equipe médica. Devido a gravidade da situação, padres e pastores teriam ido até o CAME. Foi assim que o demônio, "através deles", teria mencionado que todos tinham 20 dias para deixar o CAME, caso contrário o demônio não deixaria ninguém vivo. Ao ser questionada se jogos satânicos eram jogados no CAME, assim como a tábua Ouija, a jovem disse que não sabia responder.

. Devido a gravidade da situação, padres e pastores foram até o CAME. Foi assim que o demônio, através deles, teria mencionado que todos tinham 20 dias para deixar o CAME, caso contrário não deixaria ninguém vivo.
Segundo essa familiar, o alto comando do CAME acreditava que tudo isso não passava de uma mentira, que os jovens eram "frouxos e estavam apenas arrumando uma desculpa para desertar." Por outro lado, ela disse que os jovens queriam terminar a formação militar, porém em outro local, visto que eles não estavam mais conseguindo dormir, e passavam todas as noites com as luzes acesas, com medo que algo mais grave acontecesse. Por fim, essa familiar teria dito que o horário mais complicado seria entre a meia-noite e 1h da madrugada. Outro momento delicado seria quando "os pastores expulsavam o demônio de um soldado, que acabava passando para outro, algo que deixava os demais soldados preocupados", visto que o CAME abrigava mais de 2.000 pessoas.

No dia 15 de fevereiro, uma equipe do "La Tribuna" resolveu ir até o CAME para conferir de perto a situação e, ao contrário dos dias anteriores, fez questão de exibir a seguinte manchete: "En el CAME no hay nada paranormal, son problemas psicológicos" ("No CAME não existe nada de paranormal, são problemas psicológicos", em português). A matéria é relativamente longa, e para não cansar vocês, vamos resumir o texto, combinado?

Bem, a equipe do "La Tribuna" foi recebida pelo recém-nomeado diretor do CAME, Dagoberto Moncada Zelaya, Coronel de Infantaria. O Coronel Dagoberto confirmou que "algumas situações" estavam sob investigação, sendo que uma delas estava sendo investigada "a partir do ponto de vista espiritual" contando com a presença de pastores e padres.

O Coronel Dagoberto confirmou que "algumas situações" estavam sob investigação, sendo que uma delas estava sendo investigada "a partir do ponto de vista espiritual" contando com a presença de pastores e padres
Do ponto de vista médico, dez psicólogos tinham sido enviados pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMC). Sem dar acesso aos locais os soldados estavam alojados, o Coronel Dagoberto disse que não havia nada fora do normal, e as atividades estavam transcorrendo na mais perfeita ordem. Ele também disse que as Forças Armadas de Honduras eram uma instituição em que se acreditava nos valores, princípios e acima de tudo, em Deus. Aliás, eles envolveriam seu nome em todas as suas atividades, visto que sempre deveriam confiar em Deus.

Sem dar acesso aos locais os soldados estavam alojados, o coronel Dagoberto disse que não havia nada fora do normal e as atividades estavam transcorrendo na mais perfeita ordem
O Coronel Dagoberto ressaltou, que meros problemas psicológicos tinham afetado cerca de 17 jovens, dos mais de 2.000 soldados que o CAME abrigava, e que eles descartavam qualquer "situação de cunho demoníaco" ou até mesmo de "possessão demoníaca", visto que aquela tinha sido uma situação pontual, mas que foi exacerbada pelos jovens. Ele ressaltou, que os jovens costumavam passar por um longo período de confinamento e um árduo treinamento, ou seja, uma vez que o clima na região estava quente, era possível que alguns soldados desmaiassem.

De qualquer forma, as autoridades militares do CAME disseram, que alguns pais foram autorizados a levar seus filhos, em uma espécie de licença de 72 horas, sendo que após esse período, os jovens teriam que retornar para seus postos e concluir o treinamento no CAME, algo que nem todos acabaram fazendo, é claro.

De qualquer forma, as autoridades militares do CAME disseram, que alguns pais foram autorizados a levar seus filhos com uma licença de 72 horas, sendo que após esse período, os mesmos teriam que retornam para seus postos e concluir o treinamento.
A matéria do "La Tribuna" incluiu o depoimento do irmão de um dos soldados, Dayer Cruz, dizendo que seu irmão teria visto a formação de dois redemoinhos, que foram justamente na direção dos alojamentos dos soldados. Além disso, quando estavam em formação, um dos jovens teria saído correndo enlouquecidamente, do nada, e foram necessários mais de cinco instrutores para contê-lo. Para ele, nada disso poderia ser algo normal. Alguma coisa estranha estava acontecendo no CAME.

Entretanto, havia quem não tivesse sofrido absolutamente nada, e mesmo após ver outros jovens desmaiando, queria retornar para concluir a formação militar. Apesar da preocupação de alguns pais, a maioria dos jovens expressou o desejo de continuar no CAME ou então, na pior da hipóteses, continuar a formação militar em algum outro local. Poucos foram aqueles que não quiseram regressar após o prazo concedido de 72h. Aqueles que não voltaram foram considerados desertores ou então inaptos para a atividade militar.

Confira também uma reportagem realizada pelo noticiário "Primer Impacto" da Univision, que curiosamente também tinha sido realizada pela repórter Claudia Mendoza, em um canal de terceiros, no YouTube (em espanhol, onde é possível ver algumas imagens utilizadas na reportagem do Arnold Javier, muito embora sejam dois lugares completamente diferentes e distantes entre si):



De qualquer forma, aparentemente, esse caso envolvendo o CAME soa ter sido apenas "histeria coletiva", visto que a instalação militar continuou operando normalmente até hoje, e nenhum outro caso semelhante foi relatado desde então. Considerando a pressão do treinamento militar, ainda mais considerando que são jovens soldados, juntamente com altas temperaturas, é plenamente possível que desmaios aconteçam. Caso o ambiente ao redor esteja inflamado ou com uma extrema tensão, eventualmente pode mesmo ocorrer a famosa histeria coletiva. Obviamente, por serem militares, a história invariavelmente ganha uma dimensão maior.

Uma Dose de Realidade Sobre o Caso Envolvendo a Suposta "Possessão Demoníaca" do Jovem Arnold Javier e as Forças Armadas de Honduras


Vocês podem até acreditar, que o caso envolvendo o jovem "Arnold Javier" verdadeiramente retrate uma "possessão demoníaca" ou até mesmo que o jovem sofresse de algum transtorno mental, que pudesse ter sido agravado pelo serviço militar, que por sua vez geralmente exige muito esforço físico e preparo psicológico das pessoas. De qualquer forma, a mãe do rapaz mencionou que o filho estava perfeitamente saudável até prestar serviço militar na Base Naval de Puerto Cortés. Por mais estranho que possa parecer, visto que sempre desconfio das narrativas dos parentes das vítimas, acredito no depoimento dessa mãe, uma vez que seu desespero soava autêntico. Ela estava totalmente desolada. Por outro lado, não acredito que tenha sido uma "possessão demoníaca" ou que o jovem sofresse previamente de algum transtorno mental.

Particularmente, após escrever sobre tantos casos envolvendo a América Latina e Central, certas coisas acabam me chamando a atenção, principalmente em relação a imprensa. Isso porque a reportagem publicada pela Univision teve mais de 4 milhões de visualizações, cerca de 13 mil compartilhamentos, e mais de 2 mil comentários no Facebook, sendo extremamente estranho que não fosse amplamente divulgado ou que outro veículo de imprensa hondurenho fosse visitar a família para fazer uma reportagem ainda mais completa ou de cunho sensacionalista, repleta de efeitos digitais, cortes de imagens e uma narrativa sombria, como sempre costumam fazer em casos assim. Assim sendo, acredito que houve um "pequeno detalhe", que serviu como "barreira" para evitar que o caso ganhasse uma dimensão maior: as Forças Armadas de Honduras.

  A reportagem publicada pela Univision teve mais de 4 milhões de visualizações, cerca de 13 mil compartilhamentos, e mais de 2 mil comentários no Facbeook, sendo extremamente estranho que não fosse amplamente divulgado ou que outro veículo de imprensa hondurenho fosse visitar a família para fazer uma reportagem ainda mais completa ou de cunho sensacionalista.
Com certeza, seria um grande "clichê" dizer que, eventualmente, podem acontecer excessos ou até mesmo abusos físicos ou que violem a integridade mortal de jovens durante o serviço militar em qualquer país. Porém, acredito que o treinamento militar, ainda mais em Honduras (também encaixotada entre dois vizinhos extremamente problemáticos, El Salvador e Nicarágua), que já concentrou o maior índice de criminalidade do mundo, em 2012, possa ser bem "rigoroso". Vale ressaltar que as condições de segurança no país ainda são extremamente deficientes, e obviamente os militares precisam estar preparados para tudo, literalmente tudo mesmo. Seria impensável criar "cordeiros" para serem atirados aos lobos, se é que vocês me entendem.

É complicado acreditar que haja uma tábua Ouija dentro de uma instalação militar hondurenha ou que os próprios jovens, ainda mais sendo meros soldados, realizem rituais satânicos, porém existe algo bem mais tenso do que isso. Em janeiro de 2015, o site do jornal hondurenho "La Prensa" comentou rapidamente sobre um vídeo divulgado pelo um noticiário chamado TN5, exibido pela emissora TVC (suposta parceira da Univision), que evidenciava os treinamentos cruéis, que os soldados das Forças Armadas de Honduras eram submetidos, como parte dos cursos de sobrevivência. O vídeo mostrava um soldado segurando a cabeça de um cachorro, e sendo obrigado por um dos instrutores a comer a carne crua do animal, que tinha sido decapitado algumas horas antes. O caso teria acontecido no departamento de Colón, no litoral de Honduras.

A autenticidade do vídeo foi confirmada por José Sánchez, porta-voz da Polícia Militar, que disse que o incidente havia acontecido em 2011, e que tais práticas já tinham sido abolidas. De acordo com Sánchez, os instrutores teriam sido sido punidos, e que esse tipo de situação não acontecia mais. Naquela época, pouco se comentou sobre isso na imprensa hondurenha. Não irei publicar esse vídeo aqui na postagem, porque ele é muito explícito, porém caso tenha estômago, clique aqui.

O vídeo mostrava um soldado segurando a cabeça de um cachorro e sendo obrigado por um dos instrutores a comer a carne crua do animal, que tinha sido decapitado algumas horas antes. O caso teria acontecido no departamento de Colón, no litoral de Honduras.
A autenticidade do vídeo foi confirmada por José Sánchez, porta-voz da Polícia Militar, que disse que o incidente havia acontecido em 2011, e que tais práticas já tinham sido abolidas.
Assim sendo, não é difícil imaginar o clima de tensão, que os jovens passam ao prestarem o serviço militar em um país, que naturalmente é dominado pelo medo. É difícil saber o real estado psicológico dos soldados após serem formados. Igualmente é complicado dizer se todas as bases e centros de treinamento aplicam apenas "tratamentos rígidos" ou "tratamentos surreais", como esse que acabamos de ver. Acredito que sobrevivência não tenha nenhuma relação em tratar qualquer vida de forma monstruosa, sem qualquer tipo de necessidade ou em sua própria defesa.

Por outro lado, seguir a carreira militar em Honduras é uma tentativa de não apenas sobreviver ao caos ao seu redor, mas também de garantir a segurança e o sustento de seus próprios familires. Chega a ser irônico ter que ensinar os jovens a sobreviverem além do que já conseguiram sobreviver ao pisarem pela primeira vez em um centro de treinamento militar. Igualmente irônico é segurar um fuzil em uma mão, e na outra mão um livro sagrado, seja a bíblia ou qualquer livro de ensinamentos religiosos. A espada e o escudo que, ao longo de toda a história da humanidade, provaram ser as armas mais mortíferas de todos os tempos.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://tiempo.hn/militar-endemoniado-en-copan/
http://www.elheraldo.hn/queondaconesto/1082708-466/soldado-hondure%C3%B1o-fue-pose%C3%ADdo-por-un-supuesto-demonio-que-le-ordenaba-matar
http://www.laprensa.hn/honduras/787096-410/soldado-hondure%C3%B1o-fue-obligado-a-comerse-un-perro-en-entrenamiento
http://www.latribuna.hn/2017/02/13/soldados-del-came-sintomas-posesion-demoniaca/
http://www.latribuna.hn/2017/02/14/legion-demonios-dan-20-dias-militares-desalojar-came/
http://www.latribuna.hn/2017/02/15/came-no-nada-paranormal-problemas-psicologicos/
http://www.univision.com/shows/primer-impacto/esta-el-diablo-suelto-en-honduras-familiares-de-estos-soldados-asi-lo-creen-video
https://www.facebook.com/PrimerImpactoUnivision/videos/10154554721601596/

Stan Romanek: O Mais Bem Documentado Caso Ufológico da História

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Alguns dos vídeo de extraterrestres mais explícitos e debatidos da história, abduções, povo das sombras, orbs, filhos alienígenas, ameaças, prisão! Conheça o caso mais bem documentado da história da ufologia: Stan Romanek!

Assombrados, esta semana eu estava vasculhando a Netflix quando apareceu para mim um documentário chamado "Extraordinary: The Stan Romanek Story" com a seguinte descrição "Ele diz que foi abduzido por alienígenas, mas provar é impossível. Este documentário questiona: e se for mesmo verdade?" e para ilustrar ficava mostrando umas imagens interessantes, principalmente a de uma cabeça de extraterrestre numa porta. Nunca tinha ouvido falar do assunto e resolvi assistir. Assombrado, que coisa mais louca! É sensacional a história e sendo verdadeira ou não, tinha que vir contar para vocês. Vamos saber mais do assunto....

Como Tudo Começou

Stan Romanek era uma pessoa normal que viu sua vida mudar drasticamente no ano 2000, mais precisamente no dia 27 de dezembro de 2000. Ele conta que conheceu Lisa, sua mulher, on-line e ela morava em Nebraska e ele no Colorado e ele queria que ela viesse visitá-lo. Então ele pensou que um bom modo seria filmar a paisagem ao seu redor e mandar com ela junto com flores e chocolates. Então ele pegou o carro para fazer a filmagem e viu que haviam de 20 a 30 carros parados no acostamento as pessoas estavam fora deles olhando para algo acima dos fios do poste de luz. Era um OVNI parecido com um balão de ar quente prateado. Ele pegou a câmera e começou a filmar e então ele diz que o OVNI "notou".

Passaram alguns meses e no dia 21 de setembro de 2011 Romanek disse que ouviu fortes batidas na porta da sua casa por volta das 02h30m. Ele desceu para ver o que estava acontecendo e encontrou sua irmã parada na porta aberta com pessoas do lado de fora. Ele achou que eram ladrões e foi correndo fechar a porta. Quando chegou lá viu que sua irmã estava em estado de transe. Então ele viu que eram três pessoas, uma mulher e dois homens. Ela estava tremendo de medo e viu que eram extraterrestres. Eles conversaram telepaticamente e Romanek foi abduzido.

Lisa casou com ele e ela acredita fielmente no que ele diz, pois ela e muitas pessoas presenciam os fenômenos estranhos. Ao contrário de outros abduzidos, coisas sobrenaturais acontecem com Romanek com a presença de outras pessoas!

Stan Romanek


Esta montagem mostra a primeira vez que Romanek gravou um OVNI. Ele diz que o OVNI "notou" ele e desde então sua vida mudou


Evidências de Contato com os Extraterrestres

O caso Stan Romanek é o mais bem documentado da história da ufologia. Ele tem um arquivo com 195 provas do que ele fala, como vídeos, fotos de extraterrestres e de povo das sombras, registros de orbs, gravações de telefonemas do além e muito mais! Abaixo trago algumas fotos e mais além vamos explorar algumas coisas em detalhes...

Sombra segurando um controle remoto!

Mais um registro de povo das sombras...

Note que o povo das sombras projeta uma sombra na parede!



Um dia as cadeiras do jardim sumiram. Elas foram encontradas em cima do telhado!

Marcas deixadas por extraterrestres nos pulsos de Romanek. Essas marcas brilham na luz ultravioleta. São muito parecidas com as encontradas na abduzida italiana Giovanna Phoda.

Foto de OVNI feita por ele

Extraterrestre registrado em vídeo! Vou falar dessa filmagem ao longo da postagem
Equações complexas foram implantadas na mente dele


Trecho do vídeo registrado por Romanek conhecido como "Boo Video" e que o fez ser conhecido no mundo todo.
Filhos Extraterrestres

Em 2004, durante uma regressão hipnótica de uma de suas abduções, Romanek relatou entrar em um cômodo onde viu sete crianças, com diferentes idades e tamanhos, algumas mais parecidas com seres humanos, outras com os extraterrestres, umas com cabelos, outras não, e que uma correu até ele e grudou na sua perna. quando ele olhou para seu rosto tinha sua fisionomia. Ele não teve dúvidas de que aquela criança era seu filho!

Em suas palestras Romanek mostra alguns áudios do que seriam seus filhos ligando para ele! Durante uma dessas ligações um deles diz que é perigoso aqui, que eles são 9, 7 da mesma espécie de 2 diferentes, que a mais velha chama Kioma.

E mais, parece que essas crianças o espreitam, porque em algumas fotos é possível ver o rosto de crianças! Em 27 de maio de 2009, Romanek estava tirando fotos do gato quando ele viu o rosto de uma garota na foto!





No dia 24 de março de 2010 romanel estava falando com sua esposa Lisa quando Kioma liga e diz que vai tentar ir na palestra que ele faria dia 27 de março. A palestra aconteceu e Romanek disse que quando estava entrando no carro para ir embora algumas meninas se aproximaram com um maço de flores amarelas, o abraçaram e saíram correndo. Ele não tem dúvida de que era sua filha. Depois ele foi vasculhar as fotos dos presentes na palestra e encontrou uma que mostraria supostamente sua filha!

Estranha criança presente na palestra de Romanek. Ele acredita que possa ser Kioma!


Durante uma de suas palestras no dia 28 de junho de 2008 na cidade de Colorado Springs, Romanek reconheceu a mulher que era abduzida com ele na platéia! Ela se chamava Victoria Albright e também o reconheceu. Ambos se tornaram amigos e conversavam por horas sobre as aventuras no espaço. Imagina quem não gostou nada disso? Sua esposa Lisa, que tinha ficava muito brava e enciumada ao ver o marido conversando durante logas horas com sua companheira de abdução em sua própria casa. Lisa sempre guardou para si o sofrimento dessa época.

Victoria Albright é a mulher que sempre era abduzida junto com Stan Romanek  Eles se reconheceram durante uma palestra que ele fez em Colorado Springs em 28 de junho de 2008


"Selfie" Extraterrestre

Como vocês já perceberam, Stan Romanek procurou manter suas experiências totalmente documentadas, fotografava e filmava tudo que podia. Um dia, Stan sentiu falta de sua câmera, que usara par fazer os registros, havia desaparecido. Procurou em todos os cantos e cômodos e a encontraram jogada no chão. Em seguida, foi a vez da câmera da sua filha desaparecer, dessa vez por vários dias.

As imagens encontradas mostram o ser que Romanek diz que o visita e é como se este ser, tivesse descoberto como utilizar o dispositivo e estivesse enviando uma mensagem dizendo: ” Olá! Eu estou aqui!”

“Podemos ver que este ser não tem nenhum semblante de maldade, mas sim de curiosidade, pode-se ver o brilho em seus olhos.. é uma fotografia incrível” Stan Romanek.

Foto encontrada em câmera desaparecida de Stan Romanek

Podemos ver o rosto de um ser alienígena!

Mais uma foto que mostra um extraterrestre!


Equações Complexas

Romanek e muito disléxico e só estudou matemática até a de 5ª série. No entanto ele foi capaz de escrever complexas equações e desenhos que ele não faz a menor idéia  do que significam. Essas equações segundo ele foram gravadas na mente dele durante seus encontros ou abduções com os extraterrestres.

São equações incríveis e Romanek acredita que estão incompletas e que uma outra pessoa recebeu as outras partes.

Algumas equações foram disponibilizadas na internet e tem sido desde então muito discutidas e analisadas por pesquisadores. O Dr. Jack Kasher, consultor da MUFON e físico da Universidade de Nebrasca está analisando algumas das mais complexas e parece que muitos delas tem relação com a curvatura do espaço-tempo. Elas também apontam para uma possível tecnologia para uma viagem mais rápida do que a luz e até com Teorias de "antigravidade"!

Ainda existem várias Equações de Romanek que não são compreendidas, então a pesquisa continua.

Uma dessa equações muito complexas é a chamada Equação de Propulsão de Romanek. A história dela é a seguinte: "No início da manhã de 28 de setembro de 2006, Stan Romanek escreveu outra página de equações no escuro, enquanto ele aparentemente estava adormecido. Havia duas testemunhas, sua esposa Lisa e um amigo, Don Millan. Stan escreveu a página muito rapidamente, às vezes parando como se para obter mais instruções, e fez vários comentários durante o processo. Quando acordou no dia seguinte, ele não se lembrou do que tinha feito". O Físico Jack Kasher trabalhou nesta equação.





Esta é a equação que Romanek fez, e foi durante uma regressão hipnótica em julho 2002. Vemos a equação de Frank Drake, que determina o número de possíveis civilizações inteligentes na nossa Galáxia. O interessante é que ele acrescentou um X100 no final!


Equação encontrada no dia 3 de setembro de 2002. Ao acordar, Lisa, sua esposa, notou que o despertador estava de cabeça para baixo. Então os dois percebemos que havia canetas, lápis e papel dentro e ao redor são cama. Encontrava-se ao meu lado esta equação. Romanek não tem ideia de como eu fez isso na escuridão total e adormecido ...

Equação desenhada na janela da casa onde Romanek morava no dia 5 de janeiro de 2003. Ela tem sua caligrafia e foi descoberta quando eles acordaram.

Romanek disse que desenhou isso depois de um sonho vívido que teve em 10 de outubro de 2003. Não faz ideia do que significa. 


Facho de Luz Gravado pela Câmera de Segurança

Romanek instalou uma câmera de segurança no lado de fora da casa em que morava e um dia por volta das 00h18m um facho de luz aparece ao lado da casa e vai indo até atingir a câmera que para de funcionar.

Então Romanek acordou no dia seguinte, viu as imagens e foi ver para arrumar a câmera, que não funcionava mais. Ao ir lá para arrumar a câmera ele viu que algo como um feixe de luz a atingiu limpando todo o revestimento e fazendo um grande arco na parede da casa. E mais, a grama estava morta!

No dia seguinte ele acordou por volta das 08 da manhã com batidas de martelo. Quando foi ver havia dois homens trocando o revestimento da parede onde estava a câmera! Eles disseram que o dono da casa tinha mandado. Até a grama do local foi aspirada pelos dois homens!

Alguns fatos curiosos:

01. Quando Romanek pediu um pedaço do revestimento os trabalhadores disseram que não dariam, que era para provar que fizeram o serviço.

02. No caminhão dos trabalhadores estava escrito o nome da firma: "Revestimentos Bob de Grand Island". Quando foram consultar, essa firma simplesmente não existia!

03. Romanek entrou em contato com o dono da casa para perguntar se ele tinha solicitado a reforma e ele disse que não e ainda ficou furioso pois disse que não queria ser cobrado por algo que não solicitou.

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Filmagem feita por Romanek mostrando os trabalhadores trocando o revestimento. Eles não olhavam para ele e a firma que trabalhavam não existe!
O Caso da Perna Curada

Um dia Romanek estava realizando reparos na casa que morava e decidiu pintar a calha. Ele acabou caindo de uma altura de 3,5 metros de altura sobre uma carriola cheia de tijolos. O ligamento de sua perna rompeu e era preciso fazer uma cirurgia, que foi marcada para alguns dias depois. Enquanto isso colocaram uma armação de metal ao redor da perna e a engessaram. Ele ficou com dificuldades para andar.

Então dois dias antes da cirurgia, sua esposa Lisa viu um círculo no quintal da casa e chamou Romanek para ver. Ele foi e ela levou um susto, pois ele estava andando normalmente! Não havia mais gaiola de metal ou gesso, mas sim 5 pequenos círculos na parte de trás do joelho machucado!

Não era mais necessário realizar a cirurgia e é claro que ele não diria que eram os extraterrestres que o haviam curado. Então ele ligou para a médica que disse que entendia seu medo, mas se ele não fizesse ficaria sem andar. Como ela estava fora da cidade era para ir a um hospital encontrar um outro médico indicado por ela para ver. Lisa e Stan levaram um gravador e o médico não acreditou no que tinha acontecido e mandou ligar para os caça-fantasmas!

Para Romanek, sem dúvida nenhuma foram os extraterrestres que fizeram aquilo.

Cinco incisões  foram encontradas na perna curada de Romanek

Aqui vemos a haste de alumínio e o gesso encontrados no quintal da casa completamente queimados!


Vídeo Mais Famoso: "Boo Vídeo"

Esse com certeza foi o vídeo que projetou Romanek para o mundo e o que lhe trouxe mais dor de cabeça, segundo palavras do próprio. Romanek conta a história desse vídeo no documentário "Extraordinary: The Stan Romanek Story".

Ele disse que se casou e mudou para uma cidade chamada Kearney no estado americano do Nebraska. Um dia ele estava tranquilamente assistindo TV quando se levantou para beber água quando notou um movimento na janela do lado de fora. Ele pensou "por que alguém estaria olhando nossa janela tarde da noite?". A primeira coisa que ele pensou foi que poderia ser algum tarado querendo ver suas enteadas. Isso persistiu por 3 ou 4 meses. Ele ligou para a polícia, os vizinhas sabiam. Era tão tenso que ele disse que colocou até armadilhas do lado de fora. Toda vez que ouvia um barulho corria para fora com um taco de madeira mas não achava nada. Então um dia um dos pesquisadores disse para ele usar sua câmera Sony Hi8 com visão noturna. Quando percebesse movimento, era para ele montar a camera num tripé e deixar gravando. Então ele montou o equipamento um dia e foi no banheiro, ficando lá uns 5 minutos folheando revista, esperando a câmera captar algo. Então ele viu dois flashs de luz, sendo o segundo muito intenso. Ele logo foi ver, com cuidado, a janela para onde a câmera esta apontada e viu uma cabeça. Ele vibrou pois pensou ter flagrado o tarado, mas quando chegou perto da janela viu o que parecia ser uma criança correndo pelo jardim da casa e levou um grande susto. Então essa "coisa" parou e olhou para Stan, que o viu perfeitamente.

O vídeo foi filmado no dia 17 de julho de 2003 e rodou o mundo, com pessoas se analisando cada frame do mesmo. Ele até foi convidado para participar do famoso programa Larry King.

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Outro Vídeo Flagra Extraterrestre

Romanek conta que ficou um pouco afastado porque seu neto estava com amigos na casa e ele não queria causar problemas. Então ele disse que nesse dia ele  acordou a noite com um barulho e abriu um dos olhos e viu algo correndo para a cozinha. Logo ele pensou que era o neto que estava fazendo algum desafio proposto pelos amigos. Então ele resolveu pegar a cãmera e ver se estava tudo bem. Ele abriu a porta e os meninos estavam dormindo e quando desceu ele ficou cara-a-cara com um extraterrestre que estava atrás de uma porta de vidro. Ele pensou que poderia ser alguém fantasiado, mas não era! Na filmagem nos vemos que foi dia 05 de maio de 2005 e o horário era 03h10m! Que medoooo. Ele foi atrás e na cozinha ele filmou três clarões de luz e então ele acordou 45 minutos depois deitado no chão.

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Ameaças...

Como você viu Stan Romanek documentou e contou sua história em palestras, livros na TV, onde quer que fosse. Mas ele era constantemente ameaçado!

Stan sofria de dislexia e era atrasado na escola. Ele estudava na classe dos alunos especiais e sofria bulling na escola e no bairro onde morava, onde haviam duas gangues rivais. Constantemente apanhava na rua. Então ele aprendeu a lutar e ficou bom de briga.

Depois que sua vida mudou com a chegada dos extraterrestres, ele recebeu ligações sabe-se lá de onde com uma moça com sotaque inglês dizendo que tinha sido um erro a mudança para Colorado Springs, para ele tomar cuidado, que ele havia se mudado para muito perto "deles", etc...

No dia 20 de dezembro de 2004 Stan estava indo de bicicleta para o trabalho quando um Van com 4 horas o encurralou no estacionamento da empresa e um deles logo desceu dizendo que era para ele ficar de bico calado e então começou um luta e Stan levou um tiro de uma arma de choque, não sem antes desmaiar um dos homens com um golpe.

Não foi suficiente e Stan Romanek não se calou.


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Livros, Palestras e Documentários

É claro que Stan divulgou seu caso e divulgaram sua extraordinária história. Ele fez diversas palestra em congressos de ufologia e publicou os livros abaixo (todos sem tradução para o português):

Messages: The World’s Most Documented Extraterrestrial Contact Story (2009, Llewellyn Publications)
The Orion Regressions (2011, Etherean)
Answers (2012, Etherean)

Na Netflix brasileira, no dia 03 de julho de 2017 foi lançado o documentário "Extraordinary: The Stan Romanek Story". Eu assisti ele no dia seguinte da estreia e fiquei muito muito intrigado, porque nunca tinha ouvido falar nesta impressionante história.

Livros de Stan Romanek disponíveis para venda na Amazon






Stan Romanek Preso!

No dia 20 de fevereiro de 2014, uma notícia publicada no site de notícias "HuffPost" caiu como uma verdadeira bomba para todos aqueles que acompanhavam ou até mesmo idolatravam Stan Romanek de alguma forma.

Na notícia era mencionado que Stan Romanek, considerado uma figura um tanto controversa na comunidade ufológica, e conhecido por suas alegações de abdução alienígena e seu questionável vídeo mostrando um ser supostamente extraterrestre na janela de sua casa, tinha sido preso sob a acusação de "exploração sexual infantil." Pelo menos essa era a informação inicial divulgada em um comunicado de imprensa liberado pelo Departamento de Polícia da cidade de Loveland, no estado norte-americano do Colorado.

No dia 20 de fevereiro de 2014, uma notícia publicada no site de notícias HuffPost caiu como uma verdadeira bomba para todos aqueles que acompanhavam ou até mesmo idolatravam Stan Romanek de alguma forma
Stan Romanek, com 51 anos naquela época, tinha sido alvo de investigação de longa data (cerca de 8 meses de investigações), que começou com um mandado de busca, em abril de 2013. Na época, os computadores utilizados por Romanek tinham sido apreendidos pelas autoridades.

"O mandado de busca foi cumprido na casa de Romanek, após diversas pistas que foram fornecidas pelo Departamento de Segurança Interna, que posteriormente foram investigadas pelos detetives de polícia e pelo Laboratório Regional Forense do Colorado do Norte", citava o comunicado.

Stan Romanek, com 51 anos naquela época, tinha sido alvo de investigação de longa data (cerca de 8 meses de investigações), que começou com um mandado de busca, em abril de 2013. Na época, o computador de Romanek havia sido apreendido pelas autoridades

Stan Romanek estava sob investigação "por compartilhamento online e posse de pornografia infantil." O comunicado também afirmava, que parte das acusações contra Romanek "estavam relacionadas com a posse de mais de 20 imagens de pornografia infantil." No entanto, Romanek acabou saindo rapidamente da prisão após o pagamento de uma fiança estipulada em US$ 20.000 (cerca de R$ 66.000). Aliás, uma das condições impostas para a soltura de Romanek, é que o mesmo não tivesse acesso a internet.

Lisa Romanek, esposa de Stan Romanek, naquela época desativou o perfil do seu marido, no Facebook, e acabou se envolvendo em toda essa história, quando saiu em defesa do seu marido, através de sua própria conta na referida rede social. Inicialmente, ela mencionou que Stan tinha cooperado com as autoridades e, até onde ela sabia, a acusação "era de posse, não de distribuição (de pornografia infantil)."

Lisa Romanek, esposa de Stan Romanek, naquela época desativou o perfil do seu marido, no Facebook, acabou se envolvendo em toda essa história, quando saiu em defesa do seu marido, através de sua própria conta na referida rede social
"Quem acompanha o Stan está ciente da intimidação, invasões, 'hackeamentos' e acesso remoto dos nosso computadores, que já passamos. Acreditamos que, seja quem for que tenha acessado o nosso sistema, também tenha deixado rastros para serem verificados pelo Departamento de Segurança Interna, que por sua vez forneceu pistas para o departamento de polícia. Para todos aqueles que vivem com medo e operam por medo de ódio, por favor deixem de nos seguir e não agravem essa situação aterradora com suas ameaças ignorantes e declarações pavorosas. Estaremos levando a Ufologia para o tribunal. Sabemos que isso tudo tem a ver por sermos francos sobre a realidade dos ETs/OVNIs", disse Lisa Romanek.

Desde aquela época, no entanto, o julgamento de Romanek vem sendo adiado pelos mais diversos motivos possíveis. Em março de 2015, o site do jornal "The Loveland Report-Herald" divulgou que Romanek, com 52 anos, havia sido preso em preso em 13 de fevereiro de 2014, depois que a polícia de Loveland realizou uma busca em sua casa, diante da alegação de que arquivos incriminatórios estavam sendo compartilhados publicamente a partir do endereço IP vindo de sua residência.

Em março de 2015, o site do jornal "The Loveland Report-Herald" divulgou que Romanek, com 52 anos, havia sido preso em preso em 13 de fevereiro de 2014, depois que a polícia de Loveland realizou uma busca em sua casa diante da alegação de que arquivos incriminatórios estavam sendo compartilhados publicamente a partir do endereço IP vindo de sua residência
Na época, a advogada de defesa de Romanek, Kathryn Hay, disse que seu cliente ligou diversas vezes para a polícia de Loveland para falar sobre uma "organização espacial que o perseguia, e colocava coisas nocivas em seu computador devido ao trabalho que estava fazendo.""Ele estava preocupado com pessoas que pudessem entrar e plantas escutas em sua casa", disse Kathryn Hay. Após diversos exames médicas e psicológicos, no entanto, Romanek foi considerado apto e competente a ser julgado pela Justiça.

Em uma audiência preliminar, o detetive de polícia Brian Koopman disse que Vanessa Hips, agente especial do Departamento de Segurança Interna, entrou em contato com ele, quando ela baixou oito arquivos incriminatórios (em duas ocasiões diferentes) a partir do endereço IP do computador de Stan Romanek, em 5 de março de 2013. Assim sendo, Brian Koopman foi até a casa de Stan Romanek, em 12 de abril daquele mesmo ano e apreendeu dois computadores utilizados pela família que, somados tinham 300 imagens e 17 arquivos de vídeos associados a pornografia infantil. Ele disse que os arquivos foram compartilhados publicamente para o mundo usando um programa de compartilhamento de arquivos peer-to-peer chamado Limewire.

A advogada de defesa de Romanek, Kathryn Hay, disse que a polícia não tinha investigado as outras pessoas que moravam na casa ou onde estaria o Stan Romanek, no momento que esses arquivos tinham sido originalmente baixados. O detetive disse que não havia pistas ou informações sobre outras pessoas que pudessem ser as responsáveis pelos arquivos.

Em uma audiência preliminar, o detetive de polícia Brian Koopman disse que Vanessa Hips, agente especial do Departamento de Segurança Interna, entrou em contato com ele, quando ela baixou oito arquivos incriminatórios (em duas ocasiões diferentes) a partir do endereço IP do computador de Stan Romanek, em 5 de março de 2013
Quase um ano depois, em março de 2016, Stan Romanek, com 53 anos, voltou a declarar inocência e já contava com novos advogados para defendê-lo (diga-se de passagem, Kathryn Hay havia sido dispensada). Seu julgamento estava marcado para abril do ano passado, porém isso não aconteceu.

Vale lembrar nesse ponto, que Brian Koopaman, principal detetive do caso, depois de investigar o caso envolvendo Stan Romanek, também começou a ser acusado de cometer excessos, má conduta ou violar direitos inconstitucionais em relação a outros casos investigados por ele, porém Brian acabou sendo inocentado por tais acusações ou processos contra ele acabaram sendo arquivados. De qualquer forma, é importante lembrar que a defesa de Romanek nunca conseguiu explicar de onde teriam partido as imagens e os vídeos encontrados nos computadores, apenas se utilizou de mecanismos legais para adiar cada vez mais o seu julgamento ou tentou alegar que Stan Romanek não era mentalmente são, para evitar que o mesmo fosse julgado como um criminoso comum e que lhe fosse imputada uma pena maior.

Um exemplo disso aconteceu em fevereiro desse ano, quando o site do jornal "The Loveland Report-Herald" noticiou que uma audiência de preparação havia sido adiada, visto que os advogados de defesa de Stan Romanek, Theodore e Elizabeth McClintock, tiveram uma reunião a portas fechadas com promotores e juíza distrital responsável pelo caso para discutir as novas evidências apresentadas pela promotoria. Na época, Elizabeth McClintock disse que a nova evidência poderia afetar o álibe da defesa, porém não entrou em maiores detalhes. Se tudo der certo dessa vez, Stan Romanek deve ser julgado no dia 31 de julho desse ano.

Se tudo der certo dessa vez, Stan Romanek deve ser julgado no dia 31 de julho desse ano.
Seria Tudo uma Fraude?

Vídeo Boo: Em 2008, Stan Romanek apareceu no antigo talk-show do apresentador norte-americano Larry King, chamado "Larry King Live", juntamente com Jeff Peckman, ex-candidato da prefeitura da cidade norte-americana de Denver, que defendeu a história de Romanek como parte de sua campanha para uma "Comissão de Assuntos Extraterrestres de Denver" em relação a um material, que ficou conhecido como "Vídeo Boo."

No mês de maio daquele mesmo ano, durante uma entrevista de Stan Romanek na rádio "Coast To Coast AM", pertencente a George Noory (o mesmo jornalista / radialista envolvido no caso do Rancho Skinwalker), o próprio George sugeriu que Romanek fizesse passasse por um teste em um detectador de mentiras (o famoso polígrafo) justamente para tentar provar, que ele estava falando a verdade sobre seu vídeo. Aparentemente, esse teste foi mesmo realizado no final de 2008. Porém, ao ser questionado se o vídeo era uma farsa, o polígrafo apontou que Romanek, que até então dizia que o vídeo era autêntico, estaria mentindo. Inicialmente, em sua defesa, Stan Romanek disse que ele tinha "condições médicas" que impediam, que um detector de mentiras funcionasse com ele.

Entretanto, em 2009, ele mudou seu discurso durante uma conferência chamada "Mysteries of the Universe", realizada na cidade de Kansas. Stan Romanek acusou George Noory de ter criado um ambiente propício para que ele não passasse no teste proposto, uma vez que as questões, no seu modo de ver, eram ambíguas. Posteriormente, George Noory rebateu a acusação chamando-a de "ridícula." De acordo com George Noory, Stan Romanek simplesmente não teria passado no teste do polígrafo, que teria sido realizado por um examinador certificado da cidade de Denver, ou seja, seu vídeo seria uma farsa e ponto final.

Nesse ponto é interessante ressaltar um detalhe muito importante, visto um "especialista em vídeo" consultado pela Romanek, teria alegado que o "Vídeo Boo" custaria cerca US$ 50.000 (cerca de R$ 165.000) para ser forjado, um valor considerado totalmente surreal diante do que é apresentado. Por outro lado, a "Sociedade de Pesquisa Paranormal das Montanhas Rochosas" entrou na história, e mostrou que poderia reproduzir o mesmo vídeo por apenas US$ 90, utilizando apenas um boneco, um pedaço de madeira e um programa amador de edição de vídeo.

Clique para ver o vídeo Final Editado de Forma Amadora por Parte da Sociedade de Pesquisa Paranormal das Montanhas Rochosas.

- Equações "Complexas": Por falar na "Sociedade de Pesquisa Paranormal das Montanhas Rochosas", um dos seus fundadores chamado Matthew M. Baxter, escreveu um longo documento .PDF refutando muitas das alegações que Stan Romanek fez ao longo do tempo (clique aqui para acessá-lo). Entre as refutações escritas por Matthew estava justamente a respeito de equações supostamente complexas, que teriam sido "implantadas" na mente de Stan Romanek.

Assim sendo, ele questionou a primeira equação apresentada por Stan Romanek, que teria sido revelada para ele, em 2002, cuja fórmula descrevia um átomo de hélio bombardeando o elemento 115, sendo que tal elemento não havia sido descoberto naquela época. Porém, segundo Matthew, o elemento 115, também conhecido como moscóvio, já vinha sendo mencionado desde a década de 1980, visto o elemento seria uma das "provas", que Bob Lazar usou para tentar provar suas próprias alegações. Além disso, o papel também mostrava a famosa Equação de Drake, uma equação que surgiu no início da década de 1960, e utilizada para estimar o número de civilizações inteligentes no Universo. Stan, supostamente não sabendo dessa equação, amplamente conhecida, simplesmente teria adicionado o número 100 no fim da mesma (multiplicando a mesma por 100), e não acrescentou nada de absolutamente novo.

Talvez a cereja do bolo estivesse no email enviado por Seth Shostak, astrônomo sênior do Instituto SETI, para o Matthew Baxter a respeito das "equações mágicas" de Stan Romanek. Confira o email, devidamente traduzido, logo abaixo:

"Olá Baxter,

Na verdade, dei uma olhada nessas equações. Ele poderia ter copiado as mesmas de praticamente qualquer lugar, textos de faculdades, internet, e até mesmo da Wikipedia. Elas não provam que ele esteve em contato com extraterrestres, assim como o restante de suas histórias. Ele precisa nos mostrar algo NOVO. Algum fato que não saibamos. Não ficar procurando coisas em um sótão, e encontrar coisas que já sabemos.

Atenciosamente,

Dr. Seth Shostak
Astrônomo Sênior
Instituto SETI
"

- Implante Extraterrestre: Em 2009, em uma entrevista para o programa "ABC Primetime", Stan Romanek disse que tinha provas físicas de suas experiências ao ter sido supostamente abduzido por seres extraterrestres, uma vez que ele teria um implante alienígena em sua perna. Assim sendo, foi requisitado que ele passasse por um exame médico independente, ou seja, que pudesse comprovar efetivamente essa alegação. Contudo, Stan Romanek alegou que o mesmo havia "misteriosamente desaparecido."

- Admissão de Fraude: Em entrevista realizada para o programa "Peter Maxwell Slattery", em 2015, Stan Romanek acabou admitindo que ele forjou a movimentação de estranhos objetos durante uma entrevista em 2014, para esse mesmo programa.

Stan é acusado de fraudar algumas de suas provas. Pelo menos os machucados no seu rosto, no dia que ele lutou com o pessoal que saiu de uma van em Colorado Springs são reais :)


Conclusão

Assombrados, que caso mais inacreditável. São muitas, muitas evidências. Se metade delas ou talvez um terço for verdade já estamos de algo simplesmente incrível.

O cara teve muita coragem de sair documentando tudo. Foi advertido várias vezes para parar, inclusive com agressões físicas. Agora está preso sob acusação de pedofilia. Será que foi tudo armado para que Stan Romanek, que ficou impedido de usar computador, ficasse quieto? Deu certo. Sua reputação foi destruída para muitos. Pelo menos ele está vivo e não teve o mesmo destino de Phillip Schneider.


Fontes (Acessadas em 05/07/2017):
- Netflix: "Extraordinary: The Stan Romanek Story"
- Rense.com: Stan Romanek's Mystery Equations
- SIGNIFICANCE OF THE ROMANEK EQUATIONS
http://www.reporterherald.com/news/loveland-local-news/ci_25140768/loveland-man-arrested-child-exploitation-charges
http://www.reporterherald.com/news/loveland-local-news/ci_27694803/court-rules-stanley-romanek-can-stand-trial
http://www.reporterherald.com/news/loveland-local-news/ci_29700723/loveland-man-pleads-not-guilty-child-pornography-charges
http://www.reporterherald.com/news/loveland-local-news/ci_30203192/attorneys-postpone-romanek-trial
http://www.reporterherald.com/news/loveland-local-news/ci_30803458/new-evidence-delays-hearing-stanley-romanek-case
http://www.huffpostbrasil.com/entry/stan-romanek-child-pornography_n_4813196
http://www.paranormalpopculture.com/2014/02/puported-ufo-abductee-arrested-for.html
http://www.larimer.org/da/CaseTrackingSummary.pdf

Conheça Edson Carvalho: O Homem que Mora há 11 Anos em um "Mausoléu Abandonado" no Cemitério Municipal de Marialva/PR

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Por Marco Faustino

Essa não é a primeira vez no ano, que o Estado do Paraná aparece por aqui. No fim do mês de março fiz uma postagem bem completa sobre os mistérios e supostas maldições do Hotel Yara, na cidade de Bandeirantes. Construído na década de 1950, esse hotel era um símbolo de riqueza e prosperidade do norte do Paraná mas, com o decorrer do tempo, uma sucessão de tragédias envolvendo a morte de diversos proprietários, acabaram selando seu destino, e o mesmo foi abandonado. No entanto, o que mais chamava a atenção é que os antigos hóspedes e ex-funcionários desse hotel contavam que o mesmo era "mal-assombrado." Seria possível escutar o som de passos no corredor quando não havia ninguém, janelas e portas batiam mesmo sem nenhuma corrente de vento, pessoas eram empurradas nos corredores, viam vultos e torneiras de banheiros abriam sozinhas durante a noite. Além disso, começaram a surgir rumores que o primeiro proprietário do hotel, um homem chamado Domingos Regalmuto, teria feito uma espécie de "pacto com o Diabo" para que o empreendimento prosperasse e, após algum tempo, o Diabo teria voltado para cobrir a dívida, despedaçando seu corpo e levando embora a sua alma. História impressionante, não é mesmo? Contudo, fui atrás de cada um desses detalhes para vocês com o objetivo de contar a história completa desse hotel. Aliás, a postagem sobre o mesmo foi muito elogiada pelo atuais proprietários, que planejam revitalizar o lugar assim que for possível. Vale muito a pena mesmo conferir, porque é bem raro, modéstia a parte, encontrar o volume de informações que coletei em um único lugar (leia mais: Os Mistérios e Maldições do Hotel Yara: Um Gigante em Estado de Abandono e com Fama de Mal-Assombrado, em Bandeirantes/PR!).

Agora, me deparei com uma história novamente envolvendo, coincidentemente, uma cidade do norte do Estado do Paraná, porém dessa vez o material humano da mesma é de partir o coração. Recentemente, os veículos de comunicação paranaenses, após 11 anos, descobriram a existência de um senhor chamado Edson Carvalho, 45 anos, que encontrou um mausoléu abandonado no Cemitério Municipal de Marialva, e fez do local o seu lar. Um homem que consegue ganhar entre R$ 600 a R$ 700 por mês, atuando em serviços de construção, incluindo obras no próprio cemitério, e que cujas refeições diárias acabam sendo parte de seu próprio pagamento. Edson teria ido parar nas ruas após a morte dos pais. Assim sendo, no pequeno e apertado "mausoléu", com dimensões de 1,8 x 2,4 m, ele passou a dormir enrolado em velhos cobertores, mesmo nos dias mais frios, e no meio de insetos. Aliás, em uma das reportagens sobre esse senhor foi mencionado, que sua condição de vida parecia "não incomodar os habitantes de Marialva, cidade que tem sua base econômica sustentada pela agricultura e pelo cultivo de uvas finas. Edson Carvalho havia se tornando uma figura folclórica no município sendo adjetivado por alguns como 'morto-vivo' ou 'sem terra'." Para completar a situação, um pedreiro chamado Leonel Batista, que trabalha no cemitério, acreditava que o homem era "alvo de 'uma maldição'." De qualquer forma, nessa postagem tentarei não espetacularizar o caso, mas mostrar o lado humano, dar nome ao "homem", e manter a dignidade que lhe resta. Tentar mostrar a vocês, o que toda uma cidade parece não se importar como deveria. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Um Pouco Sobre a Cidade de Marialva, no Estado do Paraná


É sempre muito importante conhecer um pouco sobre a cidade onde determinados casos ocorrem, visto que isso, muitas vezes, se torna fundamental no processo de entender como algo acaba acontecendo, e como todo um aspecto socioeconômico pode influenciar positivamente ou negativamente em algumas questões. Aliás, algumas vezes não adianta explicar um determinado assunto, se vocês não compreenderem o ambiente ao redor, e como uma situação evolui de uma forma tão absurda ao ponto de uma "condição humana se tornar um mero folclore." Uma vez que estamos no Brasil, um país de dimensões continentais, isso é ainda mais primordial.

Bem, a cidade de Marialva fica localizada na região norte do Paraná, a uma distância de aproximadamente 400 km da capital do Estado, a cidade de Curitiba (cerca de 6h de carro), porém ela está muito próxima das cidades de Maringá (apenas 17 km, à oeste)  e Londrina (por volta de 80 km, à leste). Portanto, a cidade está englobada na messoregião chamada "Norte Central Paranaense". De acordo com uma estimativa populacional do IBGE, em relação ao ano de 2014, a cidade contaria com pouco mais de 34 mil habitantes. No passado, por volta da década de 1980, a cidade enfrentou um grande êxodo populacional, porém desde então vem crescendo a um ritmo bem lento nesse aspecto.



Foto da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima da cidade de Marialva, no Paraná
Voltando um pouco no tempo, até o ano de 1940, entre as cidades de Mandaguari e Maringá, no meio do chamado "estradão de terra batida que caminhava para frente", trecho histórico do "Caminho do Peabiru", a "Companhia de Terras do Norte do Paraná" promoveu a criação dessa localidade, dando-lhe a denominação de Marialva.

Em prol do seu desenvolvimento, a localidade atraiu pessoas de todos os estados com o objetivo de se dedicarem, principalmente, à cultura do café, para a qual as terras roxas e o clima subtropical se prestavam admiravelmente. A venda de lotes urbanos foi coroada de êxito e, em pouco tempo, dava amostra de uma nova cidade, que foi oficialmente fundada em 14 de novembro de 1951.

Foto aérea de um trecho da cidade de Marialva, no Paraná
A origem do nome "Marialva"é uma homenagem ao Marques de Marialva ("D. Pedro de Alcântara Menezes") destro cavaleiro português, nascido em 1711 e falecido em 1799. Além disso, a cidade produz 50% da uva fina de mesa do Estado do Paraná, fruto do pioneirismo dos imigrantes japoneses, que se instalaram na década de 1960, além de ser a principal produtora de rosas, também do Paraná.

Nesse sentido, Marialva possui um monumento na entrada da cidade, o famoso "Cacho de Uva", feito de concreto armado, representando um cacho de uva rubi, que é a variedade mais produzida na cidade. O monumento foi construído para exaltar a importância da produção da uva para o município. Todo ano, no mês de dezembro, ocorre a tradicional "Festa da Uva Fina", durando 10 dias, com participação média de 150.000 pessoas, ou seja, o população da cidade multiplica quase 5 vezes.

Nesse sentido, Marialva tem como monumento na entrada da cidade o "Cacho de Uva", feito de concreto armado, representando um cacho de uva rubi, que é a variedade mais produzida na cidade. O monumento foi construído para exaltar a importância da produção da uva.
De qualquer forma, a população é predominantemente urbana, com mais de 25 mil habitantes morando no meio urbano, contra aproximadamente 6 mil pessoas em áreas rurais. Aparentemente, Marialva parece ser uma cidade relativamente tranquila, de temperaturas amenas durante o ano, e perfeita para aqueles que apreciam uvas e seus derivados, tal com um bom vinho. É justamente nessa cidade, que surgiu um ser humano, que ainda respira entre os mortos, para contar uma história, que há muito tempo parecia estar esquecida.

A História de Edson Carvalho: O Homem que Mora há 11 Anos Dentro de um "Mausoléu Abandonado" no Cemitério da Cidade de Marialva/PR


Provavelmente, se você já tinha ouvido falar dessa história, possivelmente a conheceu através da RPC Maringá (afiliada da TV Globo) ou então pela TV Tibagi (emissora de TV pertencente a Rede Massa, que por sua vez é afiliada do SBT, no Paraná), porém o primeiro veículo de imprensa que comentou sobre isso recentemente, no dia 27 de junho, foi o site do jornal "Diário do Norte do Paraná", por meio de uma matéria realizada pelo jornalista Alexandre Gaioto. Se não fosse pelo Alexandre, dificilmente essa história continuaria limitada apenas a cidade de Marialva, e não saberíamos sobre a vida de um homem chamado Edson Carvalho.

O texto publicado no site do "Diário do Norte do Paraná" começou com uma história bem simbólica em relação a esse caso. Foi contado que duas senhoras caminhavam pela rua principal do Cemitério Municipal de Marialva, sendo as únicas visitantes no fim de uma determinada tarde, cruzando túmulos para prestar homenagem a algum ente querido. As mesmas passaram por cerca de oito mausoléus, todos bem cuidados, até que uma delas apontou para um antigo mausoléu, já com a tinta descascada, medindo cerca de quatro metros de altura, pouco mais de dois metros de profundidade, e um metro de largura.

- "Olha a janela daquela tumba, tá vendo?", perguntou uma das senhoras.
- "Que estranho, tem uma camiseta pendurada ali na janelinha", observou a outra.

De dentro do mausoléu, uma voz grave disparou uma frase inesperada:

- "E o dono da camiseta tá aqui dentro!", disse a voz.

Foto de uma parte do Cemitério Municipal de Marialva, no Paraná
Mais uma foto de uma parte do Cemitério Municipal de Marialva, no Paraná
Aflitas e desesperadas, as senhoras correram em direção à saída mais próxima. Correram tanto, que não tinham medo de tropeçar, não tinham medo de infartar, apenas medo de conversar com os mortos. Atordoadas, foram parar dentro do salão do Prever (uma espécie de plano de assistência funeral familiar, que presta atendimento nos momentos mais difíceis, e que possui algumas filiais no Estado do Paraná) a uns 600 metros de distância do ponto em que estavam, e foram atendidas por funcionários atenciosos que ofereceram copinhos de água com açúcar.

Recompostas, as senhoras descobriram, que havia um homem de 45 anos, que há mais de uma década morava, sozinho, no mausoléu abandonado do cemitério. Sendo uma anedota ou não, o caso é mais sério do que imaginamos. Isso porque todas as pessoas, nos arredores do cemitério, conheciam as histórias de Edson.

