Por Marco Faustino
Para muitas pessoas o cemitério é um lugar triste, sombrio e amedrontador. Algumas dessas pessoas têm razão em dizer isso devido ao estado de conservação, que muitos deles se encontram. Em maio do ano passado, por exemplo, fiz uma postagem sobre o estado que se encontrava o "Cementerio General del Sur" ("Cemitério Geral do Sul", em português), localizado na Região Metropolitana de Caracas, na Venezuela, onde nem mesmo os mortos conseguem descansar em paz. Criminosos bêbados circulavam (e com certeza ainda devem circular) pelos corredores do cemitério, tanto a pé, quanto de moto, praticando todo o tipo de crime: assaltos, sequestros, estupros, assassinatos etc. Além disso, as ossadas de entes queridos, de quaisquer pessoas, são roubadas e utilizadas em plena luz do dia por praticantes de "seitas satânicas", em rituais um tanto quanto obscuros. Quando isso não acontece, os ossos são vendidos para as mais diversas finalidades, alimentando financeiramente as organizações criminosas, que controlam inúmeras favelas ao redor do cemitério. Aquele não era um caso onde fantasmas ou espíritos poderiam assombrar um cemitério, mas sim de um medo real, um que se esconde atrás de cada sepultura ou imagem sacra de um dos maiores e mais antigos cemitérios da Venezuela, e com certeza um dos mais perigosos do mundo. É uma matéria que vale muito a pena que você leia, uma vez que mostra exatamente um lado humano pouco comentado (leia mais: A Triste Situação do "Cemitério Geral do Sul" na Venezuela: Um Lugar Onde Nem Mesmo os Mortos Descansam em Paz).
Agora, e se eu contar para vocês que existe um lugar bem especial no mundo, um cemitério onde a paz, a tranquilidade e o bem-estar simplesmente reinam em meio aos mortos? Um local que, segundo a tradição local, não existe morte, apenas uma longa fila de espera de almas aguardando pela chegada de Maitreya, chamado popularmente de "Buda do Futuro" (também chamado de "Miroku Bosatsu", o Salvador). No Extremo Oriente, a chegada do Maitreya está associada ao início de uma nova era, na qual o mundo será transformado em um paraíso, onde os bons e os maus serão julgados. Acredite, esse local existe e chama-se "Okunoin", o maior cemitério do Japão. Um lugar repleto de histórias, crenças e que abriga as almas de 200.000 monges! Esse cemitério fica localizado em Monte Koya (também conhecido como Koyasan), basicamente na sede do Budismo Shingon, que por sua vez é uma das maiores escolas budistas japonesas, sendo um dos ramos do budismo Vajrayana juntamente com o budismo tibetano, e popularmente chamado de "budismo esotérico japonês". Aliás a palavra "shingon"é a leitura japonesa dos kanji para a palavra chinesa "zhen yan", literalmente significando "palavra verdadeira", que por sua vez é a tradução chinesa da palavra sânscrita "mantra".
Situado a 800 metros de altura em meio à floresta do monte Kii, que também abriga a rota de Kumano Kodo (uma espécie de "Caminho de Santiago", no Japão), Monte Koya é um lugar no qual o ritmo de vida é marcado pelas orações dos monges. Fundado no ano de 816 pelo monge budista Kukai (também conhecido como Kobo Daishi), Monte Koya foi construído como um local de retiro e treinamento, no qual os monges poderiam meditar longe das distrações da então capital, Kyoto. Após mais de 1.200 anos, cerca de 117 templos ainda estão em funcionamento (sendo que é possível pernoitar em 52 deles), atraindo 15 milhões de visitantes anualmente. Assim sendo vamos contar para vocês um pouco sobre o Monte Koya e, em seguida vamos abordar as histórias e crenças do Cemitério Okunoin! Vamos saber mais sobre esse assunto?
