Por Marco Faustino
Costumam dizer que a morte é uma poucas certezas que temos nessa vida. Todos nós iremos passar por essa experiência um dia ou talvez você já tenha passado por isso em razão da perda de algum ente querido. O luto é um processo natural para lidar com essa perda, e as pessoas exteriorizam essa dor das mais diversas formas possíveis. Em uma colina com vista para o oceano Pacífico, na cidade de Otsuchi, na região nordeste do Japão, existe uma espécie de cabine telefônica de cor branca, que conecta as pessoas aos entes queridos, principalmente aqueles que se foram em decorrência do tsunami, originado devido a um terremoto de magnitude 9,1 próximo à costa, que atingiu o litoral do Japão em 11 de março de 2011, e que acabou provocando um desastre nuclear na Central Nuclear de Fukushima. Embora nenhuma morte por exposição à radiação tenha sido relatada, cerca de 300 mil pessoas foram evacuadas na região, oficialmente 15.884 pessoas morreram devido ao terremoto e ao tsunami, e aproximadamente 1.600 mortes foram relacionadas às condições de evacuação, tal como, por exemplo, ao fazer com que as pessoas vivessem em habitações temporárias. Além disso, milhares de pessoas continuam desaparecidas até hoje, mesmo após quase seis anos de intensas buscas por parte, única e exclusivamente, dos seus familiares.
Naquele dia, em março de 2011, quando milhares de vidas foram ceifadas, quando muitas pessoas perderam famílias inteiras - um irmão, uma irmã, um pai, uma mãe ou até mesmo seus avós -, ocorreu uma espécie de peregrinação de muitos japoneses até a pequena cidade de Otsuchi, para visitar essa cabine telefônica, e tentar fazer com que suas vozes fossem escutadas do "outro lado". De forma sublime, o chamado "telefone do vento" nada mais é do que um telefone de disco desconectado, ou seja, ele não está conectado fisicamente a lugar algum, mas se tornou uma espécie de refúgio ou talvez um porto seguro para as pessoas que desejam conversar com aqueles que se foram ou que nunca mais foram encontrados. O desejo dessas pessoas é que suas palavras sejam carregadas pelo vento, que sopra insistemente nas colinas, e que o mesmo traga respostas para as perguntas, que nunca puderam ter sido respondidas em vida. Esse é um caso, que particularmente não conhecia, e fiz questão de trazê-lo ao conhecimento de vocês. O "telefone do vento" também foi tema de um livro ilustrado e de documentário no ano passado da Nippon Hōsō Kyōkai (NHK), que é rede pública de rádio e televisão aberta mais conhecida do Japão. É justamente sobre isso que vocês conferem a partir de agora. Vamos saber mais sobre esse assunto?
Um Breve Resumo Sobre o Terremoto e o Tsunami que Ocorreram em 11 de Março de 2011 no Japão
Acredito fielmente que a tragédia que se abateu sobre os japoneses dispensa quaisquer tipos de comentários. Porém, penso que seria válido mencionar algumas informações sobre aquele fatídico dia, que mudaria a vida de centenas de milhares de famílias, principalmente para aqueles que não se lembram do episódio. O terremoto ocorreu no dia 11 de março de 2011, uma sexta-feira, as 14h46 (horário local). O tremor durou cerca de seis minutos. O epicentro do terremoto ocorreu a 72 quilômetros a leste de Tohoku, a uma profundidade de 32 km abaixo da superfície.
A velocidade da maior onda chegou a 700 km/h, quase a velocidade de um avião comercial. Próximo da costa japonesa, a velocidade diminuiu, mas em compensação a altura aumentou, chegando a quase 40 metros de altura em alguns locais. Ao retrocederem, as águas transportaram milhões de toneladas de detritos para o mar. Muitos deles vagaram por mais de dois anos pelo Oceano Pacifíco, chegando até as praias de outros continentes.
