Por Marco Faustino
Provavelmente, vocês devem estar acostumados a ouvir sobre a crise humanitária envolvendo refugiados na Europa, quase que diariamente, nos noticiários ou sites de notícias, não é mesmo? No entanto, alguns pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, consideram que também esteja havendo uma crise humanitária na fronteira com o México. Pode até parecer irrelevante perante o que vem acontecendo na Europa, mas particularmente considero que cada vida importa, e encontrei informações muito interessantes nesse aspecto. Aliás, vocês já pararam para pensar o que acontece com os corpos das pessoas que morrem e não conseguem efetivamente alcançar o chamado "sonho americano"? É importante ressaltar que nem todos conseguem sobreviver a travessia, principalmente na mão inescrupulosa dos coiotes, e no calor escaldante e sufocante do deserto. São dezenas e centenas de pessoas de pessoas que muitas vezes são encontradas apenas com objetos básicos de higiene, uma imagem de seu santo protetor e uma oração escrita a mão em uma folha de papel amarelada. Vidas são decompostas diariamente em troca do sonho de uma vida melhor.
Em 1994, a Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos (USBP) adotou a política "Prevenção por Dissuasão" como a estratégia operacional para garantir a integridade da fronteira dos Estados Unidos com o México. Essa estratégia desencorajou os cruzamentos migratórios em áreas populosas, que eram relativamente seguras e, em vez disso, forçaram os imigrantes a atravessar áreas mais remotas e perigosas. Como resultado, foi criado um efeito de funil, que levou a um aumento nas apreensões e mortes de imigrantes. Em 2000, como resultado da "Prevenção por Dissuasão", as taxas de mortalidade dos imigrantes começaram a aumentar. Entre 1990 e 1999, 129 mortes ocorreram ao longo da fronteira entre o estado norte-americano do Arizona e o México, em contraste com as 802 mortes que ocorreriam nos cinco anos seguintes. Embora as estratégias de USBP tenham historicamente o objetivo de parar os imigrantes antes de entrarem nos Estados Unidos, ainda persiste o problema de que a imigração e a morte continuam, criando uma crise humanitária na fronteira entre os dois países. Até 2012, a maioria das mortes de imigrantes ilegais ocorria no Arizona, apesar da fronteira entre o Texas e o México abranger cerca de 2.000 km de um total de quase 3.000 km de fronteira terrestre. No entanto, em 2012 o Texas ultrapassou o Arizona em número de mortes, com a maioria ocorrendo no Vale do Rio Grande, e mais especificamente no Condado de Brooks.
É interessante ressaltar nesse ponto que o Condado de Brooks possui o maior número de mortes de imigrantes não documentadas a cada ano (80 em 2011, 129 em 2012 e 87 em 2013), sendo que essas essas mortes ficam sob a jurisdição da "Justiça de Paz". Quando qualquer indivíduo morre e as circunstâncias em torno de sua morte são desconhecidas, o Código de Procedimentos Penais do Texas exige um exame forense, a coleta de amostras de DNA e o envio da papelada para um banco de dados de pessoas não identificadas ou desaparecidas. No entanto, devido ao alto volume de mortes e falta de recursos do condado, o mesmo começou a enterrar imigrantes sem documentação, sendo que a maioria sem análises adequadas ou sem coletar amostras de DNA. Resumindo? Deixando poucas chances de que esses indivíduos retornassem as suas famílias, que por sua vez ficariam sem saber o que aconteceu com um filho, uma filha, uma mãe, um pai, um irmão ou uma irmã. Assim sendo, surgiu um grande movimento reunido algumas universidades para exumar esses corpos, preparar seus restos mortais para análises e finalmente tentar identificá-los. Um processo longo, demorado mas que vem gerando resultados positivos. As pessoas algumas vezes têm dificuldade em entender a razão pelas quais as famílias daqueles morrem em desastres investem tanto na recuperação de seus corpos. É justamente quando os restos mortais de seus entes queridos são devolvidos as famílias, que a experiência mais intensa em relação a morte começa. Vamos saber mais sobre esse assunto?