Conheça um Pouco Sobre "Monte Koya" (Koyasan), Localizado na Prefeitura de Wakayama, ao Sul de Osaka
Para vocês terem uma ideia da importância de Monte Koya, a localidade foi declarada como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em 2014, algo que acabou impulsionando substancialmente o turismo na região. Pessoas de todas as partes do Japão e do mundo viajam durante horas para chegar à paisagem natural distante dos sofisticados trens-bala japoneses.
Um dos aspectos mais atraentes dessa localidade, além das rotas de caminhada, é pernoitar em um dos 52 tempos budistas - dos 117 que seguem em funcionamento - que oferecem essa possibilidade (esses templos que oferecem hospedagem são conhecidos como "shukubo"). Eles abriram suas portas aos peregrinos há um bom tempo, uma vez que não existia outro local para que eles se hospedassem na região. Desde então permanecem à disposição de devotos e curiosos, que acordam e vão dormir com mantras budistas, compartilham com os monges seus mantimentos, compostos em sua maioria por verduras e produtos da terra fértil, além de um excelente tofu de gergelim. Curiosamente, em alguns templos é permitido até mesmo ingerir bebidas alcóolicas.
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Mapa turístico do vilarejo de Monte Koya onde é possível notar a demarcação de alguns templos onde é possível pernoitar, assim como alguns outros elementos, como estacionamentos, delegacia de polícia, centros de informação e finalmente o Cemitério Okunoin |
Em entrevista publicada no site da revista Época, no ano de 2015, Yoshinobu Nisaka, governador de Wakayama, disse que o crescimento foi motivado em grande parte "pela forte ajuda da internet na divulgação de Monte Koya". De acordo com o governador, a grande diferença entre a localidade e outras cidades turísticas do Japão é que em Monte Koya as pessoas precisam andar para aproveitar cada um dos cantos, ou seja, um local de retiro, treinamento, meditação e paz. Confira também um vídeo, publicado naquele mesmo ano, mostrando inúmeras imagens desse vilarejo, através de um canal de terceiros, no YouTube (o vídeo conta com um fundo musical):
Conforme dissemos anteriormente, o vilarejo de Monte Koya foi fundado no ano de 816 pelo monge budista Kukai (também conhecido como Kobo Daishi), para que os monges pudessem meditar longe das distrações da então capital, Kyoto. Uma das estruturas mais icônicas do local é uma pagoda vermelha de 48,5 metros de altura, erguida como símbolo do centro principal de treinamento dos monges.
No interior do templo encontra-se um enorme Buda Vairocana dourado, rodeado de outras imagens e flores. Foi nesta figura que Kukai baseou a doutrina esotérica que trouxe da China. Aliás, era justamente nesse templo principal onde morava originalmente o herdeiro de Kukai. Em seu interior encontra-se o maior jardim de rochas do Japão, chamado de Banryutei, com 2.349 m².
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Uma das estruturas mais icônicas do local é uma pagoda vermelha de 48,5 metros de altura, erguida como símbolo do centro principal de treinamento dos monges. |
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Em seu interior encontra-se o maior jardim de rochas do Japão, chamado de Banryutei, com 2.349 m² |
Além disso pagodas costumam atrair raios devido à altura. Essa tendência fez com que as pessoas vissem as pagodas como lugares carregados espiritualmente. Muitos delas têm uma antena no topo, conhecida como "finial", que tem valor simbólico dentro do budismo: por exemplo, ela pode conter formas representando um lótus. O finial também funciona como um para-raios, protegendo a pagoda de danos que os raios possam causar.
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Vale ressaltar nesse ponto que "pagoda"é um termo que se refere a um tipo de torre com múltiplas beiradas, comum na China, no Japão, na Coreia do Norte, na Coreia do Sul, no Nepal e em outras partes da Ásia. Muitas das pagodas foram construídas para fins religiosos, geralmente budistas, por isso localizavam-se dentro ou próximas a templos. |
No texto é mencionado que Monte Koya possui uma população de apenas 3.000 habitantes, a maior parte monges, que têm permissão para se casar, ter filhos e até comer carne, mas por lá a prática mesmo é o vegetarianismo. Durante a visita, a equipe do "Chicken or Pasta?" ficou hospedada no Kumagaiji, um templo de arquitetura clássica japonesa construído no ano 837. Os sapatos não passam da entrada. Lá dentro, é permitido andar apenas com os chinelos fornecidos pelo próprio templo ou então com os pés descalços.