Foto do ponto comercial do Prever de Marialva (uma espécie de plano de assistência funeral familiar que presta atendimento nos momentos mais difíceis, e que possui algumas filiais no Estado do Paraná)
"Ele é gente boa, bacana, querido por todos", comentou a professora Maedani Moreira.

"É um homem muito engraçado e inteligente. Sou amigão dele: a gente sempre toma umas pingas", disse Adriano Tarelho, um caminhoneiro local.

Entretanto, nem todas as pessoas gostavam da presença de Edson em meios aos túmulos. Um homem chamado Alexandre Modesto, o novo coordenador do cemitério, seria um dos principais críticos dessa permanência um tanto quanto inusitada. Desde que assumiu o cargo há cerca de seis meses, Alexandre já teria autorizado duas notificações para que o morador abandonasse o mausoléu. A primeira tinha sido emitida há 20 dias, e a segunda, na semana anterior a reportagem.

"O fiscal vai lá pela manhã e nunca encontra ele no mausoléu", disse Alexandre, queixando-se que o "inquilino" seria "baderneiro", e que abordaria as pessoas, durante os enterros, para pedir dinheiro.

Entretanto, nem todas as pessoas gostam da presença de Edson em meios aos túmulos. Um homem chamado Alexandre Modesto, o novo coordenador do cemitério, seria um dos principais críticos dessa permanência um tanto quanto inusitada
As declarações de Alexandre Modesto, no entanto, não batiam com os relatos dos próprios funcionários do cemitério.

"Edson não é baderneiro, é sossegado, na dele", comentou um colaborador, que não quis ser identificado. "Nunca vi ele pedindo dinheiro em enterro", desmentiu um outro colaborador, que também preferiu não ser identificado.

Segundo Alexandre, seria até mesmo difícil acreditar que Edson, vestindo uma camisa polo azul clara por baixo de uma blusa cinza, calça jeans azul e sapatos de cor marrom com respingos de tinta branca, morava realmente dentro de um mausoléu. Medindo 1,70 m, esbelto, e com uma barba bem feita em um dos quatro banheiros do cemitério, que ficam abertos 24 horas por dia, Edson contou que foi parar no cemitério em 2006, depois que o local em que morava, um barraco de obra no bairro Novo Horizonte, foi atingido por um incêndio. Ele perdeu tudo o que tinha, seus documentos pessoais, as roupas, um par de tênis, um colchão e uma coberta. Assim sendo, Edson passou a morar na rodoviária da cidade, debaixo de um carrinho de lanche, que dava para uma escadaria. Era um lugar protegido da chuva e do frio, um esconderijo que não oferecia muitos riscos noturnos.

Segundo Alexandre, seria até mesmo difícil acreditar que Edson, vestindo uma camisa polo azul clara por baixo de uma blusa cinza, calça jeans azul e sapatos de cor marrom com respingos de tinta branca, morava realmente dentro de um mausoléu
"A gente dormia sempre ali: eu e o finado nego Dória. Mas daí vieram e tiraram a gente. De um dia pro outro, fiquei sem casa", disse Edson.

Sem ter um lugar para morar, ele recebeu o convite de um ex-funcionário do cemitério para dormir, algumas noites, dentro de um dos banheiros do cemitério. Porém, o plano não deu certo, porque acharam que ele poderia assustar quem aparecesse pela manhã. Um amigo aconselhou, então, que dormisse, por uns dias, em um antigo mausoléu, provavelmente abandonado há muitos anos por uma família oriental. Edson, no entanto, deixou algo bem claro, visto que, uma vez dentro do local, ele nunca mais sairia de lá. Aliás, isso nunca aconteceu mesmo.

Quando acorda pela manhã, sendo que o horário varia de acordo com os trabalhos temporários que arranja como pedreiro, ele refaz os passos das duas senhoras, que assustou há muito tempo, e entra no salão do Prever para tomar copinhos grátis de café. Faz quatro meses que Edson deixou de preparar seu próprio café, de forma rudimentar, no interior do mausoléu: o fogo atingiu sua garrafinha de álcool, e deu início a um incêndio, rapidamente apagado por ele. "Foi perigoso. A coisa explodiu e quase me queimei", contou.

Quando acorda pela manhã, sendo que o horário varia de acordo com os trabalhos temporários que arranja como pedreiro, ele refaz os passos das duas senhoras, que assustou há muito tempo, e entra no salão do Prever para tomar copinhos grátis de café
Nascido na cidade de Jandaia do Sul (aproximadamente a 34 km a sudeste da cidade de Marialva) , filho de uma dona de casa e de um funcionário público, ambos enterrados no cemitério da cidade de Sarandi, Edson disse ter tido uma vida boa, mesmo tendo apenas 45 anos, sem problemas no relacionamento familiar, embora, atualmente, ele não tenha muito contato com seus três irmãos: uma gerente de lotérica, que vive em Maringá, uma proprietária de um bazar, em Sarandi, e um colaborador de um açougue, de Marialva.

"Não gosto de ficar pedindo ajuda, sabe? Meu irmão, volta e meia, me dá uma carne assada. A gente come por aí, divide com os amigos, toma uma pinguinha pra acompanhar", completou. Aliás, o único casamento de Edson durou apenas sete meses.

"Eu bebia um pouco, ela também. Não deu muito certo, não", comentou, sem aparentemente sentir saudades da vida conjugal. Atualmente, Edson disse ter "um lance" com uma loira de 30 e poucos anos. Os encontros românticos seriam sempre na casa dela, jamais na dele. "Não sei se vai dar certo. Ela é muito controladora. A gente já brigou hoje cedo", completou.



Nascido na cidade de Jandaia do Sul (aproximadamente a 34 km a sudeste da cidade de Marialva) , filho de uma dona de casa e de um funcionário público, ambos enterrados no cemitério da cidade de Sarandi, Edson disse ter tido uma vida boa, mesmo tendo apenas 45 anos
Ao mostrar o cemitério para o jornalista Alexandre Gaioto, Edson apontou para um bonito túmulo de azulejos marrons, que ele alega cobrar cerca de R$ 500 para fazer, quando o pessoal, segundo ele, cobraria cerca de R$ 1.500 para fazer o mesmo serviço.

Por outro lado, é justamente quando Marialva está dormindo, que o cemitério ganharia contornos um tanto quanto "sensuais." Casais fetichistas, na calada da noite, pulavam a mureta para realizar seus desejos, crentes de que as únicas testemunhas da luxúria seriam as almas enterradas. Não desconfiavam que havia uma espécie de "voyeur" dentro de um dos mausoléus, acompanhando todos os detalhes picantes das relações. Aliás, Edson disse que acompanhava tudo que os casais faziam. Curiosamente, no entanto, Edson disse que já tiveram mulheres, que quiseram conhecê-lo apenas para visitar o cemitério.

"Esses dias mesmo, conheci uma moça. 19 aninhos. Morena, pele clarinha. Daí peguei na mão, dei beijinho, e ela disse que eu tava diferente. À noite, partimos pro modão. No final, ela quis conhecer o cemitério. Quis saber como era, assim, entre os mortos. Se tinha assombração. Se tinha coisa diferente. Eu fui e mostrei tudo. Vou te contar, viu? Como ela gostou de dormir aquela noite comigo!", disse Edson, demonstrando um leve orgulho.

Por outro lado, é justamente quando Marialva está dormindo, que o cemitério ganharia contornos um tanto quanto sensuais. Casais fetichistas, na calada da noite, pulam a mureta para realizar seus desejos, crentes de que as únicas testemunhas da luxúria seriam as almas enterradas
Apesar das histórias, diante do havia se tornado o seu próprio mausoléu, Edson só não quis abrir as portas e mostrar o que havia dentro. Contou que guardava, naquele pequeno espaço, o amontoado de sua vida: uma manta, algumas roupas, um par de sapatos. Sua postura era absolutamente compreensível. Talvez, estivesse pouco à vontade em revelar sua casa a estranhos, já que nem teve tempo para arrumá-la. Na despedida, antes de pedir ao Alexandre Gaioto, um cigarro e cerca de R$ 2, Edson fez questão de exaltar o carinho pela sua "residência."

"Aqui não tem assombração, não tem fantasma, aqui é meu lugar. Se tentarem me tirar, precisam me dar uma casa", finalizou.

As Reportagens Exibidas pela RPC Maringá, pela Rede Massa, Tal Como o Texto Publicado pela Folha de SP, Sobre Edson Carvalho


Não demorou muito tempo até que veículos de comunicação maiores descobrissem a história sobre Edson Carvalho. Dois exemplos disso foram as reportagens exibidas pela RPC Maringá (afiliada da TV Globo) e pela TV Tibagi (emissora de TV pertencente a Rede Massa, que por sua vez é afiliada do SBT, no Paraná) no dia 3 de julho.

Vamos começar pela reportagem da RPC Maringá para ver se foi mencionado algo relevante, que pudesse explicar melhor a situação desse senhor, e a razão pela qual durante 11 anos, ninguém, por exemplo, lhe ofereceu um emprego no próprio cemitério ou então a razão pela qual o mesmo aparentemente foi descartado pelo Estado (no sentido mais amplo da palavra, ou seja, pelo poder público de modo geral) durante todo esse tempo. Você pode conferir a reportagem em um canal de terceiros, no YouTube, logo abaixo, porém irei pontuá-la para vocês:



Inicialmente foi mencionado, que dentro de um túmulo um "homem descansava em paz". Então, nos deparamos com o despertar do Edson, usando um casaco preto, uma camisa polo vermelha e um boné do Los Angeles Dodgers, um time norte-americano de baseball.

Aliás, de acordo com a repórter responsável pela reportagem, Edson estava bem vivo, e como prova disso chegou, inclusive, a tocar a sua mão. Em um tom "bem-humorado e descontraído" a mesma chegou a fazer um sinal de positivo, dizendo que, "por enquanto", ele ainda estava vivo.

De acordo com a repórter responsável pela reportagem, Edson estava bem vivo, e como prova disso chegou, inclusive, a tocar a sua mão. Em um tom "bem-humorado e descontraído" a mesma chegou a fazer um sinal de positivo, dizendo que, "por enquanto", ele ainda estava vivo
Diariamente, Edson se levantava do seu "mausoléu abandonado" para começar a rua "rotina."
Logo em seguida, nos deparamos com as opiniões de algumas pessoas, que estavam visitando o cemitério, muito provavelmente para prestar uma homenagem a algum ente querido. Sorridente, um senhor citou que Edson era um "morto-vivo". Aliás, quem visitava o cemitério com frequência já tinha se acostumado com a presença do pedreiro, que havia começado a fazer revestimento nos túmulos e, sem ter onde morar, permaneceu dentro do próprio cemitério.

Sorridente, um senhor cita que Edson era um "morto-vivo."
Uma costureira chamada Antônia Zeferina, sem ter muito o que falar sobre toda aquela situação, disse apenas que aquela era a solução que Edson havia encontrado, ou seja, ficar dentro do cemitério de Marialva.

Já um pedreiro chamado Everaldo Caetano, que se considera colega de Edson, garantiu diante das câmeras que, quem precisasse de um bom pedreiro, um azulejista profissional, poderia contar com o seu "colega." Porém, ele disse que sempre que precisava o vinha procurar de dia, não de noite, sempre um tom bem descontraído e de risadas, que também eram compartilhadas pelo Edson.

Uma costureira chamada Antônia Zeferina, sem ter muito o que falar sobre toda aquela situação, disse apenas que aquela era a solução que Edson havia encontrado, ou seja, ficar dentro do cemitério de Marialva
Já um pedreiro chamado Everaldo Caetano, que se considera colega de Edson, garantiu diante das câmeras que, quem precisasse de um bom pedreiro, um azulejista profissional, poderia contar com o seu "colega."
Novamente em tom "bem-humorado", a repórter mencionou que a casa de Edson "estava sempre de portas abertas" e, assim sendo, ela resolveu entrar e mostrar sua situação. O espaço era visivelmente bem pequeno, menos de 3m², mas foi mencionado que Edson estava "se virando bem", visto que suas roupas serviam de colchão e havia até mesmo um cobertor. Para completar, foi dito que "aquela era uma vida de improviso total, mas de uma coragem para poucos."

O espaço era visivelmente bem pequeno, menos de 3m², mas foi mencionado que Edson estava "se virando bem", visto que suas roupas serviam de colchão e havia até mesmo um cobertor.
Ao ser questionado se ele não sentia medo durante a noite, ele disse que não dava medo, visto que depois de entrar e dormir, não tinha mais o que fazer. Simples assim. Ele até mencionou que dava uma "cisma", porém depois que fechava os olhos e dormia, isso passava. Edson chegou a declarar que aquela situação era melhor do que morar no meio da rua, em qualquer lugar da cidade. Aquilo não era sua casa, mas que ele queria ter um lugar "legal" para morar, um lar bem "legal", mas que naquele dia, ou seja, atualmente ou ao menos "por enquanto", ele ainda estava por ali.

Edson chegou a declarar que aquela situação era melhor do que morar no meio da rua, em qualquer lugar da cidade. Aquilo não era sua casa, mas que ele queria ter um lugar "legal" para morar, um lar bem "legal", mas que naquele dia, ou seja, atualmente ou ao menos "por enquanto", ele ainda estava por ali
Segundo a Prefeitura de Marialva, responsável pelo cemitério, assistentes sociais estavam providenciando os documentos pessoais do pedreiro para inscrevê-lo no programa de habitação do município, e ajudá-lo com tratamento de saúde. Em relação ao túmulo abandonado, a informação é que a família já tinha sido notificada, mas não houve retorno.

Agora, sem dúvida alguma, a melhor parte do vídeo disponibilizado pela RPC é o comentário do jornalista Sandro Dal Piccolo, ao citar que a moradia era um direito constitucional de todo o brasileiro, de todo cidadão brasileiro. Isso era algo muito significativo, quando um brasileiro, assim como o Edson, pedreiro, trabalhador, só conseguia ter esse direito respeitado, em um túmulo, dentro de um cemitério. Resumindo? Não era preciso dizer mais nada.

Já a reportagem da TV Tibagi/Rede Massa ficou por conta do repórter "Índio Maringá", o mesmo que tinha sido o responsável por uma outra reportagem sobre alguns familiares, que acreditavam ter registrado o espírito de um ente querido na cidade de Santa Cruz do Monte Castelo, localizada a aproximadamente 200 km da cidade de Maringá. Aliás, vocês podem conferir a reportagem sobre o Edson Carvalho logo abaixo, através do canal "Jornalismo SBT", no YouTube (em seguida, irei pontuá-la rapidamente para vocês):



Ao contrário da RPC, o repórter "Índio Maringá" resolveu realizar a reportagem durante a noite, adentrando pela madrugada, obviamente para gerar uma espécie de clima mais sombrio, ainda mais por se tratar de um cemitério. De qualquer forma, foi adicionada uma informação nova: Edson Carvalho teria ido morar no cemitério devido a uma "desilusão amorosa", o que era algo difícil de acreditar diante do que havia sido mencionado em outras fontes, mas isso nem de longe era o mais importante a ser mostrado ou apontado.

Ao ser questionado sobre o que ele sonhava, Edson respondeu que sonhava ter um lar mais "ajeitado" e mais digno. Porém, o mais impactante talvez fosse ver a quantidade de insetos, tais como baratas, que existiam nas paredes, dentro do local onde Edson "morava." Uma triste realidade e bem distante da alegria e dos sorrisos, que tinham sido mostrados na reportagem da RPC. Não irei mostrar essa cena aqui, mas vocês podem conferir no vídeo (em 2:52).

Ao ser questionado sobre o que ele sonhava, Edson respondeu que sonhava ter um lar mais "ajeitado" e mais digno. Porém, o mais impactante talvez fosse ver a quantidade de insetos, tais como baratas, que existiam nas paredes, dentro do local onde Edson morava
Em seguida, o repórter Índio Maringá resolveu perguntar por qual razão Edson resolveu morar no cemitério. Em resposta, Edson disse que, inicialmente, morava com seus pais, na cidade de Sarandi, mas eles acabaram falecendo, e contou basicamente o que já sabíamos até então. Não foi explicada qual teria aquela tal "desilusão amorosa" mencionada anteriormente. Assim sendo, não era possível afirmar, que essa teria sido a razão pela qual Edson foi parar dentro de um mausoléu.

Além disso, as mãos de Edson não mostravam apenas que ele estava vivo, mas que ele era trabalhador, e mesmo assim estava diante daquela situação.

Além disso, as mãos de Edson não mostravam apenas que ele estava vivo, mas que ele era trabalhador,
e mesmo assim estava diante daquela situação.
Enfim, era nítido ver o repórter de certa forma constrangido diante de tal situação, visto que o estado do local onde Edson se abrigava era realmente muito precário mas, ainda assim, na visão de Edson, era melhor do que dormir na rua. O repórter sequer tinha coragem de pisar no local onde Edson dormia, por mais que ele dissesse que não tinha a menor importância. Sinceramente, até esperava que a reportagem ganhasse um tom humorístico em algum determinado momento, mas isso felizmente não aconteceu. Afinal de contas, não havia clima algum para brincadeira.

Quem também preparou um material para a Folhapress, a agência de notícias do Grupo Folha, foi o jornalista Carlos Ohara. No texto publicado na sexta-feira passada (7) foi mencionado que as visitas noturnas ao cemitério, que não tem vigia, eram uma questão de sobrevivência para o pedreiro Edson Carvalho.

"Um dia fui contratado para fazer um túmulo aqui e vi que havia uma capelinha vazia. Me contaram que a ossada havia sido retirada e enviada para Campo Mourão, e que o dono não apareceu mais. Pronto, encontrei minha casa", disse Edson.

"Um dia fui contratado para fazer um túmulo aqui e vi que havia uma capelinha vazia. Me contaram que a ossada havia sido retirada e enviada para Campo Mourão e que o dono não apareceu mais. Pronto, encontrei minha casa", disse Edson.
"Nunca vi alma de outro mundo, essas coisas. O que vejo são pessoas bem vivas que vêm aqui para transar ou fazer algum 'despacho'. Nem me incomodo com isso e não saio fora do meu túmulo. Eu só quero é descansar", completou.

Todos os dias o pedreiro utilizava os banheiros públicos do local para tomar banho e lavar roupas. Então, ele saía em busca de "um bico". Mensalmente, ele conseguia ganhar cerca R$ 600 a R$ 700, atuando em serviços de construção, incluindo obras no cemitério. Nos dias de trabalho, ele recebia marmitas como parte do pagamento. Nos fins de semana, Edson utilizava uma área de depósito do cemitério para cozinhar em um fogão improvisado com tijolos e lenha.

Para completar seu drama pessoal, Edson já tinha ficado preso na cadeia da cidade por quatro meses, após uma acusação de roubo. "O cara que puxava um carrinho me acusou de roubar uns ferros dele, mas sou inocente", disse Edson, que segundo esse texto, havia se tornado uma figura folclórica no município, sendo adjetivado por alguns como "morto-vivo" ou "sem terra". O pedreiro Leonel Batista, que trabalha no cemitério, acreditava que o homem tinha sido alvo de "uma maldição".

A assessoria de imprensa do prefeito Victor Martini (PP) informou que Edson teria sido notificado
em 2014, 2015 e em janeiro deste ano para deixar o sepulcro abandonado
Na prefeitura, todos sabiam da presença do pedreiro no cemitério, desde o início de suas invasões noturnas. A assessoria de imprensa do prefeito Victor Martini (PP) informou que Edson tinha sido notificado em 2014, 2015 e em janeiro deste ano, para deixar o sepulcro abandonado. Com a divulgação do caso nos últimos dias, uma equipe de assistentes sociais encaminhou o pedreiro para retirar a segunda via dos documentos. Porém, não havia uma definição sobre sua saída do cemitério.

O assunto, inclusive, chegou até a Câmara dos Vereadores de Marialva. Entre as opções estava a destruição do mausoléu, e a construção de uma casa para o Edson, em um terreno público. De qualquer forma, ninguém conseguiu fazer contato com o prefeito da cidade para saber o que realmente fariam com Edson Carvalho. Triste, não é mesmo?

O assunto, inclusive, chegou até a Câmara dos Vereadores de Marialva. Entre as opções estava a destruição do mausoléu, e a construção de uma casa para o Edson, em um terreno público
Tentei procurar alguma razão socioeconômica, que pudesse explicar o motivo pelo qual o município de Marialva aparentemente nunca fez absolutamente nada pelo pedreiro Edson Carvalho, porém não encontrei, muito pelo contrário. Em minha pesquisa, me deparei com um vídeo de 2015, que tinha sido publicado no canal da Prefeitura de Marialva, no YouTube, muito bem produzido que, logo nos primeiros segundos dizia que a cidade era referência em qualidade de vida para os seus cidadãos. Era impressionante ver ainda nos primeiros minutos, que a cidade era referência no setor da construção, principalmente de habitações populares, contando até mesmo com o depoimento emocionado de uma moradora. São 11 minutos de vídeo contando sobre um ano repleto de conquistas para a cidade.

Em agosto do ano passado, o canal TV UniCesumar (Centro Universitário Cesumar), no YouTube, publicou um vídeo onde ressaltava, que não havia crise na cidade de Marialva. Em meio a crise econômica que o país atravessava (e ainda atravessa), Marialva tinha sido a quinta cidade paranaense que mais havia gerado empregos no primeiro semestre do ano passado. Considerando que Edson morava dentro de um mausoléu no cemitério da cidade há 11 anos, e que todos ao redor do mesmo sabiam de sua existência, inclusive a prefeitura da cidade, como explicar a permanência daquele senhor, naquele local? Apesar de terem sido realizadas quatro reportagens, por quatro jornalistas diferentes, e veiculadas em quatro veículos de comunicação distintos, nenhuma delas explicava o porquê Edson ainda estava dormindo em um mausoléu. As respostas do poder público eram vagas, e obviamente ninguém apareceu, ou seja, ninguém mostrou o rosto diante das câmeras para explicar tal situação. De qualquer forma, esse é um assunto para os meus comentários finais.

Comentários Finais


No artigo 6º da Constituição Federal são mencionados os direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, ao trabalho, a moradia, ao transporte, ao lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados. Porém, na prática, sabemos que o direito de um cidadão brasileiro, não quer dizer necessariamente que seja um dever do Estado, que sempre se julga no direito de selecionar ou então prestar um direito quando tem vontade, que é ampliada em ano eleitoral. Uma vez que não se pode contar com o Estado, que nesse caso é representado pelo poder público de Marialva, era de se esperar que a população ajudasse Edson de alguma forma, se solidarizando com sua situação. É justamente nesse ponto que vemos a mais cruel contradição. Ao mesmo tempo que a oferta de trabalhos temporários, e o fornecimento de marmitas como parte do pagamento fazem com que Edson sobreviva fisicamente, sua situação social destrói completamente sua dignidade e seu psicológico. Vocês acham mesmo que Edson estava feliz e achando tudo aquilo que vinha passando engraçado? Acham mesmo que ele estava conseguindo se virar como podia, que não sentia frio durante a noite ou que era corajoso? Durante 11 anos lhe deram alguns "bicos", eventualmente uma marmita, mas nunca lhe deram oportunidade de ter uma vida. Ao ver as pessoas passando pelo cemitério na reportagem da RPC, e comentando de forma sorridente sobre sua situação, parecia que Edson era uma atração turística, um recinto em um zoológico do horror humano. Parecia tudo, menos que estávamos diante de um ser humano, de um homem de 45 anos, mas com a aparência de 70. É uma lógica sombria, assim como dar um prato de comida a um andarilho ou um animal abandonado, visto que você pode minimizar o problema, bradar contra políticos, mas se torna incapaz de se organizar e tentar efetivamente resolver a situação, que irá se repetir dia após dia, mês após mês, ano após ano, e que não deveria existir, mas existe, e bem debaixo do nariz de cada cidadão de Marialva.

Recentemente, ao assistir a série Handmaid's Tale, ficava me perguntando a cada episódio como aquela situação tinha chegado naquele ponto, e me perguntava se algum dia aquilo poderia realmente acontecer. Lembro da frase onde a personagem principal dizia "Agora estou acordada para o mundo. Eu estava dormindo antes. Foi assim que deixamos acontecer... Disseram que seria temporário. Nada muda instantaneamente. Você seria fervido numa banheira de aquecimento gradual antes que percebesse." Olhando de cima, tendo uma macrovisão da situação de Edson, é possível notar como a realidade flerta e baila perigosamente com a ficção. Se pararmos bem para observar a razão pela qual Edson se encontra diante daquela situação, percebemos o quão grave é a situação que vivemos. O caso de Edson é triste, nos emociona, comove, porém por algum motivo, nos esquecemos que ele ainda possui uma família, e que a prefeitura sempre teve conhecimento de sua situação. Isso nos deveria levar a fazer uma série de perguntas: Onde estão seus irmãos? Ninguém procurou seus parentes para tentar entrevistá-los? Por que ninguém da prefeitura, durante 11 anos (e até hoje), deu um emprego a Edson? Ele poderia trabalhar, pelo menos como vigia noturno, visto que outras pessoas acessam o cemitério durante a noite, sem maiores dificuldades para ter relações ou fazer "macumba." Por que não deixaram que ele construísse uma casa decente no interior do cemitério, para que ele pudesse dormir durante o dia, após seu período de trabalho noturno? Será que o fato de um casal ter relações em cima de um túmulo não incomoda ninguém? Será que fazer uma "macumba" ou sacrificar animais na frente do túmulo da mãe ou de um pai de alguém, não incomoda? E se fosse da sua filha? Será que existe alguma coisa que incomode as pessoas? Aparentemente, para algumas pessoas existe, a presença de Edson dentro do cemitério, visto que ele é a prova, ainda viva, do quão gradualmente fervidos estamos sendo. Nos tornamos incapazes de nos organizar e cobrar uma moradia para aquele senhor. Edson é o ponto fora da curva de uma sociedade adestrada, que deve ser grata por não estar naquele mausoléu, que deve ficar em silêncio para acabar não fazendo companhia a ele. Chega até mesmo ser um pouco confuso, mas é normal. Essa é a verdadeira realidade, não aquela que nos acostumamos, que fomos obrigados gradualmente a nos acostumar. Aquela realidade que nos dizem para não lutar, ser pacífico, que no fundo ninguém se importa, que não existe Lei, que ninguém irá fazer nada, que se fizer você pode sofrer retaliações ou ser prejudicado, que não vale a pena, e que você deve deixar tudo isso para lá. Nos fazem pensar e acreditar, que não iremos chegar ao ponto que Edson chegou, mas se chegarmos ninguém fará igualmente nada por nós, nos tornaremos mais uma atração turística, isso se ainda estivermos vivos.

Não sei como está a situação atual de Edson, mas é bem provável que ele tenha novamente dormido dentro daquele mausoléu nessa última noite. A pior parte, se é posso dizer isso diante de toda aquela situação, é imaginar que as cobertas e as poucas roupas que ele possui podem ser retiradas e confiscadas a qualquer momento, e ninguém vai fazer nada para impedir isso. Afinal de contas, ele se tornou o folclore da cidade, um "morto-vivo", alguém que se tornou parte da paisagem do cemitério. Algo que as pessoas aprenderam a conviver, a se acostumarem, a aceitarem aquilo como normal. Aliás, é muito provável, que deem novas roupas e cobertas para ele colocar em seu mausoléu. Por outro lado, tudo poderia ser "resolvido", se a cidade que realizou tantas conquistas para os seus cidadãos desse um emprego para Edson, naquele mesmo cemitério, o que já seria um começo. Ninguém sonha em trabalhar em um cemitério, mas essa seria uma oportunidade do Estado fazer o seu papel, e a sociedade fazer o dela em relação aos seus representantes municipais e estaduais que elegem. Evidentemente, isso tudo não se aplica somente ao caso do Edson visto que, cada vez menos, vemos opiniões humanas, que não possuam correntes políticas ou ideológicas. Infelizmente, o que mais vemos são pessoas "em cima do muro", que preferem não opinar ou preferem acreditar em determinada versão por mero comodismo ou vantagem financeira, ao invés de realizar uma pesquisa mais aprofundada sobre um determinado assunto. Aliás, não quero ser a voz da razão ou tentar parecer que sou erudito. Não sou jornalista e também acho, até hoje, que não sei escrever direito. Acabei me tornando o que os mentirosos, os falsários, e todos aqueles que tentam tirar vantagem ao ilustrar um cenário totalmente distorcido temem: simplesmente, um ser humano.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/homem-mora-ha-11-anos-dentro-de-tumulo-abandonado-em-cemiterio-no-parana.ghtml
http://maringa.odiario.com/parana/2017/06/pedreiro-mora-ha-11-anos-dentro-de-um-mausoleu-no-cemiterio-de-marialva/2383290/
http://tnonline.uol.com.br/noticias/cotidiano/67,420399,27,06,pedreiro-mora-ha-11-anos-dentro-de-tumulo-no-parana.shtml
http://www.gazetaonline.com.br/noticias/brasil/2017/07/homem-mora-ha-11-anos-dentro-de-tumulo-abandonado-em-cemiterio-1014073503.html
http://www.marialva.pr.gov.br/cidade.php?page=historia
http://www.marialva.pr.gov.br/comunicacao_2425_0_Cemiterio-de-Marialva-recebe-servico-de-limpeza-para-Dia-das-Maes
http://www.obemdito.com.br/regiao/homem-vive-com-os-mortos-ha-11-anos-em-tumulo-abandonado-de-cemiterio/11299/
http://www.regiaonoroeste.com/portal/materias.php?id=161235
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/07/1899334-homem-vive-em-sepultura-ha-mais-de-uma-decada-no-interior-do-parana.shtml
https://www.bemparana.com.br/noticia/513330/homem-mora-em-sepultura-ha-mais-de-uma-decada-no-interior-do-parana

O Estranho Mundo de Kate Dranfield: A Adolescente Britânica de Apenas 17 Anos, que Acredita ser 120 Pessoas Diferentes!

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Por Marco Faustino

Lembro que nos primeiros meses de existência, o AssombradO costumava fazer vídeos sobre pessoas e suas alegações fantásticas, tal como um senhor chamado Thái Ngoc, que surgiu na mídia entre 2006 e 2008, alegando que estava sem dormir desde 1973, após ter tido febre em uma determinada noite. Aparentemente, esse senhor ainda está vivo, e continua morando no vilarejo de Quế Trung, no Vietnã. Na época, a esposa de Thái Ngoc disse que seu marido tinha ido a cidade de Da nang, a terceira maior cidade do país, para passar por uma consulta médica. O resultado teria sido considerado muito bom, exceto por um pequeno problema no fígado. Diariamente, Thái Ngoc carregava cerca de 50 kg de fertilizante por 4 km em uma estrada, e retornava para sua pequena fazenda onde criava galinhas e porcos. Ele disse ter tentado tomar comprimidos para dormir e até mesmo feito uso da medicina tradicional vietnamita, porém nada ajudou em sua situação, nem mesmo o fez dormir por alguns minutos. Para tentar tirar proveito de alguma forma de sua situação, Thái Ngoc costumava fazer trabalhos extras em sua fazenda ou então a protegia durante a noite para evitar roubos. Ele chegou a dizer que aproveitou 3 meses sem dormir para cavar duas grandes lagoas para criar peixes. Aliás, muitas pessoas pediam para que ele as acordassem para trabalhar, visto que ele mesmo não conseguia dormir, ou seja, ele havia se tornado uma espécie de despertador humano.

Uma das últimas vezes que a imprensa vietnamita falou sobre Thái Ngoc foi em 2015. Nessa época, foi mencionado que sua principal fonte de renda vinha da produção de vinho. Ele processava 5 litros de álcool por dia, e vendia essa quantidade por 25.000 dongs vietnamitas (cerca de R$ 3,50 pela cotação atual e oficial). No entanto, ele teria recusado milhares de dólares oferecidos por canais de TV para filmar sua vida diária, simplesmente porque ele "não gostou da ideia." Ele também recusou o convite de uma equipe de filmagem tailandesa para ir a Tailândia para se tratar, porque ele não achava que sua insônia precisava ser curada. Aliás, ele nunca teria passado um único médico para falar sobre sua insônia. Por fim, foi mencionado que, com 75 anos, todos os dias Thái Ngoc carregava duas pesadas cargas de lenha de uma colina próxima a sua casa. Contudo, se é realmente verdade que esse homem estaria sem dormir até hoje, seria necessário filmar sua rotina diária e verificar se realmente ele fica sem dormir ou cochilar nem que por alguns minutos. De qualquer forma, aparentemente, Thái Ngoc não enriqueceu e nem fez questão de provar o que alegava até hoje.

Nesse sentido, ou seja, de falar sobre pessoas e suas alegações fantásticas, encontrei uma adolescente de 17 anos, chamada Kate Dranfield, que recentemente virou assunto na mídia britânica com uma alegação fantástica: a menina alegava ser 120 pessoas diferentes. Sim, isso mesmo que você leu. Kate teria uma espécie de "transtorno de sonhar acordada", que faria com ela se transformasse de mulher para homem, de transgênero para heterossexual e assim por diante. Seu caso vem causando muita polêmica ao expor uma realidade aparentemente vivida por outras pessoas, mas que poucas teriam a coragem necessária para falar sobre esse assunto. Porém, diante desse caso, muitas outras pessoas passaram a alegar que isso não seria transtorno algum, apenas uma necessidade normal dos adolescentes de chamarem a atenção. Ao pesquisar rapidamente sobre o assunto, encontrei até mesmo vídeos em português sobre esse "transtorno", que teria começado a ser comentado em 2002, mas que até hoje não é uma condição reconhecida oficialmente. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Conheça Kate Dranfield: A Adolescente Britânica que Acredita ser 120 Pessoas Diferentes


Kate Dranfield, estudante, 17 anos, moradora da pequena cidade de Buxton, no condado de Derbyshire, na Inglaterra, alega possuir uma "desordem", na qual 120 personagens diferentes geram suas próprias narrativas em sua mente. Ela disse que entrava em uma espécie de "transe", que poderia durar horas, e ocorrer até 3 vezes ao dia. Os estranho episódios, por assim dizer, podiam ser desencadeados a qualquer momento, especialmente quando estivesse cansada ou estressada.

Os personagens oriundos de sua "imaginação" eram os mais diversos possíveis, desde jovens até idosos, tanto do sexo feminino quanto do sexo masculino, heterossexuais, transgêneros e, estranhamente, a maioria deles tinha sotaque norte-americano. Durante os devaneios, Kate vagava aleatoriamente e suas expressões faciais mudavam involuntariamente. Por vezes, ela chorava compulsivamente ou então ria de forma descontrolada.



Kate Dranfield, estudante, 17 anos, moradora da pequena cidade de Buxton, no condado de Derbyshire, na Inglaterra, alega possuir uma "desordem", na qual 120 personagens diferentes geram suas próprias narrativas em sua mente
A estudante, que também se sente doente caso seus personagens não estejam bem, sofreria de um transtorno conhecido por "maladaptive daydreaming (MDD)" (algo como transtorno de devaneio "excessivo" ou "mal-adaptativo", em uma tradução livre para o português), que ela mesma teria diagnosticado. Contudo, uma vez que essa "desordem" (ou "transtorno") não é reconhecida pelos médicos, Kate, cujos personagens influenciam em sua vida real, não consegue obter nenhum tipo de ajuda nesse sentido.

"Quando eu entro em um devaneio é como entrar em um outro mundo, onde tenho a visão de terceira pessoa. É difícil saber quem está pensando, se sou eu ou os outros personagens. Não consigo controlar quando os episódios acontecem. É realmente frustrante", disse Kate.

"Uma das minhas personagens favoritas, a Jess, coloriu o cabelo dela de vermelho, e acabei gostando, assim sendo decidi fazer no meu também. Outra personagem, a Cathryn me influenciou a furar o meu nariz para colocar um piercing", continuou. Aliás, Kate já acabou fazendo aulas de teatro, curso para fazer bijuterias e até mesmo aulas de redação, devido as suas personagens.

A personagem gótica Cathryn (à esquerda) e Kate (à direita), que, em seus devaneios,
tem uma irmã gêmea chamada Ellie
Uma das personagens chamada Lisa (à esquerda) é descrita por ser extramamente doce, mas Janne (à direita)
é conhecida por fazer observações desagradáveis sobre os outros
Embora ainda não tenha sido reconhecida como uma "condição médica", Kate se autodiagnosticou com "MDD" - uma "desordem" que ela descobriu na internet.

"Algumas pessoas têm intensos devaneios como uma forma de escapismo da vida real. Outros sofrem porque não têm vida social. Acho que estou no meio disso. Embora eu goste do mundo da fantasia, me preocupo com o impacto sobre minha vida real", disse Kate.

Ellie (à esquerda) é a irmã gêmea de uma personagem chamada Natasha, e Archie (à direita)
é um dos personagens mais antigos de Kate
A personagem Katlyn (à esquerda) inspirou Kate a começar a usar vestidos e Amy (à direita) possui um bebê
Kate disse que começou a ter devaneios aos seis anos de idade. Ela disse também que conseguia se lembrar de todos os nomes dos personagens e suas personalidades, e que lutava para fazer amigos no mundo real, visto que as narrativas em sua mente eram incrivelmente detalhadas.

"Uma das personagens, chamada Jade, é uma mulher transgênera, que costumava ser um menino chamado Jason. Ela teve uma vida bem disfuncional, e descobriu que seu tio era o pai dela. Quando isso veio à tona, ou seja, que a mãe de Jade tinha dormido com seu próprio irmão, a mãe de Jade tirou a própria vida. Quando voltei do devaneio, chorei", continuou Kate.

"Outra figura é a Claire. Ela está atualmente em reabilitação devido a um problema com drogas, depois de testemunhar alguém ser baleado. Algumas histórias são muito dramáticas", completou. Aliás, em 2015, Kate vivenciou três transes em um único dia, o que gerou atrasos em sua formação escolar.

Jade (à esquerda) é uma mulher transgênera nos devaneios de Kate,
e Ryan (à direita) tem um bebê com outro personagem chamado Jess
Kate disse que ela é influenciada pelo personagem Claire (à esquerda), que tem um problema com drogas
e não se parece em nada com quem ela realmente é (à direita)
Uma vez que a MDD não é reconhecida pelos médicos, não é possível obter apoio acadêmico em razão das suas constantes faltas e da ausência de capacidade de se concentrar durante as aulas.

"Fico bem chateada quando eu devaneio e acabo me afastando das pessoas, porque elas pensam que estou mal-humorada quando estou em transe. Certa vez, durante uma aula na faculdade, eles tocaram uma música - um grande gatilho para meus episódios de devaneio - e, enquanto conversava com uma garota, entrei em transe. Ela pensou que ela havia dito algo errado, mas eu tinha ido parar em outro mundo. É difícil falar com as pessoas ou fazer amigos", disse Kate.

Kate possui uma camiseta especialmente criada para homenagear os personagens de seus devaneios
Devido à sua falta de interações na vida real, Kate se "relaciona com bonecas falsas." Ela possui 6 "reborn dolls" (que nada mais são do que bonecas que retratam muito bem as feições de um ser humano, e se assemelham e muito, com um bebê de verdade): Reggie, Timothy, Pandora, Alfie, Max e Samantha. Os pais de Kate trabalham praticamente em tempo integral, então ela passa muito tempo sozinha.

Devido à sua falta de interações na vida real, Kate se "relaciona com bonecas falsas." Ela possui 6 "reborn dolls" (que nada mais são do que bonecas que retratam muito bem as feições de um ser humano, e se assemelham e muito, com um bebê de verdade): Reggie, Timothy, Pandora, Alfie, Max e Samantha
"Fico muito sozinha e entro em transes profundos, então as bonecas estão lá quando preciso de um abraço e evitam que entre em devaneio", disse Kate. A mãe de Kate, uma senhora chamada Sheila, enfermeira, 56 anos, no entanto, preocupava-se com os efeitos dessa "condição" na vida de sua filha.

"Kate costumava ouvir música pop quando era criança, pensava que ela estava dançando, mas na verdade ela estava tendo devaneios. Sempre me preocupei com Kate não ter muitos amigos, e eu me preocupo com ela não encontrar ninguém para se estabelecer no futuro. Suas personagens influenciam em sua vida, então quando ela me fala sobre ter problemas com drogas ou narrativas sinistras, isso me deixa em pânico. Estou feliz que ela saiba que elas não são reais", disse Sheila.

A mãe de Kate (à direita), uma senhora chamada Sheila, enfermeira, 56 anos, no entanto,
preocupava-se com os efeitos dessa "condição" na vida de sua filha
Segundo Jayne Bigelson (daqui a pouco falarei melhor sobre ela), uma investigadora sobre MDD, de Nova York, nos Estados Unidos, essa "condição" ainda estava nos estágios iniciais de pesquisa, por isso ainda não se sabia quantas pessoas tinham, as causas ou como prevenir isso. Ainda de acordo com Jayne, a MDD estaria longe de ser uma esquizofrenia, por mais que algumas pessoas confundissem as duas "condições." Além disso, não seriam alucinações, mas devaneios intencionalmente criados.

Jayne Bigelson também explicou, que já tinha se deparado com casos de pessoas que sofriam de MDD, e que tinham sofrido algum trauma ou abuso na infância, ou então tinham alguma espécie de ansiedade social, solidão, depressão e até mesmo autismo. Por outro lado, ela já tinha visto casos de pessoas que tinham uma vida absolutamente normal, e que eram socialmente extrovertidas e possuíam muitos amigos, ou seja, era difícil estabelecer um padrão razoável.

O Que é Realmente o Transtorno de Devaneio "Excessivo" ou "Mal-Adaptativo"? Existem Brasileiros que Passam Pela Mesma Situação?


Uma vez que toda essa história acima foi estruturada e repassada aos tabloides britânicos pela "HotStop Media", uma "agência de notícias" acostumada "comprar histórias", principalmente aquelas com grande apelo emocional e de caráter humano, era necessário saber maiores detalhes sobre essa suposta "condição" comumente chamada de "transtorno de devaneio mal-adaptativo."

Uma espécie de carta aberta sobre esse "transtorno" apareceu na edição de dezembro do ano passado, na revista "The Psychologist", que por sua vez é uma publicação mensal da Sociedade Britânica de Psicologia. No texto escrito por uma mulher chamada Maria Tapu, cuja profissão não foi mencionada, mas que seria uma moradora de uma comunidade litorânea denominada Rhos-on-Sea, no País de Gales, foi mencionado que há 14 anos, perceber que estar apaixonado por obra da sua própria imaginação resultaria na utilização de medicamentos antipsicóticos semelhantes aqueles utilizados para tratar alucinações esquizofrênicas. Embora as pessoas que sofressem desse "transtorno" soubessem que o mundo criado em suas mentes não era real, quando a questão era levada até um consultório médico, muita vezes isso era tratado como se fosse uma psicose ou então subestimada e simplesmente rotulada como se fosse uma "imaginação hiperativa." Segundo Maria Tapu, pouca coisa tinha mudado desde então.

Uma espécie de carta aberta sobre esse "transtorno" apareceu na edição de dezembro do ano passado, na revista "The Psychologist", que por sua vez é uma publicação mensal da Sociedade Britânica de Psicologia
Entretanto, do lado de fora do consultório médico, a situação era muito diferente. Já tinham se passado 14 anos desde o primeiro estudo de Eli Somer sobre o comportamento de dissociação na forma de um vício em relação aos devaneios. A descoberta desse "fenômeno" inspirou blogs, grupos de apoio, páginas do Facebook, canais do YouTube e levou até mesmo a criação de um site chamado "Wild Minds Network", um site de ajuda dedicado a quem sofre desse "transtorno", que seria uma espécie de "forma inadequada de sonhar acordado."

Entretanto, mesmo assim, sem conhecer essa expressão, é virtualmente impossível encontrar esses tais locais, uma vez que os sintomas irão primordialmente apontar para a psicose ou TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Provavelmente, o primeiro contato com esse termo iria surgir apenas como um "tropeço acidental" em uma notícia relacionada com esse conceito, mas não na forma de um diagnóstico clínico.

No texto escrito por uma mulher chamada Maria Tapu, cuja profissão não foi mencionada, mas que seria uma moradora de uma comunidade litorânea denominada Rhos-on-Sea, no País de Gales, foi mencionado que há 14 anos, perceber que estar apaixonado por obra da sua própria imaginação resultaria na utilização de medicamentos antipsicóticos semelhantes aqueles utilizados para tratar alucinações esquizofrênicas
O "transtorno de devaneio mal-adaptativo" ocorreria normalmente como um "mecanismo de enfrentamento", em resposta a um trauma, abuso ou solidão. Aqueles que sofrem com esse "transtorno" criam um mundo interior complexo, que escapam em momentos de angústia, sonhando acordado durante horas. Seria uma espécie de "ciclo vicioso de dependência." A "condição" criaria inevitavelmente um apego emocional aos personagens e à vida criada, que muitas vezes substituiria as dolorosas interações da vida real entre familiares e amigos. Também interferiria nos estudos, no trabalho, no cuidado com a higiene e bem-estar, o que dificultaria ainda mais a realização de tarefas simples do cotidiano.

Segundo Maria Tapu, a diferença entre o devaneio mal-adaptativo e a psicose, é que no primeiro, o indivíduo sabe que seus devaneios não são reais. Sem reconhecimento médico, a "desordem"é tratada como um desequilíbrio bioquímico neural em vez de um sintoma viciante decorrente de um vazio na vida do indivíduo, O problema fundamental não seria abordado. Os devaneios mal-adaptativos não são levados a sério: permanecem presos no tempo à espera de tratamento adequado, para reconhecer que suas mentes não são simplesmente "criativas", mas que essa "criatividade" tem uma mão apertando firmemente ao redor de suas gargantas.

O "transtorno de devaneio mal-adaptativo" ocorreria normalmente como um "mecanismo de enfrentamento", em resposta a um trauma, abuso ou solidão. Aqueles que sofrem com esse "transtorno" criam um mundo interior complexo, que escapam em momentos de angústia, sonhando acordado durante horas
Uma questão ainda permanece, "Por que eu?" O mecanismo exato pelo qual o devaneio mal-adaptativo inibe a capacidade emocional de alguém em permanecer ancorado na realidade continua a ser discutido. Menos nebuloso, no entanto, é o fato de que essa discussão não pode ser estendida sem mais pesquisas e novas mentes interligando ideias em uma amálgama, que eventualmente responderá a essa pergunta. As respostas são necessárias não só para o tratamento, mas também para trazer a paz de espírito para aqueles que acreditam que "sonhar acordado de uma forma inadequada" seja uma sentença de prisão perpétua. No final da carta, Maria Tapu exortou todos aqueles que estivesse lendo, que compartilhassem a carta, que comentassem sobre o devaneio mal-adaptativo, e que realizassem pesquisas sobre o assunto, assim como estamos fazendo. De acordo com Maria Tapu, nesse exato momento alguém estava vivendo de forma isolada, acreditando ser a única pessoa passando por essa situação. Complicado, não é mesmo?

Em janeiro desse ano, o site Broadly publicou uma matéria intitulada "When Does Obsessive Daydreaming Become a Mental Illness?" ("Quando a obsessão em sonhar acordado se torna um transtorno mental?", em português), que contava com uma entrevista com o Dr. Eli Somer, que teria sido o primeiro profissional a descrever essa "condição." Em 2002, o Dr. Eli Somer, professor de psicologia clínica da Universidade de Haifa, em Israel, notou que 6 de um total de 24 vítimas de abuso infantil, que ele estava tratando naquela época, "ocasionalmente aludiram a essa vida secreta, de fantasia e interna que eles viviam." Isso não era algo normal ou comum de uma mente vagando por mera liberalidade. Eram narrativas totalmente reais, minuciosamente detalhadas. As pessoas sonhavam com versões idealizadas de si mesmas: amizades íntimas, fama, romance, resgate e fuga. Quando tocava uma música mais melódica e emotiva, isso acabava ajudando a desencadear e prolongar seus cenários favoritos. O que preocupava Somer, no entanto, não era a intensidade da atividade, nem mesmo o tempo gasto fazendo isso.

Em 2002, o Dr. Eli Somer, professor de psicologia clínica da Universidade de Haifa, em Israel, notou que 6 de um total de 24 vítimas de abuso infantil, que ele estava tratando naquela época, "ocasionalmente aludiram a essa vida secreta, de fantasia e interna que eles viviam."
"A maioria das pessoas sonha. É um fenômeno normal que, assim como qualquer outro fenômeno psiquiátrico, é distribuído ao longo de um espectro de normal a anormal", disse o Dr. Eli Somer. E seus pacientes não apresentavam sinais de psicose ou esquizofrenia. Mesmo no meio do sonho, eles sabiam que aquilo não era real.

Somer ficou preocupado, porque seus pacientes disseram que não conseguiam parar de sonhar acordado. Eles alegaram ser viciados. E, assim como qualquer dependência, gerava prejuízos no cotidiano. Amigos, carreira, relacionamentos amorosos etc. Mesmo que tentassem aparentar que tinham uma vida, a mesma acaba sendo destruída aos poucos. Foi assim que o Dr. Eli Somer escreveu sobre suas descobertas em um estudo, nomeando o comportamento de "Maladaptive Daydreaming" (MD para simplificar), o descrevendo como "uma extensa atividade de fantasia, que substitui a interação humana e/ou interfere no funcionamento acadêmico, interpessoal ou vocacional." O problema é que ninguém da comunidade científica quis saber sobre o assunto, então ele deixou o mesmo de lado. Porém, os emails de pessoas que se identificaram com a condição começaram a chegar.

Somer ficou preocupado, porque seus pacientes disseram que não conseguiam parar de sonhar acordado. Eles alegaram ser viciados. E, assim como qualquer dependência, gerava prejuízos no cotidiano. Amigos, carreira, relacionamentos amorosos etc.
"As pessoas procuravam no Google por 'fantasias intensas' e outras palavras-chave e encontravam meu pequeno artigo. Fui inundado com centenas, e centenas e centenas de emails de todas as partes do mundo, que imploravam: 'Por favor, ajude. Vamos aos nossos médicos, aos nossos psicólogos, mas estamos sendo descartados. Por favor, ajude.", disse o Dr. Eli Somer. Aliás, a matéria também citou o site Wild Minds Network, uma site de ajuda que conta com mais 7.000 participantes que dizem passar por tal "condição".

Isso acabou inspirando pesquisas que ainda estão em andamento. O mais recente estudo incluiu a participação de 447 entrevistados de 45 países diferentes. O mais jovem entrevistado tinha apenas 13 anos, sendo que o mais idoso tinha 78, ou seja, essa seria uma condição que afetaria pessoas de ambos os sexos e de todas as idades. Segundo Somer, a pesquisa ainda é embrionária, mas atualmente eles sabiam que o trauma da infância não era necessariamente um precursor (embora cerca de 1/4 dos casos flertassem com essa relação). Ainda de acordo com Somer, algumas pessoas "provavelmente nasceram com a capacidade de terem sonhos imersivos e vivos, e alguns poucos preferiam seu mundo dos sonhos do que a vida real."

Aliás, a matéria também citou o site Wild Minds Network, uma site de ajuda,
que conta com mais 7.000 participantes que dizem passar por tal "condição".
O mais recente estudo incluiu a participação de 447 entrevistados de 45 países diferentes. O mais jovem entrevistado tinha apenas 13 anos, sendo que o mais idoso tinha 78, ou seja, essa seria uma condição que afetaria pessoas de ambos os sexos e de todas as idades, incluindo brasileiros, tal como é possível ver na imagem acima.
O objetivo a longo prazo do Dr. Eli Somer era ter o "devaneio mal-adaptativo" formalmente reconhecido como um transtorno psiquiátrico no "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais" (DSM), que é utilizado por clínicos de todo o mundo para diagnosticar e tratar pacientes de saúde mental.

"Mais profissionais de saúde mental diagnosticariam o transtorno corretamente. Como consequência, mais esforços seriam dedicados por clínicos para explorar possíveis tratamentos. Também abriria a porta para bolsas de estudo, que raramente são oferecidas a distúrbios não oficiais", disse o Dr. Eli Somer. Porém, obter uma nova desordem no DSM, que é controlado pela Associação Americana de Psiquiatria, é uma ciência, em última análise, subjetiva. Até mesmo o Instituto Nacional de Saúde Mental, a maior agência de financiamento do mundo para pesquisas em saúde mental, acusou seu processo de categorização por ser "baseado em um consenso" em vez de uma "avaliação objetiva laboratorial."

O principal obstáculo do caminho de Somer é a posição de seus críticos, que o acusam de desafiar um pecado clínico cardinal: a patologização da atividade mental normal. O Dr. Eric Klinger, professor da Universidade de Minnesota, que estuda a relação entre a propensão da fantasia e a psicopatologia, concordava que, o que Somer identificou poderia ser descrito como "um certo tipo de condição", sendo "digno de atenção clínica." Porém, o Dr. Eric Klinger disse que não gostaria de ver seus colegas criando outra categoria duvidosa sobre "sonhar acordado" para um "indivíduo mal-adaptado."

O Dr. Eric Klinger, professor da Universidade de Minnesota, que estuda a relação entre a propensão da fantasia e a psicopatologia, concordava que, o que Somer identificou poderia ser descrito como "um certo tipo de condição", sendo "digno de atenção clínica." Porém, ele disse que não gostaria de ver seus colegas criando outra categoria duvidosa sobre "sonhar acordado" para um "indivíduo mal-adaptado."
Segundo Klinger, sonhar acordado é provavelmente algo universal entre os seres humanos com cérebros intactos, e ocuparia metade da nossa atividade mental, composta por mais de 2.000 "segmentos" todos os dias e, geralmente se relaciona com um objetivo pessoal, seja algo que possamos perceber ou não. Assim sendo, algumas pessoas se envolveriam mais nessa atividade (ou seja, de sonhar acordado) do que outras. E, algumas pessoas dessa subcategoria, desejam não fazer isso. Por isso, o termo "mal-adaptativo." De acordo com Kingler, isso não a torna uma desordem única, que também apontou para a sobreposição frequente da condição com outros transtornos psiquiátricos, assim como o transtorno depressivo maior e o TOC.