OBS: Essa matéria possui imagens que podem ser um pouco pesadas, principalmente em relação as pessoas mais sensíveis. Nem todas as imagens disponíveis foram publicadas, porém outras eram praticamente inevitáveis e inerentes ao tema abordado.
Entenda a Situação: A Origem da "Operação ID"
Não há muito para ser deixado para trás: um pente, artigos básicos de higiene, uma faca de bolso, um par de meias, dois aneis, um crucifixo e um santinho. Tudo isso foi encontrado em uma mochila desbotada, enterrada em meio sujeira. Porém, em meio a essa escassa coleção de bens pessoais, pode haver alguma pista que ajude a dar nome a um corpo que foi encontrado. Por enquanto, ele ou ela é simplesmente o caso nº 0435, apenas um dos 226 casos que estão sendo investigados no Centro de Investigação de Antropologia Forense no Estado do Texas (FACT), como parte da "Operação ID", um esforço forense quase homérico para identificar os corpos de supostos imigrantes.
A "Operação ID" está sendo conduzida pelo laboratório FACT, na cidade de San Marcos, no Texas, e uma correspondente do tabloide britânico DailyMail (no qual chamarei apenas de DM no decorrer dessa postagem) teve acesso ao que vem sendo feito em relação a esse triste legado deixado por aqueles que não conseguiram efetivamente cruzar a fronteira dos Estados Unidos com o México.
Na parte externa do laboratório, no entanto, existe um outro lado do trabalho da FACT: uma instalação "macabra" conhecida como "fazenda de corpos", onde os antropólogos forenses na vanguarda da pesquisa disciplinar tentam descobrir o que o corpo de uma pessoa pode revelar sobre a mesma, e como e quando essas pessoas morreram.
Imagem do Google Maps mostrando a localização do Condado de Brooks, no estado norte-americano do Texas |
Os oficiais pertencentes a Patrulha da Fronteira constantemente buscam por imigrantes ilegais, sendo que muitas vezes encontram os corpos que acabam parando nas mãos da "Operação ID" |
"Isso faz você pensar ao encontrar uma coisa como essa. Chamo isso de 'morrer sem esperança'. Essas pessoas sabem que estão morrendo, e não há ninguém lá fora. É apenas uma questão de quando elas irão dar o último suspiro. Acho que chega um momento em que elas desistem", disse Benny Martinez.
"Em 2009, tive um caso em que dois países diferentes estavam tentando reivindicar um corpo. Descobri que eles estavam se baseando apenas por fotos. Nenhum DNA tinha sido coletado", continuou. O xerife Martinez logo descobriu que aquela não era um caso isolado, mas, infelizmente, uma prática generalizada.
"O que está errado, está errado. Depois de 37 anos na aplicação da lei, você não foge de um erro. Você se depara com ele e tenta consertar a situação", completou.
De qualquer forma, isso foi apenas o começo para os antropólogos forenses.
Os Procedimentos Adotados na "Operação ID"
Primeiramente, são retiradas as roupas dos corpos e posteriormente os resquícios de carne dos mesmos. É um procedimento inicial um pouco sombrio, mas necessário, no qual os corpos são colocados em grandes caldeirões de aço e literalmente fervidos na água. Então, os estudantes meticulosamente limpam e rotulam cada osso. Por mais estranho que possa parecer, as verdadeiras pistas sobre a identidade de uma pessoa não estão em sua carne decomposta, mas na estrutura esquelética abaixo da mesma.
Pode demorar até duas semanas para limpar um único esqueleto para deixá-lo pronto para a análise forense que, em seguida, realiza procedimentos para determinar a idade, sexo, as condições de saúde e sua respectiva ancestralidade, ou seja, de onde eles eram.
