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O Desastre do Césio 137 de Goiânia

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No dia 13 de setembro de 1987, o Brasil ganhava mais um título indesejável: o de local onde ocorreu o maior acidente radiológico do mundo ocorrido fora de unidades nucleares. Dois catadores encontraram uma máquina de tratamento de câncer abandonada, a desmontaram e venderam para um ferro-velho. O dono ficou encantado com o brilho azulado emitido pela peça e assim se iniciou toda a tragédia...

Assombrados, desde quando fiz o especial Chernobyl que muita gente me pede para falar do acidente do Césio-137 ocorrido em Goiânia no ano de 1987. Pois chegou a hora de falarmos sobre esse acidente, considerado o maior acidente radiológico em área urbana do mundo. Faz 30 anos que aconteceu a a tragédia, que atualmente é desconhecida, infelizmente, para muitos dos brasileiros. Vamos saber mais do assunto...

E pensando em desastres nucleares criamos a camiseta com a estampa Chernobyl. Nesta estampa exclusiva, você pode visualizar a usina, as ruínas da cidade de Prypiat, a famosa Roda Gigante (que nunca chegou a ser inaugurada...), árvores e carros na rua. Uma nuvem tóxica se eleva sobre a cidade, além de ter um aviso de radioatividade. Tanto a nuvem quanto o símbolo brilham no escuro! É sucesso essa estampa :) Temos tamanhos comuns e baby look. Clique aqui para comprar a sua!



A Descoberta da Peça

Na cidade de Goiânia-GO existia o Instituto Goiano de Radioterapia (IGR). Era um instituto privado, localizado na Avenida Paranaíba, no Centro de Goiânia. O equipamento que gerou a contaminação na cidade entrou em funcionamento em 1971, tendo sido desativado em 1985, quando o IGR deixou de operar no endereço mencionado. Com a mudança de localização, o equipamento de teleterapia foi abandonado no interior das antigas instalações. A maior parte das edificações pertencentes à clínica foi demolida, mas algumas salas — inclusive aquela em que se localizava o aparelho — foram mantidas em ruínas.

No dia 13 de setembro de 1987, dois catadores de lixo adentraram nessas ruínas e encontraram o aparelho. Vendo que se tratava de mais de uma centena de quilo de chumbo, decidiram desmontar essa parte da máquina e levar a peça para vender para um ferro velho e assim conseguir algum dinheiro.

Após conseguirem separa a parte onde estava o chumbo, a levaram para a casa da mãe de um deles e lá continuaram a tentar desmontá-la, mas era difícil. Em um momento, conseguiram acessar o compartimento onde ficava o pó de Césio-137 e acabaram se contaminando. A peça ficou na casa por 5 dias. até o dia 18 de setembro de 1987, quando resolvem vender para um ferro velho.

A Venda para o Ferro Velho

O ferro velho de um homem chamado Devair Ferreira foi quem comprou a peça. Devair então ordenou que dois de seus funcionários desmontassem a peça, o que eles conseguiram depois de muitas e muitas marretadas.

A noite, Devair reparou um brilho azulado no meio das tranqueiras do ferro velho e foi ver. Ele logo foi ver e viu que era uma das partes da peça que havia comprado e ficou encantado com o pó que emitia um brilho azul no escuro. Ele mostrou a descoberta para sua esposa Maria Gabriela Ferreira, que também ficou encantada.

A partir desse momento o comportamento de Devair mudou, porque ele simplesmente não largava mais a peça que emitia o brilho azulado e fazia questão de mostrar para todos que o visitavam.

Mas aquele pó que emitia o brilho azulado era Césio-137, uma material radiativo que pode matar, e logo Devair, sua esposa e os funcionários que abriram a cápsula começaram a sentir os sintomas da intoxicação por radiação. Eles tiveram  náuseas, seguidas de tonturas, com vômitos e diarreias.

Todos os envolvidos eram pessoas extremamente humildes, que não conheciam nada sobre os perigos da radiação. Logo, Devair atribuía esse mal estar a uma feijoada que havia comido no domingo anterior. Mas sua esposa começou a desconfiar que a causa de tudo poderia estar ligada ao pó-azulado.

Mostrando para os Irmãos

Alguns dias depois um dos irmão de Devair, um rapaz chamado Odesson, foi visitá-lo no ferro velho. Devair logo disse para ele que tinha um pó mágico, que emitia um brilho incrível. Odesson pegou um pouco do pó com a ponta dos dedos e esfregou na palma da mão.

Já outro irmão de Devair, um rapaz Ivo Ferreira, ficou encantado também com o pó e levou um pouco de césio para sua filha, Leide Das Neves. A menina ficou radiante com o que via. Era um brilho azulado sensacional, e ficou brincando com o pó.

Na hora da janta, Leide, um criança como tantas outras, não lavou a mão e pegou um ovo cozido para comer. Ela ingeriu as partículas do césio junto com o ovo cozido. Outro irmão de Devair também teve contato direto com a substância.

No dia seguinte, a menina começou a passar muito mal, e seu pai rodou a cidade de Goiânia atrás de uma farmácia aberta atrás de remédio.

A esposa de Deviar, Maria Gabriela, que só piorava, começava a ser pressionada por uma vizinha a levar aquela capsula para a Vigilância Sanitária para saber o que era aquilo.

Enquanto isso, Devair, se divertia com o pó azulado. Só que ele estava cada vez mais doente, com a sua pele ficando cada vez mais escura e seus cabelos começando a cair.

A Descoberta do Caso

Maria Gabriela e um funcionário do ferro velho pegaram a peça e entraram num ônibus, repleto de gente, para ir até a Vigilância Sanitária, que não ficava muito longe do local.

Chegando lá, explicaram a situação, dizendo que estavam doentes e que havia mais gente doente, e que acreditavam que a causadora era aquela peça que levaram.

Os funcionários não entenderam nada, e disseram para ela que era para deixar o objeto com eles que iriam estudar e depois entrariam em contato dizendo o que era.

A peça fica em uma cadeira por dois dias, expondo os profissionais a radiação, até que finalmente identificaram como sendo uma peça de uma máquina de tratamento de cancer e que o pó dentro dela era Césio-137, um material muito radiativo e que poderia levar a morte.

Operação de Guerra

As principais autoridades da cidade de Goiânia se reuniram e viram que estavam diante de algo muito grande e que medidas urgentes precisavam ser tomadas. Só que na época ocorreria o GP Internacional de Motovelocidade no Autódromo Internacional Ayrton Senna. Para não gerar pânico na população da cidade nem nos estrangeiros que cobriam o evento, o governo da época tentou minimizar o acidente escondendo dados da população, dizendo que havia ocorrido um vazamento de gás.

No dia 29 de setembro de 1987, foi dado o alerta. Primeiro, foram até o ferro velho e levaram de lá, em um ônibus, todos os envolvidos, para o Estádio Olímpico Pedro Ludovico. Lá foi feita uma seleção dos casos mais graves, dependendo do nível de radiação presente no corpo das pessoas.

As vítimas mais graves, como a menina Leide, Maria Gabriela, Ivo, Devair e os dois funcionários do ferro velho que abriram a cápsula foram levadas para tratamento no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) mandou examinar toda a população da região. Mais de 112 mil pessoas foram até o estádio fazer a verificação se estavam contaminadas. A população de Goiânia começou a isolar as pessoas contaminadas com medo dessas pessoas transmitirem para elas radiação, que é algo que nosso olho não consegue ver.

No total 1000 pessoas foram expostas aos efeitos do césio, muitas com contaminação corporal externa revertida a tempo. Destas, 129 pessoas apresentaram contaminação corporal interna e externa concreta, vindo a desenvolver sintomas e foram apenas medicadas. Porém, 49 foram internadas, sendo que 21 precisaram sofrer tratamento intensivo; destas, quatro não resistiram e acabaram morrendo.

As Primeiras Mortes

No hospital do Rio de Janeiro, as pessoas tomavam vários banhos com sabão de cocô por dia, além de serem esfregadas para sair as partículas. Mas infelizmente, no dia 23 de outubro de 1987 duas pessoas morreram: Leide das Neves Ferreira - que se tornou símbolo da tragédia - e a esposa de Devair, Maria Gabriela Ferreira.

Leide foi enterrada em um cemitério comum em Goiânia, em um caixão especial de fibra de vidro revestida com chumbo para evitar a propagação da radiação. Apesar destas medidas, ainda houve um início de tumulto no cemitério, onde mais de 2 000 pessoas, temendo que seu cadáver envenenasse toda a área, tentou impedir seu enterro usando pedras e tijolos para bloquear a rua do cemitério. Depois de dias de impasse, Leide foi enterrada em um caixão de chumbo lacrado, erguido por um guindaste, devido às altas taxas de radiação.

No dia 27 de outubro morreu o primeiro dos empregados que abriram a cápsula, Israel Baptista dos Santos, de 22 anos e no dia seguinte morre o outro funcionário, Admilson Alves de Souza, de 18 anos

Maria Gabriela e esses dois funcionários também foram enterrados no cemitério de Goiânia em caixões de chumbo.

Operação Para Recolher o Lixo Radiativo

Para acabar com a contaminação, muitas casas foram esvaziadas, e limpadores a vácuo foram usados para remover a poeira antes das superfícies serem examinadas para detecção de radioatividade. Para uma melhor identificação, foi usada uma mistura de ácido e tintas azuis. Telhados foram limpos a vácuo, mas duas casas tiveram seus telhados removidos. Objetos como brinquedos, fotografias e utensílios domésticos foram considerados material de rejeito.

Os imóveis mais afetadas foram demolidos, como as casas de Ivo e o ferro velho do Devair. O preço dos imóveis despencou na região.

Cerca de 13 mil toneladas de lixo radioativo foram recolhidas na capital goiana após o acidente. Todo esse material com suspeita de contaminação foi levado  para a unidade de do Cnen em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana da capita, onde somente no ano de 1997, 10 anos após o acidente, foi enterrado.

Passadas mais de duas décadas, os resíduos já perderam metade da radiação. No entanto, o risco completo de radiação só deve desaparecer em pelo menos 275 anos.

Até hoje todos os contaminados ainda desenvolvem enfermidades relativas à contaminação radioativa, fato este muitas vezes não noticiado pela mídia brasileira.

As Mortes de Ivo e Devair

Devair, o dono do ferro velho que ficou encantado com o brilho do pó, e que levava o aparelho para cima e para baixo com ele, conseguiu sobreviver. Ele ficou vários meses internado e quando voltou para Goiânia era uma pessoal com aparência totalmente diferente. Ela pela ficou bem escura e ele perdeu os pelos do corpo.

Entrevistado na época, disse não se sentir culpado pelo que aconteceu, pois tinha total ignorância sobre o assunto. Logo a depressão tomou conta dele e se entregou ao alcoolismo, morrendo de cirrose 7 anos depois.

Outra a sobreviver ao desastre, mas que caiu em depressão foi Ivo, irmão de Deviar que levou o pó brilhante para mostrar para a filha Leide, de 6 anos, que acabou morrendo. Ele começou a fumar 6 maços de cigarro por dia! 120 cigarros! Morreu de enfisema pulmonar 6 anos depois da tragédia.

Consequências

Em 1996, os médicos Orlando Teixeira, Criseide de Castro e Carlos Bezerril, responsáveis pela clínica abandonada onde o aparelho de radioterapia foi achado, e o físico hospitalar Flamarion Goulart, foram condenados por homicídio culposo – três anos de prisão em regime semi-aberto. As penas foram trocadas por serviços comunitários.

O programa Fantástico fez uma matéria sobre os 30 anos do aniversário da tragédia, e nela o médico Flamarion Goulart, um dos condenados, fez uma revelação chocante: disse que a cápsula contendo césio-137 havia sido retirada do aparelho e levada para um hospital da cidade, mas misteriosamente alguém levou o objeto novamente para as ruínas da antiga clínica. Os outros envolvidos disseram desconhecer essa versão.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), que deveria fiscalizar o césio na clínica, foi condenada a prestar assistência médica às vítimas e a seus parentes. O governo do estado de Goiás e a Cnen foram obrigados a pagar indenizações.

Foi criada a Associação das Vítimas do Césio 137, presidida por Odesson, irmão de Devair. A Associação afirma que até o ano de 2012, quando o acidente completou 25 anos, cerca de 104 pessoas morreram nos anos seguintes pela contaminação, decorrente de câncer e outros problemas, e cerca de 1 600 tenham sido afetadas diretamente. Os resultados para as 46 pessoas com maior nível de contaminação estão mostrados no gráfico de barras abaixo. Várias pessoas sobreviveram, apesar das altas doses de radiação. Isto pode ter acontecido, em alguns casos, porque receberam doses fracionadas. Com o tempo, os mecanismos de reparo do corpo poderão reverter o dano celular causado pela radiação.

Após trinta anos do desastre radioativo, as várias pessoas contaminadas pela radioatividade reclamam por não estarem recebendo os medicamentos, que, segundo leis instituídas, deveriam ser distribuídos pelo governo.

Para evitar que aconteça algo parecido novamente, desde o acidente, a tecnologia melhorou. “Aquelas bombas de cobalto e cobre foram substituídas por aceleradores. Àquela época, existia o elemento radioativo emitindo constantemente a radiação. Agora, há um gerador de raio X confiável, que para de emitir quando desligado. O tratamento ficou mais eficaz. E foi o acidente com o césio que acelerou essa mudança”, explica o físico da Universidade de Brasília, em Ceilândia, Araken dos Santos Werneck Rodrigues.

Filme Césio 137: O Pesadelo de Goiânia

Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia é um filme escrito e dirigido por Roberto Pires. O Roteiro foi baseado em depoimentos das próprias vítimas do acidente ocorrido em Goiânia em setembro de 1987 com uma cápsula de césio 137 encontrada por dois catadores de sucata em um centro médico desativado. Foi lançado no ano de 1990 e tem duração de 115 minutos.


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Fontes (acessadas em 08/09/2017):
- Linha Direta Justiça: Acidente do Césio-137
- Fantástico: Reportagem dos 30 anos da Tragédia

- Wikipedia: Acidente radiológico de Goiânia
- G1: Veja fotos da época do acidente com o césio-137 em Goiânia
- G1: Maior acidente radiológico do mundo, césio-137 completa 26 anos
- Filme Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia
- Memoria Globo: ACIDENTE RADIOATIVO EM GOIÂNIA – CÉSIO 137
- Wikipedia.pt: Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia
- DefesaNet: Césio 137: O legado de uma tragédia

Kpa-Dwa: A Intrigante História Sobre a "Múmia de um Gigante da Patagônia" com 2 Cabeças e Quase 4 Metros de Altura!

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Por Marco Faustino

Acredito que a primeira vez, que falei sobre supostos "gigantes" sendo relacionados a civilizações antigas foi em outubro de 2015, quando, na época, um determinado site de notícias da cidade de Cuenca, no Equador, havia publicado uma espécie de matéria sobre esqueletos "surpreendentemente altos" descobertos nas regiões equatoriana e peruana da Amazônia (lembrando que a Amazônia não é completamente brasileira, apesar da maior parte estar compreendida em nosso território). Assim sendo, de acordo com uma equipe de pesquisa liderada pelo antropólogo britânico Russell Dement, os esqueletos estariam sendo analisados, naquela época, na Alemanha. Lembro muito bem que, naquela matéria abordei todos os detalhes que estavam sendo mencionados pelo site "Cuenca High Life" e, ainda por cima, tentei entrar em contato com a Universidade Livre de Berlim, que nunca retornou o contato. Aliás, aquela história nunca teve um desfecho e vocês poderão entender o motivo disso ao acompanhar tudo o que trouxe ao conhecimento de vocês na ocasião (leia mais: "Gigantes" na Amazônia? A Estranha Matéria Publicada Por Um Site de Notícias de Cuenca, no Equador). Na matéria também aproveitei a para mostrar o ser humano mais alto já registrado em nossa história. Isso não quer dizer, que no passado alguém não tivesse superado sua marca, mas era possível ter uma clara noção das dificuldade que um corpo humano possuía para lidar com 2.72 metros de altura!

Recentemente, também tivemos um caso, que foi amplamente noticiado pela mídia internacional, onde dizia que arqueólogos chineses teriam encontrado os restos mortais de "gigantes" que viveram há 5.000 anos na Terra, porém toda a história beirava fortemente um"clickbait" promovido pela mídia. O motivo? As medidas dos ossos mostravam, que ao menos um homem teria atingido a marca de 1,90 m, sendo que alguns outros teriam alcançado 1,80 m ou mais. Segundo Fang Hui, diretor da Escola de História e Cultura da Universidade de Shandong, na China, essa medida seria baseada apenas na estrutura óssea. Se a pessoa estivesse viva, sua altura certamente excederia 1,90 m. Por outro lado, os moradores de Shandong acreditavam que a altura fosse uma de suas características marcantes, sendo que estatísticas oficiais corroboravam nesse sentido. Em 2015, a altura média dos homens na faixa de 18 anos em Shandong era de 1,75 m, em comparação com uma média nacional de 1,72 m. Talvez isso não fosse tão alto quanto muitos esperavam, mas talvez fosse para os padrões chineses. Contudo, a utilização da palavra "gigante" obviamente chamava a atenção das pessoas. Fui o responsável por redigir o texto, com muita cautela, que posteriormente foi gravado pelo Mateus (saiba mais: Restos de Gigantes que Viveram há 5.000 Anos Encontrados na China! - M.A #201).

Agora, um membro da nossa Sociedade Secreta dos AssombradOs, chamado Luiz de Freitas, nos alertou para uma estranha notícia que havia sido publicada no site brasileiro do History Channel sobre a "impressionante múmia de um gigante patagônico de duas cabeças." A notícia também foi disseminada através da página do canal, no Facebook, onde citava que o corpo teria cerca de 3,66 metros de altura. Sem dúvida alguma, aquela era uma marca impressionante e uma alegação fantástica, razão pela qual a notícia foi compartilhada mais de 8.800 vezes e recebido mais de 29 mil reações. Contudo, será que essa história é mesmo verdadeira? Haveria mesmo a múmia de um gigante patagônico de duas cabeças, e quase quatro metros de altura? Será que ela está tão bem preservada assim ao ponto de reescrever nossa história e tudo o que sabemos sobre o corpo humano? Será que o gigante pertencia a uma raça diferente? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Como Essa Notícia Foi Divulgada no Site Brasileiro e na Página do Facebook do History Channel?


É importante vocês terem em mente, que o conteúdo publicado no site do History Channel, em 99,99% dos casos, não é gerado pelo próprio site, mas terceirizado. Além disso, para compor o texto, que quase sempre possui entre 4 a 6 parágrafos bem rasos, é utilizado apenas uma única fonte. Por sua vez, essas fontes quase sempre são referentes a sites com baixíssimo índice de credibilidade ou destinados a pura e exclusiva viralização de manchetes fantásticas ou fantasiosas, que beiram ou chegar a atravessar o liminar do que é conhecido como "clickbait".

Infelizmente, o site do History Channel não possui nenhuma preocupação em prestar uma informação completa sobre o que divulga e nem mesmo se preocupa em checar a credibilidade de suas fontes. Portanto, sempre desconfiem de títulos muito chamativos e alarmistas que sejam divulgados por eles, verifiquem de qual site partiu a informação, se o mesmo é confiável e consultem outros sites não somente em português, mas em outros idiomas (utilizem o Google Translator se for necessário) para saber mais do assunto.

Infelizmente, o site do History Channel não possui nenhuma preocupação em prestar uma informação completa sobre o que divulga e nem mesmo se preocupa em checar a credibilidade de suas fontes.
Assim sendo, sempre tenham um pé e meio atrás em relação ao site e a página do History Channel no Facebook, porque ambos são destinados apenas a viralização e não ao fornecimento de um conteúdo devidamente pesquisado. Ao longo da última década, o History vem se tornando cada vez mais uma fonte de desinformação do que informação, devido a exibição de inúmeros "mockumentários", séries contendo opiniões de supostos "especialistas", que não possuem quaisquer qualificações técnicas e acadêmicas e, para piorar, a disseminação de conteúdo sem qualquer análise mais cautelosa através das redes sociais.  Isso fica bem explícito pelo fato das notícias não apresentarem a data em que foram publicadas no site. Na verdade, essa é uma estratégia utilizada por sites destinados a divulgação de conteúdo viral, geralmente falso ou distorcido, para sempre poderem republicar nas redes sociais a mesma notícia após alguns meses. Uma vez que elas não possuem data no site e a população geralmente tem memória curta, as pessoas sempre acham que o conteúdo é novo, sendo que pode ter sido publicado há dois ou três meses até cinco anos atrás.

No caso do gigante da Patagônia, a notícia foi publicada no dia 4 de setembro, tanto no site quanto na página brasileira do Facebook pertencente ao History Channel. Para compor o texto foram utilizadas pouquíssimas informações de uma notícia publicada no Infobae, um portal de notícias argentino, no dia 15 de agosto desse ano. Acreditem, foram mesmo pouquíssimas informações. De qualquer forma, esse é um assunto recorrente na internet, e de vez em quando o mesmo surge através de algum site de "curiosidades" ou "mistérios".

No caso do gigante da Patagônia, a notícia foi publicada no dia 4 de setembro,
tanto no site quanto na página brasileira do Facebook pertencente ao History Channel.
Confiram o que foi publicado no site do History:

"Em um museu modesto de Baltimore, nos Estados Unidos, estão expostos os restos mumificados de um homem gigante, de 3,66 metros, que é, na verdade, um autêntico fenômeno da natureza, não somente por sua estatura, mas também porque tem duas cabeças.

Trata-se de uma verdadeira lenda, cujas origens remontam ao ano de 1.500, quando Fernando de Magalhães chegou ao litoral da Patagônia argentina, durante a expedição que buscava uma passagem entre o Oceano Atlântico e o Pacífico. 


As lendas da época situam Kap-Dwa, o gigante de duas cabeças, na região patagônica. Não há registros que permitam estabelecer sua procedência com precisão. Por isso, sua existência seria explicada por duas histórias.

Notícia publicada no site brasileiro do History Channel
Uma delas diz que Kap-Dwa foi encontrado por marinheiros espanhóis um século depois de Magalhães visitar as praias do sul argentino, em 1670. Na época, ele havia sido capturado e transportado em um navio, onde morreu perfurado por uma lança enquanto lutava por sua liberdade.

A outra história conta que o gigante de duas cabeças foi encontrado morto em uma praia, com uma lança atravessada no peito. De acordo com essa versão, ele era oriundo de terras paraguaias, onde foi mumificado por nativos do local que o adoravam como uma divindade.
"

Se vocês prestarem bem a atenção é possível para notar a confusão que eles conseguiram fazer em apenas cinco parágrafos. No texto menciona-se que são os restos mumificados de um homem gigante, um autêntico fenômeno da natureza, mas que se trata de uma lenda, e que ainda por cima não há registros que permitam estabelecer sua procedência. Isso não faz nenhum sentido, entendem? É afirmado algo sem nenhuma prova do que se afirma, e isso em termos de história é bem delicado.

De Onde Partiu a Informação Publicada no Site Brasileiro do History Channel?

 
Agora, para vocês terem um comparativo adequado, confiram o que foi publicado no site do Infobae, fonte utilizada pelo site brasileiro do History Channel, que não é um site dedicado a trazer temas históricos a população, mas um portal de notícias variadas:

"Em um pequeno museu de Baltimore, nos Estados Unidos, ou melhor, em uma 'loja de horrores', estão preservados os restos mumificados de um gigante de 3,66 metros com duas cabeças, que asseguram ter origem patagônica.

No texto publicado pelo Infobae é mencionado, que em um pequeno museu de Baltimore, nos Estados Unidos, ou melhor, em uma "loja de horrores", estão preservados os restos mumificados de um gigante de 3,66 metros com duas cabeças, que asseguram ter origem patagônica
Para entender o início da lenda devemos voltar alguns séculos, quando o marinheiro português Fernão de Magalhães chegou ao litoral da Patagônia, entre 1510 e 1520, em busca de uma passagem entre o Atlântico e o Pacífico, que atualmente possui o seu nome (o estreito de Magalhães, que é uma passagem navegável de aproximadamente 600 km imediatamente ao sul da América do Sul continental). Porém, essa jornada não serviu apenas para encontrar o famoso estreito, mas para colocar essa parte do mundo como um dos epicentros da vida "gigantesca".

Antonio Pigafetta, marinheiro leal de Magalhães, escreveu no livro de registros da viagem: 'Nós vimos próximo da praia (na Terra do Fogo) um homem tão grande, que nossa cabeça atingia apenas a sua cintura'. Antonio e a tripulação os chamaram de 'Patagões'. Alguns historiadores asseguram, que a nome vem do grande tamanho de seus pés, outros dizem que foi decorrente de um romance popular na época, o 'Primaleón', que incluía uma raça de selvagens chamados de 'Patagônios'. Por uma razão ou outra, foi assim que originou-se o nome Patagônia.

Ilustração se referindo a captura do gigante de acordo com a primeira versão da lenda
Imagem de corpo inteiro do suposto gigante em exposição nos Estados Unidos
A questão é que, gigantes ou não, a Patagônia foi marcada por essas lendas e há uma história particular que coloca esta região do mundo como a progenitora de um fenômeno único: Kap Dwa, o gigante com duas cabeças. A realidade é que não existe um documento confiável daquela época, que ajude a verificar a origem desse ser, sua existência ou aparição, sendo assim baseada em duas histórias.

De acordo com a primeira, Kap Dwa foi encontrado por marinheiros espanhóis mais de um século após a visita de Magalhães, por volta de 1670, em uma praia do Sul. Então, ele foi capturado e levado para um navio, onde ele foi amarrado a um mastro. Porém, ele conseguiu escapar dos laços e começou a lutar por sua liberdade, mas acabou sendo morto devido a uma lança que atravessou seu peito. Então, ele foi mumificado de modo a chegar na costa da Grã-Bretanha, onde se tornou um fenômeno, e mais tarde, no início do século XIX, chegou aos Estados Unidos, onde continuou sua jornada como uma raridade circense.

Publicidade sobre o "Kap-Dwa" na década de 1960 (à esquerda),
e uma publicidade mais recente do local onde atualmente se encontra (à direita)
A segunda história alega que o gigante foi encontrado morto em uma praia com uma lança cravada no peito. De acordo com esta versão, sua origem seria o Paraguai, onde os nativos mumificaram seu corpo e o veneraram até que George Bickle, capitão da embarcação britânica Olive Branch, conhecesse a história e roubasse o cadáver para transportá-lo para o Reino Unido. Em 1914, após passar por diversas feiras de espetáculos, os restos mortais foram parar no píer Birnbeck, na cidade de Weston-super-Mare, onde ficou em exposição por 45 anos, até que Lord Thomas Howard o comprou em 1959. Essa segunda versão pertence a Robert Gerber, colecionador norte-americano de raridades, que atualmente possui o corpo, e que passa todos os dias em frente à vitrine que protege o Kap Dwa, em sua loja de horrores, conhecida como 'Bob's Side Show'.

Notaram a diferença? A texto publicado pelo Infobae também carece de uma pesquisa mais aprofundada sobre o assunto, mas possui uma qualidade informativa superior, data, outras imagens que não foram publicadas etc. Sendo assim, nada mais justo do que ir atrás dessas informações, e mostrar a vocês se elas realmente procedem ou não.

Começando a Desvendar a Realidade Por Trás de Toda Essa História Sobre um Gigante de Duas Cabeças da Patagônia: O Relato de Antonio Pigafetta


Vamos começar a destrinchar essa história pelo chamado "Relazione del primo viaggio intorno al mondo", que é o relatório da expedição do navegador português Fernão de Magalhães, escrito por Antonio Pigafetta (um marinheiro, geógrafo e escritor italiano, que pagou de seu próprio bolso uma expressiva quantia para acompanhar e auxiliar o capitão português a serviço da Espanha, Fernão de Magalhães em sua viagem ao redor do mundo), e que foi publicado entre 1524 e 1525.

Curiosamente, o relato original está escrito em uma mistura do italiano falado naquela época, em Veneza, com palavras em espanhol. O mesmo permanece entre os mais importantes documentos de viagem de sua época. Apesar do texto original já ter sido traduzido em alguns outros idiomas, é necessário ter cautela para acabar não traduzindo ou interpretando uma palavra fora do seu real contexto.

Fernão de Magalhães, o navegador português a serviço da Espanha
Antonio Pigafetta, um marinheiro, geógrafo e escritor italiano, que pagou de seu próprio bolso uma expressiva quantia para acompanhar e auxiliar o capitão português a serviço da Espanha, Fernão de Magalhães em sua viagem ao redor do mundo
Assim sendo, voltando consideravelmente no tempo, no ano de 1520, Fernão de Magalhães tirou um tempo de sua agitada agenda de navegação ao redor do mundo, e parou no que atualmente é a Patagônia, onde ele teria encontrado um gigante nu, dançando e cantando na praia. Magalhães ordenou que um dos seus homens permanecesse em contato com o mesmo para corresponder a dança e ao canto, em uma demonstração de amizade. A estratégia funcionou, e o homem conseguiu levar o gigante até uma pequena ilha, onde o capitão (Magalhães) o aguardava.

Para descrever a cena, havia o próprio Antonio Pigafetta, que por sua vez manteve um diário de viagem, e que se tornaria posteriormente o "Relazione del primo viaggio intorno al mondo" (também conhecido como "Magellan’s Voyage: A Narrative Account of the First Circumnavigation", em uma das edições traduzidas para o inglês). Acompanhe um trecho do livro sobre esse encontro (utilizando uma versão traduzida e editada em inglês por R.A. Skelton, e publicada pela Editora da Universidade de Yale, em New Haven, em 1969):

"Entretanto, um dia (sem que ninguém estivesse esperando), vimos um gigante que estava na praia, completamente nu, e que dançava, pulava e cantava. Enquanto cantava, ele jogava areia e poeira em sua cabeça. Nosso capitão enviou um de seus homens até ele, intimando-o a pular e cantar da mesma forma que ele, para tranquilizá-lo e mostrar amizade. Assim foi feito. 

Imediatamente, o homem do navio, dançando, levou esse gigante para uma pequena ilha, onde o capitão o aguardava. E, quando ele ficou diante de nós, ele começou a se maravilhar e a ficar com medo, e ergueu um dedo para cima, acreditando que tivéssemos vindo dos céus. E, ele era tão alto, que o mais alto de nós batia em sua cintura. De qualquer forma, ele tinha uma boa proporção corporal. Ele tinha um rosto bem grande e pintado ao redor do mesmo de vermelho; em volta dos olhos era pintado de amarelo, e no meio de suas bochechas havia dois corações pintados. Ele quase não tinha cabelo em sua cabeça, e o que tinha estava pintado de branco.

Capa do livro "Magellan’s Voyage: A Narrative Account of the First Circumnavigation", uma versão traduzida e editada em inglês por R.A. Skelton, e publicada pela Editora da Universidade de Yale, em New Haven, em 1969
Quando ele foi trazido ao capitão, ele estava coberto com a pele de um determinado animal, cuja pele estava habilmente costurada. E esse animal tem a cabeça e as orelhas tão grandes quanto de uma mula, um pescoço e corpo assim como de um camelo, as pernas de um cervo macho e a cauda assim como a de um cavalo. Há um grande número desses animais no referido local. 

Esse gigante tinha os pés cobertos com a pele do referido animal como se fossem sapatos, e ele carregava na mão um arco pequeno e grosso, com uma corda grossa, feita a partir dos intestinos do referido animal, com um monte de flechas de cana, que não eram muito longas e eram emplumadas assim como as nossas, mas não tinham pontas de ferro. Porém, na ponta, existiam pedras pequenas, pretas e brancas, e eram bem afiadas. Eram semelhantes as setas usadas pelos turcos.

Primeira parte do livro "Magellan’s Voyage: A Narrative Account of the First Circumnavigation",
onde menciona-se a suposta existência de "gigantes" na Patagônia
O capitão fez com que o gigante recebesse comida e bebida, então ele lhe mostrou outras coisas, entre elas um espelho de aço. Quando o gigante viu a si mesmo ficou muito apavorado, saltando para trás, e jogando quatro homens no chão. Depois disso, o capitão deu-lhe dois sinos, um espelho, um pente e um 'paternosters', e o enviou de volta à praia, fazendo com que ele fosse acompanhado por quatro homens armados. Um dos companheiros do gigante, que nunca viria ao navio, vendo o outro retornar com nossos homens, avançou e correu para o local onde viviam os outros gigantes. Eles se perfilaram, um após o outro, completamente nus, e começaram a pular e a cantar, levantando um dedo para o céu e mostrando ao nosso povo um certo pó branco feito de raízes de ervas, que eles mantinham em potes de barro, e fizeram sinais de que eles viviam daquilo, e que eles não tinham mais nada além desse pó. Com isso, nossos homens fizeram sinais de que eles deveriam vir aos navios, e que eles os ajudariam a abastecer suas provisões.

Então, esses homens vieram, carregando apenas arcos em suas mãos. Porém, suas esposas vieram logo após eles, carregadas feito burros, e transportando seus bens. E as mulheres não eram tão altas quanto os homens, mas um pouco mais gordas. Quando as vimos, ficamos maravilhados e atônitos, pois tinham seios com meio côvado de comprimento (cerca de 22,5 cm), rostos pintados, e vestidas como os homens. Porém, elas usavam uma pequena pele na frente para cobrir suas partes íntimas. Eles trouxeram com eles quatro desses pequenos animais dos quais eles faziam suas roupas, e os conduziram em uma coleira com uma corda. Quando essas pessoas desejavam capturar esses animais, cuja pele estavam vestindo, amarravam um dos jovens a um arbusto e, então, os grandes vinham brincar com os menores. Os gigantes escondidos na mata, matavam os maiores com suas flechas. Nossos homens pegaram dezoito desses gigantes, homens e mulheres, que foram divididos em duas partes, metade de um lado do porto e a outra metade do outro, para pegar os referidos animais.
Segunda parte do livro "Magellan’s Voyage: A Narrative Account of the First Circumnavigation",
onde menciona-se a suposta existência de "gigantes" na Patagônia
Terceira parte do livro "Magellan’s Voyage: A Narrative Account of the First Circumnavigation",
onde menciona-se a suposta existência de "gigantes" na Patagônia
Seis dias depois, nossos homem foram cortar madeira e viram outro gigante com o rosto pintado e vestido assim como os demais, que carregava um arco e flecha na mão. Ele se aproximou dos nossos homens, tocando sua cabeça várias vezes seguidas e posteriormente o seu corpo. Então, ele fez o mesmo com nossos homens. Uma vez feito isso, ele levantou as duas mãos para o céu. Ao ficar sabendo disso, o capitão enviou um barco para buscá-lo e o levou a uma das pequenas ilhas em que os navios estavam ancorados. Na ilha, o capitão fez com uma casa fosse construída para armazenar algumas coisas dos navios enquanto ele permanecia no local. O gigante era mais disposto que os demais, muito gracioso e amável, e adorava dançar e pular. E, quando dançava, ele afundava a terra até um palmo de profundidade onde seus pés tocavam. Ele ficou conosco por muito tempo e, ao final, nós o batizamos e o chamamos de John. O referido gigante pronunciava o nome de Jesus, o Pai Nosso, a Ave Maria e o seu próprio nome tão claramente quanto nós. Porém, ele tinha uma voz terrivelmente alta e forte. O capitão deu-lhe uma camiseta, um colete de pano, um chapéu, um espelho, um pente, sinos, entre outras coisas, e o enviou de volta para onde veio, sendo que ele ficou muito alegre e feliz..."

Contudo, toda essa história não terminou tão bem assim. Para encurtar a mesma, no dia seguinte, o referido gigante voltou e trouxe alguns dos grandes animais acima mencionados e, em troca, o capitão lhe deu outras coisas, para que ele pudesse trazer mais animais. Porém, ele não voltou novamente. Supostamente os outros gigantes o mataram, porque ele teria ido visitar os europeus. Essa parte não está disponível publicamente no livro "Magellan’s Voyage: A Narrative Account of the First Circumnavigation", porém encontrei uma outra edição disponível no site "Open Library", traduzida por James Alexander Robertson, e publicada em 1906, para continuar essa história para vocês.

Trecho dando continuidade da narrativa de Antonio Pigafetta sobre supostos gigantes na Patagônia
Mais um trecho da narrativa de Antonio Pigafetta sobre supostos gigantes na Patagônia
Um dos últimos trechos da narrativa de Antonio Pigafetta sobre supostos gigantes na Patagônia
Quinze dias depois, outros quatro gigantes foram avistados. O capitão planeja manter os dois mais jovens para levá-los até a Espanha. Contudo, isso também não deu nada certo. Fernão de Magalhães mandou que fossem colocados grilhões de ferro nos pés dos gigantes (assim como era feito com os escravos), que inicialmente ficaram maravilhados com aquele "apetrecho", mas posteriormente perceberam que estavam sendo enganados. Houve muita confusão, uma certa luta corporal, até que dois dos quatro gigantes foram enviados para terra firme, visto que o capitão também planejava levar a esposa de um dos gigantes, que estava à bordo, mas no final das contas houve mais um confronto direto entre os europeus e os gigantes, sendo que um membro da tripulação foi ferido por uma seta, que perfurou a sua coxa, e acabou morrendo na praia.

Aparentemente, todos os gigantes conseguiram escapar ilesos, ou seja, fugiram e nunca mais foram vistos. Segundo o relato, os tais gigantes corriam mais rápidos que cavalos e pulavam constantemente, ou seja, eram alvos difíceis de serem acertados.

Os "Gigantes da Patagônia" que Não Eram Tão Gigantes Assim: Outras Expedições Visitaram o Local e Relataram Algo um Pouco Diferente dos Espanhóis


A questão, no entanto, é que Fernão de Magalhães e Antonio Pigafetta não foram os únicos navegadores ou exploradores a visitarem o que atualmente consideramos como a Patagônia. Cerca de um século depois, em 1628, o sobrinho de Sir Francis Drake (capitão e corsário que realizou a segunda circunavegação do mundo em uma única expedição, de 1577 a 1580, e foi o primeiro a completar a viagem como capitão enquanto liderava a expedição durante toda a circunavegação) detalhou a circunavegação de seu tio no livro "The World Encompassed". Confiram um trecho sobre o que ele escreveu em relação aos tais "gigantes":

"Magalhães não estava totalmente enganado ao citá-los como gigantes, porque eles diferem do tipo comum de homens, tanto em estatura, massa e força corporal, quanto no horror de suas vozes, mas, por outro lado, eles não são nada monstruosos, nem mesmo gigantes conforme foi relatado. Alguns homens ingleses são tão altos quanto alguns que pudemos ver, mas talvez os espanhóis não esperavam que os ingleses chegassem até lá para repreendê-los... Cinco côvados, ou seja, 2,3 metros, descreveria a altura total (ou um pouco mais) do mais alto deles. Porém, o certo é que as crueldades espanholas os tornaram mais monstruosos, tanto no pensamento quanto no comportamento, do que eles são fisicamente, e muito mais inóspitos para lidar com qualquer estrangeiros após isso"

Cerca de um século depois, em 1628, o sobrinho de Sir Francis Drake (capitão e corsário que realizou a segunda circunavegação do mundo em uma única expedição, de 1577 a 1580, e foi o primeiro a completar a viagem como capitão enquanto liderava a expedição durante toda a circunavegação) detalhou a circunavegação de seu tio no livro "The World Encompassed"
Apesar do sobrinho de Sir Francis Drake estar mais preocupado em desacreditar os espanhóis e culpá-los pela "monstruosidade" dos gigantes, o mesmo tinha reduzido a altura dos mesmo em mais de um metro. Isso, sem dúvida alguma, mudava muita coisa no rumo dessa história.

No século XVII, o mito ainda estava vivo e entretinha os europeus. Horace Walpole, um historiador inglês e romancista gótico, publicou um relato chamado "An Account of the Giants Lately Discovered: In a Letter to a Friend in the Country" após o retorno do capitão John Byron, em 1766, que tinha circunavegado o mundo à bordo do HMS Dolphin. Havia vazado uma espécie de boato, que a tripulação tinha visto gigantes de 2,7 metros na América do Sul. Considerando que John Byron havia chegado em maio daquele ano e o texto de Horace foi publicado em julho, era possível notar como a "informação" tinha corrido solta por Londres. Em seu relato 31 páginas, Horace Walpole satirizou toda a ideia e sugeriu corajosamente, que um número limitado de mulheres gigantes poderiam ser "importadas para consertar a raça britânica".

Para vocês terem uma ideia, um ano depois, ou seja, em 1767, o explorador francês Louis de Bougainville chegou a mencionar que o patagônio mais alto que ele encontrou tinha apenas 1,75 m. Assim sendo, a visão "romântica" e "exagerada" do relato espanhol estava sucumbindo aos poucos.

Marinheiro inglês oferecendo pão a uma mulher gigante da Patagônia. Ilustração principal do livro "Viaggio intorno al mondo fatto dalla nave Inglese il Delfino comandata dal caposqadra Byron" (Florença, 1768), a primeira edição italiana de "John Byron’s A Voyage Round the World in His Majesty’s Ship the Dolphin"
O relato oficial da viagem de Byron surgiu apenas em 1773, e finalmente desfez todo aquele mito gerado inicialmente pela expedição espanhola. Confira o que foi escrito:

"Quando chegamos a uma pequena distância da costa, vimos, o mais próximo possível, cerca de quinhentas pessoas, algumas a pé, mas a maior parte a cavalo. Uma delas, que posteriormente aparentava ser o chefe, veio em minha direção: ele tinha uma estatura gigantesca, e parecia contextualizar os contos de monstros de forma humana. Se eu for levar em consideração a sua estatura em relação a minha, não deve ser muito inferior a 2,10 m... O Sr. Cumming (um dos oficiais de Byron) chegou com o tabaco (um presente), e não pude deixar de notar sua expressão atônita quando ele percebeu, mesmo tendo 1,87 m de altura, que era um pigmeu entre os gigantes. Essas pessoas podiam ser chamadas mais de gigantes do que homens altos... O menor deles era pelo menos 10 cm mais alto".

Detalhe de "O Encontro entre o Comodoro Byron e os Patagônios" do Volume 1 de "John Hawkesworth’s An Account of the Voyages Undertaken by the Order of His Present Majesty for Making Discoveries in the Southern Hemisphere and Successively Performed by Commodore Byron, Captain Wallis, Captain Carteret, and Captain Cook" (Londres, 1773)
Resumindo, não havia gigantes de 3,6 ou quase 4 metros de altura, mas seres humanos que possuíam pelo menos entre 1,97 e 2,10 metros. Algo que normalmente não se comenta quando se toca nesse assunto é que, naquela época, os europeus tinha estatura média de 1,55 m, ou seja, eram bem baixos se comparados a seres humanos de 1,97 m de altura. Atualmente, essa estatura mais alta chega a ser a média de altura de jogadores de vôlei que, ao serem entrevistados por repórteres, principalmente do sexo feminino, aparentam ser verdadeiros gigantes.

Enfim, na verdade, Fernão de Magalhães e os demais exploradores se depararam com os "Tehuelches", também chamados de "Patagões" ou "Patagônios", que são um grupo de etnias ameríndias da Patagônia (atualmente estima-se que a média de altura dos "Tehuelches" girava em torno de 1,80 m). Eles eram chamados de Patagões (ou seja, "pés grandes") pelos exploradores espanhóis, que encontravam grandes pegadas feitas pelas tribos nas praias da Patagônia. Na verdade, essas pegadas eram feitas pelas botas de couro de guanaco (um "parente" próximo da lhama), que os "Tehuelches" usavam para cobrir seus pés. O calçado era bem maior que seus próprios pés, de modo que aquecesse de forma mais eficaz e protegesse o contato com o gelo. Portanto, é possível imaginar o espanto dos exploradores europeus.

Enfim, na verdade, Magalhães e os demais exploradores se depararam com os "Tehuelches", também chamados de "Patagões" ou "Patagônios", que são um grupo de etnias ameríndias da Patagônia. Eles eram chamados de Patagões (ou seja, "pés grandes") pelos exploradores espanhóis, que encontravam grandes pegadas feitas pelas tribos nas praias da Patagônia
Obviamente, você pode se perguntar sobre essa média de altura mais elevada, mas existe uma explicação para isso que chama "Regra de Bergmann": animais, incluindo seres humanos, tendem a crescer mais em climas mais frios, e menos em climas mais quentes. Possuindo um grande corpo, você perde calor mais lentamente e, portanto, está melhor adaptado para sobreviver a temperaturas congelantes. Não é por acaso que o maior predador terrestre do mundo, o urso polar, se encontra no extremo norte, enquanto criaturas tropicais, que perdem calor mais rapidamente, estão melhor adaptadas às selvas tropicais. E, ao longo da evolução, os ambientes também podem exercer a mesma pressão sobre os seres humanos, ou seja, os nativos da Patagônia seriam naturalmente maiores que os europeus. Isso sem contar, é claro, com as diferenças de alimentação, eventuais anomalias genéticas etc.

As pessoas também podem alegar que os gigantes ou o gigante encontrado por Fernão de Magalhães sofria de alguma desordem na glândula pituitária, visto que isso faria liberar níveis desenfreados do hormônio do crescimento, assim como aconteceu no caso de Robert Pershing Wadlow, o homem mais alto já registrado na história, que viveu apenas 22 anos, alcançando 2,72 metros de altura e pesando 220 kg no momento da sua morte. O corpo humano, no entanto, simplesmente não é destinado a crescer a tais alturas. Um exemplo disso foi o próprio Robert, que mal conseguia caminhar sem a ajuda de uma bengala, quanto mais correr mais rápido que um cavalo (conforme os tais gigantes patagônicos faziam segundo o relato dos espanhóis).

A família de Robert Pershing Wadlow. Da esquerda para direita, seu irmão Eugene, sua mãe Addie com o caçula Harold Jr.,o próprio Robert ao centro com sua irmã Betty, logo abaixo, que por sua vez está ao lado do pai, o Sr. Harold e a irmã Helen, mais a direita
Os gigantes pituitários normalmente têm uma vida muito mais curta do que um ser humano comum, porque seus corações, embora sejam proporcionalmente maiores, lutam para bombear o sangue através de seus corpos.  Antes que alguém possa imaginar outro cenário para explicar a tal "múmia patagônica"é muito improvável, por exemplo, que tenha havido a ocorrência de gêmeos siameses com alguma desordem na glândula pituitária entre os povos Tehuelches. Seria algo extremamente raro, sendo ainda mais improvável encontrar e manter os restos mortais em boas condições de um exemplar como esse até os dias de hoje, e sem maiores cuidados especiais.

Portanto, a suposta "múmia patagônica" soa muito mais ser uma fraude entre tantas alegações fantásticas que surgiram ao longo das décadas e dos séculos, do que qualquer outra coisa. Não existe nenhum documento histórico, minimamente confiável, que possa comprovar a origem da múmia. Além disso, motivos para considerá-la uma fraude não faltam.

Se não é um "Gigante", o que Está em Exibição em um "Museu" nos Estados Unidos? O Local é Mesmo um Museu? Tudo Não Passa de uma Fraude?


Acho que é possível notar e dizer, com uma boa margem de segurança, que a "múmia patagônica"é uma fraude. Agora, se a mesma é uma fraude taxidérmica, quem a fez e por qual razão? Bem, a única versão das histórias, que tentam explicar de onde veio a "múmia de um gigante de duas cabeças"é aquela apontando sua origem como sendo o Paraguai, onde os nativos teriam mumificado seu corpo e o venerado até que George Bickle, o capitão da embarcação britânica Olive Branch, tomasse conhecimento da história e roubasse o cadáver para transportá-lo para o Reino Unido. Só existe um único e grande problema nessa história: não há nenhuma prova documental que um capitão inglês chamado George Bickle tenha existido, ou seja, aparentemente esse nome teria sido inventado.

Independentemente da história sobre sua "origem", o "Kap-Dwa" (que significa "duas cabeças" em malaio, visto que "kepala"é cabeça e "dua"é o número "dois", o que torna a história ainda mais sem sentido quando aplicado a Patagônia) aparentemente circulou pelo Reino Unido no fim do século XIX. Obviamente, sempre há quem acredite, que se trate de um verdadeiro ser humano gigantesco de duas cabeças, porém é importante deixar bem claro, que nunca foi fornecida uma única evidência taxidérmica, que possa comprovar isso. Nunca foi feito nenhum exame, nenhuma investigação mais aprofundada, análise de DNA etc. Não existe absolutamente nada nesse sentido.

Foto do "gigante de duas cabeças",
que se encontra no interior da loja "The Antique Man", em Baltimore, nos Estados Unidos
Mais uma foto do "gigante de duas cabeças",
que se encontra no interior da loja "The Antique Man", em Baltimore, nos Estados Unidos
Houve até quem dissesse que estudantes da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, no estado norte-americano de Maryland, teriam realizado uma exame de ressonância magnética no corpo do "Kap-Dwa", porém não existe nenhuma informação pública disponível sobre isso, ou seja, tudo indica ser mais uma mentira. Também já foi mencionado ao longo do tempo, que dois médicos e um radiologista teriam inspecionado o corpo na década de 1930, e não teriam encontrado indícios de farsa, mas ninguém cita os nomes dos médicos, do radiologista, de alguma declaração dos mesmos em veículos de imprensa etc. Para piorar a situação, há quem acredite que o Kpa-Dwa tenha vindo da África ou até mesmo de Cuba!

Para piorar a situação, há quem acredite que o Kpa-Dwa tenha vindo da África ou até mesmo de Cuba!
As questionáveis histórias sobre a origem do "Kap-Dwa" e sua propagação ao redor do mundo como sendo uma mera atração de espetáculos circenses ou então dos chamados "shows de horrores" ou "freak shows" prejudicam consideravelmente a sua credibilidade. Aliás, algumas pessoas sugerem que o "Kap-Dwa" tenha sido um dos projetos de P. T. Barnum, um empresário do ramo do entretenimento norte-americano, lembrado principalmente por promover fraudes famosas, tais como a "Sereia de Fiji" e o "Jackalope" (o cruzamento folclórico entre uma lebre e um antílope).

Curiosamente, reparem no aspecto meio artificial (aparentando ser arte feita de papel ou borracha) que a "múmia" tinha entre 1968 e 1972, na imagem abaixo. Bem estranho, não é mesmo?

Curiosamente, reparem no aspecto meio artificial (aparentando ser arte feita de papel ou borracha) que a "múmia" tinha entre 1968 e 1972, na imagem acima. Bem estranho, não é mesmo?
Para completar, é necessário dizer que a tal múmia é mantida como se fosse um objeto qualquer em uma redoma de vidro, sem nenhum cuidado especial, dentro de uma loja chamada "The Antique Man", que na verdade não é bem um museu como vocês imaginam, mas uma espécie de coletânea de objetos que, em grande parte, não são antiguidades reais, mas reproduções artísticas ou imitações baratas dos itens originais.

O local estaria mais para um antiquário (ainda que muito questionável em relação a procedência dos objetos) e uma "loja dos horrores", do que um museu de verdade. Aliás, a própria loja indica o que é em sua fachada: um mercado de pulgas (comércio de bens antigos, usados e outras mercadorias).