O texto publicado no site "Broadly" também citou Jayne Bigelsen,
uma advogada que havia estudado em Harvard, e que possu um
mestrado em Psicologia
De qualquer forma, segundo o Dr. Eli Somer, nem todos os sonhadores compulsivos têm depressão ou TOC. Assim como nem todas as pessoas com depressão ou TOC, têm fantasias vívidas e incontroláveis. Portanto, essa seria uma característica extremamente singular, que justificaria sua distinção como desordem única.

O texto publicado no site "Broadly" também citou a Jayne Bigelsen, uma advogada que havia estudado em Harvard, e que possui um mestrado em Psicologia. Aliás, Jayne era a única pesquisadora sobre os "devaneios mal-adaptativos", que já havia vivenciado essa "condição."

"Ninguém nunca ouviu falar sobre isso. Para ter uma ideia, hoje recebi um email de um psicólogo dizendo 'uma paciente entrou no meu consultório e disse que ela tinha isso...' Ele nunca tinha ouvido falar disso", disse Jayne Bigelsen.

Aos três ou quatro anos de idade, Jayne costumava andar em círculos durante horas, balançando um pedaço de corda e fantasiando sobre a vida escolar e seus programas de TV favoritos. Então, por volta dos doze ou treze anos, ela disse que perdeu o controle.

Ela cursou Direito, transformando sua vida de fantasia em uma ferramenta de estudo. Seus pensamentos se concentraram no "Hospital Geral", então Bigelsen considerou seus personagens como estudantes de direito. Em 2008, antes de conhecer o Dr. Eli Somer, Jayne Bigelsen persuadiu seu psiquiatra a escrever um estudo sobre o caso dela, depois de se deparar com uma discussão na seção de comentários de um site indiano destinado para pais. As pessoas estavam falando sobre o estresse e a vergonha de esconder suas realidades paralelas, algo que ela se identificou imediatamente.

Aos três ou quatro anos de idade, Jayne costumava andar em círculos durante horas, balançando um pedaço de corda e fantasiando sobre a vida escolar e seus programas de TV favoritos. Então, por volta dos doze ou treze anos, ela disse que perdeu o controle
Alguns anos depois, Jayne Bigelsen passou por um equipamento de ressonância magnética funcional. Um repórter descobriu o estudo sobre o seu caso, realizado pelo seu próprio psiquiatra, e a apresentou para um professor da Universidade de Columbia, que queria observar a atividade cerebral de Jayne enquanto sonhava. Especificamente, as regiões estriadas dorsal e ventral, onde os seres humanos processam e experimentam prazer. O resultado foi impactante, visto que ao sonhar acordada, seu cérebro agia de forma semelhante a um viciado em heroína ao serem mostradas drogas. Atualmente, após procurar por mais informações, Jayne disse que sua condição está estável e sob controle, e que ela sabe quando algo é real ou não. De qualquer forma, a matéria também cita inúmeros casos e pessoas, inclusive adultas, que passam por essa situação diariamente.

Apesar dessa "condição" não ser reconhecida oficialmente, e da discussão em torno de sua validade ser bem ampla, existe uma grande quantidade de material sobre o assunto (em inglês), tanto que daria para fazer um especial sobre esse suposto "transtorno." Resumindo? Seria possível escrever durante horas sobre isso para vocês. Um lado interessante é que existiriam brasileiros, que também passariam diariamente por essa situação, por mais que não tenha encontrado nenhuma notícia brasileira sobre esse assunto, exceto um rápido artigo sobre isso, que foi publicado em 2012, no site da Folha de São Paulo, pelo colunista e psicanalista Contardo Calligaris, que se posicionou contra considerar os devaneios como um "transtorno" ou "doença."

Contardo Calligaris disse que monitorava a ascensão do "transtorno" de devaneio excessivo e "mal-adaptativo", desde a publicação de um texto, em 2002, no periódico "Journal of Contemporary Psychotherapy" (justamente o estudo do Dr. Eli Somer). Contardo disse que, imediatamente, os blogs se multiplicaram, tanto de pessoas se queixando de seus devaneios excessivos como de médicos interessados em registrar o novo transtorno e propor uma cura. Dez anos atrás, o devaneio era considerado como fuga de um provável abuso infantil. Hoje em dia, seria possível ser um sonhador sem ter sido abusado. Pouco tempo depois foi publicada, no periódico "Consciousness and Cognition", uma pesquisa detalhando o sofrimento dos sonhadores compulsivos: blogs e sites teriam feito uma festa. Aprendemos que os sonhadores de olhos abertos sentiam vergonha de sua condição. Eles se escondiam, mas podiam ser identificados porque, sem se dar conta, enquanto sonhavam, eles atuavam seus devaneios em gestos e palavras (ou seja, falavam sozinhos). Enfim, eles precisavam ser ajudados, porque tudo isso levava a ansiedade e a depressão.

Contardo Calligaris disse que monitorava a ascensão do "transtorno" de devaneio excessivo e "mal-adaptativo", desde publicação de um texto, em 2002 no periódico "Journal of Contemporary Psychotherapy", que era justamente o estudo do Dr. Eli Somer
De acordo com Contardo, o devaneio excessivo é o hábito de Dom Quixote, Madame Bovary, dois terços dos adolescentes, quase todos os autores de novelas e romances etc. Transformar esse hábito, tão humano, em "transtorno", seria uma tentativa de regular nossas vidas com a desculpa higienista: tudo nos é imposto para nossa "saúde" e nosso bem. Por fim, Contardo disse que esse ataque contra o devaneio era previsível: qualquer forma de poder prefere limitar os sonhos de seus sujeitos.

Enfim, existem grupos brasileiros no Facebook, que tratam dos tais "devaneios mal-adaptativos" e até mesmo canais de brasileiros que falam sobre esse assunto. Prefiro, nesse primeiro momento, não apontar os grupos e os canais por dois motivos básicos: primeiramente, é muito importante procurar por mais informações e, então, consultar um médico antes de se orientar diante do que é divulgado na internet. Muitas vezes as pessoas citam que estão tomando medicamentos para controlar esses devaneios, e somente isso já seria extremamente arriscado. Em segundo lugar, ainda que essa condição seja eventualmente reconhecida no futuro, atualmente existe um grande rótulo de que devaneios são coisas de pessoas desocupadas, e a quantidade de comentários maliciosos poderia ser muito grande, ou seja, tais grupos e canais, devido a exposição feita por nós poderiam sofrer um impacto muito negativo.

Assim sendo, se você passa por algo semelhante se informe melhor e procure um profissional, um médico de carne e osso, antes de tomar qualquer medida, principalmente aquelas que envolvam a utilização de medicamentos, combinado? Nada de acreditar em soluções milagrosas ou "casos de sucesso" de outras pessoas na internet. De qualquer forma, espero que tenham gostado desse pequeno resumo sobre essa "condição" que, mesmo sem sabermos, pode estar afetando negativamente e prejudicando a vida real de alguém que amamos.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://www.academia.edu/3342105/Maladaptive_Daydreaming_A_Qualitative_Inquiry
http://www.dailymail.co.uk/health/article-4684630/The-girl-thinks-120-different-people.html
http://www.psiquiatria.med.br/perguntas-respostas/tdah-dda-ou-deficit-de-atencao-hiperatividade-em-adultos/como-ter-certeza-se-um-adulto-sofre-de-tdah
http://www.somer.co.il/images/docs/2016_MDS.pdf
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/83440-o-devaneio-e-uma-doenca.shtml
https://broadly.vice.com/en_us/article/d3gpyw/when-does-obsessive-daydreaming-become-a-mental-illness-591ee1167f3107da28bf88f8
https://thepsychologist.bps.org.uk/volume-29/december-2016/maladaptive-daydreaming
https://www.thesun.co.uk/living/3993206/teenager-suffering-daydream-disorder-has-120-different-personalities-all-with-their-own-names-and-outfits/

A Fera do Pontilhão: Um "Monstro" e "Assombrações" Estariam há Décadas Aterrorizando os Moradores da Cidade de Juatuba/MG?

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Por Marco Faustino

Na segunda-feira passada (10), resolvi abordar um triste caso envolvendo um senhor chamado Edson Carvalho, 45 anos, que encontrou um mausoléu abandonado no Cemitério Municipal de Marialva, no Estado do Paraná, e fez do local o seu lar. Um homem que conseguia ganhar entre R$ 600 a R$ 700 por mês, atuando em serviços de construção, incluindo obras no próprio cemitério, e cujas refeições diárias acabavam sendo parte de seu próprio pagamento. Edson teria ido parar nas ruas após a morte dos pais. Assim sendo, no pequeno e apertado "mausoléu", com dimensões de 1,8 x 2,4 m, ele passou a dormir enrolado em velhos cobertores, mesmo nos dias mais frios, e no meio de insetos. Sem dúvida alguma foi um caso, que mexeu muito comigo, visto que uma determinada reportagem realizada por um veículo de mídia local dizia que a condição de vida de Edson parecia não incomodar os habitantes de Marialva, cidade que tinha sua base econômica sustentada pela agricultura e pelo cultivo de uvas finas. Edson Carvalho havia se tornando uma figura folclórica no município sendo adjetivado por alguns como "morto-vivo" ou "sem terra." Para completar a situação, um pedreiro chamado Leonel Batista, que trabalhava no cemitério, acreditava que o homem era "alvo de uma maldição." Ao longo do postagem foi possível notar claramente o nível e a profundidade da situação, onde até mesmo um repórter acostumado a conduzir as matérias de forma bem humorada, ficou visivelmente transtornado com a situação daquele senhor. Enfim, torço para ler novamente sobre ele, e saber que ele está morando em um lugar digno como todo brasileiro deveria ter direito (leia mais: Conheça Edson Carvalho: O Homem que Mora há 11 Anos em um "Mausoléu Abandonado" no Cemitério Municipal de Marialva/PR).

Agora, resolvi "visitar" o Estado de Minas Gerais, um território repleto de lendas e supostos casos de assombrações e criaturas horrendas, que fazem parte tanto do folclore quanto das lendas urbanas, que circulam pelas mais diversas cidades mineiras. No início de junho do ano passado, havia realizado uma matéria sobre os contos e as assombrações da cidade de São João del-Rei e região, que foi muito bem recebida por todos vocês. Além disso, aproveitei para ajudar a promover um espetáculo chamado "Lendas São Joanenses", que promove um trabalho belíssimo para manter a riqueza cultural "assombrosa" da cidade de São João del Rei viva dentro dos corações dos turistas e do novos moradores locais, ainda que muitos deles sejam apenas temporários. Vale muito a pena conferir (leia mais: Conheça as Lendas de São João del-Rei e Região: Os Contos e as Assombrações nas Ruas do Interior de Minas Gerais).

Entretanto, dessa vez vamos falar sobre um suposto "monstro" apavorante, que há décadas estaria aterrorizando os moradores da cidade de Juatuba, uma cidade mineira que fica bem próxima de Belo Horizonte. Os moradores locais contam que a criatura apareceria em um local chamado "pontilhão", que nada mais é do que uma pequena ponte férrea, que existe na cidade, que ainda está em atividade. Esse tal monstro costumava aparecer ou atacar justamente quando as pessoas chegavam na metade da ponte. Para completar, o local ainda seria mal-assombrado, visto que as almas daqueles que morreram durante a construção da ponte ainda vagariam pela mesma. Inevitavelmente, essa história me lembrou de um incidente que ocorreu no ano passado, quando uma jovem morreu ao tentar investigar a lenda do "Monstro de Pope Lick" (também conhecido como "Homem-Bode" ou "Homem-Cabra", muito embora essa terminologia tenha nascido a partir de lendas no estado norte-americano de Maryland). Esse monstro atacaria as pessoas com um machado ensanguentado na ponte férrea Pope Lick, no estado norte-americano do Kentucky, porém a morte da jovem teria sido por total e completa imprudência! Será que o suposto "monstro" brasileiro teria alguma relação ou semelhança? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Um Pouco Sobre a Cidade de Juatuba, no Estado de Minas Gerais


Normalmente, ou melhor dizendo, sempre que possível e quando há tempo hábil, sempre gosto de contar um pouco sobre a cidade onde determinados casos ou lendas ocorrem. Acredito que essa seja uma parte importante para uma melhor compreensão em relação ao conteúdo que é divulgado, e muitas vezes pode nos auxiliar a entender como certas ocorrências acabam tomando uma proporção bem maior do que o esperado. Aliás, em um país de dimensões continentais, é virtualmente muito difícil conhecer um pouco de cada cidade, razão pela qual faço questão de iniciar por essa parte, que geralmente é bem curta, não se preocupem.

Assim sendo, é interessante dizer que Juatuba é uma pequena cidade localizada no chamado "vetor Oeste" da Região Metropolitana de Belo Horizonte (cerca de 60 km de distância da capital mineira), cuja estimativa populacional do IBGE, em relação ao ano passado, apontava que a cidade teria pouco mais de 25 mil habitantes. O nome atual do município, anteriormente conhecido por "Varginha", teria origem indígena, e passou a ser adotado em 1911. O nome seria uma combinação entre "Ayú á" (vem do Juá, que por sua vez seria uma fruta colhida dos espinhos) e Tuba (o Sítio dos Juás), portanto, Juatuba. Interessante, não é mesmo?



Visão aérea de um trecho de Juatuba, que é uma pequena cidade localizada no chamado "vetor Oeste" da Região Metropolitana de Belo Horizonte (cerca de 60 km de distância da capital mineira), cuja estimativa populacional do IBGE, em relação ao ano passado, apontava que a cidade teria pouco mais de 25 mil habitantes
De acordo com o site da prefeitura, o povoamento de Juatuba iniciou-se ao redor da estação ferroviária da antiga "Rede Mineira de Viação". O primeiro registro de habitação da região vincula-se ao chamado "Ciclo do Ouro", sendo a Serra de Santo Antônio ou Serra de Santa Cruz, os principais pontos de infiltração dos bandeirantes oriundos das cidades de Ouro Preto e Mariana.

Os bandeirantes Fernão Dias, Borba Gato, Mateus Leme entre tantos outros, vindos dessas cidades em busca do ouro, enfrentaram dificuldades ao atravessar o Rio Paraopeba, e acabaram fundando os povoados de Mateus Leme e Esmeraldas. Portanto, em busca de um ponto de referência, os mesmos passavam por Juatuba, que oferecia todas as condições para suas paradas.

De acordo com o site da prefeitura, o povoamento de Juatuba
iniciou-se ao redor da estação ferroviária da antiga "Rede Mineira de Viação"
Visão aérea da praça no centro da cidade de Juatuba
Em 1948, o povoado de Juatuba foi elevado a distrito, pertencente ao município de Mateus Leme. Com a expansão de Juatuba, a partir da década de 1970, verificou-se uma grande demanda por áreas adequadas ao seu crescimento. Ainda no início daquela década, o Instituto Brasileiro de Café iniciou uma campanha de implantação de uma nova economia de cafeicultura na região. Foram gerados mais de 800 empregos, iniciando, dessa forma, o progresso e gerando diversas demandas na região.

Em 1978, a empresa "H. F. Empreendimentos Imobiliários" colocou à venda 100 lotes destinados às pessoas de baixa renda, implantando novas áreas, denominadas atualmente de "Cidade Nova I e II." Consequentemente à implantação ferroviária, os caminhos de cavaleiros e tropas do Curral Del Rey, Oliveira e Esmeraldas se transformaram em estradas. Era o progresso chegando e transfigurando o trajeto por onde passava. As estradas se cruzavam no local onde está situada Juatuba, e onde se encontrava a "Estação Rede Oeste de Minas Ferrovia."

Consequentemente à implantação ferroviária, os caminhos de cavaleiros e tropas do Curral Del Rey, Oliveira e Esmeraldas se transformaram em estradas. Era o progresso chegando e transfigurando o trajeto por onde passava
Esse foi o começo do crescimento de Juatuba, que ainda era distrito de Mateus Leme. Toda sua arrecadação era dividida com a Sede e demais distritos. O desenvolvimento se deu, principalmente, no setor agropecuário com a plantação de eucaliptos e de café, além da criação de gado e implantação da Cervejaria Brahma. Com o passar do tempo surgiu, naturalmente, o movimento emancipativo, sendo formada uma comissão encarregada de organizar a luta pela emancipação do distrito, para se tornar município.

A emancipação política de Juatuba aconteceu em 1992. Tornando-se município, Juatuba conservou muitas de suas características tradicionais, mas começou a receber imigrantes à procura de empregos e mais qualidade de vida, o que ocasionou a formação de novos bairros.

Com o passar do tempo surgiu, naturalmente, o movimento emancipativo, sendo formada uma comissão encarregada de organizar a luta pela emancipação do distrito, para se tornar município. A emancipação política de Juatuba aconteceu em 1992
Tornando-se município, Juatuba conservou muitas de suas características tradicionais, mas começou a receber imigrantes à procura de empregos e mais qualidade de vida, o que ocasionou a formação de novos bairros
Enfim, conforme vocês podem notar, a malha ferroviária e a estação ferroviária foram elementos muito importantes para o desenvolvimento de Juatuba, sendo que é justamente nos arredores de uma ponte férrea onde viveria um monstro apavorante, que assustaria ou atacaria todos aqueles que passam por ela durante a noite ou madrugada. É justamente sobre esse tal "monstro", que iremos conferir a partir de agora.

A "Fera do Pontilhão": Um Monstro que Atacaria as Pessoas ao Atravessarem uma Ponte Férrea na Cidade de Juatuba/MG


Provavelmente, não ficaríamos sabendo desse suposto monstro se não fosse uma reportagem realizada por uma equipe da RecordTV Minas, que foi exibida na sexta-feira passada (7), no programa "Balanço Geral MG", que inaugurou a nova temporada do quadro "Você Acredita?" Portanto, provavelmente, ainda iremos divulgar outras histórias eventualmente interessantes para vocês a partir desse quadro, obviamente acrescentando maiores detalhes e informações sobre as mesmas, sempre que houver disponibilidade. Resumindo, essa não é uma mera resenha de uma reportagem qualquer, mas uma base em vídeo para que eu possa explorar e detalhar posteriormente, o que foi comentado na mesma. Afinal de contas, é sempre muito importante pesquisar outras fontes e não usar apenas o que um único veículo de comunicação menciona, independente de quem seja.

Bem, quem foi conferir de perto essa história, foi o próprio apresentador do "Balanço Geral MG", o Mauro Tramonte, que conversou com uma historiadora chamada Sônia dos Anjos, que por sua vez contou que a história surgiu com a construção da linha férrea, há mais de 100 anos, na cidade que era contornada por fazendas. De acordo com Sônia, diversos trabalhadores que participaram das obras, acabaram morreram no local onde a criatura atacaria, um lugar chamado "pontilhão", que nada mais seria do que uma "ponte férrea" local, devido as condições precárias de higiene. Atualmente, no entanto, os espíritos desses trabalhadores ainda vagariam pelo lugar.

De acordo com Sônia, diversos trabalhadores que participaram das obras, acabaram morreram no local onde a criatura atacaria, um lugar chamado "pontilhão", que nada mais seria do que uma "ponte férrea" local, devido as condições precárias de higiene. Atualmente, no entanto, os espíritos desses trabalhadores ainda vagariam pelo lugar.
Os relatos, de quem já disse ter avistado a fera e as "assombrações" seriam sempre os mesmos: a suposta criatura apareceria para quem estivesse passando pelo "pontilhão" e, em seguida, seria a vez dos tais espíritos, ou seja, dois supostos "fenômenos sobrenaturais" ao mesmo tempo. Sônia dos Anjos, que também é moradora da cidade, garantiu que, quando era criança, um vizinho dela teria sido atacado por essa criatura, que ficou conhecida como "Fera do Pontilhão", que teria desaparecido quando o mesmo resolveu se afastar da pequena ponte. Confira a reportagem abaixo, que foi publicada em um canal de terceiros, no YouTube (iremos comentá-la a seguir):



Na chamada "cabeça da reportagem" podemos ver o apresentador Mauro Tramonte, na antiga estação ferroviária da cidade de Juatuba, ressaltando que a mesma não estava completamente abandonada, visto que ainda passavam trens pelo local.

Na chamada "cabeça da reportagem" podemos ver o apresentador Mauro Tramonte, na antiga estação ferroviária da cidade de Juatuba, ressaltando que a mesma não estava completamente abandonada, visto que ainda passavam trens pelo local.
Em seguida, nos deparamos com o apresentador acompanhado da historiadora Sônia dos Anjos, explicando justamente aquilo que já havíamos mencionado, ou seja, que trabalhadores, no passado, teriam morrido durante a construção da ponte férrea. Contudo, ela acrescentou que, as almas das pessoas, que teriam sido atropeladas pelos trens também assombrariam o local. Já em relação a suposta criatura, que atacaria os moradores naquele local, a mesma "lembraria um porco, um leão ou um cachorro."

Assim sendo, de acordo com o que se conta na cidade Juatuba, quem ousasse atravessar o pontilhão durante noite, principalmente durante a madrugada, fatalmente se encontraria com a criatura.

Em seguida, nos deparamos com o apresentador acompanhado da historiadora Sônia dos Anjos, explicando justamente aquilo que já havíamos mencionado, ou seja, que trabalhadores, no passado, teriam morrido durante a construção da ponte férrea
Contudo, ela acrescentou que, as almas das pessoas, que teriam sido atropeladas pelos trens também assombrariam o local. Já em relação a suposta criatura, que atacaria os moradores naquele local, a mesma "lembraria um porco, um leão ou um cachorro."
Entretanto, é necessário dizer que a história contada por Sônia é no mínimo questionável. Ela disse que havia um vizinho, que era sanfoneiro, sendo que o mesmo teria alegado ter ficado frente a frente com a criatura, quando estava mais ou menos no meio da ponte férrea. De repente, ele teria ouvido um barulho no mato (lembrando que a ponte corta um ribeirão chamado Serra Azul). Então, quando ele conseguiu firmar sua visão, em meio ao névoa, em uma das extremidades da ponte teria aparecido a suposta fera, rosnando para ele.

Sônia disse que havia um vizinho, que era sanfoneiro, sendo que o mesmo teria alegado ter ficado frente a frente com a criatura, quando estava mais ou menos no meio da ponte férrea
De repente, ele teria ouvido um barulho no mato (lembrando que a ponte corta um ribeirão chamado Serra Azul). Então, quando ele conseguiu firmar sua visão, em meio ao névoa, em uma das extremidades da ponte teria aparecido a suposta fera, rosnando para ele
Apesar de estar assustado e acreditando ter sido efeito da "bebedeira", ele tentou se aproximar da criatura, que também teria se movimentado em sua direção. Quando o homem percebeu que se tratava de algo desconhecido, que ele nunca tinha visto antes, ele resolveu fugir, porém a criatura teria corrido atrás dele. Assim que ele se aproximou da estação ferroviária, a criatura teria desaparecido. Desde então a criatura não teria sido mais vista, quer dizer, ao menos não que a historiadora tivesse conhecimento.

Quando o homem percebeu que se tratava de algo desconhecido, que ele nunca tinha visto antes, ele resolveu fugir, porém a criatura teria corrido atrás dele. Assim que ele se aproximou da estação ferroviária, a criatura teria desaparecido.
De acordo com o apresentador Mauro Tramonte, a situação de quem passava por aquele local há 50 ou 80 anos atrás deveria ser muito complicada, visto que provavelmente não havia nada ao redor e nem sequer iluminação, ou seja, seria uma escuridão total.

Ainda segundo a historiadora, aquela região seria um local de muito sofrimento, visto que a história de Juatuba teria começado em 1709 com a chegada dos bandeirantes, muito embora o município tivesse conseguido sua emancipação há 25 anos. A referência seria em relação aos escravos, que teriam sofrido nas mãos dos seus senhores, muito antes da construção da estrada de ferro, visto que, no passado, a região teria sido repleta de fazendas. Curiosamente, muitos moradores ainda teriam medo de atravessar a ponte durante a noite, justamente com medo dessa fera.

De acordo com o apresentador Mauro Tramonte, a situação de quem passava por aquele local há 50 ou 80 anos atrás deveria ser muito complicada, visto que provavelmente não havia nada ao redor e nem sequer iluminação, ou seja, seria uma escuridão total
Ainda segundo Sônia, aquela região seria um local de muito sofrimento, visto que a história de Juatuba teria começado em 1709 com a chegada dos bandeirantes. A referência seria em relação aos escravos, que teriam sofrido nas mãos dos seus senhores, muito antes da construção da estrada de ferro, visto que, no passado, a região teria sido repleta de fazendas
Evidentemente, o apresentador foi até a ponte férrea durante a noite, acompanhado de sua equipe, da Sônia dos Anjos, e de um grupo de pessoas. Em um determinado ponto, Mauro Tramonte indagou se aquele seria o local onde a criatura apareceria. Em resposta, Sônia disse que, segundo alguns relatos, seria ali mesmo. Esse ponto é interessante, visto que foi apresentado apenas um único relato, ou seja, do seu vizinho sanfoneiro, que tinha bebido na noite em que teria avistado a suposta criatura. Não sabemos quais são esses outros relatos.

Evidentemente, o apresentador foi até a ponte férrea durante a noite, acompanhado de sua equipe,
da Sônia dos Anjos, e de um grupo de pessoas
Em um determinado ponto, Mauro Tramonte indagou se aquele seria o ponto onde a criatura apareceria. Em resposta, Sônia disse que, segundo alguns relatos, sim. Esse ponto é interessante, visto que foi apresentado apenas um único relato, ou seja, do seu vizinho sanfoneiro, que tinha bebido na noite em que teria avistado a suposta criatura
Agora, ao ser questionada se ela acreditava na existência da "Fera do Pontilhão", Sônia ergueu suas sobrancelhas, em um claro tom de incerteza, porém rapidamente disse que tinha ouvido sua mãe contar tais histórias, inclinando sua cabeça para a direita, ou seja, sua mãe muito provavelmente teria realmente lhe contado tais histórias. Portanto, apesar da hesitação em querer expressar sua própria opinião, Sônia preferiu dizer que não duvidava da palavra de sua mãe, e que não podia duvidar de nada nessa vida. Será mesmo?

Um ponto interessante que preciso destacar, é que essa ponte férrea que apareceu na reportagem do "Balanço Geral-MG", como sendo o "pontilhão de Juatuba", e que corta o ribeirão Serra Azul, não é o mesmo "pontilhão" apontado por diversos moradores da cidade de Juatuba. É possível notar que existe uma outra ponte férrea na cidade, também denominada de "pontilhão", bem mais extensa, e que corta o rio Paraopeba!

Um ponto interessante que preciso destacar, é que essa ponte férrea que apareceu na reportagem do "Balanço Geral-MG", como sendo o "pontilhão de Juatuba", e que corta o ribeirão Serra Azul, não é o mesmo "pontilhão" apontado por diversos moradores da cidade de Juatuba
Em uma rápida busca no YouTube, também é possível notar diversos vídeos publicados sobre o nível elevado do Rio Paraopeba, no ano de 2012, onde essa outra ponte férrea é mencionada como "pontilhão" (clique aqui para assistir um desses vídeos). Existem também outros vídeos de caráter informativo que mencionam que essa outra ponte em questão seria conhecida dessa forma (clique aqui para assistir ao trecho onde isso é mencionado).

Por outro lado, é importante notar que esse pontilhão fica bem mais distante da antiga estação ferroviária de Juatuba, ou seja, de acordo com o que foi contado pela Sônia dos Anjos, a criatura ficaria em um pontilhão próximo da antiga estação. Portanto, a ponte férrea exibida na reportagem seria mesmo o local onde a suposta criatura atacaria.

Por outro lado, é importante notar que esse pontilhão fica bem mais distante da antiga estação ferroviária de Juatuba, ou seja, de acordo com o que foi contado pela Sônia dos Anjos, a criatura ficaria em um pontilhão próximo da antiga estação
Agora, se existe alguma outra "lenda" sobre esse pontilhão que corta o rio Paraopeba, é outra história.

A "Fera do Pontilhão" Realmente Existe? Existem Outras Lendas (ou "Causos") que são Contadas em Juatuba/MG?


Apesar de não querer estragar o imaginário popular, tudo indica que a "Fera do Pontilhão" seja tão somente uma lenda, e que toda a história contada sobre o tal vizinho de Sônia seja um "causo", que por sua vez, nada mais é do que uma história (representando fatos verídicos ou não), geralmente contada de forma engraçada (embora essa seja praticamente uma "história assombrada"), com objetivo lúdico. Infelizmente, não há registros documentais do avistamento dessa tal criatura, sendo que a noite é possível ver que existem casas bem próximas do "pontilhão." Bastaria tentar entrevistar alguns moradores locais, para saber desde quando não se escutava falar sobre a mesma, e a possibilidade de ainda existir (se é que um dia existiu) naquela região> Isso não foi feito durante a reportagem, que tinha muito mais o objetivo de entreter do que investigar.

De qualquer forma, encontrei uma pequena página no Facebook chamada "Causos Assombrosos de Juatuba-MG", que conta justamente alguns "causos" da cidade, tais como: "A Professora Fantasma", "Saiona" (também conhecida como "Mulher Comprida"), "As Almas Penadas da Linha Férrea", "O Fantasma do Juiz do Campo de Futebol" e um muito curioso chamado de "O Fantasma do Pontilhão."

De qualquer forma, encontrei uma pequena página no Facebook chamada "Causos Assombrosos de Juatuba-MG", que conta justamente alguns "causos" da cidade, tais como: "A Professora Fantasma", "Saiona" (também conhecida como "Mulher Comprida"), "As Almas Penadas da Linha Férrea", "O Fantasma do Juiz do Campo de Futebol" e um muito curioso chamado de "O Fantasma do Pontilhão."
Nesse último "causo"é contado que "logo após a Estação Ferroviária, costumava aparecer uma fera fantasmagórica, que assustava as pessoas que se atreviam a atravessá-lo altas horas da noite. Quem ousasse atravessá-lo, deparava-se com esse monstro, meio lobo, meio homem, meio porco, muito peludo, de presas alongadas. Aparecia bem na pontinha do pontilhão. Antes, porém, assustava as pessoas mexendo-se no mato e uivando, roncando e rosnando ferozmente. Conta-se também que um senhor, depois de se embriagar, ousou atravessar o pontilhão e deparou-se com a tal fera. Contudo, resolver sacar o seu revólver e atirar sobre a fera que sumiu numa nuvem de fumaça... Assustado, ele resolveu correr. Porém, a fera o acompanhou pela mata até que ele chegou à estação ferroviária. Depois disso ele foi ficando tristonho, doente e amargo. Até que tirou a própria vida. Por muitas vezes essa fera apareceu assustando as pessoas da cidade, porém ninguém nunca mais ousou atirar contra ela. Apenas esperam que ela desapareça ou tentam se esconder até que ela vá embora."

Essa versão é um pouco mais sombria do que aquela contada por Sônia dos Anjos, porém tudo indica que estejamos falando da mesma pessoa, que pode ter ou não existido, afinal de contas é simplesmente um "causo." Sinceramente, gostaria muito de acreditar que fosse mesmo verdade, porém não posso ser injusto com vocês, que estão acostumados com a seriedade com que lido com os temas de cunho sobrenatural ou paranormal. Aliás, caso queiram conhecer os demais "causos" recomendo que acessem a página do "Causos Assombrosos de Juatuba-MG", no Facebook, visto que essa é uma forma de incentivar o trabalho feito pelos responsáveis da página.

A Inevitável Semelhança com a Lenda Urbana do "Monstro de Pope Lick", nos Estados Unidos


Conforme mencionamos no início dessa postagem, essa história lembra muito uma lenda urbana sobre o "Monstro de Pope Lick", uma criatura criptozoológica, que seria uma espécie de "homem-bode", com um corpo grotescamente deformado, pernas fortes cobertas de pelo de bode/cabra, um nariz aquilino e olhos grandes. A suposta criatura também teria chifres salientes na testa, curtos e afiados. Além disso, existem algumas histórias que, inclusive, dizem que a mesma seria metade homem e metade carneiro.

Conforme mencionamos no início dessa postagem, essa história lembra muito uma lenda urbana sobre o "Monstro de Pope Lick", uma criatura criptozoológica, que seria uma espécie de "homem-bode", com um corpo grotescamente deformado, pernas fortes cobertas de pelo de bode/cabra, um nariz aquilino e olhos grandes
O "Monstro de Pope Lick" tem esse nome devido a ponte férrea onde ele supostamente apareceria, a "Pope Lick Trestle", que possui cerca de 235 metros de comprimento e cerca de 30 metros de altura (dimensões muito superiores a ponte férrea em Juatuba).

Embora um trem leve apenas poucos segundos para alcançar o lado oposto, na ponte férrea Pope Lick, visto que geralmente os trens passam por aquele local a mais de 40 km/h, uma composição inteira demoraria cerca de 5 a 7 minutos para atravessar a ponte. Aliás, essa ponte férrea está localizada nos arredores da cidade de Louisville, no estado norte-americano do Kentucky, bem próximo do famoso Sanatório de Waverly Hills.

O "Monstro de Pope Lick" tem esse nome devido a ponte férrea onde ele supostamente apareceria, a "Pope Lick Trestle", que possui cerca de 235 metros de comprimento e cerca de 30 metros de altura (dimensões muito superiores a ponte férrea em Juatuba).
Embora um trem leve apenas poucos segundos para alcançar o lado oposto, na ponte férrea Pope Lick, visto que geralmente os trens passam por aquele local a mais de 40 km/h, uma composição inteira demoraria cerca de 5 a 7 minutos para atravessar a ponte
O grande problema é o fascínio, principalmente de jovens, em querer explorar essa lenda urbana. No fim do mês de abril do ano passado, uma jovem chamada Roquel Bain, 26 anos, da cidade de Dayton, do estado norte-americano de Ohio, morreu em decorrência de múltiplos traumas em seu corpo, após ter caído dessa mesma ponte. Roquel Bain e seu namorado foram surpreendidos por um trem que estaria vindo na direção oposta em uma velocidade de 51 km/h.

Segundo a versão do namorado, apesar de estarem a pouco mais de 12 metros de distância do final da ponte, eles teriam percebido que não conseguiriam atravessá-la. Assim sendo, eles teriam decidido se pendurar nas laterais da ponte. O namorado conseguiu se pendurar e permanecer até que o trem passasse pela ponte, porém Roquel Bain sequer teria conseguido se pendurar na ponte, uma vez que ela teria sido atingida pelo trem, e sido arremessada da ponte férrea. Confira uma reportagem realizada pela WAVE-TV sobre esse caso, que foi publicada em um canal de terceiros no Youtube (em inglês):



De acordo com o escritor e historiador norte-americano chamado David Domine, muitos exploradores urbanos pensam de maneira equivocada que as pontes férreas estejam desativadas, ou seja, que não estejam mais sendo utilizadas por nenhuma empresa. Então eles são atraídos por histórias de uma criatura - metade bode e metade homem - que supostamente engana as pessoas para que elas subam até as pontes férreas.

Nesse sentido, moradores locais foram entrevistados e ressaltaram que sempre viam um trem passando a cada 30 minutos pela ponte férrea Pope Lick, e que mesmo a área ao seu redor fosse uma propriedade particular, ou seja, seria ilegal estar tanto estar em terra firme, quanto sobre a ponte, muitos ainda se arriscavam desnecessariamente. Aliás, se vocês acham que seriam capazes de escapar do trem, vejam a gravação da câmera de bordo de um trem da companhia Norfolk Southern passando pela ponte férrea de Pope Lick, através de um canal de terceiros, no YouTube:



Entretanto, essa suposta criatura tem um viés muito mais de lenda urbana, assim como um passado sem praticamente nenhum fundamento, nem mesmo mitológico, do que outras criaturas criptozoológicas dos Estados Unidos, tais como, por exemplo, o "Pé-Grande" ou o "Homem-Lagarto."De acordo com o site Sierra Club, a suposta criatura tinha sido exibida como uma aberração de circo no final do século XIX, porém ela conseguiu escapar do cativeiro, quando um raio atingiu o trem do circo enquanto o mesmo atravessava a ponte férrea de Pope Lick, o fazendo descarrilhar. A criatura teria sido a única sobrevivente. A história, é claro, não possui quaisquer detalhes que possam ser investigados.

Já de acordo com David Domine, uma outra versão é que existia um fazendeiro local que costumava maltratar seu rebanho de bodes e cabras, sacrificando alguns deles em nome de Satanás, em troca, é claro, de riqueza e poder. O fazendeiro teria assinado um contrato com o mesmo e então perdido a sua alma. No processo, ele foi convertido na terrível criatura e foi "mandado de volta", condenado a viver sob a ponte férrea. Outra versão diz que o "Monstro de Pope Lick" seria o filho de um fazendeiro local que mantinha relações com animais. Além disso, não existe coerência nem mesmo em relação a forma que a suposta criatura mataria suas vítimas. Além da hipnose, mimetismo de voz, machado, também temos a lenda que a criatura pularia em cima do teto dos carros que passam debaixo da ponte.

De acordo com o escritor e historiador norte-americano chamado David Domine, muitos exploradores urbanos pensam de maneira equivocada que as pontes férreas estejam desativadas, ou seja, que não estejam mais sendo utilizadas por nenhuma empresa
Essa lenda urbana ganhou ainda mais repercussão e notoriedade, principalmente entre os mais jovens, basicamente após ser lançado um curta-metragem independente, em 29 de dezembro 1988, chamado "The Legend of the Pope Lick Monster", do diretor Ron Schildknecht. Com apenas 16 minutos e um orçamento estimado em apenas US$ 6.000, a maior parte do filme foi realmente gravada nos arredores da ponte férrea de Pope Lick, porém uma cena onde mostrava os personagens em cima da ponte, foram gravadas em outro local bem mais seguro

Quem não gostou nada disso foi a Norfolk Southern Railway, a responsável pela área e consequentemente pela ponte férrea. Na época, a empresa ficou muito preocupada em relação ao filme, uma vez que se acreditava que os adolescentes seriam estimulados a atravessar a ponte. Aliás, uma cena do filme era particularmente perigosa e enganosa ao mesmo tempo. No filme, o personagem principal, um estudante do Ensino Médio, escapou por pouco de um trem que estava se aproximando ao se pendurar na lateral da ponte férrea.

O "Monstro de Pope Lick" retratado pelo diretor Ron Schildknecht em seu curta-metragem independente
chamado "The Legend of the Pope Lick Monster"
Entretanto, é muito difícil alguém sobreviver diante de tal condição, visto que as vibrações geradas quando uma composição passa são tão fortes, que o solo abaixo da ponte férrea simplesmente trepida, tornando assim o ato de se pendurar para escapar de ser atingido por um trem, algo altamente improvável e arriscado. O namorado de Roquel teria sobrevivido dessa forma, porém ele teria sido uma gigantesca exceção.

Curiosamente, um dia após o lançamento do filme, ou seja, em 30 de dezembro de 1988, a ponte férrea foi apelidada de "A Ponte Férrea da Morte" pelo jornal "The Louisville Courier-Journal", sendo que o mesmo apontou para duas mortes que teriam sido associadas a ponte nos anos de 1986 e 1987. Essas duas mortes seriam de adolescentes que acabaram sendo atingidos por um trem quando tentavam atravessar a ponte férrea. Fato é, que soa apenas ser tão somente uma lenda urbana, que infelizmente não fica apenas no imaginário das pessoas, resulta em famílias despedaçadas pela morte de um ente querido.

De qualquer forma, preciso encerrar essa postagem dizendo a todos aqueles que desejam explorar lendas urbanas aqui no Brasil ou que conhecem pessoalmente alguém que costuma fazer isso por mera diversão, que é muito importante terem um extremo cuidado e não arriscarem suas vidas em busca de algo fantasmagórico ou sobrenatural em ambientes extremamente perigosos, assim como uma linha férrea. As linhas de trem e as pontes férreas foram construídas e projetadas para a passagem de trens, maquinário pesado e que, ao contrário do que muitos pensam, os trens são bem velozes e eles não vão desviar caso seu pé fique preso em uma madeira, caso tropece ou não consiga chegar a tempo até o outro lado. Na melhor das hipóteses, um maquinista pode tentar frear, mas ainda assim quase sempre o resultado é fatal. Não arrisquem suas vidas para tentar registrar algo e fazer sucesso, por exemplo, no YouTube. Quase todos os vídeos destinados a retratar "explorações sobrenaturais" possuem ambientes controlados, e os supostos fenômenos são totalmente questionáveis. Enfim, aproveitem a vida da melhor forma possível, mas não se iludam, caso contrário farão parte dessas mesmas lendas.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://juatuba.mg.gov.br/historia/
http://noticias.r7.com/minas-gerais/monstro-assombra-linha-de-trem-em-juatuba-mg-dizem-moradores-08072017
http://noticias.r7.com/minas-gerais/videos/voce-acredita-monstro-assombra-linha-de-trem-em-juatuba-mg-07072017
http://www.assombrado.com.br/2016/04/jovem-morre-em-ponte-ferrea-ao.html
https://www.facebook.com/causosjuatuba/

O Incidente da Floresta Rendlesham: Um dos Casos Mais Importantes da Ufologia!

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Em 1980, militares testemunharam uma série de avistamentos de luzes inexplicáveis e até da aterrissagem de um objeto voador não identificado em Rendlesham Forest, Suffolk, Inglaterra. Um deles até recebeu uma mensagem que 30 anos depois foi decodificada. É o mais famoso caso OVNI acontecido na Grã-Bretanha, comparado com o incidente OVNI de Roswell, nos Estados Unidos. 

Fala Assombrados! Hoje eu trago para vocês um dos casos mais importantes da ufologia e que infelizmente é desconhecido do grande público, o caso da Floresta Hendlesham na Inglaterra. Oficiais do exército americano viram em dois dias uma estranha nave em formato triangular no meio da floresta que fica entre duas bases militares idênticas! Fotos, gravações em áudio, depoimentos e até uma estranha visão em código binário ilustram esse caso que é conhecido como O Roswell da Inglaterra. Vamos saber mais sobre ele...

Não esqueça que tenho uma camiseta com uma estampa muito bonita na loja, chamada "Contato". Ela mostra seres extraterrestres e uma nave emitindo um feixe de luz na floresta. Além de linda, ela brilha no escuro! Quando liberei o primeiro lote para venda, no dia da publicação do vídeo do Stan Romaneck, elas acabaram no mesmo dia!

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O Local do Incidente

Rendlesham Forest é propriedade da Comissão Florestal e consta de aproximadamente 15 km2 (1.500 hectares) de plantações de frondosas coníferas intercaladas com zonas de planícies e zonas úmidas. Está localizado no condado de Suffolk, a cerca de13 quilômetros a leste da cidade de Ipswich.

O incidente ocorreu nas proximidades de duas bases militares (atualmente abandonadas). A RAF Bentwaters, que está situada justo ao norte do bosque, e a RAF Woodbridge, que se estende no bosque do oeste. Nesse momento, ambas estavam sendo utilizados pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e estavam sob o comando do Coronel Gordon E. Williams.

A base era dirigida pelo comandante Coronell Ted Conrad, e seu adjunto era o Tenente Coronel Charles I. Halt. É justamente Halt quem escreve a nota ao Ministério de Defesa sobre o incidente e sua participação pessoal na segunda noite dos avistamentos o que deu credibilidade ao caso.

A guerra fria estava a todo vapor e era grande um temor da U.R.S.S. Mais de 12 mil soldados americanos ocupavam as duas bases e haviam bombas nucleares na instalação de Bentwaters.

Os principais acontecimentos do incidente, incluindo a suposta "aterrissagem", teve lugar no bosque, a quase 1600 metros a leste do Portão Leste da base RAF Woodbridge.

O farol de Orford Ness, que os críticos identificam como as luzes vistas fora da costa pelos pilotos de aviões, se encontra a 8 quilômetros mais ao leste dessa localidade.

O local do incidente foi a floresta de Hendlesham que fica entre duas bases militares operadas pelos Estados Unidos


Primeiro Contato: 26 de Dezembro de 1980

Era dia 26 de dezembro de 1980, o Natal havia passado e estava um dia lindo com uma bela Lua no céu. O piloto de primeira classe John Burroughs patrulhava o portão leste da Base Aérea de Woodbridge, quando por volta das 3:00 horas ele é convidado a ir dar uma volta de caminhonete com um militar chamado Stevens. Eles logo avistam algo estranho no meio da floresta Rendlesham que fica nos arredores. Rapidamente ele volta e fala com a base militar que havia algo estranho emitindo luzes coloridas no meio da floresta. O controle do local então desloca o sargento Jim Penniston, do 81º Esquadrão da Polícia de Segurança, para verificar o que estava acontecendo.

Inicialmente pensaram que se tratava de um avião derrubado. Então pediram permissão para irem verificar. Stevens ficou tão impressionado com o que viu que abandonou a missão. Então partiram Aviador Edward Cabansag, este último dirigindo a viatura, John Burroughs e  Jim Penniston para o bosque.

Ao entrarem no bosque para investigar, viram que havia muito interferência em seus rádios, dificultando a comunicação. Eles viram uma luz, e a medida que se aproximavam da luz, ficava claro que não era um acidente de avião. Não haviam destroços, fumaça ou algo que indicasse algo do tipo.

Após caminharem alguns metros, chegaram em uma clareira e viram um aeronave triangular. Penniston se aproximou e tirou fotos. Ele calculou a aeronave como tendo 2,7 metros de largura por 2,4 metros de altura. Não conseguiu ver motores ou determinar onde era a dianteira ou traseira do objeto. Eles observaram o objeto por cerca de 45 minutos. Penniston levava consigo um bloco de anotações e desenhou o objeto. Os desenhos incluem símbolos estranhos que estariam na dianteira da fuselagem. Eram seis ao todo e teriam até um metro de comprimento.

O objeto então emitiu um lampejo de luz ofuscante e os dois correram para se proteger. O OVNI se elevou em alta velocidade e foi embora, ficando somente na área a luz do farol de Orford Ness, a 8 km de distância.

Os três voltaram para a base para se reportarem. Burroughts e Penniston contaram ao comandante uma história simplificada do que presenciaram. O Comandante então disse para eles deixarem as coisas para lá, soando como uma ameaça velada...

O sargento Penniston foi para a casa e não conseguia dormir. Ele resolveu voltar ao local com gesso para fazer moldes das três marcas de padrão triangular, três metros distantes uma das outras, que haviam no chão. Esse moldes ele guardou com ele e não falou nada para seus superiores militares.

Após o nascer do sol do dia 26, militares retornaram para uma pequena clareira perto do limite da floresta e encontraram três depressões em triângulo, mascas de queimaduras e galhos quebrados nas árvores próximas. Moldes de gesso das marcas foram feitas.

Uma aeronave A-10 que voou pela região ao amanhecer detectou radiação infra-vermelha sendo emitida na floresta.

Às 10h30, a polícia local foi chamada novamente para ver as impressões no chão. Eles disseram que poderiam ter sido feitas por um animal. Mais tarde a polícia descobriria vários relatos de luzes no céu naquela noite, muito provavelmente por causa de um estágio de foguete soviético voltando para a atmosfera. Houve também alvos não identificados nos radares no aeroporto de Heathrow, Londres.

Anotações feitas por Jim Penniston


Símbolos que estavam na parte dianteira do OVNI

Recriação do OVNI avistado
Segundo Contato: 28 de Dezembro de 1980

Duas noites depois, no dia 28 de dezembro de 1980, o OVNI voltou, só que dessa vez o vice-comandante da base, o Tenente Coronel Charles I. Halt, presenciou tudo!

Ele estava em uma festa no clube dos oficiais, quando um dos homens chegou ao local muito nervoso, dizendo que o OVNI tinha voltado. Cansado de ouvir do assunto, ele disse que ele mesmo iria ao local investigar pessoalmente o caso.

Halt partiu com diversos equipamentos, inclusive um micro-gravador com fita cassete que registrou todo o evento. Ao chegar no local ficou sabendo que o OVNI não era mais visível e que misteriosamente alguns holofotes da base militar foram desligados.

Os rádios que eles levavam sofriam interferência, assim como aconteceu duas noites antes, no primeiro contato. Halt via que as árvores estavam machucadas e ordenou para um subordinado tirar fotos de tudo. Havia radiação no local perto da aterrizagem. Além disso havia muito barulho produzido pelos animais que estavam num estábulo de uma fazenda próxima a floresta.

Eles então veem uma luz vermelha que está a uma distância de 150 metros na floresta que vem se aproximando. Essa luz vinha na vertical e na horizontal e deixava vazar algo que parecia ser metal derretido. O OVNI então explodiu em silêncio e se partiu em múltiplos objetos brancos. O que sobrou dele foi em direção aos homens com um feixe de luz, que chegou bem próxima a eles. De repente a luz sumiu e foi em direção a base e iluminou onde ficavam as armas nucleares.

O soldado John Burroughs também presenciou este segundo contato. Ele e o soldado Adrian Bustinza chegaram ao local e Burroughs avistou uma luz azul no meio da floresta. Eles pediram permissão ao Tenente-Coronel e foram até a luz investigar. Assim que o soldado se aproximou da luz azul ela sumiu. Bustinza então falou para ele que ele foi envolvido pela luz azul e desapareceu por alguns segundos!

O Tenente Coronel Charles I. Halt, presenciou todo o segundo avistamento e registrou tudo em uma fita. Essa fita é conhecida como "Fita Halt"
O piloto de primeira classe John Burroughs testemunhou os dois avistamento, sendo que no segundo foi envolvido pela luz e desapareceu por alguns segundos.


O Memorando Halt

Todos os envolvidos foram interrogados por agências secretas do governo britânico. Essa investigação é controversa até hoje. Parece que o governo sabia do assunto e tentou abafar, fazendo todos os envolvidos acreditar que o que viam eram as luzes de um farol. Um acobertamento ocorrendo.

O Tenente Coronel Charles I. Halt foi intimado a descrever a experiência vivida duas semanas depois escrevendo um memorando que ficou conhecido como o "Memo Halt". O memorando é de 13 janeiro de 1981 e intitulado como "Luzes inexplicáveis". Segue tradução:

1. Nas primeiras horas de 27 de dezembro de 1980 (aproximadamente às 3h) dois patrulheiros da polícia de segurança da USAF viram luzes incomuns próximas ao portão traseiro da [base da] RAF Woodbridge. Achando que uma aeronave poderia ter se acidentado ou sido derrubada, eles pediram permissão para sair para investigar. O chefe de voo em serviço respondeu e permitiu que três patrulheiros prosseguissem a pé. Os indivíduos relataram ver um estranho objeto brilhante na floresta. O objeto foi descrito como sendo metálico em aparência e triangular em forma, com aproximadamente de dois a três metros na base e aproximadamente dois metros de altura. Iluminava toda a floresta com uma luz branca. O objeto em si tinha uma luz vermelha pulsante no topo e luzes azuis nas bordas inferiores. O objeto estava pairando ou [pousado] em pernas. Quando os patrulheiros se aproximaram do objeto, ele manobrou por entre as árvores e desapareceu. Neste momento, animais em uma fazenda próxima ficaram agitados. O objeto foi avistado rapidamente aproximadamente uma hora depois próximo ao portão traseiro.

2. No dia seguinte, três depressões de 1½" [3,8 cm] de profundidade e 7" [17,8 cm] de diâmetro foram encontradas onde o objeto foi avistado no chão. Na noite seguinte (29 de dezembro de 1980), radiação foi procurada na área. Leituras de 0,1 miliroetgens foram encontradas com picos de radiação nas três depressões e no centro do triângulo formado pelas depressões. Uma árvore próxima tinha leituras moderadas (0,05 a 0,07) no lado em direção às depressões.

3. Mais tarde, uma luz vermelha parecida com o sol, foi vista pelas árvores. Se movia pela região e pulsava. Em um ponto, parecia soltar partículas brilhantes e então se separou em cinco objetos brancos separados e então desapareceu. Imediatamente depois, três objetos parecidos com estrelas foram notados no céu, dois ao norte e um ao sul. Todos estavam a cerca de 10° do horizonte. Os objetos se moviam rapidamente em movimentos agudos angulares e tinham luzes vermelhas, verdes e azuis. Os objetos ao norte pareciam ser elípticos por monóculos 8×12. Então, transformaram-se em círculos completos. Os objetos ao norte permaneceram no céu por uma hora ou mais. O objeto ao sul foi visível por mais duas ou três horas e lançava um feixe de luz de tempos em tempos. Vários indivíduos, incluindo o que assina, testemunharam as atividades nos parágrafos 2 e 3.

A demora de duas semanas entre o incidente e o relatório, poderia explicar os erros com as datas e as horas. Quando memorando foi feito, três semanas após os acontecimentos, as datas estavam incorretas e o Ministério da Defesa britânico verificou a noite errada. Talvez o equívoco tenha ocorrido porque Halt fez o documento a partir de lembranças. Os eventos aconteceram nas noites de 24–25, 25–26 e 26–27, mas o documento coloca os primeiros eventos na noite de 26–27. Quando o erro foi percebido, Nick Pope, que investigou o caso, constatou que a fita do radar havia sido destruída. A investigação original estava irremediavelmente errada e comprometida.

Devido à localização da base, na Inglaterra, o memorando foi direcionado ao Ministério da Defesa, que fez verificações rápidas e concluiu que o documento não tinha importância para fins de defesa e encerrou o caso.

O documento foi liberado ao público em virtude da Lei de Liberdade de Informação.

Memorando do tenente coronel Charles Halt ao Ministério da Defesa do Reino Unido. Esse documento foi vazado pouco antes do jornal News of the World revelar o caso ao mundo.
Jornal Revela a História para o Mundo

No dia 02 de outubro de 1983, o jornal News of the World publica uma matéria sob o título sensacional de"OVNI aterrissa em Suffolk - e isso é oficial".

A matéria foi baseada em um relato de um ex-piloto norte-americano, utilizando o pseudônimo de Art Wallace (supostamente para se proteger contra o castigo da USAF), embora seu verdadeiro nome era Larry Warren.

