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A "Mulher de Isdalen": Autoridades e Jornalistas Reabrem Misterioso Caso que Assombra a Noruega há Quase 47 Anos!

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Por Marco Faustino

Um tema muito pedido por vocês é um caso apelidado de "O Mistério das Máscaras de Chumbo", que começou a ser contado há mais de 50 anos, e que na época intrigou a Polícia do Estado do Rio de Janeiro. No fim da manhã do dia 20 de agosto de 1966, um garoto subiu o Morro do Vintém, no bairro de Santa Rosa, em Niterói, para soltar pipa, quando teria se deparado com dois cadáveres em meio à vegetação. O menino prontamente informou às autoridades locais, que em minutos já estavam verificando o local do ocorrido. Posteriormente, os policiais identificaram os corpos de Manoel Pereira da Cruz e Miguel José Viana, juntamente de um caderno de anotações, alguns bilhetes, uma garrafa de água vazia, duas toalhas e outros apetrechos menos importantes. Contudo, o que mais mexeu com a curiosidade dos policiais é que as duas vítimas estavam trajando capas impermeáveis (possivelmente de chuva), e estranhíssimas máscaras de chumbo, que seriam "comumente utilizadas para proteger os olhos dos efeitos da radiação."

Hoje em dia, alguns sites de notícias mencionam que, ao reconstituir a trajetória da dupla, a polícia teria descoberto que eles eram técnicos em eletrônica, com uma paixão fora do comum por seres extraterrestres e outros rituais sobrenaturais. Os dois teriam partido cerca de de três dias antes, da cidade de Campos dos Goytacazes (localizada também no Rio de Janeiro), munidos de uma grande soma em dinheiro para comprar um carro novo e suprimentos para o trabalho. Contudo, os policiais não encontraram dinheiro algum com os corpos e o estranho conteúdo das anotações dos rapazes aumentou ainda mais o mistério. Vale lembrar que, naquela época, as técnicas forenses de investigação e os recursos tecnológicos não se comparam com o que polícia utiliza hoje em dia. Além disso, atualmente existe centenas de milhares de câmeras espalhadas nos grandes centros urbanos e até mesmo em cidades do interior, o que auxilia e muito em uma investigação policial.

Enquanto esse especial não é realizado, resolvi fazer uma postagem sobre um assunto que voltou a ser comentado na mídia norueguesa e internacional, sobre um misterioso caso ocorrido no Vale de Isdalen, na cidade de Bergen, na Noruega, no dia 29 de novembro de 1970. Nesse dia, um homem e suas duas filhas estavam caminhando no sopé da face norte do Monte Ulriken, justamente nesse vale, que é "carinhosamente" apelidado de "Vale da Morte" (explicaremos a razão desse apelido no decorrer da postagem). Eles encontraram uma mulher, parcialmente carbonizada, escondida entre algumas rochas. Também foram encontradas dezenas de pílulas para dormir, um lanche ainda embalado, um garrafa vazia de 946 ml de licor St. Hallvard (um licor típico da Noruega), duas garrafas de plástico que cheiravam a gasolina, uma colher de prata, além de alguns outros outros itens, e papéis contendo o que pareciam ser códigos. Apesar de uma autópsia ter concluído que ela teria morrido devido a ingestão de pílulas para dormir e intoxicação por monóxido de carbono, esse caso continua sendo um mistério. Até hoje as autoridades norueguesas não sabem a real identidade dessa mulher, e nem mesmo o que ela fazia naquele local. Uma vez que nem todo mistério descansa em paz, autoridades e jornalistas noruegueses decidiram reabrir esse caso após 46 anos, e estão buscando respostas para tentar solucionar de vez esse mistério. Vamos saber mais sobre esse assunto?

A Recente Matéria Publicada pela BBC sobre Esse Misterioso Caso Ocorrido há Quase 47 Anos!


Para que vocês possam acompanhar de uma forma mais dinâmica e simplificada esse caso, vou utilizar como base uma matéria publicada pelo site da BBC (algumas novas imagens serão inclusas para ilustrar melhor o caso), no último sábado (13), que fez uma espécie de apanhado geral sobre o que se sabe até hoje de toda essa história.

Apesar da BBC ser bem respeitável em tudo que se dispõe a fazer, posteriormente irei acrescentar algumas informações e análises adicionais, que não constam no material disponibilizado por eles, combinado? Essa é uma das melhores formas de prestar realmente uma informação de qualidade e diferenciada para vocês, evitando de se tornar apenas um mero replicador de fontes britânicas ou internacionais.

Retrato falado da chamada "Mulher de Isdalen"
realizado pelo artista forense norte-americano Stephen Missal no ano passado
Assim sendo, a matéria da BBC começou dizendo que novembro de 1970, o corpo carbonizado de uma mulher foi encontrado em uma localidade remota no Vale de Isdalen, na Noruega. Alguém cortou as etiquetas de suas roupas e raspou as marcas características de seus pertences pessoas, como se quisesse impedir sua identificação. Quando a polícia começou a investigar a sua morte, eles descobriram um rastro de mensagens codificadas, disfarces, identidades falsas, mas nunca solucionaram o caso.

Série de retratos falados que foram feitos da "Mulher de Isdalen"
pelo artista forense norte-americano Stephen Missal no ano passado
Quarenta e seis anos depois, a polícia norueguesa e os jornalistas da Norwegian Broadcasting Corporation (NRK), que por sua vez é uma empresa pública de rádio e televisão mantida com recursos do governo da Noruega, decidiram reabrir a investigação. Essa é a história da chamada "Mulher de Isdalen" ("Isdalskvinnen", em norueguês), e seu incrível rastros de pistas que ela deixou para trás.