As caixas de ossos: Uma vez que cada osso é rotulado, os restos mortais são colocados em uma caixa de papelão, e armazenados em uma espécie de grande banco de dados de esqueletos |
Confira também um vídeo publicado em um canal de terceiros, no YouTube, mostrando o Dr. Timothy Gocha explicando todos esses procedimentos (em inglês):
As características individuais e o estudo dentário são anotados, sendo que os detalhes são inseridos no Sistema Nacional de Pessoas Desaparecidas e Não Identificadas (NamUs), e cruzados com relatórios de recuperação dos corpos, que já estão em posse da equipe. Os resultados de DNA, que podem levar até 10 meses para ficarem prontos, devido ao repasse ínfimo de recursos financeiros provenientes do governo estadual e federal ao laboratório, são inseridos no CODIS (acrônimo em inglês para "Combined DNA Index System", que por sua vez contém DNA de famílias e restos mortais não identificados). Informações circunstanciais, vestimentas e bens pessoas, ajudam a estreitar a lista de possíveis correspondências.
O Dr. Timothy Gocha a morte dos imigrantes ilegais, que tentam cruzar a fronteira com os Estados Unidos como uma "crise humanitária" |
Um técnico de laboratório é designado para examinar os pertences de cada suposto imigrante ilegal, ajudando assim a determinar o país de origem dessa pessoa |
Os imigrantes ilegais que tentavam atravessar a fronteira com os Estados Unidos levavam seus pertences mais preciosos, incluindo uma representação da Virgem Maria |
"Quando analisamos, procuramos por sinais de trauma. Se alguém tivesse sido baleado ou atingido na cabeça com um objeto pontiagudo ou esfaqueado, veríamos evidências disso no tecido esquelético. Porém, em mais de 100 de casos que dei uma olhada no ano passado, não vi qualquer evidência de trauma. Provavelmente, esses indivíduos morreram devido a exposição ao calor e por desidratação. Eles tentam caminhar pelo deserto e acabam sucumbindo", completou.
A busca pela verdadeira identidade dos imigrantes, no entanto, é apenas parte da missão do FACT.
A "Fazenda de Corpos" Pertencente ao FACT: O Destino Final e Voluntário para Dezenas de Pessoas
Existe apenas um pequeno refrigerador no laboratório da "Operação ID" e, dessa forma, em um lembrete visual do que poderia ser, caso fossem deixados do lado de fora para apodrecer, os corpos de seis ou mais supostos imigrantes aguardam serem processados em sacos plásticos dentro de uma gaiola de arame do Racho Freeman, na parte externa da instalação de pesquisa, também conhecida como "fazenda de corpos".
Essa é apenas uma das seis instalações semelhantes nos Estados Unidos, e a maior do mundo, com cerca de aproximadamente 60 corpos espalhados, escondidos e enterrados em 21 acres (cerca de 85.000 m²) de um total de 4.200 acres (cerca de 17.000.000 de m²) do rancho. Duas outras receberam autorização para funcionar, uma no estado norte-americano do Michigan e mais uma na Flórida. O FACT em si, atualmente, está em processo de expansão do próprio laboratório, saindo de um espaço de 300 m² para um total planejado de 1.200 m².
"Aceitamos dois tipos de doadores. Doadores vivos que fazem pré-inscrição conosco e doações de parentes próximos. A única condição é que eles não sejam parentes distantes da pessoa", disse o Dr. Daniel Wescott, 52 anos, diretor do FACT desde 2011.
"O objetivo da Operação ID é identificar e repatriar, nosso objetivo é puramente investigativo. Armazenamos os corpos associados à Operação ID, mas não os estudamos", continuou.
A poucos metros da entrada, que possui uma segurança reforçada, um corpo - ou o que resta dele - jaz com pernas esticadas, e a carne dilacerada, uma situação muito além de qualquer tentativa de reconhecimento. A pele se parece mais com um resquício de lona molhada, que acabou escorregando a partir do objeto que encobria o corpo, do que algo humano. É possível notar um braço alguns metros do tronco. Também é possível ver um crânio um pouco depois disso. O corpo se encontra no local desde novembro, como parte de um estudo de abutres.
"Estava vestido quando o colocamos aqui. Os abutres fizeram tudo isso", disse o Dr. Daniel Wescott, acrescentando que alguns doadores pedem para serem devorados pelos abutres.