Para provar o que estava dizendo ele mostrou o "Memo Halt".

Jornal News of the World revelou o caso ao mundo


A História de Larry Warren

Em 29 de dezembro de 1980, Larry Warren, de dezenove anos de idade, recebeu a ordem para sair de seu posto de segurança e disseram-lhe para ir à floresta para ajudar na investigação do coronel Halt. Ao chegar a uma clareira, ele viu um grupo de militares que estavam em torno de um objeto brilhante.

Ele descreveu que os oficiais da Força Aérea, conversavam com três pequenas figuras semelhantes à crianças. Warren disse que parecia que algum tipo de protocolo estava sendo decretado, mas antes que pudesse testemunhar mais, ele foi mandado embora da cena. No dia seguinte, ele foi levado para prestar depoimento com várias outras testemunhas e lhe mostraram filmagens de militares interagindo com OVNIs que talvez, remontem à década de 1940.

Depois disso, as memórias de Warren ficam desconexas. Ele se lembra de estar em uma instalação subterrânea com um pessoal médico e de estar em algum tipo de refeitório sozinho.

Ele acha que essas memórias podem ter sido implantadas nele, usadas ​​em uma tentativa de embaçar sua recordação real do avistamento do OVNI.

A história de Warren é um pouco diferente da descrita no Memorando Halt e enfureceram as outras testemunhas. Eles disseram que a história foi uma invenção pura e que nada do que ele disse pode ser acreditável. Apesar de que sua história se encaixe com alguns dos eventos descritos pelos outros, ele é o único a dizer que viu alienígenas. Além disso, ninguém reconhece que ele tenha estado no local no momento do incidente. Warren permanece firme, no entanto, que o que ele disse é verdade.

Enquanto os relatórios dessas testemunhas altamente treinadas são convincentes, as discrepâncias em suas histórias intrigam.

Larry Warren foi o responsável por vazar o Memorando Halt e por divulgar a história para o público


A Fita Gravada pelo Tenente Coronel Charles I. Halt

Em 1984, uma cópia do que ficou conhecida como"A Fita Halt" caiu em mãos de pesquisadores. É uma gravação em áudio de quase 20 minutos.

O Sci Fi Channel adquiriu a gravação original, que documentou o Tenente Coronel Halt e sua patrulha ao investigar o segundo avistamento de OVNI em Rendlesham Forest, em dezembro de 1980.

Essa fita revela bem mais que conversas, mas lamentavelmente há sons e conversas de fundo que poderiam não ser ouvidas pela má qualidade de uma fita de 1984.

A fita também foi transcrita pelo pesquisador Ian Ridpath, que inclui um link para download do áudio.

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As Fotos Tiradas no Local

Jim Penniston e o Tenente Coronel Charles I. Halt fizeram diversas fotografias do local e da nave, mas quando as fotos voltaram do laborarório estavam misteriosamente nulas, o papel estava branco! Mas três imagens foram tornadas públicas pela pesquisadora Georgina Bruni.  As fotografias da USAF das marcas descobertas pela pesquisadora Georgina Bruni foram enviadas ao Ministério de Defesa de Lord Hill-Norton em 2001 e posto a publico em virtude da Lei de Liberdade de Informação em 2007.

Únicas fotografias liberadas tiradas no dia do incidente



Únicas fotografias liberadas tiradas no dia do incidente

Únicas fotografias liberadas tiradas no dia do incidente
O Código Binário Recebido por Jim Penniston

Penniston teria se aproximado do objeto pousado o bastante para desenhar detalhes em um bloco de anotações. Ele teria desenhado símbolos estranhos que vira na fuselagem do objeto e, segundo ele, pareciam-se com hieróglifos.

Além disso, ele teria também tocado o objeto. Ao tocá-lo, ele surgiram uma série de zeros e uns em sua cabeça – aparentemente sem sentido algum. Ao tirar a mão do objeto, a “mensagem” terminou. Após isso, o objeto decolou e foi embora.

Penniston ficou atordoado pela sequência de números e se sentiu compelido escrevê-la. Os números “aparentemente sem sentido” são códigos binário.

As páginas com o código permaneceram em segredo por trinta anos. Em outubro de 2010, junto ao History Channel, Penniston confiou o código ao programador Nick Ciske. O código foi decifrado conforme a tabela ASCII (American Standard Code for Information Interchange, Código Padrão Estadunidense para o Intercâmbio de Informação), uma codificação de caracteres de oito bits.

Aqui a mensagem decifrada:

52° 09′ 42.532″ N
13° 13′ 12.69″ W

“Exploração da contínua da humanidade para o avanço interplanetário”.

É claro que a interpretação do código levantou um grande debate entre os conhecedores do assunto e até numerólogos. Alguns fizeram conversões diferentes e tiraram suas próprias conclusões sobre “uma mensagem sobre o futuro da humanidade”.

Alguns especialistas extraíram algoritmos de círculos em plantações para criar imagens a partir do código de Penniston. As imagens parecem mostrar seres bípedes ou animais. Por serem de resolução extremamente pequena, acabam sendo muito subjetivas e abertas a interpretações.

As coordenadas correspondem a uma ilha submersa na costa oeste do Reino Unido, conhecida como a ilha do Brasil (Hy Brasil) ou a lendária Ilha de São Brandão.

A partir de meados do ano 1300 e por mais de cinco séculos circularam na Europa boatos a respeito de uma ilha mágica – Brasil, Hi-Brasil, Hy-Brazil, Brasile, etc -, com cidades cobertas de ouro e natureza exuberante, uma espécie de Jardim do Éden ou Xangrilá. Ela apareceu em alguns documentos até 1870.

Vários mapas mostravam situavam a ilha no Atlântico Norte, geralmente próximo à Irlanda. Expedições da França e da Inglaterra partiram em busca desta terra maravilhosa e voltaram de mão vazias. Era crença, na época, que ela surgia apenas de sete em sete anos; outros diziam que ficava oculta dos olhos humanos pela neblina; e poucos achavam que ela simplesmente não existia.
Em 1675, entretanto, o respeitado navegador Capitão John Nisbet relatou que em setembro de 1674, retornando da França para a Irlanda, encontrou acidentalmente a fabulosa Ilha de Hi-Brasil, após atravessar um espesso nevoeiro.

A notícia se espalhou e todos queriam sair em busca da terra paradisíaca, mas logo um certo Mathew Calhoon deu entrada numa petição oficial ao Rei Charles I reclamando a posse da Ilha de Hi-Brasil. Não ficou claro em que bases Mathew pleiteava o território, mas prevaleceu o bom senso e foram assegurados os direitos do verdadeiro descobridor daquela terra, o Capitão Nisbet. Mas isto pouco importou, porque a ilha jamais voltou a ser encontrada.

Várias ilhas “misteriosas” no Oceano Atlântico foram identificadas e hoje são pontos geográficos comuns em nossos mapas, como ocorreu com a mística Saint Bredan. A Ilha de Hi-Brasil, entretanto, não foi localizada. Considera-se hoje que ela nunca existiu ou foi uma formação vulcânica temporária que fumegava e produzia o citado nevoeiro, derramando lava em brasa – daí viria o nome “brasil”. Embora especuladores e até algumas seitas queiram vincular esta ilha ao nosso país, cientificamente não existe qualquer relação.

Mapas que mostram a Ilha de Hi-Brasil: Dalorto de 1325, Catalão de 1350, Pizigani de 1367, Canepa de 1489, Gutierrez de 1562, Wagenhaer de 1583, Mercator de 1595, Magini de 1597, Blaeu de 1617 e diversos outros.

Mensagem decodificada


Possíveis Explicações

- Farol de Orford Ness + Tocas de Coelhos + Silvicultores + Equipamento de Radiação Errado: O divulgador científico Ian Ridpath pesquisou o incidente em 1983, inicialmente pela BBC TV's Breakfast e em 5 de janeiro de 1985, escreveu um artigo para o The Guardian que fez muito para desacreditar os avistamentos de OVNIs em Rendlesham. Ridpath pergunta ao guarda florestal local, Vince Thurkettle a respeito da luz, e ele indicou que se originou próxima de um farol, que como se vê desde a borda do bosque, parece se situar ligeiramente acima do chão e parece se mover quando as testemunhas se transladam.

Além disso, se um OVNI encontrava-se presente, os pilotos deveriam ter reportado uma segunda fonte de luz (o farol) na mesma linha de visão. Na fita Halt (mencionada anteriormente), pode ser escutado uma chamada não identificada de um piloto que diz: "Não é novo... aí está" com um intervalo de 5 segundos, a mesma frequência com que o farol Orford Ness pisca.

Apesar de uma reivindicação do History Channel na série "UFO Hunters - Militar vs ovnis (2008)" assinalando que o farol não pode ser visto de dentro do bosque, há provas em vídeo e o depoimento do guarda florestal local Vince Thurkettle, confirmando que sempre foi visível.

Thurkettle viu as supostas "marcas de aterrissagem", igual que a polícia local, mas simplesmente reconheceu que são "tocas de coelho" cobertas de folhas de pinho.

Por outra parte, as supostas marcas de queima nas árvores eram na verdade recortes de machado, produzidos pelos silvicultores. Indica-se que as árvores estavam prontas para serem cortadas. Para fazer mais difícil a aceitação do suposto avistamento OVNI, um meteoro "quase tão brilhante como a lua cheia" foi descoberto no sul da Inglaterra exatamente no momento dos relatórios iniciais da "aterrissagem" de um brilhante objeto no bosque, segundo o Dr. John Mason, que recolhe relatórios de avistamentos de meteoritos da Associação Astronômica Britânica.

Crucial para a evidência, é a interpretação dos níveis de radiação na área (escuta-se claramente na "fita Halt"). Especialistas do Centro Nacional de Proteção Radiológica do Reino Unido, assinalaram que o equipamento utilizado para essa medição, não tinha como objetivo medir a radiação de fundo e portanto, as leituras no extremo inferior da escala de medição não fazem sentido.

- Meteoros e Planetas: Stewart Campbell propõe uma explicação alternativa. Está de acordo com a explicação de que o incidente começou com o avistamento de uma bola de fogo (estrela cadente), que foi interpretada pelos guardas na base como a queda de um avião em chamas no bosque próximo. De fato teria sido à centenas de quilômetros de distância sobre o Mar do Norte.

Campbell sustenta que o objeto visto posteriormente por Halt e seus homens em sua expedição noturna, era o de um navio-farol e que a suposta "nave espacial" era na verdade algum dos planetas brilhantes como Vênus. Campbell é crítico em sua estimativa das capacidade da USAF e de seu pessoal.

- Falso Alarme: Outra teoria é que o incidente foi um falso alarme. A BBC informou de que um ex-policial de segurança dos EUA., Kevin Conde, reivindicou a responsabilidade pela criação de estranhas luzes no bosque ao conduzir um veículo da polícia cujas luzes tinham sido modificadas. Conde retirou a reclamação de que fosse responsável pelo incidente.

"Acho que realizei meu truque durante um exercício. Nós não tivemos exercícios durante as férias de Natal [quando aconteceram os avistamentos de OVNIs]. Essa é uma forte indicação de que meu truque não é a fonte deste incidente específico". No entanto, continua sendo possível que as luzes coloridas vistas no bosque na primeira noite do incidente, se devessem a um falso alarme por um autor que nunca se apresentou.

- Satélite Soviético: Outras explicações do incidente incluíram um satélite espião soviético derrubado por um acidente nuclear.

O farol de Orford Ness: será que militares treinados confundiram um farol com um OVNI em duas noites distintas?


O Local Atualmente: A Trilha OVNI

O bosque de Rendlesham Forest em que foi avistado o OVNI, se tornou muito diferente com o tempo. A grande tempestade de 1987 causou uma grande destruição de árvores, e a Comissão Florestal empreendeu um programa em massa de replantação.

No entanto, alguns dos locais associados com o suposto incidente estão ainda bem definidos e a Comissão Florestal demarcou uma trilha, chamado de OVNI Trail, para pedestrianistas, que inclui os principais locais como a pequena clareira onde o objeto supostamente aterrissou.

No começo do caminho ovni, existe uma grande escultura triangular de metal, quefoi colocada no local preciso onde teria aterrissado o objeto voador não identificado. A escultura OVNI é feita de aço galvanizado pintado de preto, realizada pela desenhadora Olivia English, quem baseou sua criação nos desenhos feitos pelas testemunhas militares que tiveram a experiência e outras descrições de avistamentos na mesma zona.

Também existe com um mapa do bosque, com indicação clara do OVNI e oferece um relato básico do que ocorreu em 1980:

"Em dezembro de 1980 produziram-se vários avistamentos de OVNI em Rendlesham Forest. Muitos pensam que estes misteriosos acontecimentos são os incidentes OVNI mais importantes que ocorreram no Reino Unido.

Não há, evidentemente, prova tangível de um OVNI sobre o terreno - não foram encontrados resíduos, além de alguns galhos quebrados das copas das árvores. Não obstante, podemos reunir, entre transcrições e gravações que foram tomadas naquele momento, uma intrigante cena."
Durante à noite de 26 de dezembro, um residente de Sudbourne, um povoado a umas 6 milhas (10 km) ao nordeste de Rendlesham Forest, informou de uma misteriosa forma (como um cogumelo) no céu, acima de seu jardim. Mais tarde nessa mesma noite, dois militares da USAF, do portão da base RAF Woodbridge, observaram também luzes incomuns no bosque e lhes deram permissão para investigar. O que informaram foi muito estranho.

Naquela época encontrava-se em pleno apogeu da "Guerra Fria" e devido à delicada situação militar do momento, o incidente foi notificado oficialmente às autoridades militares pelo Comandante da Base, Tenente Coronel Charles Halt, da USAF.

Você pode refazer o Incidente de Rendlesham com a Trilha OVNI!


Fontes (acessadas em 14/07/2017):
- Arquivos Extraterrestres: O Roswel da Inglaterra
- UFOS-WILSON: Arquivo Ovni: O incidente na Floresta de Rendlesham
- IanRidPath: Transcript of Col. Halt’s tape
- Youtube: Larry Warren in Rendlesham Forest 2017
- Blog do Astronomo: O que aconteceu na Floresta de Rendlesham?
- Graciano Constantino: Dossiê Secreto Dos X-Files da Grã-Bretanha, Contendo Detalhes de 50 ANOS de Avistamentos de OVNI Em Todo o País, Foi Finalmente Divulgado

Conheça 3 Inusitados Casos de Supostos "Fantasmas" Onde o "Desconhecido" Aparentemente Não Foi Levado a Sério, na Inglaterra!

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Por Marco Faustino

Uma vez que estamos em um campo extremamente sensível, visto que o tema "sobrenatural" ou "paranormal" sempre foi um assunto passível de um questionamento natural, sempre é necessária muita cautela ao nos depararmos com supostos fenômenos, que são propagados (muitas vezes "requentados") diariamente na internet. Por centenas ou milhares de vezes, diversos sites destinados ao entretenimento e pseudoinformativos divulgam casos aparentemente verdadeiros ou então deixam uma interrogação no ar, se o material apresentado possui ou não alguma veracidade, delegando ao leitor o julgamento, ou seja, justamente o elo mais fraco dessa corrente acreditar ou não no que é divulgado. Talvez essa seja uma das razões, que me motivou a trazer essa espécie de ranqueamento de alguns casos bem recentes (sendo que o mais antigo ocorreu no início desse mês) onde o desconhecido não foi levado nem um pouco a sério. Todos os casos são "inéditos", ou seja, nunca abordei os mesmos anteriormente, e são relativamente curtos para não cansar vocês logo no começo dessa semana. Apesar de haver um certo público, que gosta efetivamente de ler o que é publicado, dessa vez vou tentar atrelar uma boa qualidade de informação com uma maior dinâmica em função do tempo de leitura.

Acho que a última vez que desmistifiquei algo relacionado ao universo "sobrenatural" ou "paranormal" foi sobre aquela a história de um brinquedo chamado de "Fidget Spinner" ou "Hand Spinner", que foi taxado de demoníaco por um religioso paraguaio. Aparentemente, tudo começou quando um pastor da "Congregacion Pentecostes De Los Primeros Cristianos", localizada na cidade de Salto del Guairá, no Paraguai, publicou um vídeo, em sua própria conta no Facebook, alertando aos seus seguidores que, ao manusear o "brinquedo", muitas crianças estariam fazendo, involuntariamente, símbolos satânicos com as mãos, tais como: a "mão chifrada", e o suposto sinal "ocultista" de "OK." O vídeo gravado pelo pastor, no interior de sua congregação, era bem curto, porém ganhou uma dimensão muito maior do que o esperado, quando foi republicado por uma página, também do Facebook, da "Iglesia del Final de los Tiempos", onde foi visualizado milhões de vezes. Contudo, na postagem que fiz sobre esse brinquedo, contei como tudo teria começado, as reais finalidades do mesmo, se o brinquedo possuía ou não propriedades terapêuticas e, principalmente, o real significado da chamada "mão chifrada" e o do "sinal de OK." Caso ainda acredite, que tais símbolos sejam satânicos recomendo que leia a postagem, visto que agregará e muito em termos de conhecimento (leia mais: "Brinquedo Demoníaco"? Religioso Causa Polêmica ao Dizer que "Hand Spinners" são Objetos Satânicos, em Salto del Guairá, no Paraguai!").

Dessa vez venho trazer ao conhecimento de vocês cerca de três casos ocorridos na Inglaterra, onde o "desconhecido", aparentemente, não foi levado nem um pouco a sério. Alguns podem pensar que isso seja algo subjetivo, ou seja, que a escolha dos casos tenha sido algo pessoal, porém quando vocês conhecerem cada caso, vão entender perfeitamente o porquê os mesmos fazem parte dessa pequena lista. São casos que poderiam passar em branco, mas fiz questão de trazê-los ao conhecimento de vocês, para que possam compreender melhor a dimensão e a importância de tratar esse campo com a maior seriedade possível, e não se deixar levar por uma única fonte ou então fontes completamente questionáveis. Muitas vezes, nos deparamos com algo que nossos olhos não conseguem acreditar ou então somos intimidados em ter que respeitar determinadas crenças, que algumas vezes servem apenas para ocultar a veracidade de um determinado caso. Vamos saber mais sobre esse assunto?

3. Homem Acredita que o Fantasma da Avó Apareceu na Vidraça de um Hipermercado, Para Lembrá-lo de Comprar Pão, na Cidade de Skegness, na Inglaterra


Vamos começar por um caso bem simples e fácil de digerir, porém nem todos serão assim. Um homem chamado Dale Greenwood, 33 anos, foi até uma unidade do hipermercado Tesco, na cidade de Skegness, no condado de Lincolnshire, na Inglaterra, em seu aniversário, no dia 3 de julho, quando ele viu um carrinho de supermercado abandonado no estacionamento, a cerca de 3 metros de onde ele e seu pai, o Peter, tinham estacionado.



Foto aérea de uma parte da cidade de Skegness, no condado de Lincolnshire, na Inglaterra
Então, Dale aproximou-se do carrinho, alegando que estava com uma "estranha" sensação, e ficou atônito quando olhou pela vidraça e viu seu reflexo juntamente com o carrinho vazio, que aparentava ter uma espécie de "compra da semana", incluindo um pacote de pão.

Dale disse que acreditava no "mundo sobrenatural", e estava convencido que aquilo era um sinal de sua avó, Isa Allen, que havia morrido há 4 anos, aos 89 anos de idade. Segundo Dale, aquilo era um sinal dela para dizer que estava bem, e que ele precisava fazer compras.

Dale disse que acreditava no "mundo sobrenatural", e estava convencido que aquilo era um sinal de sua avó, Isa Allen,
que morreu cerca de 4 anos atrás, aos 89 anos de idade.
Segundo Dale, aquilo era um sinal dela para dizer que ela estava bem, e que ele precisava fazer compras
"Fiquei completamente atônito e desorientado. O mais estranho sobre o vídeo, e o que o torna ainda mais assustador, é que você pode ver o meu reflexo e o do carrinho, mas a comida aparece apenas no reflexo, o carrinho está completamente vazio", disse Dale, que também mora em Skegness.

Aliás, confira o pequeno vídeo que Dale fez, em um canal de terceiros, no YouTube (em inglês, sendo que a mesma cena é repetida por duas vezes):



"Isso poderia ter sido um sinal dela. Poderia ter sido minha avó, a Isa, fazendo suas compras, e me dizendo que tudo estava bem, justamente no meu aniversário. Podia ter sido ela cuidando de mim, dizendo-me para pegar um pacote de pão - até onde pude notar, havia pão no carrinho", continuou, acrescentando que o avistamento fantasmagórico poderia ser apenas um carrinho do outro lado do vidro.

"Costumava levar minha avó para fazer compras, algumas vezes cerca de duas vezes na semana. Éramos tão próximos, ela praticamente me criou desde os 11 anos de idade", completou Dale, cujo filme favorito era "O Exorcista." Após perceber o "reflexo assustador" na vidraça do hipermercado, Dale correu de volta ao seu carro, e pegou seu celular para filmar o que estava vendo.

Os avós de Dale Greenwood: Ken, 84 anos (à esquerda) e Isa, 89 (à direita), que faleceu há 4 anos
"Estávamos a cerca de 10 metros de distância, não consigo explicar isso com palavras. Ao entrar no hipermercado, mostrei o vídeo para uma senhora, um funcionária que trabalha no local. Ela não conseguia explicar o ocorrido", finalizou. Ao ser procurada, no entanto, a unidade da Tesco não quis comentar o assunto.

Bem, é realmente bem difícil entender onde está o evento "paranormal" ou "sobrenatural" em relação a esse caso, porque embora haja um componente emocional, ou seja, a perda de um ente querido (e isso deve ser respeitado, diga-se de passagem), é possível notar claramente, que existe fisicamente um carrinho com as compras no interior do hipermercado, e que o mesmo não tem nenhuma relação com aquele do lado de fora. Ninguém questionou o motivo pelo qual Dale não gravou nenhum vídeo mostrando, por exemplo, que ambos os carrinhos estivessem vazios ou que não houvesse nenhum carrinho no interior do hipermercado. Teria sido simplesmente má-fé com o objetivo de vender sua história para uma agência de notícias ou um mero descuido que não passou por um minuto sequer pela sua cabeça?

Aliás, Dale não indicou quem seria a suposta funcionária para quem ele teria mostrado a filmagem ou se a mesma teria atestado a ausência de um carrinho do outro lado da vidraça. Além disso, o que o filme "O Exorcista" tem a ver com esse caso relacionado a avó de Dale? Foi mencionado apenas para indicar que ele acreditava no "sobrenatural"? No mínimo questionável, não concordam?

Foto da unidade do hipermercado Tesco, na cidade de Skegness, no condado de Lincolnshire, na Inglaterra
De qualquer forma, não era possível esperar muita coisa, visto que todo o material foi fornecido pela agência de notícias "Mercury Press and Media", que apenas coleta as informações, depoimentos, fotos e vídeos e monta um texto básico sobre o ocorrido. Resumindo? Não há qualquer tipo de investigação e nenhuma preocupação se o conteúdo oferecido é falso ou não, ou seja, depende de você meramente acreditar no que é contado pelas pessoas, que vendem suas respectivas histórias para eles. Essa é a famosa "indústria do paranormal" no Reino Unido, onde qualquer coisa pode ser tornar inexplicável na mão das agências de notícias e dos tabloides britânicos.

Para completar, talvez o mais curioso tenha sido a agência de notícias "Mercury Press and Media" ter dito que tentou entrar em contato com a unidade do Tesco, e posteriormente dizer que a mesma preferiu não comentar sobre o assunto. Contudo, o que haveria para ser comentado sobre isso?

Enfim, vamos continuar nossa pequena jornada para falar sobre um estranho caso, que foi noticiado recentemente, onde um grupo de investigação paranormal teria registrado o fantasma de um sacerdote egípcio no interior de um museu britânico. Conseguem adivinhar quem foi a responsável por repassar o material aos tabloides britânicos?

2. Grupo de Investigação Paranormal Alega ter Registrado o "Espírito" de um Antigo Sacerdote Egípcio Chamado "Nesyamun" Retornando ao seu Sarcófago, no Museu da Cidade de Leeds, na Inglaterra


Por volta do dia 13 de julho desse ano, os tabloides britânicos divulgaram que um casal, Sean e Rebecca, pais de três filhos, tinham registrado imagens de uma "figura sombria encapuzada" (guardem bem esse termo), que eles acreditavam que fosse o fantasma de um sacerdote egípcio, que por sua vez assombraria o museu onde sua "múmia" era mantida.

Por volta do dia 13 de julho desse ano, os tabloides britânicos divulgaram que um casal, Sean e Rebecca, tinham registrado imagens de uma "figura sombria encapuzada", que eles acreditavam que fosse o fantasma de um sacerdote egípcio, que por sua vez assombraria o museu onde sua "múmia" era mantida.
No vídeo seria possível ver, que os "equipamentos caça-fantasmas" pertencentes a esse casal em questão teriam emitido sinais sonoros, como se algo tivesse sido detectado, antes que uma "sombra fosse vista caminhando" na frente da câmera, indo em direção, aparentemente, a uma pequena câmara onde continha o seu sarcófago.

O casal teria realizado as imagens no mês de março desse ano, para um programa de TV de cunho paranormal pertencente aos mesmos, no interior do Museu da Cidade de Leeds. Contudo, será que o "desconhecido" foi mesmo levado a sério nesse caso?



Foto da fachada principal do Museu da Cidade de Leeds, na Inglaterra
Bem, no texto divulgado pelos tabloides britânicos, foi mencionado que o museu abrigava o sarcófago de um antigo sacerdote egípcio chamado "Nesyamun", que teria morrido há 3.000 anos, cujo espírito teria sido avistado naquela noite pelo casal, que morava em Liverpool, no condado de Merseyside, na Inglaterra.

De qualquer forma, confira abaixo o vídeo que foi divulgado por esse casal, onde supostamente apareceria "o fantasma de Nesyamun", em um canal de terceiros, no YouTube (em inglês):



"Todo o equipamento estava enlouquecido, e isso só acontece se algo faz com que os alarmes disparem. A responsável por operar a câmera era a Jane, a mesma que teria inicialmente visto a estranha sombra. Não vimos isso na hora, então tivemos que acreditar que havia algo no local", disse Sean.

"Quando fomos editar o vídeo, ficamos torcendo para que aquilo não tivesse sido algo que a Jane tivesse visto apenas com seus próprios olhos. Foi ótimo ver que, na verdade, conseguimos registrar algo assim, e de forma tão clara", continuou.

"Todo o equipamento estava enlouquecido, e isso só acontece se algo faz com que os alarmes disparem. A responsável por operar a câmera era a Jane, a mesma que teria inicialmente visto a estranha sombra. Não vimos isso na hora, então tivemos que acreditar que havia algo no local", disse Sean (à direita).
"Quando fomos editar o vídeo, ficamos torcendo para que aquilo não tivesse sido algo que a Jane tivesse visto apenas com seus próprios olhos. Foi ótimo ver que, na verdade, conseguimos registrar algo assim, e de forma tão clara", continuou
"A parte superior da sombra tinha um formato de um capuz pontudo, e caminhou direto para o sarcófago, à direita. É o sarcófago de um sacerdote chamado Nesyamun. Definitivamente, acredito que poderia ser o seu espírito. Até onde sei, o museu é bem ativo em relação aos relatos de avistamento de Nesyamun", completou.

"Por mais que eu acredite no paranormal, gosto de ser cético, então a primeira coisa que fazemos ao registrar algo é tentar desmistificá-lo. Para que pudéssemos criar essa sombra teria que haver uma luminosidade atrás de nós, mas não havia. Não havia ninguém caminhando atrás de nós. Aliás, é possível dizer que havia algo lá, dava para sentir isso", acrescentou.

Trecho de vídeo onde Sean e Rebecca parecem notar alguma coisa no interior do Museu da Cidade de Leeds, na Inglaterra
"A parte superior da sombra tinha um formato de um capuz pontudo, e caminhou direito para o sarcófago, à direita. É o sarcófago de um sacerdote chamado Nesyamun. Definitivamente, acredito que poderia ser o seu espírito. Até onde sei, o museu é bem ativo em relação aos relatos de avistamento de Nesyamun", completou
Segundo o material divulgado, o casal Sean e Rebecca usou um equipamento chamado "Rem Pod", destinado a "detectar distúrbios ou flutuações energéticas", e algo que foi classificado, literalmente, como "detector de sombras", sendo que ambos teriam emitido alertas sonoros durante o vídeo. O casal, que mora em um cemitério, começou a "caçar fantasmas", quando "eles se juntaram", e começaram a produzir séries de TV tais como: "The PAST Hunters" e "Ghost Dimension."

O primeiro encontro de Sean com o mundo dos espíritos teria sido quando ele tinha 15 anos, ao acordar no meio da noite e se deparar com um fantasma de um "cara grande" sentado aos pés da sua cama, vestindo uma roupa de lenhador e acariciando seu cachorro. Porém, Sean não teria explorado ou vivenciado nada paranormal, além dessa experiência, até encontrar a Rebecca.

"Tudo começou quando tinha 15 anos. Lembro-me de acordar, e o meu cachorro, o Sam, estava dormindo nos pés da minha cama e, quando movi a coberta, vi esse cara sentado, acariciando-o. Era um fantasma de um cara bem grande, e estava usando roupas de lenhador. Sendo apenas um adolescente, coloquei a coberta sobre a minha cabeça e voltei a dormir. Porém, quando contei a minha mãe no dia seguinte, ela me disse que soava exatamente como alguém que ela conhecia, e que tinha morrido. Nunca deixei de acreditar, mas não havia explorado o paranormal adequadamente até conhecer a Rebecca", disse Sean.

Foto mostrando a equipe do programa "Ghost Dimensions", cujos responsáveis são o Sean e Rebecca
Ainda de acordo com o material divulgado, a múmia de Nesyamun tinha sido transferida para Museu da Cidade de Leeds em 1823, e foi reconhecida como sendo uma das múmias mais notáveis da Grã-Bretanha.

"Nesyamun sempre foi uma das nossas exposições mais populares, sendo que seus restos mortais incrivelmente bem preservados e sua história cativante fascinaram gerações de frequentadores de museus. Embora não tenhamos conhecimento de qualquer relato de atividade paranormal no museu, nossa galeria dos 'Antigos Mundos'é um lugar muito atmosférico, que muitas vezes captura a imaginação dos visitantes", disse um porta-voz do Conselho da Cidade de Leeds, que não foi identificado.

Conheça Aquilo que Não Fizeram Questão, que Você Soubesse em Relação a Toda Essa História


Nessa parte, vamos contar o que não fizeram questão que você soubesse em relação a toda essa história. Primeiramente, a múmia de Nesyamun (também conhecida como a "Múmia de Leeds") se encontra desde 1823 no Museu da Cidade Leeds, quando a mesma foi doada para a cidade pela Sociedade Filosófica e Literária de Leeds, uma vez que a mesma pertencia ao Museu Bullock, em Londres. Aquela era uma época imperial e a exploração estava a pleno vapor, visto que inúmeras preciosidades do Antigo Egito, descobertas no deserto, circulavam pelo continente europeu.

A múmia de Nesyamun (também conhecida como a "Múmia de Leeds") se encontra desde 1823 no Museu da Cidade Leeds, quando a mesma foi doada para a cidade pela Sociedade Filosófica e Literária de Leeds, uma vez que a mesma pertencia ao Museu Bullock, em Londres
Pouco depois de ter sido comprada pela Sociedade Filosófica e Literária de Leeds, realizou-se uma autópsia e foi descoberto, que Nesyamun havia sido colocado dentro de dois sarcófagos, envolto em mais de 40 camadas de linho, e que havia uma camada de especiarias, incluindo canela, que havia sido colocada bem próxima de sua pele. Ao desenrolar as ataduras, encontraram joias e outros ornamentos. Na época em que a autópsia foi realizada, uma das equipes teria atestado o quão boa era a condição da pele da múmia, descrevendo-a como "macia e oleosa ao toque."

Especialistas acreditam que Nesyamun tenha sido um sacerdote egípcio de alto escalão, que portava incensos, e era escriba no templo de Amun, no complexo de Karnak, na cidade de Tebas, no Antigo Egito, é claro. Devido a um ornamento de couro encontrado em suas ataduras, deduziu-se que ele teria vivido durante o reinado de Ramsés XI, entre 1.113 e 1.085 a.C,, quando ele ascendeu ao posto de sacerdote "waab." Estudos recentes teriam apontado, que Nesyamun provavelmente morreu após uma severa reação alérgica.

A parte externa do seu sarcófago foi pintado com cenas do famoso "Livro dos Mortos", onde retratavam Nesyamun realizando oferendas para as deidades, enquanto rezava pelo sucesso, a vida após a morte e o contato com os deuses.

A parte externa do seu sarcófago foi pintado com cenas do famoso "Livro dos Mortos", onde retratavam Nesyamun realizando oferendas para as deidades, enquanto rezava pelo sucesso, a vida após a morte e o contato com os deuses
Como curiosidade, essa teria sido a única múmia do Museu da Cidade de Leeds, que teria resistido aos bombardeios alemães durante a II GM, porém ela não saiu totalmente ilesa, visto que seu nariz teria sido completamente danificado. Por outro lado, não foi possível encontrar nenhum relato disponível publicamente, na internet, de supostos frequentadores, que tenham visto o "espírito de Nesyamun" vagando pelo museu. Não há absolutamente nada nesse sentido.

Além disso, apesar de não ter sido identificado no material disponibilizado pela Mercury Press and Media / Caters (lembrando que a Caters é uma agência "irmã" da Mercury), um porta-voz do Conselho da Cidade de Leeds disse que não havia conhecimento de quaisquer relatos de supostas atividades paranormais no museu.Estranho, não é mesmo?


Reconstituição 3D do que seria o rosto de sacerdote egípcio Nesyamun
Nesse ponto, algumas pessoas podem dizer, que a ausência de relatos não significa que, em algum momento, algo assim possa acontecer (por mais que isso não faça nenhum sentido). Porém, é necessário entender quem é o casal Sean e Rebecca, cujos sobrenomes não foram divulgados na matéria. Seus nomes e sobrenomes seriam Sean Reynolds e Rebecca (também chamada de Bex ou Becky) Palmer, sendo que ambos são atualmente os responsáveis por um "programa de TV" chamado "The Ghost Dimension", cujos episódios são exibidos pela "Amazon Prime Video" (uma espécie de plataforma online de vídeos, semelhante a Netflix) desde 2016.

Aliás, os episódios referentes ao Museu da Cidade de Leeds (episódios 6 e 7), assim como todos aqueles relativos a segunda temporada, foram liberados ao público no dia 28 de fevereiro desse ano, ou seja, a informação fornecida de que as imagens teriam sido realizadas no mês de março não procedem. De qualquer forma, eles são velhos conhecidos dos tabloides britânicos, visto que havia sido publicado uma matéria sobre eles no "Daily Mirror", em 2014.

Os episódios referentes ao Museu da Cidade de Leeds (episódios 6 e 7), assim como todos aqueles relativos a segunda temporada, foram liberados ao público no dia 28 de fevereiro desse ano, ou seja, a informação fornecida de que as imagens teriam sido realizadas no mês de março não procedem
Agora, a melhor parte e uma das melhores demonstrações, que o desconhecido não foi levado a sério nesse caso, é que essa não é a primeira vez no ano, que Sean e Rebecca aparecem na mídia britânica alegando ter filmado um "vulto fantasmagórico."

No fim do mês de março, um novo material gerado novamente pela agência de notícias "Mercury Press and Media", que circulou através dos tabloides britânicos, apontou que "um pai de família acreditava ter registrado o fantasma de um monge chamado 'Cuthbert' diante de uma câmera, cuja filmagem mostrava uma figura sombria encapuzada, espreitando um pub inglês durante a noite.". Alguém notou alguma semelhança com o caso anterior?

Trecho da matéria sobre o "fantasma de um sacerdote egípcio", mencionando uma "figura sombria encapuzada."
Trecho da matéria sobre o fantasma de um monge, também mencionando uma "figura sombria encapuzada."
No texto era mencionado que Sean Reynolds, 33 anos, tinha visitado um pub chamado "The Rutland Arms" na cidade de Newark, no condado de Nottinghamshire, para gravar um episódio para um "programa de TV", justamente o "The Ghost Dimension."

Estranhamente, a câmera de Sean estava apontada justamente na direção de uma janela, onde momentos depois apareceria a tal "figura sombria encapuzada", que aparenta ter o mesmo perfil daquele senhor, que aparece juntamente com o casal na filmagem no Museu da Cidade de Leeds. Aliás, vale ressaltar que aquele senhor pertence a equipe do programa "The Ghost Dimension", que conta com mais de 10 membros. Tanto no caso do pub em Newark, quanto do Museu da Cidade de Leeds, não há registro em vídeo da tal "figura sombria encapuzada" a partir de nenhuma outra câmera apesar de vermos nitidamente a presença de outras câmeras nos locais.

Para completar, no caso do Museu da Cidade de Leeds, era nítido que havia diversos focos de luz espalhados pelo ambiente, e que a sombra era perfeitamente compatível com uma pessoa de "carne e osso" passando atrás de quem estava filmando. Possivelmente, a sombra era daquele mesmo senhor que aparece na filmagem.


Estranhamente, a câmera de Sean estava apontada justamente na direção de uma janela, onde momentos depois apareceria a tal "figura sombria encapuzada", que aparenta ter o mesmo perfil daquele senhor, que aparece juntamente com o casal na filmagem no Museu da Cidade de Leeds.


Para completar, no caso do Museu da Cidade de Leeds, era nítido que havia diversos focos de luz espalhados pelo ambiente, e que a sombra era perfeitamente compatível com uma pessoa de "carne e osso" passando atrás de quem estava filmando. Possivelmente, a sombra era daquele mesmo senhor que aparece na filmagem
Infelizmente, existem diversos elementos apontando, que ambos os casos sejam tão somente farsas destinadas a promover um determinado programa, que visa apresentar algo de cunho paranormal ou sobrenatural a cada episódio.Por fim, vale lembrar que Sean alegou que dava para sentir a presença de algo no interior do Museu da Cidade de Leeds, porém qual a sua sensação após saber sobre tudo isso, que não fizeram questão alguma de mencionar para você?

1. Casal Alega que Está Sendo Assombrado por um "Fantasma Abusivo" Devido ao Recebimento de Benefícios por Invalidez, em Moston, na Inglaterra.


Talvez esse seja o caso mais exótico, e que mais gerou comentários nos tabloides britânicos recentemente. Um casal, que vive por meio de benefícios assistenciais, acreditava que estava sendo assombrado por um "fantasma vitoriano destrutivo." Karen e Paul, moradores do distrito de Moston, pertencente a cidade de Manchester (localizado a cerca de 5 km do centro de Manchester), na região de North West England, na Inglaterra, apareceram em um episódio de um programa de TV chamado "On Benefits", do Canal 5, na noite do dia 13 de julho desse ano (quinta-feira passada), e revelaram que a casa deles tinha sido invadida por um espírito chamado Malcolm.



Karen e Paul, moram no distrito de Moston (na foto), pertencente a cidade de Manchester (localizado a cerca de 5 km do centro de Manchester), na região de North West England, na Inglaterra
Nesse ponto é importante esclarecer algumas coisas para que vocês não se sintam tão perdidos assim diante do que acabamos de mencionar. Primeiramente, o programa "On Benefits"é uma espécie de uma série de documentários exibidos semanalmente no Canal 5 (uma emissora de TV no Reino Unido), que mostra a vida de pessoas, cuja principal renda provém de algum benefício fornecido pelo governo. Seria mais ou menos o equivalente, para vocês terem uma noção, a mostrar a vida de pessoas, que sobrevivem com os benefícios concedidos pelo INSS no Brasil (guardadas as devidas proporções, é claro).

De qualquer forma, durante o episódio foi "descoberto" que o Malcolm (o espírito que assombraria o casal) teria morrido em 1858, aos 57 anos. Também foi mencionado que "a assombração tinha sido desencadeada devido aos recentes problemas financeiros do casal." Após o casal ter perdido a empresa que possuíam (uma lavanderia), ambos foram obrigados a vender tudo o que tinham, e passaram a sobreviver com cerca de £1,600 (cerca de R$ 6.600) por mês, graças ao benefício por invalidez (ou incapacidade) recebido por Karen, devido a uma condição relacionada a sua medula espinhal, e seus ganhos obtidos através de jogos pela internet.

Após o casal ter perdido a empresa que possuíam (uma lavanderia), ambos foram obrigados a vender tudo o que tinham, e passaram a sobreviver com cerca de £1,600 (cerca de R$ 6.600) por mês, graças ao benefício por invalidez (ou incapacidade) recebido por Karen, devido a uma condição relacionada a sua medula espinhal, e seus ganhos obtidos através de jogos de azar pela internet
De qualquer forma, durante o episódio foi "descoberto" que o Malcolm (o espírito que assombraria o casal) teria morrido em 1858, aos 57 anos. Também foi mencionado que "a assombração tinha sido desencadeada devido aos recentes problemas financeiros do casal."
"Foi o ano mais difícil de todos os tempos, a família desmoronou. Não tínhamos comida, dinheiro ou eletricidade, sentávamos na escuridão, e tivemos que vender tudo o que possuíamos", disse Karen.

"Essas atividades paranormais devem possuir energias pelas quais são atraídas. A energia que elas obtêm é por meio de nossas emoções", disse Paul ao tentar explicar como todo o seu "esforço pela sobrevivência", ou seja, sobreviver apenas com o benefício recebido por Karen, tinha desencadeado algo paranormal em sua vida e de sua esposa. Além disso, o casal tinha "tentado entrar em contato com Malcolm usando uma tábua Ouija", mas não tiveram a reação que eles esperavam. Paul alegou que o fantasma teria usado uma linguagem ofensiva contra ele enquanto utilizavam a tábua Ouija.

"Ele usou a linguagem mais ofensiva que já escutei na vida", disse Paul. Aliás, Karen aparentou concordar, alegando que Malcolm foi "horrível", que podia escutá-lo correndo pelo casa. Além disso, o casal disse que Malcolm se tornou um "espírito destrutivo" e começou a destruir a casa deles.

"Ele usou a linguagem mais ofensiva que já escutei na vida", disse Paul. Aliás, Karen aparentou concordar, alegando que Malcolm foi "horrível", que podia escutá-lo correndo pelo casa. Além disso, o casal disse que Malcolm se tornou um "espírito destrutivo" e começou a destruir a casa deles.
"Tivemos prateleiras arrancadas das paredes. Certa noite, às 4h da manhã, parecia que alguém estava arrombando a casa. Disse que era o Malcolm querendo se vingar do Paul, porque o Paul o insulta. Aquilo arruinou todo o trabalho realizado pelo Paul. É definitivamente algo paranormal ter cada prateleira arrancada. Foi realmente bem estranho", disse Karen.

De qualquer forma, a família foi visitada por uma médium chamada Theresa, que tentou fazer contato com o fantasma. Theresa contou ao casal que inúmeros fantasmas estavam visitando a casa, e que eles costumavam subir e descer as escadas. Para finalizar, ela alegou que Malcolm estava tentando pedir desculpas ao Paul. Confira abaixo alguns trechos do que aconteceu durante esse episódios, que foram publicados em um canal de terceiros, no YouTube (em inglês):





"Ele não vem aqui com nenhuma má intenção, ele vem aqui como parte da família. Não importa o quanto eu queira mandá-lo embora, ele sempre encontrará o caminho de volta", disse Theresa.

"Ele não vem aqui com nenhuma má intenção, ele vem aqui como parte da família. Não importa o quanto eu queira mandá-lo embora, ele sempre encontrará o caminho de volta", disse Theresa.
Apesar de ser necessário respeitar o eventual "sofrimento" de outras pessoas, é importante notar que o valor de £1,600 é bem expressivo, mesmo para os padrões britânicos, ou seja, está bem próximo da média de ganhos mensais dos moradores do Reino Unido. Simplificando, ninguém passa fome ou necessidade alimentar com essa renda mensal. Contudo, não foi especificado qual era o rendimento do benefício assistencial que Karen recebia em relação aos seus ganhos em jogos na internet, se a casa onde moravam ela alugada, entre outros fatores. Portanto, é difícil saber o quão essa renda é variável e o real poder de compra do casal.

Por outro lado, mencionar que a casa foi invadida por espíritos devido a condição financeira que possuíam é muito inusitado, sendo bem difícil levar isso a sério. Se fosse assim, grande parte das casas em nosso país seriam mal-assombradas, não concordam? Além disso, tivemos a velha história de tentar entrar em contato com os espíritos através de uma tábua Ouija. Se você acompanhou o especial realizado sobre a tábua Ouija, principalmente a postagem que fiz explicando todos os detalhes da história dessa tábua e a realidade sobre o seu funcionamento (leia mais: A História Completa da Tábua Ouija: Apenas um Mero Brinquedo ou um Poderoso Instrumento de Comunicação com os Mortos?), vai entender que, na verdade, isso seria altamente improvável de acontecer.

Enfim, essa é uma pequena lista para mostrar a vocês que a Inglaterra, assim como o Reino Unido, é repleta de casos inusitados e semelhantes a esses, que acabei de listar para vocês, e que não compensaria comentar sobre cada um, separadamente. Como costumo dizer, existe toda uma lucrativa "indústria do paranormal" no Reino Unido, razão pela qual qualquer coisa pode se tornar "assombrado" nas mãos da imprensa. Sinceramente, não acredito que cada uma dessas pessoas realmente pense que tenha acontecido ou venha acontecendo algo misterioso e inexplicável em suas vidas ou que tenham registrado algo paranormal, mas suas histórias valem dinheiro. As histórias ressaltam a máxima do que vem se tornando a imprensa e os casos supostamente paranormais ultimamente: não importa o que escrevam ou bradem, importa apenas que você acredite neles.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://metro.co.uk/2017/07/14/couple-claim-ghost-called-malcolm-is-haunting-them-because-theyre-on-disability-benefits-6780963/
http://news.leeds.gov.uk/leeds-museums-and-galleries-object-of-the-week--coffin-of-nesyamun/
http://www.dailymail.co.uk/femail/article-4695870/On-Benefits-pair-refuse-work-ghost-haunts-them.html
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4345354/Man-believes-caught-ghost-monk-called-Cuthbert.html
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4681388/Shopper-claims-spotted-GHOST-trip-Tesco.html
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4692786/Ghost-hunters-film-spirit-ancient-Egyptian-priest-Nesyamun.html
http://www.yorkshireeveningpost.co.uk/news/the-story-of-the-leeds-mummy-1-4356208
https://www.thesun.co.uk/living/4014133/couple-on-benefits-ghost/
https://www.thesun.co.uk/news/3984651/tesco-trolley-ghost-shop-man-believes-its-his-dead-gran/

Uma Empresa de Biotecnologia Norte-Americana Estaria Mesmo Pronta para Começar a "Ressuscitar os Mortos" na América Latina?

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Por Marco Faustino

Quem diria que eu voltaria a escrever sobre esse assunto, visto que o mesmo foi tema de uma postagem que fiz no início do mês de maio do ano passado. Naquela época, havia notado uma verdadeira "enxurrada" de notícias sobre uma determinada empresa norte-americana, que basicamente teria recebido uma autorização das autoridades dos Estados Unidos, para iniciar procedimentos para "trazer os mortos de volta à vida." Pelo menos era isso que os títulos chamativos das notícias associadas as imagens de capa dos vídeos, que mostravam zumbis ou os personagens principais da série de TV norte-americana "The Walking Dead" queriam dizer, tentando assim despertar a atenção do público para o assunto. Apesar de notícias sobre tentativas de prolongamento da vida não serem incomuns, sendo que inclusive já publiquei diversas postagens sobre isso (desde um cientista que teria injetado uma bactéria em si mesmo, até o extremo de tentar transplantar uma cabeça humana), essa ganhou uma pouco mais de notoriedade, porque envolvia uma permissão de autoridades norte-americanas.

Naquela mesma postagem apresentei a vocês uma empresa de biotecnologia norte-americana chamada "Bioquark", que estava sendo divulgada por boa parte da mídia brasileira e internacional, como a empresa que daria o "primeiro passo para o fim da humanidade por meio de um apocalipse zumbi."  Vale lembrar nesse ponto, que na maioria dos países, para ser "oficialmente declarado como morto", você tem que se encontrar em um quadro de perda completa e irreversível das funções cerebrais, cujo termo mais conhecido seria "morte cerebral" (também chamada de morte encefálica). E, embora isso soe como se fosse um "fim da linha", a Bioquark, uma empresa do ramo da saúde, que está voltada para tecnologias, que eles mesmo denominam de "reparação" e "reanimação", alegava que a morte podia não ser tão "irreversível" assim, e que estariam aptos a testar isso na prática. Assim sendo, fui atrás de respostas para esclarecer se isso seria mesmo o objetivo da Bioquark, se a mesma estava sozinha nesse projeto, e o que existia de verdade ou que havia sido propagado de forma exagerada (leia mais: Uma Empresa de Biotecnologia dos Estados Unidos Recebeu Permissão para "Ressuscitar os Mortos"?).

Em junho desse ano, diversos sites de notícias publicaram que as primeiras tentativas de "trazer as pessoas volta do mundo dos mortos" seriam realizadas ainda esse ano. Curiosamente, o presidente-executivo da Bioquark, um homem chamado Ira Pastor, revelou que testaria um método envolvendo células-tronco, sem precedentes, em "pacientes" de um país da América Latina, cujo nome não havia sido divulgado, mas que os detalhes seriam confirmados nos meses seguintes. De acordo com Ira Pastor, a Bioquark havia desenvolvido uma "série de injeções" que podiam "reiniciar o cérebro", e eles planejavam testar diretamente em seres humanos. O detalhe mais estranho é que eles não estavam planejando testar primeiramente as tais injeções em animais, como habitualmente acontece em pesquisas científica dessa natureza (algo que supostamente vem acontecendo, por exemplo, em relação ao "transplante de cabeça"). Agora, novamente a Bioquark voltou a figurar na primeira página de alguns sites internacionais de notícias. Será que temos alguma novidade? Esse tal país pertencente a América Latina foi finalmente revelado? Será mesmo que a Bioquark está pronta e tem capacidade para isso? Eles vão mesmo trazer os mortos de volta à vida? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Entenda Como Tudo isso Começou a Ser Divulgado: As Primeiras Informações que Foram Propagadas no Início do Ano Passado


Uma vez que muitos de vocês não tem tempo suficiente para ler o que já foi publicado anteriormente e ao mesmo tempo não posso iniciar esse assunto sem contar para vocês o que foi mencionado e devidamente pesquisado no passado, tentarei fazer uma espécie de "resumão" para que não se sintam tão perdidos assim, combinado? Poderá ficar um pouco longo, mas é extremamente necessário para que vocês compreendam e dominem de forma adequada esse assunto, evitando que se tornem agentes propagadores de desinformação ou conteúdo meramente especulativo.

Bem, vamos começar com os critérios para uma pessoa ser "oficialmente declarada como morta" no Reino Unido, no Brasil e alguns outros países. De acordo com o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), a confirmação de uma morte costumava ser algo simples, uma vez que para alguém ser declarado morto bastava o coração da pessoa parar de bater, não responder mais a estímulos e parar de respirar. A falta de oxigênio, que ocorre como resultado da falta de fluxo sanguíneo, rapidamente leva à perda permanente da função do tronco cerebral.

De acordo com o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), a confirmação de uma morte costumava ser algo simples, uma vez que para alguém ser declarado morto bastava o coração da pessoa parar de bater, não responder mais a estímulos e parar de respirar, porém atualmente isso não seria tão simples assim.
O tronco cerebral é a "sede" das estruturas nervosas que controlam as funções que mantêm o indivíduo vivo, assim como pressão arterial, batimentos cardíacos, atividade respiratória e nível de consciência
Entretanto, atualmente, a confirmação da morte é bem mais complicada, porque é possível manter o coração batendo, mesmo após o tronco cerebral (também conhecido como tronco encefálico) ter parado permanentemente de funcionar. Isso pode ser feito, por exemplo, mantendo uma pessoa em um respirador artificial, no qual permita que o corpo e o coração sejam oxigenados artificialmente. No Reino Unido, Estados Unidos, e entre tanto outros países, uma pessoa é declarada como "morta" quando sua função do tronco cerebral é permanentemente perdida. Assim sendo, a morte cerebral é amplamente aceita como argumentação para o "fim da linha", tal como a morte cardíaca.

Nesse ponto é interessante destacar que o tronco cerebral é a "sede" das estruturas nervosas que controlam as funções que mantêm o indivíduo vivo, assim como a pressão arterial, batimentos cardíacos, a atividade respiratória e o nível de consciência. A morte encefálica é, na verdade, um "novo conceito de morte", baseado no conceito de estado de coma irreversível. Entretanto, a morte cerebral não é a mesma coisa que o estado de coma. No estado de coma as funções cerebrais estão ativas; na morte cerebral há a perda definitiva das funções neurológicas do cérebro. Entenderam?

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a morte cerebral é a definição legal de morte. É a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro. Isto significa que, como resultado de severa agressão ou ferimento grave no cérebro, o sangue que vem do corpo e supre o cérebro é bloqueado e o cérebro morre.

No Brasil, o diagnóstico de morte encefálica é definido pela Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1480/97, de 8 de agosto de 1997. Segundo o Hospital Infantil Sabará, a imagem acima seria o algoritmo para o diagnóstico de morte encefálica.
Em nosso país, atualmente o diagnóstico de morte cerebral é realizado seguindo o "Termo de Declaração de Morte Encefálica", onde o exame clinico é feito por dois médicos distintos, em diferentes intervalos de tempo (de no mínimo seis horas), sendo obrigatória a utilização de exames complementares. Uma vez repetido o protocolo, e obtendo-se o mesmo resultado, encerra-se a fase clínica e passa-se aos exames complementares.