Pista nº1: O Corpo Localizado no Chamado "Vale da Morte"


Na manhã de 29 de novembro de 1970, um homem e suas duas filhas pequenas encontraram um corpo no Vale de Isdalen, na Noruega. O mesmo estava "estatelado" entre algumas pedras com os braços estendidos, em uma posição comumente chamada de "boxeador" (uma posição defensiva vista frequentemente em relação aos braços de um boxeador), que é típica de corpos que são queimados.

Na manhã de 29 de novembro de 1970, um homem e suas duas filhas pequenas
encontraram um corpo no Vale de Isdalen (na foto), na Noruega
Placa apontando o caminho para o Vale de Isdalen, local onde foi encontrado o corpo da mulher
Isdalen é conhecido por alguns moradores como "Vale da Morte", uma vez que era um local onde as pessoas costumavam tirar a própria vida em tempos medievais e, na década de 1960, alguns alpinistas acabavam sofrendo quedas graves enquanto caminhavam em meio ao nevoeiro, que é bem comum no local. Contudo, aquela mulher encontrada não se parecia em nada com uma alpinista ou alguém que costumava fazer caminhadas ao ar livre.

"Estava totalmente fora da trilha. Era um local incomum para se caminhar. Havia um forte cheiro de carne queimada, toda a parte frontal do corpo estava queimada, incluindo o rosto e a maior parte do cabelo, mas estranhamente a parte posterior do corpo não estava queimada. Parecia que ela tinha tentado andar na direção contrária a do fogo", disse Carl Halvor Aas, um investigador de polícia, que foi um dos primeiros oficiais a serem chamados até o local, em entrevista para a BBC, acrescentado que a gravidade da situação não lhe permitia imaginar sua aparência original.

Investigadores forenses examinando o local onde o corpo da mulher foi encontrado,
cerca de um dia após a descoberta.
Foto mais recente mostrando o local exato onde o corpo da mulher foi encontrado
Entretanto, o local estava completamente gelado quando ele chegou, então ele não sabia dizer há quanto tempo o corpo estava naquele lugar. Por outro lado, como essa mulher acabou indo parar nessa situação?

Pista nº2: Os Objetos Encontrados Juntamente com a Mulher


A polícia encontrou uma série de objetos no local, incluindo joias, um relógio, um guarda-chuva quebrado e algumas garrafas. Porém, o posicionamento dos objetos foi o que mais chamou a atenção de Tormod Bønes, um dos investigadores forenses. A mulher não estava usando o relógio e nem mesmo as joias. Em vez disso, esses objetos tinham sido colocados ao seu lado.

A polícia encontrou uma série de objetos no local, incluindo joias e um relógio
Também foram encontradas uma série de garrafas quebradas, queimadas e com seus respectivos rótulos arrancados
"O posicionamento e a localização dos objetos que cercavam o corpo era estranho, parecia que tinha havido algum tipo de cerimônia", disse Tormod Bønes. Os policiais também encontraram os restos de um par de botas de borracha e meias de nylon.

"Ela estava usando muita roupa - de materiais sintéticos - e todas as suas roupas tinham sido fortemente queimadas", continuou Tormod, acrescentando que as etiquetas das roupas tinham sido removidas, assim como os rótulos das garrafas e qualquer marca que pudesse identificá-las. Portanto, a polícia não encontrou nada na local que pudesse indicar quem era a mulher.

Algumas fotos mostrando uma amostra de tecido da roupa da mulher (à esquerda) e um guarda-chuva (à direita)
Entretanto, o posicionamento dos objetos foi o que mais chamou a atenção de Tormod Bønes, um dos investigadores forenses. A mulher não estava usando o relógio e nem mesmo as joias. Em vez disso, esses objetos tinham sido colocados ao seu lado.
A polícia acabou emitindo um apelo por testemunhas, que eventualmente soubessem de alguma informação sobre a mulher. Na época, eles disseram que a mulher tinha por volta de 1,64m, cabelos compridos e de cor castanho-escuro, um rosto arredondado, olhos castanhos e orelhas pequenas. Ela aparentava ter entre 25 e 40 anos, e usava um rabo de cavalo amarrado com uma fita azul e branca no momento de sua morte. Sem um nome, a mulher se tornou conhecida como a "Mulher de Isdalen".

Sem um nome, a mulher se tornou conhecida como a "Mulher de Isdalen"
Evidentemente, diante de uma cidade pacífica, e com um baixo índice de criminalidade, a história acabou ganhando uma grande repercussão não somente localmente, mas por toda a Noruega. Poucos dias depois, no entanto, a polícia encontraria mais uma pista.

Pista nº3: A Polícia Encontrou Malas Supostamente Pertencentes a Mulher


A polícia acabou encontrando duas malas no departamento de bagagem da estação ferroviária de Bergen. Em uma das malas havia um óculos sem grau (na verdade era um óculos de sol, porém havia outros óculos normais sem qualquer tipo de grau), sendo que uma das impressões digitais em um das lentes correspondia a impressão digital da mulher em questão.

As malas também continham:
  • Roupas;
  • Diversas perucas;
  • Dinheiro alemão e norueguês, além de moedas belgas, britânicas e suíças;
  • Um pente e uma escova de cabelo;
  • Cosméticos;
  • Algumas colheres de chá;
  • Um tubo de creme para tratamento de eczema;
De acordo com Tormod Bønes, inicialmente a polícia estava muito otimista, porque achava que as malas os ajudariam a identificar o corpo. Porém, em breve notariam que todas as etiquetas ou rótulos que pudessem identificar a mulher, de suas roupas ou pertences pessoais, tinham sido removidos. Até mesmo o adesivo da prescrição do creme de tratamento de eczema, que deveria mostrar o nome do médico e do paciente foi raspado.