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Durante a visita, a equipe do "Chicken or Pasta?" ficou hospedada no Kumagaiji, um templo de arquitetura clássica japonesa construído no ano 837 (foto: site "Chicken or Pasta?") |
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Dentro do templo Kumagaiji é permitido andar apenas com os chinelos fornecidos pelo próprio templo ou então com os pés descalços (foto: site "Chicken or Pasta?") |
Kumagaiji também contava com uma pequena loja de itens relacionados ao Budismo e ao templo e, para aqueles que não desgrudam da internet, Wi-fi! Além disso tudo, Kumagaiji também tinha um belíssimo e pequeno lago cheio de carpas e, finalmente, o templo onde são realizadas as cerimônias.
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Entrada do templo Kumagaiji (foto: site "Chicken or Pasta?") |
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Entrada do jardim do templo Kumagaiji (foto: site "Chicken or Pasta?") |
A equipe se surpreendeu com a qualidade, além da quantidade. Arroz, muito tofu, legumes, algas, tortinhas e a adaptação ocidental era um avocado com queijo. Para acompanhar, o habitual chá quente. E, claro, come-se ajoelhado no tatame com os pratos servidos em pequenas bandejas numa mesa bem baixa. Curiosamente, muitos pratos servidos em Kumagaiji tiveram que ser adaptados para agradar melhor os turistas, visto que muitas vezes eles voltavam intocados para a cozinha, algo que deixava os monges tristes.
De acordo com a equipe, a pernoite no Kumagaiji custou cerca de US$ 100 (aproximadamente R$ 320 pela cotação atual) incluindo jantar e café da manhã, porém esse valor varia consideravelmente de acordo com o templo que a pessoa desejar se hospedar. A maneira mais fácil para fazer a reserva em um desses templos é via Japanican ou então consultar o site oficial do vilarejo.
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Detalhe da porcelada no qual a comida é servida no templo Kumagaiji (foto: site "Chicken or Pasta?") |
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A equipe se surpreendeu com a qualidade, além da quantidade. Arroz, muito tofu, legumes, algas, tortinhas e a adaptação ocidental era um avocado com queijo. Para acompanhar, o habitual chá quente. E, claro, come-se ajoelhado no tatame com os pratos servidos em pequenas bandejas numa mesa bem baixa (foto: site "Chicken or Pasta?") |
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Já em relação ao vilarejo em si, foi mencionado que existe apenas uma rua principal cheia de templos, mausoléus, santuários, mas também algumas lojas de souvenirs, cafés e alguns poucos restaurantes |
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O vilarejo abriga construções que chegam a ter quase 1.000 anos, mas muitos lugares foram reconstruídos, já que a maioria é de madeira e muitos foram destruídos ou queimados diversas vezes |
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Um dos templos localizado na principal rua de Monte Koya (foto: site "Chicken or Pasta?") |
Quem quiser mergulhar mais a fundo na história de Monte Koya, deve visitar o Museu Reihokan, que preserva a religião e os tesouros locais. São 3 exposições, sendo duas temporárias e uma permanente com diversas estátuas, mandalas, ferramentas religiosas, pinturas e um livro que descreve a "Imagem da Reclinação do Buda Sakyamuni em seu Último Dia". Os mais dispostos podem dedicar um dia de trekking em uma parte da trilha da Kokechi, rota que faz parte da Kumano Kodo (trilha de caminhada de peregrinos, irmã japonesa do Caminho de Santiago). A caminhada, no entanto, não é recomendada para iniciantes. Também há na cidade aulas de yoga e meditação em inglês. Os anúncios podem ser vistos espalhados por todo vilarejo.