Os Principais Nomes Por Trás da Bioquark e o Projeto ReAnima


Agora que você conhece a definição legal de morte, principalmente aqui no Brasil, é importante que você saiba que ao falar sobre a Bioquark praticamente surgem dois personagens principais. O primeiro deles é o Ira Pastor, amplamente divulgado como presidente-executivo da empresa, e o segundo é o Dr. Sergei Paylian, que aparece como fundador da Bioquark, sendo que ambos pertencem ao chamado "Conselho Consultivo" de um projeto chamado ReAnima.

O site do projeto ReAnima descreve o projeto como "a exploração do potencial da tecnologia biomédica de ponta para a neuroregeneração e a neuroreanimação humana." Aproveite também e assista um vídeo institucional da Bioquark, que foi publicado no canal do próprio Ira Pastor, em janeiro de 2013 (em inglês):



Aparentemente, a missão do Projeto ReAnima seria se dedicar a pesquisas clínicas em relação ao estado de morte encefálica, ou coma irreversível, em indivíduos que se encaixem nos critérios da "Determinação Uniforme do Ato de Morte" (sigla em inglês, UDDA) nos Estados Unidos, que seria o equivalente ao nosso "Termo de Declaração de Morte Encefálica", mas que ainda estejam em suporte cardiopulmonar ou trófico.

Em entrevista para o tabloide britânico "Daily Mail", no fim do mês de abril do ano passado, Ira Pastor explicou que o projeto tinha um "objetivo final de induzir eventos de regeneração e remodelação epimórficos e intercalados, que pudessem dar início a restauração da estrutura e da função do sistema nervoso central (SNC)". Ele acrescentou que o "epimórfico" nesse contexto referia-se à capacidade das células em "apagar seus históricos", e começar novamente uma vida.

"Para realizar uma iniciativa tão complexa, estamos combinando certas ferramentas biológicas regenerativas, com outros dispositivos médicos existentes normalmente utilizados para estimulação dos pacientes com outras graves desordens do estado de consciência", explicou, na época, Ira Pastor, que alegava ter mais de 25 anos de experiência na indústria biofarmacêutica, algo que transmitiria uma certa seriedade às metas aparentemente utópicas da organização.

"Para realizar uma iniciativa tão complexa, estamos combinando certas ferramentas biológicas regenerativas, com outros dispositivos médicos existentes normalmente utilizados para estimulação dos pacientes com outras graves desordens do estado de consciência", explicou, na época, Ira Pastor, que alegava ter mais de 25 anos de experiência na indústria biofarmacêutica.
"Embora seja verdade que os seres humanos não possuam capacidades regenerativas substanciais no sistema nervoso central (SNC), muitas espécies não-humanas, tais como anfíbios, planárias, e determinadas espécies de peixes, podem reparar, regenerar e remodelar partes substanciais dos seus cérebros e do tronco cerebral, mesmo após um trauma crítico, que possa comprometer suas vidas", completou.

A Polêmica Envolvendo Uma Certa "Permissão" Concedida pelo Conselho de Revisão Institucional, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos


Talvez a parte mais polêmica dessa história naquela época, tenha sido uma permissão concedida pelo Conselho de Revisão Institucional (IRB) dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), tendo como objetivo a realização de testes clínicos envolvendo um "estudo de prova de conceito empregando multi-modalidades (utilizando peptídeos bioativos intratecais, células-tronco, laser transcraniano IV e estimulação do nervo mediano como adjuvantes) em casos de morte cerebral devido a lesão cerebral traumática com lesão axonal difusa." Vale ressaltar nesse ponto, que o "IRB" nos Estados Unidos funciona, guardadas as devidas proporções, como se fosse uma espécie de "Conselho de Ética". De qualquer forma, isso não significava simplesmente pegar um cadáver de um necrotério e tentar ressuscitá-lo, conforme alguns sites tentavam apontar ou induzir seus leitores.

Para quem não sabe, uma prova de conceito, ou PoC (sigla em inglês para Proof of Concept) é um termo utilizado para denominar um modelo prático, que possa provar o conceito (teórico) estabelecido por uma pesquisa ou artigo técnico. Pode ser considerado também uma implementação, em geral resumida ou incompleta, de um método ou de uma ideia, realizada com o propósito de verificar que o conceito ou teoria em questão é suscetível de ser explorado de uma maneira útil.

No caso da lesão cerebral traumática (um exemplo de traumatismo cranioencefálico ou simplesmente TCE), a mesma ocorre quando um trauma súbito causa dano ao cérebro, como por exemplo, quando a cabeça bate violentamente ou quando um objeto atravessa o crânio e entra no tecido cerebral.

No caso da lesão cerebral traumática (um exemplo de traumatismo cranioencefálico ou simplesmente TCE), a mesma ocorre quando um trauma súbito causa dano ao cérebro, como por exemplo, quando a cabeça bate violentamente ou quando um objeto atravessa o crânio e entra no tecido cerebral
Já a lesão axonal difusa (LAD), por sua vez, é uma lesão devastadora no cérebro, que ocorre em cerca de 50% das pessoas com traumas graves na cabeça, e leva a morte de pessoas com lesões cerebrais traumáticas. Um golpe direto na cabeça geralmente não causa esse tipo de lesão. O problema surge quando o cérebro se move para trás e para frente ou para os lados do crânio de forma violenta.

Os movimentos podem ser causados por aceleração ou desaceleração em caso de um acidente, quedas, violência e até mesmo abusos. Basicamente, a lesão se caracteriza por levar ao inchaço e o aumento da pressão no crânio/cérebro quando as células cerebrais morrem. Mais lesões podem surgir devido à diminuição nutricional e de sangue para o cérebro.

Imagem mostrando um exemplo de lesão axonal difusa. Neste caso foi citado o caso do piloto de Fórmula 1, Jules Bianchi,que infelizmente faleceu cerca de 9 meses depois de um grave acidente no Grande Prêmio do Japão, em 2014
Agora que você já sabe o significado de ambas as lesões, vamos aos métodos que pretendiam ser empregados nesse estudo, visto que a equipe estaria utilizando quatro diferentes tipos de tratamentos ao longo de seis semanas:
  • A injeção de peptídeos (cadeias simples de proteínas) dentro da medula espinhal, diariamente.
  • A injeção de células-tronco no cérebro, duas vezes por semana.
  • A terapia de laser transcraniano, um tratamento não-invasivo que utiliza a luz para penetrar no crânio e ativar os processos naturais de recuperação do corpo, e que foi testado em casos de AVC, pacientes do Mal de Parkinson, e até mesmo em casos de enxaqueca no passado.
  • A estimulação nervosa, outro tratamento não-invasivo, que envolve dar impulsos elétricos no nervo mediano do membro superior.
Assim sendo, a Bioquark teve permissão para "recrutar" 20 pacientes entre 15 e 65 anos, clinicamente mortos, e tentar trazer "o sistema nervoso central deles de volta à vida." Se eles conseguissem reanimar com êxito partes da medula espinhal superior, onde o tronco cerebral inferior está localizado, havia uma possibilidade de darem uma espécie de "pontapé inicial" das funções vitais de um corpo, assim como a respiração e os batimentos cardíacos, algo que esses pacientes só conseguiam fazer com a ajuda de aparelhos.

O ensaio clínico da 1ª fase era descrito como um "estudo de prova de conceito não aleatório" para determinar se era possível reverter a morte cerebral usando uma combinação de tratamentos que citamos acima. Na melhor das hipóteses, caso não houvesse uma reanimação verdadeira do sistema nervoso central, a equipe iria analisar se eles conseguiam provocar quaisquer alterações nas meninges do cérebro, as camadas de tecido que ficam entre o crânio e a superfície do cérebro. A equipe estaria observando, em especial, quaisquer melhorias na saturação de oxigênio no sangue, a pressão arterial e a respiração dos pacientes.

Quais Outras Empresas Estavam Envolvidas? Como a Comunidade Médica Reagiu Diante Dessa História?


É muito importante destacar que, de qualquer forma, seria necessária a permissão das famílias dos pacientes, visto que não bastava ter apenas uma permissão do Conselho de Revisão Institucional. Somente após essa etapa é que os pesquisadores iriam tratar seus 20 pacientes, clinicamente mortos, ao longo de um período de seis semanas no Hospital Anupam, na cidade de Rudrapur, na Índia (curiosamente os testes não seriam realizados nos Estados Unidos, sendo que vamos abordar essa questão daqui a pouco).

Nessa "jornada" também estava envolvida uma empresa chamada "Revita Life Sciences", uma empresa de biotecnologia com sede na Índia, que seria parceira no âmbito da "medicina regenerativa" da Bioquark, que por sua vez estava sediada na cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos. Logo, não era apenas uma empresa, mas sim duas empresas, em dois países diferentes, e pelo menos um hospital envolvido nessa história.

Foto da fachada do Hospital Anupam, na cidade de Rudrapur, na Índia
É bom deixar claro mais uma vez, que pacientes "clinicamente mortos" são aqueles pacientes que são mantidos vivos tão somente através da ajuda de aparelhos, o que significa que eles não conseguem respirar ou muitas vezes fazer o sangue circular por conta própria, sendo que seus cérebros foram "completamente desligados" em relação ao pleno e normal funcionamento deles.

Entretanto, muitos pacientes ainda mantêm determinadas funções vitais, tais como: a digestão de nutrientes, a cicatrização de ferimentos, alguns continuam fisicamente crescendo e amadurecendo sexualmente falando, sendo que alguns conseguem até mesmo combater infecções, gestar e dar a luz a um bebê. Estudos recentes também sugerem que existe uma certa atividade elétrica e fluxo sanguíneo após a morte de células cerebrais, mas não o suficiente para permitir todo o corpo funcione.

É bom deixar claro mais uma vez, que pacientes "clinicamente mortos" são aqueles pacientes que são mantidos vivos apenas através da ajuda de aparelhos, o que significa que eles não conseguem respirar ou muitas vezes fazer o sangue circular por conta própria, sendo que seus cérebros foram "completamente desligados" em relação ao pleno e normal funcionamento deles
Assim sendo, se os pesquisadores descobrissem como fazer com que os seus cérebros voltassem a funcionar novamente, segundo eles, haveria uma esperança de que os pacientes pudessem recuperar algo que pelo menos se parecesse com uma vida. Os pesquisadores, no entanto, estavam dando um passo de cada vez, visto que existia um longo caminho, aliás, um caminho muito longo mesmo em relação a esse tema.

"É uma visão de longo prazo a respeito de uma recuperação total desses pacientes ser uma possibilidade, embora não seja o foco desse primeiro estudo - mas é uma ponte para essa eventualidade", disse Ira Pastor.

"Através de nosso estudo, nós teremos uma visão única em relação ao estado de morte cerebral humana, que terá conexões importantes para o desenvolvimento terapêutico futuro para outras desordens graves do estado de consciência, tais como o coma, e os estados vegetativo (EV) e minimamente consciente (EMC), bem como um gama de condições degenerativas do sistema nervoso central, incluindo a doença de Alzheimer e de Parkinson", declarou Sergei Paylian, fundador da Bioquark.

Sergei Paylian, fundador da Bioquark
Mesmo diante de toda a euforia de boa parte da mídia em divulgar apenas a parte mais popular dessa história, é importante ressaltar que, apesar de ter sido declarado por Ira Pastor, que eles esperavam ver algum resultados nos primeiros dois ou três meses, os ensaios clínicos só deveriam começar esse ano. E como era de se esperar, isso foi recebido com cautela e com muito ceticismo por parte da comunidade médica.

O site Medical Daily chegou a dizer que os pesquisadores queriam descobrir se era possível "reiniciar o sistema nervoso central", depois de ter sido declarada a morte cerebral, ou seja, se as células-tronco injetadas iriam crescer e formar um novo cérebro, o que poderia, em parte, despertar a consciência do paciente clinicamente morto. O site ainda disse que esse era um caso clássico onde a vida imitava a arte, e comparou essa notícia com o filme "Frankenstein", de Mary Shelley. Além disso, seria muito provável que essa pesquisa ainda demorasse longos e demorados anos até que pudesse ser aplicada amplamente. Como se isso não bastasse, o estudo de um único grupo não-aleatório estaria longe de ser um ensaio clínico aleatório, que é considerado como o melhor padrão dos ensaios clínicos.

"Embora tenha havido inúmeras demonstrações nos últimos anos, que o cérebro humano e o sistema nervoso podem não ser tão 'estáticos' e irreparáveis como normalmente se presume, a ideia de que a morte cerebral poderia ser facilmente revertida parece muito distante para ser alcançada diante das nossas habilidades e a compreensão da neurociência atual", disse o Dr. Dean Burnett, neurocientista do Centro Universitário de Cardiff para Formação Médica, no País de Gales, no Reino Unido, em entrevista para o DailyMail.

I Dr. Dean Burnett, neurocientista do Centro Universitário de Cardiff para Formação Médica, no País de Gales, no Reino Unido
"O cérebro é um órgão muito exigente e muito complexo, porém isso também significa que é muito frágil", continuou, apontando que até mesmo uma breve interrupção do fornecimento de sangue poderia causar danos permanentes às partes ativas do cérebro.

"É verdade que algumas regiões do cérebro podem ter uma maior durabilidade, ou ter um suprimento de sangue mais assegurado, mas uma pessoa, apesar do mito, precisa de todo o seu cérebro funcionando. Não são apenas as células do cérebro que são importantes, são as formas incrivelmente complexas que estão ligadas a muitas outras regiões", completou.

"Preservar partes individuais pode ser útil, mas é um longo caminho para ressuscitar um cérebro funcionando plenamente, em um estado funcional, sem danos. Ainda não há nada que sugira que estamos sequer próximos desse ponto", finalizou. Entretanto, como ressaltamos anteriormente, Ira Pastor esperava ter os primeiros resultados no começo desse ano.

"Acreditamos estar muito próximos de um ponto no tempo em que a fronteira entre o coma, o coma irreversível ou morte cerebral irá se tornar 'turva', e espero ter essas tais perspectivas um tanto quanto promissoras em 2017", disse Ira Pastor, em entrevista para o britânico Daily Mail.

Mesmo diante de toda a euforia de boa parte da mídia em divulgar apenas a parte mais popular dessa história, é importante ressaltar que apesar de ter sido declarado por Ira Pastor, que eles esperavam ver algum resultados nos primeiros dois ou três meses, os ensaios clínicos só deveriam começar esse ano
"Acreditamos estar muito próximos de um ponto no tempo em que a fronteira entre o coma, o coma irreversível ou morte cerebral irá se tornar 'turva', e espero ter essas tais perspectivas um tanto quanto promissoras em 2017", disse Ira Pastor
"Considerando que 50.000 das 150.000 pessoas que morrem diariamente, não morrem devido ao envelhecimento natural do corpo, mas devido a diversos traumas agudos que levam rapidamente a morte cerebral, acreditamos que isso terá um grande impacto", completou.

Já em entrevista para o site "Health Aim", Ira Pastor foi enfático em dizer que o objetivo não era a vida eterna, mas sim de "trazer de volta da beira do precipício da morte, aqueles entes queridos que por algum motivo, estavam a caminho da 'morte definitiva'". Ele inclusive chegou a citar nomes como Einstein, Tesla, Da Vinci, e até mesmo Steve Jobs, como se os mesmos pudessem ser agraciados com mais 50 anos de vida pela frente caso já tivéssemos essa tecnologia ao nosso alcance.

A Índia Impediu que os Ensaios Clínicos Fossem Realizados no País no Fim do Ano Passado: Os Problemas em Relação aos Procedimentos e a Empresa "Revita Life Sciences"


No mesmo dia que publiquei a matéria sobre esse assunto no ano passado, ou seja, no dia 5 de maio, o site "NextShark", que por sua vez é um site focado no empreendedorismo, dentro e fora do ramo da tecnologia, realizou uma entrevista com o Ira Pastor, presidente executivo da Bioquark, e mostrou algumas salas de sua sede na Filadélfia.

"Minha mãe diria que cresci lendo muitas histórias em quadrinhos e assisti muitos filmes de ficção científica. Porém, para sua informação, nunca gostei de filmes de zumbis, então não há nenhuma conexão", disse Ira Pastor. Nesse ponto, o texto dizia que, por mais que a "reanimação de cérebros mortos" pudesse ser um enredo inacreditável de ficção científica, talvez aquele fosse o experimento, que a indústria médica estava precisando.

O site "NextShark", que por sua vez é um site focado no empreendedorismo, dentro e fora do ramo da tecnologia, realizou uma entrevista com o Ira Pastor, presidente executivo da Bioquark, e mostrou algumas salas de sua sede na Filadélfia.
Em um determinado trecho, o texto dizia que, por mais que a "reanimação de cérebros mortos" pudesse ser um enredo inacreditável de ficção científica, talvez aquele fosse o experimento que a indústria médica precisava atualmente
"É engraçado, atualmente os biólogos estão estudando aplicações da seda de aranha, respiração líquida e tecnologias de animação suspensa, então acredito que a ficção científica virou realidade. Quer dizer, tecnicamente, minha indústria realmente não curou quaisquer doenças desde o tempo dos antibióticos. Em vez disso, a maioria das novas aprovações de medicamentos quando muito oferece um benefício mínimo em relação às terapias existentes, ao mesmo tempo que testemunhamos o aumento paradoxal da prevalência de todas as doenças crônicas degenerativas responsáveis pelo sofrimento humano e pela morte", continuou.

Ainda de acordo com o artigo publicado no site "Next Shark", a BioQuark teria sido fundada em 2007, pelo Dr. Sergei Paylian, e seria especializada no desenvolvimento de "produtos biológicos naturais." No projeto "ReAnima", a BioQuark estava em parceria com a "Revita Life Sciences", outra empresa de biotecnologia supostamente especializada em terapia com células-tronco. Também foi mencionado que todos os testes seriam realizados em pacientes da Índia, no Hospital Anupam, na cidade de Rudrapur, onde os custos de uma unidade de tratamento intensivo (UTI) eram bem inferiores aos preços praticados nos Estados Unidos.

Ainda de acordo com o artigo publicado no site "Next Shark", a BioQuark teria sido realmente fundada em 2007, pelo Dr. Sergei Paylian, e seria especializada no desenvolvimento de "produtos biológicos naturais."
Também foi mencionado que todos os testes seriam realizados em pacientes da Índia, no Hospital Anupam, na cidade de Rudrapur, onde os custos da unidade de tratamento intensivo (UTI) eram bem inferiores aos preços praticados nos Estados Unidos
"A escolha da Índia foi uma combinação de economia e boas regulamentações para a realização de pesquisas envolvendo 'reanimação de cadáveres'. Provavelmente, os indivíduos serão indianos, uma vez que estaremos 'recrutando' apenas da UTI do hospital, exceto que haja pacientes/familiares de outras nacionalidades que morem na região", completou.

Agora, se essa história já era naturalmente estranha, a mesma começou a declinar de vez com a matéria publicada pelo site do jornal indiano "The Hindu", no dia 15 de maio do ano passado, no qual havia uma entrevista com o Dr. Himanshu Bansal, o proprietário da empresa "Revita Life Sciences", e responsável pelos tais ensaios clínicos na Índia.

De acordo com o texto, o Hospital Anupam estava cercado por um bar e uma academia de ginástica, e se parecia com qualquer outra unidade particular de atendimento médico de uma cidade de pequeno porte da Índia. O hospital de três andares era administrado pelo próprio Dr. Himanshu Bansal, um ortopedista com um grande interesse pela neurociência. O Dr. Himanshu Bansal admitiu não ter exercido a profissão, ou seja, praticado a Medicina desde 2005, visto que, segundo ele, sempre preferiu mais pesquisar do que qualquer outra coisa. Segundo o texto, ele tinha por volta de 40 anos, estava ligeiramente acima do peso, era afável e muito simpático.

O Dr. Himanshu Bansal,
um ortopedista com um grande interesse pela neurociência
O texto fez questão de ressaltar, que não havia nenhum atrativo técnico na pequena cidade de Rudrapur, que era mais conhecida por ter ruas e estradas bem precárias. Contudo, atualmente, a Índia não tinha leis específicas para ensaios clínicos envolvendo pacientes com morte encefálica. "Uma vez que a Índia não tem leis, não são necessárias permissões", resumiu o Dr. C.M. Gulhati, editor da revista médica "Monthly Index of Medical Specialties" (MIMS), e especialista em bioética.

Segundo o "The Hindu", ainda assim as "permissões" foram concedidas por um Conselho de Revisão Institucional (IRB), um comitê de ética independente, que neste caso foi composto por um grupo heterônomo de médicos locais de hospitais particulares em Rudrapur, um funcionário do alto escalão da Universidade de Pantnagar e um burocrata aposentado do Departamento de Saúde do Estado de  Uttar Pradesh.

Geralmente, IRBs são consultados para serem obtidas permissões após a aprovação da Controladoria-Geral de Drogas do Ministério da Saúde e Bem-Estar da Índia (DCGI). Porém, nesse caso, o Dr. Bansal disse que tal aprovação não era necessária, uma vez que os indivíduos participantes dos ensaios estariam clinicamente mortos.

"Os regulamentos aplicam-se apenas aos pacientes vivos. Vamos 'recrutar' pessoas que estejam com morte cerebral. Já registramos o ensaio na CTRI (sigla em inglês para "Registro de Ensaios Clínicos da Índia"), que é o único requisito, uma vez que existe uma certa névoa, legalmente falando, quando se trata de realizar experimentos em pacientes com morte encefálica", reconheceu o Dr. Bansal.

Geralmente, IRBs são consultados para serem obtidas permissões após a aprovação da Controladoria-Geral de Drogas (DCGI) do Ministério da Saúde e Bem-Estar da Índia. Porém, nesse caso, o Dr. Bansal disse que tal aprovação não era necessária, uma vez que os indivíduos participantes dos ensaios estavariam clinicamente mortos.
Durante a entrevista, ele mostrou onde os pacientes seriam acomodados, muito embora ele ainda não houvesse "recrutado" nenhum paciente. Ele também esclareceu, que enunca afirmou que poderia reverter a morte cerebral ou reanimar os pacientes. Quando questionado sobre sua prática como cirurgião ortopedista, o Dr. Bansal disse que era um especialista no sistema nervoso central. Ele alegou que "a fisiopatologia era a mesma coisa", portanto ele não precisava ser neurocientista, visto que não iria abrir os pacientes. Vale lembrar nesse ponto que a fisiopatologia é o estudo das funções anormais ou patológicas dos vários órgãos e aparelhos do organismo. Já a neurologia é a especialidade que se dedica ao diagnóstico e tratamento das doenças que afetam o sistema nervoso. Porém, para o Dr. Bansal, ambas eram a mesma coisa.

A situação em relação ao Dr. Himanshu Bansal piorou com a publicação de uma matéria no site "The Wire India" onde suas credenciais como pesquisador da terapia com células-tronco em relação a neuroregeneração foram amplamente questionadas. Seu curriculum vitae dizia que ele tinha mestrado e bacharelado em Cirurgia, que tinha um interesse particular em lesões da medula espinhal, e que tinha aprendido sobre pesquisas com células-tronco durante diversas "visitas" a organizações de pesquisa, tal como o Instituto de Medicina Experimental, em Praga. Ele também era autor de cinco publicações documentando ensaios de terapia com células-tronco para uma variedade surpreendente de condições médicas: cegueira devido a intoxicação por metanol, autismo, doença do neurônio motor, paralisia cerebral e lesão da medula espinhal. Todos os estudos apareciam no periódico "Journal of Stem Cells", onde blogueiros acadêmicos já tinham classificado o mesmo como "predatório", visto que os artigos eram publicados no periódico, sem a revisão de pares, em troca do pagamento de uma taxa. Além disso, seus estudos estavam repletos de problemas metodológicos. Para completar, quatro estudos de Bansal apareciam na mesma edição, na qual ele tinha sido o editor.

Todos os estudos apareciam no periódico "Journal of Stem Cells", onde blogueiros acadêmicos já tinham classificado o mesmo como "predatório", visto que artigos eram publicados no periódico, sem a revisão de pares, em troca do pagamento de uma taxa
Um dos seus estudos documentava os casos de cinco pessoas que tinham ficado cegas após o consumo de metanol, e foram supostamente curadas por Bansal através do uso de injeções de células-tronco. Contudo, de acordo com Dorairajan Balasubramanian, presidente da Força-Tarefa da Índia para Pesquisas sobre Células Estaminais, responsável por criar diretrizes para a pesquisa com células-tronco no país, o estudo apresentava uma série de inconsistências. A quantidade do concentrado de células-tronco que Bansal afirmou ter injetado na região posterior do globo ocular seria muito alta (cerca de 2 ml), visto que isso poderia causar edema.

O estudo também dizia, que 240 ml de medula óssea teriam sido coletadas como fonte de células estaminais. A extração de tanta medula óssea seria injustificável, visto que transplantes semelhantes de células-tronco usariam quantidades muito menores. Outros problemas também foram apontados, porém acredito que a leitura ficaria extremamente cansativa para vocês. De qualquer forma, é possível ter uma ideia da gravidade dos problemas.

Contudo, de acordo com Dorairajan Balasubramanian, presidente da Força-Tarefa da Índia para Pesquisas sobre Células Estaminais, responsável por criar diretrizes para a pesquisa com células-tronco no país, o estudo apresentava uma série de inconsistências
Outra grande preocupação com o trabalho de Bansal era a quantidade exata de ensaios listados em seus cinco artigos, que estariam de fato registrados na CTRI ("Registro de Ensaios Clínicos da Índia"), uma vez que esses registros passaram a ser a obrigatórios na Índia, desde 2009. Em email enviado ao site "The Wire India", Bansal alegou que não sabia que tais registros eram obrigatórios. O site do CTRI mostra apenas três desses ensaios realizados por Bansal, mas nada de autismo, paralisia cerebral ou doença do neurônio motor. Isso levantou a questão para saber se esses ensaios tinham sido realizados de maneira ilegal, uma vez que a Índia não permitia o uso de células-tronco para tratar quaisquer doenças, exceto indicações comprovadas, tais como: distúrbios e cânceres do sangue. Em todas as outras indicações, um ensaio clínico deveria ser conduzido. A proibição foi introduzida em 2014 para combater a exploração desenfreada de pacientes considerados vulneráveis, por médicos que ofereciam tratamentos de células-tronco não comprovados para diversas condições, assim como, por exemplo, para o tratamento da queda de cabelo.

Para não me alongar ainda mais nesse assunto, visto que há muito material questionando os trabalhos e o discurso proferido pelo Dr. Himanshu Bansal, a matéria expressou as considerações de Geeta Jotwani, diretora-geral adjunta do Conselho de Pesquisa Médica da Índia (ICMR), dizendo que o Dr. Bansal nunca compartilhou o protocolo de seu ensaio com a Controladoria-Geral de Drogas, optando, em vez disso, por perguntar através de uma simples consulta se havia algum regulamento para pesquisas sobre indivíduos com morte cerebral na Índia. Quando a Controladoria-Geral de Drogas respondeu que não havia, o Dr. Bansal teria "entendido", que seu ensaio estaria isento. Segundo, Geeta Jotwani esse teria sido um mau uso e uma má interpretação das palavras da Controladoria-Geral. Além disso, um problema com o argumento de que a pesquisa com indivíduos com morte cerebral não está regulamentada na Índia, é que na eventualidade do ensaio clínico ser bem-sucedido, os indivíduos não estarão mais mortos.

Geeta Jotwani, diretora-geral adjunta do Conselho de Pesquisa Medica da Índia (ICMR)
Enfim, para completar toda essa saga, em entrevista ao "The Wire India" o Dr. Bansal disse que não fazia ideia do que faria com os indivíduos caso ele conseguisse reanimá-los. Ele se limitou a dizer que, quando a mídia descobriu essa "falha" no projeto, ele adquiriu uma "apólice de seguros" no valor de 5 milhões de rúpias (cerca de R$ 245.000 pela cotação atual e oficial) para tratar e dar apoio aos indivíduos caso retornassem da morte cerebral. Isso para não mencionar os inúmeros problemas éticos em relação ao consentimento por parte dos familiares. O site "The Wire India" chegou a pedir para ver o formulário, que seria preenchido pelos familiares, porém o Dr. Bansal disse que não podia compartilhar o mesmo, porque era um documento "inovador" e "particular."

De qualquer forma, no dia 11 de novembro do ano passado, o ICMR removeu o "ReAnima" do registro de ensaios clínicos da Índia, após identificar diversas falhas regulatórias nos ensaios sugeridos, incluindo a falta de aprovação por parte da Controladoria-Geral de Drogas. Apesar do Dr. Bansal reclamar da atitude do ICMR dizendo que o mesmo não tinha competência para fazer tal avaliação, o cancelamento do registro do "ReAnima" colocava um fim na tentativa de realizar tais experimentos na Índia. Por outro lado, Ira Pastor, presidente executivo da BioQuark, disse que isso não impediria a empresa de levar adiante os ensaios e que, se necessário, conduziria os mesmos fora da Índia, ou seja, em algum outro país do mundo. É justamente sobre esse "planejamento", que vocês vão conhecer a partir de agora.

A Bioquark Realizará Ensaios Para Tentar "Ressuscitar os Mortos" em Algum País da América Latina? A Empresa Tem Realmente Capacidade Para Fazer Isso?


No início do mês de junho desse ano, diversos sites internacionais de notícias divulgaram algo no mínimo inusitado. Foi simplesmente mencionado que a Bioquark iria tentar "ressuscitar os mortos" em algum país da América Latina. Entre esses sites estava, é claro, o britânico Daily Mail, cujo texto inicialmente mencionava novamente, que as primeiras tentativas de "trazer as pessoas de volta do mundo dos mortos" estavam programadas para começar este ano. Na ocasião, Ira Pastor havia revelado que, em breve, estaria testando um método sem precedentes de células-tronco, em um país que ele não quis citar qual era, na América Latina, mas que os detalhes seriam revelados nos próximos meses. Ainda segundo o presidente executivo da Bioquark, eles planejavam testar diretamente em seres humanos, sem que houvesse testes preliminares em animais.

Curiosamente, o texto se limitava a dizer que a fase inaugural dos ensaios provavelmente seguiria os mesmos "procedimentos" apresentados no ano passado, dizendo que, inicialmente, Ira Pastor e seu colaborador, o Dr. Himanshu Bansal, um cirurgião ortopedista, planejaram realizar os primeiros testes na Índia. Porém, o pequeno texto publicado pelo Daily Mail não dizia quem era o Dr. Himanshu Bansal, e alegou que, "dias depois de anunciar suas ambições" o Conselho de Pesquisa Médica da Índia impediu que ambos realizassem tais ensaios no país.Isso é mentira. Sinceramente, se não fosse pelo empenho da mídia em mostrar quem era o Dr. Himanshu Bansal, suas credenciais, suas declarações de que ele aguardava por pacientes (leia como "vítimas") devido a precariedade da local onde seu "hospital" se encontrava (que não teve nenhuma foto interna divulgada, diga-se de passagem), provavelmente a Índia ainda seria um país a ser considerado.

Na ocasião, Ira Pastor havia revelado que, em breve, estaria testando um método sem precedentes de células-tronco, em um país que ele não quis citar qual era, na América Latina, mas que os detalhes seriam revelados nos próximos meses. Ainda segundo o presidente executivo da Bioquark, eles planejavam testar diretamente em seres humanos, sem que houvesse testes preliminares em seres humanos
No entanto, o que mais me impressionou é que o texto publicado no Daily Mail, que contava com uma imagem genérica, e o mesmo vídeo divulgado pelo Ira Pastor há mais de 4 anos, obteve cerca de 169.000 compartilhamentos. Não me lembro de um texto dessa natureza ser tão amplamente compartilhado assim ao longo do tempo que escrevo para vocês. Talvez isso tenha acontecido devido a esperança das pessoas, de que os mesmos teriam capacidade de reverter a morte cerebral. De qualquer forma, sabemos que, na prática, não é bem assim que as coisas funcionam.

O site "STAT", que por sua vez é voltado para notícias relacionadas a saúde, consultou o Dr. Charles Cox, um cirurgião pediátrico que realizou pesquisas com células estaminais mesenquimatosas - o mesmo tipo que pretendem utilizar nos ensaios - no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em Houston, nos Estados Unidos. Aliás, Cox não possui envolvimento no trabalho da Bioquark.

"Não é a coisa mais absurda que já ouvi, mas acho que a probabilidade de que funcione seja próxima de zero", disse o Dr. Charles Cox, acrescentando que alguns estudos descobriram, que as células de uma parte do cérebro chamadas de subventricular podiam crescer em cultura mesmo depois que uma pessoa fosse declarada como morta. No entanto, seria improvável que o resultado pretendido do ensaio, ou seja, ter um tratamento com células-tronco resultando em novos neurônios ou conexões, realmente desse certo. Os neurônios provavelmente lutariam para sobreviver, visto que o fluxo sanguíneo para o cérebro quase sempre era perdido em pessoas que tinham morte cerebral.

O site "STAT", que por sua vez é voltado para notícias relacionadas a saúde, consultou o Dr. Charles Cox (na foto), um cirurgião pediátrico que realizou pesquisas com células estaminais mesenquimatosas - o mesmo tipo utilizado no teste - no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em Houston, nos Estados Unidos. Aliás, Cox não possui envolvimento no trabalho da Bioquark
"Acredito que (reviver alguém) tecnicamente seria um milagre. Acho que o Papa chamaria isso tecnicamente de um milagre", completou. Além disso, no ano passado, a neurologista Dra. Ariane Lewis, do Centro Médico Langone, em Nova York, e o professor de bioética Dr. Arthur Caplan, da Univerdade de Nova York, escreveram em um editorial, que o ensaio "beirava a charlatanice", "não tinha fundamento científico", e dava às famílias "uma cruel e falsa esperança de recuperação." Vale lembrar nesse ponto que o Dr. Arthur Caplan também já tinha se posicionado contra o chamado "transplante de cabeça."

O site IPSCell, que na verdade é uma espécie de blog do Laboratório Knoepfler, da Escola de Medicina do Campus de Davis, da Universidade da Califórnia, chegou a mencionar que esse tipo de pesquisa não era uma boa ideia. Em vez disso, em termos de neurologia, fazia mais sentido concentrar energia, recursos e tempo, na utilização de células-tronco para tentar obter um efeito regenerativo no sistema nervoso de pessoas plenamente vivas, que sofrem de distúrbios neurológicos. Existem estudos promissores nesta área sobre pacientes vivos com base em dados concretos.

Além disso, no ano passado, a neurologista Dr. Ariane Lewis, do Centro Médico Langone, em Nova York, e o professor de bioética Dr. Arthur Caplan (na foto), da Univerdade de Nova York, escreveram em um editorial, que o ensaio "beirava a charlatanice", "não tinha fundamento científico", e dava às famílias "uma cruel e falsa esperança de recuperação."
Um leitor atento do IPSCell notou que, após anunciar que o procedimento seria realizado em algum país da América Latina, a equipe da Bioquark ainda manteve o status de que estava "recrutando" pacientes no Hospital Anupam, na Índia, sendo que a última atualização sobre isso tinha sido realizada no dia 15 de junho, ou seja, cerca de duas semanas após dizer que tinham "desistido" da Índia. Segundo a opinião desse leitor, isso levantava a suspeita de que a Bioquark estava desesperada para conseguir algum investimento financeiro. É interessante notar que, tanto a estrutura interna da Bioquark quanto do Hospital Anupam não parecem condizer com a suposta grandiosidade do que esperam realmente fazer e anunciar para o mundo.

Ontem (19), o britânico Daily Mail voltou a tocar nesse assunto, talvez para tentar validar a história de vida e as eventuais credenciais do Dr. Sergei Paylian, o fundador da Bioquak. O texto inicialmente mencionava que Sergei Paylian, 66 anos, tinha apenas 14 anos quando ficou horrorizado com a morte do jovem e cativante vizinho na cidade de Tbilisi, capital da Geórgia (o país, não o estado norte-americano). Seu caixão aberto foi conduzido pela rua, ao som de uma música (supostamente devido a uma "tradição soviética local"), e aquela teria sido a primeira vez que o jovem Sergei tinha sido confrontado em relação a sua própria mortalidade. Isso teria despertado nele uma obsessão ao longo do tempo com a questão do "envelhecimento", e como reverter isso.

Sergei Paylian, 66 anos, tinha apenas 14 anos quando ficou horrorizado com a morte de seu jovem e cativante vizinho na cidade de Tbilisi, capital da Geórgia (o país, não o estado norte-americano)
Seu laboratório, que mais parecia com um consultório de um dentista, no estado norte-americano da Flórida havia se tornado seu quartel-general. Ele explicou o resultado de uma vida inteira de pesquisas: um extrato purificado que ele chamada de "Bioquantine", uma "combinação de produtos biológicos" incorporando outras espécies, tais como sapos. E, no futuro, tubarões, que ele acreditava serem a chave para curar doenças, e até mesmo a morte. Segundo Sergei, quando injetado em seres humanos, o "Bioquantine" encontraria células doentes ou danificadas e ajudava a restaurá-las para um estado mais saudável.

A empresa que Dr. Sergei Paylian fundou, a Bioquark, faz parte de um projeto mais amplo chamado ReAnima, cujo objetivo seria "explorar o potencial da tecnologia biomédica de ponta para neuroregeneração humana e neuro-reanimação." Sergei estaria presente no chamado "conselho consultivo" internacional da ReAnima, que já estaria se preparando para realizar tratamentos experimentais na América Latina, em pacientes que sofreram perda completa e irreversível de função cerebral ou morte cerebral. O procedimento envolvia a coleta de células-tronco do próprio sangue do paciente, e injetando-as de volta ao corpo; a injeção de "Bioquantine" na medula espinhal do paciente; e a realização por 15 dias de estimulação do nervo mediano com laser, além do monitoramento dos pacientes usando exames de ressonância magnética.

Seu laboratório, que mais parecia com um consultório de um dentista,
no estado norte-americano da Flórida havia se tornado seu quartel-general
O objetivo inicial é reiniciar a capacidade do corpo, sem ajuda, de bombear o coração e o ato de respirar. Aparentemente, ninguém estava esperando que o tratamento reanimasse imediatamente os pacientes para que "pulassem de suas camas", mas o projeto visava estabelecer as bases para o futuro, de "desenvolvimentos adicionais", que poderiam aumentar os níveis de consciência e recuperação. Também foi mencionado que a Índia havia rejeitado o prosseguimento dos ensaios no país, embora a Bioquark tivesse recorrido a Suprema Corte da Índia, visto que algumas famílias deram apoio e "ofereceram" familiares para essa finalidade. Além disso, o Dr. Sergei Paylian reconheceu que enviou centenas de artigos científicos, mas raramente os mesmos foram publicados, e ninguém o parabenizou por algo que ele considerava ser uma descoberta que poderia mudar a forma como vemos e tratamos as doenças.

O texto citou um homem chamado Cody Smith, professor assistente de Ciências Biológicas na Universidade de Notre Dame, no estado norte-americano de Indiana, explicando que a comunidade científica vem estudando há anos outros organismos para ver se os seres humanos podem aprender a replicar suas propriedades regenerativas.

"A ideia é que, se você conseguir encontrar o que eles fazem de maneira diferente do que os humanos, então você pode ativá-lo de alguma forma ou desativá-lo em um ser humano - e fazê-lo se regenerar assim como os anfíbios e outros organismos", disse o Dr. Smith, que estuda peixes-zebra. Aliás, ele não comentou especificamente sobre os planos da Bioquark, supostamente devido a sua falta de familiaridade com os detalhes de sua ciência. Porém, outras universidades contatadas ficaram relutantes em indicar alguém para falar diretamente sobre os "esforços da ReAnima."

Além disso, o Dr. Sergei Paylian reconheceu que enviou centenas de artigos científicos, mas raramente os mesmos foram publicados e ninguém o parabenizou por algo que ele considerava ser uma descoberta que poderia mudar a forma como vemos e tratamos as doenças.
O Dr. Sergei Paylian, no entanto, parecia estar esperando por um milagre e dizia que reverter os efeitos do envelhecimento, das doenças e até mesmo da morte sempre foi seu "sonho final" desde o funeral do vizinho, que deixou essa "marca" nele.

"Fiquei tão chocado. Chegará o momento em que tudo desaparecerá. Como podemos ter uma habilidade tão única de raciocinar e ao mesmo tempo temos que morrer, de alguma forma, no futuro? Quando criança tive medo disso, foi quando comecei a coletar informações sobre o processo de envelhecimento, porque todo mundo morre, tanto mosquitos quanto seres humanos. Parece que algum programa está funcionando, e o programa é diferente entre seres humanos, cães, baratas, todos eles têm programas diferentes", disse o Dr. Sergei Paylian, enquanto sua sorridente esposa russa, chamada Tatyana - que também é sua assistente de laboratório - concordava com a cabeça.

"Fiquei fascinado com esse poder do envelhecimento, porque todas as espécies biológicas eventualmente morrem, sendo especialmente injusto com os seres humanos. Temos uma capacidade tão grande de raciocinar e criar tanto nas Artes quanto nas Ciências, e mesmo assim, ao final da sua vida, aos 80 anos de idade, você ainda é capaz de pensar com clareza e fazer muitos outros trabalhos benéficos. Porém, infelizmente, o envelhecimento tem seu preço. Então, esse era praticamente o grande desafio. Pensei que deveria haver algum mecanismo que nos permitisse modificar de alguma forma o processo de envelhecimento e, de alguma forma, torná-lo reversível", continuou.

O Dr. Sergei Paylian, e sua esposa russa chamada Tatyana, que também é sua assistente de laboratório
O Dr. Sergei Paylian disse que estudou Biofísica e Biologia Molecular na União Soviética, e teria trabalhado no Instituto de Morfologia Experimental, em Tbilisi, e no Instituto de Gerontologia, em Kiev, na Ucrânia, porém a ciência comum não teria oferecido as respostas que ele procurava. Ele disse que, em um determinado momemento, não queria mais trabalhar de maneira "comum", mas não quis chamar o campo que entrou de "obscuro", apenas de um campo onde ninguém estaria entrando. O Dr. Sergei disse que era contra o uso de medicamentos potentes para matar células cancerosas, contra a radiação, a radioterapia e até mesmo contra cirurgias, "porque não era dado ao paciente a oportunidade de entender o que estava acontecendo com o crescimento do câncer." Ele alegou que preferia trabalhar com células cancerosas para tentar revertê-las ao seu estado estado pré-cancerígeno sem nenhum medicamento.

Segundo Sergei, eles descobriram que as células têm uma memória do passado, memórias de um estado saudável, "porque o passado geralmente está associado à saúde, e futuro com a doença." Ele disse acreditar que a reprogramação é o futuro da terapia médica, acrescentando que deve haver uma espécie de "gatilho" identificável, que seja capaz de reverter as células para um estado normal, anterior a doença.

De acordo com Sergei, ele continuou seus estudos e trabalhou na Europa Oriental antes de imigrar para os Estados Unidos, na década de 1990, porque queria ter mais "liberdade de escolha." Na União Soviética um ser humano não podia expressar seus pensamentos, tanto nas Artes quanto nas Ciências. Ele teria chegado a trabalhar nos Estados Unidos, porém ficou desanimado com a falta de entusiasmo e financiamento para seus projetos, eventualmente trabalhando na tradução de documentos.

De acordo com Sergei, ele continuou seus estudos e trabalhou na Europa Oriental antes de imigrar para os Estados Unidos na década de 1990, porque queria ter mais "liberdade de escolha." Na União Soviética um ser humano não podia expressar seus pensamentos, tanto nas Artes quanto nas Ciências.
"Larguei a ciência", disse o Dr. Sergei Paylian, que possui três filhos com esposa Tatyana, e um filho de um relacionamento anterior. Ele e sua esposa construíram uma cabana em Wisconsin, e desfrutaram temporariamente de uma vida tranquila na natureza. Porém, o dinheiro teria acabado e ele achou o momento certo de publicar suas ideias, visto que isso poderia lhe render dinheiro. Ele publicou suas ideias sobre a reprogramação em um site científico, procurando financiamento, mas passou meses recebendo telefonemas irritantes de corretores, que queriam dinheiro para intermediar a conexão com os investidores, até que um belo dia, ao telefone, teria surgido o Ira Pastor, um empresário farmacêutico, que atualmente era o presidente executivo da Bioquark.

Assim sendo, o Dr. Paylian teria começado a realizar mais pesquisas com melhores recursos e atualmente trabalhava em um laboratório de 600 m² na cidade de Tampa, na Flórida, a poucos quilômetros de sua residência. O texto mencionou que o local era um espaço indescritível, composto por escritórios, em um único andar, bem decorado e radiante. Além de usar o "Bioquantine" para práticas de terapia, o mesmo também era incorporado em produtos cosméticos e dermatológicos que eles vendiam. No dia que um correspondente do Daily Mail visitou o laboratório não havia animais, mas seria comum o espaço abrigar sapos, peixes, e até mesmo tubarões - para estudar e utilizar suas qualidades regenerativas - assim como ratos onde o "Bioquantine" seria testado. O laboratório abrangia três salas com equipamentos científicos, assim como a sala de espera e um banheiro. Um local que não parecia com o nascimento de uma tecnologia semelhante a que deu origem ao Frankenstein.

Era nesse local que ele pesquisava e estudava as "bioquantinas" (que resultava no chamado "Bioquantine") supostamente rejuvenescedoras. As mesmas englobavam material biológico purificado e extraído de outras espécies, cuja biologia permitia a regeneração, com células revertidas para as "condições primordiais" através da estimulação elétrica. A pesquisa teria começado com sapos da espécie Xenopus laevis, e expandido desde então. Porém, o Dr. Sergei não deu maiores explicações sobre isso.

No dia que um correspondente do Daily Mail visitou o laboratório não havia animais, mas seria comum o espaço abrigar sapos, peixes, até tubarões - estudando e utilizando suas qualidades regenerativas - assim como ratos onde o "bioquantine" seria testado
A pesquisa teria começado com sapos da espécie Xenopus laevis, e expandido desde então.
"O peixe zebra tem uma incrível oportunidade de rejuvenescer até mesmo o tecido neural. Se você corta uma parte do cérebro, ele se regenera. Se você corta uma parte do coração, ele se regenera. E, então, também adicionamos tubarões... eles são os mestres da regeneração. Os tubarões são uma espécie de 450 milhões de anos, uma das espécies mais antigas desse planeta - e eles se lembram de coisas que as demais espécies não se lembram. É por isso que coletamos o material do tubarão, especialmente como um componente sanguíneo", disse o Dr. Sergei Paylian.

"A partir disso, entendi que tropecei em algo incomum, mágico e interessante, o que me atraiu imediatamente. Esse foi um grande sentimento que tive, porque se você possui em suas mãos um mecanismo que pode reverter células patológicas em células normais, isso quer dizer que, se podemos fazer com a célula, isso significa que podemos fazer com tecido, visto que tecido consiste de células. Então, poderíamos fazer com órgãos, e convertê-los em estágios mais jovens, podendo realmente rejuvenescer seres humanos", continuou, acrescentando que ao injetar as tais "bioquantinas", as mesmas teriam ajudado os pacientes em tudo, desde paralisia cerebral, problemas de tireoide, e até doenças renais, muito embora as razões de sua eficácia continuem sendo um mistério.

"Como as bioquantinas funcionam ninguém sabe, incluindo nós mesmos. Não sabemos o que está acontecendo, como isso funciona, como isso se modifica. Cada tecido libera algum tipo de sinal de alerta: 'Ei, não me sinto bem, venha aqui e me ajude'. Aparentemente, as bioquantinas leem esses sinais, vão até determinada região e interagem com algumas moléculas de lá, micromoléculas. Acreditamos que esse seja o início do processo de cura. Contudo, tudo isso pode ser melhor rastreado, com estudos mais amplos, que obviamente precisam de dinheiro para serem realizados", completou, acrescentando que todos os experimentos teriam sido conduzidos em outros países, uma vez que o uso de bioquantinas em seres humanos não é aprovado pelo FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos), sendo que o Dr. Paylian disse não ter dinheiro suficiente para realizar a pesquisa necessária para obter essa aprovação.

Todos os experimentos teriam sido conduzidos em outros países, uma vez que o uso de bioquantinas em seres humanos não é aprovado pelo FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos), sendo que o Dr. Paylian disse não ter dinheiro suficiente para realizar a pesquisa necessária para obter essa aprovação
"Estamos mais focados na produção, o que pode ajudar milhões de pessoas, incluindo crianças. Nosso principal objetivo no momento é ajudar as pessoas, não coletar dados de biologia molecular, resultados. Há muitos séculos que sofremos, há milhares de anos os seres humanos estão sofrendo devido a muitas doenças. Atualmente, temos cerca de 6.500 tipos diferentes de doenças. Somos uma civilização muito doente. Isso nos deixa tristes, porque merecemos uma saúde muito melhor - e acho que... a terapia de bioquantinas baseada em reprogramação pode ajudar as pessoas a serem mais saudáveis.", disse o Dr. Paylian.

Aliás, o Dr. Sergei Paylian disse que em um determinado ponto de sua pesquisa, ele estava muito envolvido nos estudos sobre o envelhecimento e acabou pensando, o que aconteceria se isso fosse aplicado a pessoas declaradas como mortas, quando o cérebro para de funcionar, algo que ele acreditava ser "um limite sensível" para tentar aplicar bioquantinas e células-tronco para tentá-los trazer novamente a vida.

"Se pudermos fazer você respirar de forma independente, e seu coração estiver batendo de forma independente, você está vivo. Você não está acordado, mas você está coma, e não está em um coma irreversível, ou seja, isso seria um passo importante. Algumas pessoas dizem isso que não é bom, que seria uma péssima qualidade de vida, porém posso argumentar que morrer, provavelmente é uma qualidade de vida pior do que estar vivo. A questão é a existência de uma linha contínua de consciência. Existe a morte cerebral ou o coma irreversível. Um passo depois é o coma, sendo que há muitas etapas em relação a isso. Acima do coma é estado vegetativo persistente, e acima disso é o estado minimamente consciente - e acima disso, você está acordado", completou o Dr. Paylian.

"Então, nosso objetivo é progredir nessa sequência, mas temos que fazer isso de forma gradual. Isso não é mágico, mas uma progressão que normalmente acontece na natureza, e temos apenas um caminho para ser seguido em relação a isso, nesse momento", finalizou.

Comentários Finais


Não sei quanto a vocês, mas é possível notar que toda essa história é repleta de contradições. Primeiramente, é importante destacar que a maioria das matérias consideradas "exclusivas" do Daily Mail são extremamente "cinzas", ou seja, parciais. Em segundo lugar, talvez vocês não tenham acesso aos textos originais rotineiramente publicados, em inglês, visto que muitas vezes vocês absorvem a informação de sites de "curiosidades" ou então "pseudoinformativos", que na verdade visam mais fornecer um entretenimento barato, tal como um programa dominical, do que realmente informar. Porém, é muito comum, principalmente quando o texto trata de assuntos altamente questionáveis, e que carecem de provas adicionais, vocês encontrarem uma espécie de respaldo velado para mostrar que uma determinada pessoa é pai ou mãe de família, e que tem filhos, como isso fosse uma "credencial de credibilidade." Talvez isso significasse algo no século XIX, e talvez ainda signifique para muitas pessoas, que acreditam nesse quesito (visto que isso ainda é mencionado), mas não significa absolutamente nada, quando não se consegue fazer de forma limpa, honesta e ética o que se tem em mente. Vimos o que aconteceu na Índia, que na verdade foi um verdadeiro fiasco. Meses depois, nos deparamos com uma outra matéria do mesmo veículo de imprensa, como se a culpa fosse das autoridades indianas, e que um novo país, da América Latina (novamente o chamado "Terceiro Mundo") seria agraciado por algo milagroso e revolucionário, e que todos deveriam ser gratos por receber essa oportunidade única de tratamento. Dizem a mesma coisa das vacinas aplicadas em massa em países africanos, dos mosquitos geneticamente modificados e disseminados pelas mais diversas regiões do Brasil, e assim por diante. Infelizmente, nenhum país da América Latina ou do "Terceiro Mundo" será abençoado, pelo contrário, somos tão somente celeiros de cobaias, e para melhorar a situação nos multiplicamos rapidamente.

Antigamente, quando havia apenas o posicionamento do Ira Pastor sobre seus planos, ainda acreditava que pudesse haver algo minimamente técnico envolvido em toda essa história. Porém, com as declarações do Dr. Sergei Paylian dizendo que a "morte era uma qualidade de vida melhor do que o coma", que suas "bionquatinas" não tinham aprovação da FDA, mas que ele as colocava em seus dermocosméticos, que estavam disponíveis para compra de qualquer cidadão norte-americano ou quem sabe "quando ele se deparou com algo milagroso, mas que posteriormente tratou como se não fosse milagre, ou melhor, que ele nem sabia como explicar o que tinha em mãos, realmente pude notar que não existe muita realidade em toda essa história. Como não olhar para isso e pensar da mesma forma que o Arthur Caplan, o professor de Bioética da Universidade de Nova York, e dizer que isso flerta ou beira a charlatanice? Aliás, alguém se lembra da época que se vendiam pílulas de cartilagem de tubarão ou óleo de fígado de tubarão, no Brasil? Foi uma febre, todos queriam ficar saudáveis e compravam ao ligar para números, que apareciam constantemente na TV. Pois bem, além de não servir para nada, cientistas da Universidade de Miami, nos Estados Unidos disseram que a cartilagem de tubarão "poderia" aumentar o risco de mal de Alzheimer e doenças neurodegenerativas (muito embora os suplementos não tivessem sido diretamente analisados). Muitas pessoas podem acreditar que as grandes indústrias ou que os "Illuminatis" não queiram que as pessoas fiquem bem e saudáveis, mas a quantidade de pessoas que querem se aproveitar da esperança e do dinheiro dessas mesmas pessoas, talvez seja exatamente a mesma ou maior do que aqueles que colocam um medicamento à venda na prateleira de uma farmácia.