A polícia acabou encontrando duas malas no departamento de bagagem da estação ferroviária de Bergen. De acordo com Tormod Bønes, inicialmente a polícia estava muito otimista, porque achava que as malas os ajudariam a identificar o corpo. Porém, em breve notariam que todas as etiquetas ou rótulos que pudessem identificar a mulher, de suas roupas ou pertences pessoais, tinham sido removidos
Em uma das malas tinham óculos sem grau, sendo que uma das impressões digitais em uma das lentes
correspondia a impressão digital da mulher em questão
E acreditem, a polícia tentou arduamente rastrear os pertences da mulher. Eles até mesmo entraram em contato com diversas grandes lojas de departamento no exterior, incluindo a "Galeries Lafayette", em Paris, na França, para ver se as lojas reconheciam alguma coisa pertencente a mulher. Tudo foi em vão. Havia também um misterioso bilhete escrito em códigos, que a polícia não decifraria até algum tempo depois (daqui a pouco iremos comentar sobre ele).

De qualquer forma, havia uma evidência muito interessante na mala. Uma sacola plástica da loja de calçados Oscar Rørtvedt, uma antiga loja de calçados na cidade de Stavanger, também na Noruega. O filho do dono, Rolf Rørtvedt, lembrou-se de ter vendido um par de botas de borracha para 'uma mulher muito bem vestida, de aparência agradável e cabelos escuros.' As botas que ele vendeu pareciam coincidir com as botas encontradas juntamente ao corpo no Vale de Isdalen. A polícia acreditava que o guarda-chuva encontrado próximo ao corpo também tinha sido comprado na loja.

E acreditem, a polícia tentou arduamente rastrear os pertences da mulher. Eles até mesmo entraram em contato com diversas grandes lojas de departamento no exterior, incluindo a "Galeries Lafayette", em Paris, na França (na foto aparece a carta enviada pelas autoridades norueguesas), para ver se as lojas reconheciam alguma coisa pertencente a mulher
O filho do dono, Rolf Rørtvedt, lembrou-se de ter vendido um par de botas de borracha para 'uma mulher muito bem vestida, de aparência agradável e cabelos escuros.' As botas que ele vendeu pareciam coincidir com as botas encontradas juntamente ao corpo no Vale de Isdalen
Rolf Rørtvedt disse que a mulher causou-lhe uma grande impressão, porque ela demorou um bom tempo escolhendo as botas, muito mais do que um consumidor normal. Em entrevista à BBC, Rolf disse que ela falava inglês, tinha sotaque, e uma expressão calma e tranquila. Ele também se lembrou de um forte cheiro, que emanava da mulher. Algo que, mais tarde, ele acreditava que podia ter sido "cheiro de alho".

Rolf Rørtvedt disse que a mulher causou-lhe uma grande impressão, porque ela demorou um bom tempo escolhendo as botas, muito mais do que um consumidor normal. Em entrevista à BBC, Rolf disse que ela falava inglês, tinha sotaque, e uma expressão calma e tranquila
Ele também se lembrou de um forte cheiro, que emanava da mulher.
Algo que, mais tarde, ele acreditava que podia ter sido "cheiro de alho"
Usando sua descrição, a polícia foi capaz de rastrear a mulher até um hotel próximo, chamado St. Svithun, onde ela deu entrada com o nome de Fenella Lorch. O problema? Bem, Fenella Lorch não era seu verdadeiro nome.

Pista nº4 - Os Formulários de Hotéis


A mulher em questão tinha se hospedado em diversos hotéis da Noruega usando nomes diferentes. E, uma vez que a maioria dos hotéis exigia que os hóspedes mostrassem um passaporte e preenchessem um formulário de entrada, isso significava que ela tinha diversos passaportes falsos.

A mulher em questão tinha se hospedado em diversos hotéis da Noruega usando nomes diferentes. E, uma vez que a maioria dos hotéis exigia que os hóspedes mostrassem um passaporte e preenchessem um formulário de entrada, isso significava que ela tinha diversos passaportes falsos
Nesse formulário de entrada do Hotel Neptun, a mulher disse ter chegado de Londres
Outro formulário de entrada, dessa vez do Hotel Skandia, em Bergen,
onde a mulher ficou hospedada entre 25 de março e 1º de abril
A polícia acabou descobrindo que a mulher havia se hospedado nos seguintes hotéis, usando esses nomes abaixo:
  • Genevieve Lancier, de Louvain, na Bélgica, hospedada no Hotel Viking, em Oslo, entre 21 e 24 março de 1970;
  • Claudia Tielt, de Bruxelas, na Bélgica, hospedada no Hotel Bristol, em Bergen, entre 24 e 25 março;
  • Claudia Tielt, de Bruxelas, na Bélgica, hospedada no Hotel Skandia, em Bergen, entre 25 de março e 1º de abril;
  • Claudia Nielsen, de Gante, na Bélgica, hospedada no KNA-Hotellet, em Stavanger, entre 29 e 30 outubro;
  • Alexia Zarne-Merchez, de Ljubljana, na Eslovênia, hospedada no Hotel Neptun, em Bergen, entre 30 de outubro e 5 de novembro;
  • Vera Jarle, de Antuérpia, na Bélgica, hospedada no Hotel Bristol, em Trondheim, entre 6 e 8 de novembro;
  • Fenella Lorch, hospedado em Hotel St. Svithun, em Stavanger, entre 9 e 18 novembro;
  • Sra. Leenhouwfr, hospedada no Hotel Rosenkrantz, em Bergen, entre 18 e 19 novembro;
  • Elisabeth Leenhouwfr, de Ostend, na Bélgica, hospedada no Hotel Hordaheimen, em Bergen, entre 19 e 23 novembro.
A polícia norueguesa também analisou a grafia da mulher
A manchete do jornal Bergens Tidende, do dia 23 de dezembro de 1970 dizia:
"A mulher de Isdalen usava pelo menos seis nomes diferentes"
Diversos veículos de comunicação noruegueses cobriram o caso naquela época
A mulher deixou uma forte impressão em Alvhild Rangnes, que era uma garçonete de 21 anos do Hotel Neptun, naquela época.