O Cemitério Okunoin: O Maior Cemitério do Japão!
De acordo com a superstição da escola budista Shingon, não há mortos em Okunoin, mas apenas espíritos em "estado de espera". Conforme a história é contada, certo dia, "Kukai" (774-835), mais conhecido no Japão sob o nome de "Kobo Daishi", fundador da comunidade religiosa do Monte Koya, entrou em meditação aguardando a chegada de Maitreya, o "Buda do Futuro" (também chamado de "Bosatsu Miroku", o Salvador).
Da mesma forma as "almas em trânsito" descansando nos túmulos ou de quem os cabelos ou cinzas foram colocados por seus entes queridos em frente ao Mausoléu Kukai também aguardam por esse dia. Até que esse dia chegue, que para muitos é visto como um "profecia apocalíptica", o número de túmulos em Okunoin continua aumentando, e já conta com mais de 200.000.
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Mapa turístico mostrando alguns templos e principais túmulos do Cemitério Okunoin |
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Ao cruzar a ponte "Ichinohashi", a tradicional entrada de Okunoin, é como cruzar uma ponte entre dois mundos. Antes de entrar no entanto, os visitantes devem juntar as mãos e se curvar para mostrar seu respeito a Kukai |
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Para vocês terem uma ideia, existe um memorial no formato de um foguete (na foto), um memorial em homenagem as vítimas da bomba de Hiroshima e Nagasaki, da Batalha de Bornéu, entre outros. |
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Existem também alguns bem curiosos, como um memorial dedicado aos funcionários da multinacional do ramo automobilístico Nissan... |
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...e até mesmo de uma companhia de pesticidas, que certa vez resolveu adicionar um momento em homenagem a todos os cupins que eles mataram em razão de seus produtos. |
Por outro lado, a entrada secundária do cemitério, localizada em frente ao ponto de ônibus, leva aos túmulos mais recentemente construídos com granito refinado, como se estivessem envernizadis, artificiais, tirando toda a individualidade de seus residentes eternos. Outro sinal de modernidade é que as oferendas mudaram, e as latas de refrigerante se juntaram ao incenso e sutras (palavras atribuídas ao Buda ou aos seus discípulos imediatos).
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Os cedros vertiginosos escondem o céu e o fim do caminho pavimentado construído através da floresta |
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Deixando de lado o caminho principal e se aventurando entre túmulos esquecidos com pedras erodidas ou cobertas de musgo, é possível notar que, pouco a pouco, a natureza tenta retomar aquilo que é dela por direito |
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Os estilos presentes nos memoriais são bem variados, mas os cenotáfios (memorial fúnebre erguido para homenagear alguma pessoa ou grupo de pessoas cujos restos mortais estão em outro local ou estão em local desconhecido) são uma atração à parte |
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Ao longo do caminho principal, não é possível deixar de notar alguns "acessórios" colocados em estátuas de Budas, que muitas vezes possuem uma espécie de babador vermelho |
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Seguindo o caminho em direção ao Norte, após atravessar uma determinada ponte, se alcança a terceira e última ponte, a "Gobyonohashi" (na foto), que anuncia a passagem para um nível mais intenso e sagrado do que o anterior |
Acredita-se que a pedra aparente ser mais leve para as pessoas boas e mais pesadas para as pessoas más, e que ela pode fornecer uma conexão com o Miroku Bosatsu.
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Um pouco mais à esquerda, existe uma cabana de madeira (na foto), que abriga a pedra Miroku, que, quando levantada, pesa os pecados da pessoa. Através de pequenas lacunas nas paredes, é possível acessar a pedra, sendo que é costume tentar levantá-la com uma mão para colocar no alto de uma espécie de prateleira |
Dia e noite, enfrentando nuvens de mosquitos no verão ou dias sombrios de neblina, os visitantes reúnem-se a qualquer tempo em Okunoin, especialmente durante o Obon (um festival japonês em homenagem aos mortos e os espíritos dos ancestrais, algo equivalente ao que conhecemos como Finados, mas que ocorre no 15º dia do sétimo mês lunar, ou seja, essa data pode variar de ano para ano, mas geralmente ocorre por volta do dia 15 de julho ou agosto, visto que depende da região do Japão em que é comemorado).
