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Uma Mulher Teria Sido Enterrada Viva Após Moradores Encontrarem seu Corpo Revirado Dentro do Caixão, em Riachão das Neves/BA?

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Por Marco Faustino

Em novembro do ano passado, mostrei a vocês um caso envolvendo uma jovem chamada Débora Isis, cujos familiares teriam se recusado a enterrar a jovem devido a suspeita que a mesma estivesse viva, na cidade de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, no Estado de Alagoas. Toda a situação gerou uma grande comoção, assim como uma verdadeira confusão durante o velório da menina. Os familiares alegavam, que a menina não apresentava nenhum odor característico, teria lacrimejado, e até mesmo movido um membro do corpo; situações essas que populares atribuíram a um eventual milagre de Deus. Para completar, a mãe da menina alegou para a imprensa que a família tinha um histórico de catalepsia (um estado de imobilidade e inatividade do corpo inteiro, fazendo que o indivíduo fique na mesma posição em que foi colocado por um longo período de tempo). A imprensa ficou em polvorosa com a situação, o que acabou gerando um clamor popular ainda maior em relação ao caso. Foram publicadas diversas atualizações ao longo dos dias, e diversas reportagens foram veiculadas em canais de televisão que, ao final de um longo e doloroso processo, apenas exibiram pás de terra sendo jogadas em cima do caixão contendo o corpo da jovem, filha de uma senhora bem humilde chamada Teresa. Débora estava realmente morta e Teresa destruída emocionalmente. Sinceramente, foi um caso que mexeu muito comigo e que, com certeza, caso você não tenha ficado sabendo do mesmo, também irá mexer com você. Vale muito a pena conferir e acompanhar todo o desenrolar sobre aquele caso (leia mais: O Caso Débora Isis: Família se Recusa a Enterrar uma Jovem por Acreditar que Estivesse Viva e Gera Tumulto, em Rio Largo/AL!).

Agora, eis que surge um novo caso na imprensa brasileira sobre uma estranha situação, que ocorreu na cidade de Riachão das Neves, no interior do Estado da Bahia. Basicamente, diversos veículos de comunicação mencionaram, que uma dona de casa deu entrada no Hospital do Oeste, na cidade Barreiras, localizada a cerca de 90 km ao sul de Riachão das Neves, no fim do mês de janeiro com problemas respiratórios e, após alguns dias internada, ela veio a falecer. Desconfiados da morte repentina, e da angústia da mãe da vítima, que alegava estar tendo sonhos constantes com a filha, os familiares passaram a suspeitar de catalepsia, sendo que a suspeita teria se intensificado após uma vizinha do cemitério, onde a dona de casa foi enterrada, ter dito que ouviu gritos de socorro e gemidos. Populares se mobilizaram para abrir o túmulo; em seguida o caixão, sendo amplamente mencionado em diversos sites de notícias, que o corpo estaria de bruços, o nariz e boca sem os algodões, e as mãos arranhadas, como se a dona de casa tivesse sido enterrada viva e posteriormente tentado sair do caixão. Muitos sites sequer tiveram o cuidado, diante da sensibilidade do tema, de colocar no título de suas notícias, que a dona de casa "podia" ter sido enterrada viva. Em vez disso, muitos afirmaram que a mulher tinha sido mesmo enterrada viva. Contudo, será que isso realmente aconteceu? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Um Pouco Sobre a Cidade de Riachão das Neves, no Estado da Bahia


O município de Riachão das Neves fica localizado no extremo oeste do Estado da Bahia, bem próximo ao Tocantins, a quase 1.000 km (aproximadamente 13h de carro) de Salvador, a capital do estado, e a 90 km (aproximadamente 2h de carro) ao norte de Barreiras, a principal cidade do oeste baiano. Segundo uma estimativa populacional realizada pelo IBGE, em relação ao ano passado, a cidade teria pouco mais de 23 mil habitantes, sendo que cerca de 83% da população se declara católica.

Segundo dados referentes ao ano de 2015, Riachão das Neves contava com apenas 6.7% da população ocupada, e um salário médio mensal de 1,9 salários mínimos. Já de acordo com dados referentes ao ano de 2010, apenas 9,1% das casas possuíam esgotamento sanitário adequado, sendo que somente 2,5% das vias públicas eram urbanizadas.



O município de Riachão das Neves fica localizado no extremo oeste do Estado da Bahia, bem próximo ao Tocantins, a quase 1.000 km (aproximadamente 13h de carro) de Salvador, a capital do estado, e a 90 km (aproximadamente 2h de carro) ao norte de Barreiras, a principal cidade do oeste baiano.
Em 1660, o então 32º Governador Geraldo Brasil, Dom João de Lan-Castro, autorizou uma expedição para navegar os afluentes do Rio São Francisco, entre eles o rios Grande, Rio Preto e Rio Corrente. No Oeste da Bahia, a expedição passou por Barra, primeira cidade da região do Vale do São Francisco, seguindo por Pilão Arcado e Campo Largo, hoje Cotegipe, de onde Riachão das Neves foi desmembrado. Em 1824, a região passou a integrar a Província de Minas Gerais e, em 1827, por meio de um ato provisório, foi entregue à Província da Bahia. Tudo isso porque os pernambucanos, liderados por Frei Caneca, não aceitaram a Constituição imposta pelo imperador e, para castigar Pernambuco, o imperador tirou toda a área, que atualmente é conhecida como oeste baiano, da Província de Pernambuco. A partir daí, passou a integrar a Sesmaria da Casa da Ponte de Antônio Guedes de Brito.