O local estaria mais para um antiquário (ainda que muito questionável em relação a procedência dos objetos) e uma "loja dos horrores", do que um museu de verdade. Aliás, a própria loja indica o que é em sua fachada: um mercado de pulgas (comércio de bens antigos, usados e outras mercadorias).
Foto mostrando a parte interna da loja "The Antique Man", em Baltimore, nos Estados Unidos
Mais uma foto mostrando o Kpa-Dwa a partir de um ângulo bem diferente
Geralmente, aqueles que tentam manter um certo "mistério" sobre o mesmo, citam que o "Kpa-Dwa" está em um museu justamente para passar um certo ar de credibilidade. Agora, se a múmia tivesse alguma chance de ser real, vocês acham mesmo que estaria em um mercado de pulgas, em Baltimore, nos Estados Unidos? Com certeza algum museu de verdade já teria adquirido essa múmia no passado, e a mantido sob condições de refrigeração e iluminação adequadas, de modo a preservá-la por muitas e muitas décadas.

Portanto, AssombradOs, não há muito mais do que falar sobre isso. Infelizmente, nada indica que a "múmia" seja verdadeira. Muito provavelmente, a tal "múmia" foi fabricada em tempos modernos na Europa ou nos Estados Unidos (ou quem sabe no Sudeste Asiático, basta lembrar da "Sereia de Fiji"), e não foi originalmente encontrada de forma natural em terras estrangeiras, muito menos em um passado distante. Qualquer outra pessoa, que tenta alega que a múmia seja autêntica, que apresente provas, documentos, análises laboratoriais e perícias realizadas por antropólogos renomados. Simples assim. Fora isso é apenas mais uma mera história fantasiosa entre tantas que correm livremente pelo mundo. Sem dúvida alguma é muito legal e divertido imaginar essa possibilidade, mas não é tão legal ser privado de toda essa explicação.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://cryptidz.wikia.com/wiki/Kap-Dwa
http://forbiddenarchaeology2016.weebly.com/blog-posts-about-giants/kap-dwa-the-real-story-behind-the-two-headed-giant-by-tucker-kovalchek
http://greaterancestors.com/kap-dwa-the-12-foot-two-headed-giant/
http://www.ancient-origins.net/unexplained-phenomena/tales-two-headed-giant-are-legends-kap-dwa-real-008594/page/0/2
http://www.cadena3.com/contenido/2017/08/16/Kap-Dwa-el-misterioso-gigante-patagonico-de-dos-cabezas-190050.asp
http://www.dicionarioinformal.com.br/patag%C3%A3o/
http://www.freaklore.com/kap-dwa-two-headed-giant-displayed-for-all-to-see
http://www.sideshowworld.com/40-ATS/Two-Headed/Mummy.html
http://www.theantiquemanltd.com/
https://archive.org/stream/magellansvoyagea01piga_0?ref=ol#page/60/mode/2up
https://books.google.com.br/books?id=sclFZPrPVhsC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false
https://ia600602.us.archive.org/29/items/magellansvoyagea01piga_0/magellansvoyagea01piga_0.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Patagónia
https://seuhistory.com/noticias/impressionante-mumia-do-gigante-patagonico-de-duas-cabecas
https://www.cascada.travel/en/News/Truth-About-Patagonias-Giants
https://www.wired.com/2014/09/fantastically-wrong-giants-of-patagonia/

A Última Música: Conheça a Empresa que Cria Discos de Vinil Contendo Cinzas Humanas como Recordação dos Entes Queridos!

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Por Marco Faustino

A morte continua sendo um grande tabu para inúmeras pessoas e famílias, e por uma motivo bem simples: ninguém costuma desejar ou gostar muito de pensar na morte. Nesse sentido, certa vez comentamos sobre as águas de uma piscina de um centro esportivo da cidade de Redditch, que fica a cerca de 185 km a nordeste de Londres, capital da Inglaterra, que eram aquecidas por um crematório local. Em 2011, o governo local tentou aprovar a construção de uma piscina pública, integrada a um novo centro esportivo, que passaria a ser aquecida pelo calor de um forno crematório, vizinho do local. A ideia era simplesmente transportar o calor gerado pela incineração, que atinge uma temperatura de 800ºC, através de canos, ao invés de simplesmente ser liberado na atmosfera por uma chaminé. Na época, essa proposta surgiu tendo como objetivo economizar o equivalente a R$ 38.000 por ano com energia elétrica. E isso não era pouca coisa, visto que representava cerca de 40% do valor gasto pelo centro esportivo. Nem todo mundo, é claro, gostou dessa proposta. Simon Thomas, de uma funerária local chamada "Thomas Brothers Funeral", chegou a classificar o projeto de estranho, assustador e doentio. Ele não se sentia confortável em economizar dinheiro em benefício da morte de algum membro da família ou amigos. Aliás, para ele toda essa história seria um fracasso, e a piscina seria rejeitada pela população. Após muita discussão o projeto saiu do papel em 2013, e desde então tem gerado uma economia e um benefício significativo para toda a população local.

Em outubro do ano passado, também comentamos sobre um artista plástico chamado Justin Crowe, 28 anos, que possuía um estúdio em Santa Fé, no México, e que se tornou a primeira pessoa a incorporar cinzas humanas em um aparelho de jantar, no ano anterior, como parte de um projeto de arte chamado "Nourish". Porém, seus amigos gostaram tanto da ideia, que passaram a fazer pedidos customizados para eles. Assim sendo, ele transformou sua ideia em negócio, e a empresa dele, a "Chronicle Cremation Design", continua oferecendo até hoje a oportunidade das pessoas em manter seus amados por perto através de suas cinzas incorporadas em objetos de uso cotidiano, tais como: xícaras, canecas, tigelas ou castiçais (saiba mais: Artista Plástico Cria Aparelho de Jantar com Cinzas Humanas! - M.A. #58). Já em junho desse ano abordei um tema bem delicado: a dissolução dos corpos em uma solução alcalina. Sim, exatamente isso que você leu. Seu nome técnico é "hidrólise alcalina", porém devido a estranheza e polêmica em relação ao método, o mesmo vem até hoje sendo comercializado como "cremação verde." Apesar do tema, é uma matéria muito bonita e informativa. Vale a pena você conferir (leia mais: Dissolvendo os Mortos: Conheça o Estranho e Polêmico Método que Pretende Acabar com os Enterros e as Cremações no Mundo!).

Agora, eis que o Luiz de Freitas, integrante da nossa SSA (Sociedade Secreta dos AssombradOs) novamente nos alertou para uma matéria que foi publicada no dia 2 de setembro no Portal G1 com o seguinte título: "A empresa que está transformando pessoas mortas em discos de vinil". Sem dúvida alguma, achei um assunto bem interessante para trazer de maneira um pouco mais completa, é claro, maiores detalhes para vocês sobre o processo, os valores, e a opinião de eventuais clientes que pagaram pelo serviço. Afinal de contas, não é todo dia que ficamos sabendo de uma empresa que visa adicionar cinzas humanas em discos de vinil reproduzíveis. Pode parecer estranho, mas realmente são inseridas faixas de áudio nesses discos, que podem ser tocadas por quaisquer aparelhos destinados a reprodução de discos de vinil comuns. Incrível e meio mórbido, não é mesmo? Vamos saber mais sobre esse assunto?

A Recente Matéria Publicada Pela BBC Sobre Esse Assunto


A matéria publicada pelo G1, na verdade, é praticamente uma cópia do mesmo material publicado no site da rede britânica BBC, no dia 31 de agosto desse ano. O texto britânico (uma vez que é sempre melhor saber mais sobre um assunto a partir das fontes originais) começou com uma frase muito simbólica: "As palavras estão gravadas no vinil, embora isso seja mais do que uma gravação de memórias". As cinzas de uma senhora chamada Madge Hobson foram misturadas ao vinil juntamente com uma fotografia e detalhes de sua vida, que foram inclusos e impressos no encarte.

"Isso torna o registro familiar perfeito, que pode ser transmitido ao longo das gerações", disse Jason Leach, 46 anos, fundador da And Vinyly, a empresa responsável pela produção do disco.

O Sr. Hobson, um escultor de 69 anos, disse que sua mãe, devota fiel de uma igreja, aprovaria totalmente sua recordação. Ele disse que teve que medir a quantidade de cinzas (que estavam sendo mantidas em urna) e colocar uma grande colher de chá em diversos saquinhos plásticos, sendo que cada saquinho era destinado a um disco. Cerca de quize discos foram produzidos para familiares e amigos. Aliás, para o Sr. Hobson, a And Vinyly havia ajudado a manter a memória viva de sua mãe.

O Sr. Hobson, um escultor de 69 anos, disse que sua mãe, devota fiel de uma igreja, aprovaria totalmente sua recordação. Ele disse que teve que medir a quantidade de cinzas (que estavam sendo mantidas em urna) e colocar uma grande colher de chá em diversos saquinhos plásticos, sendo que cada saquinho era destinado a um disco
Cerca de quize discos foram produzidos para familiares e amigos.
Aliás, para o Sr. Hobson, a And Vinyly havia ajudado a manter a memória viva de sua mãe.
A empresa faz parte de um setor que vem crescendo rapidamente chamado de "indústria do fim da vida" (sendo que muitos insistem em traduzir como "indústria da morte"). Atualmente, não é necessário que as cinzas sejam armazenadas em uma urna ou espalhadas pelo vento (ainda irei abordar rapidamente essa questão do ponto de vista religioso na parte final dessa postagem). Agora você pode vestir, colocar em copos de porcelana, ou exibir uma pequena parte do que resta do seu ente querido, uma vez que existe uma série de empresas que oferecem os mais variados serviços. A And Vinylyé apenas mais uma delas, que conta com uma proposta diferente para se despedir e de se recordar de entes queridos, que se foram.

Jason Leach, cuja empresa está situada na cidade de Scarborough, no condado de North Yorkshire, na Inglaterra, começou a ponderar sobre as possibilidades de misturar cinzas humanas em discos há aproximadamente 10 anos. Não havia um plano de negócios. Ele estava apenas refletindo sobre a mortalidade, uma questão que ganhou força e ficou bem mais tênue, quando sua mãe começou a trabalhar em uma empresa funerária.

Jason Leach, cuja empresa está situada na cidade de Scarborough, no condado de North Yorkshire, na Inglaterra, começou a ponderar sobre as possibilidades de misturar cinzas humanas em discos há aproximadamente 10 anos.
Não havia um plano de negócios. Ele estava apenas refletindo sobre a mortalidade, uma questão que ganhou força e ficou bem mais tênue, quando sua mãe começou a trabalhar em uma empresa funerária.
"Fiquei impressionado como eu e alguns dos meus amigos quase não considerávamos ou aceitávamos nossa própria mortalidade, e o quão muitos de nós evitamos conversar sobre a morte. Não era minha intenção abrir um negócio. Isso foi o resultado de um pouco de diversão com aquilo que, na época, parecia ser inevitavelmente chocante e desconcertante", disse Jason Leach. Além disso, o processo é o mesmo usado para fazer um disco de vinil comum. As cinzas (humanas ou de animais de estimação) são prensadas no disco em uma fase específica da produção.

Resumindo? não é que o disco seja feito inteiramente a partir de cinzas e nem que as cinzas se transformem em discos de vinil conforme os títulos tentam demonstrar (nitidamente para chamar a atenção do leitor). Existe uma grande diferença nesse aspecto.

"Existe um equilíbrio entre adicionar cinzas suficientes para ficarem visíveis, mas não tanto para afetar a rotação. Haverá, naturalmente, alguns estalos e crepitações extras provocadas pela inclusão das cinzas, mas gostamos disso, uma vez que é você", continuou.

"Existe um equilíbrio entre adicionar cinzas suficientes para ficarem visíveis, mas não tanto para afetar a rotação. Haverá, naturalmente, alguns estalos e crepitações extras provocadas pela inclusão das cinzas, mas gostamos disso, uma vez que é você", disse Jason Leach
Os preços variam, porque cada pedido é diferente. Um pacote básico custa cerca de £900 (cerca de R$ 3.800 pela cotação atual) podendo chegar a £3,000 (cerca de R$ 12.500). As opções extras (pagas à parte) incluem discos de 7 ou 12 polegadas, uma música especialmente composta para a ocasião, um retrato pintado no registro usando as próprias cinzas, e a cor do vinil (claro ou colorido).

Jason Leach, que é produtor musical e proprietário de um selo de músicas, atualmente produz cerca de dois discos com cinzas humanas por mês, usando os equipamentos que já possui. Contudo, ele está em processo de angariar mais recursos para atender à crescente demanda, e está se associando a empresas funerárias, que também vão passar a oferecer o serviço. Jason disse que era evidente, que existiam aquelas pessoas, que achavam tudo aquilo bem estranho e até mesmo assustador, mas que a maioria acabava mudando de ideia.

Jason Leach, que é produtor musical e proprietário de um selo de músicas, atualmente produz cerca de dois discos com cinzas humanas por mês, usando os equipamentos que já possui. Contudo, ele está em processo de angariar mais recursos para atender à crescente demanda, e está se associando a empresas funerárias, que vão passar a oferecer o serviço.
Contudo, e em relação aos seus planos para um disco próprio? Bem, nesse caso, de acordo com Jason, o projeto inclui declarações próprias, de sua companheira há mais de 25 anos e de suas duas filhas, além de algumas composições de sua autoria. Ele disse que gostava de pensar em seus netos e bisnetos ouvindo sua voz, visto que isso era o mais próximo de uma viagem no tempo que ele iria conseguir chegar.

Conforme mencionei anteriormente, essa se tornou uma história tão fascinante envolvendo a música e a morte, que resolvi ir atrás de maiores informações para contar para vocês. A seguir, vocês conferem um pouco mais sobre a empresa And Vinyly!

Conheça Um Pouco Mais Sobre a Empresa Britânica "And Vinyly"!


Bem, é importante ter em mente que a And Vinyly não é uma empresa nova. A mesma foi fundada entre 2009 e 2010 pelo Jason Leach, que é empresário da indústria fonográfica do Reino Unido há quase 20 anos, assumindo funções de músico, produtor, e co-fundador de selos independentes tais como Subhead e House of Fix. Aliás, o nome da empresa é uma espécie de trocadilho para "And Finally" ("E, Finalmente", em português) ou "End Vinyly" ("Fim em Vinil"), nomes um tanto quanto sugestivos considerando a finalidade do seu empreendimento, não é mesmo?

Jason Leach é um empresário da indústria fonográfica do Reino Unido há quase 20 anos, assumindo funções de músico, produtor, e co-fundador de selos independentes tais como Subhead e House of Fix.
Apesar de Jason repetir algumas vezes que a ideia para o seu negócio surgiu após sua mãe começar a trabalhar em uma empresa funerária, ou seja, ao trazer a conversa sobre a mortalidade um pouco mais próximo de sua vida e o levando a pensar sobre a forma pela qual ele gostaria de ser lembrado quando partisse, essa não foi sua única explicação ao longo do tempo.

A penúltima grande exposição na mídia internacional ocorreu em 2013, ocasião na qual Jason revelou um outro detalhe um tanto quanto inusitado para os sites Stoney Roads e Four Over Four. Aparentemente, Jason foi inspirado após duas situações bem peculiares. A primeira foi um episódio envolvendo seu pai tentando espalhar as cinzas do avô no mar, sendo que as cinzas voltaram em direção ao deck, que o pai estava, devido ao vento que soprava ao contrário. Essa não teria sido a única vez, visto que algo semelhante aconteceu quando a família resolveu ir de barco espalhar as cinzas do avô de Jason no mar, porém o vento novamente soprou na direção contrária, e na direção do Jason, ou seja, as cinzas do seu avô foram parar em seu rosto, uma experiência nada agradável.



A empresa de Jason Leach está situada na cidade de Scarborough, no condado de North Yorkshire, na Inglaterra,
e possui cerca de 60 mil habitantes de acordo com o último censo realizado em 2011
A exposição na mídia também soou ter feito muito bem ao Jason, visto que, em declaração ao site Stoney Roads, que utilizou como fonte um texto publicado no site "Business Week" cerca de um ano antes, ele disse que tinha produzido apenas quatro discos de vinil com cinzas humanas até aquela época (2012), ao contrário da produção atual e mensal de pelo menos dois discos com cinzas humanas (2017). O caso mais emblemático para ele era de um de DJ, cujos pais queriam que seu filho mais velho "fosse tocado em suas casas noturnas favoritas por mais algumas vezes".

Já em entrevista ao site Audigon, em 2013, Jason disse que, particularmente, ele adoraria ter sua própria recordação do seu bisavô, na qual ele pudesse ouvir a voz dele, ouvir o que ele gostava, a música, e os locais que eram importantes para ele. Ouvir o som real da voz de alguém, exatamente como era, ressoando dentro do seu quatro, falando de coisas que realmente importavam para elas era algo muito profundo e emocionante para ele. Jason adorava a ideia de que suas futuras gerações fossem capazes de ouvir sua voz, mesmo após 200 anos, ao simplesmente colocar uma agulha em um disco de vinil criado por ele.

Ouvir o som real da voz de alguém, exatamente como era, ressoando dentro do seu quatro, falando de coisas que realmente importavam para elas era algo muito profundo e emocionante para o Jason Leach
Na época, ele comentou que recebia pedidos de donos de animais de estimação e também amantes da música, que queriam ter instrumentos musicais adicionados nos discos de vinil. Jason mencionou ter produzido o disco de uma senhora chamada Francesca Zingrillis, que possuía uma partitura clássica escrita e tocada por violinos e violoncelos. Tudo teria sido queimado e as cinzas foram adicionadas em um vinil contendo a gravação de áudio do evento. Sem dúvida alguma, algo bem inusitado!

No site oficial da empresa, é possível perceber que o pacote básico começa a partir de £3,000 (talvez o valor de £900 seja para animais de estimação). Esse valor é referente até 30 discos, que inclui todo o trabalho de gravação, inclusão das cinzas, encarte etc. Já as faixas podem incluir músicas, sons da natureza, a própria voz do ente querido (previamente gravada, é claro) ou até mesmo um completo silêncio para que as pessoas escutem apenas os estalos e as crepitações provocadas pelas cinzas, desde que tudo isso não exceda 24 minutos (12 minutos de cada lado). O tempo excedente seria cobrado a parte.

No site oficial da empresa, é possível perceber que o pacote básico começa a partir de £3,000 (talvez o valor de £900 seja para animais de estimação). Esse valor é referente até 30 discos, incluindo todo o trabalho de gravação, inclusão das cinzas, encarte etc.
Também existem os serviços extras, tais como: a criação de retratos com as cinzas do ente querido; a criação personalizada de uma música instrumental de fundo para acompanhar as faixas contendo o discurso ou a fala do próprio ente querido; a criação e gravação de músicas personalizadas; a distribuição do disco de vinil em lojas do ramo ao redor do mundo (será que alguém compraria as memórias de alguém?); a organização completa de funerais (sendo que serviço possui um valor superior a R$ 40.000) e, caso alguém ainda queira ser enterrado, partes do corpo (é necessário estarem previamente cremadas) também são aceitas para compor os discos!

O Documentário Recentemente Criado pela Empresa Britânica "And Vinyly" Para Apresentar os Seus Serviços


No site oficial da And Vinyly também é possível encontrar uma espécie de documentário de aproximadamente 10 minutos, que foi publicado no fim de janeiro desse ano, chamado "Hearing Madge", que trata justamente sobre escolha do Sr. Hobson (aquele escultor de 69 anos que apareceu na matéria da BBC), que decidiu incluir as cinzas de sua mãe em um disco de vinil. Confira o documentário em questão no canal "Aeon Video", que foi publicado em 24 de janeiro desse ano, no YouTube (em inglês, mais iremos comentar rapidamente sobre esse documentário):



O documentário começa apresentando duas declarações de Jason Leach. A primeira conta sobre a tentativa de seu pai em jogar as cinzas do avô (o bisavô do Jason) no mar, a partir de um deck. Aparentemente, um vento soprou na direção contrária e ao invés de irem para o mar, as cinzas voltaram para o deck.

Algo semelhante também teria acontecido, quando foram jogar as cinzas do avô do Jason, visto que ele resolveram ir de barco para o meio do oceano, porém novamente um vento soprou na direção contrária, e as cinzas teriam se espalhado pelo barco (dessa vez ele não comentou sobre as cinzas terem ido parar em seu rosto, talvez devido ao tom do vídeo).

O documentário começa apresentando duas declarações de Jason Leach. A primeira conta sobre a tentativa de seu pai em jogar as cinzas do avô (o bisavô do Jason) no mar, a partir de um deck. Aparentemente, um vento soprou na direção contrária e ao invés de irem para o mar, as cinzas voltaram para o deck
Algo semelhante também teria acontecido, quando foram queimar as cinzas do avô do Jason, visto que ele resolveram ir de barco para o meio do oceano, porém novamente um vento soprou na direção contrária, e as cinzas teriam se espalhado pelo barco
Em seguida, vemos o Jason e um amigo chamado Stu, dentro de uma espécie de kombi comentando sobre a criação do site e como tudo começou, até chegar em uma parte onde ele mencionou que, ao menos para ele, a música era mais importante que a fotografia, visto que qualquer som que esteja sendo reproduzido ao fundo, ainda que seja uma pequena respiração, pode trazer memórias à tona.

Em seguida, vemos o Jason e um amigo chamado Stu, dentro de uma espécie de kombi comentando sobre a criação do site e como tudo começou, até chegar em uma parte onde ele mencionou que, ao menos para ele, a música era mais importante que a fotografia...
...visto que qualquer som que esteja sendo reproduzido ao fundo,
ainda que seja uma pequena respiração, pode trazer memórias à tona
Então, eis que somos apresentados ao Sr. John Hobson, também morador da cidade de Scarborough, dizendo que, quando criança, sonhava ter uma museu mas que, ao longo do tempo, ele fugiu um pouco do conceito original e acabou apenas acumulando coisas. Ele disse que não costumava se desfazer das coisas e que sua mãe, que chamava Madeline Dorothy (posteriormente conhecida como Madge Winter, sendo que o Winter era seu sobrenome de solteira) nunca jogava nada fora.

Então, eis que somos apresentados ao Sr. John Hobson, também morador da cidade de Scarborough, dizendo que, quando criança, sonhava ter uma museu mas que, ao longo do tempo, ele fugiu um pouco do conceito original e acabou apenas acumulando coisas
Ele disse que não costumava se desfazer das coisas e que sua mãe, que chamava Madeline Dorothy (posteriormente conhecida como Madge Winter, sendo que o Winter era seu sobrenome de solteira) nunca jogava nada fora.
John disse que sua mãe tinha uma memória fantástica, visto que se lembrava perfeitamente das datas, detalhes dos acontecimentos e que contava ótimas histórias. Então, Jason reaparece para dizer que certa vez encontrou John em um bar, e o mesmo disse-lhe que ainda possuía as cinzas de sua mãe, e que ele tinha gravado em um minidisco um áudio dela contando sobre sua família, sobre sua vida e a história familiar, um verdadeiro tesouro para a And Vinyly.

Já o Sr. Hobson disse que muitas pessoas achariam isso assustador ou até mesmo que fosse sacrilégio, mas que sua mãe jamais pensaria dessa forma e, inclusive, o incentivaria a seguir adiante.

John disse que sua mãe tinha uma memória fantástica, visto que se lembrava perfeitamente das datas, detalhes dos acontecimentos
e que contava ótimas histórias.
Jason disse que certa vez encontrou John em um bar, e o mesmo disse-lhe que ainda possuía as cinzas de sua mãe, e que ele tinha gravado em um minidisco um áudio dela contando sobre sua família, sobre sua vida e a história familiar, um verdadeiro tesouro para a And Vinyly
Já o Sr. Hobson disse que muitas pessoas achariam isso assustador ou até mesmo que fosse sacrilégio, mas que sua mãe jamais pensaria dessa forma e, inclusive, o incentivaria a seguir adiante.
Em seguida, é apresentado de forma artística e poética todo o processo de criação do vinil, visto que as cinzas não interferiam no resultado final, pelo contrário, tinham o efeito desejado. As cinzas geravam estalos e crepitações demonstrando a presença do ente querido no mesmo.

Para Jason, o lado positivo da morte é que a mesma fazia as pessoas viverem. Infelizmente, no entanto, a parte ruim é que isso geralmente só acontecia quando as pessoas estavam perto de morrer ou que sabiam que tinham pouco tempo de vida. Então, segundo ele, se as pessoas vivessem mais ou se preparassem com antecedência para isso, elas viveriam melhor.

Para Jason, o lado positivo da morte é que a mesma fazia as pessoas viverem. Infelizmente, no entanto, a parte ruim é que isso geralmente só acontecia quando as pessoas estavam perto de morrer ou que sabiam que tinham pouco tempo de vida
Então, segundo ele, se as pessoas vivessem mais ou se preparassem com antecedência para isso, elas viveriam melhor.
Jason chegou a mostrar um dos seus trabalhos e repetiu o discurso de sempre, ou seja, que gostaria de ter sua voz gravada nos discos para que sua esposas, filhos e netos pudessem saber quem ele foi em vida. Ele também queria ter uma música gravada no disco, mas essa era uma tarefa específica bem difícil, e por razões bem óbvias.

Aliás, de acordo com Jason, isso era algo que netos ou bisnetos poderiam se sentar, ler o encarte, ouvir a sua voz, as músicas que gostava, exatamente como se o mesmo estivesse presente na sala.

Jason chegou a mostrar um dos seus trabalhos e repetiu o discurso de sempre, ou seja, que gostaria de ter sua voz gravada nos discos para que sua esposas, filhos e netos pudessem saber quem ele foi em vida
Ele também queria ter uma música gravada no disco, mas essa era uma tarefa específica bem difícil, e por razões bem óbvias
O documentário praticamente termina nos apresentando o disco de vinil de Madeline Dorothy, a Madge, sendo ouvido pelo seu filho, esposa, e pelo próprio Jason. Mesmo que você não entenda muito bem o inglês, é difícil não se emocionar com a voz suave de Madge, assim como os estalos e crepitações provocadas por suas cinzas, que são entoadas no silêncio, como se ainda fosse possível ouvir sua voz narrando um pouco mais de sua vida para nós.

O documentário praticamente termina nos apresentando o disco de vinil de Madeline Dorothy, a Madge,
sendo ouvido pelo seu filho, esposa, e pelo próprio Jason
Mesmo que você não entenda muito bem o inglês, é difícil não se emocionar com a voz suave de Madge, assim como os estalos e crepitações provocadas por suas cinzas, que são entoadas no silêncio, como se ainda fosse possível ouvir sua voz narrando um pouco mais de sua vida para nós
É realmente uma sensação muito poderosa ouvir novamente a voz de quem amamos e por um breve momento eu parei e pensei: "e se fosse a voz da minha mãe ou da minha avó, que sequer tenho memórias, falando para mim ou sobre mim naquele vinil?" Talvez tenha sido nesse exato instante que eu tenha compreendido a magnitude do conceito, que antes parecia mórbido, mas que depois se tornou uma recordação singular nos meus ouvidos. Torço, é claro, que tenham a mesma impressão ou sensação que tive, porque sem dúvida alguma, essa sensação é única.

A Recente Entrevista Concedida Por Jason Leach para o Blog "Discogs"


No mês seguinte a divulgação do documentário, o blog "Discogs" publicou uma interessante entrevista com o Jason Leach, que tentarei contar para vocês de uma forma mais dinâmica e menos "engessada". Inicialmente, foi perguntado ao Jason se existia uma forte demanda para incluir cinzas humanas em discos de vinil, e se ele havia notado se o chamado "boom do vinil", ou seja, a "alta do vinil" havia impulsionado o interesse pelo serviço.

Jason respondeu que a demanda parecia estar estável e aumentando gradualmente, mas não diria que o "boom do vinil" tivesse feito muita diferença em relação a demanda por esse serviço. Ele acreditava que o tipo de pessoa interessada no serviço eram as mesmas que sempre estiveram interessadas em discos de vinil. Por outro lado, eles tinham recebido um bom interesse por parte da mídia, algo que podia ter afetado positivamente em relação ao número de pedidos.

No mês seguinte a divulgação do documentário, o blog "Discogs" publicou uma interessante entrevista com o Jason Leach
Ao ser questionado sobre a escolha mais popular de áudio, Jason disse que a maioria dos clientes, até o momento, eram músicos, artistas ou pessoas que possuíam amigos íntimos ou familiares que estivessem nesse meio artístico. Isso significava que a maioria incluía suas próprias criações ou então de seus amigos ou familiares. Jason também disse que sempre encorajava as pessoas a adicionarem um discurso previamente gravado, porque seria o conteúdo mais significativo a ser ouvido no futuro.

As pessoas pareciam gostar da ideia de poder falar com seus parentes, mesmo após muito tempo de terem partido. Para ele, esse era um conceito de imortalidade à medida que sua voz se movimenta pelo ar, no futuro. Além disso, tudo vinha sindo muito positivo, inspirador, emotivo e profundo. Ele também comentou que atualizou o site recentemente, deixando-o menos emotivo e um pouco mais sombrio, e que isso iria acabar filtrando algumas das pessoas que inicialmente foram atraídas pela proposta. Isso, no entanto, não interferia em relação a artistas, músicos e verdadeiros amantes da música, que geralmente tendem a compreender melhor esse tipo de humor.

As pessoas pareciam gostar da ideia de poder falar com seus parentes, mesmo após muito tempo de terem partido. Para ele, esse era um conceito de imortalidade à medida que sua voz se movimenta pelo ar, no futuro. Além disso, tudo vinha sindo muito positivo, inspirador, emotivo e profundo
O "Discogs" também perguntou sobre o momento em que as pessoas decidem que será dessa forma que elas desejam que seus restos mortais sejam manuseados, ou seja, sobre qual ponto elas decidem gravar suas histórias ou dos entes queridos, e se as mesmas já sabiam que estavam doentes ou morrendo aos poucos. Jason foi inteligente em responder que todos estamos morrendo diariamente, mas geralmente não temos essa compreensão. Ele disse que, inicialmente, ao pensar nessa ideia, era algo apenas para ele, e que não tinha a intenção de oferecer isso como se fosse um serviço. Porém, isso começou a despertar um grande interesse, principalmente da mídia, e posteriormente atraiu a atenção de pessoas que tinham cinzas de familiares ou amigos falecidos, e que adoraram o conceito.

Em relação ao licenciamento das músicas, Jason respondeu que nunca aconteceu nenhum problema em relação a direitos autorais, visto que eles são músicos que gravam, produzem e lançam o próprio material, e que todos os discos produzidos são de materiais fornecidos pelos próprios clientes. Os mesmos precisam assinar documentos que afirmem que o conteúdo foi adquirido de forma apropriada, e os discos são apenas para uso pessoal, não para distribuição, revenda ou transmissão pública. Já em relação ao humor meio sombrio do site, Jason disse que nunca viu uma pessoa morta, e não sabia como reagiria a isso. Construir o site foi fazer um acordo com o inevitável, e que muitas pessoas também não se sentiam confortáveis a falar sobre a morte. Então um site com um tom sombrio, porém leve, foi a forma que ele encontrou para enfrentar a situação. Ele reconhecia que nem todos iriam gostar do aspecto, mas depois do choque inicial, as mesmas começavam a mudar de ideia e ficavam mais entusiasmadas pelo serviço. Até o momento, ele não havia recebido nenhuma reclamação nesse sentido. Jason também disse que tinha anos de experiência em fabricar tais discos, que já tinha aprendido com seus erros no passado, e que sabia exatamente como evitá-los.

Para finalizar, ele também mencionou já ter recebido o pedido de um artista para acrescentar poeira de asteroide em um disco vinil (algo que é mencionado bem no finalzinho do documentário, e que não acrescentei anteriormente)
Sobre animais de estimação, Jason disse que as faixas mais populares eram de bandas ou músicas que geralmente davam origem ao nome dos animais, mas a maioria das pessoas que procuravam por esse serviço acrescentavam faixas com latidos, rosnadas e até mesmo a respiração de seus animais.

Para finalizar, ele também mencionou já ter recebido o pedido de um artista para acrescentar poeira de asteroide em um disco vinil (algo que é mencionado bem no finalzinho do documentário), instrumentos e partituras musicais, cabelos, e até mesmo a madeira proveniente de portos no Alasca. Resumindo? Não era necessário serem apenas cinzas humanas, visto que existe uma grande diversidade de materiais que poderiam ser adicionados ao disco de vinil!

Comentários Finais


Talvez você não saiba, mas no ano passado, o Vaticano divulgou novas regras para a cremação de católicos, que incluíam a proibição à conservação das cinzas do ente querido em casa, evitando que elas se tornassem "lembranças comemorativas", e que as mesmas deveriam ser mantidas em um "local sacro ou cemitério". Outro hábito comum, o de espalhar as cinzas no mar ou em qualquer outro tipo de ambiente também foi vetado. Embora seja dito, que a cremação de um cadáver não é por si só a negação da fé cristã, o documento (uma instrução da Congregação para a Doutrina da Fé, e aprovada pelo Papa Francisco) ressaltou, que a preferência continuava sendo pelo sepultamento dos corpos. As regras eram uma forma encontrada pelo Vaticano de regulamentar uma prática difundida em muitos países, mas que em alguns casos estava baseada em ideias que contrariavam a doutrina católica. Vale ressaltar nesse ponto, que a cremação é permitida pela Santa Sé desde 1963, desde que não seja um ato de contestação da fé. Segundo o documento, a Igreja não tem razões doutrinárias para impedir tal ato, já que a cremação do cadáver não atinge a alma e não impede a onipotência divina de ressuscitar o corpo. Porém, a Igreja continua preferindo o sepultamento, porque assim se mostra uma "estima maior" em relação aos mortos.

Assim como explanei na postagem referente a hidrólise alcalina, seria ingenuidade pensar que a fé não continua sendo um produto. Crucifixos, terços, livros, santinhos de papel, cristais, sininhos budistas, estátuas, camisetas religiosas, chaveiros e até mesmo uma água benta possuem um custo inerente a crença, mesmo que você não consiga perceber isso. Se em vida, a fé costuma ter uma etiqueta de preço, muitas vezes invisível, seria ilógico pensar que na morte nada seria cobrado das pessoas. Basta lembrar que funerais, sejam eles enterros, cremações, deposição de cinzas em recifes artificiais ou qualquer outra coisa, possuem um preço a ser cobrado pelo serviço a ser executado. A questão é muito mais voltada em justificar simbolicamente, culturalmente e até mesmo biblicamente a dor de uma pessoa, do que qualquer outra coisa. Portanto, quando entramos no campo da dor, da perda e da saudade deixada por um familiar ou amigo(a) estamos entrando em um campo totalmente subjetivo, onde somente a pessoa que sente tem o direito de julgá-la. Obviamente, devemos respeitar todo e qualquer tipo de fé, mas se esquecermos do caráter humano, então toda nossa humanidade estará perdida. O problema da fé é que muitas vezes o ser humano é esquecido para ser elevado a categoria de produto divino, quando, na verdade somos simplesmente pessoas de carne e osso, que sentem saudades, que desejam escutar e ver mais uma vez, ainda que por alguns segundos, aqueles que amamos e que infelizmente já se foram.

Com certeza absoluta essa postagem entrou para a lista de textos, que me senti honrado em poder escrever e tentar transmitir um pouco do sentimento que tive ao ler e traduzir todo esse material para vocês. Sinceramente, fiquei pensando em como seria a voz da minha avó ou do meu avô, que infelizmente não tenho memórias, visto que ambos faleceram quando eu era bem pequeno. Pensei em qual seria a mensagem dele(a) para mim, o que ele(a) pensava que eu iria me tornar, se ele(a) tinha algum conselho para me dar ou então qual era a razão da minha avó para fazer questão que eu tivesse um determinado nome que poucos conhecem. Gostaria de ter a chance de ouvir a mesma música que ela, de ouvi-la brincando comigo em sua cadeira de balanço para tentar buscar em uma memória, talvez perdida, a chance de fazer com que o vento levasse minhas palavras até ela. Fico imaginando, da mesma forma, se cada um de vocês não gostaria de ter essa mesma oportunidade, inclusive de familiares que conviveram bem próximos, e se não gostariam de dar essa chance a seus netos e bisnetos. É difícil imaginar, não é mesmo? Talvez seja difícil compreender isso de forma racional, mas ainda assim é impossível dizer que Deus poderia ser contra isso. Talvez seja nesse momento que percebemos, que podem nos tirar tudo, menos o direito de nos lembrar de quem nos amou e amamos.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2016-10/vaticano-proibe-manter-cinzas-em-casa-apos-cremacao
http://br.radiovaticana.va/news/2016/10/25/doutrina_da_f%C3%A9_publica_instru%C3%A7%C3%A3o_sobre_sepultura_e_crema%C3%A7%C3%A3o/1267717
http://hub.audiogon.com/blog/2013/08/06/rest-in-vinyl/
http://stoneyroads.com/2013/09/have-your-ashes-pressed-onto-vinyl-when-you-die/
http://www.bbc.com/news/business-40492466
http://www.fouroverfour.jukely.com/news/ashes-vinyl-record/
http://www.livemint.com/Leisure/6zpayNDzJVl5ZJNaSpNjqO/Rest-in-vinyl.html
https://blog.discogs.com/en/interview-with-the-guy-who-presses-ashes-into-vinyl-records/
https://noisey.vice.com/en_uk/article/69w7dp/when-you-die-a-company-will-press-your-ashes-into-a-vinyl
https://thevinylfactory.com/news/documentary-and-vinyly-ashes-vinyl/
https://thevinylfactory.com/news/pressed-in-peace-cremation-company-offers-to-have-your-ashes-memorialised-in-vinyl/
https://www.boredpanda.com/company-turns-your-relatives-ashes-into-vinyl-that-plays-their-voices-after-their-death/

Amityville: Descubra como foi Morar 28 Dias Nesta Casa Amaldiçoada!

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Assombrados, para comemorar o lançamento de mais um filme da franquia Amityville, nesta postagem vou trazer para você um breve resumo do caso e o que cada membro da família Lutz disse que aconteceu enquanto viveram 28 dias dentro da casa! É de arrepiar...

Defoe e o Brutal Assassinato

O ano é 1965, a família Defoe compra uma bela e grande casa na Avenida Ocean, de número 112. Foram morar na casa, além do Sr. e Sra Defoe, seus 5 filhos, e todos esperavam viver uma vida tranquila. Como em quase toda família, os Defoe enfrentavam problemas familiares, causados pelo filho mais velho, Ronald “Butch” Júnior, que era viciado em drogas e praticava pequenos furtos para sustentar seu vício. Por causa deste comportamento, eram comuns as brigas de Ronald “Butch” Júnior com seu pai, Sr. Ronald Defeo.

Mas a vida da família iria mudar no dia 13 de novembro de 1974, pois o filho problemático Ronald, por um motivo desconhecido, resolveu matar todos os membros de sua família. Com a ajuda de uma carabina, ele foi até o quarto dos pais e os matou, depois foi no quarto de cada um dos seus irmãos e disparou contra eles também. Para finalizar assassinou as outras duas irmãs.

A polícia logo prendeu  Ronald “Butch” Júnior, que no início dizia que os pais tinham envolvimento com a máfia. À polícia ele disse que “Começou tudo muito rápido. Assim que comecei, não consegui parar. Foi tudo muito rápido”. Ele foi julgado e condenado a mais de 100 anos de prisão, e atualmente está na prisão Green Haven em Nova York

Algumas coisas estranhas aconteceram durante os assassinatos, fatos até hoje sem explicação:

- Todos foram mortos enquanto dormiam e por algum motivo estranho ninguém acordou com os disparos.
- Todos foram colocados de bruços antes de serem atingidos.
- Nenhum vizinho escutou o barulho dos tiros de sua carabina, uma arma barulhenta.

E assim termina a primeira parte da história, o massacre da família Defeo.

Os 5 irmãos Defeo. Ronald “Butch” Júnior é o da direita e matou todos eles com tiros de carabina.


Os Lutz se Mudam Para Casa e Ficam 28 Dias!

Um ano depois do massacre da família Defeo, a casa foi vendida, mais precisamente em dezembro de 1975, para a família Lutz, que era composta por George e Kathy Lutz e seus 3 filhos Daniel, de 9 anos, Christopher, de 7 e Missy, de 5... Mesmo sabendo da história trágica da casa, os Lutz diziam não se importar e mudaram-se para ela, mas antes levaram um padre para abençoar o local. Não funcionou pelo visto, pois a família Lutz ficou somente 28 dias no local. Eles simplesmente fugiram, deixando todas as suas coisas para trás!

Eles relataram que surgiam enxames de moscas do nada, portas e janelas abriam e fechavam abruptamente, mãos invisíveis os arranhavam durante a noite, ouviam barulhos, sons de tiro e até visões de fantasmas, enfim, o local estava mal-assombrado.

E assim termina a segunda parte da história, a fuga dos Lutz.

Família Lutz: George no centro, Kathy a direta e Daniel a Esquerda. Cristofer abaixado e Misse na frente da mãe


O Nascimento da Lenda

Livro lançado em 1977 relata
as experiências vividas pelos Lutz
e foi o responsável por começar
a lenda da casa ser mal-assombrada
A família Lutz então chamou o escritor Jay Anson para escrever um livro documentando suas experiências e em 1977, a editora Prentice Hall publicou o livro com o título "Horror em Amityville" e o classificou como uma "história baseada em fatos reais". O prefácio do livro dizia:

Os nomes de pessoas mencionadas neste livro foram modificados para manter sua privacidade. Porém, os fatos e acontecimentos apurados são estritamente verdadeiros.

Foram vendidas mais de 3 milhões de cópias do livro e os Lutz viajavam pelos EUA contando sua história. Também foi produzido um filme em 1979 baseado no livro que arrecadou U$ 80 milhões! Em 2005 foi lançada uma refilmagem do original Horror em Amityville. E agora no ano de 2017 chegou aos cinemas no dia 14 de setembro, Amityville: O Despertar, novo filme da franquia de terror Amityville que conta a história da jovem Belle (Bella Thorne) está disposta a desvendar os mistérios que envolvem a mítica casa para qual se mudou com sua família. Com o destino de sua mãe e seus irmãos em jogo, o bem e o mal colidem numa atmosfera de suspense onde apenas Belle é capaz de defender sua família de uma força sobrenatural.



Warrens Investigam o Local

Vários investigadores ficaram sabendo da casa mal-assombrada e resolveram investigar o local, e é claro que as maiores celebridades no assunto foram fazer uma investigação: Os Warrens! O demonologista Ed Warren e a médium clarividente Lorraine Warren fizeram uma investigação completa do caso e concluíram que a casa era realmente assombrada. Toda a história pode ser lida no website oficial da The New England Society For Psychic Researc, organização fundada pelos Warrens em 1952.

Foi durante uma das visitas dos Warrens que uma das fotos mais assustadoras de todos os tempo foi tirada: Amityville Boy

Foto tirada enquanto Lorraine Warren investigava a casa de Amityville!


Como Foi viver 28 Dias na Casa?

Com o passar dos anos, os Lutz foram revelando como foi viver naquela casa, através de suas palestras e de livros. Quem mais falou no assunto foi Daniel Lutz, que tinha 9 anos na época e fez um documentário contando o que passou. Vamos ver o que foi revelado...

George Lutz:
- não parava de sentir frio e passava boa parte do seu tempo alimentando a lareira com lenha.
- na última noite que a família passou na casa, o rosto de sua esposa havia temporariamente envelhecido e posteriormente a mesma teria levitado da cama.

George adorava dizer que era o cara da casa de Amityville. Aliás, os filhos de Kathy culpam o padrasto George Lutz por tudo que aconteceu, dizendo que foi ele quem abriu um portal para o sobrenatural, pois ele ficava recitando orações e invocando demônios.

Em 2006, morreu de parada cardíaca.

Kathy Lutz:
- Kathy sentia tanta paz dentro da casa que não tinha vontade de sair dela nem para fazer as coisas mais básicas como ir ao mercado comprar comida;

Se separou de George anos depois e morreu em 2004, aos 57 anos.

Daniel Lutz atualmente
Daniel Lutz (9 anos):
- Daniel Lutz, cujo verdadeiro pai havia morrido, disse que começou a sentir-se desconfortável com a casa de Amityville cerca de duas horas após se mudar. Ao apanhar uma caixa no andar de cima para levá-la ao salão de jogos, ele notou que a mesma estava repleta de moscas. Ele disse ter matado uma centena delas, e após ir chamar sua mãe para ver o que tinha acontecido, todas as moscas mortas tinham desaparecido.
- O fato dele ter caído da escada ele credita aos espíritos
- sua cama mexia muito
- diz que toda a família teve uma mudança de personalidade
- uma janela fechou e esmagou seus dedos
- Ficou muito triste pelo fato da igreja não tê-lo ajudado como ele queria
- O ódio que sente por George Lutz. Ele chegara a alegar que tentou matar o padrasto no passado
- Diz ter visto uma figura demoníaca no quarto de sua irmã menor.
- Daniel disse ter visto um espírito invisível entrando na cozinha, derrubando uma faca no chão e deixando uma marca em um assento de vinil acolchoado.

Daniel Nunca quis ser conhecido como 'o garoto de Horror em Amityville', ele queria ser uma pessoa normal, mas aquilo tudo o perseguia, por isso, num belo dia, ele falou com Kathy e saiu de casa em busca de seu lugar.  Chegou a ser mencionado que Daniel saiu de casa quando tinha 15 anos, e morou durante um tempo nas ruas, no sudoeste norte-americano. No entanto, atualmente, Daniel morava com sua esposa e dois filhos no Queens, em Nova York, onde ele trabalhava como pedreiro.

Cristopher (7 anos):
-  Christopher disse que ele e o irmão tinham "compartilhado uma experiência em termos de levitação" em suas camas.
- o cachorro da família também parecia sentir a malevolência do local, uma vez que ele tentou saltar sobre a cerca, mesmo estando preso na coleira.
- uma noite, uma figura escura, e que lembrava uma pessoa apareceu na porta do seu quarto. Ele conseguia ver o que parecia ser o esboço de uma cabeça e de um corpo. "Era tão grande quanto um homem e tão definido quanto uma sombra, mas não vi nenhum pé, e isso me petrificou. Lembro de estar tão assustado, que eu queria gritar 'Mamãe!', mas eu sabia que minha mãe estava muito longe para poder chegar a tempo antes daquilo", disse Christopher, alegando que a sombra avançou na direção de sua cama, e desapareceu em seguida, deixando um intenso odor fétido. Ele garantiu que não tinha sido nenhum sonho.

Cristopher mora na cidade de Phoenix, no Arizona, e alterou seu sobrenome em 1989, retirando o Lutz e colocando o sobrenome de seu pai biológico. Trabalhava como técnico em ar-condicionado e em obras para renovação de ambientes.

Missy (5 anos):
- Simplesmente desapareceu do mapa. Ninguém sabe onde se encontra...

A Casa Atualmente

A casa vem sendo vendida ao longo dos anos por valores que se aproximam do 1 milhão de dólares.
O interessante é que desde os Lutz mais de famílias moraram no local e nunca relataram viver nada sobrenatural!

Faça uma visita com o Google Maps :)
 

Conheça 3 Estranhos Casos Envolvendo Supostos "Lobisomens" e "Ataques de Fantasmas" em Cidades da Inglaterra e da Escócia!

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Por Marco Faustino

A última vez que abordei três casos de supostos fantasmas, de uma única vez, foi no começo do mês passado ao comentar sobre determinadas situações de cunho paranormal, que vinham tomando conta das redes sociais através da repercussão, que as mesmas estavam tendo no Facebook, no Instagram e, obviamente na mídia internacional. O primeiro deles foi sobre uma cantora "canadense" chamada "Melo Lv", que havia feito um vídeo juntamente com a sua amiga em uma piscina quando, de repente, teria surgido o que alguns começaram a dizer que seria uma "criança de olhos negros" ao fundo, sendo que a mesma teria desaparecido após alguns meros segundos. O segundo caso tratava-se de um homem que havia se hospedado em um hotel no estado norte-americano do Texas, porém uma série de "atividades paranormais" teriam acontecido em seu quarto, sendo que tudo foi registrado através do seu celular. Já o terceiro caso havia acontecido em uma pequena rua da Irlanda do Norte, onde um suposto "fantasma" teria sido registrado atravessando a rua, e "desaparecendo" logo em seguida. Em cada caso fomos atrás para saber maiores detalhes e investigar a situação na medida do possível, é claro (leia mais: Conheça 3 Estranhos Casos de Supostos "Fantasmas" que vêm Tomando Conta das Redes Sociais ao Redor do Mundo!).

No fim do mês passado também abordamos dois outros casos um tanto quanto peculiares. O primeiro era sobre uma boneca supostamente possuída, que tinha sido apelidada de "Annabelle Irlandesa". Já o segundo caso era sobre uma casa "assombrada" no vilarejo de Melbourn, no Reino Unido, onde o proprietário teria gravado uma das janelas supostamente abrindo sozinha, algo que, segundo ele, seria a obra de um fantasma. Como sempre fazemos, fomos atrás de ambas as situações para trazer o conteúdo mais completo possível e digno da confiança de cada um de vocês. Vale a pena conferir (leia mais: Conheça a "Annabelle Irlandesa" e um Outro Caso Envolvendo uma Suposta "Casa Assombrada" no Vilarejo de Melbourn, no Reino Unido!).

Agora, vamos novamente abordar três casos misteriosos e inusitados envolvendo desde um suposto "lobisomem" uivando durante a madrugada na pequena cidade de Stornoway, na Escócia, passando pela alegação de um guia turístico que teria tido sua mão queimada pelo fantasma de um assassino, que foi enforcado em uma prisão inglesa, e chegando ao caso de um investigador paranormal que teria conseguido se comunicar com um espírito, porém o mesmo disse através de um dispositivo eletrônico que ele queria a alma do investigador em questão. Com certeza são três casos muito exóticos, peculiares e que só podiam ter acontecido no Reino Unido. Tenho certeza que vocês vão gostar, se assombrar e até se divertir com cada um dos casos que serão apresentados. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Um "Lobisomem" Foi Gravado Uivando Durante a Madrugada na Cidade de Stornoway, na Escócia?


Um gerente de hotel chamado Paul Naylor, 55 anos, pai de quatro filhos, estava andando por volta de 2h da manhã na pequena cidade escocesa de Stornoway, que possui pouco mais de 8 mil habitantes, quando, de repente, ouviu um som terrível, e que parecia ter saído de um filme de terror. Apesar de Paul acreditar que o som, muito semelhante a um uivo, pudesse ter sido gerado por lobos, algumas pessoas aventaram a possibilidade do som ter partido de um lobisomem. Sim, isso mesmo que vocês leram.

"Os pelos atrás do meu pescoço se eriçaram. Definitivamente, podia ter sido um lobo. Foi estranho, como se eu estivesse em um filme de terror. Ouvi o som vindo do porto, e nunca tinha ouvido nada semelhante antes", disse Paul Naylor.

"Os pelos atrás do meu pescoço se eriçaram. Definitivamente, podia ter sido um lobo. Foi estranho, como se eu estivesse em um filme de terror. Ouvi o som vindo do porto, e nunca tinha ouvido nada semelhante antes", disse Paul Naylor.

Paul trabalha como gerente de um hotel chamado Crown Inn, no período da noite, e usou seu celular para registrar algumas imagens e o respectivo som que ecoava pela cidade. Ele disse que estava fazendo uma espécie de verificação de rotina no arredores do hotel, algo que habitualmente fazia durante seu horário de trabalho.

O som, no entanto, parecia vir originalmente de uma floresta, no lado oposto do porto em Stornoway, uma cidade que fica localizada na Ilha de Lewis, uma das ilhas que formam o arquipélago das Hébridas Exteriores (também conhecidas como Ilhas Ocidentais, sendo que as mesmas formam uma "Área de Conselho", ou seja, na prática é uma das 32 novas subdivisões administrativas da Escócia, criadas em 1996).