Ao retrocederem, as águas transportaram milhões de toneladas de detritos para o mar. Muitos deles vagaram por mais de dois anos pelo Oceano Pacifíco, chegando até as praias de outros continentes |
Confiram uma das mais populares filmagens em relação a esse dia, sobre a força das águas no porto de Miyako, na prefeitura de Iwate, em um canal de terceiros no YouTube (vale lembrar que um estudo de campo subsequente do Instituto de Pesquisa de Terremotos da Universidade de Tóquio revelou que as águas tinham atingido pelo menos 37,9 metros acima do nível do mar em Miyako):
A pior parte, se é que podemos dizer isso, é que o tsunami acabou gerando uma falha no sistema de refrigeração da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi , ue resultou em um colapso nuclear de categoria 7, um nível comparável apenas a Chernobyl. O acidente nuclear afetou a pesca, a agricultura e a pecuária local, e cerca de 70 mil pessoas que moravam nas proximidades da Central Nuclear de Fukushima foram obrigadas a deixar suas casas e ir para abrigos temporários, como forma de evitar riscos de contaminação radioativa. Milhares ainda permanecem nessas habitações temporárias.
Devido a súbita evacuação da população, muitas cidades em Fukushima foram abandonadas, transformando-se em verdadeiras "cidades fantasmas" (leia mais: As Impressionantes Fotos da Região de Fukushima Quase 5 Anos Após o Desastre Nuclear).
Devido a súbita evacuação da população, muitas cidades em Fukushima foram abandonadas, transformando-se em verdadeiras "cidades fantasmas" |
Cidade Higashimatsushima, em Miyagi, em 2011 (à esquerda) e 2016 (à direita) |
Cidade de Kesennuma, em Miyagi, em 2011 (à esquerda) e 2016 (à direita) |
Cidade de Natori, em Miyagi, em 2011 (imagem superior) e 2016 (imagem inferior) |
Cidade de Rikuzentakata, em Iwate, em 2011 (à esquerda) e 2016 (à direita) |
Cidade de Naraha, em Fukushima, em 2011 (imagem superior) e 2016 (imagem inferior) |
Um Pouco Sobre a Cidade de Otsuchi
Otsuchi é uma cidade japonesa localizada na província de Iwate, que em 2003 tinha uma população estimada em 16.727 habitantes. Em 11 março de 2011, a cidade foi abalada por um terremoto e devastada pelo tsunami, que se seguiu. A muralha contra tsunamis com cerca de 6 metros de altura, construída justamente para resguardar o porto, claramente não foi suficiente para deter o avanço das águas.
Imagens do Google Maps mostrando a localização da cidade de Otsuchi em relação a Tóquio, capital do Japão |
Em 31 de agosto de 2011, cerca de 799 moradores da cidade foram oficialmente declarados como mortos, sendo que 608 ainda estavam desaparecidos (esse número atualmente é de pouco mais de 400 pessoas). Naquela época, a soma desses números resultava em cerca de 10% da população, muito embora a devastação tenha sido tão grande, que cogitou-se inicialmente que metade da habitantes tivessem morrido.
Uma das inúmeras fotografias tiradas que mostravam o resultado do tsunami na cidade de Otsuchi, no Japão |
Em fevereiro de 2014, quase três anos após o tsunami, estimava-se que a cidade possuía pouco menos de 12.000 habitantes. Naturalmente, muitas pessoas perderam tudo o que tinham, e decidiram recomeçar em outro lugar. De qualquer forma, Otsuchi foi apenas uma das inúmeras cidades que foram devastadas.
A Cabine Telefônica Especialmente Criada Para se Comunicar com os Mortos
Conforme dissemos no começo dessa postagem, na cidade de Otsuchi, na região nordeste do Japão, existe uma espécie de cabine telefônica de cor branca, com vista para o oceano Pacífico, que conecta as pessoas aos entes queridos, principalmente aqueles se foram em decorrência do tsunami. Essa cabine pertence a um morador local chamado Itaru Sasaki, 70 anos, um jardineiro aposentado, que tinha colocado essa cabine em seu jardim no ano anterior ao tsunami, como uma forma de refletir e meditar sobre a morte do seu primo.
Acredita-se que cerca de 10.000 pessoas passaram pela cabine telefônica entre 2011 e 2014 |
Embora seja uma conversa unidirecional muito subjetiva e particular, a esperança sempre está presente, e suas mensagens, ainda que trafeguem por um caminho que não conhecemos, de alguma forma chegam aos seus entes queridos.
"Devido ao fato que meus pensamentos não podiam ser transmitidos através de de uma linha telefônica regular, quis que eles fossem carregados pelo vento", disse Itaru Sasaki, durante um documentário exibido em março do ano passado pela NHK.