Evidentemente, devemos ter esperanças, e cada um sabe o sofrimento que passa, mas é necessário ter cautela para que o benefício de um grupo não resulte em danos irreparáveis em outros. É por isso que existem estudo científicos sérios, que sejam efetivamente analisados por pares, e que mostrem exatamente a eficácia do que é proposto. Não basta ter apenas uma boa ideia, uma boa vontade e dizer as pessoas que é possível trazer um ente querido de volta à vida após ser detectada uma morte cerebral. Torço, efetivamente, para que um dia não precisemos chegar ao ponto de reverter uma morte encefálica, mas que possamos compreender melhor a morte, entender que esse é um ciclo natural, termos uma consciência do quão necessário e importante é o ciclo da vida ou quem sabe prolongá-lo. Sentir em nossos corações o valor de uma despedida, e saber que tudo naturalmente se renova em nossas vidas, assim como em nosso planeta. Obviamente, não tenho como dizer a uma mãe, que vê diariamente um filho com morte cerebral em uma UTI, mas que ainda escuta o seu coração batendo, que não possa existir uma chance, atualmente, de trazê-lo novamente aos seus braços. Talvez exista ou venha existir, mas a resposta nunca será obtida tão rapidamente, e ainda mais enquanto formos cobaias com números nas costas. E, assim como ouvi certa vez, sempre fujam daqueles que lhes prometem ajoelhados um mundo melhor, visto que todas as vezes que tentaram fazer isso na história da humanidade, resultou em milhões de mortos.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/146morte_encefalica.html
http://reanima.tech/research/bioquark-inc-and-revita-life-sciences-receive-irb-approval-for-first-in-human-brain-death-study/
http://reanima.tech/research/could-we-soon-reverse-death-reanimation-firm-is-looking-for-ways-to-bring-brain-dead-people-back-to-life/
http://reanima.tech/research/exclusive-by-2017-humans-will-uncover-the-secrets-of-life-says-death-reversion-proponent-ira-pastor/
http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/564197/morte+cerebral+ou+morte+encefalica+o+que+e.htm
http://www.beckersspine.com/spine/item/29548-bioquark-revita-life-sciences-partner-on-regenerative-medicine-for-spinal-cord-injuries-4-points.html
http://www.dailymail.co.uk/health/article-4573914/US-firm-try-reawakening-dead-Latin-America.html
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4710672/Man-wants-bring-BRAIN-DEAD-life.html
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-3553644/Could-death-soon-REVERSIBLE-Reanimation-firm-looking-ways-bring-brain-dead-people-life.html
http://www.healthaim.com/exclusive-2017-humans-will-uncover-secrets-life-says-death-reversion-proponent-ira-pastor/52956
http://www.independent.co.uk/news/science/us-companies-given-permission-to-try-and-bring-people-back-from-the-dead-a7013786.html
http://www.medicaldaily.com/brain-dead-back-life-coma-stem-cells-384654
http://www.parentherald.com/articles/41338/20160505/clinical-trial-brain-death-approved-bring-dead-back-life.htm
http://www.sciencealert.com/a-biotech-company-has-been-given-permission-to-try-and-bring-dead-brains-back-to-life
http://www.sciencemag.org/news/2016/11/experiment-raise-dead-blocked-india
http://www.telegraph.co.uk/science/2016/05/03/dead-could-be-brought-back-to-life-in-groundbreaking-project/
http://www.thehindu.com/news/national/a-strange-project-to-revive-the-brain-dead/article8601787.ece
https://arstechnica.com/science/2017/06/quack-trial-to-resurrect-brain-dead-folks-revived-with-new-location/
https://clinicaltrials.gov/ct2/show/study/NCT02742857?term=bioquark&rank=1
https://ipscell.com/2017/06/bioquark-reawaken-the-dead-with-stem-cells-plan-zombie-fodder/
https://nextshark.com/ira-pastor-bioquark-interview/
https://thewire.in/43315/apex-medical-research-body-questions-trial-to-reverse-brain-death/
https://www.statnews.com/2017/06/01/brain-death-trial-stem-cells/

Top 7 Vezes que os ETs Entraram em Contato!

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"Viemos em Paz". Essa é a mensagem que esperamos que se uma civilização extraterrestres aparecer por aqui diga. Mas você sabia que existem diversas histórias de mensagens enviadas por alienígenas? Sim, e eu vou trazer algumas delas para vocês. Os ETs já mandaram mensagens de esperança, de ameaça e até nos esnobaram! Vamos conhecer sete dessas mensagens.

Fala Assombrados! Hoje eu vim trazer para vocês um compilado que fazia muito tempo que queria trazer para vocês, mostrando sete vezes que os extraterrestres enviaram sinais para nós. Eu coloquei na minha cabela que só iria fazer depois que fizesse um especial sobre a Floresta de Hendlesham, onde uma das mensagens que vou trazer aqui foi transmitida. Como fiz o especial, chegou a hora de trazer para vocês esse compilado! Vamos ver então o que os extraterrestres já disseram para nós...

E já que estamos falando de contato, tenho uma camiseta com uma estampa muito bonita na Loja Assombrada chamada "Contato". Ela mostra seres extraterrestres e uma nave emitindo um feixe de luz na floresta. Além de linda, ela brilha no escuro! Quando liberei o primeiro lote para venda, no dia da publicação do vídeo do Stan Romaneck, elas acabaram no mesmo dia!

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07. O Sinal Wow!

Assombrados, o sinal Wow! é o mais conhecido dos sinais "alienígenas". Só tem um problema, ninguém consegue mostrar que ele é realmente alienígena ou decifrar o que estão querendo dizer.

O sinal foi detectado em 15 de agosto de 1977, a partir do radiotelescópio "Big Ear", da Universidade Estadual de Ohio, no Observatório Perkins, nos Estados Unidos. O Dr. Jerry Ehman estava trabalhando em um projeto para o Instituto de Pesquisa de Inteligência Extraterrestre (SETI). Então, naquela noite, ele notou um sinal surpreendentemente forte em uma coluna de dados alfanuméricos. Com uma caneta vermelha, ele rabiscou a palavra "Wow!" na margem, e circundou a sequência. Acreditava-se que o sinal tivesse vindo de uma região do espaço a noroeste do aglomerado globular M55, que fica a 17.600 anos-luz da Terra. O Dr. Jerry Ehman, no entanto, sempre foi cético quanto a origem, sendo que muitos cientistas acreditavam que o sinal teria partido do nosso próprio planeta.

Em 2016, o Dr. Antonio Paris, professor de Astronomia da Faculdade de São Petersburgo, no estado da Flórida, e cientista-chefe do Centro para Ciência Planetária, propôs uma hipótese argumentando, que um cometa e/ou sua nuvem de hidrogênio eram fortes candidatos para explicar a fonte do sinal "Wow!". Aliás, o objetivo era estudar dois deles: o 266P/Christensen e P/2008 Y2 (Gibbs), que teriam transitado na mesma região e na mesma época em 1977. A diferença é que só descobrimos ambos em 2006, portanto ninguém sabia da existência deles em 1977. Além disso, a próxima passagem do 266P/Christensen seria em janeiro de 2017, ou seja, uma oportunidade única para realizar esse estudo!

E a oportunidade foi aproveitada! Em um recente estudo, ele citou que foram realizadas 200 observações (do Sol, do plano galático, de cometas, entre diversas outras) entre 27 de novembro do ano passado e 24 de fevereiro desse ano. Ele e sua equipe descobriram, que não apenas o 266P/Christensen emitia ondas de rádio na frequência de 1420 MHz (a mesma frequência do sinal "Wow!", mas com pequenas variações), mas outros outros três cometas, que eles selecionaram aleatoriamente: P/2013 EW90  (Tenagra), P/2016 J1-A (PANSTARRS), e 237P/LINEAR. Os resultados dessa investigação concluíram que os espectros cometários são detectáveis a 1420 MHz e, mais importante ainda, que o sinal "Wow!" de 1977 foi um fenômeno natural de um corpo do Sistema Solar!

O problema é que diversos astrônomos, incluindo o próprio Jerry Ehman, o descobridor do sinal "Wow!", estavam céticos quanto aos resultados. Jerry disse que leu o estudo publicado por Antonio Paris e apontou três grandes problemas: o primeiro é que o sinal não se repetiu, e o segundo é que o mesmo apareceu por pouquíssimo tempo e o terceiro é que ele foi um sinal fraco! Portanto, o sinal Wow! continua sendo um mistério não solucionado...

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06. S
inal Captado pela Sonda Cassini da NASA

Em 2004, um estranho sinal foi captado pela sonda Cassini da NASA, quando ela se aproximava do planeta Saturno.

O Professor Donald Gurnett trabalhou com sua equipe da Universidade de Iowa, nos EUA, para tornar o sinal possível de ser escutado pelo ouvido humano.

Em 2007, o perito de audio Jost vanDyke mudou o tom da gravação original e descobriu o sinal secreto, que parecia imitar a voz humana, mas que até então ninguém tinha sido capaz de decifrar.  Para o espanto de todos, como pode ser escutado no vídeo colocado abaixo, a mensagem oculta dizia, em inglês: “you people are urged to drop the earthly impulse“, ou em português (tradução livre do n3m3 do site OVNIHoje), “recomendamos que vocês abandonem seu impulso terrestre”.

Seria este realmente um aviso para nós terráqueos?

Quanto ao especialista em som Jost vanDyke, fala-se que ele é um engenheiro de som altamente respeitado e seu trabalho é exemplar.  Ele teve a visão de reconhecer que havia algo na transmissão, e levantando o tom por 12 pontos, conseguiu decifrar a “impressão de voz”.  Ele declara que não houve nenhum outro ajuste ou manipulação do áudio.  Aparentemente qualquer pessoa pode reproduzir a mensagem, usando a mensagem original da Universidade de Iowa e ajustando o som, usando qualquer software gratuito de manipulação sonora, como por exemplo o Audacity.


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05. A Mensagem Esnobe

O livro está a venda na Amazon
No livro “Alien Encounters: True-Life Stories of Aliens, UFOs and Other Extra-Terrestrial Phenomena”, do autor Rupert Matthews, é relatado um caso surpreendente que teria acontecido na década de 80 durante o governo do presidente americano Ronald Reagan.

De acordo com Matthews, um astrônomo da NASA, a Agência Espacial Americana, a serviço do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), órgão de vigilância por vida extraterrestre, teria testemunhado o contato realizado por mensagens de rádio com uma forma inteligente de vida em uma das luas de Júpiter.

Os astrônomos do SETI detectaram um sinal vindo de Ganimedes, por um breve período de tempo, o que seria um indício de que os extraterrestres estavam ali de passagem. A mensagem teria sido analisada por computadores da época, mas nunca chegou a ser decifrada.

Como o evento não poderia ficar sem uma resposta, o então presidente americano Ronald Reagan foi informado sobre a ocorrência e decidiu enviar uma mensagem, esta em código Morse, para o mesmo ponto da lua de Júpiter em que o sinal de rádio foi detectado. O conteúdo enviado da Terra dizia então: “Recebemos o seu sinal, mas não o entendemos. Por favor, reenvie usando esta linguagem e este código de transmissão”.

Por dias e semanas os astrônomos esperaram uma resposta de Ganimedes, até que cerca de um mês e meio depois a equipe recebeu um novo sinal, do mesmo local, em código morse. A mensagem enviada pelos ETs, de acordo com Matthews, dizia:“Nós não estamos falando com vocês”. É a ironia suprema para os terráqueos: tão preocupados em encontrar outra forma de vida no espaço, fomos jocosamente ignorados em código morse.

O interessante é que Ganimedes, junto com Europa e Calisto (também luas de Júpiter) e Encélado (lua de Saturno) , faz parte de uma lista de luas do Sistema Solar que possuem uma camada de água abaixo de sua superfície, e que portanto, têm chances reais de hospedar a vida como conhecemos.

04. A Mensagem do Satélite Black Knight

Em 1957 a órbita do nosso planeta recebeu seus primeiros dois satélites: Sputnik 1 e 2. Eles emitiam um bipe que muitas pessoas sintonizam seus rádios para ouvir. Outros com melhores equipamentos, tiravam fotos deles, como fez o Dr. Luiz Corrales do ministério de comunicações da Venezuela. Ele estava em Caracas e posicionou sua câmera para tirar uma foto do Sputnik II que passaria sobre a cidade. Ao observar a foto, ele viu que algo estava seguindo a nave, e mais, diferentemente dos Sputnik I e II,  o misterioso satélite orbitava a Terra de leste para o oeste. Os satélites russos e estadunidenses dessa época se deslocavam do oeste para o leste, pois precisavam utilizar a rotação natural da Terra para impulsioná-los em órbita.

Operadores de rádio então, que tentavam ouvir o Beep do Sputnik I começam a receber mensagens do misterioso satélite que está seguindo nosso primitivo satélite. Estes sinais são do tipo LDE (Long Delay Radio ou Ecos de Longo Atraso), ecos das transmissões via rádio que retornam ao próprio transmissor depois de uma determinada transmissão. São considerados LDE´s atrasos com mais de 2,7 segundos. Ou seja, alguém estava retransmitindo as ondas de rádio em diferentes intervalos. Os intervalos podem ser até de dias!

Os primeiros LDEs foram registrados em 1927 pelo engenheiro civil Jorgen Hal (Oslo, Noruega). Hal percebeu um inesperado eco logo depois de uma de suas transmissões. Outros LDEs foram registrados em 1928 e 1934. É muito difícil detectar LDEs. Em 2010 Rádio amador alemão Pedro Brogl (DK6NP) testemunhou novamente o fenômeno.

Em 1973 o cientista e astrônomo escocês Duncan Lunan revelou ter decodificado uma das transmissões de LDEs de 1927 e 1928 e publicou na revista Spaceflight, da Sociedade Interplanetária Britânica (BIS) os resultados. Duncan traçou uma linha central vertical da seqüência de pulso transmitida com um eixo horizontal de tempo de eco de atraso. O resultado? Um mapa estelar que foca o sistema estelar Epsilon Bostes (como era a 13,000 anos atrás visto da terra).

Mas não bastasse ele formar um mapa, ele usou a cabeça mais um pouco e descobriu que os pontos do seu mapa formavam uma mensagem!

Lunan foi capaz de traduzir em Inglês simples o significado dessas discrepâncias de atraso de eco, provando talvez que eles são manipulações propositais dirigidas por uma inteligência avançada.

Mensagem original em  inglês:
START HERE.
OUR HOME IS EPSILON BOOTIS.
WHICH IS A DOUBLE STAR.
WE LIVE ON THE 6th PLANET OF 7 - CHECK THAT, 6th OF 7 -
COUNTING OUTWARDS FROM THE SUN
WHICH IS THE LARGER OF THE TWO.
OUR 6th PLANET HAS ONE MOON,
OUR 4th PLANET HAS THREE,
OUR FIRST AND THIRD PLANETS EACH HAVE ONE.
OUR PROBE IS IN THE ORBIT OF YOUR MOON
THIS UPDATES THE POSITION OF ARCTURUS SHOWN ON OUR MAPS.

Traduzindo para nosso idioma:
Comece por aqui.
Nossa casa é Episilon Bootis.
Que é uma estrela dupla.
Vivemos no sexto planeta de 7 - Verifique se, 6 de 7 -
Contando para fora a partir do sol
Que é o maior dos dois.
Nosso sexto planeta tem uma lua.
Nosso quarto planeta tem três,
Nosso primeiro e terceiro planeta tem cada um tem uma.
Nossa sonda está na órbita de sua lua
Isso atualiza a posição dos ARCTURUS mostrados em nosso mapas.

Para Duncan, há 12.600 anos, está orbitando dentro do nosso sistema solar um satélite artificial, que tem armazenado um completo programa informativo para a humanidade. O computador a bordo desse satélite estaria programado de forma a reagir a ondas de rádio, provenientes da Terra, sempre que a sua própria posição em relação à Terra for propícia para uma recepção.


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03. Mensagem de Asthar Sheran

Junto com o Sinal Wow! essa deve ser uma das mais conhecidas mensagem alienígenas, a famosa mensagem da fita K7 de Asthar Sheran.

Ashtar Sheran, personalidade bastante conhecida no meio ufológico. Seria ele o comandante geral de uma equipe de extraterrestres cuja missão é o de proteger o nosso planeta Terra. As mensagens vindas de Ashtar Sheran eram feitas por meios telepáticos (ou como preferem alguns, por canalização), mas esta mensagem em especial veio por um outro método, conhecido por trans comunicação. Muito conhecido no meio espírita, a trans comunicação parte do princípio de que seres em outras dimensões (espíritos, por exemplo) podem se comunicar conosco usando aparelhos eletrônicos, como rádios, gravadores ou sistemas de vídeo. No caso específico desta mensagem, recebida mais de uma vez em datas e locais diferentes (como São Paulo, no ano de 1996), as informações foram captadas, de uma forma "ocasional", por um gravador de fita K7 quando se tentava reproduzir um CD ou LP de vinil. Como é característico das mensagem recebidas por transcomunicação, há muito ruído, e em função disto o início da mesma ficou ininteligível e truncada.

A Mensagem gravada na fita tem duração de 17 minutos. Dê play na vídeo abaixo e escute. Tem a transcrição para ajudar a entender o que Asthar Sheran fala.

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“Amigos do planeta Shan, a Terra.

A nossa presença e a nossa intenção torna-se cada vez mais clara a um número crescente de pessoas sem preconceito. Milhares de habitantes da Terra esperam com impaciência a nossa aparição visível.
Mantenham vocês grandes razões de acreditar que somos capazes de realizar aquilo que vocês chamam de milagre. Desejamos que seja compreendido com muita clareza que não temos nada em comum com charlatões que queiram provar a realidade de sua existência.

Cada gesto nosso é concebido segundo um plano bem determinado. Falo em nome de todos nós que estamos comprometidos nesta missão bastante ingrata de dar assistência aos habitantes assediados no planeta Shan.

Seria um imenso alívio que nós, sob formas etéricas, onde é possível mobilizar, pudéssemos aterrissar simultaneamente em todas as partes do globo terrestre, pondo fim à absurda discórdia e aos ódios irreconciliáveis que anulam o esforço comum para a paz. As instruções que recebemos, e os nossos princípios, nos impedem, entretanto de agir assim.

… ter a menor idéia de como controlá-la . Só um intelecto infantil pode conceber um procedimento tão insensato. Terão ao menos observado seriamente os resultados do vasto domínio da natureza. Um grande número de mortais, suficientemente inteligentes põe continuamente em movimento, ondas de pensamento de sentimentos destrutivos, estas vibrações perturbadoras percorrem longas distâncias e causam agitações e doenças como estas.

Vocês pensam que essas discórdias geradas por vocês e por milhões de seus habitantes, não têm nenhum efeito sobre forças inanimadas; o que vocês chamam de doenças, não existem em nossos planetas porque nós eliminamos as suas causas. Uma vez que esses desejos e estas ações devassas, assim pesadamente carregadas, disseminam nos meios visíveis e invisíveis as causas da guerra, como esperam os responsáveis poder escapar ao terror e às suas conseqüências.

O que desejo tornar claro é que nós, os homens do espaço, seja qual for o modo que possamos temporariamente intervir, temos o compromisso, pelo juramento mais solene, de manter as leis universais, únicas responsáveis pela preservação da vida em todos os níveis de consciência. Um desvio destas leis fixas e imutáveis, equivaleria à perda de privilégios que conquistamos com nossos esforços ininterruptos.

Gostaria porém de dar um conselho a vocês, moldem o mais possível sua vida de acordo com os ensinamentos daqueles que desceram até entrar em contato com os mortais por meio de uma manifestação física .

Na qualidade de amigo colaborador de vocês, a serviço do Rei dos reis que age do alto, nós os saudamos e nos esforçaremos por libertá-los daqueles que procuram oprimi-los e submetê-los a um regime de dominação destrutiva, estamos vindo como defensores ou libertadores para começar uma série de revelações sobre o que acontecerá com a atividade daqueles que estão aprisionados em uma gaiola de carne e dos que serão desassociados do plano terrestre. É preciso que vocês compreendam que os seus amigos cósmicos possuem corpos de transposição, isto é, corpos que se podem manifestar sob diferentes formas assim como a água pode se manifestar em estado de vapor, de neve ou de gelo segundo as condições atmosféricas naturais ou artificiais, é isto que nos permite ajudar os mortais.
Como vocês às vezes esquecem, a guerra se desencadeia violentamente nos planos astrais simultaneamente com sua expansão no plano terrestre.

O fato de que tantos homens foram mortos, mas continuaram a viver no plano astral com as mesmas metas e desejos, fará com que vocês compreendam a dificuldade da nossa tarefa. Atualmente milhares de almas procuram seguir a senda da evolução espiritual. Se nós não interviermos elas serão condenadas a serem arrastadas às sendas descendentes que levam a degradação.
Não valerá a pena lutar durante alguns meses, em conflito desesperado entre as trevas e a luz, entre o ódio e a coragem sobre humana para assegurar aos homens atuais a possibilidade de prosseguir na sua evolução espiritual.

Afirmo que a vitória não dependerá em absoluto de uma passagem material, nem de um número superior de armas que levam vossos sábios a pensar que atingiram um conhecimento profundo, e que organizaram o poder secreto da energia cósmica. Devo dizer que não é assim, por um ato divino, como os mortais jamais viram até hoje, uma conclusão rápida e irrefutável porá fim a isto. Que o planeta de vocês deposite a sua confiança no único poder capaz de liberá-los do seu destino eminente, pois não está no poder de nenhum chefe terrestre por ordem em toda Terra.

O consentimento imposto pelo medo ou pela força nada vale diante da lógica fria e da lealdade profunda em relação às concepções superiores.

Uma longa campanha foi empreendida contra as forças negras que partem do invisível, atingindo os habitantes terrestres, e sem serem por eles percebidas, os pervertem, fixando-lhes deveres engenhosos, de uma maldade diabólica a fim de submetê-los a mais abjeta escravidão sob seu comando único. Como conseqüência benéfica dessa campanha ininterrupta e colossal, dirigida a todas as forças negras e as hordas pervertidas dos mortais, tornou-se possível agora transferir esta batalha para o plano físico visível, onde os humanos podem mais eficientemente defender-se, e onde os resultados são mais tangíveis ; isso não poderá ocorrer sem desconforto físico e sem sofrimento, mas a vitória será obtida ; os mortais devem passar por suas provas. Que importa o sofrimento de um bom número de vocês durante esta fase final da transformação do mundo, já que todos os que permanecerem justo e firmes, em qualquer campo em que se encontrem, compreenderão depois que prestam inestimável serviço ao Mestre e as suas regiões conquistadoras unidas do espaço. Eles terão assim permitido a essas regiões atravessarem a impenetrável densidade do envoltório etérico da Terra para trazer o triunfo e a força às potências amigas do planeta Shan. Operar-se-á então uma rápida mudança na superfície da Terra e nos seus habitantes.

A cada hora, as próprias potências do mal desvendarão os seus desígnios e essas revelações levarão os humanos a uma decisão rápida, a de derrubar as falsas leis, substituindo-as por verdadeiras concepções de ação construtiva, assim, a nossa presença e os nossos desígnios não têm outro fim senão, o de vir em auxílio de vocês ou de seus guardiões invisíveis que estão muito preocupados com o estado do planeta Shan.

Nós somos dez bilhões de homens do espaço fortemente equipados com força de natureza etérica, a fim de se oporem as intenções das forças destrutivas, tornando inofensivo seus meios.

Sabemos quais as regiões da Terra que estão fadadas à destruição e logo que apareça um perigo, enviaremos a estes lugares, vários milhares de “reinplan”, discos voadores.

Para dar-vos uma idéia de como vocês estão protegidos poderia citar inúmeros fatos onde sabotagens premeditadas foram impedidas graças à vigilância dos nossos homens. Se ainda não se produziu a desintegração atômica em cadeia, não é porque os seus sábios sabiam utilizar os (?), é porque nós temos tido cuidado especial de purificar a atmosfera por meio de bolas de compostos químicos depois de cada explosão atômica.

Os nossos meios de comunicação telepática e de observação visual, que englobam cada pessoa e cada lugar da Terra, estão ainda além da compreensão atual de vocês.

As promessas tantas vezes repetidas de que aqueles que depositarem a sua confiança em Deus serão protegidos, são perfeitamente exatas. O nosso aparecimento sob uma forma física, ou materialização de nossas naves aéreas, dependem das instruções que receberemos de bases que estão muito acima da estratosfera de vocês ; estas instruções são determinadas em grande parte, pelos acontecimentos e pelas reações humanas. Outros fatores desempenham também um papel, como a influência planetária magnética, as condições astrais, as vibrações especiais provenientes das forças concentradas no interior do globo ou das regiões onde os humanos despertam diante do perigo, e fazem tentativas desesperadas para dele se livrar ; estas últimas considerações são talvez o elemento mais poderoso que leva as nossas forças para eles .

Mas vocês próprios, os humanos, devem tentar conquistar a sua liberdade, antes que possamos vir em seu auxílio; nós estamos vindo como libertadores ou defensores e esperamos instruções para uma missão mais agradável ; poderemos então misturar-nos livremente com vocês iniciando-os em tantas delícias e em um bom número de privilégios que possuímos .

Querem vocês por sua própria colaboração, apressar esse dia feliz ? Esperamos que sim . Vocês querem acreditar firmemente em nossa existência, assim como em nosso desejo impessoal e desinteressado em servi-los?
Quanto mais cedo estes dois fatores forem aceitos pelos homens em geral, mais rápido e facilmente poderemos atingir a nossa meta e menos vidas se perderão. Estão nos apressando para salvar todas as almas que quiserem adaptar-se às transformações gloriosas exigidas pela nova era . Alguns de vocês serão retirados do seu planeta a fim de ajudar por algum tempo nos planos invisíveis como milhares o fazem atualmente. Honra àqueles que por intuição, divinamente inspirados, podem captar a verdadeira significação da nossa missão.

Qualquer esforço de nossa parte para assumir seja o que for dos valores de seu planeta Shan, seria imperdoavelmente vil tendo em vista que uma grande parte dos habitantes do seu planeta está em lamentável situação de penúria e subnutrição . Temos a intenção de ampliar os seus recursos e não diminuí-los . O contraste que há entre as condições harmoniosas dos nossos planetas e a desordem da órbita que existe em toda parte onde temos a vida tal como ela é vivida no planeta Shan, é extremamente doloroso de observar.

Devo dizer que a incapacidade de todos, salvo aquele punhado de homens, de poder captar pelo menos uma visão efêmera da mensagem espiritual do mestre que teria libertado de toda servidão material, representa um cegueira que encheu os nossos corações de angústia quanto à possibilidade de salvar a Terra da destruição total. Nós que os vigiamos dos nossos postos de observação no espaço, perdemos toda a esperança de ver o planeta Shan, a Terra, escapar de sua morte; no que nos diz respeito, tínhamos resolvido esquecer a Terra de vocês ; mas para seu salvador a coisa era diferente, ele fez a promessa sagrada que voltaria por isso esse mundo tenebroso será por ele iluminado, apesar de todos os esforços das forças do mal para impedir esse acontecimento. Temos a confiança de que essa promessa será cumprida e nós nos submetemos inteiramente a direção suprema do salvador invisível de vocês, ele não virá em carne.

Quer essa assistência chegue visivelmente por meio de astronaves cuja equipagem é constituída de seres poderosos mostrando a sua autoridade pelo uso de forças desconhecidas dos mortais, quer este auxílio venha por meios misteriosos e invisíveis é certo todavia que os homens e mulheres que cumprem as missões para as quais nasceram sobre a Terra, receberão tudo o que for necessário para garantir o seu sucesso e para desempenhar o papel que lhes é destinado.

Ninguém é capaz de avaliar no seu justo valor, a paciência e a maravilhosa indulgência com as quais Deus suporta a fragilidade dos humanos, ninguém é capaz de medir o seu desapontamento quando eles recusam aceitar o seu perdão e a sua misericórdia. Tudo o que se faz sendo de natureza destrutiva, é o resultado da livre escolha do homem de ligar-se à senda da retrogradação que leva ao esquecimento. Esses seres retrógrados não podem existir no novo mundo que se cria atualmente. Nos próximos anos haverá milagres que levarão vocês a uma revisão das sua concepções sobre a natureza e a sua metamorfose; é inevitável uma era de purificação antes que se possa instaurar um sistema mais perfeito.

Há meios para tornar menos dolorosa tal purificação. E a indignação desses resíduos inquietantes, embora em diferentes partes do globo, só uma completa varredura fará desaparecer qualquer vestígio das antigas abominações e seus resíduos.

Há entanto inúmeros casos em que esforços determinados são levados a efeito por indivíduos, grupos ou movimentos para uma reforma digna da nova era, esforços que impediram medidas tão radicais.
Nós atravessamos países de ponta a ponta, encontramos uma multidão de pessoas íntegras, generosas e de espírito aberto. Tomamos nota de cada uma delas.

Nós as observamos em casa, nos negócios no trabalho, nas distrações, na riqueza e na desídia em tempo feliz e exatas. Em todas as ocasiões elas ficaram calmas, cheias de recursos, dando coragem e forças aos medrosos e aos fracos, agradecemos a Deus por elas existirem.

Há homens que nos considerarão como destruidores, revidem pois alguns instantes e pensem em tudo o que os torna ansiosos, apavorados, infelizes e preocupados. O tempo, as marés do oceano, o ar que vocês respiram, o alimento que absorvem, a própria Terra sobre a qual vocês andam, afetaram as relações humanas, os negócios, os governos, o comércio, a sociedade em geral pois o seu magnetismo está carregado de nocividade, todas estas coisas serão renovadas.

No momento nenhum esforço deve ser feito para se comunicarem conosco, salvo depois de um pedido especial nosso. Nós mesmos escolheremos a ocasião, o lugar e a pessoa com a qual desejaremos manter contato, no entanto seria uma grande ajuda se vocês quisessem manter em relação a nós sentimentos amistosos e de confiança, e pensamentos de boas vindas. As nossas forças encontrariam assim uma atmosfera bem adaptável ao seu trabalho pois elas tem necessidade desses campos de luz para aterrissar e repousar por alguns instantes a fim de poderem adaptar-se às condições e as vibrações que encontrarão ao cumprirem sua missão.

Conhecemos a cada um de vocês e sabemos da simpatia daqueles que testemunham a nossa missão e queríamos que vocês soubessem a ajuda que isto representa para nós, ter avenidas luminosas que nos permitam atingir as regiões mais sombrias onde se deve fiscalizar tanto trabalho.
Estamos profundamente reconhecidos a vocês por sua compreensão e por sua benevolência. “
Assinado Asthar Sheran, Comandante da frota dos homens do espaço”.
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02. O Código do Incidente em Rendlesham

Em 1980, militares testemunharam uma série de avistamentos de luzes inexplicáveis e até da aterrissagem de um objeto voador não identificado em Rendlesham Forest, Suffolk, Inglaterra. Um deles até recebeu uma mensagem que 30 anos depois foi decodificada. É o mais famoso caso OVNI acontecido na Grã-Bretanha, comparado com o incidente OVNI de Roswell, nos Estados Unidos.

Os incidentes aconteceram nos dias 26 e 28 de Dezembro de 1980. A mensagem foi transmitida ao sargento Jim Penniston, do 81º Esquadrão da Polícia de Segurança. Na noite do dia 26, ele e o piloto de primeira classe John Burroughs foram para a floresta de Rendlesham para verificar luzes estranhas no local.

Chegando lá encontraram um OVNI. Penniston teria se aproximado do objeto pousado o bastante para desenhar detalhes em um bloco de anotações. Ele teria desenhado símbolos estranhos que vira na fuselagem do objeto e, segundo ele, pareciam-se com hieróglifos.

Além disso, ele teria também tocado o objeto. Ao tocá-lo, ele surgiram uma série de zeros e uns em sua cabeça – aparentemente sem sentido algum. Ao tirar a mão do objeto, a “mensagem” terminou. Após isso, o objeto decolou e foi embora.

Penniston ficou atordoado pela sequência de números e se sentiu compelido escrevê-la. Os números “aparentemente sem sentido” são códigos binário.

As páginas com o código permaneceram em segredo por trinta anos. Em outubro de 2010, junto ao History Channel, Penniston confiou o código ao programador Nick Ciske. O código foi decifrado conforme a tabela ASCII (American Standard Code for Information Interchange, Código Padrão Estadunidense para o Intercâmbio de Informação), uma codificação de caracteres de oito bits.

Aqui a mensagem decifrada:

52° 09′ 42.532″ N
13° 13′ 12.69″ W

“Exploração da contínua da humanidade para o avanço interplanetário”.

É claro que a interpretação do código levantou um grande debate entre os conhecedores do assunto e até numerólogos. Alguns fizeram conversões diferentes e tiraram suas próprias conclusões sobre “uma mensagem sobre o futuro da humanidade”.

Alguns especialistas extraíram algoritmos de círculos em plantações para criar imagens a partir do código de Penniston. As imagens parecem mostrar seres bípedes ou animais. Por serem de resolução extremamente pequena, acabam sendo muito subjetivas e abertas a interpretações.

As coordenadas correspondem a uma ilha submersa na costa oeste do Reino Unido, conhecida como a ilha do Brasil (Hy Brasil) ou a lendária Ilha de São Brandão.

A partir de meados do ano 1300 e por mais de cinco séculos circularam na Europa boatos a respeito de uma ilha mágica – Brasil, Hi-Brasil, Hy-Brazil, Brasile, etc -, com cidades cobertas de ouro e natureza exuberante, uma espécie de Jardim do Éden ou Xangrilá. Ela apareceu em alguns documentos até 1870.

Vários mapas mostravam situavam a ilha no Atlântico Norte, geralmente próximo à Irlanda. Expedições da França e da Inglaterra partiram em busca desta terra maravilhosa e voltaram de mão vazias. Era crença, na época, que ela surgia apenas de sete em sete anos; outros diziam que ficava oculta dos olhos humanos pela neblina; e poucos achavam que ela simplesmente não existia.
Em 1675, entretanto, o respeitado navegador Capitão John Nisbet relatou que em setembro de 1674, retornando da França para a Irlanda, encontrou acidentalmente a fabulosa Ilha de Hi-Brasil, após atravessar um espesso nevoeiro.

A notícia se espalhou e todos queriam sair em busca da terra paradisíaca, mas logo um certo Mathew Calhoon deu entrada numa petição oficial ao Rei Charles I reclamando a posse da Ilha de Hi-Brasil. Não ficou claro em que bases Mathew pleiteava o território, mas prevaleceu o bom senso e foram assegurados os direitos do verdadeiro descobridor daquela terra, o Capitão Nisbet. Mas isto pouco importou, porque a ilha jamais voltou a ser encontrada.

Várias ilhas “misteriosas” no Oceano Atlântico foram identificadas e hoje são pontos geográficos comuns em nossos mapas, como ocorreu com a mística Saint Bredan. A Ilha de Hi-Brasil, entretanto, não foi localizada. Considera-se hoje que ela nunca existiu ou foi uma formação vulcânica temporária que fumegava e produzia o citado nevoeiro, derramando lava em brasa – daí viria o nome “brasil”. Embora especuladores e até algumas seitas queiram vincular esta ilha ao nosso país, cientificamente não existe qualquer relação.

Mapas que mostram a Ilha de Hi-Brasil: Dalorto de 1325, Catalão de 1350, Pizigani de 1367, Canepa de 1489, Gutierrez de 1562, Wagenhaer de 1583, Mercator de 1595, Magini de 1597, Blaeu de 1617 e diversos outros.

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01. A Resposta a Mensagem de Arecibo

Tudo começou no dia 16 de novembro de 1974, com a transmissão de uma mensagem especialmente projetada por Carl Sagan para ser enviada para o espaço, pelo maior radiotelescópio do mundo, o de Arecibo, localizado em Porto Rico. Esta mensagem teve algumas características especiais:

- Consistia-se em 1679 impulsos de código binário que levaram três minutos para serem transmitidos na frequência de 2380 MHz.

- Este sinal foi direcionado para o agrupamento globular estelar M 13, que está a aproximadamente 25.000 anos-luz de distância, e possui cerca de 300.000 estrelas na Constelação de Hércules.

E a mensagem foi enviada em código binário (base 2) é muito mais simples que o sistema decimal (base 10).
A Mensagem enviada. As cores são
somente para mostrar as 7 seções.

A mensagem original compreendia 7 seções, cada uma representando um particular aspecto da nossa civilização. Veja a imagem ao lado... vamos explicar cada seção:

1ª Seção (branco): representação binária dos números de 1 a 10

2ª Seção (roxo): Contem os valores binários 1, 6, 7, 8 e 15 que indicam os números atômicos dos elementos primários para a constituição da vida na Terra: Hidrogênio (H), Carbono (C), Nitrogênio (N), Oxigênio (O) e Fósforo (P) respectivamente.

3ª Seção (verde): Representa uma fórmula para as moleculas dos açúcares e bases de nucleotídeos do DNA humano.

Seção (azul com a barra branca vertical): Representação Gráfica da “dupla-hélice” do DNA humano. No Centro o nº dos nucleotídeos do DNA.

5ª Seção (vermelho): Representação de nós, humanos, com um corpo e dois braços e duas pernas (como um homem esticado). Na direita está um valor binário da população da terra. No lado esquerdo existe um número binário correspondente à altura do ser humano.

6ª Seção (amarelo): Representação simplificada do nosso Sistema Solar. Mostra o Sol e nove planetas, numa representação aproximada de tamanhos. Deixando representado que o terceiro planeta - a Terra - é significativo em relação aos outros.

7ª Seção (roxo): Indica que a mensagem foi enviada por um radiotelescópio no comprimento de onda 2380 Mhz.

A mensagem acima foi enviada para o espaço na direção das 300.000 estrelas na Constelação de Hércules, na esperança de que talvez alguma civilização extraterrestre inteligente a captasse e decodificasse.

No dia 14 de agosto de 2001 foi descoberto ao lado do maior telescópio da Inglaterra, o Chilbolton, um rosto feito com uma técnica diferente da usada por falsificadores de círculos. Era algo incrível e completo para ser feito em apenas uma curta noite inglesa.

Só que a coisa ficou mesmo séria 3 dias depois, quando a 200 metros deste rosto apareceu algo como uma fita, que logo foi identificada como muito parecida com a enviada em 1974 pelo radiotelescópio de Arecibo. Eu disse parecida, porque nem tudo era igual. Veja as imagens abaixo e surpreenda-se:

Detalhe do rosto e da faixa. Você só consegue ver o rosto se estiver voando bem alto. O telescópio Chilbolton está no canto superior esquerdo. 
Imagem de outro angulo. Surpreendente não? Você acha que é fraude? Que alguém fez em uma noite cada uma destas imagens, ao lado de um telescópio, que tem seu pico de gente a noite?
Olhe a faixa, é nela que vamos focar agora. A imagem abaixo é muito boa pois trás tudo o que precisamos saber. Não sei quem fez, pois tem em vários sites.


Abaixo, a explicação da Wikipédia sobre as particularidades do desenho feito na plantação:

1. A base da nossa matemática permaneceu a mesma;
2. Os elementos primários para a vida foram mudados, mantendo todos os enviados e anexando o silício;
3. A composição dos nucleotídeos permaneceu;
4. Foi representado um DNA diferente do nosso com uma fita extra, porém semelhante;
5. O número de nucleotídeos também é diferenciado do nosso;
6. A anatomia enviada mostrava um ser abaixo da estatura humana e com uma grande caixa craniana, semelhante aos greys;
7. A população representada era superior à da Terra, com 12,7 bilhões de habitantes;
8. A localização da suposta raça alienígena fora representada como um sistema de nove planetas, que aparentam mostrar que 3 destes planetas estão sob o domínio deles, explicando uma provável colonização espacial da parte deles. Entre os três planetas colonizados o 3º está sinalizado, acredita-se que seja a colônia principal. Esse sistema planetário orbita uma estrela menor que o sol, provavelmente uma anã vermelha, também apresenta dois planetas gasosos (6º e 7º) do tamanho aproximado de netuno;
9. A representação do Radiotelescópio de Arecibo fora trocada por outra muito mais complexa (a forma já fora vista em outro círculo inglês, no mesmo local, em 2000).

Excelente imagem que compara a imagem enviada por nós e a feita na plantação em Chilbolton
Mas é claro que não para por ai. Estão vendo a representação do que seria o transmissor deles acima? Tem um círculo feito no ano 2000 que é extremamente semelhante a ele! Veja ele abaixo.

A imagem também foi feita perto do telescópio de Chilbolton 
No ano seguinte, 2002, quase no mesmo dia, apareceu uma imagem impressionante em uma plantação perto da cidade de Winchester, em Hampshire - Inglaterra, que você vê abaixo.

A imagem tem 80 por 120 metros
É bem nítido que o desenho mostra o rosto de um alienígena e um disco com vários pontos, como se nele estivesse embutida uma mensagem codificada. A imagem tem uma particularidade interessante, pois foi feita com um novo padrão, com faixas horizontais mais largas e finas, semelhante a forma que a TV de tubo exibe sua imagem na tela.

Paul Vigay
Não demorou muito e alguém decifrou a mensagem, e esse alguém foi o especialista em dados Paul Vigay. Ele descobriu que os pontos representavam palavras escritas em código ascii, com trigo em pé representando o número 1, e deitado, número 0.

Traduzindo o que estava escrito no disco, apareceu uma frase em inglês:

Beware the bearers of FALSE gifts & their BROKEN PROMISES. Much PAIN but still time. EELRIJUE. There is GOOD out there. We OPpose DECEPTION. Conduit CLOSING (BELL SOUND)

Cuidado os portadores de FALSOS presentes e suas QUEBRADAS PROMESSAS. Muita DOR mas ainda tempo. EELRIJUE. Existe BEM lá fora. Nos OPomos DECEPÇÃO. FECHANDO canal. (SINO SOM).

EELRIJUE ninguém sabe o que significa. Em muitas traduções, é omitido.

É meus amigos assombrados. É uma história e tanto, não acham?



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Fontes (acessadas em 21/07/2017):
- Um Mistério Chamado Satélite Black Knight (Atualização 21/05/2014)
- ETS TERIAM RESPONDIDO UMA MENSAGEM DA TERRA NA DÉCADA DE 80
- Mensagem Alienígena é Finalmente Decifrada?
- Os Círculos de Chilbolton e Winchester - Resposta Alienígena à Mensagem de Arecibo?
- O Incidente da Floresta Rendlesham: Um dos Casos Mais Importantes da Ufologia!
- Famosa Mensagem de Ashtar Sheran nos anos 90
- O Sinal Wow! Recebemos uma Mensagem Extraterrestre?
- Youtube: Piloto tem a “Fala Manipulada” e Transmite Mensagem Alienígena. Ouça! (#239 - Notícias Assombradas)

Jovens Acreditam ter Filmado o "Fantasma" de uma Empregada que Teria Morrido em um Incêndio, no Palácio Tryon, nos Estados Unidos!

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Por Marco Faustino

Na semana passada, publiquei uma postagem sobre três inusitados casos de supostos "fantasmas" onde o desconhecido aparentemente não tinha sido levado nem um pouco a sério, na Inglaterra. Isso porque ultimamente estamos tendo uma verdadeira "onda" de supostos casos fantasmagóricos sendo amplamente disseminados na imprensa britânica com a ajuda, é claro, dos tabloides que não se importam nem um pouco com o título que acrescentam em suas respectivas matérias. Na postagem anterior comentamos sobre o caso de um homem, que acreditava que o fantasma de sua avó tinha aparecido na vidraça de um hipermercado para lembrá-lo de comprar pão, na cidade de Skegness; de um grupo de investigação paranormal, que alegou ter registrado o "espírito" de um antigo sacerdote egípcio chamado "Nesyamun" retornando ao seu sarcófago, no museu da cidade de Leeds; e finalmente de um casal que alegava estar sendo assombrado por um "fantasma abusivo" devido ao recebimento de benefícios por invalidez, em Moston. Lembrando mais uma vez, que todas as cidades ficam localizadas na Inglaterra. O último caso era particularmente interessante, porque o casal dizia que a casa tinha sido invadida por espíritos, devido a condição financeira que possuíam. Isso era algo difícil de acreditar, porque, se fosse assim, grande parte das casas em nosso país, por exemplo, seriam mal-assombradas, o que na prática sabemos que não é verdade. De qualquer forma, vale a pena conferir a postagem, e analisar caso a caso. (leia mais: Conheça 3 Inusitados Casos de Supostos "Fantasmas" Onde o "Desconhecido" Aparentemente Não Foi Levado a Sério, na Inglaterra!)

Assim sendo, para começar essa última semana de julho (praticamente a última semana, visto que dia 31 cai em uma segunda-feira) escolhi falar de mais um caso de um suposto fantasma, mas dessa vez em relação a uma ocorrência no Palácio Tryon, que fica localizado na pequena cidade de New Bern, no condado de Craven, na Carolina do Norte. Curiosamente, em vez desse caso ser noticiado primeiramente pela imprensa local, o mesmo foi divulgado pela imprensa britânica, algo que deixou os norte-americanos sem entender absolutamente nada (fiquem calmos, que irei explicar essa relação no decorrer da postagem, que por sua vez não será tão longa quanto vocês estão acostumados). De qualquer forma, o cerne da história é que duas jovens, Danielle Hyde, 21 anos e Savanna Brown, 23 anos (não ficou bem claro se formariam ou não um casal) teriam visitado recentemente o imponente Palácio Tryon, quando Danielle resolveu gravar um vídeo para o seu Snapchat. A jovem teria registrado muito rapidamente o que seria a "figura fantasmagórica" de uma mulher usando roupas de época, passando pela porta, e carregando uma espécie de cesta. Ambas disseram acreditar que fosse o fantasma de uma empregada, que teria morrido em um incêndio no século XVIII. Contudo, será mesmo que elas registraram um fantasma? Será que esse Palácio Tryon é mesmo mal-assombrado? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Conheça um Pouco da História do Palácio Tryon! Esse Palácio Seria Mal-AssombradO?


O Palácio Tryon foi originalmente construído entre 1767 e 1770 para servir como primeiro Capitólio (sede do governo) permanente da Colônia da Carolina do Norte, e um lar para o Governador Real e sua família (lembrando que nesse período o território onde atualmente é o Estado da Carolina do Norte pertencia a Inglaterra). O governador William Tryon contratou o arquiteto inglês John Hawks para a construção do mesmo, quando John chegou a Carolina do Norte em 1764. Ele projetou o palácio com uma arquitetura muito semelhante as casas londrinas, no estilo georgiano e com uma simetria impecável. Rapidamente, o palácio foi considerado uma das melhores edificações públicas entre as colônias americanas.



O Palácio Tryon foi originalmente construído entre 1767 e 1770 para servir como primeiro Capitólio (sede do governo) permanente da Colônia da Carolina do Norte, e um lar para o Governador Real e sua família (lembrando que nesse período o território onde atualmente é o Estado da Carolina do Norte pertencia a Inglaterra)
Entretanto, o governador Tryon, sua esposa, Margaret Wake Tryon, e sua filha, Margaret, moraram no palácio somente por pouco mais de um ano. Eles deixaram a cidade de New Bern, em junho de 1771, quando o governador Tryon foi nomeado para o governo de Nova York. Josiah Martin, o segundo governador real a viver no local, fugiu em maio de 1775, no início da Revolução Americana e seus móveis foram posteriormente leiloados pelo recém-formado governo estadual. Patriotas tomaram o palácio e realizaram as primeiras sessões da Assembleia Geral para começar a projetar um estado livre e independente. Quatro governadores estaduais usaram o palácio: Richard Caswell, Abner Nash, Alexander Martin e Richard Dobbs Spaight.

Na noite de 21 de abril de 1791, o Palácio de Tryon foi cenário para uma reunião que envolvia um belo jantar e uma agradável noite de muita dança, que foi realizada em homenagem ao presidente George Washington, que estava visitando a cidade New Bern durante algo que ficou conhecido como "Southern Tour" (uma grande jornada pelos estados do Sul realizada pelo presidente norte-americano George Washington entre 21 de março e 4 de junho de 1791). A cidade de Raleigh tornou-se a capital do estado em 1794 e, a partir de então, o espaço no palácio começou a ser alugado para diversas finalidades, incluindo uma Loja Maçônica, uma escola particular e uma casa de pensão.

Na noite de 21 de abril de 1791, o Palácio de Tryon foi cenário para uma reunião que envolvia um belo jantar e uma agradável noite de muita dança, que foi realizada em homenagem ao presidente George Washington, que estava visitando a cidade New Bern durante algo que ficou conhecido como "Southern Tour"
Em fevereiro de 1798, um incêndio começou porão do Palácio Tryon, onde o feno costumava ser armazenado. O fogo rapidamente devastou o prédio principal, que entrou em colapso, porém os prédios relacionados a cozinha e o estábulo conseguiram ser salvos. De qualquer forma, a cozinha acabou sendo demolida no início do século XIX, restando apenas o estábulo, que existe até hoje. Ainda no século século XIX, a rua George foi estendida sobre a base original do palácio, e dezenas de casas e escritórios comerciais foram construídos em ambos os lados. No final da rua, uma ponte cruzava o rio Trent.

Na década de 1930, um movimento foi iniciado com o objetivo de restaurar o primeiro capitólio da Carolina do Norte. O movimento ganhou força quando voluntários encontraram os planos arquitetônicos originais de John Hawks. Em 1944, a Sra. James Edwin Latham, moradora da cidade de Greensboro, porém nascida em New Bern, convocou o Estado da Carolina do Norte a se juntar a ela para restaurar o Palácio Tryon. Ela garantiu seu compromisso através da criação de um fundo fiduciário dedicado unicamente à restauração do palácio. Em 1945, a legislatura estadual criou a Comissão do Palácio Tryon, um corpo de 25 pessoas nomeadas pelo governador, e lhe foi imputado a reconstrução do palácio original a partir de seus planos originais, inclusive em sua base original. Como parte de seu compromisso, o Estado concordou em manter e operar o palácio restaurado, quando o mesmo fosse aberto ao público.

Em 1944, a Sra. James Edwin Latham, moradora da cidade de Greensboro, porém nascida em New Bern, convocou o Estado da Carolina do Norte a se juntar a ela para restaurar o Palácio Tryon. Ela garantiu seu compromisso através da criação de um fundo fiduciário dedicado unicamente à restauração do palácio
Em 1945, a legislatura estadual criou a Comissão do Palácio Tryon, um corpo de 25 pessoas nomeadas pelo governador, e lhe foi imputado a reconstrução do palácio original a partir de seus planos originais, inclusive em sua base original
Imagem aérea mostrando o trabalho de reconstrução do Palácio Tryon
A Sra. James Edwin Latham morreu em 1951, pouco antes da reconstrução do Palácio Tryon. Sua filha, a Sra. Mae Gordon Kellenberger, assumiu a liderança da restauração. Aliás, o primeiro desafio da restauração foi fazer a limpeza do terreno. Isso envolveu a remoção de mais de 50 prédios, e o redirecionamento da Rota 70, do Estado da Carolina do Norte, incluindo uma ponte sobre o rio Trent.

Além disso, foram realizadas escavações arqueológicas, que rapidamente descobriram as fundações originais do Palácio Tryon sob o local anteriormente ocupado pela rodovia. As camadas de estuque (uma espécie de argamassa) foram removidas do estábulo, a única parte restante do complexo de 1770. Então, começou o árduo trabalho de reconstrução do palácio, sendo que artesãos de todo o país e do exterior foram chamados para a realização das obras. Enquanto isso, viagens até a Inglaterra permitiram a compra de um mobiliário adequado ao período do palácio original.

Na década de 1930, um movimento foi iniciado com o objetivo de restaurar o primeiro capitólio da Carolina do Norte. O movimento ganhou força quando voluntários encontraram os planos arquitetônicos originais de John Hawks
Imagem mostrando que o a rua George havia sido estendida sobre a antiga fundação do prédio principal do Palácio Tryon
É interessante notar que o governador Tryon fez um inventário muito detalhado de suas posses após a destruição pelo fogo de uma outra casa, que possuía na cidade de Fort George, no estado norte-americano de Nova York. Esse inventário revelou o gosto da família Tryon em relação ao mobiliário, e acabou sendo usado como uma espécie de guia na recriação do palácio original, e que foi aberto ao público em abril de 1959, como sendo o primeiro grande projeto da história pública da Carolina do Norte.  

Atualmente, os guias turísticos utilizam roupas de época, e conduzem passeios pelo palácio. Ambos os andares são abertos ao público, assim como o porão, que foi "reinterpretado" de acordo com as descrições contidas nas cartas do arquiteto John Hawks.

Atualmente, os guias turísticos utilizam roupas de época, e conduzem passeios pelo palácio. Ambos os andares são abertos ao público, assim como o porão, que foi "reinterpretado" de acordo com as descrições contidas nas cartas do arquiteto John Hawks
Visitantes durante um passeio turístico guiado pelo Palácio Tryon
Em outubro de 2010, o Palácio Tryon inaugurou o Centro Histórico da Carolina do Norte, uma instalação de 5.600 m², em uma área total de 24.200 m². Esse centro possui uma tecnologia interativa, sendo que o mesmo abriga dois museus principais - o Centro Familiar Pepsi e o Museu de História Regional - além de uma lojinha de souvenirs, duas salas de orientação, um espaço destinado a salas de aula, um salão de artes performáticas de 200 lugares, uma cafeteira à beira-mar, e um espaço administrativo. Enfim, são dois museus muitos interativos, sendo que o Centro Familiar Pepsi possui uma espécie de máquina do tempo virtual que remete os visitantes a 1835, além de permitir que pais e filhos realizem atividades práticas tais como os moradores daquela época.

Sinceramente, parece ser um lugar completamente fascinante de ser visitado. Além disso, o Palácio Tryon serviu de cenário para programas de televisão e documentários. Para vocês terem uma ideia, três episódio da série norte-americana de TV chamada "Sleepy Hollow" (adaptação da famosa "Lenda do Cavaleiro sem Cabeça", que foi cancelada após quatro temporadas) foi gravada no espaço pertencente ao palácio.