O povoamento de Riachão das Neves iniciou-se na primeira metade do século XIX, por colonos vindos da Província de Pernambuco. A fertilidade das terras, que não necessitavam de agrotóxico para produzir atraiu novas famílias, que com a agricultura e pecuária obtinham o sustento. Dessa forma, ali se estabeleceram para originar e dar formato ao Arraial Riachão das Neves, que recebeu o título de Vila em 1934. O município foi criado em 1962 e seu patrono foi Juarez de Souza, deputado estadual que formulou a lei para que a vila desmembrasse de Cotegipe e se tornasse cidade. O nome originou-se da junção da Fazenda Neves, e do riacho que banhava a sede municipal, chamado Riachão das Neves.

Antiga foto da Igreja Matriz de Nossa Senhora Sant`Ana, da cidade de Riachão das Neves/BA.
Foto mostrando um grande público presente em uma das edições da "Festa de Santana",
realizada sempre no mês de julho.
Riachão das Neves também é muito famosa pela "Festa de Santana", no mês de julho, juntamente com comemoração de seu aniversário de emancipação política no dia 19, que é somente o início das festividades, que continuam até o dia da padroeira da cidade, Nossa Senhora Sant`Ana, no dia 26 de julho. Agora, que vocês conhecem um pouco da cidade, vamos ao nosso assunto principal.

Começando a Entender o Caso: A Reportagem Exibida Pela TV Oeste


No dia 10 de fevereiro, a TV Oeste, emissora de TV afiliada da Rede Globo, que atua na região Oeste da Bahia há 26 anos, em uma área de cobertura que compreende 34 municípios, exibiu uma reportagem intitulada "Parentes de mulher morta desconfiam que ela tenha sido enterrada viva e procuram a polícia", no BATV, o principal telejornal da emissora. Essa era mais uma reportagem "comum" entre tantas outras veiculadas pela emissora. O assunto começou a ganhar repercussão em sites de notícias locais, e blogs de jornalistas "independentes", porém a dimensão nacional foi alcançada tão somente, quando o caso apareceu no Portal G1 com o seguinte título: "Mulher é enterrada viva e corpo é achado revirado em caixão" (ao acessar a notícia, o título muda para "Mulher é enterrada viva na Bahia e corpo é achado revirado dentro de caixão, diz família; vizinhos ouviram gritos", sendo que esse "diz família"é a forma bem comum de disfarçar um "clickbait").

Assim sendo, o assunto começou a gerar uma grande repercussão nas redes sociais, que quase sempre apontavam para a o texto publicado pelo Portal G1 e, eventualmente para a reportagem da TV Oeste. Apesar de diversos outros veículos de comunicação terem ido atrás dessa história, os mesmos não receberam tanta atenção, e a história, da forma que foi retratada inicialmente, acabou indo parar até mesmo nos tabloides britânicos, e sites de notícias da América Latina. Confira a reportagem, que foi exibida da TV Oeste, em um canal de terceiros, no YouTube:



Para evitar que vocês tenham que gastar a franquia de internet de vocês, vou destrinchar essa reportagem, que é bem curtinha, combinado? Bem, inicialmente foi informado pelo repórter Alexandre Uilliam, que Riachão das Neves era uma cidade tranquila, mas que nos últimos dias os moradores estavam assustados, por acreditar que uma mulher havia sido enterrada viva.

Uma senhora chamada Ana Francisca Dias, auxiliar de serviços gerais, disse que o cemitério havia lotado, no dia anterior (9), e mais de 500 pessoas teriam ido conferir se a mulher estava viva ou não. Ela também mencionou, que pessoas teriam pegado em um dos pés da mulher, e que o mesmo estava quente, e o corpo não estava gelado.

Inicialmente foi informado pelo repórter Alexandre Uilliam, que Riachão das Neves era uma cidade tranquila, mas que nos últimos dias os moradores estavam assustados, por acreditar que uma mulher havia sido enterrada viva.
Uma senhora chamada Ana Francisca Dias, auxiliar de serviços gerais, disse que o cemitério havia lotado, no dia anterior (9), e mais de 500 pessoas teriam ido conferir se a mulher estava viva ou não. Ela também mencionou que pessoas teriam pegado em um dos pés da mulher, e que o mesmo estava quente, e o corpo não estava gelado.
A mulher em questão era Rosângela Almeida dos Santos, 37 anos, que foi enterrada no dia 29 de janeiro, após passar uma semana internada no Hospital do Oeste, na cidade de Barreiras. Na certidão de óbito constava, que a causa da morte tinha sido "choque séptico" (uma infecção generalizada que se dá quando as bactérias, fungos ou vírus de uma infecção local chegam à corrente sanguínea, espalhando-se por todo o corpo, causando sintomas do choque).