"Minha primeira impressão dela era de elegância e autoconfiança. Ela parecia tão elegante, desejava ser como ela. Na verdade, lembro-me dela dela piscando para mim... do meu ponto de vista, parecia que ela tinha achado que eu estava olhando um pouco demais para ela", disse Alvhild Rangnes, em entrevista para a BBC.

A mulher deixou uma forte impressão em Alvhild Rangnes (na foto),
que era, naquela época, uma garçonete de 21 anos do Hotel Neptun
"Em uma ocasião, enquanto eu a servia, ela estava no salão do restaurante sentada ao lado, mas sem interagir, de dois representantes da Marinha alemã, um dos quais era um oficial", completou.

A mulher deixou uma forte impressão em Alvhild Rangnes,
que era uma garçonete de 21 anos do Hotel Neptun (na foto, onde atualmente chama-se Scandic Neptun), naquela época
A mulher se hospedou pela última vez no Hotel Hordaheimen
A polícia questionou diversos funcionários do hotel, que tiveram contato com a "Mulher de Isdalen", incluindo Alvhild. Eles descobriram que, além de falar inglês, a mulher também usou algumas frases em alemão. Eles também ficaram sabendo que a mulher frequentemente pedia para mudar de quarto. Em uma determinada ocasião, ela pediu para mudar de quarto cerca de três vezes.

Pista nº5: O Bilhete Deixado Para Trás


Até esse ponto da investigação, havia diversos rumores de que a mulher era uma espiã. Não havia muitos turistas estrangeiros em Bergen, e o fato de a mulher parecer rica e bem viajada despertou muita especulação.

"Isso aconteceu durante a Guerra Fria, e definitivamente havia muitos espiões na Noruega, incluindo espiões russos", disse Gunnar Staalesen, um escritor romances policiais de Bergen, que era um estudante universitário na época. Ele acrescentou que também havia agentes israelenses, que operavam na Noruega, assim como foi demonstrado três anos depois, quando agentes do Mossad mataram um homem em Lillehammer, que eles tinham confundido com um criminosa internacional.

Manchete do jornal Bergens Tidende: "Rumores apontam que a mulher era uma agente secreta"
Os serviços de inteligência noruegueses também investigaram o caso referente a essa mulher, mas admitiram isso somente algumas décadas mais tarde. De acordo com a NRK, os serviços de segurança estavam interessados em relatos de que a mulher teria sido vista observando os testes militares de novos foguetes na região oeste da Noruega, mas não houve quaisquer evidências mais conclusivas em seus relatórios de investigação nesse sentido.

A polícia, eventualmente, decifrou alguns trechos de um bilhete codificado, mas não forneceu nenhuma evidência de que ela fosse uma espiã. Em vez disso, o bilhete parecia ser um registro dos lugares visitados pela mulher. Por exemplo, O22 O28 P são datas (entre 22 e 28 outubro), quando ela estava em Paris, O29PSé o dia em que viajou de Paris a Stavanger, na Noruega. O29S coincide com a data que ela chegou em Stavanger (29 de outubro), e O30BN5 coincide com sua estadia em Bergen, na Noruega, entre 30 de outubro e 5 de novembro.

Imagem original do bilhete encontrado juntamente ao corpo da "Mulher de Isdalen"
A polícia, eventualmente, decifrou alguns trechos de um bilhete codificado, mas não forneceu nenhuma evidência de que ela fosse uma espiã. Em vez disso, o bilhete parecia ser um registro dos lugares visitados pela mulher.
Por exemplo, O22 O28 P são datas (entre 22 e 28 outubro), quando ela estava em Paris, O29PSé o dia em que viajou de Paris a Stavanger, na Noruega, e O30BN5 coincide com sua estadia em Bergen, na Noruega, entre 30 de outubro e 5 de novembro
A polícia também enviou uma descrição da mulher, além de alguns esboços e retratos falados de como seria a aparência do seu rosto para diversas autoridades policiais ao redor do mundo.

A polícia também enviou uma descrição da mulher, além de alguns esboços e retratos falados de como seria a aparência do seu rosto para diversas autoridades policiais ao redor do mundo
Entretanto, nenhuma respondeu positivamente, ou seja, ninguém disse reconhecer a mulher em questão. Resumindo? O mistério continuava.

Pista nº6: A Autópsia


Enquanto isso, os investigadores tinham concluído uma autópsia no corpo da mulher. Eles encontraram um hematoma considerado inexplicável no lado direito do seu pescoço, que poderia ter sido o resultado de um golpe ou uma queda. Não havia sinais que a mulher estivesse doente. A autópsia também descobriu que a mulher nunca esteve grávida ou sequer teve um filho em sua vida. Sua morte, no entanto, provavelmente foi dolorosa.

Um dos documentos forenses com os resultados da autópsia.
O nome da mulher, posição, endereço, data de nascimento e de morte são listadas como "desconhecidos"
"Havia partículas de fumaça nos pulmões... o que demostrava, que a mulher estava viva enquanto ainda estava queimando", disse Tormod Bønes, que encontrou um rastro de gasolina no solo, abaixo do corpo da mulher, o que significava que "poderiam afirmar com absoluta certeza que a gasolina havia sido usada para incendiá-la". Além disso, ela tinha uma alta concentração de monóxido de carbono em seu sangue.

Especialistas também disseram, que havia entre 50 a 70 pílulas para dormir, de uma marca estrangeira chamada Fenemal, em seu estômago, embora elas não tivessem sido totalmente absorvidas pela corrente sanguínea antes da mulher morrer.

A polícia norueguesa encaminhou impressões digitais à Interpol
A autópsia acabou concluindo que a mulher morreu devido a uma combinação de intoxicação por monóxido de carbono e ingestão de um grande número de pílulas para dormir. Assim sendo, a polícia disse que a mulher havia tirado a própria vida, uma visão que o próprio chefe de polícia de Bergen naquela época também apoiava. Por outro lado, muitas pessoas não acreditavam nessa hipótese.