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Dia e noite, enfrentando nuvens de mosquitos no verão ou dias sombrios de neblina, os visitantes reúnem-se a qualquer tempo em Okunoin, especialmente durante o Obon (um festival japonês em homenagem aos mortos e os espíritos dos ancestrais, algo equivalente ao que conhecemos como Finados, mas que ocorre no 15º dia do sétimo mês lunar, ou seja, essa data pode variar de ano para ano) |
Ainda no interior do cemitério é possível encontrar o chamado "Torodo Hall" (Salão das Lanternas). É o principal local de Okunoin destinado a veneração de Kobo Daishi, e que foi construído em frente ao mausoléu. Dentro do salão existem mais de 10.000 lanternas, que foram doados por adoradores e são mantidas eternamente acessas. Também é possível encontrar 50.000 estátuas minúsculas que foram doadas ao cemitério Okunoin por ocasião do 1150º aniversário da entrada de Kobo Daishi, em meditação, no ano de 1984.
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Ainda no interior do cemitério é possível encontrar o chamado "Torodo Hall" (Salão das Lanternas). É o principal local de Okunoin destinado a veneração de Kobo Daishi, e que foi construído em frente ao mausoléu |
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Dentro do salão existem mais de 10.000 lanternas, que foram doados por adoradores e são mantidas eternamente acessas |
Durante a visita a Okunoin, equipe do site "Chicken or Pasta?" percorreu os cerca de 2 km da trilha pavimentada que leva até o mausoléu de Kobo Daishi durante a noite. Eles contaram que existe diariamente um passeio noturno guiado para quem quiser entender mais a história do cemitério, mas que eles acabaram não fazendo. Para entrar também é necessário lavar previamente as mãos.
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Durante a visita a Okunoin, equipe do site "Chicken or Pasta?" percorreu os cerca de 2 km da trilha pavimentada que leva até o mausoléu de Kobo Daishi durante a noite (foto: site "Chicken or Pasta?") |
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Para entrar no Cemitério Okunoin também é necessário lavar as mãos (foto: site "Chicken or Pasta?") |
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Misturadas entre as lápides cinzentas e estupas, algumas destas figuras têm as bochechas rosadas, sendo possível notar o uso de "batom vermelho" nos lábios |
Os visitantes do cemitério adornam as figuras em Okunoin com oferendas, assim como os monges que cuidam do mesmo. Porém, os presentes e adornos mais pungentes vêm dos pais, seja diante do luto em perder um(a) filho(a), seja em agradecimento por uma jovem vida que foi salva. Gorros e lenços são adicionados para proteger a divindade dos elementos, sendo que os babadores simbolizam a proteção das crianças por parte de Jizo.
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Os visitantes do cemitério adornam as figuras em Okunoin com oferendas, assim como os monges que cuidam do mesmo |
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Gorros e lenços são adicionados para proteger a divindade dos elementos, sendo que os babadores simbolizam a proteção das crianças por parte de Jizo |
Embora muitas colorações sejam encontradas nos adornos dos Jizos, o tom mais comum é o vermelho, a cor da tradição mitológica japonesa, que muitas vezes pode ser rastreada até a antiga prática de repelir demônios. Ao longo do tempo, o vermelho passou a representar tanto a morte quanto a vida, assim como visto nos símbolos japoneses dos portões torii dos santuários xintoístas ao Sol Nascente da bandeira nacional.