Estava vestido quando o colocamos aqui. Os abutres fizeram tudo isso", disse o Dr. Daniel Wescott, acrescentando que alguns doadores pedem para serem devorados pelos abutres. |
A riqueza de informações coletadas a partir do trabalho realizado no FACT e seu impacto sobre os mecanismos de aplicação da lei não podem ser subestimadas. A instalação realiza ao menos 15 workshops por ano nesse sentido, assim como realiza o treinamento de cães especializados no farejamento de corpos. Em um exercício prático, os oficiais são desafiados a encontrar onde os corpos foram enterrados. Aliás, uma vegetação exuberante cresce no local onde os corpos permanecem, em constraste com a vegetação que os cerca.
"Quando o corpo se decompõe, passa por várias etapas básicas: inchaço, purgação e, em seguida, entra em um avançado processo de decomposição, quando perde massa. Quando o corpo expurga os fluidos, inicialmente mata toda a vegetação, eles possuem uma alta concentração de nitrogênio e ácidos. Porém, após algum tempo, eles agem como fertilizantes", explicou o Dr. Daniel Wescott.
Confira também um vídeo publicado em um canal de terceiros, no YouTube, mostrando o Dr. Daniel Wescott apresentando algumas áreas da "Fazenda de Corpos" (em inglês, mas vale muito a pena ver para vocês terem uma noção mais real do ambiente):
"Isso acontece boa parte das vezes, quando se procura por um corpo desaparecido. Se o mesmo tiver sido enterrado, essa pode ser a única pista", continuou.
Pesquisadores de todas as partes do mundo vão até a "Fazenda de Corpos" para estudar. Atualmente, um desses pesquisadores está observando o impacto gerado quando um corpo é ocultado. Em cinco cenários possíveis, o corpo é colocado debaixo de um colchão, de alguns "pallets", papelão, pneus e escovas.
Pesquisadores de todas as partes do mundo vão até a "Fazenda de Corpos" para estudar. Atualmente, um desses pesquisadores está observando o impacto gerado quando um corpo é ocultado |
Em cinco cenários possíveis, o corpo é colocado debaixo de um colchão, de alguns "pallets", papelão, pneus e escovas. |
Todos são eventualmente removidos, uma vez que o estudo de seus corpos, do solo ao redor dos mesmos ou a vida insetívora que os colonizaram cesse ou se torne infrutífera. Então, assim como acontece com os supostos imigrantes, o esqueleto é limpo, cada osso é rotulado, os restos mortais são colocados em uma caixa de papelão e armazenados em uma espécie de grande banco de dados de esqueletos.
A ausência de qualquer cheiro pungente de morte em toda a fazenda é tão surpreendente quanto notável. É detectável apenas a partir de um corpo inchado e infestado de moscas. |
Caixas de papelão no depósito do FACT contendo os restos mortais dos doadores. Os ossos são devidamente armazenados após serem removidos da "Fazenda de Corpos" |
"Atualmente, a maioria das pessoas é identificada através do DNA. No entanto, na maioria dos casos forenses, já identifiquei a pessoa muito antes dos resultados dos testes de DNA ficarem prontos", disse o Dr. Daniel Wescott.