Imagem aérea de uma parte da cidade de Stornoway, na Escócia
Imagem da fachada do Hotel Crown Inn, em Stornoway, na Escócia
"Fiquei parado, porque estava muito escuro. Peguei meu celular para gravar e ver se o som iria se repetir, e acabou acontecendo novamente. Em um determinado momento, pensei que fosse uma baleia. Temos orcas ao longo da costa e pensei que pudesse ser uma baleia que estivesse perdida em algum local do porto. Pensei que poderia ser uma baleia encalhada, como se estivesse aflita. Acredito ter visto um barco de pesca no mar, e tenho certeza de que eles também puderam ouvir isso", continuou.

Confira o vídeo realizado pelo Paul, no canal Caters Clips, no YouTube:



Curiosamente, os lobos foram extintos na Escócia desde que o último foi morto em Perthshire, no ano de 1680. Por outro lado, uma série de lobos cinzentos foram reintroduzidos, e estão vivendo no Parque da Vida Selvagem Highland, na cidade de Kingussie, próximo a Aviemore, porém o local é bem distante de Stornoway, conforme vocês podem conferir no mapa interativo abaixo:



Curiosamente, os lobos foram extintos na Escócia desde que o último foi morto em Perthshire, no ano de 1680. Por outro lado, uma série de lobos cinzentos foram reintroduzidos, e estão vivendo no Parque da Vida Selvagem Highland, na cidade de Kingussie, próximo a Aviemore, porém o local bem distante de Stornoway.
Uma especialista desse mesmo parque chamada Jan Morse disse não acreditar que o uivo fosse proveniente de um lobo, mas poderia ter partido de um lobo híbrido conhecido por "Wolfdog" ("Cão-lobo", em português, que é o resultado do cruzamento de um cão doméstico com um lobo), uma vez que há criadores na região das Hébridas Exteriores.

"Quatro de nós ouviram o som e, particularmente, na nossa opinião, isso não é um lobo, visto que é muito monotônico, e os lobos não costumam esticar o som dessa forma. Para nós, soa mais ser uma pessoa tentando imitar um lobo", disse Jan Morse.

Uma especialista desse mesmo parque chamada Jan Morse disse não acreditar que o uivo fosse proveniente de um lobo, mas poderia ter partido de um lobo híbrido conhecido por "Wolfdog"
Paul postou seu vídeo na internet, quando chegou em casa após ter trabalhado na madrugada do dia 31 de agosto, e ficou surpreso após o mesmo ter viralizado.

"Muitas pessoas que viram o vídeo nas redes sociais estão dizendo que poderia ter sido uma foca, mas acredito que era alto demais para ter sido uma foca. Tenho certeza que não era cachorro. Poderia ter sido um lobo, enfim, nunca diga nunca. Embora nunca tenha visto lobos na ilha, muitas pessoas estão dizendo que soava feito um lobo. Minha esposa, a Sharon, disse que era realmente estranho e assustador assim que lhe mostrei o vídeo. Ela não faz ideia do que pudesse ser. Lendo os comentários, muitas pessoas disseram que sairiam correndo do lugar, mas eu fiquei parado e comecei a gravar", disse Paul.

O vídeo gerou muita discussão, visto que algumas pessoas acreditavam que fosse um lobo, outras acreditavam que pudesse ser um cachorro (aparece um cachorro cruzando a rua durante o vídeo, diga-se de passagem), e tinham aquelas que acreditavam ser uma baleia ou uma foca. Uma usuária chamada Marlene van Zyl chegou a mencionar que, definitivamente, o som era de um lobisomem!

O vídeo gerou discussão, visto que algumas pessoas acreditavam que fosse o som emitido por uma baleia...
... sendo que outros acreditavam que pudesse ter sido uma mera foca.
Uma usuária chamada Marlene van Zyl chegou a mencionar que definitivamente era um lobisomem
Vale ressaltar, é claro, que foi mencionado pela especialista em vida selvagem, a Jan Morse, que também é possível que fosse alguém que estivesse fazendo esse som. Será que foi mesmo uma pessoa de carne e osso? Será que o vídeo foi armado? Contudo, e vocês? Será vocês ficariam tranquilamente filmando a escuridão, enquanto um "uivo" desses ecoasse pelas ruas?

Um Guia Turístico Teria Tido a Mão Queimada por um Fantasma Dentro de uma Antiga Prisão Desativada no Condado de Somerset, na Inglaterra?


Um guia turístico que realiza passeios em uma prisão desativada, onde os irmãos gêmeos Kray (gângsteres ingleses que foram os principais perpetradores do crime organizado no East End de Londres durante a 1950 e 1960, e acabaram se tornando celebridades) foram mantidos presos, apareceu recentemente na mídia britânica para dizer que sua mão havia sido queimada por um fantasma, em uma antiga cela do corredor da morte.

Seu nome é Paul Toole, 42 anos, e o mesmo alegou que sofreu o misterioso ferimento, quando ele estava parado em uma cela, onde um soldado condenado passou suas últimas horas. Ele estava contando a história do soldado Lee Davis, que foi enforcado pelo crime de assassinato em 1943, quando ele sentiu uma dor aguda na mão esquerda. Então, ele olhou para baixo, de modo a verificar o que havia acontecido e notou uma queimadura, semelhante a provocada por cigarro, em sua pele.

Paul Toole, 42 anos, alegou que sofreu o misterioso ferimento, quando ele estava parado em uma cela,
onde um soldado condenado passou suas últimas horas
"Foi muito bizarro. Olhei para baixo e, do nada, havia uma grande marca vermelha e pensei: 'Nossa, isso parece estar em carne viva. É um cenário realmente estranho lá. Sempre sinto que há uma presença estranha naquela cela, quando fico pensando nas pessoas que morreram no local", disse Paul.

"Se alguém me dissesse quatro ou cinco meses atrás que algo assim aconteceria, teria pensado que estavam falando bobagem. Porém, isso abriu meus olhos para o que existe lá. Definitivamente, acredito no paranormal agora", continuou.

Paul estava contando a história do soldado Lee Davis, que foi enforcado pelo crime de assassinato em 1943, quando ele sentiu uma dor aguda na mão esquerda. Então, ele olhou para baixo, de modo a verificar o que havia acontecido e notou uma queimadura, semelhante a provocada por cigarro, em sua pele.
O incidente assustador aconteceu na Penitenciária Shepton Mallet (também conhecida como Penitenciária Cornhill), no condado de Somerset, em uma tarde do mês passado, durante a realização de um passeio histórico pelo local, ou seja, não era exatamente um passeio de cunho "paranormal". Conforme mencionado anteriormente, a antiga prisão já abrigou os irmãos gêmeos Kray e foi palco de diversas execuções antes da extinção da pena de morte.



O soldado Lee Davis tinha 18 anos, era norte-americano, e foi condenado ao enforcamento após atirar em uma mulher e matá-la, além de violentar uma outra. Alega-se que ele tenha chorado e dito "Meu deus, vou morrer" quando ele viu a forca, e posteriormente teve um ataque histérico. Paul sentiu a queimadura em sua mão exatamente quando ele pronunciava as últimas palavras de Lee Davis para o grupo de pessoas que fazia parte do passeio.

Foto mostrando o primeiro andar da Penitenciária Shepton Mallet
Foto mostrando o segundo andar da Penitenciária Shepton Mallet
Foto mostrando o terceiro andar da Penitenciária Shepton Mallet
Paul acrescentou que a prisão recebia a visita de grupos de investigação paranormal na maioria dos fins de semana, e que os mesmos costumavam gravar vozes e sons nos ambientes da prisão. Ele também alegou que, no fim de semana posterior a queimadura em sua mão, teria sido escutada uma determinada voz em uma dessas gravações, e a mesma sussurrava o seu nome. Adivinhem onde? Justamente próximo da cela de Lee Davis. Contudo, não foi apresentada nenhuma gravação na notícia publicada pelo tabloide britânico Daily Mirror.

"Isso foi muito estranho, muito mesmo. Não consegui dormir tranquilo por diversas noites depois disso. Minha esposa tem sentimentos variados sobre o paranormal, e disse que vai terminar comigo se eu falar sobre isso em casa. Ela se preocupa que eu traga algo comigo", completou.

Foto mostrando o que restou do antigo local onde os presos eram enforcados na Penitenciária Shepton Mallet
A Penitenciária Shepton Mallet foi desativada em 2013, e há planos para que o local se torne algum outro empreendimento no futuro. De qualquer forma, os passeios históricos continuam sendo realizados até que as obras sejam iniciadas.

A Penitenciária Shepton Mallet Chegou a ser Divulgada em Meados de Agosto Devido a um Outro Caso de Cunho Paranormal


Curiosamente, a Penitenciária Shepton Mallet apareceu na mídia em meados de agosto desse ano, quando um radialista da rádio britânica "Forces Radio BFBS" foi gravar um documentário sobre a história de soldados, que foram executados através de pelotões de fuzilamento ou então enforcados no local. Contudo, ao passar em um corredor, onde existem celas conhecidas como "A Cela do Homem Condenado" e a "Sala de Execução", esse radialista chamado Richard Hutchinson disse, que sentiu uma estranha presença próxima a ele. Mais precisamente em pé, atrás dele. Ao ser virar, no entanto, o corredor estava vazio.

Para tentar comprovar que tudo não passou da imaginação de Robert, foi divulgada uma filmagem onde seria possível ver, ainda que muito vagamente, uma espécie de sombra passando pela parede (muito embora a distorção possa ter sido causada pela péssima qualidade de gravação, e podendo ser ocasionada pelo ajuste automático de luz da câmera). Confira o vídeo em questão através de um canal de terceiros no YouTube (encontrar algo paranormal nessa filmagem é um exercício de muita paciência, não estranhem se não acharem nada "anormal", porém dizem que seria apenas uma pequena variação de luz próximo da porta, no lado esquerdo):



Richard chegou a conversar em um programa de rádio com um homem chamado Joel Campbell, proprietário da Jailhouse Tours, que realiza passeios públicos e históricos por antigas prisões britânicas. Quando ele contou sobre o incidente para a equipe da Jailhouse Tours, que estava presente no local, os mesmos disseram que essa era uma sensação bem comum no exato local onde Richard mencionou ter sentido a estranha presença. Aliás, de acordo com Joel, é comum haver avistamentos e atividades paranormais naquela parte da prisão, algo que já teria sido relatado por membros de sua equipe e ex-funcionários que trabalham na prisão, especialmente no turno da noite.

Richard Hutchinson (à esquerda) e Joel Campbell (à direita)
Foto da cela conhecida como "Cela do Homem Condenado"
Muitos corpos de presos executados foram enterrados em uma covas não identificadas dentro da Penitenciária Shepton Mallet
Joel também disse que esse tipo de experiência acontece "bastante" em todas as prisões que são visitadas pela empresa de turismo Jailhouse Tours, que organiza visitas guiadas e experiências temáticas em diversas prisões desativadas, incluindo a Shepton Mallet. Joel, inclusive, era uma das pessoas que já teria visto um vulto negro se movimentando naquele mesmo local, sendo que não havia ninguém por perto.

Infelizmente, no entanto, tanto o caso envolvendo o guia turístico Paul Toole quanto esse último soam ser casos divulgados para promover tão somente os passeios em Shepton Mallet. Apesar de tais passeios terem objetivo de fornecerem informações históricas, ficou bem claro que existe a promoção de uma espécie de atração "paranormal" envolvida. 

Investigador Paranormal Alega ter Gravado a "Voz de um Fantasma" Dizendo que Queria a Sua Alma, na Cidade de Sheffield, na Inglaterra


Um investigador paranormal disse ter ficado abalado após alegar ter feito contato com um suposto espírito na Stocksbridge Bypass (A616), uma das rodovias supostamente mais assombradas da Grã-Bretanha. Phil Sinclair, 30 anos, estava em uma área florestal na cidade de Sheffield, no condado de South Yorkshire, para ver se os relatos de avistamentos de espíritos de crianças e um monge na rodovia eram realmente verdadeiros.

Em um vídeo publicado no dia 2 de setembro, no YouTube, e que possui cerca de 15 minutos, Phil utilizou um equipamento chamado "Ovilus", que seria uma espécie de dispositivo eletrônico, que promete "detectar o campo eletromagnético (EMF) e o transformá-lo em palavras", para ajudar na comunicação e no registro de "encontros espirituais". Confira o vídeo abaixo (em inglês, porém tentem assistir pelo entre 4:18 e 7:08):



Quando Phil pergunta "O qua você precisa?", pouco tempo depois surge uma voz através do dispositivo respondendo: "Sua alma". Ele também alegou ter registrado uma "figura fantasmagórica caminhando atrás dele aos 5:53 de vídeo (muito embora aparente ser apenas um reflexo gerado pela iluminação). Se você não conseguiu perceber esse momento, confira esse outro vídeo abaixo:



"Particularmente, essa investigação foi a mais aterrorizante para mim, pois isso me afetou ao ponto de não conseguir dormir. Quando cheguei em casa não conseguia tirar a imagem da minha cabeça, o que me fez tomar um remédio para dormir. Não sou daquelas pessoas que dizem que tudo é paranormal. Eu gosto de desvendar as coisas, mas essa experiência é algo que não posso explicar", disse Phil, que também é professor de violão.

"A figura no vídeo parece passar atrás de mim, sendo que a jovem que segurava o equipamento de iluminação disse que ela sentia uma presença no local. Momentos depois, vi um rosto de um homem sobre o ombro dela. Eu literalmente pisquei e tinha desaparecido", continuou.

"A figura no vídeo parece passar atrás de mim, sendo que a jovem que segurava o equipamento de iluminação disse que ela sentia uma presença no local. Momentos depois, vi um rosto de um homem sobre o ombro dela. Eu literalmente pisquei e tinha desaparecido", disse Phil
Costumam alegar que a rodovia Stocksbridge Bypass é a mais assombrada da Grã-Bretanha depois dos relatos de dois guardas, que teriam testemunhado um grupo de crianças brincando de roda durante sua construção e até mesmo um monge que seria visto circulando pela região, principalmente debaixo de uma certa ponte da rodovia. Por sua vez, Phil estava visitando o local com Ashley Cox, responsável por filmá-lo e sua parceira Francesca Wilson (não ficou muito claro o seu relacionamento com a mesma, mas provavelmente seria sua namorada ou esposa), que estava segurando o equipamento de iluminação.

O grupo também registrou palavras e expressões tais como: "ódio" e "dê o fora daqui". Tanto o vídeo de sua investigação, quanto os demais que ele costumava gravar em outros locais do Reino Unido, são publicados em sua conta no YouTube, sendo que o vídeo referente a rodovia Stocksbridge Bypass já recebeu aproximadamente 50 mil visualizações. Na descrição do mesmo, Phil disse que lutou para encontrar palavras e descrever o que havia presenciado durante a investigação, e que ficaria com aquela imagem em sua cabeça, algo que ele nunca esqueceria. Além disso, ele disse que sentiu ter entrado em contato com diversos espíritos, tanto de crianças quanto de um homem.



Costumam alegar que a rodovia Stocksbridge Bypass é a mais assombrada da Grã-Bretanha depois dos relatos de dois guardas, que teriam testemunhado um grupo de crianças brincando de roda durante sua construção e até mesmo um monge que seria visto circulando pela região, principalmente debaixo de uma certa ponte da rodovia (na foto)
A parte interessante, no entanto, é que os supostos fantasmas da rodovia Stocksbridge Bypass nasceram através de lendas. No caso do monge, reza uma lenda local que, há centenas de anos, esse tal monge teria se desligado da igreja e estava desiludido com sua religião. Então, ele teria sido enterrado no terreno, que atualmente faz parte da rodovia, e em um túmulo não consagrado. Assim sendo, conta-se que ele costuma vagar até hoje pela rodovia. Já no caso das crianças, alegam que o terreno possuía diversos poços de mineração, e que muitas crianças teriam caído nesses poços, sendo que seus corpos nunca mais teriam sido recuperados. Porém, não há uma confirmação exata sobre isso, razão pela qual são meras lendas que são transmitidas oralmente de geração em geração.

Também já disseram ter avistado um cão negro debaixo de uma ponte, e que a rodovia teria um número de incidentes e vítimas fatais muito maior que a média nacional. Contudo, a polícia local costuma dizer que os incidentes ocorrem, porque as pessoas cismam em dirigir acima da velocidade permitida e que, estatisticamente, o número de incidentes não é proporcionalmente maior do que outras rodovias do país. Portanto, essa seria uma alegação totalmente falsa.

A situação ganhou uma maior dimensão, no entanto, a partir de relatos de avistamentos de guardas em setembro daquele mesmo ano e, conforme o tempo passou, novos relatos foram esporadicamente surgindo, algo que acontece até hoje.
Os relatos de avistamentos de crianças e do monge teriam começado em 1987 a partir de relatos de operários que trabalhavam na construção da rodovia. A situação ganhou uma maior dimensão, no entanto, a partir de relatos de avistamentos de guardas em setembro daquele mesmo ano e, conforme o tempo passou, novos relatos foram esporadicamente surgindo, algo que acontece até hoje. Atualmente, a Stocksbridge Bypass faz parte do folclore local, e uma ponte específica da rodovia apelidada de "Ghost Bridge" (onde alguns motoristas alegam que já escutaram uma série de batidas no teto de seus carros, e os mesmos teriam sido sacudidos violentamente por uma força sobrenatural) tornou-se um dos cenários favoritos de investigadores paranormais e entusiastas locais. Agora, quais eventos foram realmente "reais", e quantos foram apenas produtos da imaginação das pessoas, que foram alimentadas por tudo que já foi lido, visto e ouvido sobre o local, é bem difícil dizer. Aliás, existe um bom material,  sendo possível fazer uma matéria a parte somente sobre essa rodovia.

Em relação a esse caso envolvendo o investigador paranormal Phil Sinclair temos uma série de problemas clássicos em vídeos desse gênero. O principal deles é a utilização de equipamentos eletrônicos totalmente questionáveis, assim como o "Ovilus", que é vendido como um dispositivo de entretenimento. O próprio fabricante não cita que o dispositivo seja capaz ou permita a comunicação com os mortos, porém o mesmo se tornou bem popular entre os grupos de investigação na poderosa indústria do paranormal no Reino Unido (curiosamente o equipamento custa em média US$ 350, ou seja, mais de mil reais, e é vendido como uma mera diversão) Phil também não aparenta ter muita experiência nesse ramo. Seu canal no YouTube, o "Phil Sinclair Paranormal Investigations" possui cerca de 10 vídeos, pouco mais de 270 inscritos e suas ações soam ser encenadas. Enfim, vai depender exclusivamente da sua crença, visto que não há nenhuma razão concreta para crer em tudo aquilo, que é mostrado no vídeo.

O principal problema é a utilização de equipamentos eletrônicos questionáveis, assim como o "Ovilus", que é vendido como um dispositivo de entretenimento. O próprio fabricante não cita que o dispositivo seja capaz ou permita a comunicação com os mortos, porém o mesmo se tornou bem popular entre os grupos de investigação na poderosa indústria do paranormal no Reino Unido
Enfim, AssombradOs, espero que tenham gostado de conhecer rapidamente esses três casos, e sempre que surgirem outros igualmente inusitados ou peculiares farei questão de trazê-los ao conhecimento de vocês, assim como regularmente venho fazendo!

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://parapedia.wikia.com/wiki/Ovilus
http://www.forces.net/radio/shepton-mallet-prison-ghost-military-glasshouse-execution-room
http://www.mirror.co.uk/news/uk-news/tour-guide-claims-hand-burnt-11163081
http://www.mirror.co.uk/news/weird-news/i-want-your-soul-paranormal-11116227
https://www.thesun.co.uk/news/4463828/hotel-manager-scotland-wolf-outer-hebrides-video/

Nikola Tesla: O Gênio da Eletricidade

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Um dos mais importantes cientistas da história e infelizmente um grande desconhecido da maioria da população, que hoje desfruta de suas invenções. Estou falando de Nikola Tesla, o gênio da eletricidade que revolucionou o mundo como vivemos!

Fala Assombrados! Chegou a hora de falarmos de Nikola Tesla, um dos maiores cientistas da história que infelizmente é quase um total desconhecido da imensa maioria das pessoas. Tesla registrou centenas de patentes e entre as suas mais famosas invenções estão a corrente alternada, o controle remoto até mesmo foi creditado a ele a invenção do rádio! É em Tesla que você tem de pensar quando o assunto é revolução elétrica, não em Thomas Edison, com quem Tesla chegou a trabalhar mas no final batalhou com ele para ver qual modelo de geração de eletricidade prevaleceria. Enfim, nesta postagem e vídeo, vou mostrar para vocês um pouco da vida desse gênio excêntrico. Vamos saber mais do assunto?

Antes conheça a camiseta que fizemos em homenagem a Nikola Tesla. Nela retratamos o próprio Tesla e atrás dele emitindo diversos raios a Wardenclyff Tower! E mais, ela brilha no escuro. Saiba mais ou compre clicando aqui.

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Nikola Tesla

Nikola Tesla nasceu em 10 de julho de 1856, durante uma tempestade de raios bem forte. Ironicamente, a parteira afirmou que o garoto seria uma “criança da escuridão”, por considerar a tempestade um sinal ruim. A mãe retrucou dizendo “não, da luz”. E assim nasceu Nikola Tesla na aldeia de Smiljan, Império Austríaco, perto da cidade de Gospić, hoje na atual Croácia, filho de pais sérvios ortodoxos.

Solteiro pela vida toda, pois dizia que isso era proveitoso às suas ambições e capacidades científicas, acredita-se que ele tinha uma memória fotográfica e podia decorar livros inteiros ao lê-los apenas uma vez!

Estranhamento, tinha uma condição que fazia com que enxergasse clarões de luz que o cegavam, alucinações, e que lhe traziam inspiração e ideias. Além disso ele era capaz de enxergar uma invenção completamente pronta em sua mente antes de começar a esboça-la em um papel.

Tesla também era poliglota. Falava 8 idiomas com fluência: sérvio, checo, latim, italiano, alemão, húngaro, francês e inglês.

Ele trabalhou e estudou na Europa até que resolveu ir embora para a os EUA, com pouco dinheiro e uma carta de recomendação do seu ex-chefe para ser entregue para Tomas Edison.

Nikola Tesla


Mudança para os EUA

Já em Nova York, Tesla conseguiu o emprego com o famoso Thomas Alva Edison em sua Edison Machine Works no bairro Lower East Side em Manhattan. O trabalho de Tesla para Edison começou como simples engenheiro eletricista instalando e reparando lâmpadas incandescentes e rapidamente progrediu para a solução de problemas mais difíceis como remontar geradores de corrente contínua e até projetar vinte e quatro diferentes tipos de máquinas que acabaram se tornando padrões na empresa.

Observando que a área de geradores elétricos de corrente contínua da Edison Company's era ineficiente, ofereceu-se para reprojetar tudo. Edison lhe respondeu: "Você terá 50 mil dólares se conseguir fazê-lo.". Assombrados, isso era muito dinheiro, um dinheiro tão grande que nem Thomas Edison tinha. Mas Tesla acreditou e começou a trabalhar.

Depois de meses de trabalho, Tesla completou a tarefa. Feliz da vida foi cobrar de Edison o dinheiro, mas este lhe disse que ele estava apenas brincando e respondeu: "Tesla, você não entende nosso humor americano." Para não dizer que não pagaria nada, Edison ofereceu dez dólares de aumento semanal sobre o salário de 18 dólares semanais de Tesla. Imagina o que aconteceu? Tesla recusou e imediatamente demitiu-se.

Ele passou um ano trabalhando duro cavando valas, justamente as valas para os cabos de conexão de Western Union Telegraph Company. Logo perceberam seu potencial e resolveram investigar em Tesla, financiando-o. Em abril de 1887 abriu a Tesla Eletric Company, onde ele demonstrou as suas primeiras correntes alternada polifásicas. Os investidores não gostaram e a empresa acabou sem nenhum lucro para Tesla.

Tesla enquanto trabalhava cavando valas ficou horrorizado com a quantidade de fios nos postes da cidades de Nova Iorque. Em alguns locais nem se via o céu. Era o sistema de corrente contínua de distribuição que levava energia. Ele então pensou em um sistema muito mais eficiente, a Corrente Alternada, que fazia a mesma coisa usando muito menos material e podia transmitir energia por centenas de quilômetros.

George Westinghouse viu o projeto de Tesla e comprou as patentes por U$ 60 mil e ações da empresa, além de ter contratado Tesla. Além disso Tesla ganharia royalts por cada Kilowat produzido.

Então temos a seguinte situação: Tomas Edison inventou a corrente contínua, um método de transmissão de energia muito ineficaz. Tesla observou isso e criou a Corrente Alternada, muito mais barata e eficiente. Só que não era fácil batalhar contra o seu ex-chefe, que faria de tudo para manter sua corrente contínua viva. Era o ano de 1891 e começava a Guerra das Correntes.



A Batalha das Correntes

Edison realizou uma campanha para desestimular o uso da corrente alternada, inclusive divulgando notícias de acidentes fatais com corrente alternada, ao matar animais publicamente e ao pedir votos contra o uso da corrente alternada em legislaturas estaduais.

Edison ordenou que seus técnicos comandassem os vários sacrifícios de animais com corrente alternada, principalmente gatos e cães vadios, mas também gado bovino e equino indesejável a até uma elefanta chamada Topsy - existe a filmagem da elefanta no youtube! Sob essas ordens, eles foram à imprensa para demonstrar que a corrente alternada era mais perigosa que o sistema de Edison de corrente contínua.

Ele também tentou popularizar o termo being electrocuted (ser eletrocutado) como ser "Westinghoused".

Edison se opunha à pena de morte, mas seu desejo de rebaixar o sistema de corrente alternada o levou a inventar a cadeira elétrica. Harold P. Brown, que nessa época estava sendo pago por Edison, em segredo, construiu a primeira cadeira elétrica para o estado de Nova Iorque, a fim de promover a ideia de que a corrente alternada era mais mortal que a contínua.

Quando a cadeira foi utilizada pela primeira vez, em 6 de agosto de 1890, os técnicos presentes não souberam calcular a tensão necessária para eletrocutar o preso condenado, William Kemmler. O primeiro choque elétrico não foi suficiente para matá-lo, deixando-o apenas seriamente ferido. O processo teve que ser repetido e um repórter presente o descreveu como "um terrível espetáculo, muito pior que enforcamento." George Westinghouse comentou: "Eles teriam feito melhor se tivessem usado um machado".

Essa guerra durou 2 anos...




A Feira Mundial de Chicago de 1893

Em 1893 Chicago sediaria a World’s Columbian Exposition, ou simplesmente Feira Mundial de 1893, em Chicago. Ela foi criada para homenagear os 400 anos da chegada de Cristóvão Colombo à América do Norte.Foi a 15º exposição como esta realizada no mundo, a segunda nos Estados Unidos. Montada próximo ao Lago Michigan, nada nela era pequena: 2,4 km² de área de exposição, e mais de 200 instalações. E o pessoal queria iluminar a feira! Pediram então para as empresas enviarem suas propostas.

A proposta enviada pela companhia de Thomas Edison, defensora da Corrente Contínua, perdeu para a da Westinghouse, empregadora de Tesla e defensora da Corrente Alternada. Era a chance de provar que a Corrente Alternada era melhor.

Westinghouse então ganhou o contrato para iluminar toda a White City, um projeto de cidade ideal que foi apresentada na feira.

Só que Edison não deixou barato e proibiu Westinghouse de usar a patente da lâmpada elétrica. Sem problemas, Nikola Tesla desenvolveu uma nova lâmpada, muito melhor!

Projeto finalizado, sucesso estrondoso. O trabalho de Tesla – especificamente seu desenvolvimento de sistemas de energia de corrente alternada – estava em várias partes da Feira.

Era o fim da guerra das correntes, com a corrente alternada vencendo. Só que teve um alto custo para a empresa de Westinghouse, que ficou no vermelho e ia fechar. Tesla então toma uma decisão incrível: ele rasgou o contrato com Westinghouse que lhe dava 2.5 dólares por HP de energia gerado! Se não tivesse feito isso, Tesla seria muito rico!

Feira Mundial de Chicago foi visitada por 26 milhões de pessoas!

O Projeto das Cataratas do Niágara

Após a feira de Chicago, especialistas anunciaram propostas para a aparelhagem das Cataratas do Niágara, a fim de gerar eletricidade, ainda que sumariamente, levando em consideração o ar comprimido como intermediário da transmissão de energia. Mesmo com a oposição da General Electric e da proposta de Edison, Westinghouse, utilizando o sistema de corrente alternada de Tesla, recebeu o contrato da Comissão Internacional das Cataratas do Niágara. A comissão foi liderada por Lord Kelvin e apoiada por empresários como Lord Rothschild, John Pierpont Morgan e John Jacob Astor IV. O trabalho começou em 1893 e a eletricidade passou a ser gerada e transmitida via corrente alternada.

Alguns duvidaram de que o sistema gerasse eletricidade suficiente para a usina de Buffalo. Tesla tinha certeza de que o sistema funcionaria, ao argumentar que as Cataratas do Niágara tinham potencial suficiente para gerar energia para todo o leste dos Estados Unidos.

Em 16 de novembro de 1896, a energia elétrica foi transmitida das Cataratas do Niágara para as usinas de Buffalo, a partir dos geradores da hidrelétrica Edward Dean Adams. Os geradores da hidrelétrica foram construídos pela Westinghouse Electric Corporation, com a patente do sistema de corrente alternada de Tesla. Nas placas dos geradores, foi gravado o nome de Tesla.

A General Eletric, novo nome da empresa fundada por Thomas Edison em 1878 ficou bravinha, então para acalmá-la, o contrato de construção das linhas de transmissão para Buffalo foi entregue então a essa empresa.

Só para constar, a A Westinghouse Electric Corporation comprou a CBS em 1995 e foi renomeada para CBS Corporation em 1997.

Geradores da Usina nas Cataratas do Niágara


Wardenclyffe Tower e o Sonho da Energia Sem Fio

Tesla tinha em mente que a eletricidade poderia ser transmitida pelo mundo todo sem o uso de fios. Um de seus inventos, a famosa bobina de Tesla, inventado em 1891, que aumenta a voltagem da eletricidade até milhões de volts, gerando eletricidade sem fio ao redor. A Bobina de Tesla é como um transformador, que enche a atmosfera e a terra de energia elétrica. Lâmpadas podem ser acessar se estiverem perto da bobina. Em experiências feitas em seu laboratório no Colorado de fez uma grande bobina e conseguiu acender lâmpadas a 1,5 quilômetros de distância.

Ele então pensou em fazer um mundo onde todos tivessem acesso a energia sem rio. Para isso era necessário a construção de uma grande torre, ou seja, uma versão turbinada da Bobina de Tesla, que seriam posicionadas estrategicamente, fornecendo energia para todos.

Essas torres seriam enormes, com uma estrutura em treliça atingia a altura de 57 metros de altura (18 andares), e seus objetivos eram grandes: seria uma antena de telecomunicações sem fio projetada para a telefonia comercial transatlântica, radiodifusão e para demonstrar a transmissão de energia sem a utilização de cabos conectores.

Ele precisava de dinheiro para construir a primeira torre e convenceu o  investidor J. P. Morgan a ser o principal financiador do projeto. Ele investiu o equivalente a $150.000 dolares (mais de $3 milhões de dolares de 2009). Em junho de 1902, Tesla moveu seu laboratório de West Houston Street (sua antiga base) para as instalações em Wardenclyffe - Nova Iorque, onde estava em construção a chamada de Torre Wardenclyffe ou Torre de Tesla.

Aqui a história ganha tons de conspiração, pois o financiamento do projeto foi suspenso. Alguns acreditam que a culpa seja de Guglielmo Marconi, havia inventado um sistema de radiocomunicação transatlântica que era, aparentemente, melhor e mais barato do que a de Tesla.

Todavia, forte corrente afirma que os investidores do projeto de Tesla deixaram de capitalizar sua torre em razão de a mesma ter sido capaz de transmitir energia (sem fios) por vários quilômetros, o que consequentemente poderia servir de base para gerar energia gratuita para o mundo inteiro, o que, de fato, vai de encontro aos interesses do mercado de energias, outrora financiadores de seu projeto.

Mesmo sem a ajuda de financiamento externo, Tesla tentou fazer a torre entrar em pleno funcionamento usando suas próprias economias. Para piorar, suas patentes começavam a expirar e finalmente seu dinheiro acabou. Em 1905, várias atividades que ocorriam na instalação tiveram que ser fechadas. Em 1906, os operários que ainda estavam trabalhando no projeto foram mandados embora. Em 1911 a torre começa a se deteriorar devido ao abandono. Entre 1912 e 1915, os jornais revelaram que Tesla estava falido.

Wardenclyffe Tower


Morte Solitária

Tesla estava falido e triste, mas sempre pode piorar. Em 1909 Marconi ganhou um Prêmio Nobel pela invenção do rádio! Só que Marconi usou 17 patentes de Tesla para conseguir fazer tal feito! Ele tentou processar a empresa, mas sem dinheiro desistiu.

O Prêmio Nobel para Marconi, junto com o fracasso de Wardenclyffe Tower, levou Tesla a entrar num profundo estado de depressão.

Em seus últimos anos de vida ele passava dias e noites sozinho em seu laboratório, que era o único modo de ele estar realmente feliz. Tesla morreu alucinado, pobre, considerado louco por muitos, sozinho em um quarto de hotel em Nova Iorque, onde morou nos últimos 10 anos de sua vida. Pagando o preço por ser um humanitário durante toda a sua vida, por tentar levar tudo de graça às pessoas, chegou ao fim de seus dias vivendo apenas de leite e bolachas e mesmo em sua pior situação não esquecia daqueles que amou durante toda sua vida: os pombos. Em uma de suas últimas entrevistas disse:

"Venho alimentando os pombos, milhares deles, há anos, mas havia um pombo, um pássaro bonito, branco puro com detalhes cinza claro em suas asas. Aquele era diferente... Não importa onde eu ia, aquele pombo iria me encontrar; quando eu queria ver ela só tinha que desejar e chamá-la para que ela viesse voando até mim... Eu amei aquele pombo... Eu a amava como um homem ama uma mulher, e ela me amava.

Então, uma noite eu estava deitado na minha cama, no escuro, resolvendo problemas, como de costume, ela voou pela janela aberta e ficou na minha mesa. Eu sabia que ela me queria; ela queria me dizer algo importante, então eu me levantei e fui até ela. Quando eu a olhei eu sabia o que ela queria me dizer - ela estava morrendo. E então, eu saquei sua mensagem, vinha uma luz de seus olhos - poderosos feixes de luz... uma luz mais intensa do que eu já tinha produzido pelas lâmpadas mais potentes em meu laboratório.

Quando aquele pombo morreu, algo saiu da minha vida. Até aquele momento, eu sabia com certeza que iria completar meu trabalho, não importa o quão ambicioso fosse, mas quando algo como aquilo saiu da minha convivência eu sabia que o trabalho da minha vida tinha acabado".

E assim, em 7 de janeiro de 1943 - na verdade não se sabe realmente o dia, acabou a vida de um dos maiores gênios da humanidade: Vivendo na pobreza e conversando com pombos imaginários.

Quando ele morreu, o governo americano entrou em seu apartamento e confiscou todos os seus pertences! A maioria das coisas foi devolvida à sua família e outros itens foram doados para o Museu Tesla em Belgrado, capital da Sérvia. Curiosamente, vários documentos pessoais dele continuam nas mãos dos Estados Unidos e nunca foram divulgados.

Tesla num dos quartos do Hotel New York


Nikola Tesla


Algumas de Suas Invenções

Para finalizar, eis algumas de suas invenções. Depois reflita importância que Tesla teve para o desenvolvimento do mundo atual e como é injusto o modo que ele é esquecido...

- Foi o responsável pela construção da primeira hidroelétrica do mundo, nas cataratas do Niágara, provando a todos que a água era um meio prático de obter energia;
- Inventou o controle remoto, a luz de neon, motor elétrico moderno, comunicações wireless, e outras coisas que tornam nosso dia a dia mais prático e legal;
- Conduziu experimentos com engenharia criogênica, quase meio século antes de sua invenção;
- Patenteou mais de 100 inovações que foram usados na criação do transistor, aquela pecinha primordial que faz com que seja possível o computador moderno existir e você ler isso neste momento;
- Foi a primeira pessoa a captar ondas de rádio do espaço, o que o torna, indiretamente, o pai da radioastronomia;
- Descobriu a frequência de ressonância da terra, que só pode ser confirmada 50 anos depois, já que era muito avançado à época;
- Desenvolveu uma máquina de terremotos que quase destruiu um bairro inteiro em Nova Iorque;
- ignição elétrica de motores à gasolina;
- o motor assíncrono giratório,
- comutadores elétricos
- Em 1943 o Supremo Tribunal dos Estados Unidos acreditou-o como sendo o inventor do rádio.
- Inventou a poderosa Bobina de Tesla, que permitiu a comunicação sem fio.
- Conseguiu, na década de 90, reproduzir em seu laboratório o fenômeno conhecido como "Ball Lighting", que consiste em uma luz que aparece na forma de uma esfera e viaja devagar enquanto plana a alguns pés do chão. É um fenômeno muito raro e até hoje os cientistas ainda não conseguiram replicar o feito em moderníssimos laboratórios;
- Inventou um raio da morte que poderia destruir o mundo caso caísse em mãos erradas. No entanto, destruiu o projeto antes dele vazar (alguns acreditam que o projeto está em posse do governo dos EUA, confira mais sobre isso, alguns parágrafos abaixo). O raio chegou perto de ser vendido para a Inglaterra por 30 milhões de dólares, durante a 2ª Guerra Mundial, mas foi desfeito nos últimos momentos. O próximo comprador seriam os Estados Unidos, porém, a reunião que daria desfecho à compra nunca ocorreu. Tesla morreria antes.

Nikola Tesla em seu Laboratório com uma Bobina de Tesla em funcionamento

Um Homem Excêntrico

Todo gênio tem um pouco de loucura, e com Tesla não seria diferente. Aliás, seria algo bastante elevado. Ele tinha bastante manias e fobias. Vejamos algumas de suas "excentricidades":

- Dormia muito pouco, alguns acreditam que apenas 2 horas por noite
- Não tocava em cabelos
- Não gostava de pérolas – despedindo uma secretária por ir trabalhar com um colar, uma vez. Tinha pavor de mulheres usando brinco de pérolas!
- Fazia as coisas de acordo com o número três, e era inflexível em relação a ficar em quartos de hotel cujo número era divisível por três.
- Seus biógrafos acreditam eu ele era misofóbico, ou seja, tinha completo pavor em entrar em contato com sujeira ou qualquer coisa que não julgasse estar higienicamente seguro. Antes de cada refeição ele polia cada utensílio até chegar à perfeição, utilizando 18 guardanapos (múltiplo de 3).
- Acredita-se também que ele tivesse transtorno obsessivo compulsivo
- Chama a atenção, também, sua obsessão por pombos, alimentando-os regularmente no Central Park, em Nova Iorque, com sementes especiais que encomendava. Ele costumava, inclusive, levá-los ao seu quarto e os cuidar.

Pombos eram adorados por Nikola Tesla

Fontes (acessadas em 16/09/2017):
- Documentário: Tesla - O Mestre dos Raios
- Documentário: Documentario History Nikola Tesla pai da eletricidade Moderna
- Documentário: A Guerra Elétrica - A Disputa entre Edison, Westinghouse e Tesla
- Wikipedia.pt: Nikola Tesla
- Wikipedia.pt: Guerra das Correntes
- Wikipedia.pt: Wardenclyffe Tower
- Wikipedia.pt: Exposição Universal de 1893
- Wikipedia.pt: Bobina de Tesla
- Gizmodo Brasil: De onde veio o futuro: uma viagem pela Feira Mundial de Chicago de 1893
- Oficina da NET: Nikola Tesla, o gênio mais injustiçado da história
- Nikola Tesla Museum
- Revista Galileu: 9 coisas que você precisa saber sobre Nikola Tesla

Carta do Diabo? Cientistas Teriam Mesmo Decifrado uma Misteriosa Carta Escrita por uma Freira Possuída pelo Diabo, na Itália?

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Por Marco Faustino

Há pouco mais de uma semana, apresentamos a vocês uma história no mínimo estranha. Um usuário chamado Ricardo L. nos avisou através de nossa página no Facebook sobre uma história de que crucifixos satânicos estariam sendo espalhados ao redor do mundo. Um texto publicado naquela época, em português, dizia que um "padre exorcista" das Filipinas teria alertado contra a circulação de "falsos terços satânicos" e crucifixos que, segundo ele, teriam sido "projetados para enganar os católicos, e para que os espíritos malignos os assombrassem". Esse tal padre tinha um nome: Ambrosio Nonato Legaspi, supostamente um padre e ex-exorcista do departamento "Libera Nox", de uma diocese do país. Ele teria alertado as pessoas através de um programa de rádio a serem cautelosas, porque esses tais terços poderiam estar "amaldiçoados", Além disso, de acordo com um site de cunho católico das Filipinas chamado "CBCP News", Ambrosio Nonato teria dito, que os terços teriam sido "consagrados" por um grupo "Illuminati" para espalhar o Mal. Portanto, qualquer um que os usasse tais objetos seria "perseguido pelos espíritos malignos." Outro sacerdote desse tal departamento "Libera Nox", chamado Philippe de Guzman, teria dito durante esse mesmo programa de rádio, que os "terços satânicos" teriam emblemas, tais como: uma cobra enrolada ao redor da cruz, um pentagrama, e um Sol contendo raios, e que todos seriam símbolos ocultos ou satânicos. Contudo, fomos atrás de cada detalhe dessa história para vocês, e o resultado provavelmente surpreendeu ou irá surpreender a muitos. Vale muito a pena conferir (leia mais: Terços Satânicos? A Estranha História Divulgada por uma Congregação Religiosa das Filipinas que vem Repercutindo nas Redes Sociais!).

Agora, eis que surgiu uma história ainda mais estranha. Foi amplamente mencionado na mídia internacional e até mesmo brasileira, mediante as mais diversas, chamativas e até mesmo peculiares manchetes, de que cientistas italianos teriam decifrado uma misteriosa carta de uma freira italiana, do século XVII, e que teria sido escrita enquanto a freira estava possuída pelo Diabo durante uma determinada madrugada, no Monastério de Palma di Montechiaro, na Itália. Apelidada de "Carta do Diabo", conta-se que a mesma foi o resultado de luta extenuante com o Diabo e que, ao acordar, a freira teria sido encontrado com o rosto coberto de tinta e com a carta bem a sua frente. Essa carta sempre foi um grande mistério e ninguém nunca tinha decifrado-a anteriormente. Isso até que cientistas (ou pesquisadores, dependendo do veículo de comunicação consultado) do Centro de Ciências do Museu de Ludum, na Itália, utilizassem um programa da Deep Web (nome dado para uma parte da internet que não consegue ser acessada facilmente pelos tradicionais mecanismos de busca, garantindo assim uma certa privacidade e anonimato para seus frequentadores) para decodificar a carta. Alguns sites chegaram a mencionar que a carta citava o rio "Estige", que "Deus havia sido criado pelo homem", e que até mesmo a freira poderia sofrer de esquizofrenia. Porém, essa é realmente a realidade por trás dessa história? Será que verdadeiramente contaram tudo o que vocês precisavam saber para ficarem bem informados? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Como Toda Essa História Começou a Circular na Mídia Britânica, e nos Demais Países que Fazem Uso de Veículos de Comunicação Britânicos como Principais Fontes de Informação?


Sinceramente, ser mal informado costuma ser muito pior do que não ter nenhuma informação. Isso porque geralmente muitas pessoas acreditam que dominam um assunto simplesmente ao consultar um artigo em enciclopédias virtuais (a exemplo da "Wikipedia" ou "Wikipédia", como quiserem), ao ler o título de uma notícia (geralmente sensacionalista) ou então ao ler muito rapidamente e de forma superficial alguns parágrafos traduzidos a partir de uma única fonte (geralmente uma agência de notícias internacional) em sites ou portais de notícias brasileiros. Afinal de contas, são exatamente esses mecanismos, que uma pessoa dispõe para tentar se manter informada, diante de um dia a dia agitado, tendo que desempenhar inúmeras tarefas etc. Contudo, ler uma única notícia não é, e nunca será, sinônimo de estar bem informado. Um dos melhores exemplos práticos sobre essa questão é justamente o caso que abordarei ao longo dessa postagem, e que tentarei manter o mais curto e objetivo possível para vocês. De qualquer forma, essa primeira parte é importante para vocês terem uma noção de toda essa dinâmica.

Bem, toda essa história de que "cientistas teriam decodificado com a ajuda de um programa encontrado na Deep Web, uma misteriosa carta escrita no século XVII, por uma freira italiana possuída pelo Diabo", no Reino Unido, começou através de uma rápida notícia publicada no dia 7 de setembro pelo site do jornal britânico "The Times", que por sua vez exige do leitor, um rápido cadastro para ser acessada (assim como as demais notícias). É algo simples de ser feito, mas como muitos não fazem esse cadastro, quando a fonte da informação é o "The Times", as pessoas acabam lendo um conteúdo "adaptado" em sites de tabloides britânicos, que por sua disseminam para o restante do mundo.

Bem, toda essa história de que "cientistas teriam decodificado com a ajuda de um programa encontrado na Deep Web, uma misteriosa carta escrita no século XVII, por uma freira italiana possuída pelo Diabo", no Reino Unido, começou através de uma rápida notícia publicada no dia 7 de setembro pelo site do jornal britânico "The Times", que por sua vez exige do leitor, um rápido cadastro para ser acessada.
Vamos conferir o que foi publicado inicialmente pelo "The Times":

"Uma carta escrita em código por uma freira italiana do século XVII, no qual ela alegava ter sido ditada pelo Diabo, foi decifrada por cientistas ao utilizar um algorítmo de quebra de código após séculos de tentativas em vão. Acredita-se que a freira, Irmã Maria Crocifissa della Concezione, tenha gritado e desmaiado enquanto escrevia cartas no convento de Palma di Montechiaro, que ela disse ter sido o plano ardiloso de Lúcifer para convencê-la a servir o Mal ao invés de Deus.

Foto do Monastério de Palma di Montechiaro, na comuna italiana de Agrigento, na região da Sicília, na Itália
Uma dessas cartas sobreviveu ao tempo, escrita em uma mistura complexa de alfabetos arcaicos, que durante muito tempo desafiou os quebradores de código, até que pesquisadores do Centro de Ciências Ludum, na Sicília, voltassem suas atenções a um algorítimo que eles descobriram na Deep Web.

Foto do que a mídia britânica chamou de "Centro de Ciências Ludum"...
...que na verdade é o "Museu Interativo de Ciências Ludum", ou seja, não é um centro científico, mas um museu voltado ao público infantojuvenil com dezenas de atividades lúdicas envolvendo diversos campos da ciência, tais como a física e a química.
'Ouvimos falar sobre o programa, no qual acreditamos que seja usado por serviços de inteligência com o intuito de quebrar códigos. Preparamos o programa ao adicionar o grego antigo, o árabe, o alfabeto rúnico e o latim para tornar legível alguma parte da carta, e mostrar que isso é realmente demoníaco', disse Daniele Abate, diretor do centro.

A carta, que descreve Deus, Jesus e o Espírito Santo como 'pesos mortos' sarcasticamente afirma que 'Deus pensa que pode libertar os mortais'. É acrescentado que 'esse sistema não funciona para ninguém', e vai ainda mais longe ao alegar que Deus e o Zoroastro foram inventados pelo homem.

'Pessoalmente acredito que a freira tinha um bom domínio de idiomas, o que lhe permitiu inventar o código, e talvez tenha sofrido de uma condição semelhante a esquizofrenia, o que a fez imaginar diálogos com o Diabo', continuou.

Daniele Abate, diretor do Museu de Ciências Ludum
'Isso não impediu inúmeras seitas satânicas interessadas, de entrarem em contato comigo desde que publiquei nossas descobertas', completou."

Agora, vamos conferir o que foi publicado nos tabloides britânicos, pegando como exemplo o texto divulgado pelo "Daily Mail", no dia seguinte (8), que recebeu mais de 9 mil compartilhamentos:

"Uma carta do século XVII escrita por uma freira siciliana, que alegou ter sido possuída por Lucifer, foi finalmente traduzida graças à Deep Web. A carta codificada foi escrita por Maria Crocifissa della Concezione, no convento de Palma di Montechiaro, em 1676, e ela alegou que tinha sido escrita por Satanás usando suas mãos. Cerca de 340 anos depois, um grupo italiano de cientistas da computação desembaralhou o código usando um programa de descriptografia, que ele encontraram na Deep Web, e foi descoberto que a mesma carrega uma mensagem diabólica, descrevendo Deus e Jesus como 'pesos mortos'.

Notícia publicada pelo "Daily Mail", no dia seguinte (8), que recebeu mais de 9 mil compartilhamentos
Irmã Maria Crocifissa della Concezione nasceu como Isabella Tomasi, em 1645, mas foi rebatizada quando entrou no convento beneditino em Palma di Montechiaro com cerca de 15 anos de idade. Em uma manhã de 1676, ela acordou coberta de tinta e com a misteriosa carta a sua frente, dizendo às irmãs que ela tinha sido possuída por Satanás, e que o mesmo a obrigou a escrever uma mensagem.

As freiras acreditaram nela e, por mais que elas - e as gerações de freiras que vieram posteriormente - não tivessem conseguido entender o código, elas mantiveram a carta em exposição no convento. Muitas pessoas tentaram decodificá-la ao longo dos anos, mas ninguém tinha conseguido, ao menos não até agora. Isso porque uma equipe do Centro de Ciências Ludum, em Catania, na Sicília, usou um programa na Deep Web para descriptografar a carta.

Foto mostrando os espaços interativos do Museu de Ciências Ludum
'Ouvimos falar sobre o programa, no qual acreditamos que seja usado por serviços de inteligência com o intuito de quebrar códigos. Preparamos o programa ao adicionar o grego antigo, o árabe, o alfabeto rúnico e o latim para tornar legível alguma parte da carta, e mostrar que isso é realmente demoníaco', disse Daniele Abate, diretor do centro, para o 'The Times'.

A Irmã Maria se tornou uma grande adepta em linguística durante seus anos no convento, e os cientistas acreditam que a carta, na verdade, esteja escrita em um idioma criado por ela - uma miscelânea dos alfabetos que conhecia. Usando essa teoria como base, a equipe adicionou ao programa todo e qualquer idioma, que ela pudesse ter tido contato ao longo do tempo: o Latim, o antigo e o moderno Grego, e até mesmo o idioma do povo Yazidi. Ao identificar caracteres semelhantes, aqueles dos alfabetos que Irmã Maria poderia ter conhecido, os cientistas poderiam começar entender suas palavras. 

O grupo traduziu 15 linhas da carta e descobriu que a mesma discute a relação entre humanos, Deus e Satanás. Eles dizem que a carta é desconexa e não é inteiramente consistente e compreensível. Isso apoia a teoria dos cientistas modernos que, ao invés de ser 'possuída pelo diabo', Irmã Maria sofria de esquizofrenia ou transtorno bipolar.

Daniele Abate realizando experiência perante um público de jovens e adolescentes no Museu de Ciências Ludum
Mais uma foto de Daniele Abate realizando uma série de experimentos
para um publico particularmente de crianças e seus respectivos pais
A carta descreve Deus, Jesus e o Espírito Santo como 'pesos mortos' e diz que 'Deus pensa que pode libertar os mortais.'. Também diz que Deus foi inventado pelo homem, acrescentando que 'esse sistema não funciona para ninguém', Outra frase diz: 'Talvez agora, Estige é certo', em referência ao rio Estige, que separa a Terra e o Submundo na mitologia grega e romana."