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Embora muitas colorações sejam encontradas nos adornos dos Jizos, o tom mais comum é o vermelho, a cor da tradição mitológica japonesa, que muitas vezes pode ser rastreada até a antiga prática de repelir demônios |
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Uma adaptação mais contemporânea do Jizo surgiu, quando a figura veio ocupar lugar de destaque em relação ao Mizuko-Kuyo, ou o "serviço memorial para um feto", como uma maneira de ritualizar o sofrimento do aborto espontâneo, do aborto propriamente dito ou do nascimento de uma criança morta. |
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Em Okunoin, também há uma grande pirâmide inteiramente composta de pequenas estátuas Jizo. É um "muenzuka" ("Monte dos Anônimos", em português), uma pilha para os espíritos que não têm família ou alguém para cuidar pessoalmente de seus túmulos |
Como Chegar ao Monte Koya (Koyasan) para Conhecer o Vilarejo e o Cemitério Okunoin?
Chegar em Monte Koya (Koyasan) é relativamente simples, porém pode se tornar uma odisseia dependendo da região do Japão onde a pessoa more e principalmente seja um turista de primeira viagem. De qualquer forma, a melhor opção é conseguir chegar até a cidade de Osaka, a partir da estação Namba, de onde saem trens da Nankai diretamente para a estação Gokurakubashi, na cidade de Koya. Essa é uma estação ferroviária essencial, e que serve como porta de entrada para o vilarejo em questão.
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De qualquer forma, a melhor opção é conseguir chegar até a cidade de Osaka, a partir da estação Namba, de onde saem trens da Nankai diretamente para a estação Gokurakubashi, na cidade de Koya (foto: site "Chicken or Pasta?") |
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Ao contrário do que aparece no mapa, o percurso entre a estação Namba e Gokurakubashi é feito em aproximadamente 2h ao viajar através de um trem expresso da Nankai, ao custo de ¥2.800 (aproximadamente R$ 80) por pessoa. Esse valor inclui a passagem de ida e volta, funicular (uma espécie de teleférico) e utilização de ônibus no vilarejo por cerca de 24h |
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A estação de Gokurakubashi serve como porta de entrada para o vilarejo de Monte Koya |
Chegando na estação de Gokurakubashi é necessário pegar o tal funicular que leva a pessoa até a estação ferroviária do vilarejo de Monte Koya. Esse trajeto é feito em torno de apenas 5 minutos.
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Chegando na estação de Gokurakubashi é necessário pegar o tal funicular, que leva a pessoa até a estação ferroviária do vilarejo de Monte Koya |
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Esse trajeto é feito em torno de apenas 5 minutos |
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Foto da estação ferroviária do vilarejo de Monte Koya |
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Chegando na estação ferroviária do vilarejo de Monte Koya é necessário pegar um ônibus até Senjuinbashi, a região central da cidade... |
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...um trajeto que demora entre 10 a 11 minutos |
Até a próxima, AssombradOs!
Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino
Fontes:
http://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2015/12/monte-koya-um-destino-turistico-e-de-peregrinacao-que-completa-1200-anos.html
http://www.amusingplanet.com/2016/03/japans-largest-cemetery-okunoin-with.html
http://www.atlasobscura.com/articles/jizo-cemetery-statues
http://www.atlasobscura.com/places/okunoin-cemetery
http://www.bbc.com/travel/story/20160308-an-eerie-night-with-200000-dead-monks
http://www.howto-osaka.com/en/traffic/station/koyasan.html
http://www.japan-guide.com/e/e4901.html
http://www.nankaikoya.jp/en/stations/koyasan.html
http://www.thewholeworldisaplayground.com/visit-okunoin-cemetery-mount-koya-japan/
https://bugfox.net/fun/2007/11/24/koya-san-the-okunoin-cemetery/
https://chickenorpasta.com.br/2016/dormindo-com-os-monges-num-templo-budista
https://kencantravel.wordpress.com/tag/okunoin/
https://troutfactory.wordpress.com/2006/06/24/koya-san-vi-okunoin/
https://www.japan-experience.com/city-koyasan/okunoin
https://www.japan-rail-pass.com/japan-by-rail/itineraries/mount-koya
https://www.japanhoppers.com/pt/kansai/koyasan/kanko/1076/
https://www.travelyesplease.com/travel-blog-okunoin-cemetery-koyasan/