"Havia partículas de fumaça nos pulmões... o que demostrava, que a mulher estava viva enquanto ainda estava queimando", disse Tormod Bønes, que encontrou um rastro de gasolina no solo, abaixo do corpo da mulher, o que significava que "poderiam afirmar com absoluta certeza que a gasolina havia sido usada para incendiá-la"
"Falamos sobre isso na polícia, mas até onde me lembro pouquíssimas pessoas acreditavam que a mulher tinha tirado a própria vida", disse Carl Halvor Aas, acrescentando que, tanto a remota localização onde ela foi encontrada, quanto o fogo pareciam ser bem estranhos e não seriam muito compatíveis nesse sentido.

"Falamos sobre isso na polícia, mas até onde me lembro pouquíssimas pessoas acreditavam que a mulher tinha tirado a própria vida", disse Carl Halvor Aas (na foto)
Sem maiores pistas, o caso foi encerrado, e a mulher foi enterrada em fevereiro de 1971. A polícia acreditava que ela pudesse ser católica e organizou um funeral adequado para ela. De acordo com um relatório policial do funeral, o caixão foi decorado com liláceas e tulipas, sendo que o padre conduziu uma cerimônia simples para "a mulher desconhecida, que foi sepultada em um país estrangeiro, sem quaisquer familiares presentes."

A matéria da BBC disse que a polícia ainda esperava encontrar a família da mulher, visto que ela foi enterrada em um caixão de zinco, ou seja, não iria se decompor tão facilmente, e manteve um álbum de fotos do funeral para quando parentes eventualmente aparecessem. Harald Osland foi um desses investigadores que se recusaram a dar o caso por encerrado.

Sem maiores pistas, o caso foi encerrado, e a mulher foi enterrada em fevereiro de 1971. A polícia acreditava que ela pudesse ser católica e organizou um funeral adequado para ela. O funeral teve a presença de membros da polícia no cemitério de Mollendal
O túmulo sem lápido onde o corpo da mulher de Isdal está enterrado.
O local é marcado com uma pequena coroa de flores e uma vela.
"Meu pai jamais deixou esse caso de lado. Ele nunca conseguiu aceitar o fato que eles encerram o caso", disse Tore, filho de Harald Osland. Seu pai guardou diversos documentos policiais, e Tore eventualmente escreveu um livro sobre o caso de Isdalen. Ao longo dos anos, o caso também vem inspirando diversos escritores e ilustradores interessados no mesmo.

"O que intriga as pessoas é que é um mistério não resolvido. Quase como seguir um romance policial", disse Gunnar Staalesen. No entanto, no ano passado, uma possibilidade de resolver definitivamente o caso veio à tona.

Pista nº7: As Arcadas Dentárias


A "Mulher de Isdalen" possuía dentes muito peculiares, sendo que 14 deles tinham obturações e diversas coroas de ouro. Isso era especialmente incomum para alguém de sua faixa etária, e não era o tipo de arcada dentária visto na Noruega. Gisle Bang, professor de odontologia, falecido em 2011, acabou guardando a mandíbula da mulher, na esperança de que outros especialistas reconhecessem o trabalho dentário realizado nos dentes da mulher.

Após sua morte todo mundo acreditava que sua mandíbula tinha sido destruída. O médico forense Inge Morild, que herdou os arquivos da "Mulher de Isdalen", mencionou que lhe disseram que a mandíbula tinha sido "jogada fora porque estava cheirando mal." Contudo, depois que os jornalistas investigativos da NRK começaram a pesquisar sobre o caso, o professor Inge Morild encontrou a mandíbula, no porão de arquivos forenses no Hospital Universitário de Haukeland, na Noruega.

A "Mulher de Isdalen" possuía dentes muito peculiares, sendo que 14 deles tinham obturações e diversas coroas de ouro. Isso era especialmente incomum para alguém de sua faixa etária, e não era o tipo de arcada dentária visto na Noruega.
Gisle Bang, professor de odontologia, falecido em 2011, acabou guardando a mandíbula da mulher, na esperança de que outros especialistas reconhecessem o trabalho dentário realizado nos dentes da mulher
O professor Gisle Bang enviou relatórios a especialistas buscando o autor do trabalho dentário
A descoberta de suas arcadas dentárias deu a polícia norueguesa a oportunidade de reabrir o caso, e usar as mais recentes técnicas forenses para tentar identificar a mulher. O Serviço de Investigação Criminal da Noruega (Kripos) e a Universidade de Bergen começaram a realizar análises isotópicas nos dentes, ao procurar a "assinatura" química deixada por elementos, que compunham os dentes à medida que eles estivessem sendo formados.

Os testes envolveram:
  • Análises de isótopos de oxigênio, que podiam revelar o tipo de água que a mulher bebeu à medida que ela crescia, e de quais regiões a água viria;
  • Análises de isótopos de estrôncio, que podiam refletir os tipos de alimentos que a mulher comeu, e o tipo de solo da região onde ela cresceu.
Essa tinha sido a primeira vez que a polícia norueguesa conduziu a análise de isótopos em dentes, mas eles esperavam que os resultados os ajudassem a localizar a região onde a mulher vivia.

Pista nº8: As Amostras de Tecido


A análise de DNA atualmente é uma das principais ferramentas que a polícia usa em casos de análises e identificação forense. Isso, no entanto, não existia em 1970. A reviravolta em relação a esse caso aconteceu quando descobriu-se que diversas amostras de tecido dos órgãos da mulher, incluindo os pulmões, coração, glândula adrenal e ovários, foram armazenadas no Hospital Universitário de Haukeland.