Por mais que isso possa parecer estranho para algumas pessoas, aqueles que visitam a cabine telefônica compreendem que a mesma abriga tão somente um antigo telefone com um fio desconectado |
Enquanto Alexander ajudava Itaru Sasaki a limpar uma estufa, que já havia servido de refúgio em tempos difícies, ambos falaram com a ajuda de tradutores sobre o sofrimento, a frustração e a culpa dos sobreviventes. A cabine telefônica convidava, por assim dizer, as pessoas a trabalharem seus sentimentos mais dolorosos em um espaço considerado seguro e confortável. A compreensível tristeza que se pode sentir é, por um único momento, confinada a um espaço específico e a paisagem ao redor. É uma maneira bem particular de lutar diante de uma tragédia que remodelou toda uma comunidade.
em uma entrevista para o site Hasselblad. De acordo com Alexander, seu projeto fotográfico girava basicamente em torno de Itaru Sasaki, que tinha perdido seu primo em 2010, devido ao câncer.
Itaru Sasaki estava tentando procurar uma maneira que ele pudesse manter algum tipo de vínculo com seu primo após sua morte e, de uma maneira não muito convencional, ele decidiu construir uma cabine telefônica em seu jardim, onde ele colocou um telefone desconectado, no qual ele usaria para conversar com seu primo. Itaru acreditava que suas palavras seriam levadas até seu primo ao serem carregadas pelo vento, que sopra do litoral. Daí o nome "kaze no denwa" ou "telefone do vento".
O fotógrafo Alexander McBride Wilson também contou mais detalhes sobre sua experiência em uma entrevista para o site Hasselblad. De acordo com Alexander, seu projeto fotográfico girava basicamente em torno de Itaru Sasaki, que tinha perdido seu primo em 2010, devido ao câncer |
O Documentário da NHK Chamado "The Phone of the Wind: Whispers to Lost Families"
Nessa parte final da postagem, gostaria de destacar o primoroso documentário de pouco mais de 48 minutos, que foi divulgado em março do ano passado pela NHK, em memória aos cinco anos da tragédia que mudou a vida não somente dos japoneses, mas de pessoas em diversas localidades do mundo.
A maior parte consiste na gravação de diálogos (com legendas em inglês) e na filmagem à distância das pessoas no interior da cabine telefônica, com a devida permissão das mesmas e do Itaru Sasaki, é claro. Confira esse documentário chamado "The Phone of the Wind: Whispers to Lost Families" ("O Telefone do Vento: Sussurros aos Famíliares Perdidos", em português), em um canal de terceiros, no YouTube:
Sinceramente, ao assistir o documentário fiquei bem emocionado, e gostaria de compartilhar algumas situações que me chamaram muita atenção no mesmo, a começar dos primeiros segundos quando surge uma frase na tela dizendo: "Se você estiver por aí, por favor, me escute..."
Imagem área feita por drone para mostrar a localização da cabine telefônica na cidade de Otsuchi, no Japão |
A senhora olhou para o horizonte, mas não conseguia falar absolutamente nada. Diante da câmera ela disse que tentou, mas as palavras não tinham sido o suficiente para expressar seu sofrimento |
Posteriormente, esse senhor explicou que perdeu seu filho mais velho naquele fatídico dia de 2011. Ele também mostrou uma foto dele com sua esposa, que faleceu quatro anós após a morte do filho.
"Demorei três anos antes de parar de pensar constantemente em relação ao meu filho. E justamente quando a vida estava voltando ao normal, perdi minha esposa", disse o homem, que fez uma pausa e completou: "Preciso dizer mais alguma coisa?"
Posteriormente, esse senhor explicou que perdeu seu filho mais velho naquele fatídico dia de 2011. Ele também mostrou uma foto dele com sua esposa, que faleceu quatro anós após a morte do filho. |
"Nos mostre onde você está. Construirei uma casa nesse mesmo lugar. Se alimente direito. Rezo para que esteja viva em algum lugar. Sinto sua falta...", completou.