A mulher em questão era Rosângela Almeida dos Santos, 37 anos, que foi enterrada no dia 29 de janeiro, após passar uma semana internada no Hospital do Oeste, na cidade de Barreiras.
Na certidão de óbito constava, que a causa da morte tinha sido "choque séptico" (uma infecção generalizada que se dá quando as bactérias, fungos ou vírus de uma infecção local chegam à corrente sanguínea, espalhando-se por todo o corpo, causando sintomas do choque).
Germana de Almeida, mãe de Rosângela, inicialmente disse que a filha tinha sido levada para a sala de reanimação, e depois tinha dado entrada na UTI. Porém, a reportagem faz um corte brusco para exibir o relato de uma senhora chamada Natalina Silva, uma dona de casa, que mora em frente ao Cemitério Nossa Senhora Sant`Ana, local onde Rosângela foi enterrada.

Segundo Natalina, ela havia saído para visitar sua mãe adoecida. Ao chegar ou passar por um determinado ponto (algo que não foi mostrado na reportagem), ela disse que ouviu batidas. Inicialmente, ela pensou que fosse brincadeira de meninos, que vivem brincando no interior do cemitério, porém Natalina também teria ouvido dois gemidos. Após os mesmos, ela não teria ouvido mais nada.

Germana de Almeida, mãe de Rosângela, inicialmente disse que a filha tinha sido levada para a sala de reanimação, e depois tinha dado entrada na UTI
  A reportagem faz um corte brusco para exibir o relato de uma senhora chamada Natalina Silva, uma dona de casa, que mora em frente ao Cemitério Nossa Senhora Sant`Ana, local onde Rosângela foi enterrada. Ao chegar ou passar por um determinado ponto (algo que não foi mostrado na reportagem), ela disse que ouviu batidas. Inicialmente, ela pensou que fosse brincadeira de meninos, que vivem brincando no interior do cemitério, porém Natalina também teria ouvido dois gemidos. Após os mesmos, ela não teria ouvido mais nada.
Segundo a reportagem, desconfiada, a mãe de Rosângela teria ido até o cemitério e resolvido abrir o túmulo. A reportagem também mencionou, que Germana afirmava que havia machucados nas mãos e na testa da filha, ferimentos que, segundo ela, a mesma não apresentava, quando foi enterrada. Embora apresentasse sinais de confusão em suas palavras, Germana disse que ao abrir, notou que a tampa estava aberta, e até os "preguinhos" de cima do caixão estavam soltos. Diante da câmera, ela alegou que as mãos estavam feridas, como se tivesse tentado sair.

Segundo a reportagem, desconfiada, a mãe de Rosângela teria ido até o cemitério e resolvido abrir o túmulo
A reportagem também mencionou, que Germana afirmava que havia machucados nas mãos e na testa da filha, ferimentos que, segundo ela, a mesma não apresentava, quando foi enterrada.
Embora apresentasse sinais de confusão em suas palavras, Germana disse que ao abrir, notou que a tampa estava aberta, e até os "preguinhos" de cima do caixão estavam soltos. Diante da câmera, ela alegou que as mãos estavam feridas, como se tivesse tentado sair.
Ao final da reportagem, Alexandro Uilliam informou que os familiares de Rosângela estavam indo até Barreiras para lavrar um boletim de ocorrência, mas como o caso aconteceu em Riachão das Neves, o mesmo deveria ser investigado pela Polícia Civil de Riachão das Neves. A equipe de reportagem foi até a delegacia, mas não encontraram o delegado para falar sobre o assunto.

Isamara Almeira, irmã de Rosângela, também disse que a família não queria acusar e nem prejudicar ninguém, mas que a situação era estranha, visto que, segundo ela, não tinha condições de uma pessoa estar quente após 13 dias enterrada.

Ao final da reportagem, Alexandro Uilliam informou que os familiares de Rosângela estavam indo até Barreiras para lavrar um boletim de ocorrência, mas como o caso aconteceu em Riachão das Neves, o mesmo deveria ser investigado pela Polícia Civil de Riachão das Neves. A equipe de reportagem foi até a delegacia, mas não encontraram o delegado para falar sobre o assunto.
Isamara Almeira, irmã de Rosângela, também disse que a família não queria acusar e nem prejudicar ninguém, mas que a situação era estranha, visto que, segundo ela, não tinha condições de uma pessoa estar quente após 13 dias enterrada.
Enfim, foi basicamente essa história, que foi exibida pela TV Oeste. No dia 14 de fevereiro, o Portal G1 acrescentou que, em nota, a assessoria do Hospital do Oeste informou que estava à disposição dos familiares da vítima e autoridades para prestar todas as informações necessárias. Curiosamente, apesar de não ser mencionado na reportagem, também foi acrescentado, que o "túmulo foi violado pela família após moradores de casas vizinhas ao cemitério municipal onde a mulher foi enterrada ouvirem gritos vindos do túmulo". Vale lembrar, que a reportagem mencionava apenas uma moradora, e que a mesma teria ouvido batidas e gemidas ao passar a uma certa distância, embora tenha pensado, que o som fosse proveniente de crianças, que habitualmente brincavam dentro do cemitério.