Curiosamente, nenhum site publicou uma única imagem sequer da carta inteira, não mostrou a suposta tradução completa da carta, não mencionou qual seria esse programa utilizado, e nem questionou a eficácia do mesmo em termos de descriptografia diante de outros textos e códigos previamente criados e conhecidos pela humanidade (muitos utilizados em guerras ou por civilizações antigas). Será que ninguém testou o programa para ver se ele conseguia descriptografar códigos anteriormente utilizados para avaliar sua precisão e exatidão? Não há respostas para isso nas notícias divulgadas em inglês e em português sobre esse assunto.

As informações disponibilizadas (em inglês e português) foram meramente readaptadas ao longo do caminho, a exemplo do que foi recentemente publicado pelo site do jornal Extra em uma notícia intitulada "Partes de 'carta do diabo' do século XVII são decifradas com ajuda da internet obscura", onde o(a) responsável utilizou trechos do que foi publicado pela mídia internacional, citou Daniele Abate como se fosse mulher, distorceu as frases originalmente publicadas e citou uma publicação no Facebook, que foi traduzida com a ajuda da péssima tradução automática oferecida pela rede social.

A carta apelidada de "Carta do Diabo" (ou uma de suas cópias),
que teria sido escrito pela Irmã Maria Crocifissa della Concezione, em 1676
Enfim, toda essa história gerou uma grande onda de readaptações desenfreadas em sites brasileiros e internacionais de notícias. Se vocês já leram algo nesse sentido, provavelmente já se depararam com essas mesmas informações e tantas outras bem semelhantes. Até mesmo sites destinados a abordar assuntos envolvendo os mais diversos campos da ciência, assim como o "IFLScience", divulgaram esse caso, e com essas mesmas informações (muito embora o IFLScience esteja no mesmo patamar de sites, tais como: Mysterious Universe, Epoch Times, Buzzfeed etc., ou seja, tendem sempre mais a especulação do que uma abordagem séria e comprometida com a informação).

Entretanto, o que será que os italianos divulgaram sobre o caso? Nada melhor do que investigar o que foi publicado na mídia italiana para começar a mostrar a realidade por trás de toda essa história!

Uma Dose de Realidade em Relação a "Carta do Diabo" Supostamente Escrita por uma Freira Siciliana no Século XVII


Conforme era de se esperar, a história da suposta revelação do conteúdo da misteriosa "Carta do Diabo" repercutiu inicialmente e intensamente na mídia italiana, com destaque para o site do jornal "La Stampa", que publicou uma notícia sobre o assunto cerca de dois dias antes do britânico "The Times", no dia 5 de setembro. Posteriormente, outros sites italianos de notícias também abordaram esse mesmo tema.

No texto publicado pelo "La Stampa" foi mencionado que, no dia 11 de agosto de 1676, a Irmã Maria Crocifissa della Concezione teria sido encontrada no chão dos seus aposentos, com metade do rosto manchado com tinta preta, respirando de maneira ofegante, com a pena e o tinteiro sobre os joelhos e uma folha entre as mãos, que teria sido escrita em um alfabeto incompreensível. A carta, segundo o que a freira teria dito para as irmãs, teria sido ditada pessoalmente por Satanás, após uma luta extenuante com um grupo de demônios. Foi a partir disso, que teria começado um mistério, que chegou a levar um antigo jornal italiano, o "La Domenica del Corriere" (impresso entre 1899 e 1989) a fazer um concurso na década de 1960, oferecendo um mês de hospedagem gratuita na comuna de Agrigento para quem conseguisse traduzir a carta.

Conforme era de se esperar, a história da suposta revelação do conteúdo da misteriosa "Carta do Diabo" repercutiu inicialmente e intensamente na mídia italiana, com destaque para o site do jornal "La Stampa", que publicou uma notícia sobre o assunto cerca de dois dias antes do britânico "The Times", no dia 5 de setembro
Assim sendo, foi citado que a carta realmente teria sido decodificada por meio de um programa de descriptografia encontrado na "Deep Web", que por sua vez, segundo Daniel Abate, 49 anos, é um local onde seria possível encontrar de tudo: drogas, prostituição e até mesmo "programas usados por serviços de inteligência para decodificar mensagens secretas". Daniel comentou que a carta não era inteiramente consistente, nem compreensível, mas certamente estava relacionada com Deus e Belzebu. Ele também explicou que o algorítimo primeiramente identificava os caracteres semelhantes e, em seguida, comparava com as caracteres alfabéticos mais parecidos nos mais variados idiomas. Ainda de acordo com Daniel, cada símbolo da carta teria sido bem pensado e estruturado, já sua repetição poderia ter sido uma iniciativa deliberada e, talvez, inconsciente. O estresse da vida enclausurada no monastério era muito intenso, e a Irmã Maria Crocifissa della Concezione poderia ter sofrido de transtorno bipolar, ou seja, sem remédios e diagnósticos psiquiátricos adequados seria possível imaginar que ela acreditasse mesmo, que o demônio estivesse em sua mente.

Brasão da Família Tomasi di Lampedusa
Segundo o "La Stampa", para a Igreja Católica, naquela época, a carta era o resultado da luta contra inúmeros espíritos malignos, que decidiram usar a Irmã Maria Crocifissa, então beata, como um mero objeto ao fazê-la escrever uma mensagem pedindo a Deus para deixar os mortais viverem com seus pecados e parar de ser misericordioso. Aliás, toda essa luta teria sido relatada pela abadessa Maria Serafica (nascida Francesca Tomasi di Lampedusa, irmã de Isabella) após ouvir o relato de sua própria irmã. Tudo o que restou, no entanto, foram as 14 linhas misteriosas (sob custódia do Monastério Palma di Montechiaro, porém uma cópia da mesma é mantida nos Arquivos da Catedral de Agrigento). Ainda deveria haver mais duas mensagens de demônios, porém a freira não teria escrito as tais mensagens.

Aparentemente, a história parece ser verídica, não é mesmo? Porém, o "La Stampa" não fez questão de mencionar, que toda essa história sobre demônios possuindo uma freira, e fazendo-a escrever uma carta, na verdade, é baseada em uma espécie de lenda, que é muito popular na Sicília!

Historicamente, o que realmente se sabe, é que Isabella Tomasi di Lampedusa nasceu em 29 de maio de 1645 na antiga cidade italiana de Girgenti (atual Agrigento) e morreu em 16 de outubro de 1699 em Palma (atual Palma di Montechiaro). Ela era filha de Giulio Tomasi, primeiro príncipe de Lampedusa, e de Rosalia Traina, duquesa de Palma. Ela recebeu sua educação humana e cristã no âmbito de sua família, profundamente marcada pela experiência religiosa do século XVII. A educação religiosa ficou a cargo do seu tio, Carlo Tomasi, um clérigo teatino, que também a preparou para a primeira comunhão recebida em Palermo.  

Conta-se que, desde jovem, ela queria se tornar uma freira. Para atender a esse desejo, seu pai teria fundado o monastério, oferecendo e renovando seu palácio, ainda em construção, para atender às necessidades da vida monástica que se instalaria na nova Terra de Palma. O ato formal da fundação é datado de 6 de junho de 1657 com a concessão das autorizações necessárias pelo Papa Alexandre VII. Dois anos depois, em 12 de junho de 1659, na solenidade de Corpus Christi, o monastério foi entregue à pequena comunidade, que iniciou sua jornada de dedicação total ao Senhor. A condução do monastério, um trabalho delicado nos primeiros anos, foi confiado à irmã da duquesa Rosalia, a Irmã Antonia Traina.

O ato formal da fundação é datado de 6 de junho de 1657,
com a concessão das autorizações necessárias pelo Papa Alexandre VII (na imagem)
Desde o início, no entanto, a vida religiosa de Isabella foi marcada por problemas de saúde e, após três meses de uma vida enclausurada, ela foi forçada a retornar para casa para tentar se recuperar de uma febre intermitente. Somente após um ano, em 7 de outubro de 1660, é que ela conseguiu retornar. Durante o noviciado (período da formação de um religioso ou de uma religiosa que precede a emissão de seus votos) ela mudou seu nome para Irmã Maria Crocifissa della Concezione ("Maria da Cruz da Conceição", em português). A partir desse momento, ela aceitou e compartilhou as mortificações e macerações comuns a todas as freiras. Sua biografia relatou uma vida humilde e de atos de penitências extraordinárias. Sua atitude e suas experiências místicas extraordinárias causaram a desconfiança das autoridades eclesiásticas, que realizaram uma investigação canônica rigorosa para assegurar sua saúde mental e verificar a origem dos fenômenos que faziam parte de sua vida.

Ela teria sido submetida a "métodos desconcertantes", assim como acontecia com demais religiosos, na esperança de provocar uma reação violenta ou outra forma de "orgulho ferido" para deduzir a origem não sobrenatural de eventos místicos. Ao final do processo, a resposta dos examinadores foi positiva, e as experiências de Irmã Maria Crocifissa foram consideradas de origem divina pela Igreja Católica. Entre essas experiências, Irmã Maria Crocifissa dizia que tinha visões de Jesus Cristo, de Nossa Senhora das Dores, de Santa Caterina da Siena, de Santa Rosa da Lima, de seu anjo da guarda, ou seja, visões clássicas que, de vez em quando, eram reportadas naquele período.

Reza a lenda, que Isabella teria vivenciado a Paixão de Cristo, começando na quinta-feira santa de 1678, e passado por todo o sofrimento inerente a Paixão durante 49 horas. Ao final, teria sido deixada uma marca de cruz em seu peito, algo notado pela primeira vez apenas na inspeção de seu corpo após sua morte. Dessa forma, o Monsenhor Francesco Ramirez, que teria estado presente no momento dessa inspeção, quis que a mesma fosse representada com uma cruz no coração.

Dessa forma, o Monsenhor Francesco Ramirez, que teria estado presente no momento dessa inspeção,
quis que a mesma fosse representada com uma cruz no coração
Contudo, entre todas essas experiências que teriam sido vivenciadas por Irmã Maria Crocifissa, duas chamam muito a atenção. A primeira é a de uma pedra que teria ficado suspensa no ar. Reza a lenda, que freiras tinham decidido construir uma capela para a Virgem Maria e cada uma havia preparado uma pedra com seu próprio nome para ser colocada na fundação da mesma. O Diabo, irritado, teria arremessado a pedra em direção a Isabella, que teria sido protegida pela mão abençoada da Santa Caterina da Siena, fazendo com que a pedra ficasse parada em pleno ar. Ainda hoje, essa tal pedra é mantida próxima de onde seus restos mortais são preservados.

O outro episódio, bem mais conhecido na Sicília, é justamente a "Carta do Diabo". Reza a lenda, que o Diabo teria forçado Isabella a escrever uma carta, cujo conteúdo fosse um ato de opressão contra Deus por sua misericórdia excessiva em relação aos pecadores. A única palavra legível seria uma expressão de lamento chamada "Ohimè", que teria sido escrita por Isabella ao se recusar a assinar o documento.

Imagem mostrando o local onde repousam os restos mortais da Irmã Maria Crocifissa,
dentro do Monastério de Palma di Montechiaro
Reza a lenda, que freiras tinham decidido construir uma capela para a Virgem Maria e cada uma havia preparado uma pedra com seu próprio nome para ser colocada na fundação da mesma. O Diabo, irritado, teria arremessado a pedra em direção a Isabella, que teria sido protegida pela mão abençoada da Santa Caterina da Siena. Ainda hoje, essa tal pedra é mantida próxima de onde seus restos mortais são preservados.
A única palavra legível seria uma expressão de lamento chamada "Ohimè",
que teria sido escrita por Isabella ao se recusar a assinar o documento.
Mais uma versão da "Carta do Diabo",
lembrando que a original estaria preservada no Monastério de Palma di Montechiaro
E as histórias sobre ela não param. Reza a lenda, que Irmã Maria Crocifissa durante seus momentos de êxtase conseguia estar em dois lugares ao mesmo tempo. Uma das histórias que contam é que clérigos e cardeais suspeitavam sobre uma presença periódica de uma mulher misteriosa nos aposentos do Cardeal Giuseppe Maria Tomasi (irmão de Isabella Tomasi) em Roma. Diversas denúncias teriam sido feitas ao Papa que, apesar de não querer acreditar no que ouvia, teria ido pessoalmente verificar a situação. Para seu espanto havia mesmo uma mulher no quarto do cardeal. O Papa teria ficado furioso, exigindo explicações por parte de cardeal, porém a mulher se identificou como sendo a Irmã Maria Crocifissa, conhecida pelo restante do mundo como Isabella Tomasi di Lampedusa.

O Papa teria feito uma pausa e sentido no coração que a mulher falava a verdade, porém ainda assim desconfiava dela. Afinal de contas, como ela poderia chegar em Roma sem ser notada, e ao mesmo tempo ainda estar em Palma di Montechiaro? A mulher não teria dado nenhuma explicação, dizendo apenas que estava tarde e que o sino do refeitório estava soando, ou seja, estava na hora de Isabella fazer sua refeição. O Papa não teria entendido como ela podia escutar o sino há quilômetros de distância, então Isabella teria pedido ao Papa para apoiar seus pés sobre suas sandálias, sendo que o sumo pontífice teria escutado o tal sino, mencionado pela mulher, badalando. Em seguida, no entanto, a mesma teria desaparecido sem deixar nenhum rastro.

Foto mostrando o altar principal do Monastério de Palma di Montechiaro
Reza a lenda, que no jardim do Monastério de Palma di Montechiaro existe um limoeiro, que teria sido plantado pela Irmã Maria Crocifissa, cujo suco desses limões seria a verdadeira razão para a cura de diversos enfermos que até hoje oram a Irmã Maria Crocifissa. Ela foi declarada como "Venerável Serva de Deus" pelo Papa Pio VI, em 15 de agosto de 1797 (o processo de beatificação foi iniciado em 1701). Contudo, o jardim também reserva outras lendas. Reza a lenda que, quando criança, Isabella teria visto as irmãs beneditinas do convento comprando ricota. Inocentemente, ela teria pensado em plantar um pouco da ricota para que brotasse uma árvore de ricota, e as demais irmãs não tivessem necessidade de comprá-la no mercado. Assim sendo, ela teria cavado um pequeno buraco no jardim com suas próprias mãos, colocado um pouco da ricota, coberto o buraco com um pano e ido dormir. No dia seguinte, enquanto ainda dormia, ela teria escutado o grito de felicidade de suas irmãs. Não havia germinado uma árvore, mas o buraco teria amanhecido repleto de ricota, como se tivesse multiplicado.

Por fim, também reza a lenda que havia uma linda oliveira no jardim, no qual Isabella costumava se proteger do Sol em seus momentos de repouso. Porém, no início do século XX, grande parte do jardim acabou sendo expropriado e transformado em praça pública. O único problema é que ninguém queria derrubar a tal árvore. Depois de um longo tempo teria surgido um homem chamado Francesco Caravotta, que resolveu dar o primeiro golpe com um machado. Ao fazer isso, uma lasca da árvore teria atravessado seu olho, o cegando. Acredita-se que a Irmã Maria Crocifissa ainda estivesse no local testemunhando a descrença do homem.

Reza a lenda, que no jardim do Monastério de Palma di Montechiaro existe um limoeiro, que teria sido plantado pela Irmã Maria Crocifissa, cujo suco desses limões seria a verdadeira razão para a cura de diversos enfermos que até hoje oram a Irmã Maria Crocifissa
Entretanto, como vocês puderam perceber, todas essas histórias, incluindo a "Carta do Diabo", principalmente da forma que ela é narrada, não passam de lendas ou relatos muito antigos, que acabaram sendo retransmitidos oralmente com o passar das gerações. Um exemplo claro, que a narrativa sobre a "Carta do Diabo" não passa de uma lenda é o artigo sobre a mesma, chamado "Lettera del Diavolo", na Wikipedia Italiana. Um extenso texto foi adicionado, porém não existe nenhuma fonte que comprove que tudo aconteceu, conforme vem sendo mencionado ao longo dos séculos. Não há nenhum estudo mais aprofundado, visto que o Monastério de Palma di Montechiaro até hoje é um dos poucos monastérios de clausura na Sicília, cujo acesso é praticamente impossível ao cidadão comum.

Resumindo? É muito difícil ter acesso aos documentos e saber o que acontecia, de fato, naquela época, de modo a obter um contexto sólido sobre quem era Isabella, e o que realmente desencadeava suas supostas atitudes. O que existe atualmente é uma crença baseada em uma lenda, não em algo concreto visto que o "documento" (se é que podemos chamar dessa forma, visto que o mesmo poderia fazer parte de algo bem maior e ter sido tirado do seu contexto original) não foi assinado com nenhum nome legível. Podemos identificar apenas a palavra "ohimé", que na verdade é uma expressão de tristeza, piedade ou preocupação. Para efeito prático, esse "Ohimé" poderia ser traduzido como "Ai de mim!", no nosso idioma. Entenderam?

Podemos identificar apenas a palavra "ohimé", que na verdade é uma expressão de tristeza, piedade ou preocupação. Para efeito prático, esse "Ohimé" poderia ser traduzido como "Ai de mim!", no nosso idioma. Entenderam?
Já em relação a suposta tradução da carta realizada pelo que a mídia disse ser o "Centro de Ciências" Ludum (devido ao nome que aparece em sua respectiva página no Facebook), mas que na verdade é o "Museu Interativo de Ciências" Ludum, que é dedicado a apresentar atividade lúdicas envolvendo os mais diversos campos da ciência para um público predominantemente infantojuvenil, existe uma série de problemas, sendo que alguns deles já foram citados anteriormente.

Isso ficou muito evidente em uma publicação do museu, em sua própria conta no Facebook, realizada no dia 12 de setembro, no qual é mencionado que eles tinham realizado esse projeto com todo respeito necessário, partindo da premissa, que a ciência e fé são duas coisas totalmente distintas e descobrir uma "verdade científica" não afetaria a fé das pessoas. Eles também disseram ter avaliado cuidadosamente o conhecimento semântico da escritora (baseado na suposição sobre quais idiomas ela poderia ter tido acesso), e a razão pela qual a mesma teria optado por escrever como meio de expressar sua comunicação. Além disso, eles não teriam ignorado seu "perfil psicológico".

Isso ficou muito evidente em uma publicação do museu, em sua própria conta no Facebook, realizada no dia 12 de setembro, no qual é mencionado que eles tinham realizado esse projeto com todo respeito necessário, partindo da premissa, que a ciência e fé são duas coisas totalmente distintas e descobrir uma "verdade científica" não afetaria a fé das pessoas
Segundo essa espécie de nota publicada pelo museu, muitas pessoas que alegam ter visões místicas, descrevem a experiência de forma bem mais estruturada, projetando partes de si mesmas. No caso de Isabella Tomasi, a lentidão da escrita estava relacionada ao gesto que sua mão traçou na folha de papel, porém seria altamente estruturada e favorecida pela geometria imposta por sinais linguísticos, alinhados lado a lado, e colocados na página em linhas paralelas. O museu citou que não tinham grandes expectativas sobre o resultado, e estavam esperando tirar o máximo proveito das palavras. O trabalho teria sido realizado por três pessoas, cujos nomes e qualificações não foram mencionadas, durante cerca de três meses, porém não de forma contínua. Então, eis o resultado completo:

"VI SIMBOLI CHE IO CHE CLAUSA LIVEGIO SO FONTE UNA DISGRAZIA , FORSE ORMAI CERTO STYGE XY< TLIYI VUODE POICHÈ DIO CRISTO ZOOASTRO , SEGUONO LE VIE ANTICHE O SARTE CUCITE DAGLI UOMINI . HOIMÈ, RISTORAMI. SERVIRE NESSUNO QUESTO È SISTEMA ZAVORRA SONO LE TRE , UN DIO CHE SENTO LIBERARE I MORTALI XI SONO PER QUESTO SEMPRE"

Sinceramente, as frases apontadas não aparentam ter cunho satânico, e apenas alguns trechos fazem algum sentido (porém não totalmente, mesmo em italiano) podendo ser perfeitamente frutos de uma meditação prolongada e um ato de penitência severo. Apesar de não terem chegado a uma conclusão definitiva sobre o que está escrito, eles (o museu) disseram que ficaram satisfeitos por "resolver um enigma centenário". No entanto, ao responder um usuário chamado "Fulvio Piritore", no Facebook, um representante do museu (talvez o próprio Daniel Abate) disse aquilo era o máximo possível a ser feito, ou seja, que não seria possível fazer a transcrição completa da carta. Como é possível alguém dizer que resolveu um enigma supostamente traduzindo apenas algumas partes, e alegando que as demais não fazem sentido? Para justificar o que não conseguiram fazer, o museu supôs que Isabella sofresse de algum transtorno mental.

No entanto, ao responder um usuário chamado "Fulvio Piritore", no Facebook, um representante do museu (talvez o próprio Daniel Abate) disse aquilo era o máximo possível a ser feito, ou seja, que não seria possível fazer a transcrição completa da carta
Ao ser questionado se eles não poderiam fazer o mesmo com o famoso "Manuscrito Voynich", o museu disse que isso seria um grande desafio, porque não se conhece exatamente o autor (detalhe que a "Carta do Diabo"é baseada em uma lenda, mas isso parece ser ignorado) e que, ao menos por enquanto, eles não iriam mais lidar com "escritos diabólicos". Também foi mencionado que o Museu Interativo de Ciências Ludum era financiado apenas com o dinheiro dos visitantes, e que eles não tinham recursos para fazer mais análises. Talvez daqui há alguns anos.

Ao ser questionado se eles não poderiam fazer o mesmo com o famoso "Manuscrito Voynich", o museu disse que isso seria um grande desafio, porque não se conhece exatamente o autor (detalhe que a "Carta do Diabo"é baseada em uma lenda, mas isso parece ser ignorado) e que, ao menos por enquanto, eles não iriam mais lidar com "escritos diabólicos"
Curiosamente, ao ser questionado sobre o nome do programa utilizado, em uma publicação posterior, o museu se limitou a dizer que o programa era "facilmente encontrado na Deep Web" (se recusando mais uma vez a dar o nome), mas que o algorítimo de descriptografia teria sido desenvolvido no laboratório deles (o algorítimo também não foi apresentado).

Curiosamente, ao ser questionado sobre o nome do programa utilizado, em uma publicação posterior, o museu se limitou a dizer que o programa era "facilmente encontrado na Deep Web" (se recusando mais uma vez a dar o nome), mas que o algorítimo de descriptografia teria sido desenvolvido no laboratório deles (o algorítimo também não foi apresentado)
De qualquer forma, o museu não mostrou como foi realizado todo o processo, o equipamento utilizado, o programa, o próprio algorítimo supostamente criado, sua eficácia ao ser aplicado em outros documentos históricos previamente conhecidos etc. Enfim, é muito prematuro considerar que essa realmente seja "tradução completa" da suposta carta escrita pela Isabella Tomasi di Lampedusa durante o seu claustro. O Museu Interativo de Ciências Ludum não possui qualquer tipo de experiência anterior na tradução de documentos criptografados (sendo destinado basicamente a promover a ciência entre crianças e adolescentes), não detalhou a metodologia utilizada (apenas descreveu de forma superficial) e baseou o perfil psicológico de Isabella através do se conta, ou seja, através de lendas e relatos propagados ao longo do tempo, não por meio de um estudo de outros textos escritos por ela, de testemunhos que possam ser corroborados através de uma ampla pesquisa em livros antigos etc.

Tudo o que eles mostraram e divulgaram na imprensa foi uma tradução, que não sabemos "pelo que" e "por quem" foi exatamente traduzido, que não está completa, interpretada sem um contexto mais amplo e a baseada em uma lenda, visto que não há nada, além de relatos (que sempre são subjetivos) que comprovem que Isabella Tomasi di Lampedusa realmente escreveu a carta, a serviço do Diabo, após uma luta contra uma legião de demônios. A iniciativa é válida, é claro, mas não prova absolutamente nada.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://casamalerba.it/es/territory-itineraries-b-b-palma-di-montechiaro-agrigento-sicly/item/32-benedictine-monastery-of-clausura/32-benedictine-monastery-of-clausura.html
http://spazioinwind.libero.it/beatacorbera/beatacorbera1.htm
http://www.105.net/news/tutto-news/237723/lettera-del-diavolo-dopo-oltre-300-anni-un-algoritmo-la-decifra.html
http://www.centrometeoitaliano.it/curiosita/la-lettera-del-diavolo-il-mistero-della-strana-missiva-trovata-in-un-monastero-in-sicilia-21-09-2016-43366/
http://www.corriere.it/la-lettura/16_maggio_18/palma-di-montechiaro-monastero-clausura-mistero-lettera-diavolo-dfc0751a-1cf8-11e6-a8eb-04e4fcf1d7a7.shtml
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4864708/Devil-letter-written-posessed-nun-finally-translated.html
http://www.ibtimes.co.uk/devils-letter-written-by-17th-century-possessed-nun-finally-decoded-thanks-dark-web-code-1638490
http://www.ilgiornale.it/news/cronache/400-anni-tradotta-lettera-satana-1437898.html
http://www.ilsussidiario.net/News/Cronaca/2017/9/5/LA-LETTERA-DEL-DIAVOLO-Decifrato-il-misterioso-alfabeto-di-Suor-Maria-Crocifissa/781138/
http://www.lastampa.it/2017/09/05/italia/cronache/cos-un-algoritmo-ha-decifrato-il-mistero-della-lettera-del-diavolo-2q7dQNB58QXgFehMJABugK/pagina.html
http://www.mrdedalus.com/?p=8523
http://www.notizie.it/la-lettera-del-diavolo-decifrata-grazie-ad-un-algoritmo/
http://www.scrivolibero.it/la-lettera-del-diavolo-un-programma-di-decriptazione-svela-il-mistero/
http://www.siciliafan.it/la-lettera-del-diavolo-documento-misterioso-sito-provincia-di-agrigento/
http://www.vivict.it/usi-e-costumi/misteri-di-sicilia-la-lettera-del-diavolo/
https://it.aleteia.org/2017/09/07/mistero-lettera-diavolo-follia-suora-o-dettata-realmente-da-satana-e-seguaci/
https://it.wikipedia.org/wiki/Isabella_Tomasi
https://it.wikipedia.org/wiki/Lettera_del_Diavolo
https://it.wikipedia.org/wiki/Palma_di_Montechiaro
https://www.facebook.com/LudumMuseodellaScienzaCatania/photos/a.328078010645762.76170.327925180661045/1392427020877517/?type=3
https://www.facebook.com/daniele.abate.35?fref=mentions
https://www.rt.com/news/402557-darkweb-decode-nun-devil-letter/
https://www.unilad.co.uk/life/395340/

O Dilema de uma Mãe! Mulher Permanece com um Bebê Morto por 10 Dias em seu Ventre Durante Férias Familiares, nas Ilhas Canárias!

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Por Marco Faustino

Sempre tento dar preferência na abordagem de casos, que envolvam um caráter humano sólido do que abordar casos que sejam "espetaculosos". Um exemplo disso foi aquela matéria sobre a história do jovem casal Charlotte e Attila Szakacs. Eles seriam outro casal qualquer da cidade de York, na Inglaterra, se não fosse o nascimento da filha deles, a pequena Evlyn, que infelizmente havia nascido com uma anormalidade cromossômica rara, e veio a óbito após quatro semanas. Muitos poderiam questionar, que isso era algo que acontecia de vez em quando, e que apesar da dor, não haveria nada que tornasse o caso especial. Na verdade, quando Evlyn nasceu no dia 13 de dezembro do ano passado no Hospital Geral de Leeds, pesando aproximadamente 2,4 quilos, ela tinha um cérebro subdesenvolvido, vias aéreas estreitas em seu nariz e pulmões, além de possuir uma estreita artéria aorta. Assim sendo, a bebezinha não conseguia respirar sozinha, e também não havia condições de realizar uma cirurgia cardíaca. Caso ainda assim sobrevivesse, ela enfrentaria uma série de problemas de audição, visão, na fala e apresentaria severas deficiências mentais e motoras. O prognóstico não era bom e o tempo para Evlyn estava se esgotando, visto que sua situação piorava a cada dia. Eles tinham que decidir se deixavam a menininha morrer em um hospital, com ventilação mecânica, cercada de médicos e máquinas apitando, ou deixá-la partir em paz em uma clínica para crianças em estado terminal de saúde, onde o foco é o bem-estar do paciente e o tratamento paliativo geralmente vem acompanhado de apoio psicológico e até mesmo espiritual. Aquela foi uma linda matéria, e que vale muito a pena você conferir (leia mais: A Comovente História do Casal Britânico que Permaneceu por 16 Dias ao Lado da Filha Recém-Nascida Mesmo Após a Sua Morte!).

Agora, me deparo com um outro caso, que veio parar na mídia brasileira, praticamente na forma de um escárnio. Isso porque o caso foi recentemente publicado por diversos sites brasileiros de "notícias" (se é que podemos chamar o que muitos fazem realmente de "trabalho" ou "notícia"), os quais não citarei os nomes, mas que assim o fizeram, em uma conotação bem sarcástica, como se uma mãe de família tivesse cometido um ato bizarro simplesmente para não estragar as férias da família. Os textos geralmente contam a história de uma britânica chamada Debbie King, que estava grávida quando saiu de férias com seu marido, Jonathan Ansell, e seus dois filhos do casal (Siena e Dexter), A família teria ido para Lanzarote, uma ilha do arquipélago das Canárias, próximo à costa do Marrocos. No início da viagem, Debbie teria percebido, que o coração de seu bebê havia parado de bater. Ela foi a um hospital, mas não tirou o feto, que tinha 10 semanas de gestação. A britânica teria decidido não avisar ninguém, e escondido durante os 10 dias seguintes, que carregava um bebê morto em sua barriga. O motivo? Muitos sites alegam que ela fez isso para não estragar as férias de seu marido e filhos. Contudo, será que isso aconteceu exatamente da forma como vem sendo contado? Será que ela fez isso justamente para não "estragar" as férias de sua família? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Quem são Debbie King e Jonathan Ansell?


Antes de começar a falar sobre o caso propriamente dito, é necessário contar para vocês quem são os personagens dessa história, começando pelo marido de Debbie, o Jonathan Ansell, um cantor inglês, que ficou mais conhecido por ser o líder do conjunto "G4", que por sua vez ficou na segunda colocação da primeira edição britânica do programa X-Factor, em 2004.

Jonathan Ansell (sentado, no centro da foto), um cantor inglês, que ficou mais conhecido por ser o líder do conjunto "G4", que por sua vez ficou na segunda colocação da primeira edição britânica do programa X-Factor, em 2004
Foto atual do conjunto G4, que se reuniu novamente em 2014 (embora um membro chamado Stiff tenha sido substituído por Nick Ashby, porque o mesmo queria focar em sua carreira solo), após 7 anos separados
Ele acabou seguindo carreira solo, em 2007, participando de inúmeras apresentações, festivais e programas de TV no Reino Unido. Durante sua jornada ele conheceu Debbie King, uma ex-apresentadora de um game show chamado "Quizmania" (exibido entre 2005 e 2007), em uma casa noturna de Londres. Eles se apaixonaram, e Jonathan acabou pedindo Debbie em casamento no final de sua apresentação na turnê "A Night at the Opera", no palco do London Palladium, um dos mais famosos teatros de Londres e do Reino Unido, em 23 de novembro de 2008.

Jonathan e Debbie se casaram no dia 30 de agosto de 2009, no 40º andar do arranha-céu comercial conhecido popularmente como "Gherkin", ("Pepino", em inglês, muito embora seja atualmente chamado apenas de "30 St Mary Axe"), um dos exemplos mais reconhecidos da arquitetura contemporânea londrina.

Durante sua jornada ele conheceu Debbie King, uma ex-apresentadora de um game show chamado "Quizmania" (exibido entre 2005 e 2007), em uma casa noturna de Londres
Jonathan e Debbie se casaram no dia 30 de agosto de 2009, no 40º andar do arranha-céu comercial conhecido popularmente como "Gherkin", ("Pepino", em inglês, muito embora seja atualmente chamado apenas de "30 St Mary Axe"), um dos exemplos mais reconhecidos da arquitetura contemporânea londrina
Em 14 de maio de 2010, o casal anunciou que estava esperando o primeiro filho, sendo que Debbie deu a luz a pequena Siena às 14h do dia 24 de novembro de 2010. Em 16 de setembro de 2014, exatamente às 15h, foi a fez de Debbie dar a luz ao segundo filho do casal, dessa vez um menino, o pequeno Dexter, que foi anunciado efusivamente pela página oficial do Facebook de Jonathan Ansell. Aliás, foi justamente em 2014 que o G4 se reuniu novamente (embora um membro chamado Stiff tenha sido substituído por Nick Ashby, porque o mesmo queria focar em sua carreira solo), após 7 anos separados, e desde então o grupo vem realizando diversas apresentações musicais.

Enfim, agora que vocês já conhecem um pouco mais sobre ambos, vamos contar como todo o drama vivido recentemente por Debbie King realmente aconteceu.

Conheça o Dilema de Debbie King! Uma Mãe de Família que Teve que Tomar uma Difícil Decisão Durante as Férias de Sua Família


Por volta do dia 14 de setembro, diversos tabloides britânicos divulgaram que Debbie King havia sofrido um aborto espontâneo durante suas férias em família, e quase sangrou até a morte, uma vez que os médicos tinham lutado durante três horas para salvar a sua vida.

Tudo isso começou em agosto desse ano, quando Debbie King (40), Jonathan Ansell (35) conseguiram finalmente dar uma pausa em suas carreiras (visto que Debbie continua trabalhando como produtora de TV e Jonathan continua com sua carreira musical ao lado do G4) e viajaram com seus dois filhos, Siena (6) e Dexter (3 anos, visto que fez aniversário no dia 16 de setembro), para Lanzarote, uma ilha espanhola, que faz parte das Ilhas Canárias, que por sua vez é um arquipélago espanhol no Oceano Atlântico, que fica bem próximo da costa do Marrocos, na África. Diga-se de passagem essa é uma ilha paradisíaca, que conta com aproximadamente 140 mil habitantes.

Foto da cidade de Arrecife, capital de Lanzarote


Debbie estava grávida de 10 semanas, e ambos esperavam ansiosamente pelo terceiro filho. Logo no início da gravidez, ela teve um problema de sangramento, mas ao realizar um ultrassom, o casal foi tranquilizado, visto que tudo estaria na mais perfeita ordem. Com a certeza que sua gravidez estava transcorrendo normalmente, Debbie viajou com sua família para Lanzarote no dia 9 de agosto. Porém após três dias de viagem, no dia 12 de agosto, um novo sangramento voltou a acontecer, o que a fez procurar um médico local.

"O médico me examinou e disse que podia ver um batimento cardíaco, mas que estava muito fraco e que o feto não estava se movendo. Ele queria me transferir para um hospital maior na capital Arrecife. Chegamos lá e fizemos um ultrassom mas, infelizmente, após alguns minutos, o médico disse que não havia mais batimentos cardíacos. Jonathan queria que eu passasse pelos procedimentos necessários para a devida remoção, enquanto estávamos lá, mas tive aquela terrível sensação de operar longe de casa", disse Debbie King.

Debbie estava grávida de 10 semanas, e ambos esperavam ansiosamente pelo terceiro filho. Logo no início da gravidez, ela teve um problema de sangramento, mas ao realizar um ultrassom, o casal foi tranquilizado, visto que tudo estaria na mais perfeita ordem (a foto não reflete necessariamente os momentos da recente viagem de Debbie)
Mesmo passando por momento terrível em sua vida, ela resolveu pensar em seus dois filhos, que estava se divertindo em Lanzarote. Então, ela resolveu colocar um sorriso no rosto, tentando não transparecer para as crianças o que havia acontecido, e permaneceu por mais 10 dias com o bebê morto em seu ventre. Contudo, não se deixem enganar, essa não foi uma decisão isolada de Debbie.

"Tentei disfarçar e seguir em frente. Não havíamos contado para ninguém sobre a gravidez. Foi um momento muito difícil, e houve ocasiões em que fiquei muito triste, mas ainda assim não queria arruinar as férias das crianças. Falei com meu ginecologista no Reino Unido, e ele me disse que era seguro esperar até que eu voltasse para casa", continuou.

Mesmo passando por momento terrível em sua vida, ela resolveu pensar em seus dois filhos, que estava se divertindo em Lanzarote. Então, ela resolveu colocar um sorriso no rosto, tentando não transparecer para as crianças o que havia acontecido, e permaneceu por mais 10 dias com o bebê morto em seu ventr (a foto não reflete necessariamente os momentos da recente viagem de Debbie)
Entretanto, não foi bem isso que aconteceu. Quando ela voltou para a cidade de Leeds, na Inglaterra, no dia 22 de agosto, ela se encaminhou para o Hospital Spire, uma unidade hospitalar particular, para ter o feto retirado de seu útero. Tentando se conformar pelo fato de ter duas lindas crianças, perfeitamente saudáveis, e que poderia tentar novamente ter um outro filho, Debbie foi levada para a realização do procedimento, mediante uma anestesia local. O que levaria em torno de 15 a 20 minutos, demorou mais de 2 horas, visto que Debbie começou a sangrar ininterruptamente, até que os médicos conseguissem conter o fluxo com um balão Rusch, que bloqueou seus vasos sanguíneos.

"Eles o deixaram por quatro horas, mas quando tentaram retirá-lo, comecei novamente a sangrar muito. Podia sentir o fluxo saindo de mim e minha pressão estava caindo vertiginosamente", disse Debbie.

Quando Debbie voltou para a cidade de Leeds, na Inglaterra, no dia 22 de agosto, ela se encaminhou para o Hospital Spire, uma unidade hospitalar particular, para ter o feto retirado de seu útero.
O que levaria em torno de 15 a 20 minutos, demorou mais de 2 horas, visto que Debbie começou a sangrar ininterruptamente, até que os médicos conseguissem conter o fluxo com um balão Rusch, que bloqueou seus vasos sanguíneos
Uma vez que nada parecia conter novamente o fluxo, o drama vivenciado por Debbie aumentava cada mais. Assim sendo, ela foi transferida para o Hospital Universitário St. James, também na cidade de Leeds, que já foi considerado um dos maiores hospitais de ensino da Europa.

"O Jonathan ficou esperando do lado de fora, e a enfermeira continuava entrando e saindo para obter mais bolsas de sangue. Essencialmente, cada gota de sangue no meu corpo foi substituída", continuou, acrescentando que, posteriormente, ela foi colocada em coma induzido.

"Estava em coma, mas, apesar de não poder me mover ou falar, eu sabia o que estava acontecendo. Os médicos me disseram que isso podia acontecer, mas era muito raro. Foi o momento mais assustador da minha vida, porque não sabia se iria sair daquela situação. Só queria falar, mas não conseguia", completou.

Uma vez que nada parecia conter novamente o fluxo, o drama vivenciado por Debbie aumentava cada mais. Assim sendo, ela foi transferida para o Hospital Universitário St. James, também na cidade de Leeds, que já foi considerado um dos maiores hospitais de ensino da Europa.
Após cerca de dois dias entre a vida a e morte, Debbie finalmente foi encaminhada até a ala geral, onde necessitava de menos cuidados e, portanto, um sinal de que, teoricamente, o pior tinha passado. No entanto, os médicos notaram grandes coágulos vermelhos em seu cateter. Assim sendo, foi realizada uma endoscopia, onde uma câmera foi inserida em seu corpo. A mesma revelou que ela tinha sofrido uma complicação muito rara durante a gravidez chamada "placenta percreta", na qual a placenta se anexou aa cicatriz de sua cesariana referente a sua primeira gravidez. A placenta então cresceu no vão entre o útero e sua bexiga, antes de crescer através de sua própria bexiga.

"Eles me disseram que é algo tão raro, que nenhum dos médicos havia tratado algo assim antes. Disseram-me que me tornarei um caso para periódicos médicos e livros didáticos", continuou.

"Eles me disseram que é algo tão raro, que nenhum dos médicos havia tratado algo assim antes. Disseram-me que me tornarei um caso para periódicos médicos e livros didáticos", disse Debbie King (a foto não reflete necessariamente os momentos da recente viagem de Debbie)
No dia seguinte, Debbie precisou de mais uma cirurgia para remover a maior parte de placenta possível sem remover nenhuma parte da bexiga. Os médicos conseguiram salvar a bexiga, e esperam que não haja danos permanentes, apesar das fortes dores, que Debbie vem sentindo atualmente, após voltar para casa, no início da semana passada.

"Eles esperam que não haja nenhum dano permanente. Ainda não sabem com certeza se minha bexiga voltará ao normal, mas eu sou razoavelmente jovem, apta e saudável, e esperamos que sim. Perdi semanas da vida dos meus filhos, coisas como vê-los voltarem para a escola. Sei que eles estão bem e estão sendo bem cuidados, mas só quero ser a mãe deles e ir para casa. Mal posso esperar para curtir as coisas mais simples e pequenas possíveis, tal como ler historinhas para eles dormirem", completou.

Debbie, Jonathan, os filhos do casal, e a mãe de Debbie (à esquerda), a Sra. Wendy King
(a foto não reflete necessariamente os momentos da recente viagem de Debbie)
"O Jonathan foi incrível em tudo. Minha mãe, Wendy King, e minha prima Jody Harris têm sido maravilhosas, assim como todos meus amigos e familiares. Contudo, não posso deixar de agradecer a equipe que cuidou tanto de mim, especialmente os cirurgiões que literalmente salvaram minha vida. Quero fazer algo pela NHS (o serviço de saúde pública do Reino Unido, um dos mais antigos sistemas públicos de saúde do mundo) quando estiver melhor e bem de saúde, porque eles são subvalorizados, mas são muito gentis, têm muita capacidade e conhecimento e são muito atenciosos", finalizou.

Vale ressaltar nesse ponto, que o Jonathan Ansell apoia há muito tempo a "Breast Cancer Care", uma instituição de caridade do Reino Unido, que fornece apoio, cuidados e informações a qualquer pessoa afetada pelo câncer de mama. Isso porque a irmã gêmea de seu pai, a Brenda, morreu justamente devido a esse tipo de câncer. Ele participou de diversos eventos e até mesmo doou o dinheiro arrecado em algumas apresentações para a instituição. Em 2009, ele foi nomeado embaixador da "Breast Cancer Care".

Afinal de Contas, o que Realmente Aconteceu com Debbie King? Uma Rápida Análise do que Foi Divulgado na Mídia e uma Complicação Chamada de "Acrestismo Placentário"


Conforme vocês puderam perceber, o vem sendo divulgado por boa parte da imprensa brasileira, (em muitos casos de maneira irresponsável por sites que costumam ter como objetivo a viralização de suas "notícias" nas redes sociais, principalmente o Facebook) é bem diferente do que foi originalmente divulgado pelos tabloides britânicos, que naturalmente já seriam fontes questionáveis de informação.

Conforme vocês puderam perceber, o vem sendo divulgado por boa parte da imprensa brasileira, (em muitos casos de maneira irresponsável por sites que costumam ter como objetivo a viralização de suas "notícias" nas redes sociais, principalmente o Facebook) é bem diferente do que foi originalmente divulgado pelos tabloides britânicos, que naturalmente já seriam fontes questionáveis de informação
Primeiramente, Jonathan Ansell, o marido de Debbie, sabia exatamente de tudo, desde o primeiro atendimento que sua esposa recebeu em Lanzarote. Em segundo lugar, o ginecologista de Debbie lhe informou que não haveria nenhum problema, e que ela poderia realizar o procedimento assim que voltasse para casa. Portanto, não foi apenas uma decisão deliberada de Debbie. Claro que ela pensou em sua saúde, porém uma vez que seu médico a avisou que não teria problema, ela priorizou a felicidade de seus filhos, porque aquela era a realidade mais próxima. É difícil acreditar que ela teria tomado essa mesma decisão se soubesse que estava correndo um sério risco de morrer.

É perfeitamente natural e compreensível, estando longe de casa, e diante de algo tão delicado quanto a remoção de uma vida, que um dia estaria em seus braços, que Debbie não quisesse passar por nenhum procedimento hospitalar naquele momento, ao menos não em Lanzarote. Estar longe de casa, dos problemas, do trabalho, da correria do dia a dia, e juntamente com seu marido e filhos também poderia, de alguma forma, ajudá-la a se recuperar psicologicamente, ainda que de forma mínima, da perda do seu bebê (embora haja uma discussão, como sempre há, entre os termos mais corretos, ou seja, se seria mais correto chamar de "feto" ou "bebê", por mais que, para uma mãe duvido muito que haja alguma diferença). Assim sendo, a conotação adotada pela mídia nacional, como se Debbie tivesse cometido um ato bizarro para não estragar as férias da família é totalmente inadequada.

É perfeitamente natural e compreensível, estando longe de casa, e diante de algo tão delicado quanto a remoção de uma vida, que um dia estaria em seus braços, que Debbie não quisesse passar por nenhum procedimento hospitalar naquele momento, ao menos não em Lanzarote
Talvez o problema principal esteja na falta de leitura e na tradução adequada para um termo em inglês, que foi utilizado nos textos originais, chamado "spoil". Você pode não saber o significado direto dessa palavra, mas com certeza já ouviu falar da palavra "spoiler", não é mesmo? Quando alguém dá um spoiler sobre um filme ou série de TV, geralmente essa pessoa estraga a surpresa ou acaba revelando algo, estragando assim o filme ou série, não é mesmo? Um dos significados de "spoiler"é justamente esse: "alguém ou algo que estraga alguma coisa". Então, você imagina que o verbo "spoil" também signifique "estragar", o que não estaria errado, visto que é um dos significados. Contudo, diante do contexto, o mais adequado seria substituir esse "estragar" (uma vez que dá a impressão que ela estaria fazendo algo de errado, caso interrompesse as férias) por "arruinar" ou outro verbo que não desse a sensação que a culpa fosse dela, algo que obviamente não era.

Enfim, em termos médicos, Debbie King sofreu uma complicação que no geral é chamada de "Acretismo placentário", que nada mais é do que uma complicação em que uma parte da placenta invade a parede uterina durante a gravidez. Quanto maior for a invasão da placenta no organismo da gestante, mais grave é considerado o acretismo placentário.

Enfim, em termos médicos, Debbie King sofreu uma complicação que no geral é chamada de "Acretismo placentário", que nada mais é do que uma complicação em que uma parte da placenta invade a parede uterina durante a gravidez
Atualmente existem três diferentes classificações para o acretismo placentário, dependendo da profundidade da invasão placentária:
  • Placenta acreta: Quando a placenta penetra mais profundamente na decídua (camada mais interna do útero gravídico), atingindo o miométrio (músculo uterino) apenas superficialmente.
  • Placenta increta: Quando a placenta penetra mais profundamente no útero e atinge a camada muscular (miométrio) mais profundamente.
  • Placenta percreta: Quando a placenta ultrapassa a musculatura uterina podendo invadir até mesmo órgãos adjacentes, assim como a bexiga (como aconteceu no caso da Debbie).
A placenta percreta ocorre, quando a placenta ultrapassa a musculatura uterina podendo invadir até mesmo órgãos adjacentes, assim como a bexiga (como aconteceu no caso da Debbie).
A pré-existência de cicatrizes no útero ocasionadas por cesáreas, curetagens, remoção de miomas e a ocorrência da placenta prévia podem predispor a grávida ao acretismo. A maioria dos casos não apresenta sintomas específicos. No entanto, quando a gestante apresenta uma placenta de inserção mais baixa do que o normal, conhecida como placenta prévia, há chances de aparecer um sangramento vermelho vivo no terceiro trimestre da gestação. Além disso, há riscos para mulheres que tentem engravidar após sofrerem dessa complicação devido a eventuais danos ao útero e demais órgãos, ou seja, é necessário uma bateria de exames minuciosos para avaliar a possibilidade de uma nova gestação. Isso não quer dizer que Debbie nunca mais terá um filho, mas que se ela for liberada para engravidar novamente, sua gestação terá que ser acompanhada com muito cuidado. Obviamente, para maiores informações, o mais recomendável é consultar um médico ou sites especializados nesse assunto.

De acordo com estatísticas fornecidas pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, a incidência de acretismo é variável, entre 1 em 533 até 1 em 2.510 gestações. Cerca de 80% delas são acretas, cerca de 15% incretas, e até 7% percretas. A incidência aumentou muito desde a década de 1950, devido ao número no aumento de cesarianas (antigamente esse número girava em torno de 1 em 30.000 gestações). Segundo o nosso Ministério da Saúde, o Brasil tem 62 mortes registradas a cada 100 mil nascimentos.

De qualquer forma, espero que vocês tenham gostado de saber o que realmente aconteceu com Debbie King que, apesar dos pesares, ela sobreviveu e agora finalmente pode voltar a exercer seu papel divino e biológico de ser mãe.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://bedmed.com.br/o-que-e-acretismo-placentario/
http://seinformamaezinha.weebly.com/blog/placenta-acreta-increta-ou-percreta
http://www.dailymail.co.uk/health/article-4882986/Wife-X-Factor-star-bled-death.html
http://www.fetalmed.net/placenta-acreta/
http://www.mirror.co.uk/news/uk-news/x-factor-stars-wife-reveals-11167612
https://claudia.abril.com.br/saude/acretismo-placentario-a-doenca-que-pode-fazer-com-que-kim-kardashian-perca-o-utero-apos-nascimento-do-segundo-filho/
https://www.thesun.co.uk/fabulous/4461807/x-factor-stars-wife-placenta-c-section-scar-pregnancy/

Conheça Shaney Marie: A Bruxa que Realiza "Feitiços e Rituais" para Melhorar a Vida Íntima de Homens e Mulheres, na Austrália!

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Por Marco Faustino

Quando se fala sobre o tema "bruxaria" ou "feitiçaria" muitas pessoas pensam em alguma coisa oculta, sombria e até mesmo macabra. Atualmente, acredito que não faltam motivos, que levem as pessoas a pensarem dessa forma, visto que basta olhar com atenção o que acontece em diversos países africanos, onde mulheres e crianças são mortas das formas mais desumanas possíveis, simplesmente por mera ignorância ou intolerância cultural. Lembro que há dois anos, entre o setembro e outubro de 2015, escrevi duas postagens tentando retratar um pouco dessa situação, que acontece diariamente, e não somente na África. Uma das postagens foi sobre a moderna caça às bruxas e a superstição assassina na Índia, onde viúvas idosas vivem com medo de serem mortas como "bruxas", quando um vizinho adoece ou então o gado morre de uma maneira inesperada (leia mais: A Moderna Caça às Bruxas e a Superstição Assassina na Índia: As Faces do Medo). Uma outra postagem foi sobre a dramática situação de milhares de crianças acusadas de bruxaria na República Democrática do Congo. As crianças que não conseguem ser "salvas", principalmente por padres, são abandonadas por suas famílias em meio a sujeira e violência da cidade de Kinshasa, a capital do país, e são temidas até mesmo pelos demais cidadãos, que as ignoram ou até mesmo mudam de direção na rua para evitar o contato com elas (leia mais: A Dramática Situação de Milhares de Crianças Acusadas de Bruxaria na República Democrática do Congo).

De qualquer forma, o universo da "bruxaria" ou da "feitiçaria" nem sempre é repleto de dor ou sofrimento, mas também de situações um tanto quanto inusitadas. Esse foi o caso de uma pequena e modesta casa na cidade de Hólmavík, em Westfjords (Fiordes Ocidentais), na Islândia, onde existe um museu, que possui exposições completamente macabras da feitiçaria do século XVII na região. Existe uma calça que muitos acreditam até hoje que seja feita de pele humana, e que dizem dar riqueza ilimitada para quem a veste; inscrições simbólicas e mágicas chamadas de "staves", que muitos acreditam que ofereçam poderes, que vão desde a capacidade de ver fantasmas até fazer alguém se apaixonar por você; e estranhas criaturas de duas cabeças que nasciam para roubar o leite de vacas ou cabras. Particularmente, adorei trazer todo aquele material, que foi muito bem recebido por todos vocês (leia mais: Conheça o Museu Islandês da Feitiçaria e Bruxaria! Desde Fórmulas para Criar Zumbis e Ver Fantasmas até a Chamada "Calça do Morto"!).