O professor Inge Morild disse que "era costume na maior parte da Noruega" manter amostras de tecido de análises post-mortem. As amostras seriam "úteis para a repetição de análises, assim como uma fonte de DNA." A NRK e a polícia local concordaram em enviar as amostras para análise de DNA.

As amostras de tecido dos órgãos são preservados em blocos de parafina
O professor Inge Morild (na foto) disse que "era costume na maior parte da Noruega" manter amostras de tecido de análises post-mortem. As amostras seriam "úteis para a repetição de análises, assim como uma fonte de DNA."
Nils Jarle Gjøvåg, diretor forense da Polícia do Distrito Ocidental disse que era importante descobrir a identidade da mulher, porque "em algum lugar no mundo poderiam existir parentes se perguntando onde ela se encontrava", e que eles sempre tentavam identificar cada corpo desconhecido, para que os parentes pudessem ter uma resposta. Enquanto aguardavam pelos resultados do exame de DNA, a NRK publicou um documentário sobre a investigação, e recebeu mais de 150 pistas de pessoas interessadas no caso.

"Na Noruega, esse caso é um grande enigma para as pessoas... há muitas pessoas que querem algum tipo de desfecho do mesmo", disse o jornalista Ståle Hansen.

Após meses de trabalhos, os cientistas conseguiram ter em mãos um perfil estendido de DNA da mulher. Os resultados mais recentes, que teriam sido publicados na sexta-feira passada (12), mostraram que a mulher tinha uma descendência europeia, tornando bem pouco provável a teoria de que ela fosse uma agente secreta de Israel.

Equipe de jornalistas da NRK trabalhando no caso (da esquerda para a direita):
Marit Higraff, Eirin Aardal, Øyvind Bye Skille e Ståle Hansen
A polícia norueguesa disse que emitirá um novo comunicado através da Interpol em busca de informações sobre corpos não identificados, usando justamente essa nova informação. As autoridades policiais de países europeus também deve ser solicitados a checarem seus bancos de dados de DNA para ver se encontram uma amostra correspondente.

"Se algum parente próximo tiver um registro de DNA em algum lugar, vamos ter mais pistas. Isso seria realmente emocionante", disse Ståle Hansen.

A matéria da BBC terminou dizendo que o caso da "Mulher de Isdalen" não foi resolvido nos últimos 46 anos, mas que a ciência moderna reabriu a possibilidade desse misterioso caso nórdico ser finalmente resolvido. Agora, será que foram somente essas pistas, que foram obtidas ao longo do tempo? É justamente sobre isso que vocês conferem a partir de agora.

Alguns Detalhes Muito Importantes, que Não Foram Mostrados na Matéria da BBC


Conformei mencionei anteriormente, costumo respeitar os textos produzidos pela BBC, muito embora não utilize a tradução que eventualmente fazem, porque considero abaixo do que vocês realmente merecem ser informados, ou seja, traduzo diretamente a partir do texto originalmente publicado. Além disso, a BBC de vez em quando acaba pecando em alguns detalhes sobre os casos apresentados, e a situação piora um pouco quando estamos diante complexo. Para entender um pouco melhor sobre o caso da "Mulher de Isdalen"é necessário voltar um pouco no tempo. 

É importante que você entenda, que o caso da "Mulher de Isdalen" vira e mexe aparece em algum programa de TV ou veículo de imprensa da Noruega. Em 2002, por exemplo, um programa chamado "Fornemmelser for mord" (algo como "Pressentimentos de um Homicídio", em português) chegou até mesmo a procurar clarividentes para tentar solucionar o mistério, mas não acrescentou muita coisa ao que já se sabia naquela naquela ocasião.

Em 2005, o site do jornal Bergensavisen, o segundo maior jornal de Bergen, na Noruega, tentou reconstituir os últimos passos conhecidos dessa mulher. Foi mencionado que ela chegou em Bergen, pela última vez, no dia 18 de novembro de 1970. Naquele dia, ela ficou hospedada no Hotel  Rosenkrantz, mas no dia seguinte se hospedou no Hotel Hordaheimen, no quarto 407, com o nome de Elisabeth Leenhower, como se fosse da Bélgica. Ela passava muito tempo trancada dentro do quarto e parecia estar sempre em alerta. A mulher deixou o hotel no dia 23 de novembro, uma segunda-feira. Ela pagou pela hospedagem em dinheiro e pediu para que a recepcionista chamasse um táxi. Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi vista na estação de trem, deixando suas duas malas em um guarda-volumes da estação em questão.

A "Mulher de Isdalen" tal como foi apresentada pela mídia norueguea em dezembro de 1970 (à esquerda)
e um desenho feito pelo ilustrador norueguês Audun Hetland, falecido em 1998 (à direita)
Nessa ponto vale a pena destacar que, em 1991, o jornal norueguês Bergens Tidende publicou um interessante artigo sobre o caso, mostrando o relato do taxista que buscou a mulher no Hotel Hordaheimen. Ele disse que a mulher estava acompanhada de um homem, que posteriormente seria chamado de "Sr. X". Depois que o Bergens Tidende publicou um esboço desse homem desconhecido, diversas pessoas começaram a ligar para o jornal e dizer que tinham visto ambos juntos, por diversas vezes. O "Sr. X", no entanto, nunca foi encontrado. A partir dessa data, a mulher teoricamente nunca mais teria sido avistada, sendo que seu corpo foi encontrado no dia 29 de novembro, um domingo, exatamente as 13h15, quando uma família composta por um pai e suas duas filhas pequenas encontraram seu corpo. A polícia compareceu ao local, sendo que dois dias depois o Serviço de Investigação Criminal da Noruega (Kripos) também apareceu para analisar o local.