O Outro Lado da História: As Informações Divulgadas por Outros Veículos de Comunicação


Diante da imprecisão gerada pela notícia divulgada pelo Portal G1, nada melhor do que consultar outras fontes. Geralmente, as pessoas não fazem isso por uma série de motivos. Entre eles está o fato de que, muitas vezes, os usuários na internet não têm tempo de ficar procurando ou então confiam cegamente na credibilidade de determinados sites de notícias. No entanto, esse tipo de atitude, de vez em quando, não termina nada bem.

As primeiras informações dessa história surgiram em sites como o "Cerra do Valle" e "Mural do Oeste". Segundo o "Cerra do Valle", em um curto texto publicado na noite de 9 de fevereiro, as informações preliminares davam conta que, uma mulher que teria tido uma parada cardiorrespiratória, há cerca de 12 dias, tinha sido velada e sepultada pelos familiares, mas que, naquele momento, estaria viva. Gritos teriam sido ouvidos; a família teria sido acionada, e fizeram a escavação da cova. Para surpresa de todos, a mulher estava virada, e com as mãos e braços machucados, supostamente devido sua tentativa de sair do caixão. Já o "Mural do Oeste" publicou que população teria ouvido gritos e gemidos, e conseguiu desenterrar a mulher. A mesma estaria de bruços, sem algodões no ouvido e no nariz, e a tampa do caixão estaria solta. Ambos os sites também publicaram algumas imagens daquela noite.

Segundo o "Cerra do Valle", em um curto texto publicado na noite do dia 9 de fevereiro, as informações preliminares davam conta que, uma mulher que teria tido uma parada cardiorrespiratória, há cerca de 12 dias, tinha sido velada e sepultada pelos familiares, mas que, naquele momento, estaria viva. Gritos teriam sido ouvidos; a família teria sido acionada, e fizeram a escavação da cova.
Para surpresa de todos, a mulher estava virada e com as mãos e braços machucados,
supostamente devido sua tentativa de sair do caixão.
Já o "Mural do Oeste" publicou que população teria ouvido gritos e gemidos, e conseguiu desenterrar a mulher. A mesma estaria de bruços, sem algodões no ouvido e no nariz, e a tampa do caixão estaria solta. Ambos os sites publicaram algumas imagens daquela noite.
A maioria dos sites de notícias locais e blogs de jornalistas "independentes" basicamente repetiu as mesmas informações. Alguns sites, inclusive, estampavam as seguintes manchetes: "Tragédia em Riachão das Neves: Mulher é enterrada viva por engano; cidade está em choque", "Mulher é enterrada viva por engano em Riachão das Neves", entre outros títulos bem chamativos, por assim dizer, mas ninguém se aprofundou nesta história.

Para não sermos injustos, o site "Mídia Bahia" chegou a mencionar que, "desconfiados da morte repentina, e da angústia da mãe da vítima, que afirmava estar tendo sonhos constantes com a filha, os familiares passaram a suspeitar de catalepsia, um distúrbio que faz a pessoa aparentar estado de morte; a suspeita ganhou fôlego após uma vizinha ao cemitério ter dito ouvir gritos de socorro".

Já o site "Folha do Vale" chegou a apontar, que o caso seria investigado pelo delegado Arnaldo Alves Dumont, que iria pedir por um novo exame de necropsia. Dependendo do laudo do legista, o delegado poderia, inclusive, responsabilizar o médico que assinou o atestado de óbito. A equipe do portal Folha do Vale tentou contato com o Hospital do Oeste, mas ninguém se pronunciou sobre o fato. O corpo de Rosângela teria sido encaminhado ao IML, em Barreiras, na manhã do dia 10 de fevereiro, por homens da Polícia Técnica.

A equipe do portal Folha do Vale tentou contato com o Hospital do Oeste, mas ninguém se pronunciou sobre o fato. O corpo de Rosângela teria sido encaminhado ao IML, em Barreiras, na manhã do dia 10 de fevereiro, por homens da Polícia Técnica.
Posteriormente, o caso foi veiculado pela TV Oeste, que exibiu aquela reportagem basicamente confirmando alguns pontos, que já estavam sendo alegados em sites de notícias locais. Contudo, existe um outro lado dessa história, que não foi mencionado por praticamente ninguém, exceto pelo site do jornal "Correio".