Agora, eis que surgiu na imprensa internacional uma notícia sobre uma "bruxa" neozelandesa chamada Shaney Marie, que vem alegando realizar "feitiços" para aprimorar a vida íntima de homens, mulheres e casais, desenvolvendo assim conexões íntimas mais profundas em seus clientes, de modo que todos possam ser livres para explorar seus desejos e, desse modo, ampliarem suas experiências de vida. Esse, é claro, é o modo mais leve que tenho descrever os "poderes" de Shaney Marie, que se tornou a grande sensação na Europa, principalmente no Reino Unido, onde ela até mesmo se tornou capa de uma edição do tabloide irlandês "Irish Sun". Sua ascensão meteórica recente, incluindo eventos realizados em diversos países europeus, não poderia passar desapercebida aqui no Brasil. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Uma "Bruxa" Chamada Shaney Marie: Uma Visão Britânica Sobre uma Suposta e Autodeclarada "Bruxa" Neozelandesa


Conforme vocês já devem estar acostumados, vamos apresentar a vocês a versão britânica do "cartão de visitas" da Shaney Marie para o mundo. Porém, é bom deixar claro, que o texto traduzido abaixo não é um retrato exato e completo de suas atividades, sendo apenas a visão de um veículo de comunicação britânico com influência mundial (lembrando que poder de propagação não significa qualidade de informação). Geralmente, é essa mesma visão, que as pessoas costumam ler em sites e portais brasileiros de notícias (exceto alguns casos, onde a mídia brasileira consegue ser pior que os tabloides britânicos). É muito complicado, quando você pega um texto de uma única fonte, como se a mesma fosse um resumo de toda uma matéria, porque isso acaba gerando uma falsa impressão de conclusão para aqueles que têm alguma forma de contato com o assunto. Infelizmente, não há solução mágica para isso, visto que é necessário acompanhar a matéria para entender os desdobramentos, assimilar o que é oferecido, para então formar, eventualmente, sua própria opinião.

Outro detalhe importante é que o teor do texto será ligeiramente atenuado para evitar que alguns termos causem muito espanto, muito embora sejam palavras facilmente lidas, ouvidas e encontradas em qualquer lugar hoje em dia. Ainda assim, uma vez que lidamos com um público bem plural, uma certa cautela e uma dose de bom senso sempre é bem-vindo para que possamos atingir sempre o maior número de pessoas possíveis, sem prejudicar a qualidade do conteúdo. Assim sendo, vamos começar mostrando a vocês o que foi publicado pelo Daily Mail (DM), no dia 4 de setembro desse ano, que curiosamente contou com um texto pré-formatado pela agência de notícias Caters, a mesma que costuma fornecer materiais sobre casos de "fantasmas" ou "atividades paranormais" para os tabloides no Reino Unido.

Conforme vocês já devem estar acostumados, vamos apresentar a vocês a versão britânica do "cartão de visitas" da Shaney Marie para o mundo. Porém, é bom deixar claro, que o texto traduzido abaixo não é um retrato exato e completo de suas atividades, sendo apenas a visão de um veículo de comunicação britânico com influência mundial (lembrando que poder de propagação não significa qualidade)
Inicialmente, foi mencionado que uma antiga stripper (profissional que realiza striptease) havia se transformado em uma "bruxa sexual", que ganhava a vida treinando pessoas solteiras e casais em relação ao "erotismo pagão", o que incluía feitiços para aumentar a predisposição dos mesmos a atingir o clímax.  Seu nome era Shaney Marie, 31 anos, que havia mergulhado no mundo da bruxaria depois de trabalhar como "dançarina exótica", e decidir que seus clientes masculinos precisavam de conexões íntimas mais profundas.

Atualmente, a sacerdotisa nascida na Nova Zelândia teria passado a ensinar essa "magia" por todas as partes da Austrália, onde atualmente vive, e estava prestes a expandir seu empreendimento no exterior usando um avião, não uma vassoura.

Shaney Marie teria nascido na Nova Zelândia
(a foto acima mostra a cidade de Auckland, mas não é mencionado em que cidade a Shaney Marie teria nascido)
Shaney, que se identifica tanto como pansexual, o que significa ser um indivíduo que aprecia e é atraído por todos os tipos de gênero, quanto ecossexual, o que significa ser um indivíduo que se considera capaz de ter relações íntimas com o planeta Terra, disse que a "bruxaria sexual" envolvia o uso de antigas formas pagãs de destravar os grandes caminhos do prazer.

"Quando eu era stripper, percebi que a maioria dos homens vinha até mim em busca de conexões mais profundas, e não tinham a quem mais recorrer. Então, olhei para a antiguidade. Certa vez, houve templos, onde os homens buscavam conselhos e curas, que vinham de dançarinos eróticos. Isso vem sendo distorcido", disse Shaney, que atualmente mora na cidade de Melbourne, na Austrália.



Shaney atualmente mora na cidade de Melbourne, na Austrália
"Os clubes de striptease modernos são um jogo de poder. Os homens veem as mulheres como objetos, mas as mulheres visam o dinheiro. Não é mais um lugar de amor, então decidi voltar as raízes e trazer um novo despertar. O amplo acesso a fotos e vídeos eróticos também fizeram com que nos tornassemos menos sensíveis. A espiritualidade é a melhor maneira de nos ajudar a recondicionarmos em relação as sutilezas do erotismo", continuou.

Shaney, que se identifica tanto como pansexual, o que significa ser um indivíduo que aprecia e é atraído por todos os tipos de gênero, quanto ecossexual, o que significa ser um indivíduo que se considera capaz de ter relações íntimas com o planeta Terra, disse que a "bruxaria sexual" envolvia o uso de antigas formas pagãs de destravar os grandes caminhos do prazer.
"Os clubes de striptease modernos são um jogo de poder. Os homens veem as mulheres como objetos, mas as mulheres visam o dinheiro. Não é mais um lugar de amor, então decidi voltar as raízes e trazer um novo despertar.", disse Shaney Marie
Para Shaney, a excitação poderia vir de coisas tão sutis tal como uma rajada de vento, que é uma característica da ecossexualidade, uma espécie de busca por uma recompensa mais íntima da natureza. Seus clientes são ensinados a realizar rituais, assim como orar em "altares do amor". Também são realizadas oficinas (comumente chamadas pelo nome genérico de "workshops") de dança erótica usando cristais e acessórios como estímulos adicionais. Ela também alega lançar "feitiços" para aprofundar os sentimentos mais secretos de seus clientes.

"Estou em um relacionamento heterossexual, mas estou aberta a explorar a vida para que eu possa ser descrita como pansexual. Também sou ecossexual, que significa ser estimulada pelos elementos da natureza. Isso pode significar se render ao prazer pelo simples sopro do vento em sua pele. Os elementos são importantes para as bruxas e os xamãs", completou.

"A criação de feitiços pode envolver o aumento do prazer. É uma das forças mais poderosas que você pode experimentar. É como o combustível de um foguete para uma manifestação", continuou.

Para Shaney, a excitação poderia vir de coisas tão sutis tal como uma rajada de vento, que é uma característica da ecossexualidade, uma espécie de busca por uma recompensa mais íntima da natureza
Seus clientes são ensinados a realizar rituais, assim como orar em "altares do amor". Também são realizadas oficinas (comumente chamadas pelo nome genérico de "workshops") de dança erótica usando cristais e acessórios como estímulos adicionais
Ela disse que sua clientela, principalmente masculina, gira na faixa etária entre os 20 e 70 anos, e que ela possui centenas de interessados, mas que esse número vem crescendo conforme as pessoas trocam a religião pela espiritualidade. Shaney disse que a Austrália tinha um grande movimento em relação a "espiritualidade sexual", principalmente nas cidades de Melbourne e Byron Bay, e que cada vez mais as pessoas estavam começando a procurar mais informações sobre isso.

Ela disse que sua clientela, principalmente masculina, gira na faixa etária entre os 20 e 70 anos, e que ela possui centenas de interessados, mas que esse número vem crescendo conforme as pessoas trocam a religião pela espiritualidade
Shaney disse que a Austrália tinha um grande movimento em relação a "espiritualidade sexual", principalmente nas cidades de Melbourne e Byron Bay, e que cada vez mais as pessoas estavam começando a procurar mais informações sobre isso.
"Existe um histórico de desinformação sobre a bruxaria e o paganismo, mas as pessoas são curiosas, e a espiritualidade está lentamente substituindo a religião", completou, acrescentando que seus serviços também podiam oferecer qualidades terapêuticas para vítimas de depressão ou traumas.

"Definitivamente, algumas pessoas podem usar meios espirituais para curar traumas, porém deve ser feito com ternura. Somos, essencialmente, seres sensíveis e gentis. Um dos meus clientes estava sofrendo de uma grave depressão. Ele disse que, após seis sessões, ele sentiu mais progresso do que anos de terapia psiquiátrica", finalizou. Ainda na parte final, o texto também acrescentou que durante o mês de setembro, Shaney iria levar seus serviços para as cidades de Amsterdã, Londres, Berlim, e posteriormente para um último país, a Irlanda, em uma espécie de turnê pela Europa.

"Existe um histórico de desinformação sobre a bruxaria e o paganismo, mas as pessoas são curiosas, e a espiritualidade está lentamente substituindo a religião", completou, acrescentando que seus serviços também podiam oferecer qualidades terapêuticas para vítimas de depressão ou traumas.
Enfim, acredito que vocês não estranhariam se eu dissesse que as informações, ao menos recentes sobre Shaney Marie, se resumiram a apenas isso. O assunto chegou a ser tratado até mesmo com um certo sarcasmo por parte de alguns sites voltados para o universo masculino, e considerando o mundo que vivemos não era de se esperar outra coisa.

A beleza de Shaney chega a ser praticamente indiscutível em relação ao seu corpo e a fisionomia de seu rosto, porém não é por essas atribuições que podemos julgá-la, visto que além de inadequado, seria quase medieval. Assim sendo, resolvi ir atrás de maiores informações sobre os serviços de Shaney Marie, que é justamente o que vocês conferem a partir de agora.

Quem é Realmente Shaney Marie? Quais São as Propostas e os Serviços Oferecidos pela Suposta "Bruxa"?


Existe pouquíssima informação disponível publicamente sobre "Shaney Marie Lioness", visto que ela não costuma dar muitas entrevistas, sendo bem reservada nesse sentido. Por outro lado, é bem possível que esse seja apenas um nome meramente artístico utilizado por ela. Em seu site oficial é mencionado, que ela é uma neozelandesa que se mudou para Melbourne, na Austrália, em 2004, pronta para trilhar seu próprio e singular caminho no mundo.

Shaney cita ser uma leoa, uma dançarina, uma especialista na arte da sedução, e um ser humano repleto de falhas, porém ainda assim perfeito tal como as demais pessoas. Ela alega que sua missão na vida é mostrar as pessoas o quão poderosa é a libertação para amar suas sensualidades, seus lados selvagens e mágicos.

Existe pouquíssima informação disponível publicamente sobre "Shaney Marie Lioness", visto que ela não costuma dar muitas entrevistas, sendo bem reservada nesse sentido. Por outro lado, é bem possível que esse seja apenas um nome meramente artístico utilizado por ela
Shaney cita ser uma leoa, uma dançarina, uma especialista na arte da sedução, e um ser humano repleto de falhas, porém ainda assim perfeito tal como as demais pessoas. Ela alega que sua missão na vida é mostrar as pessoas o quão poderosa é a libertação para amar suas sensualidades, seus lados selvagens e mágicos
Shaney disse sonhar com um mundo que não esteja sobrecarregado pelo medo e pela vergonha sexual. Ela sonha que, com um pouco mais de tempo, as pessoas vão perceber que suas sexualidades são a força mais poderosa que existe (quando abordada conscientemente e respeitosamente).

Ela também disse sonhar, que seus futuros filhos viverão em um mundo, que não tenha medo de discutir a índole das ferramentas mais criativas, e que eles poderão usar toda essa energia como uma espécie de super poder para suas próprias vocações e paixões.

Shaney disse sonhar com um mundo que não esteja sobrecarregado pelo medo e pela vergonha sexual. Ela sonha que, com um pouco mais de tempo, as pessoas vão perceber que suas sexualidades são a força mais poderosa que existe (quando abordada conscientemente e respeitosamente).
Shaney Marie também disse que cria e pratica muitos rituais, que geram um significado incrível através da arte, e que ela usa o erotismo como uma forma de ativismo em seu mundo, porque acredita verdadeiramente que, as pessoas que despertaram em relação a esse tema, são mais livres e possuem uma maior capacidade de dançar sua própria música, em um mundo que exige conformidade, optando então por uma vida repleta de prazer, amor, e finalmente abraçando tudo que existe.

Ela disse ter fundado um corpo de trabalho chamado "Orgasmic Hearts" ("Corações Orgasmáticos", em português), que é dedicado a apoiar as mulheres de modo a aprofundar a relação com seus corpos, sexualidade e irmandade atrás dos ensinamentos do tantra feminino moderno, algo que ela menciona praticar desde 2010. Oferece também uma espécie de treinamento para as mulheres entenderem e amarem mais profundamente os homens chamado de "Awakening Men" ("Despertando os Homens"). Shaney disse que participa de uma poderosa comunidade de mulheres chamada "Dancing Eros" na função de "facilitadora" ao ensinar a receita dos cinco arquétipos eróticos femininos: a Sacerdotisa, a Mulher Selvagem, a Donzela, a Prostituta e a Mãe Erótica. Além disso, ela disse ser a co-fundadora do movimento "Sex Witch", que seria uma série de workshops, que visam ressuscitar a união das artes sexuais sagradas e a bruxaria.

Shaney Marie também disse que cria e pratica muitos rituais, que geram um significado incrível através da arte, e que ela usa o erotismo como uma forma de ativismo em seu mundo, porque acredita verdadeiramente que, as pessoas que despertaram em relação a esse tema, são mais livres e possuem uma maior capacidade de dançar sua própria música
Ela disse ter fundado um corpo de trabalho chamado "Orgasmic Hearts" ("Corações Orgasmáticos", em português), que é dedicado a apoiar as mulheres de modo a aprofundar a relação com seus corpos, sexualidade e irmandade atrás dos ensinamentos do tantra feminino moderno, algo que ela menciona praticar desde 2010
Ao pesquisar um pouco mais sobre sua trajetória de vida, é possível encontrar em seu próprio site, que Shaney teria começado sua jornada de "empoderamento erótico" em clubes de striptease aos 18 anos de idade, e que teria cerca de 9 anos de experiência na indústria da dança erótica. Teria sido durantes suas "aventuras", que ela começou a perceber que os atuais clubes de stripteases seriam as versões modernas dos templos da antiguidade. Ela teria descoberto, que muitas pessoas estavam procurando conexões mais profundas, mas que as opções em termos de locais destinados a prática e veneração eram escassos.

Shaney teria começado a explorar o mundo da sexualidade sagrada, aprendendo com muitos mestres renomados até se tornar uma profissional, trabalhando especificamente com homens ao longo de muitos anos, antes de começar a trabalhar com casais, mulheres e grupos. Considerando que Shaney tenha sido honesta em relação as datas mencionadas, podemos dizer que ela autodenomina como "bruxa" há uns 4 anos, o que não é tanto tempo assim.

Ao pesquisar um pouco mais sobre sua trajetória de vida, é possível encontrar em seu próprio site, que Shaney teria começado sua jornada de "empoderamento erótico" em clubes de striptease aos 18 anos de idade, e que teria cerca de 9 anos de experiência na indústria da dança erótica
Shaney teria começado a explorar o mundo da sexualidade sagrada, aprendendo com muitos mestres renomados até se tornar uma profissional, trabalhando especificamente com homens ao longo de muitos anos, antes de começar a trabalhar com casais, mulheres e grupos
Aparentemente, uma das principais formas de atendimento de Shaney é através do telefone ou pelo Skype através do que ela chama de "pacotes de sessões". O pacote de três sessões de uma hora, por exemplo, é dedicado aos australianos que moram distante de Melbourne ou até mesmo pessoas de outros países, que desejam aprender as formas pelas quais podem tornar verdadeiramente empoderados através de uma visão mais ampla do mundo. É mencionado em seu site, que essas sessões seriam excelentes para as pessoas perderem a vergonha, aprenderem sobre novas ferramentas e métodos, praticaram habilidades de comunicação saudáveis ou buscar conselhos.

Já o pacote com 3 sessões entre 1h30 a 2h de duração, apesar de também ser oferecido por telefone ou pelo Skype, é dedicado a uma conexão mais íntima, a educação e jogos, proporcionando "algo a mais" do que as sessões mais básicas. É importante ressaltar, que ela usa muito bem o jogo de palavras, assim como as cores em seu site, que poderiam fazer qualquer pessoa tivesse curiosidade para saber o que realmente acontece durante essas tais sessões, por mais que esteja textualmente explicado. Há vídeos no YouTube de Shaney Marie realizando algumas demonstrações nesse sentido e são bem impressionantes devido a intensidade visual, mas não irei publicar tais vídeos nessa postagem. Fica a critério de vocês pesquisarem ou não sobre esses vídeos, combinado? Alternativamente, vocês também podem acessar a conta dela no Instagram (clique aqui).

Há vídeos no YouTube de Shaney Marie realizando algumas demonstrações nesse sentido e são bem impressionantes devido a intensidade visual, mas não irei publicar tais vídeos nessa postagem. Fica a critério de vocês pesquisarem ou não sobre esses vídeos, combinado?
Aparentemente, uma das principais formas de atendimento de Shaney é através do telefone ou pelo Skype através do que ela chama de "pacotes de sessões", porém as sessões também podem ser realizadas de forma presencial
Existem ainda dois outros pacotes, porém o atendimento nesses dois casos é presencial: um para casais (com sessões entre 1h30 e 2h de duração) e outro para solteiros ou solteiras (podendo ser uma série de sessões entre 1h30 a 6h de duração ou então algo mais intensivo, ou seja, em um único dia). Nesse último caso, Shaney promete que, através de uma profunda exploração psicológica e corporal, o cliente será guiado por ela para explorar as partes mais ocultas da relação com seu próprio corpo.

Infelizmente, em nenhum desses casos é informado o valor, logo é necessário entrar em contato para saber quanto custa cada pacote. No caso do atendimento presencial, ou seja, fisicamente em Melbourne, o interessado precisa entrar em contato ao longo do ano para fazer parte de uma espécie de lista de espera para ser informado quando o atendimento será possível, em virtude dos eventos que Shaney costuma realizar e participar.

Infelizmente, em nenhum desses casos é informado o valor,
logo é necessário entrar em contato para saber quanto custa cada pacote.
Entretanto, mesmo assim é possível ter uma certa noção de valores. Na seção sobre o "Awakening Men" ("Despertando os Homens"), que se menciona ser uma espécie de "treinamento" projetado para dar apoio as mulheres a se libertarem das profundas mágoas ou feridas, que possuem em relação aos homens, assim como integrar e abraçar os ensinamentos da sexualidade sagrada, e relacionamentos conscientes em seu próprio trabalho e vida, é mencionado que o próximo "treinamento" será realizado na cidade de Melbourne, em maio de 2018, ao custo de AU$ 2.400 (cerca de R$ 6.000 pela cotação atual). A hospedagem e alimentação, no entanto, é por conta do interessado.

Entretanto, mesmo assim é possível ter uma certa noção de valores. Na seção sobre o "Awakening Men" ("Despertando os Homens"), que se menciona ser uma espécie de "treinamento" projetado para dar apoio as mulheres, é mencionado que o próximo "treinamento" será realizado na cidade de Melbourne, em maio de 2018, ao custo de AU$ 2.400 (cerca de R$ 6.000 pela cotação atual)
Shaney Marie durante uma sessão com mulheres no treinamento denominado de "Awakening Men"
Mais uma foto de Shaney Marie durante uma sessão com mulheres no treinamento denominado de "Awakening Men",
que também pode contar com convidados masculinos
No site é mencionado que serão cerca de 7 dias (de 1º a 7 de maio), sendo que na maioria dos dias, em média, o workshop terá mais de 7 horas de duração, podendo chegar até 11h de duração em um único dia. Aliás, não é apenas a Shaney que realiza esse treinamento, visto que o mesmo conta com a participação de uma outra profissional e convidados masculinos especiais.

De qualquer forma, nem tudo é tão caro assim. Lembram que eu comentei que Shaney Marie foi capa do tabloide irlandês "The Irish Sun" recentemente? Pois bem, Shaney já passou por Amsterdã, no dia 10 de setembro, por Londres, entre os dias 15 e 17 de setembro, em Berlim, entre os dias 23 e 24 de setembro.

Shaney Marie durante seu workshop realizado em Amsterdã, na Holanda
Shaney Marie durante seu workshop realizado em Londres, na Inglaterra
Shaney Marie durante seu workshop realizado em Berlim, na Alemanha
Ela também irá realizar seu workshop chamado "The Devotional Woman" ("A Mulher Devotada", em português) na Irlanda, mais precisamente na cidade de Killorglin, entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, ou seja, durante três dias, perfazendo um total de 17 horas e 30 minutos de workshop. O valor? Exatamente € 295 (aproximadamente R$ 1.100).

Ela também irá realizar seu workshop chamado "The Devotional Woman" ("A Mulher Devotada", em português) na Irlanda, mais precisamente na cidade de Killorglin, entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro
Serão três dias, perfazendo um total de 17 horas e 30 minutos de workshop.
O valor? Exatamente € 295 (aproximadamente R$ 1.100).
De acordo com Shaney, o workshop chamado "The Devotional Woman" consiste em uma incrível jornada para que as mulheres se aprofundem no amor próprio e no corpo feminino, através de artes e dos rituais tântricos. Além disso, a Irlanda fechará a turnê de Shaney Marie pela Europa, sendo que o próximo evento programado é justamente em um festival com 4 áreas destinadas a workshops, na Península Mornington, no estado australiano de Vitória. Uma vez que é bem difícil encontrar informações sobre Shaney anteriores a 2015, é notável que ela esteja aproveitando essa grande

Saindo em Defesa de Shaney Marie Apesar do seu Discurso Retórico Sobre a "Bruxaria" Para Libertar Mentes e Corpos da Opressão Mundana!


A retórica de Shaney Marie é realmente muito atraente. Ela sabe usar muito bem as palavras, fazer todo um jogo ilusório para indicar algo, e ao mesmo tempo encaixar uma vírgula ou um pronome, que indique que não seja bem aquilo que a pessoa esteja pensando. Sem dúvida alguma ela possui um grande poder de convencimento, ou seja, de fazer as pessoas acreditarem que aquilo irá funcionar mesmo que ela não tenha embasamento científico, cultural ou histórico para isso.

Assim sendo, ela evoca a antiguidade, os templos onde dançarinas ou dançarinos trabalhavam com o corpo e a mente das pessoas, faz algumas analogias como sendo profunda conhecedora do âmago masculino, ao alegar que trabalhou na indústria da dança exótica e sensual ao longo de quase uma década etc. Além disso, ela menciona que aprendeu técnicas e métodos com mestres renomados, sendo tudo muito bonito e agradável aos olhos de quem acessa o seu site. Acredito que qualquer pessoa acabaria tendo interesse em fazer ao menos uma sessão com Shaney Marie para ver o que acontece, e as sensações geradas pelo sua metodologia.

A retórica de Shaney Marie é realmente muito atraente. Ela sabe usar muito bem as palavras, fazer todo um jogo ilusório para indicar algo, e ao mesmo tempo encaixar uma vírgula ou um pronome, que indique que não seja bem aquilo que a pessoa esteja pensando
Por falar em metodologia, o site de Shaney não é técnico, científico, e nem mesmo promete curas milagrosas. Possui um caráter bem humano, sensual, envolvente e suas palavras são muito agradáveis de serem lidas. Ela trabalha muito mais com o psicológico de quem está curioso e propenso a "pagar para ver" do que necessariamente tenta convencer desesperadamente a pessoa de que ela precisa disso em sua vida, pelo contrário. E, pasmem, ela faz isso de forma muito sutil, com calma, sem cometer muitos exageros e tentando agradar ao maior número de pessoas possível.

Para vocês terem uma ideia, existe um pequeno texto chamado "A Dança do Amor" em que ela menciona que a vida é uma eterna dança em busca do amor, da sensualidade e do fogo da paixão. Essas formas de existência não estariam de forma alguma vinculadas ao quarto de uma pessoa. Shaney disse que existe um desejo inato dentro de cada um de procurar por significado e intensidade, e que sentir-se vivo em sua sexualidade encarnada seria um dos melhores caminhos para encontrar as coisas que tocam nas partes mais profundas de cada pessoa (perceberam o jogo de palavras?)

Para vocês terem uma ideia, existe um pequeno texto chamado "A Dança do Amor" em que ela menciona que a vida é uma eterna dança em busca do amor, da sensualidade e do fogo da paixão.
A natureza mais primitiva de cada pessoa é o amor, sendo o corpo projetado para estar igualmente conectado, tanto nos reinos internos e externos. Os profundos sentimentos internos de desejo e o toque elétrico externo, onde a pele de uma pessoa encontra os elementos de outra, seriam ingredientes da magia. Brincar com a tensão da existência seria uma experiência particular entre a pessoa e o espírito, uma jornada de busca contínua de maravilha, e de ver o mundo através de um novo e encantador olhar. Shaney ainda menciona, que a conexão de cada um com seus corpos para sentir, brincar e seduzir é um direito garantido ao nascer, de cada um de nós.

Diversos textos em seu blog possuem esse aspecto leve, sutil, humano. Mais um exemplo disso é um ritual proposto por Shaney para casais, que aliás qualquer um pode fazer em casa, caso tenha um(a) namorado(a), marido ou esposa. Inicialmente, Shaney Marie menciona que estar em um relacionamento íntimo e amoroso não é um caminho fácil. Os relacionamentos seriam uma sucessão de transformações, e que ressentimentos ou aborrecimentos poderiam acabar se tornando comentários agressivos e raivosos ou até mesmo resultar em brigas. Ela cita que a briga não é necessariamente algo ruim, porque o fogo limpa o relacionamento, e os elementos da paixão alimentam a conexão, porém isso pode ser prejudicial quando a confiança é quebrada, visto que o coração é frágil e pode demorar para repará-lo. Assim sendo, ela acreditava em "limpar o ar", tirando tudo aquilo que estivesse corroendo uma pessoa por dentro, ou seja, criando espaço para a honestidade amorosa.

A natureza mais primitiva de cada pessoa é o amor, sendo o corpo projetado para estar igualmente conectado, tanto nos reinos internos e externos. Os profundos sentimentos internos de desejo e o toque elétrico externo, onde a pele de uma pessoa encontra os elementos de outra, seriam ingredientes da magia
Segundo Shaney existem apenas duas regras básicas. A primeira é que a pessoa não deve culpar o(a) seu(ua) parceiro(a) e sempre agradecê-lo(a) por compartilhar. A segunda é que, o que for compartilhado não deve ser utilizado contra a outra pessoa posteriormente. Esse seria um espaço sagrado, que seria criado para se relacionar, e o ritual seria uma espécie de extensão de seu relacionamento, ou seja, o processo deve ser respeitado. Vamos ao ritual apelidado de "Ritual da Comunicação Honesta":
  • Purifique seu espaço, assim como um ao outro com sálvia ou incenso para "limpar o campo";
  • Sente-se de frente, um para o outro, e acenda uma vela para representar o fogo da transformação e a paixão no qual você ama;
  • Olhe durante algum tempo nos olhos, um do outro, e sintam seus corações, tornando-os presentes ao momento, sentindo o coração um do outro;
  • Uma pessoa falará e a outra só escutará. Evite a conversa a todo custo para que o espaço permaneça aberto e acessível. Em uma conversa, o diálogo pode se tornar defensivo, assim sendo, tendo apenas os papéis de orador e ouvinte você está permitindo ceder espaço para gentilmente navegar e responder em vez de reagir;
  • A primeira pessoa fala qualquer coisa que esteja acumulada há muito tempo, e que precisa colocar para fora. Recomendo falar sobre o que sente, em vez do que pensa, de modo que as palavras estejam conectadas ao seu panorama emocional. Quando terminar de limpar o ar, você terminará com um agradecimento ao seu amor, algo que você aprecia ou ama. Isso pode ser um momento, um gesto ou uma memória.
  • O ouvinte diz "obrigado";
  • Respire algumas vezes em sincronia com seu(a) parceiro(a), olhando em seus olhos para se reconectarem e, então, a segunda pessoa começa a limpar o ar! Repita o processo acima.
  • Finalize com um abraço e um beijo, e assopre para apagar a vela.
Entenderam onde quero chegar? Aparentemente, pelo menos até onde pude notar, é sempre tudo muito sutil e agradável de ser lido. Não há nenhuma sensação de repulsa. Apesar de não ser informado os valores referentes aos pacotes de sessões oferecidos por Shaney, é possível notar que seus workshops, que tratam basicamente de empoderamento feminino, não custam tão caro quanto alguns supostos videntes ou pessoas que alegam ter poderes divinatórios cobrariam para prever o futuro, realizar trabalhos etc. Aliás, alguém se lembra do spray para atrair Pés-Grandes por US$ 7 ou então o repelente contra vampiros psíquicos promovido pela "Goop", uma marca da atriz Gwyneth Paltrow, ao custo de US$ 30?

Apesar de não ser informado os valores referentes aos pacotes de sessões oferecidos por Shaney, é possível notar que seus workshops, que tratam basicamente de empoderamento feminino, não custam tão caro quanto alguns supostos videntes ou pessoas que alegam ter poderes divinatórios cobrariam para prever o futuro, realizar trabalhos etc.
Os serviços prestados por Shaney Marie, por incrível que pareça, não estão na categoria de enganar necessariamente o consumidor final. Porém, é necessário uma boa dose de cautela nesse aspecto, visto que Shaney adota uma postura estereotipada da bruxaria moderna e ocidental, ou seja, aquela mulher que dança sensualmente com seu corpo, se conectando a natureza ao seu redor, fazendo elixires que estimulam o corpo e a mente em mini caldeirões de ferro fundido e chás exóticos. Além disso, se apresenta com tecidos leves, de caráter esotérico, e monta altares simbólicos com velas e alguns apetrechos, mas nada que envolva forças ocultas ou sombrias. Ela aparenta isso, visto que sabe muito bem trabalhar com imagens e palavras, mas é muito mais teatral do que realmente profundo e enraizado.

Vale mencionar que ela adota diversas abordagens. Notam-se elementos da "bruxaria moderna e ocidental", alguns aspectos de neopaganismo e até mesmo de forma "holística", ao buscar o equilíbrio corpóreo, psíquico e social por meio de estímulos naturais, mediante a autoajuda ou despertar da consciência do indivíduo sobre seu corpo e seu papel em seu meio. Em alguns vídeos é possível notar que ela também adota práticas de reiki e equilíbrio energético através da abertura e fechamento de chakras. Resumindo? Ela não é bem uma "bruxa", mas tenta convencer que esse é um dos seus atributos para angariar mais público ao pregar a irmandade feminina, o empoderamento feminino, a busca de um maior entendimento da vida, a realização de feitiços etc. Isso tudo mexe com a imaginação das pessoas. Também é importante ressaltar que as práticas de Shaney não substituem a medicina tradicional,  nem eventualmente a fé das pessoas. Há um certo exagero em algumas de suas palavras, mas talvez faça parte de sua retórica.

Vale mencionar que Shaney adota diversas abordagens. Notam-se elementos da "bruxaria moderna e ocidental", alguns aspectos de neopaganismo e até mesmo de forma "holística", ao buscar o equilíbrio corpóreo, psíquico e social por meio de estímulos naturais, mediante a autoajuda ou despertar da consciência do indivíduo sobre seu corpo e seu papel em seu meio
Também é importante ressaltar que as práticas de Shaney não substituem a medicina tradicional,  nem eventualmente a fé das pessoas. Há um certo exagero em algumas de suas palavras, mas talvez faça parte de sua retórica
Posso, é claro, estar enganado, mas não consigo ver Shaney, por exemplo, realizando rituais obscuros, pactos com entidades demoníacas, realizando sacrifícios ou conjurando feitiços em idiomas antigos. Também não consigo vê-la como sendo uma adepta da Wicca, ou de suas inúmeras tradições e correntes de pensamento. Enfim, é tão difícil saber que espécie de "bruxa" ela é (uma vez que ela não é bem uma "bruxa"), que ela criou um novo termo, conforme vimos anteriormente, para tentar se encaixar nesse meio. Apesar de não ter dúvidas que as práticas de Shaney possam, de fato, aliviar o estresse, a tensão e até mesmo de superar traumas antigos (independentemente do valor a ser cobrado), não é possível dizer que ela seja uma "bruxa" tal como ela acredita, pensa ou apenas diz para que outros acreditem.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://nypost.com/2017/09/04/this-sex-witch-wants-to-cast-a-spell-on-your-junk/
http://www.dailymail.co.uk/femail/article-4849744/Ex-stripper-professional-sex-witch-teaches-orgasm-spells.html
http://www.menshealth.com/sex-women/sex-witch-better-sex-orgasms
http://www.nzherald.co.nz/lifestyle/news/article.cfm?c_id=6&objectid=11916839
https://ahau.org/terapia-holistica-o-que-e/
https://orgasmichearts.net/teacher/shaney-marie/
https://www.dancingeros.com/teacher/shaney-marie/
https://www.instagram.com/shaneymarie_sexwitch/?hl=en
https://www.maxim.com/maxim-man/sex-witch-2017-9
https://www.shaneymarie.com/awakening-men/finding-wholeness-man/
https://www.shaneymarie.com/events/devotional-woman-ireland/
https://www.shaneymarie.com/magic/3-embodied-wisdoms/
https://www.shaneymarie.com/pleausre/dance-of-love/
https://www.shaneymarie.com/relationship/lovers-ritual/
https://www.shaneymarie.com/sex-witch/
https://www.thesun.co.uk/fabulous/4386184/this-new-zealand-stripper-is-now-a-sex-witch-and-specialises-in-orgasm-boosting-spells/

Pacto com o Diabo? Uma "Bruxa" Realizou um "Pacto com Satanás" para Curar o Câncer de um Jovem Policial, nos Estados Unidos?

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Por Marco Faustino

Na sexta-feira passada (22), publicamos uma matéria sobre uma "bruxa" neozelandesa chamada Shaney Marie, que vem alegando realizar "feitiços" para aprimorar a vida íntima de homens, mulheres e casais, desenvolvendo assim conexões íntimas mais profundas em seus clientes, de modo que todos possam ser livres para explorar seus desejos e, desse modo, ampliarem suas experiências de vida. Esse, é claro, é o modo mais leve que tive para descrever os "poderes" de Shaney Marie, que se tornou a grande sensação na Europa, principalmente no Reino Unido, onde ela até mesmo se tornou capa de uma edição do tabloide irlandês "The Irish Sun". A retórica de Shaney Marie era realmente muito atraente. Ela sabia usar muito bem as palavras, fazer todo um jogo ilusório para indicar algo, e ao mesmo tempo encaixar uma vírgula ou um pronome, que indicasse que não fosse bem aquilo que a pessoa estivesse pensando. Sem dúvida alguma ela possuía um grande poder de convencimento, ou seja, de fazer as pessoas acreditarem que algo iria funcionar mesmo que ela não tivesse nenhum embasamento científico, cultural ou histórico para isso. Recomendo fortemente, que vocês confiram todos os detalhes pertinentes aquele assunto em minha postagem (leia mais: Conheça Shaney Marie: A Bruxa que Realiza "Feitiços e Rituais" para Melhorar a Vida Íntima de Homens e Mulheres, na Austrália!).

Coincidentemente, um dia antes da publicação sobre Shaney Marie, alguns tabloides britânicos divulgaram uma história sobre uma outra suposta "bruxa", mas dessa vez em um tom bem mais preocupante e alarmante. O motivo? Bem, segundo um texto inicialmente publicado por Emma Parry, correspondente norte-americana do tabloide "The Sun", uma bruxa chamada "Savannah", mais conhecida como "Black Witch S" alegava que tinha o poder de curar o câncer ao dialogar com demônios e fazer pactos com o Diabo. Sim, exatamente isso que você leu. Esse é um tema tão sensível, que chega a ser quase repugnante que alguém apareça na mídia, independentemente de qual seja o país, prometendo curas milagrosas para qualquer tipo de doença, ainda mais o câncer que, em algumas ocasiões, chega a ser tão agressivo, que leva o paciente a exaustão e o faz pensar em inúmeras possibilidades de realmente colocar um fim a dor que sente. Porém, quando estamos lidando com tabloides britânicos e uma suposta "bruxa", na qual apenas seu primeiro nome e uma história totalmente superficial foi divulgada, vocês podem ter certeza que a mesma teria diversas camadas para ser contada, e não iria se resumir a poucos parágrafos como costumam fazer por aí. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Uma História "Exclusiva" e uma Grande Confusão Promovida pelo Tabloide Britânico "The Sun": O Caso da Suposta "Bruxa" que Teria Alegado Poder Curar o Câncer Através de Pactos com o Diabo


Antes de começarmos a entender o que foi publicado com "exclusividade" pelo tabloide britânico "The Sun"é necessário que você entenda algumas coisas básicas, quando estamos falando da mídia do Reino Unido. Apesar da generalização do termo "tabloide" ser vista como algo pejorativo, quando nos referimos a qualidade em termos de informação, nem todo tabloide é igual (muito embora todos, no final das contas, comam na mesma mesa). O "The Sun" pertence a "News UK" (mesma organização do "The Times" / "The Sunday Times"), que por sua vez faz parte de um conglomerado ainda maior chamado "News Corp", que possui veículos de comunicação nos Estados Unidos e Austrália. O "Daily Mirror" pertence a Trinity Mirror (mesma proprietária do "Daily Record"). O "DailyMail" pertence a "DMG Media" (mesma do tabloide "Metro"), que por sua vez faz parte do conglomerado "DMGT." Agora, aqueles que provavelmente sejam os dois piores tabloides britânicos, e que vêm mantendo esse título há anos são o "Daily Star" e o "Daily Express", sendo que ambos pertecem ao mesmo proprietário: Richard Desmond. 

Todos os tabloides britânicos possuem correntes políticas e ideológicas muito claras, porém o nível de apelação promovido pelo "Daily Star" (responsável por inventar de maneira totalmente torpe e irresponsável a história de supostas crianças de olhos negros na região de Cannock Chase) e do "Daily Express" (responsável por propagar diariamente material alarmista dos mais diversos gêneros, sem quaisquer embasamentos ou verificações de ordem técnica ou científica, e de maneira totalmente aleatória pelo mundo) são gritantes. Portanto, sempre que vocês assistirem um vídeo ou lerem qualquer texto, que tenha como base praticamente exclusiva esses dois tabloides, descartem completamente o conteúdo oferecido. Joguem, literalmente, na lata do lixo. Não estou dizendo que os outros tabloides sejam confiáveis, porque sempre carecem de uma pesquisa ou consulta adicional, porém esses dois que acabei de citar estão há uns vinte andares abaixo da base da pirâmide de confiabilidade. Infelizmente, muito conteúdo em tom alarmista que vocês atualmente se deparam na internet, quase sempre vem de algum desses dois tabloides citados.

Portanto, sempre que vocês assistirem um vídeo ou lerem qualquer texto, que tenha como base praticamente exclusiva esses dos tabloides Daily Star e Daily Express, descartem completamente o conteúdo oferecido. Joguem, literalmente, na lata do lixo.
Uma vez que você esteja ciente disso, é importante mencionar que toda essa história sobre uma suposta "bruxa", que teria o poder de curar o câncer surgiu a partir do tabloide britânico "The Sun", na tarde do dia 21 de setembro (quinta-feira passada), e foi redigida por Emma Parry, correspondente digital norte-americana do mesmo, nos Estados Unidos, e que quase sempre escreve textos de forma muito rasa sobre assuntos polêmicos, conspiratórios ou sobre celebridades que estejam em evidência por algum motivo muito estranho ou fútil. Enfim, vamos conferir o que ela escreveu naquela ocasião, onde ela começou dizendo que uma bruxa alegava que podia ajudar a curar pessoas de doenças, incluindo o câncer, ao falar com demônios e fazendo pactos com Satanás:

"Black Witch S, cujo nome real é Savannah, pratica a magia negra ou o 'Caminho da Mão Esquerda', que ela disse ter transformado a vida de milhares de seus alunos e seguidores. Savannah, 46 anos, alega que recentemente ajudou a 'curar' um policial de Los Angeles, de 23 anos, de leucemia aguda em fase IV, ao falar com o 'guia demoníaco' dela, Astaroth.

Black Witch S, cujo nome real é Savannah, pratica a magia negra ou o 'Caminho da Mão Esquerda', que ela disse ter transformado a vida de milhares de seus alunos e seguidores
Savannah, 46 anos, alegava que recentemente havia ajudado a 'curar' um policial de Los Angeles, de 23 anos, de leucemia aguda em fase IV, ao falar com o 'guia demoníaco' dela, Astaroth.
Por mais que não haja evidências médicas para provar que ela tenha curado quaisquer pessoas, isso não impediu que cinco milhões de pessoas visitassem seu site somente este ano. Ela disse que ajudou a curar um membro do seu grupo, que passou por uma cirurgia cerebral, usando um boneco vudu. A bruxa também disse, que curou diversos membros de sua família, incluindo sua avó, que havia recebido apenas dois meses de vida.

Savannah, mãe de três filhos, que mora em Nova Orleans, no estado norte-americano da Louisiana, disse ao 'The Sun' que começou a ajudar o jovem rapaz com leucemia após a mãe dele ter escrito para ela e pedido ajuda. Ela disse que ajudou a mulher a fazer um 'pacto com Lúcifer' para curar seu filho, antes de lançar diversos feitiços sobre o jovem rapaz.

Por mais que não haja evidências médicas para provar que ela tenha curado quaisquer pessoas, isso não impediu que cinco milhões de pessoas visitassem seu site somente este ano
Savannah Ellis ao lado de sua avó, em outubro de 2016, dizia que a mesma era a prova que a magia funcionava, visto que ela ainda estava viva aos 92 anos de idade, sendo que os médicos tinham dado apenas 2 meses de vida para ela, em 2014. Nota-se também que Savannah estava em Bankstown, um subúrbio de Sidney, no estado australiano de New South Wales (guardem bem essa informação)
'A mãe do rapaz de 23 anos escreveu para mim e me perguntou o que eu poderia fazer para ajudar, porque o prognóstico não era bom. Seu filho era um policial de Los Angeles, e o caso me tocou profundamente, pois tenho um filho por volta da mesma idade. Sabia que tinha que agir com muita urgência no caso dele', disse Savannah.

'Uma coisa que você pode fazer para curar as pessoas é conseguir um boneco vudu, e trazer esse boneco à vida, o tornando uma imagem da pessoa que deseja curar. Então, você invoca a sua conexão espiritual, e pede que eles cuidem da pessoa. Você pode colocar pedras diferentes ao redor do boneco para criar um vórtice de proteção. Devido a natureza séria do que ele estava passando, também usei a magia de grupo, que é extremamente poderosa. Pedi a todos os alunos do meu curso chamado 'Trabalhando com Demônios' para orarem, pedindo que a vida do jovem rapaz fosse salva. Assim sendo, me conectei psiquicamente a esse jovem e preenchi sua aura com energia curativa. Também me conectei ao meu guia espiritual, Astaroth, um demônio que usa o poder de Lúcifer, às vezes conhecido como Satanás', continuou.

Posteriormente, a mãe do policial postou no site de Savannah, o 'Blackwitchcoven.com', que seu filho estava em remissão, e que os médicos tinham ficado atônitos (vale ressaltar nesse ponto que remissão é quando não há sinais da doença, mas ainda não se pode dizer que uma pessoa está curada, visto que a ausência de sinais da doença não significa cura completa e há risco de recidiva tardia, ou seja, retorno da doença). 

"Uma coisa que você pode fazer para curar as pessoas é conseguir um boneco vudu, e trazer esse boneco à vida, o tornando uma imagem da pessoa que deseja curar. Então, você invoca a sua conexão espiritual, e pede que eles cuidem da pessoa. Você pode colocar pedras diferentes ao redor do boneco para criar um vórtice de proteção", disse Savannah.
'Eu sabia em meu coração, que meu filho tinha sido curado imediatamente na noite em que o Pacto com o Senhor Lúcifer foi aceito pela Sua Grandeza. Porém, lidar com os pesquisadores e oncologistas foi uma tarefa difícil e lenta, já que eles insistiram em fazer uma quimioterapia cada vez mais forte em meu filho (percebi que não somente o trabalho de magia sozinho traria uma cura instantânea, mas que trabalhar juntamente com os médicos e um grande espírito seria necessário).

Durante todo doloroso e horrível procedimento sofrido por meu filho, após o meu Pacto ter sido aceito, usei a fé em Lúcifer, imaginando-o em pé, no canto da sala de operações, ou pairando ao lado da cabeceira do meu filho... E mesmo que os tratamentos fizessem com que meu filho sofresse uma parada cardíaca súbita, praticamente morresse diante dos meus olhos, em 28 de junho de 2017, eu assisti o quão o Senhor Lúcifer é poderoso ao guiar a equipe de reanimação da instalação de tratamento contra o câncer, enquanto eles trabalhavam freneticamente por cerca de 5 minutos no cadáver do meu filho. Sim! Meu filho foi reanimado sem nenhum dano ou problemas residuais. A maioria dos médicos ficou surpresa. Meu lindo filho está atualmente em remissão', disse a mãe do rapaz de 23 anos, que desejou se manter no anonimato.

"Devido a natureza séria do que ele estava passando, também usei a magia de grupo, que é extremamente poderosa. Pedi a todos os alunos do meu curso chamado 'Trabalhando com Demônios' para orarem, pedindo que a vida do jovem rapaz fosse salva", disse Savannah
Médicos treinados normalmente recomendam quimioterapia e radioterapia, juntamente com outros tratamentos para pacientes com câncer. Savannah admitiu, que alguns podem ser céticos em relação as suas alegações, mas insistiu, que elas são verdadeiras ao dizer que demônios são 'extremamente poderosos'.

'É uma história absolutamente verdadeira, eu conversei com a mulher. Ela é uma enfermeira, uma mulher racional, de pulso filme e ética. Sua história é 100% verdadeira, e esse não é o primeiro caso em que ouvi falar de uma reviravolta completa. Não diria que 'Eu fiz isso', mas realizei ações nesse sentido para que o mundo espiritual escutasse o nosso chamado e decidisse o que eles queriam fazer com a alma desse menino. Há casos disso o tempo todo, esse não é o único', disse Savannah.

'Isso é muito poderoso e todos têm essa habilidade. Estamos apenas se conectando a essa energia e recebendo essas respostas, que já estão por aí, através do nosso sexto sentido. Só temos que perguntar. É incrível', continuou.

Savannah admitiu, que alguns podem ser céticos em relação as suas alegações, mas insistiu, que elas são verdadeiras ao dizer que demônios são "extremamente poderosos".
"É uma história absolutamente verdadeira, eu conversei com a mulher. Ela é uma enfermeira, uma mulher racional, de pulso filme e ética. Sua história é 100% verdadeira, e esse não é o primeiro caso em que ouvi falar de uma reviravolta completa", disse Savannah
Além de feitiços de cura, Savannah ensina as pessoas a usar magias demoníacas para ganhar dinheiro, poder, vingança ou ter sucesso. Ela disse que entre 10 e 20 pessoas entram em contato com ela, por semana, para fazerem consultas particulares, sendo que milhares de pessoas assistem seus tutoriais de feitiçaria no YouTube, que vão desde romper um relacionamento até ganhar dinheiro. Savannah também disse que a magia negra transformou completamente sua vida, permitindo que ela tivesse um estilo de vida excelente e viajasse pelo mundo, sendo que atualmente vive entre Sidney, Tailândia, Havaí e Nova Orleans. Contudo, ela advertiu que o 'Caminho da Mão Esquerda' pode ser perigoso, e disse que viu pessoas se tornarem tão obcecadas com isso, que se tornaram 'zumbis'.

'Esse tipo de magia pode ser perigoso, porque se você mexer com isso e não souber o que está fazendo, pode atrair espíritos ou entidades de nível inferior, algo que chamo de parasitas. Eles podem se prender a você ou espreitar nos cantos de sua casa causando prejuízos. Esses são os que causam problemas reais para as pessoas, e podem causar coisas como a depressão ou induzir as pessoas a fazerem coisas que não querem. Sempre digo, que você não deve fazer atos mágicos dentro de sua casa se você tiver filhos pequenos, porque as crianças estão mais abertas para se conectarem ao mundo espiritual através do sexto sentido e da imaginação delas', disse Savannah.

Além de feitiços de cura, Savannah ensina as pessoas a usar magias demoníacas para ganhar dinheiro, poder, vingança ou ter sucesso. Ela disse que entre 10 e 20 pessoas entram em contato com ela, por semana, para fazerem consultas particulares, sendo que milhares de pessoas assistem seus tutoriais de feitiçaria no YouTube, que vão desde romper um relacionamento até ganhar dinheiro.
Savannah também disse que a magia negra transformou completamente sua vida, permitindo que ela tivesse um estilo de vida excelente e viajasse pelo mundo, sendo que atualmente vive entre Sidney, Tailândia, Havaí e Nova Orleans. Contudo, ela advertiu que o 'Caminho da Mão Esquerda' pode ser perigoso, e disse que viu pessoas se tornarem tão obcecadas com isso, que se tornaram 'zumbis'.
'As pessoas também podem ficar excessivamente imersas na magia, visto que se torna muito viciante porque é bem poderoso. As pessoas se tornam como se fossem zumbis seguindo isso, acabam tendo delírios de grandeza, onde elas acreditam que elas são magicamente especiais', continuou, admitindo que ela tem usado sua magia para fins mais obscuros, incluindo a vingança, mas insistiu que isso nem sempre é uma coisa ruim. Ela disse que já 'fez de tudo' em termos de vingança para pessoas que a prejudicaram, assim como sua família, incluindo rogar uma 'maldição geracional' (de geração para geração) em um inimigo.

'É melhor se vingar magicamente do que se vingar no mundo real, onde é ilegal. É saudável para você, porque psicologicamente você coloca seus sentimentos para fora, e então põe um fim nas coisas em que sua mente está obcecada. Você não está fazendo isso, porque você é uma pessoa ruim, é uma consequência das ações de outra pessoa', disse Savannah.

Savannah disse que já "fez de tudo" em termos de vingança para pessoas que a prejudicaram, assim como sua família, incluindo rogar uma 'maldição geracional' (de geração para geração) em um inimigo.
"É melhor se vingar magicamente do que se vingar no mundo real, onde é ilegal. É saudável para você, porque psicologicamente você coloca seus sentimentos para fora, e então põe um fim nas coisas em que sua mente está obcecada. Você não está fazendo isso, porque você é uma pessoa ruim, é uma consequência das ações de outra pessoa", disse Savannah.
'Não odeio muitas pessoas, mas houve duas pessoas que me causaram muito mal e a minha família, sendo que usei o pior tipo de vingança nessas pessoas. Porém, tenho que confessar que se eu tivesse visto essas pessoas caídas no chão em plena rua, eu teria pisado sobre elas. Fiz coisas ruins acontecer com elas, tanto em termos de saúde, quanto em termos psicológicos. Em relação a uma pessoa que me causou muito mal, fiz uma maldição geracional, que afeta sua alma no passado e no futuro', completou.