Uma parte da "Fazenda de Corpos" abriga um projeto sueco sobre antigas práticas funerárias. Nesse local, no interior da gaiola, foi colocado um corpo em uma posição fetal em uma cova a céu aberto |
Comentários Finais
Falar sobre fronteiras é sempre uma questão polêmica, afinal de contas os países possuem autonomia para decidirem quem entra e as condições ou critérios para esse ingresso. Para isso servem os acordos diplomáticos, as embaixadas que atuam como se fosse um pequeno território estrangeiro dentro de cada país etc. Tudo isso, é claro, na base da cordialidade, visto que muitos países lucram com o turismo, que por sua vez fomenta e aquece mercados locais, entre outros fatores que eu ficaria aqui horas falando para vocês. A grande verdade é que existe todo um ciclo de benefícios muito além do que uma simples visita individual, seja a trabalho, estudos ou lazer. O grande problema começa quando essa imigração começa a afetar o mercado de trabalho local, desvalorizando a mão de obra e prejudicando pessoas que já estavam no mercado de trabalho há anos ou que tentam entrar novamente em um mercado de trabalho desaquecido. Além disso, precisamos ponderar que, no caso de uma imigração desenfreada, desordenada e ilegal, entram no país pessoas que não passaram por nenhum tipo de avaliação, nenhum critério ou identificação, ou seja, podem ser criminosos, estupradores, traficantes de drogas ou terroristas. Se uma pessoa espera por semanas até fazer uma entrevista, consegue passar por ela, recebe um visto, ainda que de turismo, até finalmente poder fazer a viagem dos sonhos, por que uma pessoa que paga valores exorbitantes, mais de 50 mil reais para entrar ilegalmente em um país, deve ser considerada especial ou receber condições melhores daquelas que se esforçam, estudam, se dedicam e geram renda nos países que decidiram adotar como novo lar? Por que temos que vê-las como vítimas se usaram uma grande quantia, que poderiam usar no estudo e quem sabe conseguir uma bolsa ou uma pós-graduação em uma universidade no exterior?
Por outro lado, quanto vale uma vida? Podemos realmente colocar um preço? Infelizmente, o drama que acontece diariamente na fronteira dos Estados Unidos com o México é real, e muitas vezes passa desapercebido diante da crise humanitária que está acontecendo na Europa. Um muro nunca resolveu e nunca vai resolver absolutamente nada. O foco deveria ser mais humano, em entender quem são essas pessoas que tentam atravessar, suas condições de vida, suas motivações, expectativas, entender o desespero que aflige cada uma dessas pessoas, de maneira individual, não em uma cruzada. Se as pessoas querem uma oportunidade, por que os governos não trabalham nisso? Por que o próprio Estados Unidos, um gigante cuja base é formada por imigrantes e pelo massacre que de seus moradores originais, não provê oportunidades para que os mesmos se qualifiquem, gerem renda, aumentem o valor da mão de obra local e se equiparem profissionalmente para que todos possam sair ganhando e as cidades próximas da fronteira prosperem? O deserto nunca foi e nunca será um impedimento, basta olhar para Las Vegas e todas as cidades repletas de brancos cor de leite, cujos nomes são latinos. Porém, em vez de jorrar água e esperança no deserto, vemos apenas um banho de sangue e desespero de corpos sendo jogados em covas coletivas.
Não acho correto entrar ilegalmente em um país, mas vejo que seria plenamente possível, respirando profundamente na páginas amareladas da história de um país, coordenar, organizar e liderar todo um movimento de preservação da própria indústria e comércio, e atrelar positivamente um movimento migratório, que sabemos que não irá parar. Pelo contrário, isso tem tendência a aumentar devido a incompetência, violência e corrupção de muitos governos da América Central e Latina. O próprio departamento de Antropologia da Universidade do Texas citou, em sua página oficial, que a quantidade de corpos recuperados em 2012 era equivalente a de um desastre aéreo envolvendo um Boeing 737. Aliás, vocês acham mesmo que os voluntários concordam com a imigração ilegal? Evidentemente que não, e para piorar a situação, nem há a certeza que todos os corpos sejam realmente de imigrantes ilegais. Porém, acima de tudo é necessário dignidade e respeito a condição humana, a existência e, se possível, ao longo desse caminho dar respostas, ainda que sejam tristes, aos familiares das vítimas. Está acima do direito, do necessário e do voluntário. É apenas e tão somente uma questão de bom senso e entender, mesmo que sem respostas exatas, o quão valiosa podia ou poderia ter sido uma única vida. Muitas vezes procuramos por vida ao olhar para o céu, sendo que a resposta, a mais verdadeira delas, está bem diante dos nossos olhos.
Até a próxima, AssombradOs.
Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino
Fontes:
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4309404/Inside-operation-ID-illegal-border-crossers.html
http://www.txstate.edu/anthropology/people/faculty/spradley/Identifying-Migrant-Deaths-in-South-Texas.html
https://www.ncjrs.gov/pdffiles1/nij/grants/244194.pdf