O site do jornal Correio, em uma notícia publicada no dia 15 de fevereiro, nos dá uma noção mais precisa de como toda essa história realmente aconteceu. De acordo com matéria publicada pelo repórter Mário Bittencourt, na noite de 9 fevereiro, uma sexta-feira, por volta das 18h, cerca de 500 pessoas se dirigiram para o Cemitério Nossa Senhora Sant`Ana para conferir de perto a notícia que se espalhou por grupos de WhatsApp: pedidos de socorro e gemidos estavam sendo ouvidos de dentro do túmulo de Rosângela Almeida dos Santos, sepultada em 29 de janeiro. O falecimento de Rosângela ocorreu no Hospital do Oeste, em Barreiras, para onde foi levada às pressas, após cansaço excessivo. Ela foi internada no dia 23 de janeiro e morreu no dia 28 do mesmo mês. Rosângela chegou a ficar entubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde teve duas paradas cardíacas antes de morrer de "choque séptico".

De acordo com a família, Rosângela sofria com desmaios desde os 7 anos, e tomava remédios controlados todos os dias, o principal deles era o "Gardenal", que combate convulsões. Ainda segundo a família, a dona de casa, que era casada e não tinha filhos, também bebia álcool e fumou cigarro por um tempo. O túmulo, uma gaveta mortuária, foi violado por populares na noite de sexta-feira de Carnaval com consentimento da mãe, dona Germana Alves de Almeida, de 66 anos. O caixão sem a tampa foi posto para fora do túmulo e aberto ao público, iniciando um espetáculo sombrio, que durou até o meio-dia do dia seguinte, quando o túmulo foi novamente fechado.

O falecimento de Rosângela ocorreu no Hospital do Oeste, em Barreiras, para onde foi levada às pressas, após cansaço excessivo. Ela foi internada dia 23 de janeiro e morreu dia 28. Rosângela chegou a ficar entubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde teve duas paradas cardíacas antes de morrer de "choque séptico".
Com olhares arregalados e expressão facial temerosa, populares se aproximaram do corpo de Rosângela e tocaram nele para conferir se ainda estava quente, já que, mesmo após 11 dias do sepultamento, ele não apresentava rigidez, e nem odor (irei comentar sobre isso daqui a pouco). Uns colocaram as pernas do cadáver para fora do caixão e movimentavam joelhos e pés. Outros, assim como a mãe de Rosângela, disseram ter notado arranhões nas mãos e na testa, algo que, para ela, seria um sinal de que a filha teria lutado para sair do caixão. Quase toda a família acreditava nessa versão, menos a irmã Maria Helena de Matos, uma microempreendedora de 45 anos, que também viu o corpo.

"Eu vi esses arranhões. Sempre achei estranha essa morte dela, não estava conformada e por várias noites vinha sonhando com ela pedindo socorro. Quero que a polícia investigue esse fato e nos dê uma posição, porque a família toda está preocupada com essa situação", disse Germana.

"Eu não vi nada de estranho. Esse arranhão na testa, para mim, foi da decomposição do corpo mesmo. Não acredito que minha irmã tenha sido enterrada viva, mas tem uns fatos que precisam ser melhor esclarecidos para a família, e também espero que a polícia nos dê logo uma resposta", disse Maria Helena.

"Eu não vi nada de estranho. Esse arranhão na testa, para mim, foi da decomposição do corpo mesmo. Não acredito que minha irmã tenha sido enterrada viva, mas tem uns fatos que precisam ser melhor esclarecidos para a família, e também espero que a polícia nos dê logo uma resposta", disse Maria Helena.
Mesmo tendo opiniões diferentes sobre se Rosângela tinha sido enterrada viva ou não, tanto a mãe quanto a irmã por parte de pai disseram que acharam estranho o fato de o caixão ter sido encontrado com a tampa aberta quando o túmulo foi violado.

"Isso aí estava mesmo, e deixou todo mundo assustado", comentou Maria Helena.

Devido ao feriado de Carnaval, o caso passou a ser investigado somente no dia 15 de fevereiro, última quinta-feira, pela Polícia Civil de Riachão das Neves. O delegado Arnaldo Monte, titular da delegacia local, esperava ter uma conclusão sobre o caso em duas semanas.

"Começaremos a ouvir hoje (15) familiares e outras pessoas. Se for o caso, podemos pedir exumação", disse. Para o delegado, há muitos boatos sobre o caso.

"Esse fato dela estar arranhada, por exemplo, as pessoas com quem conversamos ainda não nos relataram isso. Vamos ouvir todo mundo até a terça-feira (20) que vem. Já expedi os mandados de intimação necessários. A exumação só ocorrerá se houver necessidade, e terá de ser com autorização judicial", declarou Arnaldo Monte. Em declaração ao "Correio", o delegado disse que as pessoas que violaram o túmulo, e a mãe de Rosângela, deveriam ser indiciadas pelo crime de violação de túmulo.