Embora não existam números sobre quantas pessoas praticam demonologia ou magia negra, o paganismo é uma das religiões que crescem mais rápido, depois do Islã, com cerca de 2 milhões de seguidores nos Estados Unidos, e 50 mil no Reino Unido. Embora cada vez mais pessoas estejam se voltando para o ocultismo, Savannah disse que a magia negra ainda não é aceitável, sendo que ela é atacada por pessoas que se opõem aos seus métodos.

Embora cada vez mais pessoas estejam se voltando para o ocultismo, Savannah disse que a magia negra ainda não é aceitável, sendo que ela é atacada por pessoas que se opõem aos seus métodos
'As pessoas podem ser muito críticas em relação ao que faço. Não é aceitável. A Wicca está se tornando cada vez mais aceitável, mas o caminho da mão esquerda e falar com demônios não é aceitável. Porém, o ocultismo não é sobre garantir que todos estejam de acordo com o que você está fazendo', finalizou."

Enfim, antes de entrarmos nos principais aspectos, que foram mencionados nesse texto acima, é importante ressaltar que o mesmo foi publicado no site do tabloide britânico "The Sun", na tarde do dia 21 de setembro, com o seguinte título: "Black witch claims she can cure people of CANCER by talking to demons and making pacts with Satan" ("Bruxa alega que pode curar as pessoas do CÂNCER ao falar com demônios e fazer pactos com Satanás", em português).  Curiosamente, a Savannah esbravejou no dia seguinte (22) em seu site, o "Black Witch Coven", chamando o material publicado de "fake news", e que ela nunca teria dito que era capaz de curar o câncer.

Savannah acusou a Emma Parry de ter lido uma postagem escrita por uma de suas clientes, onde a mesma declarava aquilo que havia sentido quando trabalhou com Savannah e o Black Witch Coven. Segundo Savannah, isso era totalmente diferente em relação a fazer uma alegação sobre algo que ela tivesse feito (discurso semelhante a "apenas vendo, mas não garanto que funcione apesar de mostrar apenas os casos que deram certo").

Tudo foi inicialmente publicado no site do tabloide britânico "The Sun", na tarde do dia 21 de setembro, com o seguinte título: "Black witch claims she can cure people of CANCER by talking to demons and making pacts with Satan" ("Bruxa alega que pode curar as pessoas do CÂNCER ao falar com demônios e fazer pactos com Satanás", em português)
Curiosamente, a Savannah esbravejou no dia seguinte (22) em seu site, o "Black Witch Coven", chamando o material publicado de "fake news", e que ela nunca teria dito que era capaz de curar o câncer. Ela também reclamou através da página do "Black Witch Coven", no Facebook ao dizer que o artigo teria sido tirado do contexto
Savannah também disse, que não queria que as pessoas pensassem que ela poderia resolver seus problemas de saúde, e que todos sabiam que a magia não era garantia de absolutamente nada. Ela disse que todos faziam o melhor que podiam, e que deixavam o restante para que os ajudantes espirituais e demais forças atuassem. Aliás, o tratamento médico sempre deveria ser realizado em conjunto com a assistência espiritual. Ainda de acordo com Savannah, se tinha algo que ela não precisava fazer o tempo todo seria curar o câncer. Mesmo que ela pudesse (algo que ela fez questão de ressaltar que não podia), ela não gostaria de ser conhecia como a "Bruxa Curadora do Câncer."

Assim sendo, Emma Parry "arrumou" o título da notícia, assim como o início da mesma alterando para "Black witch says she can help heal people from diseases including CANCER by working with demons" ("Bruxa diz que pode ajudar a curar pessoas de doenças, incluindo o CÂNCER, ao falar com demônios", em português), porém o restante do texto é essencialmente o mesmo.

Assim sendo, Emma Parry "arrumou" o título da notícia, assim como o início da mesma alterando para "Black witch says she can help heal people from diseases including CANCER by working with demons" ("Bruxa diz que pode ajudar a curar pessoas de doenças, incluindo o CÂNCER, ao falar com demônios", em português), porém o restante do texto é essencialmente o mesmo.
Publicação de Savannah na página do "Black Witch Coven", no Facebook, comemorando a mudança do título da matéria
Resumindo? O texto publicado pelo "The Sun" gerou uma grande confusão. No entanto, para não ser injusto com Emma Parry seu texto possui uma seção bem destacada, que diz: "FAZENDO A ESCOLHA CERTA: Razões pelas quais as formas tradicionais de tratamento são as melhores escolhas", onde ela escreve o seguinte texto:
"Há muitas razões pelas quais as pessoas podem optar por usar terapias alternativas ou naturais, mas há pouca evidência para sugerir que elas funcionem. Todos os tratamentos médicos, assim como a quimioterapia e radioterapia para o combate ao câncer, precisam passar por testes rigorosos para provar que funcionam antes de serem disponibilizados aos pacientes. A terapia alternativa não está sujeita aos mesmos testes. A falta de regulação também significa, que algumas terapias alternativas podem ser prejudiciais ou causar efeitos colaterais indesejados. E, escolher terapias alternativas, ou evitar o tratamento em conjunto, pode ser fatal. De acordo com um estudo recente da Escola de Medicina de Yale, pacientes com câncer que optam por tratamentos alternativos em vez da quimioterapia são duas vezes mais propensos a morrer. Muitos tratamentos alternativos, assim como homeopatia, baseiam-se na ideia de que o corpo pode se curar através da exposição a substâncias altamente diluídas. Porém, em julho, autoridades do Serviço Nacional de Saúde (NHS) abriram uma discussão para retirar medicamentos homeopáticos do mercado alegando que eles se aproveitam do medo das pessoas. Por exemplo, muitas pessoas acham que o óleo de hortelã-pimenta ou o gengibre são bons remédios para a náusea, que é um efeito colateral desagradável da quimioterapia."
Resumindo? O texto publicado pelo "The Sun" gerou uma grande confusão. No entanto, para não ser injusto com Emma Parry seu texto possui uma seção bem destacada, que diz: "FAZENDO A ESCOLHA CERTA: Razões pelas quais as formas tradicionais de tratamento são as melhores escolhas"
Entretanto, é muito importante destacar, que toda essa história de alguém sendo supostamente curado por meio de um "pacto com o Diabo" surgiu após ter sido publicado um relato anônimo no site Black Witch Coven, de uma suposta mãe de um jovem policial de 23 anos, em que Savannah cita apenas as suas iniciais: "S.E.V" (curiosamente, o nome usado por Savannah é Savannah Ellis, mas isso é algo que abordarei daqui a pouco), no dia 29 de agosto desse ano. Não há prova ou evidência substancial alguma que essa mãe realmente exista, que o jovem policial exista, que tenha sido realizado um "pacto com o Diabo" e que, caso o rapaz exista, que o mesmo esteja em remissão ou eventualmente curado.

Não é fornecida nenhuma informação mais concreta, que possa ser devidamente averiguada. É apenas um texto jogado ao vento sem qualquer chance de corroboração.Tudo é baseado em um suposto relato, que poderia ter sido perfeitamente escrito pela própria Savannahpara convencer as demais pessoas disso. O motivo? Bem Savannah cobra cerca de US$ 197 (aproximadamente R$ 615 pela cotação atual) para fazer um pacto com o demônio para alguém. No site também é alegado que, "talvez a pessoa não saiba o que pedir, mas que eles (a Savannah, que é identificada pela iniciais BWS) podem ajudar nesse sentido".
Entretanto, é muito importante destacar, que toda essa história de alguém sendo supostamente curado por meio de um "pacto com o Diabo" surgiu após ter sido publicado um relato anônimo no site Black Witch Coven, de uma suposta mãe de um jovem policial de 23 anos, em que Savannah cita apenas as suas iniciais: "S.E.V" (curiosamente, o nome usado por Savannah é Savannah Ellis)
Tudo é baseado em um suposto relato, que poderia ter sido perfeitamente escrito pela própria Savannah para convencer as demais pessoas disso. O motivo? Bem Savannah cobra cerca de US$ 197 (aproximadamente R$ 615 pela cotação atual) para fazer um pacto com o demônio para alguém.
Conforme sempre digo a vocês, relatos são totalmente subjetivos, visto que uma pessoa pode contar algo que talvez tenha mesmo acontecido ou acredita que tenha acontecido da maneira que relata, que ela tenha inventado (uma espécie de "fanfic" de terror ou "creepypasta"), e até mesmo copiado de outras pessoas ao modificar alguns detalhes para aparentar, que tudo aquilo tivesse mesmo acontecido com a pessoa (evidências recentes disso não faltam). Portanto, histórias de terror podem impressionar, mas não são e nunca serão provas cabais de absolutamente nada, visto que é necessária toda uma investigação adicional para podermos tentar chegar a alguma conclusão.

Existe uma grande diferente entre relato e fato. E se vocês não tiverem o discernimento necessário, serão fatalmente enganados por quaisquer pessoas. Um exemplo claro disso foi o caso da "Frida Sofía", a menina que nunca existiu, cujas informações, embora oficialmente divulgadas pela Marinha do México, foram parcialmente baseadas em relatos de socorristas civis (parte da imprensa brasileira traduziu "accounts" como "testemunhos", talvez para tentar passar uma certa credibilidade, porém no geral, o mais correto é traduzir como "relatos" mesmo). Contudo, após uma investigação dos fatos notou-se que não havia nenhuma menina chamada Frida Sofía na escola, os pais da suposta menina nunca apareceram etc. Uma série de informações imprecisas, apressadas, não verificadas e baseadas em suposições deixaram os mexicanos enfurecidos com a imprensa (para piorar apelidaram uma cadela que trabalha no regaste das vítimas de Frida, e parte da imprensa alegou que ela tinha salvado 52 pessoas, mas 52 é o número de pessoas mortas ou vivas que a cadela localizou).

Existe uma grande diferente entre relato e fato. E se vocês não tiverem o discernimento necessário, serão fatalmente enganados por quaisquer pessoas. Um exemplo claro disso foi o caso da "Frida Sofía", a menina que nunca existiu, cujas informações, embora oficialmente divulgadas pela Marinha do México, foram parcialmente baseadas em relatos de socorristas civis
Em relação a Frida, não há absolutamente nada de sobrenatural nessa história (existe uma matéria muito interessante da CNN, que aborda esse aspecto emocional do caso), sendo que algo semelhante já havia acontecido em 1981, o caso "Monchito", onde novamente um menino supostamente soterrado nunca existiu. Até hoje não se sabe ao certo quem inventou a história. Alguns dizem que a história pode ter sido inventada por pessoas que tentavam recuperar um cofre com dinheiro que estaria na propriedade do avô da criança ou que queriam roubar objetos de valor dos escombros do prédio que caiu com o terremoto. Outros jornais apontam para outras hipóteses, tal como histeria coletiva, uma invenção de um familiar ou até mesmo de jornalistas inescrupulosos. Enfim, não irei me alongar nesse assunto, foi apenas para ilustrar e mostrar a diferença entre fatos e relatos, entre vítimas e estatísticas. Você pode até acreditar em relatos, mas não faça confusão com fatos.

De Onde Surgiu a "Inspiração" para Emma Parry Trazer Esse Assunto Tão Controverso e de Maneira Totalmente Superficial e Irresponsável para o "The Sun"?


Voltando ao nosso assunto principal, apesar de Savannah ter dito que nunca ligou para um jornal e dizer que podia curar o câncer de alguma pessoa, a verdadeira razão pela qual ela esbravejou e chamou de falsa, a notícia publicada pelo "The Sun", é que ela sabia muito bem que poderia sofrer investigações por parte das autoridades competentes e responder a inúmeros processos, em países diferentes, em razão de suas supostas promessas.

Você pode até não saber, mas ultimamente vem aumentando o número de casos de supostos "videntes", "clarividentes", e pessoas, ue alegam ter poderes mágicos para curar doenças ao cobrar fortunas de seus clientes, que estão sendo amplamente investigados, processados e condenados, tanto nos Estados Unidos, quanto no Reino Unido. E, muito provavelmente, essa notícia por parte de Emma Parry foi inspirada por um outro caso noticiado recentemente no Reino Unido, mais precisamente no dia 20 de setembro (um dia antes da publicação sobre Savannah) a respeito de um homem chamado Jerry Sargeant, também apelidado de "Facilitador".

Muito provavelmente, essa notícia por parte de Emma Parry foi inspirada por um outro caso noticiado recentemente no Reino Unido, mais precisamente no dia 20 de setembro (um dia antes da publicação sobre Savannah) a respeito de um homem chamado Jerry Sargeant, também apelidado de "Facilitador"
Jerry Sargeant, que foi tratado pela imprensa britânica como um "charlatão" de 39 anos, alegava (e talvez ainda alegue de forma mais reservada) ser capaz de curar pacientes com câncer através do Skype. Sim, exatamente isso que você leu. Ele disse ter descoberto suas habilidades relacionadas a "Magia Estelar" após ter sobrevivido a um acidente juntamente com sua família na Romênia.

Uma mulher com quem ele estava viajando teria morrido, e Jerry disse ter visto seu espírito ascendendo aos céus. Através do seu site, chamado "Star Magic Healing", ele também menciona ser capaz de "editar o plano cármico de uma pessoa".

Jerry Sargeant, que foi tratado pela imprensa britânica como um "charlatão" de 39 anos, alegava (e talvez ainda alegue de forma mais reservada) ser capaz de curar pacientes com câncer através do Skype. Sim, exatamente isso que você leu. Ele disse ter descoberto suas habilidades relacionadas a "Magia Estelar" após ter sobrevivido a um acidente juntamente com sua família na Romênia
Ele não compareceu ao seu julgamento no início desse ano e condenado à revelia em relação a quatro acusações baseadas na "Lei do Câncer", de 1939, do Reino Unido. A empresa "Star Magic Healing Limited", na qual ele é o único diretor, foi considerada culpada de duas acusações.

Um mandado de prisão foi emitido após ele não ter comparecido ao seu julgamento em março e, no mesmo dia que recente notícia sobre ele foi publicada nos tabloides britânicos, ou seja, no dia 20 de setembro, o Tribunal de Magistrados de Westminster iria definir a sua sentença, porém isso acabou sendo adiado pra o dia 8 de novembro (ele pode pegar uma pena máxima de apenas 3 meses de reclusão). Kirsty Panton, uma representante do Ministério Público, disse que Jerry foi acusado após a "Trading Standards" (uma espécie de departamento de defesa do consumidor) mostrar preocupação com as atividades comerciais de seu site.

Ele não compareceu ao seu julgamento no início desse ano e condenado à revelia em relação a quatro acusações baseadas na "Lei do Câncer", de 1939, do Reino Unido. A empresa "Star Magic Healing Limited", na qual ele é o único diretor, foi considerada culpada de duas acusações.
As autoridades começaram as investigações em junho do ano passado, e descobriram que o site estava oferecendo propostas de tratamento contra o câncer. Kirsty Panton mencionou, que um anúncio dizia sobre a "Cura Energética para o Tratamento do Câncer", e que as pessoas que acessavam o site eram informadas que tinham chegado no local onde havia o melhor tratamento possível contra o câncer. Ele se orgulhava de um "método terapêutico desenvolvido exclusivamente por ele mesmo", que tinha sido "comprovado" como um tratamento eficaz contra o câncer. Outro anúncio, intitulado "Cura Energética & Medicina Ocidental", falava sobre encontrar a "causa fundamental para ajudar os indivíduos", o que significava que as pessoas não precisavam passar pela quimioterapia. Também era alegado, que Jerry Sargeant poderia curar as pessoas com as mãos.

Ao ser interrogado por autoridades policiais, em novembro do ano passado, Jerry disse que, certa vez, colocou as mãos sobre a cabeça da esposa e conseguiu "remover" uma enxaqueca. Referindo-se aos depoimentos de pessoas, que alegaram que foram "curadas" por ele, Jerry Sargeant disse à polícia que havia criado tais depoimentos a partir dosdepoimentos de pessoas que tiveram "boas experiências". No entanto, Kirsty acrescentou que foi impossível verificar se os depoimentos no site eram realmente verdadeiros ou não. Jerry também alegou que não sabia que não podia colocar tais anúncios em seu site, dizendo que muitas vezes as consultas eram realizadas à distância, através do Skype, que ele era autodidata, e que simplesmente sabia dessas coisas.

Referindo-se aos depoimentos de pessoas, que alegaram que foram "curadas" por ele, Jerry Sargeant disse à polícia que havia criado tais depoimentos a partir dosdepoimentos de pessoas que tiveram "boas experiências". No entanto, Kirsty acrescentou que foi impossível verificar se os depoimentos no site eram realmente verdadeiros ou não.
Kirsty Panton disse que a sessão de curta mais curta, de aproximadamente 15 minutos, custava cerca de £90 (cerca de R$ 380 pela cotação atual e oficial), mas que, segundo Jerry, a sessão poderia demorar entre 15 minutos a 1 hora, porque "não era possível estimar o tempo que magia demorava para acontecer". Jerry também alegou ter sido levado para Alpha Centauri, a estrela mais próxima do nosso Sistema Solar, enquanto meditava dentro de uma pirâmide no jardim de seu amigo, e posteriormente teria retornado, após alguns segundos, através de uma nave espacial. Para vocês terem uma ideia, um pacote de 3 meses chamado "Jornada Conjunta de Cura Energética", que alega poder "dissolver uma doença ou enfermidade, melhorar o desempenho de sua empresa ou elevar sua energia e vitalidade ao próximo nível", custa cerca de £1,999 (cerca de R$ 8.400).

Assim sendo, somem esse caso relacionado ao Jerry Sargeant, publicado um dia antes da notícia sobre a Savannah, juntamente com o caso envolvendo a "bruxa" Shaney Marie, que apareceu de forma meteórica ao longo de todo esse mês na mídia britânica e, como resultado, temos um palco armado, ou seja, nada melhor do que encontrar uma "bruxa" que prometa curar o câncer. Entenderam como funciona o esquema? É mais ou menos assim que tabloides propagam suas histórias. Para isso funcionar como um relógio britânico, eles precisam que as pessoas sejam muito mal informadas tanto por eles quanto ao redor do mundo, algo que acontece quando um mero texto é replicado (muitas vezes mal traduzido), e não ocorre nenhuma verificação prévia do que se propõe a divulgar.

Um Sonoro Alerta Vermelho Sobre a "Bruxa" Savannah! Tudo Indica que Ela não é Exatamente a Pessoa que Alega Ser ou Possuir o Conhecimento que Alega Ter!


O grande problema de propagar uma notícia de forma aleatória e sensacionalista, é que praticamente nunca é verificado exatamente quem é a pessoa por trás da história. Isso acontece rotineiramente em assuntos relacionados a Arqueologia, Antropologia etc. Um exemplo prático disso foi a divulgação sistemática de um suposto "fim do mundo" ou "renovação dos tempos", que foi proposto por um cidadão supostamente chamado David Meade, que ninguém sabe até hoje exatamente quem é. Também há casos de pessoas que fazem questão de dizer que possuem excelentes qualificações acadêmicas, mas quando você investiga um pouco nota-se que muitos não passam de meros curiosos ou exploradores a caça de tesouros e dinheiro, principalmente dinheiro, que é fomentado na "ingenuidade" das demais pessoas. Agora, no caso de Savannah, o caso chega a ser bem gritante.

No site Savannah Ellis, ela menciona ser uma psicóloga clínica
e fundadora do "Instituto de Recuperação da Infidelidade",
além de especialista na área de infidelidade e recuperação de affairs
Para vocês terem uma ideia, a "Black Witch S" seria supostamente chamada de Savannah Ellis, e não seria conhecida apenas por esses nomes. Eis a lista conhecida de apelidos que a mesma possui: Savannah Ellis; Dra. Savannah; Savannah Ellis, DBA, MBA, MPsy (Clinical); Savannah S B; Sav Ellis; Miss Sav; BWS; Black Witch S; Master Hoodoo Witch; Hoodoo Witch, Infidelity Recovery Coach e Infidelity Guru. E sabem a razão pela qual ela tem tantos nomes assim? É porque ela possui diversos sites e se passa por pessoas completamente diferentes em cada um deles! É muito esquisito mesmo. Vou dar alguns exemplos para vocês.

No site Savannah Ellis, ela menciona ser uma psicóloga clínica australiana e fundadora do "Instituto de Recuperação da Infidelidade", alegando ser especialista na área de infidelidade e recuperação de affairs.

Entre os serviços que ela oferece estariam a terapia conjugal, o enriquecimento matrimonial, avaliação e melhoria de habilidades parentais, avaliação e preparação pré-matrimonial, além de ajudar as pessoas a lidar com a depressão, abuso narcisista de conjugês, baixa autoestima e mudança de vida.

Para isso ela oferece terapia via Skype, além de aconselhamentos individuais e para casais. Aliás, na foto ela aparece sendo loira, com a pela bem clara e olhos igualmente claros. Falar nisso, alguém se lembra da foto dela ao lado da avó em Bankstown, na Austrália, no ano passado?



Savannah Ellis alega que é autora de quatro livros: "Reboot your Relationship" (possui edição impressa e digital e foi escrito juntamente com um homem chamado Joe Whitcomb), "I Cheated: Affair Recovery Guide for the Unfaithful Partner" (apenas versão digital, porém com outro nome), "Cheating, Spying, & Lying" (não há nenhuma versão disponível para compra e nem informações sobre o livro em seu próprio site) e "How to date Women" (não há nenhuma versão disponível para compra e nem informações sobre o livro em seu próprio site). No site da Amazon é possível encontrar outros dois livros dela chamados "Affair Recovery: Advice from the Infidelity Recovery Specialist" e "The SECRETS to Attracting Beautiful, Quality Women: Online Dating Solutions For Men", porém existem apenas versões digitais.

Além disso, ela menciona ser uma convidada regular em diversos programas de rádio e televisão na Austrália e nos Estados Unidos, e frequentemente seria entrevistada por revistas ao redor do mundo. Ela seria formada em Psicologia pela Universidade de Monash, na Austrália, teria bacharelado em Ciências do Comportamento e pós-graduação em Psicologia Clínica. Ela também teria muitos anos de experiência em administração de empresas, possuindo MBA e DBA em Administração. Para completar ela alega que é membro da Associação Australiana de Psicologia (APA), membro associado do Instituto Australiano de Administração (AFAIM) e uma Facilitadora Certificada de Preparação e Enriquecimento. Curiosamente, não encontrei nenhuma "Associação Australiana de Psicologia". Em minha pesquisa encontrei apenas a "Sociedade Australiana de Psicologia" (APS) e a "Associação Australiana de Psicologia Clínica" (ACPA). Para piorar ao consultar o quadro de membros, não encontrei nenhuma pessoa chamada Savannah Ellis. Também entrei em contato com a Universidade de Monash, porém não obtive resposta até o fechamento dessa matéria.

Savannah Ellis alega que é autora de quatro livros, entre eles existe um chamado "Reboot your Relationship", que possui edição impressa e digital, e foi escrito juntamente com um homem chamado Joe Whitcomb (na foto)
É no mínimo estranho, que uma suposta psicóloga tão renomada quanto ela tivesse simplesmente saído desse nicho, e passado simplesmente a vender pactos com o diabo pela internet, não acham? Aparentemente, no entanto, ela não teria abandonado esse suposto "aspecto de sua vida", visto que seus perfis em redes sociais estão relativamente ativos, tanto no Twitter, no YouTube, e principalmente no Facebook (a última publicação ocorreu em 19 de setembro desse ano), ou seja, ela não abandonou totalmente esse suposto "aspecto de sua vida", por assim dizer. Alguns poderiam até alegar, que talvez ela quisesse dividir esses dois lados (a magia do trabalho), mantendo isso de forma separada. Bem, primeiramente, seria bem questionável e estranho qualquer pessoa se consultar com uma psicóloga, que prega tudo aquilo que ela disse para o "The Sun". Afinal de contas, que tipo de aconselhamento positivo uma pessoa como aquela poderia fornecer? Em segundo lugar, seria ainda mais estranho se consultar com alguém que alega, por exemplo, realizar sacrifícios de animais, conforme ela alega na página Black Witch Coven. Contudo, a história não para por aqui, existem mais alguns exemplos de sites a serem citados.

Outro site pertencente a Savannah é o Hoodoo Witch, onde, no passado, ela se identificava com o nome de BWS (alguém lembra que esse é o apelido dela no site "Black Witch Coven"?), e dizia que havia aprendido sobre bruxaria em um "porto remoto da Europa" com uma mulher chamada "Janika". Também temos mais um outro site chamado "BWC Learn Spells", onde é mencionado que o BWC seria um coventículo ("coven") verdadeiro e em atividade. O tal coventículo teria começado em Las Vegas, nos Estados Unidos e teria cerca de 13 membros. A escola, no entanto, teria sido fechada temporariamente em 2013, ocasião que eles alegaram ter perdido a amada líder deles (cujo nome não foi mencionado). Também é alegado que, todos os anos, o conventículo viajaria para um determinado país ou local espiritual para se juntar a líderes espirituais locais, e se aprofundarem em termos de conhecimentos, práticas e trocar informações. Novamente é alegado que a "escola virtual" seria a forma de compartilhar esse conhecimento. Na lista de membros podemos notar integrantes chamados de "Black Witch S", "Janika", "Lady Hannah", entre outros, mas não há maiores detalhes sobre os mesmos ou fotos.

Outro site pertencente a Savannah é o Hoodoo Witch, onde, no passado, ela se identificava com o nome de BWS (alguém lembra que esse é o apelido dela no site "Black Witch Coven"?), e dizia que havia aprendido sobre bruxaria em um "porto remoto da Europa" com uma mulher chamada "Janika".
Também temos mais um outro site chamado "BWC Learn Spells", onde é mencionado que o BWC seria um coventículo ("coven") verdadeiro e em atividade. O tal coventículo teria começado em Las Vegas, nos Estados Unidos e teria cerca de 13 membros
Também é possível notar que todos os sites pertencentes a Savannah Ellis (ou uma terceira pessoa que usa esse nome) realizam apenas atendimentos e transações financeiras pela internet, visto que não há qualquer tipo de endereço físico para nenhuma atividade exercida por essa pessoa, o que naturalmente aumenta e muito a possibilidade de suas atividades serem simplesmente um "scam", ou seja, um esquema fraudulento, que tem como finalidade obter vantagens financeiras para uma ou mais pessoas. Além disso, nas publicações realizadas pelos sites, os mesmos sempre contam com fotos obtidas através de banco de imagens, ou seja, sempre são genéricas. Outro detalhe é que, ao menos até o início desse ano, Savannah Ellis morava em Las Vegas (não irei divulgar o endereço por uma questão de privacidade), mas é possível encontrar diversos endereços diferentes utilizados por ela. No site "Hoodoo Witch", por exemplo, foi utilizado um endereço no estado norte-americano de Nevada. Notaram como tudo sobre essa pessoa é bem estranho e não faz muito sentido?

Obviamente, deixei para o final a chamada "cereja do bolo", momento no qual a reputação de "Savannah Ellis" como uma suposta "bruxa" ficará severamente comprometida. Ao pesquisar um pouco mais sobre ela encontrei um tópico no fórum de discussões "Lucky Mojo", que pertence basicamente a Catherine Yronwode, uma escritora norte-americana, editora, designer gráfico, tipógrafa, e praticante de magia, que possui uma extensa carreira na indústria dos quadrinhos. Atualmente, ela vive em uma antiga fazenda na comunidade de Forestville, na Califórnia, juntamente com seu marido, Nagasiva Bryan W. Yronwode.

Nesse ponto vale ressaltar que a "Lucky Mojo" também é uma loja ocultista, que comercializa suprimentos de ordem espiritual, além de uma editora de livros e uma rede de rádio pela internet. Não irei entrar muito em detalhes, mas é importante ressaltar que Catherine Yronwode é bem conhecida tanto nos Estados Unidos, quanto ao redor do mundo, e possui uma série de livros impressos, sobre ervas, óleos, orações, encantos, medicina, magia ancestral etc.

Ao pesquisar um pouco mais sobre ela encontrei um tópico no fórum de discussões "Lucky Mojo", que pertence basicamente a Catherine Yronwode (na foto, tirada há algum tempo atrás), uma escritora norte-americana, editora, designer gráfico, tipógrafa, e praticante de magia, que possui uma extensa carreira na indústria dos quadrinhos.
Nesse ponto vale ressaltar que a "Lucky Mojo" também é uma loja ocultista, que comercializa suprimentos de ordem espiritual, além de uma editora de livros e uma rede de rádio pela internet


Entretanto, Catherine se destaca por seus livros sobre "hoodoo", uma forma de magia popular folclórica afro-americana, que se estabeleceu no Sul dos Estados Unidos, em Nova Orleans. O "hoodoo" não é arte negra, não visa fazer o mal, é magia prática, simpática e natural, sendo que a meta é permitir às pessoas o acesso às forças espirituais para influenciar as suas vidas diárias para benefícios próprios e ajuda aos demais. O "hoodoo"é um sistema informal, que atrai por ser simples e faz uso de ervas, raízes, flores, sementes, pedras, terras e outros itens encontrados na natureza, velas, óleos. Considerando que Catherine é muito respeitada quando de trata de "hoodoo" era inevitável que o caminho de Savannah cruzasse com o dela.

No tópico do fórum "Lucky Mojo", Catherine mencionou que seu contato com uma pessoa supostamente chamada "Savannah Ellis" teria começado em outubro de 2015, quando Savannah teria tentado seguir o seu curso, porém não havia nenhum amigo praticante de magia negra no Facebook da Savannah, a mesma não fazia parte do círculo de amizades de Catherine, e que essa pessoa não havia realizado a compra de quaisquer livros ou produtos. Estranhamente, o cartão de crédito que Savannah forneceu para realizar outras compras foi recusado devido a falta de informações referentes ao seu endereço.

Um email foi enviado para ela com informações referentes ao curso de 52 semanas disponibilizado por Catherine, que ela pretendia seguir, e ela foi avisada que eles precisavam verificar o endereço dela, visto que o sistema não estava conseguindo realizar essa verificação. Savannah não teria respondido ao email, o pedido foi cancelado, e nunca mais Catherine teria ouvido falar sobre ela.

Foto tirada em 2011 mostrando Catherine e sua loja, a "Lucky Mojo", na Califórnia
Entretanto, em dezembro de 2016, uma usuária do fórum "Lucky Mojo" alertou Catherine que Savannah havia copiado boa parte do seu curso e textos escritos por um autor conhecido como "Starr Casas". Ao pesquisar mais a fundo, descobriu-se que ela também copiou o material anteriormente publicado de outros autores e praticantes de "hoodoo".

Catherine e seu marido moveram ações visando a retirada do conteúdo através do serviço de hospedagem "GoDaddy", no qual todos os sites conhecidos de Savannah estão hospedados, porém ainda no início de 2017, ela continuava oferecendo um curso quase totalmente copiado de forma ilegal de Catherine, ou seja, Savannah está vendendo um material como se fosse dela, e sem nenhuma permissão para fazer isso.

Mais uma foto tirada em 2011 mostrando Catherine e sua loja, a "Lucky Mojo", na Califórnia
Catherine, ao longo dos seus 70 anos de idade, chegou a deixar um comentário no blog de Savannah dizendo que a mesma não estava apenas desrespeitando o vudu ou seus adeptos, mas que ela era ladra de direitos autorais. Ela também mencionou, que as histórias autobiográficas de Savannah estavam começando a entrar em conflito, a questionando se ela era uma psicóloga clínica australiana chamada Dra. Savannah Ellis ou então alguém conhecida como Miss Sav, que havia aprendido bruxaria tradicional durante um período de férias, quando criança, em um porto remoto da Europa, com uma "bruxa" chamada Janika, sendo membro de um conventículo de Las Vegas.

Catherine disse que, ao contrário de Savannah, usava seu nome verdadeiro, que era realmente ela mesma, e que só ensinava magia a pessoas que conhecia e aqueles que queriam realmente ter uma conexão mais íntima com a comunidade afro-americana. Catherine expôs Savannah como uma farsante, visto que o ato de copiar seu curso não era coisa de principiante ou entusiasta a magia, visto que Savannah fazia isso rotineiramente através de diversos sites e copiando o material e fotos fornecidas de diversos autores.

Resumindo, AssombradOs? Tudo indica que Savannah Ellis não seja quem diz ser e muito menos possuir o conhecimento que alega ter. E isso, é claro, raríssimos sites e pessoas que realmente se preocupam com a veracidade daquilo que escrevem vão dizer a vocês. Esse é um trabalho cansativo e extenuante, mas que saio com certeza de ter cumprido a minha missão de informar vocês da melhor forma possível. Esse assunto é claro, fará parte dos meus comentários finais.

Comentários Finais 


Quem é Savannah Ellis? Sinceramente, é muito complicado saber como começar a falar algo dessa pessoa denominada Savannah Ellis, sem questionar como ela ainda não foi alvo de uma investigação mais aprofundada por parte das autoridades competentes da Austrália e dos Estados Unidos. É totalmente surreal, que uma pessoa alegue ter realizado um suposto "pacto com o Diabo" para outra pessoa e, então, colocar uma espécie de depoimento anônimo dizendo que essa pessoa teve uma "experiência muito positiva" ao agradecer ao Diabo por seu filho estar vivo. Aliás, Savannah prefere dizer que apenas auxiliou nesse processo ao invocar seu "guia demoníaco" e "orar em grupo". Isso é um ato covarde, vil, grotesco, sórdido, um discurso que somente as pessoas mais cruéis em relação ao sentimento de outras pode fazer. Como que alguém pode oferecer e dizer, que algo assim foi positivo para tratar o câncer e ficar impune? Como alguém pode chegar na mídia, e ainda alegar que a história tinha sido "fake news", mas que apenas o título estava incorreto? Como alguém pode oferecer uma espécie de esperança sombria e falsa para outra sugerindo, ainda que de forma velada, que seus serviços funcionam, que os demônios a escutam e atendem seus pedidos? Onde fomos parar? Aos poucos essa história está se espalhando e viralizando ao redor do mundo e não vejo ninguém se importar em contar a realidade por trás dessa história. A imprensa se tornou apenas o que "essa" ou aquela "pessoa" disse, o que "esse" ou "aquele" determinado site contou. Será que as pessoas não conseguem notar a gravidade disso? As pessoas precisam mesmo serem ensinadas a ler um texto ou se conformam apenas com os títulos apelativos em letras maiúsculas com quatro ou cinco parágrafos?

É muito importante deixar claro, que não me importei em nenhum momento em falar sobre eventuais "pactos com Diabo", se isso realmente existe ou não, se funciona ou não, se é apenas um discurso para tirar dinheiro de pessoas fragilizadas ou não, porque eu seria igualmente insensível com todos aqueles que possuem parentes e conhecem alguém que sofre de algum tipo de câncer. O que se conhece, e que há dados para comprovar que possui um alto índice de eficácia, além de serem realizados inúmeros testes ao longo de décadas, são os medicamentos fornecidos pela medicina convencional. Evidentemente, qualquer pessoa tem o direito de acreditar naquilo que quiser, de procurar aquilo que lhe dê mais esperança na vida, mas outras pessoas não podem convencer as demais que "guias demoníacos" e "pactos com Diabo" podem curar o câncer. Posteriormente, Savannah tentou disfarçar a polêmica gerada, incentivando o tratamento convencional em conjunto com o "espiritual", mas ainda assim ela cobra quase US$ 200, e tenta demonstrar a eficácia de algo através de um depoimento anônimo, uma espécie de "relato" de uma pessoa desconhecida, que poderia ser muito bem ela mesma. Quem garante? Quantos depoimentos vocês não encontram em sites questionáveis onde aparece apenas um nome qualquer e uma declaração do lado? É exatamente baseado nisso, que ela oferece sua "ajuda" para as pessoas. Promessas vazias e bolsos cheios.

Felizmente, tenho orgulho de dizer que, se você chegou até esse ponto dessa postagem, mesmo que não concorde em algum ponto, é um sinal claro que você ainda tem interesse pela leitura, por um texto que você sabe que foi pesquisado e trabalhado para lhe oferecer a melhor qualidade possível em termos de informação. É de extrema importância que vocês conheçam as nuâncias de uma história, o que existe por trás da mesma, e não apenas uma mera tradução, muitas vezes malfeita, a partir de uma fonte ainda mais questionável. Já em relação a Savannah Ellis, espero que em algum momento alguém realmente chame a atenção das autoridades responsáveis, e que seja feita uma investigação adequada sobre ela, visto que ainda existem pessoas comprando um livro sobre relacionamentos provavelmente sem saber que a mesma costuma alegar que sacrifica animais e realiza pactos demoníacos para "ajudar" pessoas a se curarem de doenças e até mesmo o câncer. É difícil saber quem realmente ela era no passado, quem ela se tornou e o que realmente representa essa espécie de personagem, que ela parece ter adotado. Fica, inclusive, a sensação e a dúvida se ela é realmente uma psicóloga clínica, porque se ela realmente for, no mínimo, deveria ter a licença cassada. Enquanto isso, essa história continuará correndo o mundo durante algum tempo, no máximo uma semana, e cairá no esquecimento coletivo, mas não no meu. Talvez, um dia, ainda volte a falar sobre ela. Espero também, que seja para dar uma notícia bem diferente, e que ela esteja onde merece estar, tendo como companhia tudo aquilo que oferece e o que diz acreditar.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://forum.luckymojo.com/copyright-thief-savannah-ellis-hoodoo-witch-bws-t88984.html
http://www.dailymail.co.uk/health/article-4909582/Black-witch-claims-cure-people-CANCER.html
http://www.luckymojo.com/cat.html
https://blackwitchcoven.com/curing-cancer-by-talking-to-demons-and-making-pacts-with-satan/
https://blackwitchcoven.com/my-pact-with-lucifer/
https://web.archive.org/web/20170921223257/https://www.thesun.co.uk/news/4460136/black-witch-claims-she-can-cure-people-from-cancer-by-talking-to-demons-and-making-pacts-with-satan/
https://www.thesun.co.uk/news/4460136/black-witch-claims-she-can-cure-people-from-cancer-by-talking-to-demons-and-making-pacts-with-satan/
https://www.thesun.co.uk/news/4460136/black-witch-claims-she-can-help-heal-people-from-cancer-by-talking-to-demons-and-making-pacts-with-satan

Eterna Juventude? Atriz Injetou uma Bactéria de 3,5 Milhões de Anos em seu Próprio Corpo para Tentar Permanecer Sempre Jovem?

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Por Marco Faustino

Sinceramente, falar novamente sobre a bactéria que poderia ter cerca de 3,5 milhões de anos (também conhecida como "Bacillus F") não é algo tão surpreendente assim. No passado, mais precisamente em setembro de 2015, quase no mesmo dia e mês, em que esse recente caso começou a circular na imprensa internacional, divulgamos uma história sobre o que era considerada uma "nova sensação científica". Se tratava de uma bactéria, que teria sido encontrada no pergelissolo (também conhecido por permafrost, que é um tipo de solo formado por gelo, rocha, sedimentos e que armazena uma grande quantidade de carbono). A idade da bactéria? De acordo com os cientistas, a bactéria poderia ter até 3.5 milhões de anos. Aliás, segundo algumas informações divulgadas naquela época, a mesma teria permitido que ratos, já com uma certa idade avançada, voltassem a se reproduzir. Naquela época, os cientistas teriam decodificado o DNA da bactéria e estavam tentando compreender quais eram os genes, que forneciam a sua "extraordinária longevidade". Todo o trabalho também envolvia a continuidade do impacto positivo, até então "inexplicável", em organismos vivos, tais como: células sanguíneas humanas, ratos, moscas de fruta, e plantações (leia mais: O Segredo da "Vida Eterna" Estaria Em Uma Bactéria Que Poderia Ter Aproximadamente 3.5 Milhões De Anos?). Desde então, no entanto, não tinham sido divulgados detalhes substanciais, que valessem a pena criar uma matéria ou uma atualização mais robusta para vocês.

No entanto, recentemente foi divulgado pelo canal do YouTube da "Barcroft TV" (sendo que a mesma menciona ser uma empresa de mídia internacional com escritórios em Londres, Nova Déli e Nova York, "especializada" no "lado surpreendente da vida humana", e que diz trabalhar com valores fundamentais em termos de "aventura", "excelência", "diversidade" e "responsabilidade") uma espécie de mini-documentário referente a um caso relacionado a uma atriz alemã, apelidada de "Manoush", dizendo que ela tinha injetado, sucessivas vezes, doses contendo a tal bactéria de 3,5 milhões de anos em seu corpo. Qual o objetivo dessa estranha atitude, que foi amplamente reprovada por seus familiares? Tentar permanecer sempre jovem, apesar da quantidade absurda de cirurgias plásticas realizadas por ela. O grande problema, no entanto, é que a imprensa vem tratando o caso como se fosse uma tentativa desesperada em busca pela eterna juventude, e se esquecem, como sempre, que o foco principal são as pessoas por trás de uma determinada história. É justamente essa sensível relação, que tentarei mostrar a vocês, assim como suas nuâncias, a realidade sobre a mesma e todo esse aspecto humano, que constantemente é desvalorizado e ignorado por quem apenas escreve por escrever ou não tem o menor comprometimento com aquele, que assim como você, deseja realmente se manter bem informado. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Conheça Tudo o que Você Precisa Saber Sobre a Tal "Bactéria de 3,5 Milhões de Anos" Antes de Abordarmos a Recente História Referente a Atriz Alemã Apelidada de "Manoush"


Toda essa história de uma bactéria de 3,5 milhões de anos que poderia ser a "segredo da eterna juventude" começou em 19 de setembro de 2015, através de um texto publicado no site de notícias "The Siberian Times" intitulado: "Russian scientists make progress on secret of eternal life" ("Cientistas russos fazem progresso em relação ao segredo da vida eterna", em português). Um título desses soa promissor, não é mesmo? Bem, de acordo com os cientistas, a bactéria poderia ter até 3.5 milhões de anos, sendo que a mesma teria permitido que ratos, já com uma certa idade avançada, se reproduzissem. Naquela época, os cientistas teriam decodificado o DNA da bactéria e estavam tentando compreender quais eram os genes, que forneciam a sua "extraordinária longevidade".

"Em todos os experimentos, a 'Bacillus F' estimulou o crescimento e também fortaleceu o sistema imunológico. Os experimentos em eritrócitos e leucócitos humanos também foram bem otimistas", disse o professor Sergey Petrov, pesquisador-chefe do Centro Científico de Tyumen, na Rússia.

Toda essa história de uma bactéria de 3,5 milhões de anos que poderia ser a "segredo da eterna juventude" começou em 19 de setembro de 2015, através de um texto publicado no site de notícias "The Siberian Times" intitulado: "Russian scientists make progress on secret of eternal life" ("Cientistas russos fazem progresso em relação ao segredo da vida eterna", em português).
Dr. Anatoli Brouchkov, então chefe do Departamento de Geocriologia da Universidade Estatal de Moscou
A bactéria teria sido originalmente encontrada em "Mamontova Gora" ("Montanha do Mamute", em português), na República de Sakha (também conhecida como Iacútia), na Sibéria, em 2009, pelo Dr. Anatoli Brouchkov, então chefe do Departamento de Geocriologia da Universidade Estatal de Moscou. Uma bactéria semelhante teria sido descoberta pelo cientista siberiano "Vladimir Repin" no cérebro de um extinto mamute preservado pelo pergelissolo (muito embora não tenha sido fornecida nenhuma informação adicional sobre isso naquela época).

"Fizemos muitos experimentos em camundongos e moscas-das-frutas e vimos o impacto sustentável de nossa bactéria em termos de longevidade e fertilidade. Porém, ainda não sabemos como funciona. Na verdade, não sabemos exatamente como a aspirina funciona, mas ela funciona. O mesmo se aplica a isso: não conseguimos entender o mecanismo, mas vemos o impacto", disse o Dr. Anatoli Brouchkov.

A bactéria teria sido originalmente encontrada em "Mamontova Gora" ("Montanha do Mamute", em português), na República de Sakha (também conhecida como Iacútia), na Sibéria, em 2009, pelo Dr. Anatoli Brouchkov
"A bactéria produz substâncias biologicamente ativas ao longo de sua vida, o que ativa o status imunológico de animais que servem como experimentos. Assim sendo, camundongos fêmeas mais idosas começaram não apenas a se movimentarem melhor, mas também produziram descendentes. Se a mesma substância fosse dada às pessoas, poderia gerar uma melhoria significativa em suas saúdes, levando à descoberta de um 'elixir da vida'", disse o Dr. Viktor Chernyavsky, um epidemiologista de Iacútia, que descreveu as descobertas como uma "sensação científica".

Na época, uma série de alegações estavam sendo feitas em relação ao potencial de três diferentes cepas de bactérias encontradas no permafrost, sendo que entre elas estava o rejuvenescimento de seres vivos. Uma outra visava o potencial desenvolvimento de organismos capazes de destruir moléculas de petróleo, transformando-os em água, para que um dia pudesse ser criado um novo sistema para limpeza de vazamentos de óleo. Uma terceira cepa de bactérias seria capaz de eliminar moléculas de celulose.

"A bactéria produz substâncias biologicamente ativas ao longo de sua vida, o que ativa o status imunológico de animais que servem como experimentos. Assim sendo, camundongos fêmeas mais idosas começaram não apenas a se movimentarem melhor, mas também produziram descendentes", disse o Dr. Viktor Chernyavsky
Na época, uma série de alegações estavam sendo feitas em relação ao potencial de três diferentes cepas de bactérias encontradas no permafrost, sendo que entre elas estava o rejuvenescimento de seres vivos
"Completamos a decodificação do DNA da "Bacillus F" e, mais importante ainda, restabelecemos completamente uma sequência genética da mesma. Esse estudo estava ocorrendo ao longo de diversos anos, e terminou no final do ano passado. Agora, enfrentamos a tarefa mais complicada, que são as tentativas de descobrir quais genes estão fornecendo a longevidade das bactérias, e quais proteínas protegem a estrutura do DNA de danos", disse o Dr. Anatoli Brouchkov, em entrevista ao site "The Siberian Times".

"Queremos entender os mecanismos de proteção do genoma, e o funcionamento dos genes. A questão-chave é o que proporciona a vitalidade dessa bactéria, mas isso é tão complicado quanto quais genes humanos são responsáveis ​​pelo câncer e como curá-lo. A escala e a cumplicidade sobre essa questão são praticamente idênticas. Isso envolve uma pesquisa tecnicamente difícil", continuou, revelando que as bactérias sobreviveram por milhões de anos no gelo profundo da Sibéria.

"Completamos a decodificação do DNA da "Bacillus F" e, mais importante ainda, restabelecemos completamente uma sequência genética da mesma. Esse estudo estava ocorrendo ao longo de diversos anos, e terminou no final do ano passado",
disse o Dr. Anatoli Brouchkov
"Queremos entender os mecanismos de proteção do genoma, e o funcionamento dos genes. A questão-chave é o que proporciona a vitalidade dessa bactéria, mas isso é tão complicado quanto quais genes humanos são responsáveis ​​pelo câncer e como curá-lo", disse
o Dr. Anatoli Brouchkov
"Para indicar a idade exata das bactéria, precisamos datar as rochas do permafrost, e isso não é fácil. Não há métodos precisos para datar o permafrost, mas temos motivos sólidos para acreditar que seja bem antiga. A Sibéria Oriental não é atualmente um lugar acolhedor, e nem mesmo era há 3,5 milhões de anos, visto que era igualmente frio e tinha a mesma temperatura atual. É por isso que acreditamos que esse permafrost tenha sido formado há 3,5 milhões de anos. Também acreditamos que a bactéria não tenha conseguido penetrar nas camadas mais antigas do permafrost. Essa bactéria se manteve isolada do mundo exterior através do gelo, por isso estamos bem confiantes de que essa bactéria foi mantida no permafrost por muito tempo. No entanto, ainda estamos trabalhando para provar isso", completou, alegando que a bactéria também foi preservada em outras condições extremas.

"Algumas foram encontradas em âmbar, e algumas outra até mesmo em sal de rocha. Aliás, a bactéria encontrada em sal de rocha tinha cerca de meio bilhão de anos. Eu diria que existem (no mundo) bactérias imortais, seres imortais. Eles não podem morrer. Para ser mais preciso, eles conseguem proteger a si mesmos. Nossas células não conseguem se proteger contra danos. Essas células de bactérias são capazes de se protegerem. Seria ótimo encontrar os mecanismos de proteção contra o envelhecimento e contra os danos, e usá-los para lutar contra o nosso envelhecimento. É o enigma principal da humanidade e acredito que devemos trabalhar para resolvê-lo", disse o Dr. Anatoli Brouchkov.

Dr. Viktor Chernyavsky, um epidemiologista de Iacútia, descreveu as descobertas como uma "sensação científica"
 "Agora temos uma chave, bactérias antigas, que os cientistas encontraram em um ambiente extremo e antigo. É claro que as discussões estão em andamento. Há muitos céticos que não acreditam que as bactérias sejam realmente antigas", continuou, alegando que algumas pessoas precisavam se convencer do significado dessas descobertas.

"Entretanto, o ponto principal é que finalmente vimos a luz no fim de um longo túnel e sem esperança. É uma ótima façanha. Eu ficaria feliz se as pessoas estivessem interessadas em nossa pesquisa. É muito melhor do que seguir a taxa do dólar ou o preço do petróleo. Nossas pesquisas em todo o mundo mal começaram. Os primeiros artigos (científicos) apareceram há cerca de dez anos, por isso estamos na primeira etapa da pesquisa", seguiu dizendo.

"Acredito que todos nós precisamos começar a estudar esses seres imortais, mas no momento, muitos de nós não estão fazendo isso. Estamos discutindo, mas não estamos realizando pesquisas. Precisamos usar o fato de que tais bactérias foram encontradas em nosso permafrost. Temos essas oportunidades de estudo. Acredito que essa bactéria poderia ser muito útil", completou. Aliás, um dos lugares onde a pesquisa estava em andamento era em Tymen, na Sibéria Ocidental, sob os cuidados do professor Sergey Petrov.

"No laboratório, tivemos resultados muito bons. A bactéria não apenas estimula o crescimento, mas aumenta a resistência ao gelo. As sementes brotaram a uma temperatura de 5 °C", disse Sergey Petrov.
Isso é muito importante em relação as nossas complicadas condições siberianas, uma vez que uma geada repentina pode ocorrer em maio e até mesmo em junho. Podemos dizer que a bactéria melhora a fotossíntese", disse Sergey Petrov
"Realizamos diversos estudos sobre o impacto das bactérias nos organismos vivos. Fizemos experimentos com copépodes, camundongos, culturas e células sanguíneas humanas. Em todas esses experimentos, o "Bacillus F" estimulou o crescimento e também fortaleceu o sistema imunológico. Os experimentos em eritrócitos e leucócitos humanos também foram muito otimistas. Agora, estamos concentrados em experiências com as culturas. A bactéria estimula o crescimento das culturas, e aumenta a produtividade. Nesse ano, concluímos os estudos laboratoriais e partimos para os ensaios de campo. Antes de semear, colocamos as sementes em uma solução contendo uma cultura da bactéria. Colhemos, mas os resultados ainda não foram completamente processados. Os resultados serão anunciados posteriormente", disse Sergey Petrov.