Na época foi mencionado que o único sinal de violência eram um hematoma em seu pescoço, que poderia indicar "uma marca deixada por um golpe de arte marcial". Foi mencionado também, que cerca de 100 pessoas foram ouvidas ao longo de três intensas semanas de investigação. A mulher acabou sendo enterrada no cemitério Mölendal as 11h30 da manhã do dia 5 de fevereiro de 1971. Seu caixão foi carregado por seis policiais e a cerimônia foi conduzida pelo padre Franz Josef Fischedieck. Ao todo, 18 pessoas compareceram ao enterro, sendo 16 policiais. Eles acompanharam todo o cortejo, que também contou com 2 cantoras. Peculiar, não é mesmo?

A mulher acabou sendo enterrada no cemitério Mölendal as 11h30 da manhã do dia 5 de fevereiro de 1971
Seu caixão foi carregado por seis policiais e a cerimônia foi conduzida pelo padre Franz Josef Fischedieck. Ao todo, 18 pessoas compareceram ao enterro, sendo 16 policiais. Eles acompanharam todo o cortejo, que também contou com 2 cantoras
Desde então, pouco se comentou sobre esse assunto. Porém, tudo isso mudou no dia 18 de outubro do ano passado, quando o site do jornal norueguês Bergens Tidende, comentou que a descoberta de restos mortais poderiam levar a solução do mistério envolvendo a "Mulher de Isdalen". Na ocasião, foi mencionado que a polícia de Bergen iria reabrir o caso após descobrirem algo, que eles acreditavam que tivesse sido perdido.

Isso teria acontecido após um médico forense, do Instituto de Gades, descobrir a mandíbula (e consequentemente as arcadas dentárias) dessa mulher em questão, justamente no Hospital Universitário de Haukeland. Esse médico forense era justamente o professor Inge Morild.

Isso teria acontecido após a descoberta de um médico forense do Instituto de Gades, da mandíbula e dos dentes dessa mulher em questão, justamente no Hospital Universitário de Haukeland. Esse médico forense era justamente o professor Inge Morild
No dia seguinte (19), o Bergens Tidende chegou a publicar uma espécie de "Top 5" em relação ao que se sabia sobre a "Mulher de Isdalen" até aquele presente momento. Algumas teorias apontadas pelo site no jornal diziam que, de acordo com testemunhas interrogadas dos hotéis onde se hospedou, a mulher agia de modo estranho, aparentava medo ou talvez estivesse doente. Para a polícia local, ela estava "desequilibrada" e talvez paranoica, razões pelas quais teria tirado a própria vida.

Entretanto, havia mais duas teorias. A primeira dizia que a mulher fazia parte de uma rede internacional de falsificação de cheques, visto que alguns membros dessa rede foram presos em Bergen alguns anos depois da morte da mulher. Pelo que se sabe, os fraudadores tinham operado sob diversos nomes diferentes em inúmeros países europeus (algo bem semelhante se comparado a mulher), mas que nunca ficou provado. A segunda, conforme vocês já sabem, é que a mulher seria uma espiã.

Quem também se interessou pelo caso foi o alemão Klaus Schmeh, do site ScienceBlogs, que no dia 24 de outubro do ano passado comentou, que no livro sobre a "Mulher de Isladen", escrito por Tore Osland, filho de Harald Osland, (conforme havíamos mencionado anteriormente), o autor explicava que, naquele bilhete deixado próximo ao corpo da mulher, a letra "B" significava "Bergen", "S" era "Stavanger", "O" era "Oslo, "L" era Londres, "R" era Roma e "P" era Paris. Já as letra "M" significava "março", e "A" era "abril". Klaus não sabia o que significava as letras "N", "T", "G". Além disso, ele acrescentou que uma testemunha do caso teria ouvido a mulher dizendo "Ich komme bald" ("Chegarei em breve", em português), porém não foi informado o contexto no qual essa frase foi proferida e nem para quem ela teria dito isso.

O livro sobre a "Mulher de Isladen", escrito por Tore Osland, filho de Harald Osland
A NRK acabou publicando uma grande matéria sobre esse assunto, que muito provavelmente serviu de base para a matéria da BBC, no dia 29 de novembro do ano passado. Evidentemente, não irei traduzir a matéria inteira, porque ficaria extremamente repetitivo, portanto irei apenas apontar aquilo que não tenha sido mencionado anteriormente, combinado?

Bem, a NRK começou dizendo que uma garotinha de 12 anos teria sido a primeira a encontrar o corpo da mulher, posteriormente sua irmã e seu pai também foram ver o que ela tinha encontrado. Uma vez que naquela época não tinha celular, a descida até Bergen foi bem longa, apesar de ficar apenas alguns quilômetros de distância, visto que eles não sabiam se havia um assassino por perto. O primeiro policial ao chegar no local, como bem sabemos, foi o então policial Carl Halvor Aas, que definiu o lugar como muito "íngreme" e "intransponível". Pouco tempo depois, oficiais com cães farejadores e detectores de metal se espalharam pela área.

A NRK citou o caso como sendo um dos maiores mistérios da história da Noruega, questionando se a mesma era uma espiã, um membro de uma organização criminosa ou se escolheu o Vale de Isdalen para tirar a própria vida. Sigbjørn Wathne, um dos últimos investigadores do caso daquela época, pertencente ao Serviço de Investigação Criminal da Noruega (Kripos) disse que para ele e diversos outros pesquisadores, parecia que a mulher estava fugindo de alguma coisa e, consequentemente, queria esconder sua identidade. Foi mencionado que até mesmo o nome do fabricante de uma mera escova de cabelo tinha sido raspado.