Devido ao feriado de Carnaval, o caso passou a ser investigado somente no dia 15 de fevereiro, última quinta-feira, pela Polícia Civil de Riachão das Neves. O delegado Arnaldo Monte, titular da delegacia local, esperava ter uma conclusão sobre o caso em duas semanas.
"Ela (a mãe) pode não ter violado, mas autorizou, e é meu dever relatar isso no inquérito. Mas provavelmente o juiz deve absolvê-la por ela ser a mãe e agir pela emoção", continuou.  O crime de violação de sepultura prevê pena de 1 a 3 anos, conforme o Código Penal.

Na tarde da última quinta-feira, o delegado disse que o funcionário da funerária , que realizou os serviços para colocar o corpo de Rosângela no caixão esteve no momento em que o túmulo foi violado, e que não notou anormalidade, estando o corpo do mesmo jeito que foi enterrado. Arnaldo Monte ainda disse que, a mãe de Rosângela relatou em depoimento, que comprou R$ 400 de formol.

"Daí se explica o porquê de o corpo não se encontrar em estado de putrefação", completou.

O delegado disse, que iria solicitar à Secretaria de Saúde de Riachão das Neves, um laudo e acompanhamento psicológico da mãe de Rosângela. Os familiares da dona de casa reclamavam, que o Hospital do Oeste não havia dado informações sobre seu estado de saúde durante a internação, e que teriam impedido, inclusive, de fazer visitas. Em nota ao Jornal Correio, a unidade médica declarou apenas que "estava à disposição dos familiares e autoridades para prestar todas as informações necessárias."

Os Vídeos Divulgados nas Redes Sociais e uma Dose de Realidade Sobre Toda Essa História


Em meio a tantos relatos, que costumo chamar de evidências anedóticas, ou seja, pessoas que dizem que viram, sentiram ou acreditam que presenciaram algo, acabei encontrando dois vídeos referentes ao momento em que moradores retiraram o caixão de Rosângela do túmulo. O primeiro deles possui apenas alguns poucos segundos. Confira o mesmo abaixo, em um canal de terceiros, no YouTube:



Não existe a indicação de quem gravou o vídeo acima, porém é possível notar claramente, que a pessoa estava presente no momento em que o túmulo foi violado, visto que é possível ver o caixão de Rosângela ao fundo. Algumas declarações, no entanto, chamam a atenção. É possível notar um morador dizendo, por exemplo, "Já está fedendo". Já outros dizem "E ela morreu foi hoje", "Deve ter morrido agora". Essas são declarações interessantes e contradizem o que foi mencionado anteriormente, ou seja, que o corpo não apresentava odor. Sim, ele apresentava. Se o horário mencionado pelo Jornal Correio estiver certo, ou seja, se os tais "gritos" ou "gemidos" foram ouvidos por volta das 18h, e considerando que o morador disse que o corpo "já estava fedendo", isso indica que corpo já estava em estado de decomposição há um bom tempo.

Resumindo? Rosângela não teria morrido naquele momento. De qualquer forma, existe um outro vídeo, dessa vez um pouco mais longo (com quase 3 minutos de duração), que ajuda e muito a esclarecer boa parte desta história. Confira o mesmo abaixo, que também foi publicado em um canal de terceiros, no YouTube:



Também não existe nenhuma indicação de quem gravou esse vídeo acima.No entanto, no vídeo é possível ver os moradores retirando o caixão, que aparentemente estava com a tampa aberta (embora não saibamos se aquela foi a primeira vez que fizeram isso), e um grande alvoroço ao redor do mesmo. Um morador, inclusive, chegou a colocar a mão em um dos pés de Rosângela, permanecendo um bom tempo com a mão dentro do caixão. Aos 53 segundos de vídeo é possível ouvir esse morador dizendo "Ela está viva", sendo que havia um clamor popular para que a tampa do caixão fosse retirada. Posteriormente, diversos moradores colocaram a mão dentro do caixão. É possível notar também, que existia muita dúvida entre os populares, se Rosângela estava ou não viva.

Entretanto, em 2:04, é possível ouvir claramente alguém dizer que o corpo estava fedendo, algo que contrariava a opinião de alguns moradores, que diziam que a mulher estava viva. Após um grande impasse, os moradores resolveram tirar a tampa do caixão. E o que havia dentro? Basta colocar em 2:48 (não colocarei nenhuma imagem, mas vocês podem assistir o vídeo e conferir por conta própria). No interior do caixão havia um corpo, aparentemente intacto, com todos os tecidos organizados, e aparentemente com a face virada para cima. Resumindo? Diante dessas imagens, o corpo de Rosângela não estava revirado ou "de bruços" conforme foi mencionado por moradores e pela imprensa. E, mesmo que Rosângela tivesse sido enterrada em uma posição incomum, não há nenhum sinal que, desde o seu enterro, Rosângela tivesse se movido. Se alguém tivesse realmente lutado para sair, o interior do caixão não estaria tão organizado daquela forma.