"No laboratório, tivemos resultados muito bons. A bactéria não apenas estimula o crescimento, mas aumenta a resistência ao gelo. As sementes brotaram a uma temperatura de 5 °C. Isso é muito importante em relação as nossas complicadas condições siberianas, uma vez que uma geada repentina pode ocorrer em maio e até mesmo em junho. Podemos dizer que a bactéria melhora a fotossíntese. Também é muito importante para nossas regiões ao norte com curto período de luz solar. As plantas têm tempo de amadurecer completamente", continuou.

Mapa mostrando local onde a tal bactéria de 3,5 milhões de anos teria sido encontrada
"Conduzimos uma pesquisa bioquímica para entender o mecanismo, ou seja, como exatamente essa bactéria influencia nas plantas, e quais os estágios exatos do metabolismo ela afeta. No momento, no entanto, não podemos afirmar nada. Resumindo, vemos os efeitos, mas ainda não conseguimos explicá-lo completamente", seguiu dizendo.

"No momento, o uso de bactérias promotoras do crescimento em plantas é um caminho muito promissor. É claro que as bactérias são muito mais eficazes do que os produtos químicos. Nossa 'Bacillus F' tem um grande potencial, porque conseguiu sobreviver no permafrost. Acredito, que seu potencial é muito maior do que outras bactérias que promovem o crescimento. Além disso, pode ajudar a resistir a geadas, o que é igualmente importante diante de nossas condições. Agora, solicitamos um financiamento para realizar pesquisas futuras, especialmente em células sanguíneas humanas, e esperamos que consigamos, porque a pesquisa é extremamente promissora", completou.

Aliás, próximo do local onde a bactéria ancestral teria sido encontrada, estavam os restos mortais de mamutes e rinocerontes-lanudos. Segundo o Dr. Anatoli Brouchkov as bactérias foram encontradas em camadas de permafrost mais profundas e mais antigas, significativamente mais inferiores do que as camadas onde os mamutes foram encontrados.

Aliás, próximo do local onde a bactéria ancestral teria sido encontrada, estavam os restos mortais de mamutes e rinocerontes-lanudos. Segundo o Dr. Anatoli Brouchkov as bactérias foram encontradas em camadas de permafrost mais profundas e mais antigas, significativamente mais baixas do que as camadas onde os restos mortais de mamutes foram encontrados.
Essa notícia foi uma grande sensação naquela época, tanto que gerou uma outra, ainda mais polêmica, no dia 29 de setembro daquele mesmo ano, e intitulada: "Russian scientist admits injecting himself with 3.5 million year old 'eternal life' bacteria" ("Cientista russo admite que injetou bactéria da vida eterna de 3,5 milhões de anos nele mesmo", em português). O conteúdo da notícia? Bem, o Dr. Anatoli Brouchkov deu a entender que teria injetado a bactéria nele mesmo, e que após isso começou a trabalhar por mais tempo, que não tinha ficado gripado nos últimos dois anos anos, e que após experimentos bem sucedidos em camundongos e moscas-das-frutas, ele acreditava que seria interessante testar a cultura bacteriana inativada.

"Além disso, o permafrost está descongelando, e acredito que essas bactérias estão entrando no meio ambiente, na água, de modo que a população local, o povo Yakut, na verdade, está há muito tempo consumindo essas células juntamente com a água, e eles até aparentam viver mais do que algumas outras nações. Então, não havia risco algum para mim", disse o Dr. Anatoli Brouchkov.

Posteriormente, o Dr. Anatoli Brouchkov disse que começou a trabalhar por mais tempo, que não tinha ficado gripado nos últimos dois anos anos, e que após experimentos bem sucedidos em camundongos e moscas-das-frutas, ele acreditava que seria interessante testar a cultura bacteriana inativada.
"Não foi um experimento científico, então não posso descrever profissionalmente os efeitos. Porém, ficou claro, ao menos para mim, uma vez não peguei gripe por dois anos. Talvez tivessem ocorrido alguns efeitos colaterais, mas precisaria de algum equipamento médico especial para identificá-los. Obviamente, tais experimentos precisam ser conduzidos em laboratório, com equipamentos especiais e mediante estatísticas. Então, poderíamos dizer claramente sobre todos os efeitos", continuou.

De qualquer forma, era muito cedo para comercializar a bactéria, apesar de uma "indubitável demanda" por uma poção da mesma, que oferecesse a vida eterna. Vocês podem conferir as declarações do Anatoli a partir de um vídeo publicado pela "RT" cerca de dois dias antes (27), em seu próprio canal no YouTube (em inglês):



"Ainda é necessária a realização de experimentos. Precisamos descobrir como essa bactéria previne o envelhecimento. Acredito que seja assim, que essa ciência deve se desenvolver. O que está mantendo aquele mecanismo vivo? Como podemos usá-lo para nossos próprios benefícios?", completou. Assim sendo, até aquele momento dava a impressão que o Dr. Anatoli Brouchkov tinha realmente injetado a bactéria nele mesmo, porém essa história ainda iria ganhar outros rumos esse ano (iremos abordar isso daqui a pouco).

Em dezembro de 2015, por exemplo, o Dr. Anatoli Brouchkov apareceu novamente na mídia, dessa vez no site "Motherboard", pertencente a revista norte-americana Vice. Na ocasião ele disse que se sentia mais saudável e menos cansado do que nunca. Aliás, as pessoas jamais imaginariam que um senhor de cabelos prateados e com uma fala suave teria injetado uma cepa de bactéria de 3,5 milhões de anos em si mesmo, apenas para ver o que iria acontecer.

De qualquer forma, o site Motherboard conseguiu entrevistar Anatoli, algo que vocês podem conferir no vídeo publicado no próprio canal da "Motherboard", no YouTube, em 9 de dezembro de 2015:



Não irei transcrever todo o diálogo, mas a primeira pergunta feita ao Dr. Anatoli Brouchkov é muito emblemática, porque ele foi questionado sobre ter injetado uma bactéria, que supostamente permitiria as pessoas a viverem por mais tempo, e como ele estava se sentindo. Anatoli respondeu que estava se sentindo bem, mas o que ele estava fazendo não era ciência de verdade, era apenas curiosidade (deveríamos abordar a diferença entre curiosidades e fatos científicos?).

Foi assim que Anatoli voltou a explicar que o permafrost era o melhor lugar para encontrar tais tipos de bactérias, que elas guardavam um segredo sobre a forma pelas quais elas viviam por tanto tempo (milhões de anos ou bilhões de anos), e que a bactéria em questão tinha sido encontrada em uma região onde certos povos eram conhecidos por viverem por mais tempo. Ele também disse, que tinham sequenciado o DNA da bactéria, mas que eram muitos genes e proteínas para compreenderem o funcionamento da mesma.

Anatoli respondeu que estava se sentindo bem, mas o que ele estava fazendo não era ciência de verdade, era apenas curiosidade (deveríamos abordar a diferença entre curiosidades e fatos científicos?)
Foi assim que Anatoli voltou a explicar que o permafrost era o melhor lugar para encontrar tais tipos de bactérias, que elas guardavam um segredo sobre a forma pelas quais elas viviam por tanto tempo (milhões de anos ou bilhões de anos), e que a bactéria em questão tinha sido encontrada em uma região onde certos povos eram conhecidos por viverem por mais tempo
Anatoli chegou a ser novamente questionado sobre injetar a bactéria em si mesmo, mas desviou do assunto ao citar experimentos com animais. Ao invés de Anatoli usar o verbo "to inject" ("injetar", em português), ele parou, pensou rapidamente, e resolveu adotar o verbo "to take" (no passado e no sentido de "contrair"), alegando que, após "contrair" a bactéria não teria ficado mais gripado. Ele também voltou a ressaltar que isso não provava nada, que isso não era ciência de verdade, e que era somente um relato da parte dele. Curiosamente, ao final, Anatoli disse que a bactéria podia sobreviver em meio aquoso, inclusive em vodca, visto que a mesma parecia consumir álcool.

Nesse momento, vocês podem estar se perguntando se houve algum progresso em relação ao estudo da "Bacillus F" em relação a longevidade ou sua aplicação em seres humanos, não mesmo? Pois bem, a resposta é um belo e sonoro não.

O Dr. Anatoli Brouchkov é citado por possuir 25 anos de lecionamento, pesquisas de solo, permafrost e ciência geológica. Além disso, ao longo de sua carreira, participou de projetos específicos, que incluem o estudo geológico e ambiental em diferentes regiões do Ártico. Como consultor geotécnico para empresas de petróleo e gás, ele também já esteve envolvido em um programa de testes de solo em laboratório, e foi responsável pelos aspectos geotécnicos do projeto de encanamento e instalações do norte da Rússia. Sua experiência acadêmica inclui palestras para estudantes das universidades de Moscou, Tyumen e Hokkaido, além de diversos projetos de pesquisa na Rússia, no Japão e no Alasca. Ele ainda é descrito por ter mais de 100 publicações e 5 monografias.

Anatoli chegou a ser novamente questionado sobre injetar a bactéria em si mesmo, mas desviou do assunto ao citar experimento com animais (guardem bem essa esquiva). Ao invés de Anatoli usar o verbo "to inject" ("injetar", em português), ele parou, pensou e resolveu adotar o "to take" (no sentido de "contrair"), alegando que, após "contrair" a bactéria não teria ficado mais gripado
Ele também voltou a ressaltar que isso não provava nada, que isso não era ciência de verdade, mas que era somente um relato da parte dele. Curiosamente, ao final, Anatoli disse que a bactéria podia sobreviver em meio aquoso, inclusive em vodca, visto que a mesma parecia consumir álcool.
Entretanto, de acordo com uma rápida pesquisa nos sites "Academia.edu" e "Researchgate.net", o Dr. Anatoli Brouchkov não possui nenhuma publicação (ou seja, artigo científico ou estudo) referente ao "Bacillus F" e suas supostas propriedades em seres vivos desde 2012 (a decodificação do DNA foi realizada em 2014, sendo que existem algumas outras publicações sobre a "Montanha do Mamute", a "comunidade bacteriana no antigo permafrost", mas não há referência direta a bactéria e sua suposta propriedade de prolongar a vida em seres vivos desde então). O mesmo se aplica, por exemplo, ao Dr. Sergey Petrov e ao Dr. Viktor Chernyavsky.

Resumindo? Não há nada recentemente publicado sobre as "inexplicáveis propriedades da Bacillus F", nem resultados cientificamente provados sobre a mesma, e nenhuma outra informação que venha de algum outro laboratório ou instituto fora da Rússia para corroborar em relação a essas descobertas. Aparentemente e infelizmente, diante do que realmente temos de concreto até hoje, toda essa história soa estar fadada a supostos conhecimentos empíricos, e propaganda científica russa.

E, ignorando todos esses detalhes do passado, a Barcroft TV resolveu realizar uma espécie de mini-documentário referente ao caso de uma atriz alemã, apelidada de "Manoush", que tinha injetado, sucessivas vezes, doses contendo a tal bactéria de "3,5 milhões" de anos em seu corpo. Porém, é importante ressaltar novamente que, além de não haver qualquer estudo que realmente comprove, cientificamente, sua eficácia, ninguém sabe exatamente a idade da tal bactéria até hoje (no documento referente a decodificação do DNA da bactéria é mencionado, por exemplo, que ela teria presumivelmente cerca de 3 milhões de anos, ou seja, menos 500 milhões de anos do que anuncia atualmente). Assim sendo, o que poderia dar errado, não é mesmo?

O Mini-Documentário Realizado Pela Barcroft TV! Quem é Realmente a Atriz "Alemã" Apelidada de "Manoush" e o que o Mesmo Realmente Apresentou aos Telespectadores?


Vamos começar falando sobre Marcia Nicole Barandshay, mais conhecida como "Manoush". Ela é a terceira filha de uma mãe de origem manouche-sinté (termo em francês para definir os "ciganos", que vivem na França, e que costumam ter famílias na Alemanha ou na Itália) e de um pai de origem germano-americana, e nascida na cidade de Saintes-Maries-de-la-Mer, no sul da França, em 1971 (algumas fontes também citam 1973 ou 1975).

Devido a problemas familiares com o pai, sua mãe o abandonou, e criou os filhos em diversas cidades da Europa. Ela começou a ganhar dinheiro como modelo, para ajudar sua família, aos 18 anos, mas sua carreira foi interrompida logo após um acidente de carro, que teria deixado cicatrizes em suas pernas e na região do seu estômago aos 20 anos. Ela se chegou a se casar quando tinha 18 anos com Sonyo Lakatos, 19 anos, mas anulou o casamento após 3 semanas. Ela voltaria a se casar mais duas vezes e seu último marido foi Chris Vazquez, cujo casamento teria durado cerca de 8 anos (entre 2006 e 2014, muito embora algumas fontes dizem que estariam juntos até hoje, e outras digam que se separaram em 2012). Como vocês podem notar, existe uma certa dificuldade em saber detalhes de sua vida pessoal.

Devido a problemas familiares com o pai, sua mãe o abandonou, e criou os filhos em diversas cidades da Europa. Ela começou a ganhar dinheiro como modelo, para ajudar sua família, aos 18 anos, mas sua carreira foi interrompida após um acidente de carro que teria deixado cicatrizes nas pernas e na região do seu estômago aos 20 anos
Antes de despontar como atriz e começar a atuar em filmes, no verão de 1997, ela trabalhou com diversas bandas de "punk rock" e "cyberpunk" escrevendo letras e cantando. Todas as bandas tiveram mais notoriedade em relação as suas apresentações de palco do que bem sucedidas com suas músicas, ou seja, o sucesso foi bem limitado. No início de 2000, foi-lhe oferecido o papel de "mulher ninfomaníaca" no filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", de Jean-Pierre Jeunet (2001), que abriu definitivamente as portas para a indústria cinematográfica, estabelecendo "Manoush" como a "garota malvada".

Posteriormente, ela participou de dezenas de filmes de terror (primordialmente "filmes B"), em produções norte-americanas, alemãs, russas e dinamarquesas. Ela também já participou de vídeos e compôs músicas tão violentas, que o material chegou a ser banido de diversos países. Obviamente, não podemos julgá-la, mas podemos notar que sua vida nunca foi fácil, e que a mesma sempre foi bem estigmatizada em seus papéis e filmes.

No início de 2000, foi-lhe oferecido o papel de " mulher ninfomaníaca" no filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", de Jean-Pierre Jeunet (2001), que abriu definitivamente as portas para a indústria cinematográfica, além de mais filmes para ela, estabelecendo "Manoush" como a "garota malvada"

Posteriormente, ela participou de dezenas de filmes de terror (primordialmente "filmes B"), em produções norte-americanas, alemãs e russas e dinamarquesas. Ela também já participou de vídeos e compôs músicas tão violentas, que o material chegou a ser banido de diversos países
Aliás, essa não é a primeira vez no ano que ela apareceu na mídia internacional, visto que em janeiro ela foi alvo de uma matéria sobre suas mais de 36 cirurgias plásticas, representando (ao menos de acordo com ela) um gasto superior a R$ 250.000. Na ocasião, foi mencionado que seu próprio cirurgião plástico havia apelidado ela de "Frankiedoll" devido a quantidade de cirurgias e que muitos médicos se recusavam a atendê-la devido a esse excesso de modificações. O texto também contava com inúmeras declarações de Manoush.

Ela disse que considerava o envelhecimento como um "defeito genético", e que continuaria realizando cirurgias plásticas até seus 90 anos. Ela também se recusou a dizer sua idade, que seria por volta de 45 anos de acordo com alguns sites, e alegou que estava se criando do jeito que ela queria ser, visto que não queria ser idosa ou uma atriz idosa. Manoush disse que preferia ser toda "plastificada" do que ser idosa.

Manoush disse que considerava o envelhecimento como um "defeito genético",
e que continuaria realizando cirurgias plásticas até seus 90 anos
Ela disse que homens de todas as idades, dos 16 aos 80 anos tinham interesse nela e, inclusive, pessoas que a perseguiam de todas as formas. Manoush disse que atraía muito a atenção das pessoas devido ao seu corpo, e que começou a fazer cirurgias plásticas aos 18 anos de idade, visto que seus seios teriam ficado flácidos após ter dado a luz, ou seja, Manoush também seria mãe. Ela também disse que ainda encontra coisas a serem alteradas ou modificadas quando se olha no espelho, e que alguns familiares e amigos eram contra a essa constante modificação corporal. Ainda assim, ela disse que não iria parar, porque não estava cometendo nenhum crime, apenas fazendo o que queria e que não devia explicações para ninguém.

Enfim, agora que você conhece um pouco mais sobre a "Manoush" e o seu pensamento, algo que não fazem muita questão de comentar, vamos conhecer o conteúdo gerado "pela Barcroft TV", que foi publicado no dia 21 de setembro em sua própria conta no YouTube (em inglês, mas fiquem tranquilos que vou destrinchar o vídeo para vocês):



Inicialmente, somos apresentados a Manoush em sua casa na pequena cidade de Schkeuditz, na Alemanha. Ela começa dizendo que cada parte do seu corpo tinha uma idade diferente, mas que a maior parte dele tinha mais de 40 anos. Desde sua adolescência ela não aceitava a ideia de envelhecer.

Assim sendo, ela passou boa parte da vida lutando contra o envelhecimento, e já tinha passado por mais seis cirurgias plásticas somente nos seios, realizado o preenchimento das maçãs do rosto, das bochechas e dos lábios, e que já tinha perdido a conta de quantos procedimentos tinha realizado.

Inicialmente, somos apresentados a Manoush em sua casa na pequena cidade de Schkeuditz, na Alemanha. Ela começa dizendo que cada parte do seu corpo tinha uma idade diferente, mas que a maior parte dele tinha mais de 40 anos

Assim sendo, ela passou boa parte da vida lutando contra o envelhecimento, e já tinha passado por mais seis cirurgias plásticas somente nos seios, realizado o preenchimento das maçãs do rosto, das bochechas e dos lábios, e que já tinha perdido a conta de quantos procedimentos tinha realizado.


Então durante sua jornada em busca de cosméticos e tratamentos para retardar o envelhecimento, ela se deparou com o Dr. Anatoli Brouchkov. Ela disse que leu sobre ele na mídia por diversas vezes, e ficou muito interessada em seu trabalho em busca da fonte da juventude: uma bactéria de 3,5 milhões de anos encontrada na Sibéria.

Ironicamente, o Dr. Anatoli Brouchkov aparece no mini-documentário a partir de uma transmissão aparentemente pelo celular, e visivelmente um pouco mais envelhecido em relação as entrevistas concedidas em 2015. Ele mencionou acreditar que a bactéria possuía um mecanismo para sobreviver por tanto tempo assim, e que isso poderia implicar na extensão da vida humana por até centenas de anos. Ele basicamente repetiu o mesmo discurso que fez há 2 anos.

Então durante sua jornada em busca de cosméticos e tratamentos para retardar o envelhecimento, ela se deparou com o Dr. Anatoli Brouchkov. Ela disse que leu sobre ele na mídia por diversas vezes, e ficou muito interessada em seu trabalho em busca da fonte da juventude: uma bactéria de 3,5 milhões de anos encontrada na Sibéria.

Ironicamente, o Dr. Anatoli Brouchkov aparece no mini-documentário a partir de uma transmissão aparentemente pelo celular, e visivelmente um pouco mais envelhecido em relação as entrevistas concedidas em 2015.

Ele mencionou acreditar que a bactéria possuía um mecanismo para sobreviver por tanto tempo assim, e que isso poderia implicar na extensão da vida humana por até centenas de anos. Ele basicamente repetiu o mesmo discurso que fez há 2 anos.


Ele deu uma amostra da "Bacillus F." para Manoush que, por conta própria resolveu injetar em seu corpo. Manoush disse que seus familiares (mãe e irmãos) teriam se recusado a aparecer, e que não concordavam com sua atitude. Restaram apenas dois amigos dela e um médico de sua confiança para dar "suporte moral" em relação ao procedimento.

Os amigos deram apoio, mas estavam bem preocupados, porque o risco era totalmente desconhecido. Um amigo chamado Ivan chegou a dizer que a bactéria poderia ser uma espécie de "vírus alienígena", e que nunca faria algo semelhante, mas uma outra amiga chamada Sandrina disse que faria, ou seja, que poderia vir a seguir os passos de Manoush.

O Dr. Anatoli deu uma amostra da "Bacillus F." para Manoush que, por conta própria resolveu injetar em seu corpo. Manoush disse que seus familiares (mãe e irmãos) teriam se recusado a aparecer, e que não concordavam com sua atitude

Um amigo chamado Ivan chegou a dizer que a bactéria poderia ser uma espécie de "vírus alienígena",
e que nunca faria algo semelhante

Entretanto, uma outra amiga chamada Sandrina disse que faria, ou seja,
que poderia vir a seguir os passos de Manoush


Então, Manoush foi até a casa do Dr. Patric John, um médico de sua confiança, para que ele acompanhasse o procedimento. Ela chegou a declarar que estava tão empolgada quanto uma criança em uma manhã de Natal. Manoush disse que injetaria todo mês cerca de 2 ml da solução fornecida pelo Dr. Anatoli Brouchkov até que a mesma acabasse, o que daria entre 12 e 24 meses.

O Dr. Patric mencionou que qualquer injeção poderia resultar em uma infecção local ou generalizada, porém ao se tratar de uma bactéria a situação era muito mais grave. Poderia acontecer uma reação no sistema imunológico, uma reação alérgica ou até mesmo uma intoxicação fatal.

Então, Manoush foi até a casa do Dr. Patric John, um médico de sua confiança,
para que ele acompanhasse o procedimento
O Dr. Patric mencionou que qualquer injeção poderia resultar em uma infecção local ou generalizada, porém ao se tratar de uma bactéria a situação era muito mais grave. Poderia acontecer uma reação no sistema imunológico, uma reação alérgica ou até mesmo uma intoxicação fatal.


É justamente por volta de 6 minutos de vídeo, que surge a informação que o Dr. Anatoli Brouchkov nunca havia injetado a bactéria nele mesmo, mas que a teria consumido na forma de suplemento alimentar, ou seja, o procedimento de Manoush seria inédito. O próprio Dr. Anatoli Brouchkov aparece dizendo que não recomendou que ela injetasse nada, que não tomasse uma única injeção, mas apenas que consumisse o extrato de bactéria, por assim dizer.

Aliás, o Dr. Patric chegou a rir em um determinado momento ao dizer que não podia fazer nada, porque essa era uma decisão dela. Legalmente, ele não podia injetar a solução em Manoush, então ele apenas acompanhou a cena. Finalmente, Manoush injetou a solução em sua barriga e disse que estava muito animada para ver o que iria acontecer daquele momento em diante.

É justamente por volta de 6 minutos de vídeo, que surge a informação que o Dr. Anatoli Brouchkov nunca havia injetado a bactéria nele mesmo, mas que a teria consumido na forma de suplemento alimentar, ou seja, o procedimento de Manoush seria inédito

Aliás, o Dr. Patric chegou a rir em um determinado momento ao dizer que não podia fazer nada,
porque essa era uma decisão dela

Finalmente, Manoush injetou a solução em sua barriga e disse que estava muito animada para ver o que iria acontecer
daquele momento em diante
Uma semana depois ela apareceu em uma transmissão pelo celular dizendo que se sentia muito bem, tanto fisicamente quanto mentalmente, e que não se arrependia de nada. No mês seguinte ela apareceu novamente dizendo que estava se sentindo mais disposta e mais animada, mas que ela não sabia se era apenas um efeito psicológico ou não. Ela disse que estava conseguindo trabalhar por mais tempo, dormindo melhor, e que não tinha acontecido nenhuma reação negativa.

Uma semana depois ela apareceu em uma transmissão pelo celular dizendo que se sentia muito bem, tanto fisicamente quanto mentalmente, e que não se arrependia de nada

No mês seguinte ela apareceu novamente dizendo que estava se sentindo mais disposta e mais animada,
mas que ela não sabia se era apenas um efeito psicológico ou não


Estranhamente, o documentário encerra dizendo que Manoush decidiu diminuir a dosagem e que só aplicaria a cada 2 ou 3 meses em seu corpo, e que o verdadeiro resultado do experimento estaria por vir, ou seja, provavelmente haverá outro vídeo no futuro contando o que aconteceu.

Estranhamente, o documentário encerra dizendo que Manoush decidiu diminuir a dosagem e que só aplicaria a cada 2 ou 3 meses em seu corpo, e que o verdadeiro resultado do experimento estaria por vir, ou seja, provavelmente haverá outro vídeo no futuro.


Enfim, AssombradOs, nos resta apenas aguardar por maiores informações sobre o estado de saúde de Manoush. Contudo, vale a pena ressaltar novamente, que não há estudos suficientemente claros, extensos e corroborados por outros especialistas e institutos ao redor do mundo, não se sabe exatamente quantos anos essa bactéria realmente possui e não se conhece quais são os riscos a médio e longo prazo para a saúde humana e animal. Tudo é bem especulativo, inclusive a alegação do Dr. Anatoli ao dizer que habitantes daquela região da Sibéria são conhecidos por viver mais tempo. Ele parece ignorar diversos outros fatores como alimentação, genética, clima etc.

Até onde sei os japoneses possuem uma expectativa de vida bem alta, a maior do mundo, e isso não é graças a nenhuma bactéria com supostos 3,5 milhões de anos. Portanto, é necessário ter cautela ao alegar, supor ou especular. O próprio Dr. Anatoli deixou que a mídia pensasse que ele tivesse injetado a bactéria nele mesmo ao longo de todo esse tempo e, ao ser colocado contra a parede no caso de Manoush, ele alegou que não havia injetado nada, e nem recomendado, e que ele teria consumido a bactéria na forma de um extrato. Sinceramente, não acredito que ele esteja sendo honesto assim sobre seu "elixir da vida", ainda mais diante de sua aparência após dois anos. De qualquer forma, vamos aguardar e espero que esteja tudo bem a Manoush que, apesar de sua obsessão por cirurgias plásticas, ainda é um ser humano, e não merece ser tratada como um monstro.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://moscowstate.academia.edu/AnatoliBrouchkov
http://www.dailymail.co.uk/femail/article-4104710/Plastic-surgery-addict-Manoush-Vasquez-spends-62-000-proecdures.html
http://www.dailymail.co.uk/femail/article-4909414/Actress-injects-3-5-MILLION-year-old-Siberian-bacteria.html
http://www.imdb.com/name/nm1720082/bio?ref_=nm_ov_bio_sm
https://en.wikipedia.org/wiki/Manoush
https://futurism.com/scientist-injects-himself-with-a-3-5-million-year-old-bacteria-to-extend-life/
https://motherboard.vice.com/en_us/article/yp3gg7/meet-the-scientist-who-injected-himself-with-35-million-year-old-bacteria
https://truththeory.com/2017/01/04/russian-scientist-injects-3-5-million-year-old-bacteria-claims-no-flu-two-years/
https://www.researchgate.net/profile/Anatoli_Brouchkov2
https://www.unilad.co.uk/life/woman-injects-herself-with-3-5-million-year-old-bacteria-to-stay-young/
https://www.youtube.com/watch?v=aErcD_0eE9s

Mistério Indecifrável? O Caso da "Menina Fantasma" que Apareceu em uma Coleção de Fotos de um Museu em Krasnoyarsk, na Rússia!

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Por Marco Faustino

Acredito que já tenha perdido a conta de quantas vezes abordamos casos de supostos fantasmas envolvendo crianças. Talvez um dos casos recentes, onde havia uma série de detalhes corpóreos impressionantes tenha sido a daquela menininha, cujo foto havia sido obtida através de uma câmera de monitoramento florestal, na cidade de Cambridge, no estado norte-americano de Nova York. George Bell, chefe do Departamento de Polícia de Cambridge-Greenwich, que há 19 anos ocupava esse mesmo cargo, nunca tinha visto algo parecido com isso, e chegou a declarar para a imprensa local, que nunca tinha visto nenhum fantasma rondando as áreas florestais da região. Curiosamente, foi mencionado, que os novos proprietários tinham acabado de comprar o terreno onde a foto tinha sido tirada, com o objetivo de utilizá-lo como área de caça. Evidentemente, começaram a circular as mais diversas hipóteses entre os moradores locais. Diversas pessoas teriam sugerido que, conforme mencionava uma lenda local, uma menininha havia sido atingida e morta por um trem que costumava cruzar aquela mesma região. Por outro lado, Tania Woodward, presidente do Grupo de Pesquisa Paranormal Greenwich acreditava que todo esse interesse era motivado pelos diversos programas do gênero que passam na televisão. Contudo essa história teve um desfecho bem inusitado. Vale a pena conferir (leia mais: O "Fantasma" de uma Menininha Teria Sido Registrado por uma Câmera de Monitoramento Florestal em Cambridge, nos Estados Unidos?).

Agora, abordaremos um caso que não é exatamente novo, visto que começou a ser divulgado na imprensa internacional no início do ano passado. Na época, uma misteriosa menina com uma longa trança, que se acreditava ter entre 8 e 10 anos, foi notada em uma série de fotografias de prédios e pontos turísticos da cidade de Krasnoyarsk. No total, ela aparecia em 20 fotografias e quatro negativos de vidro (em chapas de vidro, para ser mais preciso), que estavam sendo mantidas pelo Krasnoyarsk Regional Museum of Local Lore ("Museu Regional do Conhecimento de Krasnoyarsk", em uma tradução livre para o português, muito embora iremos encurtar esse nome para facilitar a compreensão de vocês). Ironicamente, algumas dessas mesmas fotografias foram utilizadas como cartões postais da cidade ao longo de muitas décadas, mas ninguém aparentemente notou ou comentou sobre a repetição da mesma menina praticamente invisível. Sua presença simplesmente passou desapercebida por mais de um séculos. Em algumas fotografias, é possível ver muitos detalhes da menina, porém aparentemente ela nunca é o centro das atenções. Assim sendo, a menina foi carinhosamente apelidada de "Phantom Girl" ("Menina Fantasma") e uma pequena jornada foi criada para tentar descobrir mais detalhes sobre ela. Recentemente, entrei em contato o pesquisador sênior por trás da investigação para saber se havia alguma atualização sobre o caso. Será que finalmente teremos uma resposta mais concreta? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Um Pouco Sobre o Museu Regional do Conhecimento de Krasnoyarsk, na Rússia!


De acordo com o site Russian Museums, o museu regional de Krasnoyarsk é um dos museus mais antigos da Sibéria e da Rússia. Foi construído por I.A. e U. P. Matveevi, representantes de intelectuais locais, por iniciativa popular, em fevereiro de 1889. Atualmente, o museu encontra-se em um prédio especial construído em 1914 (embora tenha passado por uma grande reforma entre os anos de 1987 e 2001, além de uma renovação posterior de sua fachada), e projetado pelo famoso arquiteto local L.A.Chernishova. A temática e o estilo egípcio do museu serve como estímulo a lembrança da união cultural da civilização mundial.

De acordo com o site Russian Museums, o museu regional de Krasnoyarsk é um dos museus mais antigos da Sibéria e da Rússia. Foi construído por I.A. e U. P. Matveevi, representantes de intelectuais locais, por iniciativa popular, em fevereiro de 1889


Existem mais de 440 exposições, em um total superior a 450 mil itens sendo que a maioria dos mesmos é considerada como rara, o que dá o título ao museu de possuir uma maiores coleções tanto da Sibéria, quanto da Rússia. As mesmas são compostas principalmente de coleções arqueológicas, paleontológicas, etnográficas, naturais-científicas de importância universal, e também as epístolas de Dezembristas, coleções de V.  I. Surikov, G. V. Udin, V. P. Astafyev, D. A. Hvorostovskiy entre outras.

Tudo isso reflete os diferentes aspectos da região de Priyenisey (região de Yenisei, território de Krasnoyarsk, durante a Grande Guerra Patriótica, desenvolvimento da indústria no pós-guerra, Perestroika, período pós-soviética etc.). O acervo do museu basicamente representa a história da região desde os tempos mais remotos até os dias de hoje.

Existem mais de 440 exposições, em um total superior a 450 mil itens sendo que a maioria dos mesmos é considerada como rara, o que dá o título ao museu de possuir uma maiores coleções tanto da Sibéria, quanto da Rússia
As mesmas são compostas principalmente de coleções arqueológicas, paleontológicas, etnográficas, naturais-científicas de importância universal, e também as epístolas de Dezembristas, coleções de V.  I. Surikov, G. V. Udin, V. P. Astafyev, D. A. Hvorostovskiy entre outras.
Portanto, podemos dizer que o museu contribui muito para o desenvolvimento do potencial cultural de Krasnoyarsk. Além disso, o museu constantemente promove atividades direcionadas para o público infantojuvenil justamente para enriquecer culturalmente as crianças para que aprendam a valorizarem sua região e aprenderem um pouco mais sobre o passado do local onde vivem.

Ainda de acordo com informações do Russian Museums, o Museu Regional do Conhecimento de Krasnoyarsk possui mais de 140 funcionários, sendo que desse total mais de 60 são curadores, ou seja, pessoas responsáveis pela administração do acervo e por promover atividades no museu.

Podemos dizer que o museu contribui muito para o desenvolvimento do potencial cultural de Krasnoyarsk
Além disso, o museu constantemente promove atividades direcionadas para o público infantojuvenil justamente para enriquecer culturalmente as crianças para que aprendam a valorizarem sua região e aprenderem um pouco mais sobre o passado do local onde vivem
Ainda de acordo com informações do Russian Museums, o Museu Regional do Conhecimento de Krasnoyarsk possui mais de 140 funcionários, sendo que desse total mais de 60 são curadores, ou seja, pessoas responsáveis pela administração do acervo e por promover atividades no museu
Enfim, tudo indica que o museu regional de Krasnoyarsk é mais um daqueles lugares fascinantes ao redor do mundo em que todos aqueles que gostam de história, principalmente o lado humano das mesmas, ficaria encantado em conhecer.

Conheça os Detalhes do Caso Relacionado a "Menina Fantasma" Encontrada Pelo Museu Regional do Conhecimento de Krasnoyarsk


Conforme dissemos anteriormente, a tal "menina fantasma" aparecia em 20 fotografias e quatro negativos de vidro, que estavam sendo mantidas pelo Museu Regional do Conhecimento de Krasnoyarsk. Ironicamente, algumas dessas mesmas fotografias foram utilizadas como cartões postais e cartazes, que foram espalhados tanto pela cidade, quanto pela região, ao longo de décadas, mas ninguém aparentemente notou ou comentou sobre as sucessivas aparições dessa mesma menina, que passou praticamente desapercebida aos olhos de milhares de pessoas durante mais de um século.
Somente quando um conjunto aleatório de fotos, obtido através de diversas fontes foi reunido, que sua constante presença se tornou notável.

Suas poses e alguns locais onde as fotos foram tiradas são bem estranhos. Em uma das fotos, por exemplo, ela aparece em cima de um telhado e ao fundo aparece a famosa Ponte Férrea de Krasnoyarsk, que transpõe a ferrovia transiberiana sobre o rio Yenisei. Quando a foto foi tirada, a ponte, inaugurada em 1899, devia ter menos de uma década. A "menina fantasma" não parece ser o elemento central da fotografia, mas quando alguém a finalmente nota, certamente irá se questionar sobre as razões pelas quais ela está parada, sozinha, em cima de um telhado. Já em outra foto ela está no meio de diversos meninos, próximo ao Seminário de Formação de Professores de Krasnoyarsk, com uma capa de uma cor bem mais clara em relação ao seu vestido. Aliás, está presente uma outra marca bem característica, comum a todas as fotos: seu chapéu estilo boater.
Em uma das fotos, por exemplo, a "menina fantasma" aparece em cima de um telhado e ao fundo aparece a famosa Ponte Férrea de Krasnoyarsk, que transpõe a ferrovia transiberiana sobre o rio Yenisei.
Já em outra foto ela está no meio de diversos meninos, próximo ao Seminário de Formação de Professores de Krasnoyarsk, com uma capa de uma cor bem mais clara em relação ao seu vestido
Em uma outra foto a "menina fantasma" aparece olhando fixamente para a câmera, como se estivesse franzindo a testa, segurando suavemente seu guarda-chuva, usando uma fita de cor escura ao final de sua longa trança, e ao lado de uma menina ligeiramente mais nova, aparentando não estar tão bem vestida quanto ela.

Em uma outra foto a "menina fantasma" aparece olhando fixamente para a câmera, como se estivesse franzindo a testa, segurando suavemente seu guarda-chuva, usando uma fita de cor escura ao final de sua longa trança, e ao lado de uma menina ligeiramente mais nova, aparentando não estar tão bem vestida quanto ela
Nas três imagens citadas acima é possível notá-la claramente. Porém, em outras, apesar de também estar presente na foto, ela quase não é visível a olho nu. Em algumas fotografias ela não passa de uma mancha, mas ela está lá. Talvez essa seja a principal razão do seu anonimato durante tanto tempo em fotografias, que provavelmente foram tiradas entre 1906 e 1908, uma década antes da Revolução Russa, e que a Dinastia Romanov fosse abruptamente eliminada (o czar Nicolau II foi assassinado juntamente com sua esposa e filhos no porão da casa Ipatiev na cidade de Ecaterimburgo, em julho de 1918, após a revolução de 1917, liderada pelos bolcheviques).

Os responsáveis pela descoberta foram os pesquisadores do Museu Regional do Conhecimento de Krasnoyarsk, que a notaram pela primeira vez quando fizeram um escaneamento de alta resolução das fotos. Essa mesma descoberta também teria sido feita por funcionários da empresa "The Bad Guys" após solicitarem fotos da cidade referentes aos primeiros anos do século XX para um dos projetos artísticos da empresa.

Os responsáveis pela descoberta foram os pesquisadores do Museu Regional do Conhecimento de Krasnoyarsk, que a notaram pela primeira vez quando fizeram um escaneamento de alta resolução das fotos
Essa mesma descoberta também teria sido feita por funcionários da empresa "The Bad Guys" após solicitarem fotos da cidade referentes aos primeiros anos do século XX para um dos projetos artísticos da empresa
Inicialmente, acreditava-se que a menina estivesse sempre com a mesma roupa, mas as análises demonstraram que havia diferença sutis na mesma. As botas, as meias e o vestido nem sempre são os mesmos. Somente sua expressão um tanto quanto sisuda, ou seja, meio contrariada e com cara de poucos amigos é que permanece a mesma.

Assim sendo, em fevereiro do ano passado, a empresa "The Bad Guys" propôs ao museu de criar uma campanha pública para descobrir a identidade da menina "fantasmagórica". A principal divulgação do caso acabou partindo do site de notícias "The Siberian Times", que obviamente adorou a ideia de poder divulgar o caso aos quatro ventos como se a menina da foto fosse realmente um fantasma.

Inicialmente, acreditava-se que a menina estivesse sempre com a mesma roupa, mas as análises demonstraram que havia diferença sutis na mesma. As botas, as meias e o vestido nem sempre são os mesmos. Somente sua expressão um tanto quanto sisuda, ou seja, meio contrariada e com cara de poucos amigos é que permanece a mesma
"Somente com equipamentos modernos que conseguimos notar a menina. Quando você observa as fotos antigas, você não a nota. Ela é bem pequena em relação as fotografias. Ao realizarmos escaneamentos em alta resolução e ampliarmos as imagens, conseguimos vê-la mais de perto, juntamente com os detalhes de suas roupas e penteados", disse Ilya Kuklinsky (Илья Куклинский), pesquisador sênior do museu.

Alguns acreditavam que ela estivesse vestida de forma idêntica em todas as fotos, como se, talvez, tivesse posado para todas as fotos em um único dia, porém esse não parece ser o caso.

"Somente com equipamentos modernos que conseguimos notar a menina. Quando você observa as fotos antigas, você não a nota. Ela é bem pequena em relação as fotografias. Ao realizarmos escaneamentos em alta resolução e ampliarmos as imagens, conseguimos vê-la mais de perto, juntamente com os detalhes de suas roupas e penteados", disse Ilya Kuklinsky (na foto), pesquisador sênior do museu.
"Não é bem assim. Ela muda as botas, meias, e podemos ver algumas diferenças em seu vestido, mas ela está sempre com a mesma pose e com a mesma expressão facial. Ela nunca sorri. O fato de ela mudar suas roupas me faz acreditar, que as fotos não foram tiradas em um único dia. Provavelmente, foi durante um certo período de tempo. Porém, qual era o objetivo?", continuou.

Aliás, existem outras perguntas muito pertinentes a esse caso: Quem era(m) o(s) fotógrafo(s)? Sua presença seria uma espécie de assinatura para um fotógrafo da era czarista, que por algum motivo queria permanecer no anonimato? Um dado interessante é que, apesar da maioria das fotos serem anônimas, algumas delas possuem uma espécie de marca contendo as iniciais F. E. A. Na época, não tinha sido possível identificar nenhum fotógrafo que usasse essas iniciais.

Mais uma foto onde a "menina fantasma" aparece sozinha em frente a um prédio de Krasnoyarsk
Outra foto da "menina fantasma", cuja aparência quase se funde em relação ao ambiente
Nas imagens citadas anteriormente é possível notá-la claramente.
Porém, em outras, apesar de também estar presente na foto, ela quase não é visível a olho nu
Em entrevista para a agência de notícias Ruptly, Dana Benyumova, diretora de criação da empresa "The Bad Guys", acreditava que a menina tinha sido fotografada de uma forma a despertar a atenção de quem visse a fotografia e, por um momento, eles quase não acreditaram que fosse a mesma pessoa.

Vocês conferir outros detalhes, em um rápido vídeo de divulgação do caso, que foi publicado no canal da própria Ruptly, no YouTube, em fevereiro do ano passado (em russo, mas vale a pena conferir as imagens):



Confira também essa outra reportagem divulgada pela imprensa russa, mais precisamente pelo "Canal 5", uma emissora de TV com sede em São Petersburgo, e publicada em um canal de terceiros, no YouTube (em russo):



Talvez a parte mais interessante da reportagem acima, ou seja, do "Canal 5" seja a alegação que as fotos teriam sido comprovadas por "especialistas", que não se tratavam de montagens (por mais que os tais especialistas não tivessem sido citados), e que clarividentes de todas as partes do país também teriam analisado as fotos, e que teriam sido unânimes ao declarar que a menina da foto seria real (novamente não foram citados os tais clarividentes consultados). O principal motivo disso? As sombras projetadas pelo seu corpo.

No entanto, um médium chamado "Denis Shirokov" ("Денис Широков", em russo) chegou a dizer, que ele tinha a "sensação" de que a menina tivesse sido estrangulada ou enforcada enquanto ainda era jovem. Um tanto quanto sombrio, não é mesmo? Lembrando, é claro, que sua opinião foi baseada em "sensações", e não mediante qualquer outro estudo mais aprofundado.


No entanto, um médium chamado "Denis Shirokov" ("Денис Широков", em russo) chegou a dizer, que ele tinha a "sensação" de que a menina tivesse sido estrangulada ou enforcada enquanto ainda era jovem
Contudo, o "Canal 5" não foi o único local a promover essa discussão, ou seja, se poderia ser o fantasma de uma menina ou então uma menina de verdade. Um exemplo claro disso foram as declarações de um homem chamado Sergey Grechishkin ("Сергей Гречишкин", em russo), que se autodenomina como "Sabirius", e alega ser uma espécie de mago que atingiu o mais alto nível de iluminação, para o site de notícias "Bloknot.ru".

Ele é bem popular na Rússia, muito embora muitos o considerem tão somente um charlatão. De acordo com "Sabirius", a figura que aparecia nas fotos era a projeção da consciência de uma criança morta, que permaneceu em nosso mundo, e que posteriormente havia aparecido nas fotografias. Ainda segundo ele, a menina teria sido morta ao ser enforcada em uma árvore, de forma ritualística, de modo a absorverem a alma dela.

De acordo com "Sabirius", a figura que aparecia nas fotos era a projeção da consciência de uma criança morta, que permaneceu em nosso mundo, e que posteriormente havia aparecido nas fotografias. Ainda segundo ele, a menina teria sido morta ao ser enforcada em uma árvore, de forma ritualística, de modo a absorverem a alma dela.
No dia seguinte, no entanto, o site "Bloknot.ru" publicou as declarações de Vadim Alexandrovich Chernobrov ("Вадим Чернобров", em russo), um engenheiro aeroespacial, co-fundador e líder da Kosmopoisk ("Космопоиск"), uma organização não-acadêmica que visa o estudo de fenômenos anômalos. Segundo Vadim, a menina retratada é tão real quanto as demais pessoas que aparecem juntamente com ela nas fotos, e ainda por cima projeta sombras.

Ele disse que o mais aceito atualmente, o entendimento comum, por assim dizer, é que as fantasmas são semi-transparentes, não produzem sombras e não possuem o grau de contraste como é visto nas fotografias. Aliás, na maior parte das vezes, os fantasmas não seriam flagrados olhando para a câmera, ainda mais diante do número de fotografias em que a menina aparece.

Segundo Vadim, a menina retratada é tão real quanto as demais pessoas que aparecem juntamente com ela nas fotos, e ainda por cima projeta sombras. Ele disse que o mais aceito atualmente, o entendimento comum, por assim dizer, é que as fantasmas são semi-transparentes, não produzem sombras e não possuem o grau de contraste como é visto nas fotografias.
Curiosamente, Vadim comentou que o mistério em relação as fotografias era inspirado tão somente por uma lenda, na qual uma menina teria se enforcado, mas que não havia maiores detalhes sobre isso. Ele chegou a questionar que, se fosse o mesmo fantasma da lenda, então por qual razão fez tanta questão de posar para o fotógrafo? Vadim também acreditava que a menina pudesse ser a filha ou então uma assistente do fotógrafo responsável pelas fotografias.

Enfim, voltando ao material publicado pelo "The Siberian Times" também é importante destacar que algumas fotos foram parar no museu a partir de uma coleção de Nikolai Grigorovskiy, proprietário de uma livraria de Grigorovskiy, antes da revolução comunista. Um negativo de vidro onde a menina aparece também chegou ao museu a partir do renomado fotógrafo chamado Ludwig Yulyevich Wonago. Então, seria ele o misterioso fotógrafo? Se fosse, porque as fotos possuem as iniciais F. E. A.? A impressão que se tinha, no entanto, é que o fotógrafo para o qual a menina posou era um amador, justamente em uma época em que tirar fotografias era mais uma espécie de lazer do que uma profissão. Uma questão, no entanto, permanecia: Quem era a menina da foto?

Foto divulgada pela TVK6, outro veículo de comunicação da Rússia, que deu destaque a essa história
"Acreditamos que a menina possa ser filha do fotógrafo ou sua sobrinha, mas não temos certeza, visto que sequer conhecemos o nome do fotógrafo", completou Ilya Kuklinsky. A esperança, no entanto, é que mediante uma ampla divulgação alguém acabasse conhecendo a história da menina, talvez seu nome e, quem sabe, a identidade do fotógrafo.

Na época, uma edição especial do conjunto de fotografias também foi colocado à venda, tanto na loja da empresa "The Bad Guys", quanto no próprio museu.

Mais uma foto divulgada pela TVK6, que faz parte do acervo do Museu Regional do Conhecimento de Krasnoyarsk
"O conjunto de fotografias foi apelidado de 'Menina Fantasma'. Acredito que precisamos resolver esse mistério, uma vez que a menina é praticamente um ícone da cidade de Krasnoyarsk. É bem estranho que ninguém a tenha notado, embora as fotos tenham sido amplamente utilizadas em ilustrações e até mesmo cartazes foram criados", finalizou.

De acordo com o "The Siberian Times", suas roupas certamente sugerem, que ela era de uma família rica ou estava vestida dessa forma para que pensassem dessa forma. Caso isso fosse verdade, e se ela fosse nativa de Krasnoyarsk, talvez ela tivesse maiores chances do que muitos, para escapar da Revolução Bolchevique, quando a mesma aconteceu em 1917.

Na época, uma edição especial do conjunto de fotografias também foi colocado à venda,
tanto na loja da empresa "The Bad Guys", quanto no próprio museu.
O caso gerou tanta repercussão nas redes sociais, que até mesmo um artigo na Wikipedia russa foi criado especialmente para a "Menina Fantasma" de Krasnoyarsk. Infelizmente, o texto não acrescenta praticamente nenhuma nova informação sobre o caso. Porém, é mencionado que o pesquisador sênior Ilya Kuklinsky comentou em seu perfil no Facebook, que ele tinha recebido algumas hipóteses bem estranhas no decorrer do tempo. Um usuário chegou a alegar que a menina, na verdade, era a "Nossa Senhora de Fátima", e outro tentou correlacionar a foto da ponte férrea sobre o rio Yenisei como se a menina estivesse apontando em direção a região de Tunguska, ou seja, referência ao que ficou conhecido como "Evento de Tunguska", ocorrido em 1908 (leia mais sobre assunto, clicando aqui).

Existe Alguma Novidade Sobre Esse Caso?


Recentemente, entrei em contato com Ilya Kuklinsky (Илья Куклинский), pesquisador sênior do museu, e atual responsável por tentar identificar a "Menina Fantasma de Krasnoyarsk", para saber se havia maiores detalhes sobre a investigação ou se até mesmo já tinham identificado quem era essa menina. Ilya primeiramente agradeceu o meu interesse sobre o caso, porém ele disse ainda não sabiam quem era a menina e nem mesmo sabiam o nome do fotógrafo responsável. Por outro lado, ele disse que atualmente acreditava que as fotos tinham sido tiradas entre 1908 e 1909, o que acaba gerando um período de tempo menor para concentrar os esforços na identificação do material. Ele me garantiu que as pesquisas continuarão até que possam encontrar a resposta para esse mistério.

Na época que a notícia surgiu havia muita especulação que isso poderia ser um golpe de marketing tanto do museu quanto da empresa que foi amplamente divulgada, visto que o material acabou se tornando parte de uma coletânea moderna de fotos em alta resolução da menina e comercializada por ambos. Contudo, aparentemente, principalmente em razão do tempo e da estrutura que o museu possui, inclusive com inúmeros subsídios, é difícil imaginar que fariam isso a esmo. Há quem acredite até hoje que a menina seja uma montagem, outros acreditam mesmo que seja um fantasma, muito embora esteja um tanto quanto evidente que seja apenas uma menina de carne e osso. Só nos resta aguardar por maiores informações.

Resolvi trazer esse caso ao conhecimento de vocês de uma forma mais completa do que foi divulgado naquela época, para que não ficassem sem nenhum conteúdo, e pudessem ter algo rápido para se manterem informados, visto que estou me dedicando a elaborar um especial sobre um determinado experimento, assim como gerar outras matérias mais robustas para os próximos dias. Portanto, espero que tenham gostado da matéria que, apesar do título ser inevitável em razão do próprio apelido concedido pelo museu em relação a menina, tentei abordar da forma mais responsável possível.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://bloknot.ru/nauka/devochku-prizraka-iz-krasnoyarska-zadushili-i-povesili-na-dereve-e-kstrasens-388938.html
http://bloknot.ru/nauka/ucheny-e-dokazali-chto-tainstvennaya-devochka-s-fotografij-iz-krasnoyarska-ne-prizrak-389611.html
http://firsttoknow.com/the-phantom-girl-of-siberia-mystery-girl-appears-in-dozens-of-photographs-at-famous-landmarks/
http://siberiantimes.com/home/born-in-siberia/b0023-who-was-the-wealthy-looking-phantom-girl-in-these-110-year-old-photographs/
http://tvk6.ru/publications/news/14903/
http://www.astonishinglegends.com/astonishing-legends/siberian-researcher-sent-on-search-by-a-phantom-girl
http://www.dailymail.co.uk/news/article-3420560/Who-phantom-girl-Siberia-Mystery-surrounds-identity-girl-appears-dozens-photographs-taken-Russian-city-100-years-ago.html
http://www.krsk.aif.ru/society/nizvergnuty_ugnetateli_zapiski_sibirskoy_gimnazistki_v_1917_godu
http://www.russianmuseums.info/M1379
https://omskzdes.ru/siberia-news/36815.html
https://ru.wikipedia.org/wiki/%D0%94%D0%B5%D0%B2%D0%BE%D1%87%D0%BA%D0%B0-%D1%84%D0%B0%D0%BD%D1%82%D0%BE%D0%BC_%D0%9A%D1%80%D0%B0%D1%81%D0%BD%D0%BE%D1%8F%D1%80%D1%81%D0%BA%D0%B0
https://www.5-tv.ru/news/105501/
https://www.krsk.kp.ru/daily/26487.7/3356064/
https://www.rt.com/news/330703-phantom-girl-siberia-photos/

Guia da Tipologia dos UFOS

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Charuto, bola, bola achatada, triângulo voador ou simplesmente um luz no céu. As testemunhas de OVNIs as descrevem nos mais variados formatos. Neste especial, vamos conhecer um novo sistema de classificação dos OVNIs baseado unicamente em seu formato.