Sigbjørn Wathne, um dos últimos investigadores do caso daquela época, pertencente ao Serviço de Investigação Criminal da Noruega (Kripos) disse que para ele e diversos outros pesquisadores, parecia que a mulher estava fugindo de alguma coisa e, consequentemente, queria esconder sua identidade
Ao citarem o Rolf Rørtvedt, o proprietário da loja de calçados (a loja existe até hoje), que a mulher visitou para comprar um par de botas, foi mencionado as botas eram de um modelo chamado "Celebrity", de uma companhia chamada Askim Gummivarefabrik. Aliás, esse modelo era usado pela metade da população feminina da Noruega em 1970. Rolf disse que o inglês da mulher era bem precário, que ela fazia muitas perguntas e passou muito tempo decidindo qual bota compraria. Além disso, ela tinha um cheiro peculiar. Somente alguns anos depois, quando o "alho" se tornou algo comum na Noruega, é que Rolf conseguiu fazer a associação do cheiro que, inicialmente, tanto ele quanto diversas testemunhas consideravam como um "perfume estranho".

Na época, um homem chamado Knut Haavik, era repórter policial do VG, um tabloide norueguês, sendo que mais tarde se tornou um respeitado editor de uma revista de celebridades. Ele mencionou que tinha contatos policiais extraordinariamente bons, e eventualmente conseguia obter documentos de investigação de casos desse gênero, porém os documentos eram praticamente impossíveis de serem obtidos. Posteriormente, a razão para isso seria descoberta, visto que a mulher poderia ser uma espiã.

Um homem chamado Knut Haavik, era um repórter policial do VG, um tabloide norueguês, naquela época, sendo que mais tarde se tornou um respeitado editor de uma revista de celebridades. Ele mencionou que tinha contatos policiais extraordinariamente bons, e eventualmente conseguia obter documentos de investigação de casos desse gênero, porém os documentos eram praticamente impossíveis de serem obtidos
Enfim, basicamente essas eram as informações mais relevantes a serem citadas, visto que o restante é praticamente a mesma coisa que vocês já sabem. O restante do texto reflete praticamente tudo o que ja comentamos, um sinal que com certeza você está bem informado sobre esse assunto.

O Documentário Publicado pela Norwegian Broadcasting Corporation (NRK) e as Mais Recentes Informações


O documentário sobre esse caso foi originalmente exibido na Noruega, no dia 14 de novembro do ano passado, e exatamente um mês depois foi publicado no canal da emissora, no YouTube, com legendas em inglês. Vocês podem conferir o vídeo abaixo, que serve mais para ilustrar um pouco mais tudo o que já comentamos anteriormente:



Já nos dias 12 e 13 desse mês, a NRK acabou não divulgando muita coisa além do que já sabíamos. Apenas disseram, ao menos por enquanto, que o DNA apontou que a mesma tinha características de ser uma mulher europeia, e que mais testes estavam sendo realizados com o objetivo de descobrir suas origens. Será que vai dar certo?

Não foi divulgado exatamente o que as autoridades norueguesas sabem de novidade sobre o caso, porém as mesmas enviaram um novo relatório para a Interpol contendo as mais recentes descobertas e novos retratos falados criados no ano passado pelo artista forense norte-americano Stephen Missal (aqueles retratos falados do início da postagem). Diversas testemunhas que tiveram contato com a mulher em 1970, alegaram que as características faciais dos desenhos são bem semelhantes. Por fim, a NRK ainda pediu, mais uma vez, a colaboração das pessoas para tentar elucidar esse caso.

Não foi divulgado exatamente o que as autoridades norueguesas sabem de novidade sobre o caso, porém as autoridades enviaram um novo relatório para a Interpol contendo as mais recentes descobertas e novos retratos falados criados no ano passado pelo artista forense norte-americano Stephen Missal (aqueles retratos falados do início da postagem)
Maj Nordskaug, consultora sênior do Serviço de Investigação Criminal da Noruega (Kripos),
no escritório da Interpol repassando as informações disponíveis até o momento sobre a "Mulher de Isdalen"
Caso estranho, não é mesmo AssombradOs? Mesmo após quase 47 anos ainda temos inúmeras perguntas ainda sem qualquer tipo de resposta. Ninguém sabe exatamente quem era a mulher, o que ela fazia na Noruega e mais precisamente em Bergen, e a razão pela qual ela foi encontrada no Vale de Isladen. Sem dúvida alguma alguns pontos claramente chamam a atenção como a mulher tem um cheiro característico de alho e a observação de um dos investigadores que notou a disposição dos objetos ao redor do seu corpo, como se tivesse acontecido uma cerimônia ou um ritual. Apesar disso ser pouco perante ao que já foi descoberto, faz nossa imaginação voar bem longe.

Se surgirem novas informações sobre esse caso, manteremos vocês informados com uma atualização nessa mesma postagem, combinado?

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://imgur.com/gallery/HIJF1
http://picssr.com/tags/isdalskvinnen
http://scienceblogs.de/klausis-krypto-kolumne/2016/10/24/new-evidence-in-the-mystery-of-the-isdal-woman/
http://scienceblogs.de/klausis-krypto-kolumne/2017/02/21/the-isdal-woman-mystery-revisited/
http://www.bbc.com/news/world-europe-39369429
http://www.bt.no/nyheter/brif/Fem-ting-du-bor-vite-om-Isdalskvinnen-325007b.html
http://www.bt.no/nyheter/lokalt/Funn-av-levninger-kan-gi-spor-i-mysteriet-om-Isdalskvinnen-324912b.html
http://www.newser.com/story/242702/norway-reopens-grisly-mystery-of-the-isdal-woman.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Isdal_Woman
https://www.ba.no/drap/her-bares-isdalskvinnen-til-sitt-anonyme-gravsted/s/1-41-1511762
https://www.nrk.no/dokumentar/ber-190-land-om-hjelp-til-a-loyse-gata-1.13194567
https://www.nrk.no/dokumentar/do-you-remember-this-woman_-1.13215629
https://www.nrk.no/dokumentar/xl/_slo-bensin-over-seg-og-tende-pa_-1.13137579
https://www.nrk.no/dokumentar/xl/the-isdalen-mystery-1.13249066
https://www.youtube.com/watch?v=KnC_kBf2tCk

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