Resumindo? Diante dessas imagens, o corpo de Rosângela não estava revirado ou "de bruços" conforme foi mencionado por moradores e pela imprensa. E, mesmo que Rosângela tivesse sido enterrada em uma posição incomum, não há nenhum sinal que, desde o seu enterro, Rosângela tivesse se movido.
Essa análise acima coincide exatamente com algumas declarações, que surgiram em uma nova notícia publicada pelo Portal G1, no dia 15 de fevereiro. O delegado Antistenes Benvindo, que atua como plantonista regional da Delegacia de Barreiras, disse que que as investigações preliminares apontavam, que a situação relatada pelos familiares não se sustentava em nenhum indício plausível. O delegado da cidade de Riachão das Neves, Arnaldo Alves, que assumiu a apuração do caso após registro inicial na Delegacia de Barreiras, voltou a dizer, que as informações que levaram familiares a violarem o túmulo não passaram de boatos. Aliás, segundo o delegado Antistenes Benvindo, um irmão da vítima havia confirmado que ela estava do mesmo jeito que foi enterrada, intacta. O delegado também contou que as informações sobre ferimentos nas mãos e na testa não eram verídicas.

O Portal G1 disse ter entrevistado um médico, que integra a equipe de UTI da unidade médica, que preferiu não ser identificado. Ele contou que a paciente tinha enfisema pulmonar, e que foi hospitalizada com uma grave infecção respiratória. Em suas últimas 24 horas, na UTI, o médico contou que a mulher já apresentava um quadro "grave e irreversível". O médico também disse que, na UTI, a paciente estava sob um intenso grau de monitoramento, que tornaria impossível um erro médico, e consequentemente o sepultamento da mulher com vida.

Comentários Finais


Esse caso reflete bem como está a credibilidade da saúde pública em nosso país, e como a disseminação de notícias falsas vem se tornando cada vez mais uma situação insustentável. O Hospital do Oeste é administrado por uma uma entidade filantrópica privada, sem fins lucrativos, chamada "Obras Sociais Irmã Dulce" (OSID), e pertence a rede hospitalar do Governo do Estado da Bahia, ou seja, é um hospital público. A unidade hospitalar deveria atender tão somente a região Oeste da Bahia, porém, na prática, não é isso que acontece. O hospital também atende alguns municípios dos estados do Piauí, Maranhão, Goiás, Tocantins, e do Vale do São Francisco. O motivo é bem simples: muitas cidades do interior do Brasil, não somente da região Nordeste, não possuem médicos. Na cabeça de muitos prefeitos, por que pagar por médicos se existe um hospital bonitinho logo ali, a 100 ou 200 km de distância? Enfim, além de exames de laboratório e imagem, a unidade reúne em seu quadro de atendimento um total de 20 especialidades. E, conforme vocês devem imaginar, sofre com a superlotação e, eventualmente, atraso nos repasses estaduais. Por mês, em média, são mais de 60 mil procedimentos ambulatoriais e 8.400 atendimentos de emergência. Não conheço a realidade enfrentada pela população diariamente no hospital, mas não encontrei nada que fosse muito grave em uma rápida busca na internet. Por outro lado, uma vez que existe uma espécie de "coronelismo midiático" em muitas regiões do Nordeste, dificilmente algo gritante seria divulgado. De qualquer forma, o Hospital do Oeste, a princípio, não me parece um local, onde pessoas ainda com vida sejam atestadas como mortas, uma impressão que já tive em relação a outros hospitais relacionados a alguns casos anteriores. Agora, se Rosângela realmente veio a óbito por um quadro irreversível ou por negligência e, eventualmente, erro médico, isso é algo que a polícia deve apurar, e foge totalmente a minha alçada.

Infelizmente, existe uma descrença generalizada na saúde pública em nosso país. Isso chega ao ponto de surgirem casos como o de Débora Isis e Rosângela. Dois casos ocorridos em menos de seis meses em que famílias não acreditavam, que seus entes queridos estivessem mortos. Casos assim geralmente ocorrem em países onde falta de tudo: saúde, educação, segurança, perspectiva de vida e, principalmente, esperança. É muito raro encontrar casos semelhantes ocorridos na Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos ou na Austrália, por exemplo, nos séculos XX e XXI. E, para piorar a situação, no caso relacionado a Rosângela, como se não bastasse toda a descrença, muitas vezes justificável na saúde pública, entrou um componente ainda mais mortal em toda essa história: as famosas evidências anedóticas. Aparentemente, tudo começou com o relato de uma moradora, que alegou ouvir gemidos, que depois se transformaram em "moradores ouvindo gritos" e, em pouco tempo, uma multidão se aglomerou ao redor do túmulo de Rosângela para abri-lo, aparentemente com o consentimento dos familiares. A partir daí, surgiram mais relatos de pessoas dizendo que a mulher estava sem os algodões nos ouvidos e no nariz, que seu corpo estava revirado no caixão, de bruços, que havia arranhões em suas mãos e testa, que não apresentava odor, que seu corpo estava flexível e assim por diante. Diante dos vídeos disseminados, o corpo de Rosângela não estava revirado, estava devidamente arrumado no interior do caixão, apresentava odor e, a flexibilidade mencionada, nada mais é do que a ausência do chamado rigor mortis, o endurecimento dos músculos de um cadáver, que normalmente cessa definitivamente após 72h. Rosângela estava morta, mas para as 500 pessoas, que foram assistir a um sombrio espetáculo movido por evidências anedóticas, e a falta de conhecimento de populares, que se acham no direito de afirmar algo ao colocar as mãos dentro de um caixão, não.