"Nos mostre onde você está. Construirei uma casa nesse mesmo lugar. Se alimente direito. Rezo para que esteja viva em algum lugar. Sinto sua falta...", disse um outro senhor. |
Diante da câmeras esse senhor disse que a situação era muito difícil, mas se ele usasse essa dor como uma desculpa para tentar esquecê-los, quem se lembraria de sua família? Quem se lembraria que eles um dia moraram em Otsuchi? Essa era justamente uma das pessoas que apareceram na introdução do documentário.
Ao desligar, um outro senhor leva as mãos ao rosto e simplesmente disse: "Me desculpem. Não consegui salvá-los" |
Sua cidade não tinha sido tão afetada pelo tsunami, então ao se deparar com o processo de reconstrução da cidade, ele chegou a ficar espantado, visto que não estava acostumado a ver tal cenário. Então, pouco tempo depois, podemos ouvir suas palavras: "Pai... Todos nós estamos fazendo o melhor que podemos. Então, não se preocupe. E quanto a você? Tem uma coisa que eu gostaria de perguntar a você. Por que você teve que morrer? Por quê? Por que eu? Não consigo lidar com isso. Por que justamente eu? Por que isso teve que acontecer comigo?"
A NHK também acompanhou a viagem de volta de Ren Kozaki até sua cidade, Hachinoche, na prefeitura de Aomori. Assim sendo, conhecemos a mãe do jovem, que ao chegar em casa explicou o que era o "telefone do vento" para ela, e que por sua vez se mostrou muito feliz com a experiência que o filho teve. Além de ambos, havia o irmão mas novo Riku, com 12 anos e uma irmã chamada Rin, de 14 anos.
A NHK também acompanhou a viagem de volta de Ren Kozaki até sua cidade, Hachinoche, na prefeitura de Aomori |
Em seguida, vemos o constraste entre Ren e sua irmã Rin, visto que a mesma não conseguia expressar seus sentimentos ou palavras pelo pai que havia falecido, mesmo tendo passado cinco anos após a sua morte. Era possível observar ela sentada, quase sempre de cabeça baixa, sem saber o que dizer diante da câmera.
Era possível observar Rin Kozaki sentada, quase sempre de cabeça baixa, sem saber o que dizer diante da câmera |
Sinceramente, eu gostaria muito de traduzir todo o restante do documentário, e o trecho em que os familiares falam ao telefone, mas meu psicológico ficou literalmente destruído ao ouvir a voz da menina, a Rin Kozaki que, chorando compulsivamente, proferiu palavras em uma mistura de raiva, dor e amor pelo pai. E ao final, quando sua mãe a perguntou se sentia melhor, ela disse que sim, abrindo, ainda que rapidamente, um sorriso tão sincero, que conseguiu iluminar meu dia.
E ao final, quando sua mãe a perguntou se sentia melhor, ela disse que sim, abrindo, ainda que rapidamente, um sorriso tão sincero, que conseguiu iluminar meu dia |
Comentários Finais
Diante de tantos objetos, bugigangas e toda essa parafernália moderna, que se transformou a tentativa de se comunicar com os mortos e das inúmeras pessoas, que se autointitulam das mais diversas formas, para praticar uma verdadeira extorsão contra vítimas inocentes e desoladas, aquela simples cabine telefônica em Otsuchi é um verdadeiro tapa na cara daqueles que cobram fortunas em troca de absolutamente nada e meras palavras vazias. Mesmo diante de sua dor, Itaru Sasaki ergueu um poderoso instrumento que transcende qualquer tipo de racionalidade, mostrando que nunca haverá uma substituição completa de crenças, rituais ou qualquer processo, ainda que seja irracional, entre os seres humanos. É impossível ignorar o poder que uma simples linha telefônica desconectada está fornecendo as pessoas, que ainda sofrem terrivelmente, e como ela consegue ajudá-las a processar seus sofrimentos diante de um cenário completamente não-convencional e irracional que representa. Não há ninguém explorando ninguém em Otsuchi. Não há nenhuma autoridade religiosa, não há nenhum suposto médium, clarividente, nada. Existe apenas um bondoso jardineiro e sua crença que nossos entes queridos estão em algum lugar, que talvez estejam esperando pelo nosso contato, e que vale a pena interagir com eles. Como seria possível concordar com alguém, que não acreditasse em nada, e que o nosso mundo seria melhor sem pessoas como Itaru Sasaki e sua cabine telefônica branca? É impossível dizer isso após assistir esse documentário.