Em outubro de 2010, o Palácio Tryon inaugurou o Centro Histórico da Carolina do Norte (na foto),
uma instalação de 5.600 m², em uma área total de 24.200 m²
Mapa mostrando o Palácio Tryon (no centro do mapa) e o Centro Histórico da Carolina do Norte (canto inferior direito).
No mapa é possível notar que anexo do estábulo fica à direita (em relação ao portão principal de entrada) e o anexo da cozinha fica à esquerda (novamente em relação ao portão principal de entrada)
Entretanto, tanto o site oficial do Palácio Tryon, quanto sua página na Wikipedia e de grupos de investigação paranormal da Carolina do Norte, não mencionam quaisquer tipos de atividades paranormais ou sobrenaturais em relação ao mesmo. Também não há o registro oficial de nenhuma morte em decorrência do incêndio ocorrido em 1798, disponível publicamente na internet.

Seria necessário fazer uma pesquisa bem minuciosa em jornais locais daquela época, não apenas publicamente pela internet, para saber se houve alguma vítima fatal, porém infelizmente o acesso a essa documentação é inviável financeiramente falando em detrimento de um caso aparentemente simples. De qualquer forma, vamos tentar não julgar o livro pela capa e ver o que exatamente foi registrado pelas duas jovens que promoveram um verdadeiro frenesi na mídia britânica.

A Suposta Filmagem do "Fantasma" de uma Empregada que Teria Morrido em um Incêndio, no Palácio Tryron, em 1798


Por volta do dia 21 de julho desse ano, sexta-feira passada, o britânico Daily Mail, assim como inúmeros outros tabloides, sites de entretenimento e de cunho pseudoinformativos divulgaram que duas jovens, Danielle Hyde, de 21 anos, e Savanna Brown, de 23 anos, teriam visitado o Palácio Tryon, no domingo anterior, e gravado um vídeo para o Snapchat. Confira o vídeo, que foi publicado pelo canal Caters Clips, no YouTube:



Teria sido nesse ocasião, no dia 16 de julho desse anos, que elas teriam registrado o "fantasma" de uma empregada que teria morrido durante um incêndio no século XVIII. O texto é bem curto e possui informações, que já conhecíamos previamente e de contexto histórico, tais como: a ocorrência de um incêndio em 1798, que começou no porão, e que rapidamente tomou conta do prédio principal.

"Na verdade, o palácio é conhecido por ser assombrado. Houve um incêndio lá em 1798, e eu acredito, que começou onde os empregados costumavam morar.", disse Danielle Hyde, moradora da cidade de Goldsboro, no condado de Wayne, na Carolina do Norte.

Duas jovens, Danielle Hyde (à direita), de 21 anos, e Savanna Brown (à esquerda), de 23 anos, teriam visitado o Palácio Tryon, no domingo anterior, e gravado um vídeo para o Snapchat
"Era como se ela fosse translúcida. Você não conseguia ver a parte de trás do seu corpo, como se estivesse desfocado. Sua silhueta não estava bem definida, você não consegue distinguir, por exemplo, a cor do seu cabelo. É difícil dizer, mas acho que ela era uma jovem, que estava vestindo uma roupa de empregada e carregando um cesto", continuou.

"Acredito que devido o quão antigo o prédio era e sua história, isso acabou parecendo estranho. Estávamos realizando um passeio e ouvindo o guia. Não estava tentando registrar nada em específico, mas apenas mostrando os arredores. Apenas notei a figura fantasmagórica ao fundo quando minha prima me enviou uma mensagem dizendo: 'Isso é um fantasma?'", completou.

"Acredito que devido o quão antigo o prédio era e sua história, isso acabou parecendo estranho. Estávamos realizando um passeio e ouvindo o guia. Não estava tentando registrar nada em específico, mas apenas mostrando os arredores. Apenas notei a figura fantasmagórica ao fundo quando minha prima me enviou uma mensagem dizendo: 'Isso é um fantasma?'", disse Danielle
Após Danielle ter enviado o vídeo para o Snapchat, no fim de semana retrasado, ela ainda não fazia ideia do "fantasma" até que ela olhasse novamente o vídeo. Quando voltou para casa, ela realizou mais algumas pesquisas sobre a história do palácio, e descobriu a história do trágico incêndio.

"Realmente não pensei nisso, porque já aconteceram muitas coisas fantasmagóricas comigo antes, tal como ouvir passos em escadas ou quadros caindo das paredes ao sofrerem um impacto. Coisas pequenas desse gênero. No entanto, as pessoas geralmente não capturam coisas assim diante das câmeras. Quando estávamos no porão estava congelando, embora as janelas não estivessem abertas e estava quente do lado de fora", finalizou Danielle.

E foi apenas isso, que foi publicado pelos tabloides britânicos, porém o suficiente para despertar a atenção de centenas de pessoas e ser compartilhado milhares de vezes. A única diferença entre as "notícias" publicadas sobre o caso foram os títulos que acabaram sendo os mais variados possíveis e despertou uma certa revolta na imprensa norte-americana.

A Reação da Imprensa Local Norte-Americana: Danielle Hyde Realmente Registrou um "Fantasma" de uma Empregada, que Teria Supostamente Morrido em um Incêndio em 1798?


Quem aparentemente não entendeu absolutamente nada sobre essa história foi a imprensa local norte-americana. Imagine, por exemplo, você registrar um suposto "fantasma" em foto ou vídeo a partir de um local considerado mal-assombrado aqui no Brasil e, de repente, sua história começa a ser veiculada pelos tabloides britânicos sem que nenhum site aqui no Brasil tenha divulgado primeiramente o caso. Vocês não achariam estranho? Foi mais ou menos isso que o site do jornal "The Charlotte Observer", o jornal com maior circulação da Carolina do Norte, apontou em um texto publicado também no dia 21 de julho.

Quem aparentemente não entendeu absolutamente nada sobre essa história foi a imprensa local norte-americana
O texto inicialmente dizia que duas turistas estavam visitando o Palácio Tryon, na região leste da Carolina do Norte, quando supostamente gravaram imagens de um "fantasma", sendo que os jornais do Reino Unido não conseguiram se conter diante do ocorrido. A filmagem mostrava claramente uma imagem transparente de uma empregada do período colonial carregando um cesto. Não estava claro quem havia postado o vídeo no Snapchat (uma vez que o endereço original não foi divulgado), mas a alegação recaía sobre Danielle Hyde, 21 anos.

O texto também apontava que, "por razões desconhecidas", o vídeo estava sendo amplamente divulgado no Reino Unido através de tabloides tais como o Daily Mail, o Metro, o The Sun e o Daily Mirror. Aliás, o Daily Mirror chamou a filmagem de "aterrorizante", enquanto o "The Sun" estampou a seguinte manchete: "EMPREGADA DO TERROR: Imagens assustadoras mostram 'fantasma' de empregada rondando mansão nos Estados Unidos, onde ela queimou viva em um incêndio no Século XVIII."

O "The Sun" estampou a seguinte manchete: "EMPREGADA DO TERROR: Imagens assustadoras mostram 'fantasma' de empregada rondando mansão nos Estados Unidos, onde ela queimou viva em um incêndio no Século XVIII."
O "The Charlotte Observer" tentou entrar em contato com os funcionários que trabalham no Palácio Tryon na última sexta-feira (21), mas não teria sido possível. De qualquer forma, foi mencionado que as redes sociais estavam questionando a tal imagem fantasmagórica, sendo que algumas pessoas alegavam que o vídeo era falso. Já outas pessoas alegavam que era apenas um membro da equipe que trabalha no Palácio Tryon, que ficou desfocada na imagem devido a velocidade que estava caminhando. Aliás, pessoas mais atentas disseram que o "fantasma" possuía sombra, e que todas as mulheres que trabalham no palácio usavam roupas de época. Agora, estaríamos mesmo diante um "fantasma"? O Palácio Tryon seria mesmo mal-assombrado? A filmagem é falsa? Por que a filmagem acabou sendo primeiramente divulgado no Reino Unido e não nos Estados Unidos?

Bem, para começar a responder a essas perguntas, vocês já devem ter notado que todo o material fornecido vem da agência de notícias "Mercury Press and Media" e da Caters (uma agência considerada "irmã" da Mercury), que apenas coleta as informações, depoimentos, fotos e vídeos e monta um texto básico sobre o ocorrido. Resumindo? Não há qualquer tipo de pesquisa, investigação e nenhuma preocupação se o conteúdo oferecido é falso ou não, ou seja, depende de você meramente acreditar no que é contado pelas pessoas, que vendem suas respectivas histórias para eles. Essa é a famosa "indústria do paranormal" no Reino Unido, onde qualquer coisa pode ser tornar inexplicável na mão das agências de notícias e dos tabloides britânicos. É exatamente por isso, que a filmagem apareceu primeiramente no Reino Unido, porque muito provavelmente, muito mesmo, Danielle vendeu sua história para a agência de notícias , que repassou o material para os tabloides, que por sua vez tem o conteúdo traduzido, e publicado em sites de entretenimento e pseudoinformativos ao redor do mundo, assim como acontece aqui no Brasil.

Além disso, a filmagem não aparenta ser manipulada digitalmente, visto que parecer ser mesmo uma filmagem original, e sem cortes. Porém, temos realmente o registro de um "fantasma"? Muito provavelmente, muito mesmo, não, e por diversas razões. Primeiramente, o suposto "fantasma" tem sombra (é possível notar isso embaixo da "figura fantasmagórica"), e imaginamos que um espírito não faça sombra enquanto "ande."

Primeiramente, o suposto "fantasma" tem sombra (é possível notar isso embaixo da "figura fantasmagórica"),
e imaginamos que um espírito não faça sombra enquanto "ande"
Em segundo lugar, se vocês ampliarem bem, poderão ver que o "fantasma" usa sapatos pretos, e a cesta que carrega destoa em termos de cor do restante da imagem.

Se vocês ampliarem bem, poderão ver que o "fantasma" usa sapatos pretos,
e a cesta que carrega destoa em termos de cor do restante da imagem
Quanto a transparência da imagem, como se houvesse um pequeno rastro, é perfeitamente explicável diante da filmagem do deslocamento de uma pessoa em carne e osso e o efeito "motion blur" ("desfoque de movimento", em português), que muitas vezes independe de quem está gravando, mas da câmera utilizada.

Para finalizar, estamos falando de um lugar histórico, extremamente importante da Carolina do Norte, onde os guias turísticos e funcionários utilizam diariamente roupas de época e que, aparentemente e oficialmente dizendo, nada indica que seja assombrado por quaisquer fantasmas, espíritos, entidades, maldições etc.

Para finalizar, estamos falando de um lugar histórico, extremamente importante da Carolina do Norte,
onde os guias turísticos e funcionários utilizam diariamente roupas de época
Portanto, existe uma probabilidade muito próxima de zero (senão zero) de Danielle ter registrado algo de cunho paranormal. Além disso, soa ser de extrema má-fé estar em um lugar onde sabidamente todos os funcionários utilizam roupas de época, e alegar que teria filmado o fantasma de uma empregada que teria morrido em um incêndio do século XVIII (sem apresentar nenhuma alegação histórica para confirmar isso). Para finalizar, o tal "fantasma" precisaria ter sobrevivido a demolição do prédio principal e da cozinha, que havia se tornado uma simples rua, com dezenas de casas e escritórios ao redor (e nenhum relato de avistamento de fantasmas nas respectivas casas e escritórios).

Enfim, talvez essa seja a verdadeira diferença entre noticiar algo, e verdadeiramente pesquisar, ainda que minimamente, sobre algo relacionado ao chamado mundo do sobrenatural ou paranormal. Caso tenhamos maiores novidades ou um posicionamento oficial do Palácio Tryon manteremos vocês informados.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://www.charlotteobserver.com/news/local/article162981053.html
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4717458/Couple-tour-palace-film-ghost-servant.html
http://www.wcti12.com/news/local-news/craven/tryon-palace-reviewing-security-changes/574855958
https://en.wikipedia.org/wiki/Tryon_Palace
https://www.thesun.co.uk/news/4068299/spooky-footage-shows-ghost-of-female-servant-stalking-us-palace-where-she-burned-alive-in-18th-century-fire/
https://www.tryonpalace.org/

Conheça os "Caixões-Torpedo" e as Estranhas Invenções que um Dia Tentaram Impedir o Roubo de Túmulos ao Redor do Mundo!

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Por Marco Faustino

Acredito que a última vez, que trouxe ao conhecimento de vocês algo bem peculiar, e que remontaria (ao menos em tese) a séculos anteriores foi em relação aos kits supostamente autênticos e utilizados para enfrentar vampiros durante o século XIX na Europa, e que são tipicamente equipados com pistolas, estacas de madeira, bíblias, crucifixos e rosários. Além, é claro, de garrafas de pó de alho, água benta e poções de ervas diversas. Dezenas desses kits foram parar em coleções de museus, e os visitantes se aglomeram pela chance de poder conferir de perto tais "preciosidades." Ninguém parece se importar, no entanto, que nos últimos anos os acadêmicos vêm estudando tais acervos e conduzindo testes científicos, que indicam que muitos desses kits, que atualmente estão espalhados ao redor do mundo, foram criados tão somente no final do século XX, ou seja, não são tão antigos quanto prometem ser. Para piorar a situação, muitos desses kits são vendidos em leilões de casas muito famosas e renomadas, por preços completamente surreais, superando a casa dos R$ 80.000, sem que haja qualquer análise para determinar o quão antigo seus componentes são ou suas respectivas origens. Assim sendo, naquela postagem apresentei a vocês cerca de seis motivos para não comprarem esses tais kits, visto que, além de alimentar um mercado extremamente fraudulento ao incentivar a fabricação em larga escala dos mesmos, sai muito mais barato criar o seu próprio kit, caso tenha interesse em ter um deles na sua casa, por exemplo, como um mero objeto de decoração (leia mais: Conheça os Estranhos "Kits" Supostamente Autênticos e Utilizados Para Enfrentar Vampiros Durante o Século XIX na Europa!). Portanto, tenham muita cautela quando resolverem comprar itens supostamente antigos, visto que a chance de ser enganado(a) é grande.

Aliás, alguns dias antes daquela postagem relacionada aos "kits para combater vampiros" havia comentado sobre o lacrimatório, um nome que até hoje algumas pessoas costumam atribuir a pequenos recipientes de vidro ou cerâmica, que teriam sido encontrados desde a Grécia e a Roma Antiga, e que se presume terem sido utilizados para coletar as lágrimas vertidas pelos enlutados (pessoas que se encontravam em luto, ou seja, daqueles que sofriam com a morte de alguém) nos funerais. Contudo, conforme expliquei direitinho para vocês, o lacrimatório nunca existiu. Os frascos de vidro atualmente vendidos em antiquários custando entre R$ 400 e R$ 5.000 nada mais são do que frascos que serviam para guardar vinagres e sais perfumados, perfumes ou para então perfumar lenços umedecidos (leia mais: Conheça o Lacrimatório: A Estranha História Sobre um Recipiente que Serviria Para Coletar as Lágrimas dos Enlutados na Era Vitoriana!).

Assim sendo, novamente na tentativa de buscar um conteúdo interessante, e que ao mesmo tempo agregasse algum conhecimento para vocês, encontrei algo muito peculiar, e que talvez vocês nunca tenham ouvido ou lido sobre isso: os caixões-torpedo. Termo estranho, não é mesmo? Porém, saiba que durante boa parte do século XIX, se você quisesse ter certeza de que o corpo de um ente querido permaneceria dentro do túmulo, e evitasse de parar na mesa de um estudante de Anatomia, você simplesmente poderia "armar" o seu caixão. Durante o século XIX, os "caixões-torpedo" surgiram no concorrido mercado funerário norte-americano, principalmente diante da Guerra Civil, prontos para frustrar as intenções de possíveis ladrões de corpos, e garantir que o ente querido pudesse realmente descansar em paz. Considerei essa história muito interessante e resolvi trazê-la para vocês. Além disso, aproveitarei a ocasião para mostrar outros métodos que já foram utilizados para evitar esse problema, que era mais comum do que vocês imaginam! Vamos saber mais sobre esse assunto?

Conheça os Caixões-Torpedo: Um Estranho Mecanismo Destinado a Evitar o Roubo de Corpos de Seus Respectivos Túmulos


Não é de hoje que o roubo de corpos de seus respectivos túmulos, para as mais diversas finalidades possíveis e inimagináveis, é um problema tanto em nossa sociedade quanto em diversas outras ao redor do mundo. Se vocês acompanharam uma série chamada "Taboo", da BBC One, e protagonizada por Tom Hardy, devem ter percebido que, em determinado momento, o personagem principal James Keziah Delaney,  um aventureiro de 1813 que retorna da África carregando 14 pedras de diamantes obtidas de maneira ilegal, e que busca vingança pela morte de seu pai (interpretado pelo próprio Tom Hardy) paga um valor adicional para o coveiro (ou assistente funerário, caso queira ser politicamente correto, muito embora isso não diminua o preconceito em relação a profissão) cavar mais fundo. O objetivo? Isso faria com que ladrões demorassem mais tempo para desenterrar o caixão, ou seja, não daria tempo de realizar o roubo antes do Sol nascer, e fatalmente acabariam sendo presos.

Se vocês acompanharam uma série chamada "Taboo", da BBC One devem ter percebido que, em determinado momento, o personagem principal James Keziah Delaney paga um valor adicional para o coveiro cavar mais fundo. O objetivo? Isso faria com que ladrões de túmulos demorassem mais tempo para desenterrar o caixão, ou seja, não daria tempo de realizar o roubo antes do Sol nascer.
Infelizmente, muitas pessoas não tinham esse dinheiro adicional (lembrando que uma simples fotografia custava muito caro no século XIX), e ficavam sujeitas a ação desses criminosos, que alimentavam um mercado ilegal de estudantes e universidades interessados em corpos para serem estudados anatomicamente falando. Aliás, vale ressaltar que a série "Taboo" se passa em Londres, no início do século XIX, conforme vocês já devem ter notado.

Do outro lado do oceano, o roubo (ou furto, dependendo da interpretação jurídica atual) de túmulos era uma preocupação tão grande nos Estados Unidos após a Guerra Civil, que as pessoas começaram a construir verdadeiras armas para proteger seus entes queridos. O terrível e desagradável pensamento de que o corpo de um familiar poderia ser roubado de seu túmulo e vendido para ser simplesmente dissecado por um médico ou estudante de Anatomia, levou empresários ou os chamados "homens de negócio" a considerar machucar ou até mesmo matar ladrões em potencial. Leis estaduais aprovadas entre 1880 e 1910 começaram a permitir, que profissionais da área médica utilizassem cadáveres não reclamados - incluindo aqueles de pessoas, cujas famílias não podiam pagar por funerais apropriados - para dissecação e análises. Por mais que isso soe estranhe nesse primeiro momento, antes dessas mesmas leis, os cemitérios eram o "Velho Oeste" da Medicina nos Estados Unidos.

Autoridades de Massachusetts verificando uma ocorrência de roubo de um corpo durante uma investigação de 1883 sobre a Tewksbury Almshouse, uma instituição estadual destinada a alcoólatras e pessoas mais pobres e mentalmente insanos.
Houve uma época, que as escolas de Medicina das universidades necessitavam de cadáveres para que pudessem aprender mais sobre o corpo humano, e sem nenhuma forma lícita de obter tais corpos à luz do dia, as mesmas se voltavam para o "mercado negro de cadáveres". Os ladrões entravam nos cemitérios para exumar as pessoas recentemente enterradas, e simplesmente vendiam seus corpos. Contudo, em alguns casos os ladrões roubavam esses corpos não para "finalidades médicas", mas exigiam dinheiro da família para devolvê-los (chega a ser difícil apontar qual era a motivação mais cruel). Foi assim que dois homens desenvolveram mecanismos considerados mortais chamados de "caixões-torpedo", que poderiam ferir gravemente ou até mesmo matar ladrões ou profanadores de túmulos. Um deles se parecia como uma espingarda ou canhão, já o outro com uma mina terrestre.

Philip K. Clover, um artista e inventor da cidade de Columbus, capital do estado norte-americano de Ohio, foi o primeiro a patentear uma versão de um "caixão-torpedo". Em sua patente publicada em 8 de outubro de 1878, ele escreveu: "Minha invenção tem como objetivo fornecer um meio que deve impedir com sucesso a ressurreição não autorizada de cadáveres. E, diante desse objetivo, minha invenção consiste em um torpedo construído de forma peculiar, adaptado para ser prontamente anexado ao caixão e ao corpo nele contido de tal maneira que, qualquer tentativa de remover o corpo após ter sido enterrado causará o acionamento do cartucho contido no torpedo, machucando ou matando o profanador de túmulos."

Philip K. Clover, um artista e inventor da cidade de Columbus, capital do estado norte-americano de Ohio, foi o primeiro a patentear uma versão de um "caixão-torpedo"
O "torpedo" de Philip K. Clover estava preso internamente na tampa superior do caixão, assim como amarrado ao cadáver. Funcionava como uma espécie de espingarda que seria acionada após a abertura da tampa. O "aspirante" a ladrão seria literalmente abatido por bolas de chumbo de calibre .36, destinadas a matar ou ferir gravemente quem ousasse perturbar os mortos. Contudo, como parar um bando de ladrões? Por mais que o projeto de Clover parecesse ser perfeito para lidar com um ladrão solitário, o mesmo não se aplicava a um bando de ladrões, visto que o mecanismo disparava apenas uma única vez. Assim sendo, com mais pessoas envolvidas, um ladrão poderia se tornar a cobaia para abrir o caixão e, independentemente se morresse ou ficasse ferido, o restante poderia roubar tranquilamente o corpo.

Foi assim que uma patente para um formato diferente de "caixão-torpedo" aparentemente surgiu para resolver essa questão. Thomas N, Howell, um juiz de sucessão na cidade de Circleville, também no estado norte-americano de Ohio, patenteou sua própria versão em 20 de dezembro de 1881. A patente de Howell era destinada a um "torpedo", que funcionava como uma espécie de mina terrestre. Uma espécie de domo deveria ser enterrado acima e próximo do caixão (não era anexado ao caixão como no caso da invenção de Philip K. Clover, sendo que o tal domo seria protegido por um mecanismo de metal. O domo, preenchido com quase meio quilo de pólvora negra, seria inflamado mediante uma pertubação física. O mecanismo de metal funcionaria tanto como proteção quanto uma arma, visto que direcionaria a força da explosão diretamente para o ladrão de túmulos. O corpo do falecido permaneceria intacto enquanto que o ladrão iria sair, na melhor das hipóteses, com algumas queimaduras, porém o mais provável é que ele morresse mesmo,

Foi assim que uma patente para um formato diferente de "caixão-torpedo" aparentemente surgiu para resolver essa questão. Thomas N, Howell, um juiz de sucessão na cidade de Circleville, também no estado norte-americano de Ohio, patenteou sua própria versão em 20 de dezembro de 1881
Um determinado anúncio para esse dispositivo, semelhante a uma mina terrestre dizia: "Durma bem anjinho, não tenha medo que forças malignas perturbem o seu descanso, pois logo acima encontra-se um torpedo, pronto para fazer picadinho de qualquer um que tentar retirá-lo de sua morada."

Curiosamente, ao pesquisar sobre esse assunto me deparei com uma outra invenção também atribuída a T. N. Howell, que seria uma espécie de versão anterior, patenteada alguns meses antes da versão, que se parece realmente com uma "mina terrestre". É justamente essa que vocês podem conferir logo abaixo, onde se utilizavam cordas ao redor do caixão ao invés de uma proteção metálica.

Curiosamente, ao pesquisar sobre esse assunto me deparei com uma outra invenção também atribuída a T. N. Howell, que seria uma espécie de versão anterior, patenteada alguns meses antes da versão, que se parece realmente com uma "mina terrestre"
Existem poucas evidências arqueológicas, no entanto, que sugiram que os "caixões-torpedo" tenham sido amplamente utilizados, porém eles fornecem uma ideia do mórbido fascínio pela morte no século XIX. De acordo com a Dra. Kathryn Meyers Emery, antropóloga do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual do Michigan, nos Estados Unidos, esses tais dispositivos teriam sido utilizados pouquíssimas vezes.

De acordo com a Dra. Kathryn, eram definitivamente excentricidades projetadas para ganhar dinheiro devido ao temor generalizado em relação ao roubo de corpos. A verdade seria que, na maioria das vezes, os familiares precisavam mesmo de alguém para vigiar o túmulo de algum ente querido por alguns dias ou semanas para se certificarem de que o corpo tivesse tempo para se decompor e não ser mais útil para as escolas de Medicina.

De acordo com a Dra. Kathryn Meyers Emery, antropóloga do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual do Michigan, nos Estados Unidos, esses tais dispositivos teriam sido utilizados pouquíssimas vezes
Megan E. Springate, candidata a PhD em Arqueologia, pela Universidade de Maryland, e autora do livro "Coffin Hardware in Nineteenth-century America" também não está convencida de que os caixões-torpedo tivessem realmente saído das páginas dos catálogos de patentes. De acordo com Megan, as notícias publicadas (vocês vão conferir algumas delas daqui a pouco) sobre esse assunto provavelmente se referiam a "explosivos em geral" colocados ao redor dos túmulos do que invenções específicas para o setor funerário.

Ainda segundo Megan, outros aspectos do setor funerário dos Estados Unidos também dissuadiam o roubo de corpos, incluindo o enterro em caixas de transporte seladas como se fossem cofres improvisados, a utilização de mecanismos de travamento escondidos nas tampas dos caixões, e a utilização de caixas de ferro fundido. Todos os itens listados acima já teriam sido recuperados de maneira arqueológica.

Megan E. Springate, candidata a PhD em Arqueologia, na Universidade de Maryland, e autora do livro "Coffin Hardware in Nineteenth-century America" também não está convencida de que os caixões-torpedo tivessem realmente saído das páginas dos catálogos de patentes
Ainda segundo Megan, outros aspectos do setor funerário dos Estados Unidos também dissuadiam o roubo de corpos, incluindo o enterro em caixas de transporte seladas como se fossem cofres improvisados, a utilização de mecanismos de travamento escondidos nas tampas dos caixões, e a utilização de caixas de ferro fundido
Por falar em notícias, em uma edição de um jornal diário chamado "Topeka State Journal", da cidade de Topeka, no estado norte-americano do Kansas, de 1889, chegou a comentar sobre o túmulo de uma extravagante senhora chamada William C. Whitney, cujo corpo teria sido adornado com joias, e que possuía mecanismos de proteção bem agressivos.

Esse relato, cuja autenticidade é desconhecida, definia o seguinte cenário: "Sob a riqueza das flores cultivadas em estufa, que adornam o túmulo da Sra. William C. Whitney em uma colina com vista para Little Neck Meadows, a terra recém-cavada foi semeada com poderosos torpedos. O caixão está envolto deles, e a força maligna que ousasse invadir o espaço entre ele e a superfície seria convidado a uma rápida destruição." O texto ainda dizia que não havia segredos sobre os tais "torpedos", e que todos do vilarejo sabiam sobre eles. Também era mencionado que dois homens, um detetive e um patrulheiro vigiavam dia e noite o seu túmulo.

Uma edição de um jornal diário chamado "Topeka State Journal", da cidade de Topeka, no estado norte-americano do Kansas, de 1889, chegou a comentar sobre o túmulo de uma extravagante senhora chamada William C. Whitney, cujo corpo teria sido adornado com joias, e que possuía mecanismos de proteção bem agressivos
Em uma noite de janeiro de 1881, três profanadores de túmulos acabaram se dando muito mal, quando tentaram roubar um corpo de um cemitério em Mount Vernon, no estado norte-americano de Ohio. Um dos ladrões, bem ou mal, acabou sendo enviado para o próprio túmulo. "A história conta que, ao escavar o túmulo, as picaretas entraram em contato com um torpedo, que explodiu, matando um dos ladrões, chamado Dipper e destroçando a perna de outro", dizia uma notícia publicada no jornal "Stark County Democrat", no dia 20 de janeiro de 1881. O terceiro indivíduo, que felizmente tinha a função de vigia, não teria ficado ferido, e teria salvado seu colega machucado.

Em uma noite de janeiro de 1881, três profanadores de túmulos acabaram se dando muito mal, quando tentaram roubar um corpo de um cemitério em Mount Vernon, no estado norte-americano de Ohio. Um dos ladrões, bem ou mal, acabou sendo enviado para o próprio túmulo
Os caixões-torpedo, no entanto, não eram o único método de proteção de túmulos. Algumas famílias contratavam vigias armados, que ficavam atentos nas proximidades dos túmulos ou em verdadeiras "torres de observação ou vigilância", que eram construídas nos cemitérios. Também existiam as chamadas "armas de cemitérios", que eram populares na Europa, e geralmente se tratavam de armas municiadas ou desmuniciadas colocadas acima do solo, sendo espalhadas pelos cemitérios. O gatilho das respectivas armas era amarrado com um fio em diversos pontos considerados estratégicos.

Torre de vigilância construída no Cemitério Glasnevin, em Dublin, na Irlanda
Torre de vigilância construída no interior do Cemitério Dalkeith, na Escócia
Se algum ladrão desavisado acabasse encostando em um desses fios, o simples som de um tiro poderia assustá-lo ou então uma arma municiada poderia efetivamente matá-lo. Aliás, é interessante destacar que as armas eram "geralmente" desmuniciadas durante o dia, visto que os cemitérios recebiam os familiares, que iam prestar suas últimas homenagens aos seus entes queridos.

Nesse ponto é interessante notar, que entre os séculos XVI e XIX, na Europa, o roubo de túmulos era um problema social gritante, visto que as escolas de Medicina e os médicos também clamavam por mais corpos para praticar a dissecação. Esse foi um dos principais motivos que levaram a criação das tais "armas de cemitérios", uma adaptação de um tipo de arma conhecido em inglês como "set-gun", por volta do século XVIII (muito embora esse esquema já existisse desde o século XV), que era montada sobre uma cerca e disparava quando algo ou alguém tropeçasse em um fio. Era a solução mais fácil para manter animais selvagens ou ladrões afastados dos cemitérios.

Uma "arma de cemitério" permanece em exibição pública no Museu de Arte do Luto no Cemitério Nacional de Arlington, em Drexel Hill, no estado norte-americano da Pensilvânia. A arma teria sido fabricada em 1707.
Maiores detalhes da arma que está em exibição pública no Museu de Arte do Luto no Cemitério Nacional de Arlington
Assim sendo, uma arma municiada, plantada de forma segura em um local estratégico e um fio que passava por uma área onde um intruso poderia invadir eram extremamente eficazes. No entanto, essas armas geralmente eram montadas sobre blocos de madeira, para que pudessem ser facilmente colocadas em qualquer lugar do cemitério. Os visitantes sabiam muito bem da existência dessas armas e dos fios que, conforme mencionamos anteriormente "geralmente" eram desmuniciadas durante o dia. Muitas vezes, durante o entardecer, alguns vigias mudavam o posicionamento das mesmas para que os ladrões não soubessem exatamente elas estariam. 

Essas armas eram bem populares na Grã-Bretanha até 1827, quando foram proibidas. A proibição acabou dando origem aos "Mortsafes" ou gaiolas de ferro, que adicionavam uma camada de proteção sobre os túmulos, e que se tornaram bem populares pela Europa, muito embora não tivesse muitos adeptos nos Estados Unidos.

Exemplo clássico de "mortsafes" no Cemitério da Igreja de Logierait, na Escócia.
Outra versão de "mortsafe" que foi posicionado bem rente ao solo
Mais uma versão de "mortsafe", mas dessa vez destinada a proteger mausoléus
Outra versão de "mortesafe" no qual foi acrescentada uma camada de concreto sobre a estrutura de ferro ao redor do túmulo,
no Cemitério de Cluny, na Escócia
Antes da invenção dos caixões-torpedo houve ao menos 17 tumultos registrados nos Estados Unidos, nos quais cidadãos irritados invadiram faculdades de Medicina para recuperar os cadáveres roubados. No fim do século XIX e início do século XX, as leis estaduais, que por sua vez passaram a fornecer meios legais para as faculdades de Medicina reivindicar os corpos, enfraqueceram o mercado negro. Portanto, os mortos conseguiram descansar um pouco mais em paz. Em um momento que os corpos dos entes queridos podiam ser roubados por mero capricho, os caixões-torpedo talvez fornecessem uma sensação de segurança. E, ironicamente, é claro, tais armas acabaram matando quem teve a audácia de mexer com os mortos.

Para Michael Sappol, pesquisador associado do Colégio Sueco para Estudos Avançados, em Uppsala, na Suécia, e autor do livro "A Traffic of Dead Bodies: Anatomy and Embodied Social Identity in Nineteenth-Century America", aquele era um período (principalmente o século XIX, nos Estados Unidos) em que as pessoas dedicavam uma parte considerável de suas economias nos funerais, e obviamente seria gerada toda uma indústria ao redor disso, que incorporava a fabricação de caixões, mausoléus, roupas, veículos próprios, lápides, fotografias e todo e qualquer tipo de bugiganga. As vezes surgiam invenções brilhantes, que enriqueciam seus inventores, mas as vezes surgiam coisas completamente estúpidas, que acabaram caindo no esquecimento.

Para Michael Sappol, pesquisador associado do Colégio Sueco para Estudos Avançados, em Uppsala, na Suécia, e autor do livro "A Traffic of Dead Bodies: Anatomy and Embodied Social Identity in Nineteenth-Century America", aquele era um período (principalmente o século XIX, nos Estados Unidos) em que as pessoas dedicavam uma parte considerável de suas economias nos funerais, e obviamente seria gerada toda uma indústria ao redor disso
Para muitas pessoas que trabalhavam, se conseguissem economizar algum dinheiro, provavelmente seria destinado a pagar as despesas do próprio funeral ou de algum familiar. As pessoas começaram a sentir que era desesperadamente importante ter um "enterro decente." Contudo, teve um caso em específico que serviu como um "divisor de águas" nesse sentido, nos Estados Unidos.

Um Escândalo Nacional: O Caso Envolvendo o Roubo do Corpo do Congressista Norte-Americano John Scott Harrison


No rescaldo da Guerra Civil Norte-Americana, existiam inúmeros cadáveres para serem recolhidos e enterrados. A maioria das vítimas era pobre ou então não possuía um lugar para morar. Os afro-americanos e imigrantes também foram fortemente afetados. Porém, em certa ocasião, os ladrões tinham passado dos limites: o corpo de um congressista pelo Estado norte-americano de Ohio chamado John Scott Harrison foi retirado de seu túmulo e vendido a Faculdade de Medicina de Ohio.

John Scott Harrison continua sendo até hoje a única pessoa
que foi filho e o pai de presidentes dos Estados Unidos
John Scott Harrison continua sendo até hoje a única pessoa que foi filho e o pai de presidentes dos Estados Unidos: o pai, William Henry, foi o nono presidente, enquanto seu filho, o Benjamin foi o vigésimo terceiro. Por outro lado, ele também é conhecido pelo seu corpo ter sido roubado de seu túmulo e vendido para uma faculdade de Medicina, o que desencadeou um escândalo nacional.

Depois de morrer dormindo na noite de 25 de maio de 1878, aos 74 anos, o corpo de Harrison foi enterrado em North Bend, no Estado de Ohio, no dia 29 de maio daquele mesmo ano. Durante seu funeral, os familiares ficaram sabendo que o corpo de um jovem chamado Augustus Devin, que havia morrido 11 dias antes, vítima de tuberculose, tinha sido roubado. Horrorizados e preocupados com tal situação, Benjamin e seus irmãos John e Carter reforçaram o túmulo do pai, colocando três grandes placas de pedra sobre o caixão, e cobriram cimento. Depois que o cimento secou, o túmulo foi preenchido com terra, e a família pagou cerca de US$ 30 para um vigia tomar conta do túmulo por cerca de 30 noites.

No dia seguinte, John e seu primo George Eaton, munidos com um mandado de busca e com o apoio de três policiais de Cincinnati, começaram a procurar por Augustus na Faculdade de Medicina de Ohio. As escolas de Medicina eram as principais suspeitas, quando um corpo desaparecia de um cemitério naquela época, visto que costumavam "abastecer" suas aulas de Anatomia com o "material" vendido por profanadores de túmulos.

Curiosamente, na edição matinal daquele dia, do jornal "The Cincinnati Enquirer", foi mencionado que às 3h da madrugada um bugre (uma tipo de veículo) tinha entrado em um beco entre as ruas Vine e Race, próximo da Faculdade de Medicina, sendo que "algo branco foi retirado e teria desaparecido" antes que o bugre deixasse rapidamente o local. Ainda segundo o jornal, a impressão geral era que algo "rígido" estava sendo contrabandeado para a Faculdade de Medicina de Ohio.

Desenho da fachada da Faculdade de Medicina de Ohio, em 1856
De qualquer forma, John, seu primo e os três policiais foram recebidos pelo zelador A.Q. (algumas vezes citado como J.Q.) Marshall, que os acompanhou durante a busca no prédio. No porão, encontraram uma calha conectada a uma porta, que dava para o beco, que também de conectava a uma espécie de poço vertical, que ultrapassava a altura do prédio. Em outros locais, eles já tinham encontrados caixas de diversas partes de corpos: um estudante cortado na altura do peito, a cabeça de uma mulher negra e o corpo de um bebê de apenas seis meses de idade, mas nada do Augustus Devin.

Finalmente, Marshall insistiu que ele precisava alertar a faculdade sobre o que estava acontecendo, então o detetive Snelbaker o deixou ir, mas colocou um investigador para seguir os seus passos. Sem querer, Marshall os levou para uma sala no andar superior, que tinha uma espécie de guincho com uma corda, que descia até um buraco quadrado no chão. O buraco abria para aquela espécie de poço, que eles tinham visto no porão. Pelo que parecia, essa espécie de guincho era usado para erguer os cadáveres para os andares superiores.

Sem querer, Marshall os levou para uma sala no andar superior, que tinha uma espécie de guincho com uma corda, que descia até um buraco quadrado no chão. O buraco abria para aquela espécie de poço, que eles tinham visto no porão. Pelo que parecia, essa espécie de guincho era usado para erguer os cadáveres para os andares superiores
O detetive Snelbaker percebeu que a corda estava tensionada. Ele girou a manivela, e lentamente ergueu o corpo nu de um homem, cuja cabeça estava coberta por um pano. Inicialmente, John descartou a possibilidade de ser Augustus. O corpo era de um homem idoso, relativamente robusto, e não o corpo fragilizado de um jovem de 23 anos que estavam procurando. O detetive Snelbaker sugeriu que ele verificasse mesmo assim, então Harrison tirou o pano da cabeça do homem, e ele teve uma visão aterradora. "É o meu pai", disse Harrison, ofegante. John Scott Harrison, cujo funeral havia sido realizado há menos de 24 horas, tinha sido despejado pela calha às 3h da manhã, não Augustus Devin (o corpo de Devin foi posteriormente descoberto em cubas na Universidade do Michigan).

Familiares que visitaram o túmulo de Harrison também descobriram sobre o roubo. As pedras tinham sido deslocadas, o caixão tinha sido perfurado e a tampa foi arrancada para que o corpo pudesse ser amarrado pelos pés e puxado para fora. Provavelmente, os ladrões tinham participado do enterro e visto as medidas que tinha sido tomadas, caso contrário não saberiam exatamente como lidar com as camadas extras de proteção. Aliás, o vigia contratado não tinha nenhuma explicação para dar sobre como aquilo tinha acontecido sob sua suposta supervisão.

O irmão de George Eaton, Archie, e Carter Harrison foram para Cincinnati para contar às suas famílias o que havia acontecido. Carter disse a John que o corpo de seu pai havia sido roubado; John disse a Carter que ele já sabia, porque ele tinha encontrado o corpo. O zelador acabou sendo preso por receptação ilegal e ocultação do cadáver de John Scott Harrison, mas sua permanência atrás das grades seria bem curta, visto que a faculdade pagou sua fiança no valor de US$ 5.000 (um valor consideravelmente alto para aquela época).

Atualmente os restos mortais de John Scott Harrison encontram-se em um memorial estadual na cidade de North Bend, em Ohio
John Scott Harrison está sepultado ao lado de seu pai e de seu filho nesse mesmo memorial na cidade de North Bend
A Faculdade de Medicina foi execrada pela imprensa, mas não demonstrava nenhum tipo de arrependimento. Eles se lamentaram, é claro, que um indivíduo de prestígio tinha ido parar em suas salas de dissecação, em vez dos pobres habituais, mas eles insistiram que tudo isso era o preço a se pagar por um ensino de qualidade. No dia 1º de junho, o Dr. Robert Bartholow, Reitor da Faculdade de Medicina de Ohio (que quatro anos antes matou uma paciente chamada Mary Rafferty ao inserir eletrodos profundamente em seu cérebro em razão de um experimento) publicou uma declaração no jornal "Cincinnati Times" negando ter conhecimento do roubo ou responsabilidade sobre um profanador anônimo, uma vez que isso significava "reabastecer o seu tesoureiro." Naquela mesma tarde, Benjamin Harrison publicou sua indignação através de uma carta aberta:
"Seu zelador negou que isso fosse responsabilidade de vocês, mas a incisão precisa na artéria carótida, a linha com a qual foi amarrada, e as veias injetadas, fazem dele um mentiroso. Quem fez a incisão e injetou naquele corpo, senhores da Faculdade? Os cirurgiões que examinaram o trabalho, disseram que não tinha sido feito por um amador. Enquanto ele estava na mesa de vocês, a longa barba branca, que as mãos de seus netinhos tinham acariciado com tanto amor, tinha sido rudemente despojada de seu rosto. Vocês têm tão pouco cuidado com a faculdade, que um homem desconhecido, que ninguém viu, foi capaz de fazer tudo isso? Quem o tirou da mesa e o pendurou pelo pescoço no poço?"
Sem respostas e sem nenhuma acusação formal contra a faculdade, Benjamin Harrison entrou com uma ação civil. Os resultados tanto da parte criminal quanto civil foram perdidos, uma vez que todos os registros foram destruídos quando o Tribunal de Justiça do Condado de Hamilton foi incendiado em 1884, por outras motivações (não foi exatamente uma "queima de arquivo").

Os resultados tanto da parte criminal quanto civil foram perdidos, uma vez que todos os registros foram destruídos quando o Tribunal de Justiça do Condado de Hamilton pegou fogo em 1884. O incêndio começou durante uma revolta provocada pela indignação pública sobre o resultado de um julgamento por homicídio.
Em reação a esse episódio, no entanto, os estados norte-americanos de Ohio, Indiana, Illinois, Iowa e Michigan aprovaram leis que aumentavam as penas em caso de roubo de túmulos, e permitiam que as escolas de medicina usassem os corpos de pessoas não reclamadas, que morreram aos cuidados do Estado (mendigos, órfãos, mentalmente insanos, prisioneiros etc.) para "dissecação anatômica". Um exemplo disso foi a "Lei da Anatomia" promulgada em 1883 pelo Estado norte-americano da Pensilvânia.

Um exemplo disso foi a "Lei da Anatomia" promulgada em 1883 pelo Estado norte-americano da Pensilvânia.
Por outro lado, a aplicação das leis era considerada fraca e com a demanda ainda superando oferta, os profanadores ainda tinham um lucrativo comércio por todo os Estados Unidos, no início do século XX. A situação realmente melhorou por volta de 1913, quando a maioria dos estados norte-americanos já contavam com leis nesse sentido, e quando a tecnologia envolvendo a refrigeração começou a ser aperfeiçoada, permitindo que os cadáveres fossem armazenados e preservados em instituições médicas.

A microbiologia, os avanços no campo cirúrgico e os primeiros raios-X fizeram com que a dissecação anatômica fosse deixada de lado em detrimento das inovações do campo da Medicina. A Anatomia continuou sendo ministrada nas escolas de Medicina, mas primordialmente como um curso introdutório, em vez do foco central do currículo médico.

Conheça Outras Estranhas Invenções do Passado Relacionadas ao Setor Funerário


Para finalizar essa postagem, resolvi complementá-la como algumas estranhas invenções do setor funerário, que surgiram ao longo da história. Já vimos sobre os "caixões-torpedo", as "armas de cemitérios", as "torres de vigilância", e os "mortsafes", porém vale ressaltar que muitas coisas relacionadas a "morte" foram inventadas, principalmente durante o século XIX. Confira abaixo algumas dessas invenções, que separei para vocês.

1. O Alarme de Caixão


Muitos cidadãos no século XIX tinham mais medo de serem enterrados vivos do que propriamente morrer. Esse medo, no entanto, não era infundado. Devido às epidemias de cólera e febre amarela, além dos cuidados médicos rudimentares, houve diversos casos notórios de pessoas que foram enterradas vivas. Para alguns, a solução seria o "alarme de caixão", também conhecido como "caixão de segurança."

Devido às epidemias de cólera e febre amarela, além dos cuidados médicos rudimentares, houve diversos casos notórios de pessoas que foram enterradas vivas. Para alguns, a solução desse caso o "alarme de caixão", também conhecido como "caixão de segurança."
Esses dispositivos costumavam usar um sino ou qualquer outro aparelho que emitisse som, e que ao mesmo tempo pudesse ser utilizado por uma pessoa presa dentro de um caixão enterrado para alertar aqueles que estavam acima do solo. Muitos também incluíam uma espécie de escotilha, que deixava entrar ar fresco no caixão, permitindo que a vítima enterrada de forma prematura pudesse respirar até ser resgatada.

2. Os Caixões de Escape


Um primo mais elaborado do "alarme de caixão", os "caixões de escape" foram construídos para que as pessoas enterradas de forma prematura, e que não tivessem paciência para esperar que outra pessoa viesse resgatá-las, pudessem sair. Tal caixão, patenteado em 1843, e destinado a ser utilizado em mausoléus, tinha uma tampa com uma mola, que podia ser aberta com o menor movimento de uma cabeça ou da mão.

Um primo mais elaborado do "alarme de caixão", os "caixões de escape" foram construídos para que as pessoas enterradas de forma prematura, que não tivessem paciência para esperar que outra pessoa viesse resgatá-las, pudessem sair
Outro exemplo mais extremo foi do mausoléu do bombeiro aposentado Thomas Pursell, que ele projetou para si mesmo e para sua família. Localizado no Cemitério Wildwood em Williamsport, no estado norte-americano da Pensilvânia, o o mesmo poderia ser aberto por dentro, através de uma escotilha.

Outro exemplo mais extremo foi do mausoléu do bombeiro aposentado Thomas Pursell, que ele projetou para si mesmo e para sua família. Localizado no Cemitério Wildwood em Williamsport, no estado norte-americano da Pensilvânia, o o mesmo poderia ser aberto por dentro, através de uma escotilha
Thomas Pursell foi realmente enterrado nesse local em 1937, porém até hoje ele não saiu de lá.

3. As Salas de Espera Mortuárias


As salas de espera mortuárias acabaram sendo uma abordagem muito mais prática para evitar o sepultamento prematuro de pessoas. A sala foi inventada por um francês, porém foi aperfeiçoada pelos alemães no início do século XX.

As salas de espera mortuárias acabaram sendo uma abordagem muito mais prática para evitar o sepultamento prematuro de pessoas. A sala foi inventada por um francês, porém foi aperfeiçoada pelos alemães no início do século XX
O funcionamento era bem simples. Os cadáveres eram colocados em majestosos salões e monitorados, dia e noite, em busca de sinais de que a pessoa pudesse estar viva, ou melhor, que não estivesse se decompondo. Algumas vezes, fios ligados a sinos eram amarrados ao redor dos dedos das mãos e dos pés dos corpos. Imaginem o que acontecia quando batia um vento.

4. O Caixão de Ferro Fundido


Já falamos sobre o caixão de ferro fundido para evitar o roubo de corpos, porém ele entra novamente nessa lista por um outro motivo bem peculiar. Um inventor chamado Almond D. Fisk não estava tão preocupado em relação ao enterro prematuro de pessoas, mas com a demora de um corpo para ser enterrado, ao ser transportado, por exemplo, para o outro lado do oceano, o que demoraria semanas no século XIX. Em 1848, ele patenteou seu caixão de ferro fundido, que poderia preservar os corpos por longos períodos de tempo.

Um inventor chamado Almond D. Fisk não estava tão preocupado em relação ao enterro prematuro de pessoas, mas com a demora de um corpo para ser enterrado, ao ser transportado, por exemplo, para o outro lado do oceano, o que demoraria semanas no século XIX
De forma semelhante a um sarcófago egípcio, esses caixões ornamentais também incluíam placas dianteiras articuladas, na altura da cabeça, que poderiam ser abertas para revelar o rosto do falecido através de um painel de vidro.

5. O Caixão Reutilizável


O imperador da Áustria, José II, foi o imperador do Sacro Império Romano-Germânico de 1765 a 1790. Por volta de 1784, ele ficou tão preocupado com o interesse crescente de Viena pela morte e pelos funerais extravagantes (sem mencionar os gastos com madeira e os espaços destinados a cemitérios), que ele instituiu o uso de um caixão reutilizável.

O imperador da Áustria, José II, era o imperador do Sacro Império Romano-Germânico de 1765 a 1790. Por volta de 1784, ele ficou tão preocupado com o interesse crescente de Viena pela morte e pelos funerais extravagantes (sem mencionar os gastos com madeira e os espaços destinados a cemitérios), que ele instituiu o uso de um caixão reutilizável
O caixão de madeira continha uma espécie de alçapão no fundo, na qual os cadáveres, envolvidos em sacos, eram discretamente retirados de seus túmulos. O caixão poderia então ser reutilizado para outros funerais, o que evitaria o desperdício de madeira e aceleraria a decomposição dos mortos de Viena. Os moradores de Viena ficaram completamente indignados com essa invenção de José II, e o caixão reutilizável acabou sendo abolido.

Enfim, AssombradOs, espero que vocês tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre os caixões-torpedo, sobre os outros métodos de proteção de túmulos que acabaram sendo adotados no decorrer da história, assim como as estranhas invenções que surgiram, principalmente no século XIX para o setor funerário. É algo que não se comenta muito, mas que fiz questão de trazer, porque isso efetivamente aumenta o conhecimento de vocês, em um mundo cada vez menor para uma informação de qualidade!

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://io9.gizmodo.com/5933858/19th-century-coffin-torpedos-shot-would-be-grave-robbers
http://mentalfloss.com/article/59584/7-weird-graveyard-inventions
http://mentalfloss.com/article/64221/body-snatching-horror-john-scott-harrison
http://spartanideas.msu.edu/2015/07/28/grave-guns-coffin-torpedos-and-other-methods-of-protecting-your-bones-from-thieves/
http://www.atlasobscura.com/articles/coffin-torpedos
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4665160/Coffin-torpedoes-used-post-Civil-War-era.html
http://www.guns.com/2012/08/06/cemetery-guns-grave-torpedoes/
http://www.journalofthebizarre.com/2016/05/the-coffin-torpedo.html
http://www.neatorama.com/2012/08/10/A-Gun-Designed-to-Fit-inside-a-Coffin-and-Shoot-Grave-Robbers/
http://www.ohiohistorycentral.org/w/Grave-robbing?rec=2701
http://www.theparanormalguide.com/blog/grave-guns-and-coffin-torpedoes
https://bonesdontlie.wordpress.com/2015/07/28/grave-guns-coffin-torpedos-and-other-methods-of-protecting-your-bones-from-thieves/

O "Clown Motel": Um Hotel "Assombrado" por Palhaços Bem ao Lado de um Antigo Cemitério de Vítimas de uma Misteriosa Praga!

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Por Marco Faustino

Nossa há quanto tempo não falávamos sobre algo envolvendo "palhaços". Acredito que a última vez que falei sobre isso foi em meados de outubro do ano passado, quando fiz a quarta e última postagem sobre toda aquela febre relacionada aos "palhaços macabros" que havia tomado conta dos Estados Unidos, alguns países da Europa, América Central e Latina, incluindo, é claro, o Brasil. Lembro que contei resumidamente como foi a evolução dos "avistamentos de palhaços" (ou supostos palhaços), assim como as fases que tivemos até aquela época em relação aos mesmos. Também desmistifiquei toda aquela história sobre palhaços, que estariam machucando, atirando e até mesmo assaltando pessoas no Brasil e em outros países. Aliás, caso você esteja chegando agora, e não acompanhou todo o trabalho de investigação realizado anteriormente, recomendo fortemente, que você leia as postagens para ter um maior conhecimento da maioria dos casos que aconteceram pelo mundo, e poder saber verdadeiramente a respeito de todas as histórias que foram intensamente pesquisadas com muita dedicação e carinho para vocês. Foram dezenas de casos, acreditem. Portanto, caso queiram conhecer maiores detalhes, confiram as seguintes postagens abaixo, na ordem em que foram publicadas:
  1. Palhaços Estariam Realmente Assustando Moradores e Atraindo Crianças para Florestas, nos Estados Unidos?
  2. Avistamentos de Palhaços Chegam ao Reino Unido, Austrália e Brasil: Devemos nos Preocupar com Esse "Fenômeno Social"?
  3. Conheça 7 Casos de Supostos Avistamentos de Palhaços no Brasil: Os Boatos Propagados nas Redes Sociais
  4. Será Verdade que Palhaços Estariam Realmente Agredindo e Assaltando as Pessoas no Brasil e ao Redor do Mundo?
Agora, voltarei a falar sobre palhaços, mas por um motivo bem diferente. Vocês sabiam que existe um hotel nos Estados Unidos chamado "Clown Motel" ("Hotel do Palhaço", em português), que é repleto de bonecos de palhaços, sendo que cada quarto possui até mesmo adereços nesse sentido? Se você tem medo de palhaços, provavelmente passar uma noite no mesmo seria algo completamente impossível e apavorante. Porém, não é apenas a presença deles que pode incomodar algumas pessoas, mas alguns relatos de visitantes que, inclusive, já teriam visto vultos de palhaços passando pelas janelas durante a noite, e até mesmo dentro de um quarto, parado, em um canto escuro, observando um hóspede dormindo. Por falar em mistério e para tornar a experiência em se hospedar em hotel repleto de palhaços ainda mais assustadora, o mesmo fica ao lado de um antigo cemitério, que abriga as vítimas de uma misteriosa epidemia que ocorreu no início do século XX. Particularmente, nunca havia visto tantos elementos considerados sombrios e assustadores em um só lugar. Vamos saber mais sobre esse assunto?