Conseguem imaginar o sofrimento daquela mãe, quando dezenas ou centenas de pessoas foram lhe falar, que sua filha estava viva, e que ela tinha acabado de morrer, naquela sexta-feira, dia 9 de fevereiro, quando, na verdade, ela já estava morta desde o dia 28 de janeiro, quando foi introduzido cerca de R$ 400 de formol em seu corpo? O desespero da mãe, muitas vezes por não compreender como funciona as etapas da morte, de como o corpo de sua filha foi preparado para ser colocado no caixão, e diante de sua incapacidade de dar um tratamento melhor para a mesma é de partir o coração. Basta observar o olhar e a expressão facial da mãe durante a entrevista exibida pela TV Oeste. Diante de todo esse caos, dezenas de sites de notícias repercutiram a história de que a mulher tinha sido mesmo enterrada viva, despertando os mais diversos sentimentos de ódio e revolta nas pessoas, que sequer foram informadas de todos os detalhes mencionados nesta matéria. É necessário ter muito cuidado com que se alega e afirma, porque qualquer coisa atualmente tem o poder de inflamar os ânimos de uma manada humana enfurecida e irracional, capaz de provocar situações inimagináveis. Caso não se lembrem, uma mulher chamada Fabiane foi linchada até a morte por moradores do Guarujá, no litoral de São Paulo, em 2014, ao ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças, que praticaria rituais de magia negra. Não havia sequestradora alguma, mas alguém acreditou que Fabiane fosse parecida devido a um boato, que estava circulando no Facebook; o restante vocês podem imaginar. No caso ocorrido em Riachão das Neves, na Bahia, Rosângela morreu apenas uma única vez, mas sua mãe, a Dona Germana, morreu três vezes: ao perder sua filha; pela falta de sensibilidade do hospital que poderia enviar, excepcionalmente, um representante para conversar com os familiares, e pelos falsos relatos propagados por moradores locais, cujos celulares pareciam mais com tochas e ancinhos, prontos para fazer justiça com as próprias mãos. No final das contas, não houve um único pedido de desculpas. Todos foram para suas casas e seguiram normalmente suas vidas. Dona Germana, no entanto, permanecerá para sempre dentro daquele túmulo, ao lado de sua filha.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://blogbraga.com.br/m/Noticia/familia-desenterra-mulher-apos-desconfiar-que-ela-foi-enterrada-viva-em-riachao-das-neves-extremo-oeste-baiano/41409
http://g1.globo.com/bahia/batv/videos/v/parentes-de-mulher-morta-desconfiam-que-ela-tenha-sido-enterrada-viva-e-procuram-a-policia/6502501/
http://midiabahia.com.br/bahia/2018/02/10/mulher-pode-ter-sido-enterrada-viva-em-riachao-das-neves/
http://muraldooeste.com/mulher-pode-ter-sido-enterrada-viva-em-riachao-das-neves/
http://www.boquiraemacao.com.br/2018/02/misterio-em-riachao-das-neves-ba-mulher.html
http://www.cerradovalle.com.br/2018/02/mulher-e-enterrada-viva-em-riachao-das.html
http://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/moradores-abrem-tumulo-apos-relato-de-mulher-enterrada-viva-na-bahia/
http://www.focoelho.com/2018/02/mulher-e-enterrada-viva-na-bahia-e.html
http://www.folhadovale.net/mulher-pode-ter-sido-enterrada-viva-em-riachao-das-neves.html
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/riachao-das-neves/panorama
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/grupo-que-abriu-caixao-por-achar-que-mulher-foi-enterrada-viva-deve-responder-por-violacao-funeraria-diz-policia.ghtml
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/mulher-e-enterrada-viva-e-corpo-e-achado-revirado-dentro-de-tumulo-na-ba-diz-familia-vizinhos-ouviram-gritos.ghtml
https://pt.wikipedia.org/wiki/Riachão_das_Neves
https://www.cenariomt.com.br/2018/02/15/mulher-e-enterrada-viva-na-bahia-apos-erro-medico-diz-familia/
https://www.youtube.com/watch?v=EZb6sjvP_o0
https://www.youtube.com/watch?v=LzFjau2AC8g

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