Estamos tão acostumados a ver a resiliência japonesa, ou seja, a capacidade que eles possuem em lidar com os problemas, de superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas, sem entrar em surto psicológico, abrindo caminho para enfrentar e superar adversidades, que nos esquecemos que eles são simplesmente humanos. Eles sentem dor, sentem saudades, e sentem culpa. Eles também sangram. Não importa o que você veja em sites de notícias ou na TV, não importa que após dois ou três meses muitas regiões aparentassem limpas e organizadas. A cicatriz deixada, principalmente pelo tsunami, é muito maior do que qualquer um de nós imaginávamos. Estou acostumado a traduzir textos há anos, e confesso que foi muito difícil traduzir frases tão simples, mas que estavam carregadas de tanta dor, que me fizeram parar e respirar fundo inúmeras vezes. Faz tempo que não tinha um assunto tão emocionante e verdadeiro como esse. Mesmo não entrando fisicamente dentro daquela cabine, a sensação era de estar junto com cada uma daqueles pessoas, ouvindo lentamente a música de fundo, o silêncio, as pausas de suas respirações, e a umidade de suas lágrimas , que perfaziam um cenário único a cada linha. Sinto-me um privilegiado em poder conhecer um pouco da história dessas pessoas, e espero sinceramente que eu tenha conseguido, ainda que parcialmente, transmitir um pouco desse sentimento para vocês.
Além disso, fico pensando o que eu falaria ao entrar naquela cabine. Acho que não saberia o que dizer. Provavelmente, ficaria sentado naquele banco ao lado, tomando coragem para falar alguma coisa, ou simplesmente olhando a belíssima paisagem que o local oferece. De qualquer forma, a cabine consegue quebrar barreiras, distâncias, conceitos, pensamentos, e mesmo que as vozes dessas pessoas não cheguem até o "outro lado", com certeza elas continuarão sendo carregadas pelo vento, e quem sabe alguém as escutem e possam levá-las ao seu destino final. É esse mesmo vento que secará suas lágrimas ao saírem, o mesmo vento que sopra do oceano, que um dia levou seus familiares, e os abrigou em algum lugar da imensidão das águas. No fim, tudo acaba se tornando um ciclo de reconstrução, não somente dos prédios e casas, mas de vidas que são renovadas, juntamente com a esperança de dias melhores. Talvez esse seja o grande ensinamento do "telefone do vento". Não importa quem escute ou se haverá resposta um dia, o que importa é que você não deixe de falar.
Até a próxima, AssombradOs.
Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino
Fontes:
http://gardencollage.com/beauty-wellness/mindful-living/living-grief-japans-beautiful-wind-telephone-offers-solace/
http://pf.nhk-ep.co.jp/detail/2031
http://shoganai.com/tohoku-3/
http://themapisnottheroad.com/2016/11/23/the-wind-telephone/
http://www.businessinsider.com/photos-show-damage-of-japans-2011-disaster-2016-3/#on-march-11-2011-the-earthquake-started-at-246-pm-local-time-the-city-of-kesennuma-was-completely-wrecked-by-the-resulting-tsunami--bringing-many-large-fishing-boats-ashore-1
http://www.citylab.com/navigator/2017/01/otsuchi-wind-phone-japanese-mourners/512681/
http://www.gaijin-gunpla.com/2016/03/five-years-have-passed/
http://www.japanbullet.com/news/phone-booth-in-garden-helps-bereaved-talk-to-victims-of-2011-disasters
http://www.japantimes.co.jp/culture/2016/03/04/tv/phone-booth-contacting-dead-renewal-tsunami-cm-week-brother/#.WJMat0BvB0o
http://www.japaoemfoco.com/fatos-sobre-o-tsunami-e-terremoto-de-2011/
http://www.patheos.com/blogs/cognitivedemons/2016/09/the-value-in-telphoning-the-dead/
http://www.travelandleisure.com/attractions/japanese-phone-booth-for-calling-dead-relatives
https://hinouye.wordpress.com/2015/07/26/kaze-no-denwa/
https://steemit.com/life/@ladypenelope1/the-phone-of-the-wind-the-lonely-phone-on-a-hill-top-in-japan-to-call-your-loved-ones