A Localização do "Clown Motel": Um Pouco Sobre uma Localidade Chamada Tonopah, no Estado Norte-Americano de Nevada


O "Clown Motel" fica localizado em Tonopah, que por sua vez é uma comunidade não incorporada e sede do condado de Nye, no estado norte-americano de Nevada, no entroncamento das Rotas 6 e 95, aproximadamente a meio caminho entre as cidades de Las Vegas (340 km a sudeste) e Reno (380 km a noroeste). Em um censo realizado em 2010, sua população era de apenas 2.478 habitantes e acredita-se que pouco tenha mudado desde então, visto que a cidade é bem pequena, possuindo cerca de 42 km² de território.



O "Clown Motel" fica localizado em Tonopah, que por sua vez é uma comunidade não incorporada e sede do condado de Nye, no estado norte-americano de Nevada, no entroncamento das Rotas 6 e 95, aproximadamente a meio caminho entre as cidades de Las Vegas e Reno
Conta-se que essa comunidade europeia-americana teria começado por volta de 1900 com a descoberta de minério rico em prata pelo garimpeiro Jim Butler. Reza a lenda, que certo manhã o Jim Butler foi procurar pelo seu burro, que havia fugido durante a noite. Quando ele finalmente encontrou o animal, ele resolveu pegar uma pedra e arremessar em sua direção, querendo descontar sua raiva, porém ele estranho que a pedra era excepcionalmente pesada. Jim Butler simplesmente estava diante do segundo lugar mais rico em prata da história de Nevada.

Homens bem sucedidos e de grande prestígio social foram até a região para criar minas de exploração e reinvestir seus lucros na infraestrutura de Tonopah, que originalmente se chamava Butler (o nome Tonopah surgiu em 1905). Porém, aparentemente, a prosperidade e a decadência de Tonopah é creditada, além de Jim Butler, a um homem chamado George Wingfield, um jogador de poker de 24 anos que foi para Tonopah, e começou a jogar "Faro" (uma espécie de jogo de cartas) nos salões da cidade, em 1902. Após acumular uma certa quantia, ele conversou com Jack Carey, proprietário do Clube Tonopah para torná-lo sócio do mesmo e obter uma licença para jogos. Em 1904, depois de investir seus ganhos na Boston-Tonopah Mining Company, Wingfield tinha cerca US$ 2 milhões, uma pequena fortuna para a época.

Conta-se que essa comunidade europeia-americana teria começado por volta de 1900 com a descoberta de minério rico em prata pelo garimpeiro Jim Butler. Reza a lenda, que certo manhã o Jim Butler foi procurar pelo seu burro, que havia fugido durante a noite
Quando ele finalmente encontrou o animal, ele resolveu pegar uma pedra e arremessar em sua direção, querendo descontar sua raiva, porém ele estranho que a pedra era excepcionalmente pesada. Jim Butler simplesmente estava diante do segundo lugar mais rico em prata da história de Nevada. A foto acima mostra o Jim (no centro) ao lado de sua esposa, a Belle, e os primeiros colonos em 1900.
Foto de Jim Butler (no centro) e os primeiros habitantes de Tonopah, em 1902
Quando um velho amigo chamado George S. Nixon, um banqueiro, chegou à cidade, George Wingfield investiu em seu banco, o Nye County Bank. Juntamente com um outro amigo chamado Nick Abelman, eles acabaram comprando as minas existentes na cidade. Em 1906, o que havia começado com um simples jogo de cartas, tinha tornado George o homem mais rico do estado, tudo isso em menos de 5 anos, com uma fortuna de US$ 30 milhões.

Com o tempo, George acreditou que a era da exploração do ouro e da prata estava chegando ao fim e levou toda sua fortuna para Reno, onde investiu fortemente em imóveis e cassinos. Vale lembrar nesse ponto que o ramo imobiliário e de jogos tinham se tornando fontes de renda bem lucrativas por todo o estado. Em 1910, a produção de ouro estava caindo e, em 1920, a cidade de Tonopah tinha menos da metade da população que tinha quinze anos antes. Aliás, no seu auge a cidade chegou a abrigar cerca de 50.000 pessoas.

Foto da rua principal de Tonopah, no estado norte-americano de Nevada, em 1913
Pequenos empreendimentos de mineração continuaram gerando renda para mineradores locais, e a pequena cidade lutou para sobreviver. Localizada a meio caminho de Reno e Las Vegas, ela acabou se tornando um ponto de parada e descanso para os viajantes. Desde o fim do século XX, a principal "fonte de empregos" da comunidade é a "Tonopah Test Range" ("Área de Testes de Tonopah", em português), uma instalação militar de acesso restrito localizada a cerca de 48 km a sudeste de Tonopah.

Aliás, a comunidade é um local de interesse para os teóricos da conspiração, principalmente devido a utilização de aeronaves experimentais e classificadas (a exemplo do Lockheed F-117 Nighthawk). Atualmente, a área é usada para testes de confiabilidade de estoque de armas nucleares, pesquisa e desenvolvimento de sistemas de fusão e queima, e testes de sistemas de lançamento de armas nucleares.

Desde o fim do século XX, a principal "fonte de empregos" da cidade é a "Tonopah Test Range" ("Área de Testes de Tonopah", em português), uma instalação militar de acesso restrito localizada a cerca de 48 km a sudeste de Tonopah
Aliás, a comunidade é um local de interesse para os teóricos da conspiração, principalmente devido a utilização de aeronaves experimentais e classificadas (a exemplo do Lockheed F-117 Nighthawk). A imagem acima mostra outras áreas de testes militares no estado de Neva em relação a chamada "Área de Testes de Tonopah"
Aliás, também nos arredores de Tonopah está localizada a "Crescent Dunes", uma planta de energia solar de 110 MW da empresa SolarReserve, que foi a primeira unidade do mundo, em termos de serviços públicos, a apresentar capacidades avançadas de armazenamento de energia em torre de sal fundido. A tecnologia de armazenamento desenvolvida pela SolarReserve também elimina a necessidade de qualquer reserva de combustíveis fósseis, como gás natural, que são necessários com outras tecnologias de energia solar para manter o sistema operando em tempos de reduzidos recursos solares.

Como curiosidade, a "Crescent Dunes" já foi motivo de algumas polêmicas. Em 2015, um cidadão norte-americano, que não quis se identificar, enviou uma série de fotos para a MUFON (sigla em inglês para "Rede Mútua de OVNIs") alegando ter avistado um OVNI e uma série de orbes brilhante no ar, durante um voo da American Airlines, que partiu da San José, na Califórnia, em direção a Houston, no Texas, em 30 de outubro de 2015. Contudo, naquela mesma época mostrei a vocês que o "objeto" fotografado era simplesmente a estrutura (composta por 10.347 espelhos heliostáticos) da "Crescent Dunes." Essa planta solar também já foi alvo de uma polêmica relacionada a preocupação de biólogos com a mortalidade de pássaros (leia mais: A Verdade Sobre o "OVNI" Que Teria Sido Fotografado "Disparando Orbes Luminosos" Próximo a Área 51).

Nos arredores de Tonopah está localizada a "Crescent Dunes", uma planta de energia solar de 110 MW da empresa SolarReserve, que foi a primeira unidade do mundo, em termos de serviços públicos, a apresentar capacidades avançadas de armazenamento de energia em torre de sal fundido
Essa planta solar também já foi alvo de uma polêmica relacionada a preocupação de biólogos com a mortalidade de pássaros
De qualquer forma, Tonopah tem outros atrativos para fazer com que os visitantes permaneçam mais de um na cidade. De acordo com um site chamado "Tonopah Nevada", que aparentemente é o site oficial da comunidade, a mesma é um lugar perfeito para a observação de pássaros e da vida selvagem, e para práticas esportivas como a caça e o mountain bike.

Uma vez que Tonopah está distante das intensas luzes das cidade grande, o céu noturno da mesma é considerado um dos melhores do país para a observação das estrelas. Confira também um vídeo de apresentação da comunidade de Tonopah, que foi publicado no canal THSVisualsProductions, no YouTube (vale muito a pena conferir):



A cidade também conta com um museu, um parque histórico relacionado a mineração, e ao menos dois hotéis considerados mal-assombrados, sendo que um deles, o "Clown Motel"é o motivo principal dessa postagem. Esse hotel foi colocado à venda recentemente por quase US$ 1 milhão, e essa operação obviamente chamou a atenção da mídia norte-americana.

Conheça o "Clown Motel": Suas Excentricidades e os Estranhos Relatos de Alguns Hóspedes


Antes de continuarmos, é importante explicar a razão pela qual estou traduzindo a palavra "motel" como "hotel." A palavra motel em inglês é como se fosse uma espécie de falso cognato, ou seja, é uma palavra semelhante em nosso idioma, mas que possui um significado totalmente diferente em outro, neste caso, o inglês. Na verdade, a palavra é uma junção de duas outras palavras "motor" e "hotel". "Motor hotels" eram e continuam sendo lugares para passar a noite após longas viagens de carro durante o dia. Para a maioria dos norte-americanos, o significado continua sendo exclusivamente esse. Isso é totalmente o oposto quando lemos ou ouvimos essa palavra, pois logo imaginamos uma estrutura de hospedagem, cuja função não faz jus ao conceito de motel em inglês. Em traduções, a palavra "motel"é normalmente traduzida como "hotel de beira de estrada" ou simplesmente como "hotel", que foi exatamente a forma como resolvi traduzi-la para vocês, combinado?

Bem, apesar do "Clown Motel" ter sido fundado em 1995, ou seja, estar funcionando há 22 anos no mesmo local e sempre nas mãos do mesmo proprietário, um homem chamado Bob Perchetti, particularmente foi somente após a reportagem realizada pela KLAS, emissora de TV afiliada da CBS sediada em Las Vegas, que acabei tomando conhecimento do mesmo. E quase cheguei tarde, porque o mesmo foi colocado à venda. Portanto, acreditei que a reportagem fosse um bom ponto de partida para conhecermos melhor esse hotel. Vocês podem conferir essa reportagem em questão através de um canal de terceiros, no YouTube (em inglês, mas vamos dissecá-la para vocês, e complementar com imagens de maior qualidade do hotel):



Na reportagem intitulada "Iconic Clown Motel for sale in Tonopah" ("Icônico Hotel do Palhaço está à venda em Tonopah", em português), que foi exibida no dia 21 de julho desse ano, foi mencionado que, ao oferecer diárias baratas e um suprimento infinito de terror, o "Clown Motel" não era o reflexo do estilo de vida dos ricos e dos famosos. Na verdade, era um lugar que atraía a atenção das pessoas pela esquisitice e peculiaridade. Tudo era muito estranho, mas quem estava muito acostumado com tudo isso era o seu proprietário, o Bob Perchetti.

"Essa é uma cidade mineradora histórica. O que o Clown Motel está fazendo em uma cidade assim? Esse é o tipo de estranheza que causa nas pessoas", disse Bob Perchetti. Aliás, o lobby do hotel está repleto de palhaços de todos os formatos, tamanhos e expressões faciais.

Ao oferecer diárias baratas e um suprimento infinito de terror, o Clown Motel não era o reflexo do estilo de vida dos ricos e dos famosos. Na verdade, era um lugar que atraía a atenção das pessoas pela esquisitice e peculiaridade.
Aliás, o lobby do hotel está repleto de palhaços de todos os formatos, tamanhos e expressões faciais
"Estou meio que cercado por eles. Sou meio que um deles. Amo palhaços e nunca tive problemas com eles", continuou Bob. Alguns dos palhaços do "Clown Motel" estão pendurados acima da maioria das camas (por meio de quadros). Uma peculiaridade é que membros de equipes esportivas de escolas do Ensino Médio normalmente cobriam (ou pediam para cobrir) esses mesmos quadros com toalhas para evitar terem pesadelos com os palhaços. O hotel ainda por cima fica ao lado do primeiro cemitério de Tonopah, algo que acabava colaborando com todo o clima sombrio em relação ao mesmo.

O hotel ainda por cima fica ao lado do primeiro cemitério de Tonopah,
algo que acabava colaborando com todo o clima sombrio em relação ao mesmo
Mais uma foto mostrando a proximidade do Clown Motel com o primeiro e mais antigo cemitério de Tonopah
"Conforme vocês devem saber, esse lugar também é chamado de 'hotel mais assustador dos Estados Unidos", disse Bob, acrescentando que abriu o hotel há mais de 20 anos, após se aposentar. Anteriormente, ele trabalhava no Departamento de Turismo do Estado de Nevada. Teria sido ideia dele e de seu antigo sócio colocar uma verdadeira coleção de palhaços espalhados por todos os cantos.

"Ele tinha uma casa repleta de palhaços e decidiu trazê-los para cá, e colocá-los para trabalhar", continuou Bob ao falar de seu antigo sócio.

Alguns dos palhaços do Clown Motel estão pendurados acima da maioria das camas (por meio de quadros)
a figura de um palhaço está presente na porta de todos os quartos
Uma peculiaridade é que membros de equipes esportivas de escolas do Ensino Médio normalmente cobriam (ou pediam para cobrir) esses mesmos quadros com toalhas para evitar terem pesadelos com os palhaços
E, com a ajuda da internet, o "Clown Motel" cresceu em popularidade. Aqueles que procuram por fantasmas o visitam em busca de emoções fortes, já aqueles que amam palhaços o visitam devido sua grande coleção. O hotel poderia ser o melhor motivo para dar risadas em Tonopah, porém para Bob Perchetti era o seu trabalho.

"É um trabalho como qualquer outro. É algo que você ama ou então odeia. Sempre amei esse trabalho", disse Bob. Porém, algumas mudanças estavam à vista, visto que após 22 anos, o hotel tinha sido colocado à venda. Bob simplesmente mencionou que queria ir pescar e curtir um pouco a vida. Aliás, ele também disse que planejava acampar juntamente com os seus netos.

Contudo, não basta ter apenas dinheiro para comprar o hotel, uma vez que existe uma pequena condição que o comprador precisa aceitar antes de comprá-lo: os palhaços devem continuar no local. De acordo com Bob Perchetii, os novos proprietários podem fazer melhorias nas instalações, mas não podem retirar aquilo que as pessoas tanto amavam no hotel.

E, com a ajuda da internet, o Clown Motel cresceu em popularidade. Aqueles que procuram por fantasmas o visitam em busca de emoções fortes, já aqueles que amam palhaços o visitam devido sua grande coleção
O hotel poderia ser o melhor motivo para dar risadas em Tonopah, porém para Bob Perchetti era o seu trabalho
"Isso se tornou um estilo de vida para mim. É engraçado quando você acaba se apegando a alguma coisa, mas não cheguei tão longo ao ponto de começar a falar com eles. Vou sentir falta dos palhaços, mas eu vou voltar aqui e visitar os meus palhaços", completou Bob, acrescentando que viveu a vida inteira em Tonopah, e não tinha planos de deixá-la tão cedo. Ele esperava, no entanto, conseguir vender o hotel por cerca de US$ 900.000 (aproximadamente de R$ 2,8 milhões pela cotação atual).

Evidentemente, fui atrás de maiores informações sobre esse hotel. Na página oficial do hotel, no Facebook, é mencionado que o mesmo recebeu esse nome devido justamente a coleção de mais de 500 palhaços somente no lobby, sendo que cada um dos 31 quartos (tanto para fumantes quanto para não fumantes) possuía imagens ou quadros de palhaços.

Além disso, cada quarto também possui duas camas queen size, uma televisão de 19 polegadas (bem antiga, porém a cores, e com canais via satélite), acesso gratuito ao Wi-Fi, frigobar e e microondas. O café (nesse caso somente a bebida) era grátis, sendo que o hotel também possuía máquinas automáticas para a venda de salgados e refrigerantes. Confira também uma espécie de tour pelo "Clown Motel", que foi promovido pelo canal Dan Bell / Film It, em julho do ano passado, no YouTube (em inglês, mas vale a pena assistir):



Tanto Bob Perchetii quanto sua esposa a Deborah, fazem questão de mencionar que os quartos são impecavelmente limpos (apesar de algumas antigas avaliações negativas nesse sentido, que existem no site "Trip Advisor") e possui um ambiente tranquilo e familiar. De qualquer forma, no geral, a experiência de passar uma noite no Clown Motel parece ser promissora, assim como é relatado em um dos comentários mais bem avaliados, escrito no dia 17 de junho de 2014, por um usuário chamado Greg Newkirk, no site roadtrippers.com:
"Você está procurando por um tesouro perdido? Quer vivenciar a imensidão que existe por aí? Tentando encontrar provas da vida após a morte? Se você respondeu sim a qualquer uma dessas perguntas, então esse é o hotel certo para você. Isso, é claro, caso você não tenha medo de palhaços. 

O Clown Motel, sem dúvida alguma, é o motel mais barato que você encontrará em Tonopah. Porém, isso não é tão preocupante como você está pensando, os quartos são limpos e o serviço é ótimo, eles tem 30 canais premium e Wi-Fi grátis. O que você deve se preocupar mesmo são os palhaços. Sério, eles estão em todos os cômodos, observando cada movimento.

Ah, eu mencionei que o lugar divide espaço com um antigo cemitério repleto de mineiros mortos? Sim, está literalmente bem no final do estacionamento. Dizem que Tonopah seria o local de um tesouro perdido, e o dono do hotel, Bob Perchetii, ficará feliz em compartilhar seu conhecimento sobre a região com os caçadores de tesouros ansiosos, desde que você divida com ele a descoberta.
"
Quer saber quando custa a diária? Bem, custa em média US$ 42.50 (aproximadamente R$ 135), porém existem outras opções de hospedagem em Tonopah assim como, por exemplo, o luxuoso Hotel Mizpah (cujas diárias superam facilmente os US$ 100). Aliás, o Hotel Mizpah seria supostamente assombrado pela chamada "Dama de Vermelho", que por sua vez seria o fantasma de uma antiga prostituta, assassinada no quinto andar, cujo perfume dizem que pode ser sentido até hoje nos corredores do hotel.

Existem outras opções de hospedagem em Tonopah assim como, por exemplo, o luxuoso Hotel Mizpah (cujas diárias superam facilmente os US$ 100). Esse hotel seria assombrado pela chamada "Dama de Vermelho", que por sua vez seria o fantasma de uma antiga prostituta, assassinada no quinto andar, cujo perfume dizem que pode ser sentido até hoje nos corredores do hotel
Talvez uma das reportagens mais interessantes sobre o "Clown Motel" tenha sido realizada pela KSAZ, uma emissora de TV afiliada da FOX, sediada em Phoenix, no estado norte-americano do Arizona. Confira essa reportagem, que foi publicada no canal da própria emissora, no YouTube, em setembro de 2015 (em inglês, mas comentaremos brevemente sobre ela):



Durante a entrevista realizada pelo repórter Andrew Hasbun, Bob Perchetii disse que alguns hóspedes já tinham alegado ter visto vultos de palhaços passando pela janelas dos quartos durante a noite. Em certa ocasião, um hóspede mencionou que acordou no meio da madrugada e se deparou com um palhaço em tamanho real, no canto do quarto e olhando diretamente para a sua cama. Ele acreditou que estivesse sonhando ou que estivesse vendo errado, visto que tinha acabado de abrir os olhos. Então, ele esfregou os olhos e o palhaço ainda estava lá. Porém, logo em seguida, o mesmo teria desaparecido sem deixar rastros.

Durante a entrevista realizada pelo repórter Andrew Hasbun, Bob Perchetii disse que alguns hóspedes já tinham alegado ter visto vultos de palhaços passando pela janelas dos quartos durante a noite. Em certa ocasião, um hóspede mencionou que acordou no meio da madrugada e se deparou com um palhaço em tamanho real, no canto do quarto e olhando diretamente para a sua cama
Na "segunda parte" da reportagem, o Andrew mostrou imagens do primeiro cemitério de Tonopah, onde abriga os restos mortais de prostitutas, pessoas que trabalhavam em bares, moradores locais e até mesmo cerca de 14 mineradores que morreram durante um incêndio em 1911 (iremos comentar sobre isso daqui a pouco).  Na reportagem foi mencionado que o antigo cemitério havia sido fechado no mesmo ano do incêndio, e que décadas de tempestades e vandalismo tinham deixado o cemitério em ruínas, porém uma restauração devolveu uma certa dignidade aos mortos.

Quem também foi entrevistado foi Jim Mizzi, então gerente do hotel que, assim como suas filhas, mencionou o relato de um suposto espírito de uma garotinha rondando o cemitério, sendo que muitos  outros hóspedes garantiam ter avistado os fantasmas de mineradores ali enterrados.

Na reportagem foi mencionado que o antigo cemitério havia sido fechado no mesmo ano do incêndio, e que décadas de tempestades e vandalismo tinham deixado o cemitério em ruínas, porém uma restauração devolveu uma certa dignidade aos mortos.
Quem também foi entrevistado foi Jim Mizzi, então gerente do hotel que, assim como suas filhas, mencionou o relato de um suposto espírito de uma garotinha rondando o cemitério, já outros hóspedes garantiam ter avistado os fantasmas de mineradores ali enterrados.
Então, Andrew foi conferir de perto o cemitério durante a noite, juntamente com uma das filhas de Jim e uma amiga dela, citadas como "caça-fantasmas" amadoras.

Entretanto, "situações estranhas" teriam acontecido, porque a câmera utilizada não teria registrado vídeo algum (apenas o áudio), e durante a entrevista a luz da mesma teria desligado sozinha. Algo semelhante foi mencionado pela filha de Jim, dizendo que, algumas vezes, a bateria de sua câmera também estranhamente descarregava ao andar pelo cemitério.

Então, Andrew foi conferir de perto o cemitério durante a noite, juntamente com uma das filhas de Jim e uma amiga dela, citadas como "caça-fantasmas" amadoras
Entretanto, situações estranhas teriam acontecido, porque a câmera utilizada não teria registrado vídeo algum (apenas o áudio), e durante a entrevista a luz da mesma teria desligado sozinha
Aliás, o "Clown Motel" já foi motivo de investigação paranormal por parte de equipe de um programa chamado "Ghost Adventures", que é exibido pelo Travel Channel, nos Estados Unidos. Tanto o hotel quanto a escola de Ensino Médio de uma cidade vizinha chamada Goldfield apareceram no 10º episódio da 11ª temporada, em 24 de outubro de 2015.

Vocês podem conferir esse episódio, alternativamente, através de um canal de terceiros no YouTube (em inglês, mas vamos fazer um rápido apanhado geral sobre o mesmo):



Apesar de grupos de investigação paranormal, principalmente aqueles que possuem programas em canais de TV a cabo ou satélite, serem passíveis de inúmeros questionamentos, vou fazer um resumo do que teria sido supostamente detectado no "Clown Motel": um integrante da equipe chamado Zak teria visto uma "silhueta" ou então uma "figura" escura; a porta do lobby foi ouvida se movendo sendo que, no interior do mesmo, tanto Zak quanto uma câmera teriam registrado o momento que a mão de um grande palhaço, que estava sobre sua própria perna, se deslocou para o lado; além de terem registrado vozes no interior do hotel que diziam "Olá" e "Está ligado."

Nesse sentido de tentar procurar por supostas evidências de atividade paranormal ou sobrenatural relacionada ao "Clown Motel", há quem tenha até mesmo criado um vídeo para o YouTube, e realizado um passeio pelo hotel às 3h da manhã. Como era de se esperar, isso rendeu uma quantidade expressiva de visualizações, mais de 2 milhões de acessos! Confira o vídeo abaixo (em inglês):



Agora, se o "Clown Motel"é realmente assombrado por palhaços, vai depender totalmente de sua crença no mundo paranormal ou sobrenatural, visto que diante das centenas de comentários que li em sites de avaliação de hotéis, e em diversas redes sociais, pude perceber que na absoluta maioria dos casos os hóspedes não vivenciam nada paranormal ou sobrenatural durante suas estadias, ou seja, se acontece, é apenas com uma minoria "privilegiada" ou "sugestionada", muito ansiosa para que algo de estranho aconteça ou então que tenha certo "receio" de palhaços. De qualquer forma, deve ser muito interessante se hospedar nesse hotel, vivenciar todo o clima de uma antiga cidade mineradora, e mergulhar no passado do Oeste americano, com ares da década de 1980. É exatamente esse tipo de hotel (exceto pela temática de palhaços), que geralmente vemos em filmes de Hollywood e com certeza eu me hospedaria nesse hotel para sentir esse clima correndo nas minhas veias.

Para finalizar, nada mais justo do que comentar sobre o primeiro e mais antigo cemitério de Tonopah, onde também abrigaria os restos mortais das vítimas de uma misteriosa "praga" ou "epidemia", que afligiu a cidade no início do século XX, e que ficou conhecida como "A Praga de Tonopah."É justamente sobre isso que vocês conferem a partir de agora!

O Antigo Cemitério de Tonopah: Um Local Com Fama de Mal-Assombrado Onde Foram Enterradas as Vítimas de uma Misteriosa Epidemia, no Início do Século XX!


O antigo cemitério de Tonopah foi fundado em 7 de maio de 1901, a partir do funeral de um homem chamado John Randel Weeks, e permaneceu aberto até abril de 1911, quando o número de mortos ultrapassou a capacidade do terreno, visto que a cidade em crescimento necessitava de um outro local para enterrar os seus mortos.

Cerca de 300 pessoas estão enterradas no cemitério antigo, incluindo muitos dos primeiros moradores da cidade: prostitutas, mineradores, xerifes, e muitos daqueles que foram vítimas da "Praga de Tonopah", cuja causa para alguns ainda é um mistério (veremos daqui a pouco que não é bem assim).

O antigo cemitério de Tonopah foi fundado em 7 de maio de 1901, a partir do funeral de um homem chamado John Randel Weeks, e permaneceu aberto até abril de 1911, quando o número de mortos ultrapassou a capacidade do terreno, visto que a cidade em crescimento necessitava de um outro local para enterrar os seus mortos.
Cerca de 300 pessoas estão enterradas no cemitério antigo, incluindo muitos dos primeiros moradores da cidades, prostitutas, mineradores, xerifes, e muitos daqueles que foram vítimas da "Praga de Tonopah"
Confira também um vídeo no YouTube, publicado pelo canal do David Rey, em outubro do ano passado, onde é possível fazer uma espécie de passeio virtual por esse cemitério:



O antigo cemitério também abriga os restos mortais de 14 dos 17 mineradores que morreram em um incêndio na Mina Tonopah-Belmont, em 23 de fevereiro de 1911, sendo que entre eles está um heroi chamado William F. "Big Bill" Murphy, que morreu ao 28 anos de idade, sacrificando sua própria vida em nome de seus colegas.

Aliás, é interessante ressaltar nesse ponto, que o desastre na Mina Tonopah-Belmont foi praticamente uma tragédia anunciada devido a uma combinação das péssimas condições de trabalho, da imprudência por parte dos mineradores e da imperícia em lidar com incêndios, visto que assim que a fumaça foi notada pela primeira vez saindo da mina, por volta das 5h50 da manhã, do dia 23 de fevereiro de 1911, levou quase 2h para o foco do incêndio ser encontrado. O mesmo teria provavelmente começado devido a uma vela esquecida acesa por algum mineiro após o turno da noite (que encerrava as 3h30 da manhã). Havia sido dada uma ordem de evacuação da mina, e somente o pessoal destinado a combater o incêndio deveria permanecer, porém muitos não saíram dos túneis a quase 420 metros de profundidade. Para piorar a situação, uma inversão da corrente de ar acabou levando a fumaça para túneis anteriormente seguros.

Aliás, é interessante ressaltar nesse ponto, que o desastre na Mina Tonopah-Belmont foi praticamente uma tragédia anunciada devido a uma combinação das péssimas condições de trabalho, da imprudência por parte dos mineradores e da imperícia em lidar com incêndios
A situação só não foi pior devido a ação de um heroi chamado William F. "Big Bill" Murphy, que passou a operar o elevador da mina em seu turno, que começava as 6h30 da manhã. Apesar de muitos mineiros terem se apressado para sair dos túneis, havia muitos homens no interior da mina, que provavelmente estavam desorientados e sendo sufocados pela fumaça tóxica. Foi nesse momento que "Big Bill" resolveu tomar uma atitude e descer para socorrer seus colegas.

Ele fez isso por duas vezes, e chegou a dizer aos demais que estava quase acabando, e que iria tentar mais uma vez. Na terceira vez, enquanto subia, o elevador travou e teve que descer para ser novamente içado. Apesar de ter travado mais um vez na segunda tentativa, quando chegou na superfície, "Big Bill" não estava no elevador. Após o incêndio ter sido controlado, seu corpo foi descoberto no interior da mina.

Atualmente existe um memorial na comunidade de Tonopah em homenagem ao "Big Bill", um heroi que sacrificou a vida em detrimento de outras, cujo funeral simplesmente parou a cidade na época.

Atualmente existe um memorial na comunidade de Tonopah em homenagem ao "Big Bill", um heroi que sacrificou a vida em detrimento de outras, cujo funeral simplesmente parou a cidade na época do ocorrido
Mural representando o cortejo do corpo de "Big Bill" em 1911, na então cidade de Tonopah
Em relação a "Praga de Tonopah" apesar de alguns sites insistirem que a mesma é um mistério até hoje, aparentemente houve um consenso sobre o que se tratava, uma vez que ficou primordialmente confinada a então cidade de Tonopah (embora tivesse alguns casos pontuais na cidade vizinha de Goldfield). Talvez, a principal razão do mistério esteja em notícia publicada na edição do dia 18 de abril de 1905, do jornal "The Desert News."

Talvez a principal razão do mistério esteja em notícia publicada na edição do dia 18 de abril de 1905, do jornal "The Desert News."
Apesar do texto dizer que o número diário de mortos era muito menor do que se comentava (diziam que eram até 150 mortos por dia, mas o número real não passava de 20) e que a "praga" ou "epidemia" provavelmente era uma combinação de "gripe com pneumonia", alguns detalhes chamavam a atenção.  Primeiramente, o texto mencionava que os homens morriam entre 4 e 48 horas após o surgimento dos primeiros sintomas, que começavam como um simples resfriado, passando por uma forte dor no peito e, em seguida, levava ao óbito. Em autópsias realizadas também tinha sido verificado que o pulmão das vítimas estava totalmente preto e duro como uma rocha.

Isso até hoje leva algumas pessoas a acreditarem que houve uma "praga misteriosa" em Tonopah, e que o agente causador ainda esteja nos corpos das vítimas no antigo cemitério. Há quem chegue ao extremo de dizer que isso poderia gerar um "apocalipse zumbi"

Entretanto, em uma notícia publicada pelo jornal "Los Angeles Herald", no dia 20 de abril daquele mesmo ano, foi publicada a declaração de um médico dizendo que a "praga" era tão somente uma pneumonia severa (algo que conhecemos atualmente também por síndrome respiratória aguda grave), devido as péssimas condições sanitárias da cidade, que tinha quase 5.000 habitantes naquela época. Curiosamente, além da "praga" só afetar homens adultos, o médico mencionou que algo semelhante já havia afetado a cidade em seus primórdios, sendo que mulheres e crianças também teriam sido poupadas (ou ao menos muito pouco afetadas). Resumindo? Aquela não era a primeira vez que algo assim acontecia, e aparentemente acometia somente homens adultos, principalmente mineradores.

Entretanto, em uma notícia publicada pelo jornal "Los Angeles Herald", no dia 20 de abril daquele mesmo ano, foi publicada a declaração de um médico dizendo que a "praga" era tão somente uma pneumonia severa (algo que conhecemos atualmente também por síndrome respiratória aguda grave), devido as péssimas condições sanitárias da cidade, que tinha quase 5.000 habitantes naquela época
Voltando no tempo, é possível encontrar notícias dizendo a primeira ocorrência da tal "praga" tinha sido em 31 de dezembro de 1901, sendo que em meados de janeiro de 1902, os casos teriam começado a diminuir. Naquela mesma época, o jornal "San Francisco Call" publicou diversas notícias sobre esse assunto, e uma delas apontava que a "doença misteriosa" seria tão somente pneumonia, visto que as condições sanitárias da cidade eram igualmente precárias e a qualidade da água era ainda pior.

Como se isso não bastasse, uma vez que muitas pessoas moravam em barracas improvisadas, fazia muito frio durante a noite, o que agravava ainda mais a situação de saúde das vítimas.

Naquela mesma época, o jornal "San Francisco Call" publicou diversas notícias sobre esse assunto, sendo que uma delas apontava que a "doença misteriosa" seria tão somente pneumonia, visto que as condições sanitárias eram precárias e a qualidade da água era ainda pior
Para tentar acabar com a polêmica sobre essa "misteriosa praga" encontrei uma análise moderna para explicar o que teria acontecido naquela época, em um texto publicado em 8 de junho de 2000, pelo jornal "Pahrump Mirror", onde explicava um pouco melhor a realidade. No texto escrito por Dave Downing, foi mencionado que, apesar de alguns historiadores mencionarem a "praga" como "Peste Negra", muito provavelmente a mesma foi causada por uma combinação entre o vírus da gripe e a silicose. Aliás, a silicose é uma forma de pneumoconiose causada pela inalação de finas partículas de sílica cristalina e caracterizada por inflamação e cicatrização em forma de lesões nodulares nos lóbulos superiores do pulmão.Provoca, na sua forma aguda, dificuldades respiratórias, febre e cianose. Pode ser confundida como edema pulmonar, pneumonia ou até mesmo tuberculose.

Para tentar acabar com a polêmica sobre essa "misteriosa praga" encontrei uma análise moderna para explicar o que teria acontecido naquela época, em um texto publicado em 8 de junho de 2000, pelo jornal "Pahrump Mirror", onde explicava um pouco melhor a realidade
Vale ressaltar nesse ponto, que os homens trabalhavam sem nenhum equipamento de segurança, e em uma mina da cidade, chamada Mizpah, a situação era praticamente alarmante. Ainda segundo o texto, os mineiros tossiam partes dos seus próprios pulmões. À medida que a doença progredia e a dor tornava-se insuportável, não seria de se estranhar, que o mineiro tomasse um gole do suprimento de cianeto da mina, cujo resultado sabemos muito bem qual é. Assim sendo, com a melhoria das condições sanitárias e médicas, raramente se escutou falar novamente sobre alguma outra "praga" misteriosa em Tonopah, o que demonstra que, independentemente do nome da doença (ou da combinação delas), a mesma era restrita a uma série de fatores que contribuiram pontualmente para sua disseminação, e naquele momento da linha do tempo.

Enfim, AssombradOs, espero que vocês tenham gostado de conhecer um pouco sobre a história da cidade de Tonopah, do "Clown Motel" e também sobre mais antigo cemitério da cidade, que invariavelmente ganharia fama de mal-assombrado com o decorrer do tempo. Evidentemente, não dá para afirmar que os locais mencionados sejam realmente "assombrados" por algo, mas com certeza a estadia no "Clown Motel" será única para todos aqueles que estiverem visitando o estado norte-americano de Nevada!

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://boingboing.net/2014/06/23/faded-clown-themed-motel-that.html
http://ghostadventures.wikia.com/wiki/Clown_Motel_and_Goldfield_High_School_(episode)
http://nypost.com/2017/07/26/the-creepiest-motel-in-the-country-is-for-sale/
http://pah.stparchive.com/Archive/PAH/PAH06082000P10.php
http://raregoldnuggets.com/blog/?p=3102
http://riotfest.org/2017/07/clown-motel-next-to-cemetery-filled-with-victims-of-mysterious-1902-plague-is-for-sale/
http://usminedisasters.miningquiz.com/saxsewell/belmont_mine.htm
http://www.atlasobscura.com/places/old-tonopah-cemetery
http://www.avclub.com/article/hey-who-wants-go-clown-motel-258526
http://www.blumhouse.com/2016/02/25/terror-in-tonopah-the-clown-motel-the-old-cemetery-and-the-lady-in-red/
http://www.chron.com/weird/article/Nightmarish-Clown-Motel-town-cemetery-up-for-sale-11339690.php
http://www.dailymotion.com/video/x560z56
http://www.lasvegasnow.com/news/iconic-clown-motel-for-sale-in-tonopah/771667151
http://www.pedestrian.tv/news/travel/americas-most-haunted-clown-motel-is-up-for-sale-w/5148dc7e-18c7-458c-946c-73ecc07c84f1.htm
http://www.travelandleisure.com/hotels-resorts/boutique-hotels/clown-motel-for-sale-vegas
http://www.weirduniverse.net/blog/comments/the_tonapah_plague
https://cdnc.ucr.edu/cgi-bin/cdnc?a=d&d=LAH19050420.2.8
https://cdnc.ucr.edu/cgi-bin/cdnc?a=d&d=SFC19020115.2.74
https://cdnc.ucr.edu/cgi-bin/cdnc?a=d&d=SFC19020119.2.51
https://news.google.com/newspapers?nid=336&dat=19050418&id=mNNTAAAAIBAJ&sjid=vIgDAAAAIBAJ&pg=6621,471719
https://roadtrippers.com/stories/nevadas-clown-motel-is-the-scariest-motel-in-america
https://roadtrippers.com/us/tonopah-nv/accommodation/clown-motel
https://the-line-up.com/peoria-state-hospital
https://www.reddit.com/r/creepy/comments/27vy3q/all_of_my_nope/
https://www.travelblog.org/Photos/7864955

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O Brasil é um país imenso, cheio de lendas e mistérios. De quedas de discos voadores a pessoas com poderes sobrenaturais, vou apresentar para vocês cincos casos misteriosos acontecidos em nosso país e que mexem com a imaginação das pessoas...

Fala Assombrados, quando eu parei para escrever essa postagem para gravar o especial de domingo do canal AssombradO, minha intensão era não falar de ufologia, uma vez que fiz vários textos em sequência sobre o tema. Então comecei a estudar sobre o caso "O Desaparecimento do Escoteiro Marco Aurélio Simon." Só que eu acabei vendo que não seria tão simples, e resolvi me aprofundar na história, e para isso estou comprando o livro Operação Marins, edição especial com os 2 livros. Portanto, mudei meus planos e para não ficar sem especial, resolvi compilar 5 mistérios brasileiros que já falei no canal Assombrado. É claro que existem muitos outros, que vou trazer em uma futura parte 02, como por exemplo o próprio caso do Escoteiro Marco Aurélio, Máscaras de Chumbo, Noite Oficial dos OVNIS, Médium do Algodão etc. Então vamos conhecer esses casos brasileiros....

05- Caboclo D´Água

Caboclo D´água
Caboclo d'Água é um ser mítico, defensor do Rio São Francisco, que assombra os pescadores e navegantes, chegando mesmo a virar e afundar embarcações. Para esconjurá-lo, os marujos do São Francisco fazem esculpir, à proa de seus barcos, figuras assustadoras chamadas carrancas. Outros lançam fumo nas águas para acalmá-lo. Também são cravadas facas no fundo de canoas, por haver a crença de que o aço afugenta manifestações de seres sobrenaturais.

Os nativos o descrevem como sendo um ser troncudo e musculoso, de pele cor de bronze. Apesar de seu tipo físico, o Caboclo d'Água consegue se locomover rapidamente. Pode viver fora da água, mas nunca se afasta das margens do rio São Francisco.

Quando não gosta de um pescador, ele afugenta os peixes para longe da rede, mas, se o pescador lhe faz um agrado, como dar-lhe fumo, ele o ajuda para que a pesca seja farta.

Falei recentemente dessa criatura defensora do Rio São Francisco e que também aparece no interior de Minas Gerais. O programa Balanço Geral MG da Rede Record fez uma reportagem na cidade de Juatuba, região metropolitana de Belo Horizonte contando a história de um pescador que ficou cara-a-cara com a fera no rio Paraopeba, e teve que lutar para não ser puxado para dentro da água. De acordo com o pescador Jair Alves, 71 anos, o "Caboclo d'Água" seria parecido com um menino, teria a cabeça redonda, mas num corpo de um animal peludo, e com os dentes bem brancos.

Jair Alves, que mora na cidade desde que nasceu, lembrou do dia em que se deparou com o "Caboclo d'Água" pela primeira vez. Ele havia ido pescar com o irmão durante a noite. Chegando no local, por volta das 21h, o "Caboclo d'Água" teria tentado subir no barco em que eles estavam. Os irmãos se assustaram, e tentaram soltar a embarcação das mãos do ser mitológico. Após minutos de desespero, os dois conseguiram, finalmente, se livrar do mesmo com a ajuda de um remo e uma vara de bambu. Ainda segundo Jair Alves, ele e o irmão não foram os primeiros da família a se depararem com esse ser mitológico. O tio deles teria o enfrentado, há alguns anos. No ocasião, o tio deles chegou a cortar a mão da suposta "criatura", que também tentava subir no barco. Segundo ele, seria uma mão cabeluda e com unhas grandes.

A lenda é muito famosa, com inúmeros relatos, o que fez os Membros da Associação de Caçadores de Assombração de Mariana (Acam), no ano de 2010 tentar tirar uma foto ou até mesmo capturar o bicho. E mais, quem conseguir uma foto e entregar à associação vai receber R$10 mil. O grupo tem ainda uma série de equipamentos para ajudar na captura. É o caso de rádios, câmeras fotográficas, redes e GPS, sem contar armas não letais. Para a nova armadilha, foi desenvolvido um feromônio com objetivo de despertar o olfato do caboclo. A substância é feita com sangue de bezerro.

Um gaiola de metalon foi fabricada em semelhança às armadilhas de pescadores. Na estratégia traçada pela associação, o Caboclo d’Água vai entrar por um buraco no meio da gaiola, na parte coberta por água, e, assim como os peixes, tentará sair pelas laterais, ficando preso. Neste momento, o voluntário precisa sair por outra entrada, acima da cabeça dele; de preferência, rapidamente.

Até o momento não conseguiram capturar a fera...

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04- Leonice Fritz, a Garota Poltergeist

Leonice Fritz
Leonice Fritz ficou famosa quando apareceu no programa Fantástico no ano de 1988. A reportagem mostrou uma adolescente com poderes sobrenaturais, como ligar e desligar as luzes. Muitos vezes fazia elas explodirem, produzir ruídos inexplicáveis, batidas na parede, mover todo tipo de objeto pela casa, como baldes cheios de água, levitar diversos objetos, como vassouras ou pesados baús de mais de 20 quilos e lençóis e colchões moverem sozinhos.

Diversos curiosos começaram a ir até o local de sua casa, forçando a prefeitura de Santa Rosa a chamar um especialista para tentar acabar com o mistério e fazer a vida da família voltar ao normal.

Seus poderes se manifestaram cedo, conforme sua mãe Ema Fitz relata. Com apenas 3 semanas ela conta a história de uma boneca que colocou ao lado da filha, que abriu os olhos e começou a chorar, quando a mãe tirou, ela parou. A mãe assustou, pois parecia que ela já enxergava os objetos.

Na escola, ela se divertia com seus poderes. Ela produzia barulhos que assustavam até os professores e fazia os bonés dos garotos levitarem e saírem pela janela e irem parar no telhada! Quando voltava para casa, ela fazia as pedras na sua frente rolarem.

O único que conseguia controlar Leonice era seu pai, Arnildo Fitz, falecido em 2003, aos 57 anos. Apenas seus olhares conseguiam impedir a menina de explodir lâmpadas ou quebrar a louça da família.

A grande exposição de Leonice aconteceu quando tinha apenas 13 anos. Ela morava em uma cidade pequena, Santa Rosa-RS e muitas pessoas começaram a ir a sua casa querendo ver os fenômenos (as vezes mais de 100 de uma vez, tendo a família de chamar a polícia diversas vezes para fechar a estrada de terra que levava a casa dos Fitz) fez a menina se retrair e ficar em silêncio após ganhar mais idade.

Trabalhou como doméstica, não parando muito nos empregos e casou com Armindo Herzog, que revelou que ela começou a dar consultas espirituais depois do casamento. A pessoa vinha, contava sua história e problemas, e ela dizia o que a pessoa tinha de fazer. Isso durou quase 10 anos e vinham pessoas até de outros países encontrá-la.

Leonice sempre disse que seus poderes ainda estavam ativos.

Infelizmente, a vida de Leonice foi interrompida quando ela descobriu que estava com câncer nos ossos. Ela perdeu a luta para o câncer em seus ossos e faleceu muito jovem, em 26 de junho de 2010, com apenas 35 anos. Seu corpo pode ter descansado, mas sua história vai ficar eternizada.

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03- Barulhos Misteriosos em Casa de Americana-SP

Vara de metal de 2,10 metros entra com facilidade no buraco
Em maio de 2016 comecei a falar no canal AssombradO dos estranhos barulhos ocorridos em  uma residência na Vila Belvedere, em Americana. Um barulho intenso, como se uma marreta estivesse quebrando pedras, surge debaixo da casa onde mora a aposentada Elvira de Godoy, de 81 anos, há mais de 40 anos. De tão forte as batidas, a parede treme e o impacto é ouvido pelos vizinhos. O reboco da parede até se soltou.

Cansado de ficar sem respostas, um familiar chamado Agnaldo fez um buraco no ponto onde as batidas estão mais fortes, e para sua surpresa, após dar cinco batidas com uma barra de ferro o objeto desceu cerca de 2,10 metros com facilidade, terra abaixo. Além de descer reto, o vergalhão também desceu na diagonal, e não ficou sujo de terra.

Jornais locais foram até a casa e divulgaram o caso para o Brasil, que se interessou pelo assunto pois queria saber o que estava causando o estranho barulho.

Diversas hipóteses foram sugeridas, como exemplo que o túnel cavado por bandidos para assaltar algum comércio, mas não existe comércio de valor perto.

Fiz 4 vídeos no canal sobre esse caso, sempre trazendo novas informações, como a de que jogaram bobinhas dentro do buraco ou que um geólogo foi lá e descartou ser problema estrutural na casa.

Depois que a polícia entrou no caso a família parou de dar atualizações e o caso continua sendo um mistério...

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02- Operação Prato

Imagens que vazaram da Operação Prato mostram as sondas "chupa chupa"
Em 1977 moradores da cidade de Colares-PA começaram a ter amostras de seu sangue retiradas após serem atingidos por raios que eram emitidos por estranhas bolas de luz no céu, apelidada por eles de "chupa chupa". A situação ficou tão crítica que as Forças Armadas tiveram que se deslocar até o local para acalmar a população. A missão ficou conhecida como Operação Prato e conseguiu muito mais que isso: ficaram frente a frente com os "chupa chupa", os fotografaram e filmaram!

Os moradores começaram a reagir conta esses "chupa-chupas" e atiravam contra as luzes ou atiravam foguetes na esperança de afugentá-las. O pânico começou a tomar conta do lugar de uma tal maneira que as Forças Armadas tiveram de se deslocar até lá para acalmar a população.

Os militares inicialmente não queriam ir até Colares-PA. Só que a coisa lá começou a ficar cada vez mais feia, e no começo do mês de setembro de 1977 militares chegaram ao local. Para compor a operação foram destacados 30 oficiais do Serviço de Inteligência  (a chamada Segunda Seção).

Durante os dois primeiros meses, nada de muito grave foi testemunhado pelos militares, que se concentravam em colher relatos e dar palestras para os moradores.

Mas a partir de novembro tudo mudou, os casos testemunhados pelos militares aumentaram em quantidade e na qualidade da experiência. Nesta fase, já sob chefia do então Capitão Uyrangê Hollanda, ocorreram os mais impressionantes casos envolvendo os militares da Operação Prato.

No mês de dezembro de 1977 a missão foi abruptamente finalizada. Os militares voltaram para Belém e todo material resultante da Operação foi inicialmente guardada no 1º COMAR e depois transferido para Brasília onde possivelmente está até hoje.

Mas por que será que isso aconteceu? Por que encerrar a missão justamente quando ela estava no auge? Essa pergunta intriga os ufólogos até hoje, que dizem que tem algo errado.

Ademar Gevaerd, editor da revista UFO tem sua teoria: a Operação Prato não foi encerrada, mas sim recebeu outro formato, muito mais secreto e técnico, e passou, já com outro nome, a contar com a participação decisiva e intensa de militares norte-americanos.

Em 1997, oo Capitão da missão na época, Uyrangê Hollanda, procurou este Ademar J. Gevaerd, editor da famosa revista UFO de livre e espontânea vontade e confirmou para ele que existiam calhamaços de documentos, fotos e vídeos do caso, e que tudo estava em posse da Aeronáutica. Esses documentos se dividiriam em mais de 500 fotografias de discos voadores e sondas ufológicas, cerca de 16 horas de filmes em formato super 8 mm e 16 mm e centenas de depoimentos de testemunhas e vítimas, totalizando cerca de 2.000 páginas. Essa informação foi posteriormente confirmada, em 2008, pelo brigadeiro José Carlos Pereira, ex-comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) e homem de destaque no meio militar brasileiro, que ainda atestou a idoneidade de Hollanda.

Dois meses após sua entrevista para a revista UFO, Uyrangê foi encontrado morto em sua casa na Região dos Lagos no Rio de Janeiro em 2 de Outubro de 1997. Ele cometeu suicídio.

Com a revelação do Coronel Hollanda de que existiam mais de 2.000 documentos em poder da Aeronáutica sobre a Operação Prato, a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), através de seu movimento UFOs: Liberdade de Informação Já, começou a pressionar a Aeronáutica para liberá-los, e conseguiram a liberação oficial de centenas de páginas de documentos ufológicos secretos.


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01- O ET de Varginha

As três garotas que teriam visto o ET.
O dia 20 de janeiro de 1996 era para ser como um outro dia qualquer na cidade de Varginha-MG, com um tempo chuvoso no céu da cidade. Mas um evento incrível iria mudar para sempre a cidade e a fazer ser conhecida no mundo todo, pois alguns habitantes avistaram ETs na cidade!

As adolescentes Liliane de Fátima Silva de 16 anos, sua irmã Valquíria Aparecida Silva de 14 anos, e a amiga Kátia de Andrade Xavier, de 22, retornavam a pé do bairro vizinho de Jardim Andere depois de um fatigante dia de trabalho como empregadas domésticas.

Eram por volta das 15 horas, quando resolveram cortar caminho por um terreno baldio. Mal deram alguns passos, depararam-se com uma criatura anã de olhos grandes e avermelhados, veias saltadas nos braços, peito e rosto, pés enormes, pele marrom brilhante, como que untada com óleo, e três protuberâncias (como se fossem chifres) no crânio calvo e superdesenvolvido.

A criatura, que estava nua e agachada junto ao muro, demonstrou aturdimento com a presença das meninas, que, apavoradas, trataram logo de fugir do local e contar aos seus familiares o que tinham visto.

"Eu e a Valquíria achamos que era um bicho, não era gente. A Valquíria perdeu a voz. A Kátia, que é muito nervosa, achou que era o capeta e ficou em estado de choque, achei que ela ia desmaiar, tive que acudir", relatou Liliane.

Ninguém sabia ao certo se a criatura era deste ou de outro mundo, mas de qualquer forma causou comoção na pitoresca cidade mineira de Varginha, a 313 km de Belo Horizonte. A notícia se espalhou rapidamente pela vizinhança. Em poucos minutos, dezenas de curiosos se aglomeravam no terreno baldio.

Uma grande tempestade caiu na cidade por volta das 18h00. Horas depois, uma dupla de P-2 (membros da área de inteligencia da Polícia Militar), formado pelo soldado Marco Eli Chereze e pelo cabo Eric Lopes estavam andando de carro pelo Jardim Andere quando quase atropelaram uma criatura com as mesmas características da vista pelas três meninas.

Eles frearam o carro e Chereze saiu atrás da criatura e se atracou com ela, pegando ela com os braços desprotegidos e colocando no banco de trás do carro.

Então, observam melhor e veem que a criatura esta deitada, em estado crítico, quase morrendo, e decidem levá-la para o Posto de Saúde! Quando chegou lá, eles não quiseram atender o que for que fosse aquilo e então a levaram para o Hospital Regional. (Posteriormente, a direção do Hospital Regional negou tudo categoricamente).

Uma área do hospital tornou-se restrita e havia a presença em pouco tempo de veículos militares e soldados armados no local. Como estava chamando muita atenção, transferiram a criatura de ambulância para o Hospital Humanitas.

Lá, uma médico que em 2003 contou a história para o médico americano Roger Leir (famoso por remover implantes) disse que foi chamado pelos militares para socorrer a criatura. Ele levou um susto com o que viu e disse que não entendia muito bem a morfologia do ser e que sua mão meio que parecia ser guiada por algo sobrenatural enquanto ele tentava ajudar. Infelizmente, a criatura morreu na madrugada do dia 21 e foi colocada em uma caixa e madeira.

No dia 22 uma grande operação foi realizada pelo Exército para levá-la até a ESA em Três Corações.

Houve relatos de que militares americanos estavam na ESA.

Às 04h00 da manhã de 23 de janeiro partiu um comboio de 3 caminhões Mercedez-Benz, modelo 1418, com destino a Escola Preparatória de Cadetes em Campinas-SP. O capitão Edson Henrique Ramires, oficial da ESA, providenciou  a sua transferência para a Universidade de Campinas (Unicamp), que possuiria dois laboratórios de acesso restrito contando com uma grande equipe de médicos legistas, chefiada pelo dr. Badan Palhares. Depois disso, muita gente defende que tudo foi levado para os EUA a bordo de um avião Hércules que estava na aeroporto de Viracopos.

Segundo o Exército Brasileiro, a história oficial é que um cidadão conhecido como "mudinho", portador de deficiência: "estando provavelmente sujo, em decorrência das fortes chuvas, visto agachado junto a um muro, teria sido confundido por três meninas aterrorizadas com uma 'criatura do espaço'".

Portanto, o "ET de Varginha" seria um morador da cidade que costuma ficar agachado olhando ao chão, como a comparação presente no inquérito sugere.

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Fontes (acessadas em 29/07/2017):
- Conheça o Caboclo D´Água e o Pessoal que Tenta Capturar o Monstro com Jaula! (#465 - N. A.)
- A Incrível História de Leonice Fitz: A Garota Poltergeist (Caso Brasileiro!)
Ouça os Estranhos Barulhos que Atormentam Família em Americana-SP (#345 - Notícias Assombradas)
Operação Prato: O Caso Roswell Brasileiro
O ET de Varginha
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