Assombrados, em setembro de 2017 estive na cidade de Campinas-SP no XXI Congresso Brasileiro de Ufologia, e lá tive o prazer de conhecer diversos pesquisadores da área. Com muitos já tinha contato, mas somente na esfera virtual. Acabei encontrando lá Ademar Gevared, Marco Antonio Petit e também o Thiago Luiz Ticchetti, que escreveu alguns livros de ufologia e me auxilio no especial Guia da Tipologia Extraterrestre, que fiz baseado em um dos seus livros. Eis que uma das palestras do Congresso era do Thiago falando do seu novo livro: Guia da Tipologia dos UFOS, onde ele classifica os OVNI exclusivamente de acordo com o seu formato. Ficou muito interessante a classificação e resolvi estou trazendo para vocês o especial sobre o assunto.

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Como o Livro foi Escrito?

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Desde o avistamento que deu o nome de Discos Voadores, em  24 de junho de 1947, pelo piloto Kenneth Arnold, centenas de milhares de pessoas disseram já ter visto um Disco Voador. É preciso catalogar esses avistamentos, classificando segundo sistemas definidos por diversos autores. No livro Guia da Tipologia dos UFOS, Thiago Luiz Ticchetti trás uma nova classificação, baseada exclusivamente na forma dos discos.


Para escrever o livro ele fez uma pesquisa que durou cerca de dois anos, usando como referências livros, boletins, publicações, documentos, relatos, fotografias e filmagens. Um total de 2.315 casos ufológicos de todo o mundo foram encontrados. Só que esses casos precisavam obedecer alguns critérios, tais como data completa do relato, localização e testemunhas. Pois bem, dos 2.315 casos sobraram 771. Curiosamente, ele incluiu uma variante diferente: a solução dos céticos para aquele caso. 

Com esses 771 casos definidos, era preciso agora categorizar os avistamentos. Para evitar os problemas que assolavam os sistemas anteriores de categorização da fenomenologia ufológica, um único critério foi levado em consideração: forma. Um critério mais básico, amplo e ao mesmo tempo certeiro. 

Classificação

O sistema de classificação tem como objetivo principal servir como guia geral e um catálogo no auxílio de pesquisas para os ufólogos e pessoas que gostam desse fascinante assunto. E também não é um guia não é definitivo, pois ainda há muito mais para se descobrir e investigar. A classificação foi criada de forma ampla e para que abranja quaisquer formas que porventura surjam no futuro. 

No livro, Thiago exemplifica cada um desses  tipos com diversos casos ocorridos ao redor do mundo. E mais, todo caso tem uma imagem ilustrativa, feita pelo pesquisador e desenhista Rafael Amorim, consultor e capista da Revista UFO. O artista usou tanto as fontes que lhe Thiago lhe passou como sua própria interpretação visual dos fenômenos relatados. 

Vamos conhecer os tipos de artefatos:

01. Formas de luz:São aqueles de luzes noturnas da classificação de Hynek, como também as bolas de luz, raios, colunas e cones, assim como formações ou matrizes de luz.

Artefato em forma de luz na variante esfera de luz verde avistada no dia 05 de dezembro de 1948 em Albuquerque, Novo México EUA


02. Esféricos: São aqueles que têm a forma perfeitamente redonda. Alguns não chegam ao tamanho de uma bola de futebol, enquanto outros são maiores do que uma casa. Em alguns casos, as esferas formaram a base para algo parecido com anéis de saturno. 

 Artefato de formato esférico da variante esfera com saia, avistado de 07 de janeiro de 1978 em Frodsham, Cheshire Inglaterra

03. Discoides: São os clássicos discos voadores, com domos ou não, finos ou em formato de pratos. Esse tipo é um dos mais relatados pelas testemunhas em todos os tempos. 

Artefato de formato discóide na variante disco com pernas, avistado no dia 30 e 31 de janeiro de 1970 em Tronstad, Noruega.


04. Elípticos: São aqueles que não têm a forma discoide (achatados) nem cilíndricos, mas sim estão entre as duas formas. Eles são normalmente descritos como alongados ou ovais e são vistos com mais frequência próximos ao solo ou pousados. Esses objetos ovais ou em forma de bola de futebol norte-americano normalmente não apresentam características externas, como asas ou janelas. 

Artefato no formato elíptico na variante Oval com Cauda, avistado no dia 10 de outubro de 1966 em  Newton, Illinois, Estados Unidos


05. Cilíndricos: Este tipo é essencialmente o UFO em forma de charuto. Esses objetos são mais longos do que compridos. Geralmente apresentam extremidades cônicas ou retas, mas em alguns casos têm uma extremidade reta e outra parecendo um míssil. Em poucos relatos os objetos têm dois finais retos. 

Artefato em formato cilíndrico, variante charuto esfumaçado. Avistado no dia 14 de Setembro de 1954 em Vendée, Pays de la Loire, França


06. Retangulares: São exatamente isso, ou seja, objetos que têm o formato de geladeira, máquina de lavar ou fogão, que eram raros no início da Ufologia. Já hoje são cada vez mais relatados. Seus registros têm amplitude mundial e não são exclusividade do Brasil ou da América do Sul. Eles podem ser pequenos, como um “tapete voador”, ou gigantescos como um campo de futebol.

Artefato do tipo Retangular variante Almofada avistado no dia 22 de novembro de 1966 em Nova York EUA
07. Triangulares: Observação com esta característica parecem ser o que há hoje em dia. Relativamente raros no início da Era Moderna dos Discos Voadores, atualmente têm um número de registros enorme. Aqui se enquadram os de forma de diamante e cone, assim como os bumerangues. Raramente eles são vistos pousados. 

Artefato de formato triangular variante Bumerangue, avistado no dia 24 de julho de 1984 em Buchanan, Nova York, EUA
08. Metamórficos: Por fim, estes são aqueles UFOs que alteram a sua forma durante o avistamento. A sua importância se deve ao fato de que o seu registro coloca em dúvida a própria origem do fenômeno, deixando aberta uma janela para teorias alternativas.

Artefato do tipo Metamórfico da variante Bolha, avistado em 29 de agosto de 1982 em Central Valley, Califóriia EUA
Recomendo voltar ao inicio dessa postagem e assistir o vídeo que fiz, pois lá está tudo explicado e muito ilustrado.

Projeto Secreto? Misteriosas Torres de Metal Estão Sendo Espalhadas por Nova York e Ninguém Realmente Sabe o Motivo?

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Por Marco Faustino

Falar sobre teorias conspiratórias sempre é muito interessante, e algumas vezes o desenrolar de algumas histórias chega a ser muito inusitado. Um exemplo disso foi uma matéria extremamente completa, que fiz em novembro do ano passado sobre um cidadão norte-americano chamado Jeffrey Alan Lash, que havia sido encontrado morto em seu próprio carro, em estado avançado de decomposição, em Los Angeles, nos Estados Unidos, no ano anterior. O Departamento de Polícia de Los Angeles, no entanto, se surpreendeu ao se deparar com cerca de 1.200 armas de fogo, que incluíam rifles, escopetas e pistolas, aproximadamente 6,5 toneladas de munições, arcos, flechas, facas e, aproximadamente cerca de US$ 230.000 em dinheiro vivo. Muitas dessas armas ainda se encontravam em suas respectivas caixas, com as etiquetas dos preço, além de diversos veículos, alguns modificados para serem utilizados nos mais diversos tipos de terrenos, e todos em nome desse homem. A situação ficaria ainda mais estranha, quando o advogado de uma mulher chamada Catherine Nebron, teria declarado que Jeffrey, que na época possuía 60 anos, afirmava ser um "humano-alienígena", uma espécie "híbrida", que trabalhava como agente secreto para diversas agências governamentais dos Estados Unidos. Curiosamente, Catherine alegava que estava ao lado de Jeffrey ao longo dos últimos 17 anos, mas o homem não tinha renda mensal compatível, que pudesse justificar o patrimônio bélico que tinha sido encontrado.

O problema é que Catherine Nebron não era o único "amor" de Jeffrey Alan Lash, e ao longo das investigações outras mulheres apareceram, e aparentemente todas sustentavam os caprichos e manias desse homem. Jeffrey chegou a dizer que era um super-espião, e que estava lutando para salvar o mundo. Ele teria confidenciado isso a poucas pessoas. Disse que trabalhava para uma agência secreta, uma que lidava com alienígenas. E, então, ao longo da postagem notamos que Jeffrey não colecionava apenas armas e carros, mas dezenas de milhares de DVD's, CD's e livros, entre outras milhares de bugigangas, sendo que muitas ainda estavam em suas respectivas caixas, intactas. Além disso, ele fez com que sua suposta última companheira, a Catherine Nebron, vivesse praticamente em cativeiro dentro de sua própria casa, dormindo em péssimas condições em um pequeno banheiro, e seguindo fielmente as instruções dadas por Jeffrey. Assim sendo, tentei coletar a maior quantidade possível de informações para tentar traçar um perfil desse homem, e responder como ele conseguiu fazer tudo isso sem praticamente ser notado por nenhuma autoridade norte-americana, e sem que suas "vítimas" conseguissem escapar do envolvimento emocional, que tiveram por ele. Portanto, vale muito a pena ler todo aquele material, que foi escrito e pesquisado com muito carinho para vocês (leia mais: O Caso Jeffrey Alan Lash: Um Híbrido Reptiliano, um Agente Secreto Norte-Americano ou um Estelionatário de Mulheres?).

Agora, foi divulgado que misteriosas "torres de metal" vêm sendo espalhadas na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, e as mesmas se tornaram um dos principais assuntos em diversos sites de cunho alarmista ou conspiratório, além de estarem sendo amplamente divulgadas por parte de algumas agências de notícias (a exemplo da Sputnik, que nem deveria ser considerada como agência de notícias, mas praticamente um órgão russo destinado a desinformação), e veículos de comunicação norte-americanos, brasileiros e internacionais (a exemplo da emissora norte-americana CBS, do Portal UOL, e do britânico Daily Mail). A situação ganhou força recentemente devido a uma reportagem realizada pela CBS, onde dizia que as tais "torres de metal misteriosas" estão surgindo próximas a túneis, e que brevemente começariam a surgir em pontes da cidade, porém nem mesmo os membros do conselho da MTA (sigla em inglês para "Autoridade de Transporte Metropolitano" de Nova York), que estão encarregados pelas torres, podem dizer a razão pela qual elas estão sendo usadas ou o que existe no interior das mesmas. Aparentemente, no total serão cerca de 18 torres, em uma espécie de projeto sigiloso da ordem de US$ 100 milhões (cerca de R$ 320 milhões). Entretanto, será que ninguém realmente sabe o propósito delas conforme vem sendo divulgado? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Entenda Como Toda Essa História Realmente Começou: Um "Projeto Secreto", que Não Era Tão Secreto Assim


Quando algumas pessoas não veem algo, mas acreditam que o governo está fazendo algo secreto por diversos motivos, é porque o governo quer controlar a população e está se preparando para implantar a "Nova Ordem Mundial" (algo que particularmente acredito que já tenha sido implantada mediante aspectos geopolíticos, culturais e sociais há décadas), que é parente próxima do "Fim do Mundo", ou seja é a cada semana é anunciada como se estivesse chegando, mas nunca chega. Quando veem algo, mas não sabem o que tem dentro, ainda assim é secreto, ou seja, basicamente criado pelos mesmos motivos ou então para encobrir supostas atividades extraterrestres. Se veem o que tem dentro, mas encontram um botão vermelho em um cantinho aleatório, pronto, com certeza é um botão de pânico para liberar um gás venenoso e matar a população inteira. A questão é que não importa o que seja visto ou não visto, sempre haverá alguém que irá pinçar pontos aleatórios de um tema para formar um quebra-cabeças semelhante a uma pintura abstrata.

O caso referente a Nova York não seria diferente, porém para compreender melhor a situação precisamos voltar um pouco no tempo, mais precisamente em 5 de outubro do ano passado. Foi exatamente nesse dia, uma quarta-feira, que Andrew Cuomo, governador do estado norte-americano de Nova York desde 2011, anunciou durante uma coletiva de imprensa, na sede da Sociedade Histórica de Nova York, que iria substituir as antigas praças de pedágios por um sistema eletrônico de escaneamento em pontes e túneis. Vocês podem conferir esse anúncio, na íntegra, através do canal NYGovCuomo, no YouTube (em inglês):



Aliás, vocês também podem conferir um outro vídeo, publicado em 21 de dezembro de 2016, na mesma conta, ou seja, no canal NYGovCuomo, no YouTube, que cita a repaginação de setes pontes e dois túneis administrados pela MTA, além da utilização da tecnologia de reconhecimento facial como medida antiterrorista (a partir de 2:30 e em inglês):



Segundo o site do jornal "New York Daily News", as pontes e túneis operados pela "Autoridade Metropolitana de Transporte" (MTA, sigla em inglês) teriam um sistema automatizado, o que na prática facilitaria a mobilidade urbana. Ele apresentou um sistema de pedágio automatizado, no valor total de US$ 500 milhões, que faria com que o dinheiro fosse coletado dos motoristas através do "E-ZPass" (um equipamento destinado ao pagamento automático de pedágio, onde o motorista abre uma conta pré-paga e anexa um pequeno dispositivo eletrônico chamado transponder no parabrisa ou na placa do veículo, ou seja, o valor do pedágio é descontado automaticamente) ou então uma fatura seria enviada posteriormente para aqueles que decidissem pagar em dinheiro.

Esse era um sistema que, naquela época, já vinha sendo testado na Ponte Henry Hudson, que conecta Manhattan e o Bronx. De acordo com Cuomo, os motoristas economizariam cerca de 21 horas por ano no trânsito com o novo sistema.

Andrew Cuomo apresentou um sistema de pedágio automatizado, no valor total de US$ 500 milhões, que faria com que o dinheiro fosse coletado dos motoristas através do "E-ZPass"
O "E-ZPass"é um equipamento destinado ao pagamento automático de pedágio, onde o motorista abre uma conta pré-paga e anexa um pequeno dispositivo eletrônico chamado transponder no parabrisa ou na placa do veículo, ou seja, o valor do pedágio é descontado automaticamente.
"Temos as rodovias mais congestionadas do país. Se vocês repararem no tempo que gastamos no trânsito, o mesmo vem se tornando cada vez maior", disse Cuomo.

Dois túneis administrados pela MTA, o Queens-Midtown e o Battery (atualmente chamado de Hugh Carey) já estavam com previsão de receber o novo sistema em janeiro desse ano. No total, sete pontes da MTA, incluindo a Triborough, Throgs Neck e Verrazano, também receberiam o sistema até o final desse ano. Veronica Vanterpool, diretora da "Tri-State Transportation Campaign" e membro do conselho da MTA disse que existiam benefícios tanto ambientais quanto em termos de segurança com o novo sistema.

"Isso reduz o congestionamento nas praças de pedágio, visto que é um problema ambiental quando os carros estão parados com os motores ligados ou andando de forma bem lenta a espera de pagar o pedágio. Isso também evita que os motoristas, que estão dirigindo em uma alta velocidade, que troquem abruptamente de faixa para evitar uma fila maior", disse Veronica Vanterpool.

Dois túneis administrados pela MTA, o Queens-Midtown e o Battery (atualmente chamado de Hugh Carey) já estavam com previsão de receber o novo sistema em janeiro desse ano. No total, sete pontes da MTA, incluindo a Triborough, Throgs Neck e Verrazano, também receberiam o sistema até o final desse ano
Veronica Vanterpool, diretora da "Tri-State Transportation Campaign" e membro do conselho da MTA disse que existiam benefícios tanto ambientais quanto em termos de segurança com o novo sistema
"Temos as rodovias mais congestionadas do país. Se vocês repararem no tempo que gastamos no trânsito, o mesmo vem se tornando cada vez maior", disse Cuomo.
Os US$ 500 milhões também iriam ser destinados a nova iluminação de LED nas pontes, incluindo a Ponte George Washington, administrada pela Autoridade Portuária que, segundo Cuomo, iria gerar um show deslumbrante de luzes para os turistas. A temática do show de luzes? "A Cidade que Nunca Dorme".

"Nossas pontes são algumas das mais belas do mundo, apenas em termos de estrutura. Se elas fossem iluminadas, as mesmas poderiam ser de tirar o fôlego, e acredito que poderiam ser uma atração turística internacional", disse Cuomo.

O projeto relacionado as pontes e túneis também incluía cerca de US$ 100 milhões em verbas estaduais e federais para proteger os túneis de inundações, assim como aqueles que ocorreram com a passagem do furacão Sandy.

O projeto relacionado as pontes e túneis também incluía cerca de US$ 100 milhões em verbas estaduais e federais para proteger os túneis de inundações, assim como aqueles que ocorreram com a passagem do furacão Sandy
Concepção artística da nova iluminação interna de um dos túneis administrados pela MTA
Aliás, quem também forneceu maiores informações sobre o projeto foi o site de notícias QNS (Queens News and Community).

"Cerca de 800.000 veículos cruzam os túneis e pontes da MTA todos os dias, e os motoristas de Nova York gastam mais de 6.400 horas por dia ao esperarem para pagar os pedágios. O sistema é projetado para fazer com que os motoristas economizem até 21 horas no ano, no trânsito, que possam economizar aproximadamente um milhão de galões de combustível (aproximadamente 3,8 milhões de litros), e economizar US$ 2,3 milhões por ano", disse Cuomo.

Sensores e câmeras seriam instalados nas rodovias, e os carros não seriam obrigados a parar. Os motoristas com "E-ZPass" seriam cobrados automaticamente, e aqueles sem o equipamento teriam a placa registrada e uma conta seria enviada ao proprietário registrado. O financiamento do projeto viria do plano de capital da MTA, que era de US$ 27 bilhões. Confiram também a apresentação do projeto "New York Crossings" através do canal NYGovCuomo, no YouTube (em inglês):



Como parte do plano, câmeras e sensores avançados seriam instalados em cada cruzamento, ponte ou túnel para ler as placas e testar o programa e equipamentos de reconhecimento facial. A iluminação LED seria instalada em todas as pontes e túneis devido à sua eficiência energética, e sua capacidade de ser programada em diferentes cores e padrões.

Além disso, cerca de 525 funcionários da "Triborough Bridge and Tunnel Authority" (agência afiliada da MTA) iriam prover a segurança e o gerenciamento de tráfego em pontes e túneis, e iriam colaborar com a Polícia Estadual na cobrança do pedágio; 150 membros da Polícia Estadual de Nova York seriam destacados para cruzamentos para garantir a segurança e atividades antiterroristas; e 150 homens da Guarda Nacional iriam trabalhar com os policiais estaduais em iniciativas de segurança e antiterroristas.

O efetivo e o equipamento serão posicionados por trás de um véu de LED, e os portais de monitoramento serão instalados para que os oficiais possam ver todos os veículos que passam. Segundo Cuomo, o projeto iria reforçar a resiliência das pontes e túneis da cidade, aumentando a segurança em pontos vitais, revolucionando assim o transporte em Nova York para garantir que o Estado estivesse preparado para as próximas gerações.

"Cerca de 800.000 veículos cruzam os túneis e pontes da MTA todos os dias, e os motoristas de Nova York gastam mais de 6.400 horas por dia ao esperarem para pagar os pedágios. O sistema é projetado para fazer com que os motoristas economizem até 21 horas no ano, no trânsito, que possam economizar aproximadamente um milhão de galões de combustível (aproximadamente 3,8 milhões de litros), e economizar US$ 2,3 milhões por ano", disse Cuomo.
Imagem mostrando a quantidade e a localização das pontes e túneis administrados pela MTA
Assim como em qualquer outro lugar do mundo, esse projeto iria enfrentar problemas e a principalmente a desconfiança da população sobre como os recursos estavam sendo investidos. Um exemplo disso foi a notícia publicada no dia 21 de julho desse ano no site da revista "Architects Newspaper". A notícia começava dizendo que, no ano passado, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, havia falado com certo entusiasmo sobre seus planos de iluminar sete pontes em Nova York, com luzes LED multicoloridas e devidamente coreografadas, algo que deveria estar pronto no final desse ano.

Entretanto, em meio aos bloqueios e paralisações nas estações da MTA por toda a cidade, algo que acabou sendo apelidado de "verão infernal" devido o caos no transporte público de Nova York durante o verão (no Hemisfério Norte), tanto para moradores locais quanto para os turistas, as pessoas começaram a se questionar como realmente a cidade estava gastando o dinheiro em termos de infraestrutura.

Entretanto, em meio aos bloqueios e paralisações nas estações da MTA por toda a cidade, algo que acabou sendo apelidado de "verão infernal" devido o caos no transporte público de Nova York durante o verão (no Hemisfério Norte), tanto para moradores locais quanto para os turistas...
...as pessoas começaram a se questionar como realmente a cidade estava gastando o dinheiro em termos de infraestrutura.
Um porta-voz do governo chamado Jon Weinstein enviou um email ao site do jornal e revista "Politico" para dizer que o projeto de iluminação das pontes não estava sendo pago pela MTA, indicando que os custos poderiam estar sendo divididos entre a Autoridade de Energia da Cidade de Nova York (NYPA) e a "Empire State Development". Já a MTA e a Autoridade de Energia da Cidade de Nova York pareciam pensar diferente:  Em março desse ano, o Conselho de Administração da NYPA apresentou uma estimativa de US$ 216 milhões para o projeto, com o envolvimento da MTA, embora fosse um plano financeiro não auditado com o custo do projeto colocado separadamente.

Os críticos, no entanto, foram rápidos para distinguir a parte cosmética, por assim dizer, da parte realmente necessária, como os reparos de pontes e túneis após a passagem do furação Sandy. Por exemplo, em um dos projetos pós-Sandy, a recuperação do túnel e da praça de saída do lado de Manhattan do túnel Queens Midtown incluíam US $ 7,3 milhões em verbas adicionais para criar um padrão decorativo de azulejos azuis e dourados, que refletissem as cores oficiais do Estado de Nova York.

Por exemplo, em um dos projetos pós-Sandy, a recuperação do túnel e da praça de saída do lado de Manhattan do túnel Queens Midtown incluíam US $ 7,3 milhões em verbas adicionais para criar um padrão decorativo de azulejos azuis e dourados, que refletissem as cores oficiais do Estado de Nova York.
Além disso, a Autoridade Portuária retirou oficialmente a Ponte George Washington da parte de iluminação do plano coletivo, que foi apelidado de "New York Crossings". No entanto, essa iniciativa não era referente somente a questão da iluminação. O escritório do governador enquadrava o "New York Crossings" como um "projeto de arte pública que abordaria uma série de outras preocupações cívicas": o pagamento automatizado de pedágios projetado para reduzir o tempo de deslocamento no trânsito; o aumento da segurança através de pontos de verificação (através de programa de reconhecimento facial nessas estações); atualizações sísmicas para cada ponte (o plano também incorporava unidades estruturais de concreto armado subaquáticas) e sustentabilidade (introduzindo unidades de LED sempre que possível)."

Na época da notícia, ou seja, no fim de julho desse ano, a data prevista para a finalização do projeto  "New York Crossings" era somente em maio de 2018, mesmo com o escritório do governador alegando que a MTA não estivesse gastando nenhum centavo com a iniciativa. Uma análise independente realizada pelo grupo de vigilância "Reinvent Albany", no entanto, estimou que a agência havia gastado cerca de US$ 40 milhões nas torres decorativas e iluminação de LED até aquele momento.

Obviamente, essa polêmica ainda iria longe. Em 14 de setembro desse ano, o site "Politico" publicou um texto intitulado "Tunnel towers give rise to questions about MTA board" ("Torres em Túneis geram questionamentos em relação ao conselho da MTA", em português), no qual era mencionado que as "torres decorativas" ficavam visivelmente localizadas nas entradas dos túneis Queens Midtown e Brooklyn Battery, uma de cada lado, com cerca de 9 metros de altura, possuindo listras prateadas modernas e estilosas além do brasão do Estado de Nova York. Em uma recente entrevista ao ser questionado sobre a utilidade das torres, Neal Zuckerman, um membro do conselho da MTA, disse que, na verdade, ele não sabia o que eram as tais estruturas.

As "torres decorativas" ficavam visivelmente localizadas nas entradas dos túneis Queens Midtown e Brooklyn Battery, uma de cada lado, com cerca de 9 metros de altura, possuindo listras prateadas modernas e estilosas além do brasão do Estado de Nova York
Foi mencionado que as torres de túneis faziam parte da grande visão do governador Andrew Cuomo em redesenhar as pontes e túneis administradores pela MTA, na cidade de Nova York, tanto operacionalmente, quanto esteticamente. O plano ambicioso, que incluía luzes e pedágio eletrônico, acabou dando origem a perguntas sobre a utilidade e o custo de algumas dessas melhorias, além da administração da própria MTA. Essas questões, no entanto, tinham se transformado em uma denúncia formal apresentada pelo grupo "Reinvent Albany" no Escritório de Orçamento das Autoridades do Estado de Nova York, órgão encarregado de vigiar a quantidade vertiginosa de autoridades quase independentes do Estado.

Na denúncia era alegado que os túneis, com um custo estimado em mais de US$ 40 milhões, era um exemplo bem emblemático em relação aos problemas ainda maiores sob a supervisão da MTA perante o projeto "New York Crossings", e solicitava ao escritório, que "determinasse se os membros do conselho do MTA tinham cumprido seu dever fiduciário através da supervisão adequada das atividades e despesas" relacionadas ao projeto. O diretor do Escritório de Orçamento de Autoridades, Jeffrey Pearlman, disse que o escritório estava analisando a denúncia, e qualquer relatório resultante dessa análise seria de acesso público.

Essas questões, no entanto, tinham se transformado em uma denúncia formal apresentada pelo grupo "Reinvent Albany" no Escritório de Orçamento das Autoridades do Estado de Nova York, órgão encarregado de vigiar a quantidade vertiginosa de autoridades quase independentes do Estado.
Documentos da própria MTA mostravam que a revitalização ou "redecoração" de túneis apresentada no ano passado por Andrew Cuomo poderia incluir as tais torres nas entradas dos túneis "Queens Midtown" e "Brooklyn Battery", sendo que as mesmas eram descritas apenas como de "natureza arquitetônica". Na ata de abril do Comitê de Pontes e Túneis da MTA era possível ler que torres "criariam um tom unificador para diversas pontes e túneis". O custo total, tanto do projeto "New York Crossings" quanto das torres "arquitetônicas", no entanto, permanecia um mistério.

Originalmente, o governador sugeriu que todos os esforços em prol do "New York Crossings" custariam US$ 500 milhões, mas isso não parecia incluir alguns de seus custos, como os US$ 216 milhões estimados para as luzes coreografadas das pontes. Em outubro do ano passado, quando o conselho votou para permitir a cobrança eletrônica nas pontes e túneis administrados pelo MTA, "diversos membros do conselho" expressaram frustração diante da opacidade da resolução. O grande problema é que a mídia não colocou o número de membros que expressou essa frustração, que foram apenas 3 membros de um total de 23 membros que o conselho da MTA possui. Vocês vão notar no decorrer da postagem que esse número não é informado em nenhum momento.

"Esse talvez seja um grande voto para algo que basicamente não temos nenhum detalhe", disse Polly Trottenberg, membro do conselho e comissária de transportes da cidade de Nova York, naquela época.

"Esse talvez seja um grande voto para algo que basicamente não temos nenhum detalhe", disse Polly Trottenberg, membro do conselho e comissária de transportes da cidade de Nova York, naquela época
John Kaehny, diretor-executivo da Reinvent Albany, estimava que o custo total do projeto "New York Crossings" excederia mais de um bilhão de dólares em verbas públicas, e que apenas as torres "arquitetônicas" custariam cerca de US$ 43 milhões. O MTA não comentava sobre as estimativas. Enquanto os documentos apresentados ao conselho do MTA descreviam claramente as torres como se fossem de "natureza arquitetônica", o MTA passou a dizer depois que, contrariamente a esses documentos, as torres possuíam câmeras de monitoramento de tráfego e outros equipamentos relacionados a Segurança Interna (referência direta ao chamado Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos) que, de um jeito ou de outro, seriam implantados nas antigas estruturas de pedágio.

Um porta-voz do MTA chamado Shams Tarek disse que os resumos repassados ao conselho e os comunicados de imprensa não refletiam o projeto de maneira completa, e nem todos os elementos do projeto estavam detalhados. Aliás, questões de segurança geralmente não eram discutidas em detalhes. Alguns membros do conselho acharam essa explicação bem desconcertante.

"Não ouvi dizer que essas torres teriam quaisquer funções operacionais, além de serem aprimoramentos arquitetônicos", disse Veronica Vanterpool, outro membro do conselho. Ao ser questionado sobre a forma inadequada que a MTA havia analisado o projeto "New York Crossings", Jon Weinstein emitiu uma nota, que focou apenas na questão do pedágio eletrônico.

"Não ouvi dizer que essas torres teriam quaisquer funções operacionais, além de serem aprimoramentos arquitetônicos", disse Veronica Vanterpool, outro membro do conselho
"A conversão do pedágio, para ser utilizado sem a necessidade de dinheiro vivo, vem sendo discutida há anos. O Estado de Nova York foi um dos últimos a fazer a transição e requer uma fiscalização adicional para reduzir as fraudes. Foi um longo e detalhado processo, sendo os dispositivos de segurança e eletrônicos envolveram muitas agências diferentes por anos. É um grande sucesso, que reduzirá o congestionamento e as emissões de gases, agilizando nossas artérias de transporte e economizará milhares de horas no tempo de deslocamento na cidade", disse Jon Weinstein.

Outros sites também abordaram esse mesmo assunto através de notícias naquela mesma época (entre os dias 14 e 15 de setembro). Como exemplo temos o site da estação de rádio WYNC, e do jornal AM New York, com os respectivos títulos já devidamente traduzidos para o português: "Acusada de Gastar US$ 42 milhões em Torres Decorativas, MTA Admite que são Voltadas para a Segurança" (14) e "Conselho da MTA aprova milhões em projetos que não tem conhecimento, dizem os vigilantes" (15). Diga-se de passagem, a imprensa só ficou sabendo do que estava acontecendo devido a uma nota publicada no dia 14 de setembro no site da Reinvent Albany, que continha justamente toda a documentação que o grupo deu entrada no Escritório de Orçamento das Autoridades do Estado de Nova York, cerca de uma semana antes (clique aqui, caso queira fazer o download do documento submetido pela Reinvent Albany, em PDF e em inglês).

Em entrevista para WYNC, John Kaehny, diretor-executivo da Reinvent Albany, disse que o assunto não era apenas uma questão se era um desperdício gastar dinheiro em torres prateadas ou decorativas enquanto o metrô estava se desmantelando, mas se a população poderia confiar em todo o processo realizado pela MTA e no próprio sistema oferecido. Quando um porta-voz da MTA resolveu dizer que a estrutura abrigava elementos de segurança, John questionou a razão pela qual isso nunca foi mencionado em qualquer documento da própria MTA.

Em entrevista para WYNC, John Kaehny (à direita), diretor-executivo da Reinvent Albany, disse não era apenas uma questão se era um desperdício gastar dinheiro em torres prateadas ou decorativas enquanto o metrô estava se desmantelando, mas se a população poderia confiar em todo o processo realizado pela MTA e no próprio sistema oferecido
Curiosamente, Charles Moerdler, membro do conselho da MTA e presidente do Comitê de Pontes e Túneis, disse em entrevista para WYNC, que não era verdade que o conselho desconhecia o verdadeiro propósito da torre. Ele disse que a MTA costumava prover segurança para a população de diversas formas e, detalhar qualquer uma dessas formas não era de interesse público. Charles, no entanto, não explicou a razão pela qual as torres foram referidas como "aprimoramentos arquitetônicos" em vez de torres para abrigar equipamentos de segurança. Além disso, um porta-voz do gabinete do governador se recusou a comentar se o MTA havia enganado ou não a população sobre o real propósito das torres.

O "AM New York" se referiu as torres, um total de 18 (duas em cada uma das entradas das sete pontes e dois túneis administrados pela MTA) como uma "pequena parte do projeto do governador". Foi apontado também que os custos referentes as torres foram distribuídos em oito emendas (pequenas alterações) contratuais aprovadas ao longo de três reuniões do conselho, tornando difícil para a população, e provavelmente para o próprio conselho, acompanhar o motivo das despesas, se o montante para tais projetos tinha sido adequado ou se as torres seriam construídas dentro prazo e do orçamento disponibilizado.

Curiosamente, Charles Moerdler, membro do conselho da MTA e presidente do Comitê de Pontes e Túneis, disse em entrevista para WYNC, que não era verdade que o conselho desconhecia o verdadeiro propósito da torre
Novamente, o John Kaehny foi consultado e fez declarações bem interessantes, visto que essa prática não seria bem uma novidade em relação a MTA, porém não em termos conspiratórios, mas de ordem exclusivamente financeira. Leiam bem o que ele declarou, logo abaixo:

"Existem múltiplas e diferentes emendas contratuais para as torres, que você não consegue acompanhar, e isso pode levar a um excesso de gastos, sendo justamente essa a fama da MTA", disse John Kaehny, acrescentando que a principal e maior questão de todas é se a MTA tinha adotado uma postura similar em relação ao financiamento e obtenção da aprovação do conselho em projetos anteriores. Ele disse que tais práticas poderiam prejudicar financeiramente uma agência conhecida por custos operacionais inflados, ou seja, uma agência que gasta muito para fazer as coisas.

Durante uma reunião em maio, a Polly Trottenberg, membro do conselho e comissária de transportes da cidade de Nova York, absteve-se de votar uma emenda do plano de capital por esse motivo. Mesmo sem o seu voto, o conselho ainda conseguiu aprovar a emenda, um documento de 178 páginas, que foi apresentado dois dias antes.

John Kaehny disse que a principal e maior questão de todas é se a MTA tinha adotado uma postura similar em relação ao financiamento e obtenção da aprovação do conselho em projetos anteriores.
"Admito que eu sentia que havia algumas coisas lá que eu realmente não entendia. Há muita informação aqui, e concordo que alguns dos principais tópicos aqui são conhecidos, mas o diabo está nos detalhes", disse Polly, logo após aquela reunião.

Segundo Christopher McKniff, outro porta-voz da MTA, além de câmeras de monitoramento de tráfego e outros equipamentos relacionados a Segurança Interna que, de qualquer forma, seriam implantados nas antigas estruturas de pedágio, a principal função das torres era dar suporte a cobrança do pedágio, sendo que as mesmas ampliavam diversas iniciativas em termos de segurança.

O Custo das Torres Era Muito Maior do que o Grupo "Reinvent Albany" Estimava


No dia 25 de setembro desse ano, ou seja, na segunda-feira passada, o site "Politico" apontou para o verdadeiro custo da implantação das torres em todas as pontes e túneis administrados pela MTA: cerca de US$ 100 milhões. Esse número foi fornecido por Cedrick Fulton, presidente da Divisão de Pontes e Túneis da MTA, naquele mesmo dia, após uma grande insistência por parte de membros do conselho.

Até o presente momento, no entanto, a MTA havia gastado entre 42 e 47 milhões de dólares para instalar as torres nas entradas dos túneis Brooklyn Battery e Queens Midtown, além da Ponte Triborough. Isso significava que, US$ 58 milhões previstos no orçamento do projeto, ainda não tinham sido gastos. Um porta-voz do MTA não respondeu imediatamente, quando questionado se a MTA pretendia prosseguir com as despesas adicionais da ordem de US$ 58 milhões.

Além disso, o MTA e o governador Andrew Cuomo ainda não tinham emitido quaisquer comunicados oficiais sobre as tais torres desde o anúncio oficial do projeto. Por outro lado, vale lembrar que não era nenhuma novidade um acréscimo em termos de segurança.

Até o presente momento, no entanto, a MTA havia gasto entre 42 e 47 milhões de dólares para instalar as torres nas entradas dos túneis Brooklyn Battery e Queens Midtown, além da Ponte Triborough. Isso significava, que US$ 58 milhões previstos no orçamento do projeto, ainda não tinham sido gastos
"Particularmente, acharia melhor usar os US$ 58 milhões para realizar reparos no metrô", disse Polly Trottenberg, que se tornou uma das vozes mais ativas, juntamente com Veronica Vanterpool, entre os membros do conselho da MTA. Ambas pressionaram Cedrick Fulton.

"Quanto custou essas torres? Estou confusa sobre isso, talvez não deveria estar, mas sinto que estou após tantas alterações. Ainda não sentia como se pudesse uni-las totalmente. E, vou dizer que no momento em que votamos sobre esses itens, que certamente não entendia o que eram essas torres enormes, que parecem custar dezenas de milhões de dólares", questionou Polly Trottenberg.

Joe Lhota, presidente em exercício da MTA
À medida que a reunião da comissão estava sendo inciada, o presidente da MTA, Joe Lhota, apareceu pessoalmente na sala de imprensa para exibir um novo painel de controle online, que proporcionaria maiores e melhores informações sobre o desempenho das linhas de metrô. Ele chegou a dizer que os passageiros "mereciam ter toda a informação possível". Enquanto ele falava, Liz Marcello, a diretora de campanha da Reinvent Albany mostrava os detalhes sobre as torres ao conselho.

"Esse conselho tem um dever fiduciário em relação ao MTA e a população de Nova York para analisar e entender completamente os assuntos, que lhe são submetidos, e estar plenamente informado antes de aprovar contratos e gastos. Estar plenamente informado significa que o conselho do MTA precisa saber o custo total dos projetos", disse Liz Marcello.

A Reportagem Realizada pela CBS: Quando a Grande Mídia se Torna a Única Fonte de uma Teoria da Conspiração


Uma vez que não há nenhuma lógica necessária para criar uma teoria da conspiração, qualquer fonte de informação pode se tornar conveniente aos olhos dos seus criadores. Normalmente, você deve ler ou escutar por aí, que a grande mídia, ou seja, os grandes veículos de comunicação mentem para as pessoas, escondem os fatos, a realidade e trabalham todos unidos para os grandes líderes mundiais e, ocasionalmente, todos participam de encontros secretos onde cultuam Satanás. Um dos principais elementos de uma teoria conspiratória é justamente desacreditar todos a volta e se lançar como a única verdade disponível, afinal de contas, a grande mídia mentiria para todos. Agora, e se um grande conglomerado da comunicação nos Estados Unidos e no mundo, assim como a CBS, fizesse uma reportagem sobre torres de metal misteriosas, e alegasse que ninguém soubesse para que as mesmas servem? Deveríamos acreditar, uma vez que a mídia mente para as pessoas? Aos olhos dos criadores de teorias conspiratórias isso não importa em absolutamente nada, tudo é uma questão de dialética, que passa desapercebida.

Esse foi exatamente o caso da reportagem da CBS, publicada no dia 27 de setembro tanto em seu site, quanto em seu canal, no YouTube. Aliás, assistam e acompanhem o que foi falado durante a reportagem, e se ponham no lugar de quem tivesse contato pela primeira vez com esse assunto, e não soubesse de absolutamente nada do que mostrei para vocês até esse momento:



"Misteriosas torres de metal estão surgindo em túneis locais, e logo elas começarão a aparecer em pontes também. Porém, de acordo com o repórter Dave Carlin, nem mesmo os membros da MTA, encarregados de tais torres, conseguem dizer para que elas estão sendo usadas e o que existe nas mesmas.

O morador Jose Lugo disse que as torres de metal apareceram rapidamente assim que a praça de pedágio do Brooklyn Battery foi desmantelada.


'Não sabemos exatamente qual é o propósito disso', disse Jose Lugo.

"Não sabemos exatamente qual é o propósito disso", disse Jose Lugo.
Misteriosas torres de metal estão surgindo em túneis locais, e logo elas começarão a aparecer em pontes também. Porém, de acordo com o repórter Dave Carlin, nem mesmo os membros da MTA, encarregados de tais torres, conseguem dizer para que elas estão sendo usadas e o que existe nas mesmas
É um projeto da MTA na ordem US$ 100 milhões, envolvido em segredos, com 18 dessas torres planejadas para túneis e pontes. Então, o que elas são exatamente? O homem encarregado das pontes e túneis, Cedrick Fulton, se esquivou das perguntas de Dave Carlin na quarta-feira (25).

'Não há o que comentar', disse Cedrick.

O homem encarregado das pontes e túneis, Cedrick Fulton, se esquivou das perguntas de Dave Carlin na quarta-feira (25).
Alguns membros do conselho da MTA, incluindo a comissária de transportes da cidade de Nova York, Polly Trottenberg, dizem que eles sabem muito pouco sobre as torres, embora metade do dinheiro já tenha sido gasto, e algumas das torres já tenham sido erguidas.

'Muitos membros do conselho sentiram que não tiveram todos os detalhes que precisavam, incluindo a mim mesma', disse Polly.

"Muitos membros do conselho sentiram que não tiveram todos os detalhes,
que precisavam, incluindo a mim mesma
", disse Polly.
Os moradores suspeitam que há muito mais nas torres do que seus olhos podem ver, e se perguntam se eles realmente saberão o que está acontecendo dentro delas.

'Suponho que não seja apenas um objeto de decoração', disse Alyssa Renkas, moradora do bairro Upper West Side.

'É um pouco incompreensível, que a MTA aprove US$ 100 milhões para o que nos parece ser grandes pilares decorativos. Estamos pedindo por transparência ao MTA", disse John Kaehny, líder do grupo de vigilância Reinvent Albany.

"Suponho que não seja apenas um objeto de decoração", disse Alyssa Renkas,
moradora do bairro Upper West Side.
"É um pouco incompreensível, que a MTA aprove US$ 100 milhões para o que nos parece ser grandes pilares decorativos. Estamos pedindo por transparência ao MTA", disse John Kaehny, líder do grupo de vigilância Reinvent Albany.
A CBS2 exigiu respostas do presidente da MTA, Joe Lhota.

'Alguns de seus próprios membros do conselho dizem que não conhecem as especificidades', disse Dave Carlin.

'A base dessas novas estruturas, que estão sendo erguidas inclui todo tipo de fibra ótica necessária para itens de Segurança Interna', disse Joe Lhota.

"Alguns de seus próprios membros do conselho dizem que não conhecem as especificidades", disse Dave Carlin.
 "A base dessas novas estruturas que estão sendo erguidas inclui todo tipo de fibra ótica necessária para itens de Segurança Interna", disse Joe Lhota.
Em outras palavras, tecnologia antiterrorista. Poderia, um dia, incluir reconhecimento facial? Não sabemos e Lhota não irá dizer.

'Não tenho liberdade para discutir isso', disse Joe Lhota para Dave Carlin.

Frame mostrando os detalhes de um dos equipamentos montados nas torres
Então, conforme mais dessas torres caras sejam erguidas, o mistério permanece escondido dentro delas. Lhota disse que toda a tecnologia necessária para a Segurança Interna permanece em vigor em todos os cruzamentos, mesmo aqueles que ainda não possuem as novas torres."

Sinceramente, algo que incomoda muito na reportagem da CBS, é o número de cortes rápidos de imagens e edições, aparentemente para fazer com que a dinâmica da mesma refletisse apenas o objetivo da reportagem, visto que aquilo pode ser qualquer coisa, menos uma reportagem investigativa. Foi exatamente apenas essa curta reportagem de dois minutos, com narrativas bem pontuais e intercaladas com frases ainda mais curtas de alguns poucos personagens dessa história, que serviu de combustível para sites de cunho conspiratório, e canais alarmistas no YouTube. A absoluta maioria começou a pregar que essa seria uma nova forma de controle do Estado, de evitar protestos da população, entre outras coisas.

A Reportagem Realizada pela "NBC New York" e as Teorias Conspiratórias que Passaram a Circular Após a Reportagem da "CBS"!


Para efeito de comparação, achei interessante mostrar a vocês a reportagem realizada pela "NBC New York" sobre esse mesmo assunto. Será que vocês vão notar alguma diferença entre o que foi exibido por ambas para os moradores de Nova York? Confira abaixo a reportagem através de um canal de terceiros, no YouTube (em inglês, mas irei destacar os principais pontos):



A reportagem começa com o repórter Andrew Siff dizendo que novas torres estavam sendo erguidas nas entradas de túneis e pontes por toda a cidade, mas muitas questões permaneciam sobre o que elas eram, quanto custavam e o quanto havia sido divulgado sobre as mesmas antes de serem erguidas. Moradores locais, a exemplo de Gordon Francis, passaram a notar essas torres que, de acordo com a MTA têm a capacidade de ler as placas dos veículos e, talvez, obter informações adicionais ou desempenhar outras tarefas.

"Eles podem estar invadindo um pouco demais a nossa privacidade, especialmente sem a nossa prévia autorização", disse Gordon Francis.

"Eles podem estar invadindo um pouco demais a nossa privacidade,
especialmente sem a nossa prévia autorização
", disse Gordon Francis.
John Kaehny, da "Reinvent Albany", que analisa os contratos estaduais, disse que três membros do conselho da MTA disseram ao grupo que eles não sabiam nada sobre as torres (lembrando que existe um total de 23 membros e a imprensa não fez questão alguma de coletar informações dos demais, apenas casos pontuais). John havia dito que o escritório do governador Andrew Cuomo havia prometido que, ao reformar os túneis e pontes, os mesmos poderiam ler as placas dos carros e testar o programa de reconhecimento facial. Segundo John, a preocupação é que eram US$ 100 milhões de verbas públicas que foram espalhadas em seis contratos diferentes da MTA, e que sequer foram aprovados pelo conselho da MTA.

Por sua vez, Joe Lhota disse que os fatos foram apresentados ao conselho do MTA através de uma apresentação no PowerPoint. Ele também foi questionado na semana passada, se o programa de reconhecimento facial fazia parte das torres. Quero que prestem bem a atenção em relação a resposta dele.

"Não tenho liberdade para discutir isso, e não irei colocar minha posição oficial em termos de acesso a informações de segurança em risco ou falar sobre quaisquer itens de segurança, que estejam nas mesmas", disse Joe Lhota.

"Não tenho liberdade para discutir isso, e não irei colocar minha posição oficial em termos de acesso a informações de segurança em risco ou falar sobre quaisquer itens de segurança, que estejam nas mesmas", disse Joe Lhota.
Resumindo? Além de Joe Lhota, provavelmente muitos membros da MTA e outras pessoas tiveram acesso as informações sobre o real propósito das torres, quais equipamentos de segurança existem nelas e, eventualmente, seelas contêm câmeras destinadas ao reconhecimento facial de pessoas, sendo que este último já havia sido amplamente comentado pelas autoridades no passado. Em outras palavras, isso não é nenhuma novidade, visto que essa questão de reconhecimento facial já tinha sido citada anteriormente pelo governador, e está cada vez mais presente em celulares (incluindo digitais, íris etc). Embora, seja importante saber como o dinheiro público está sendo gasto e quão a privacidade das pessoas está sendo invadida, como um governo irá explicar todos os detalhes técnicos sobre o que está fazendo para evitar ataques ou atentados? Imagine você entrando em uma loja ou em um banco e pedindo ao gerente para que diga a você onde estão as câmeras, como funciona o sistema de segurança, porque você como cliente ou consumidor tem o direito de saber para não ter sua privacidade invadida. Acha mesmo que o gerente vai contar para você? Obviamente, não.

É por isso que é necessário haver pessoas com credibilidade, que tenham acesso ao que esteja sendo feito, e que garantam os direitos individuais e a liberdade de expressão e locomoção. Políticos, órgãos governamentais e as famosas autoridades nova-iorquinas (que possuem toda uma estrutura e operacionalidade próprias, e que demoraria um pouco para explicar para vocês) não costumam ser bons exemplos disso. Teóricos da conspiração não ligam a mínima para esse processo. Enquanto John Kaehny e seu grupo exercem um papel fundamental e adotam mecanismos legais para a obtenção de informações e pressionam pessoas a exercerem os cargos a que foram incumbidos, outras criam as mais diversas hipóteses possíveis e inimagináveis sobre a situação.

Enquanto John Kaehny e seu grupo exercem um papel fundamental e adotam mecanismos legais para a obtenção de informações e pressionam pessoas a exercerem os cargos a que foram incumbidos, outras criam as mais diversas hipóteses possíveis e inimagináveis sobre a situação.
Um exemplo disse foi o site "Mysterious Universe" que, no dia 29 de setembro, alegou que atitude evasiva por parte das autoridades abria espaço para especulações conspiratórias, que incluíam:
  • Detectores de Bombas;
  • Detectores de Radiação;
  • Leitores de Dados de Celular;
  • Armas Sonoras Direcionais;
  • Emissores de Ondas de Rádio Não-Letais;
  • Dispositivos de Negação de Acesso;
  • Detectores de Disparo de Armas;
  • Torres de Vigilância;
  • Sistemas de Controle Mental
Ainda segundo o site "Mysterious Universe", ninguém parecia ter nenhuma sugestão indicando acreditar que as torres tivessem sido colocadas e destinadas a algo positivo. Agora, adivinhem em que foi baseado o texto? Na reportagem da CBS, é claro! Além disso, o site, por exemplo, desconsiderou a opinião em comentários nos sites da CBS, da NBC York e diversos outros sites e canais no YouTube, onde diversos moradores, apesar de desconfiados, diziam que, em se tratando de segurança interna, ainda mais uma cidade como Nova York, as autoridades não iriam entregar o esquema de segurança na mão de terroristas ao revelar para a população todos os detalhes. Evidentemente, assim como disse anteriormente, precisa haver alguém que tenha acesso, assegure, tenha confiabilidade e que garanta os direitos individuais das pessoas. Geralmente, esse papel cabe ao Poder Judiciário mediante ações de grupos, que demonstrem a falta de transparência de recursos públicos ou abusos de autoridade por parte do Poder Executivo.

O problema é que, quando você pinça elementos de uma história, cria uma realidade paralela, que pode ou não acontecer, mas convence as pessoas que irá acontecer de forma iminente, desvia a real importância da discussão do tema original, dos métodos legais para obter informações (cujo acesso nos Estados Unidos consegue ser melhor que o nosso), e ignora tudo aquilo que já foi divulgado sobre o tema. É extremamente benéfico que as pessoas fiscalizem o que seus representantes fazem, mas é extremamente maléfico quando algumas pessoas distorcem uma história em benefício próprio, ou seja, tão somente baseado em palpites, fatos inconclusos, suposições etc. Especulação gera especulação, fatos geram conhecimento.

É extremamente benéfico que as pessoas fiscalizem o que seus representantes fazem, mas é extremamente maléfico quando algumas pessoas distorcem uma história em benefício próprio, ou seja, tão somente baseado em palpites, fatos inconclusos, suposições etc. Especulação gera especulação, fatos geram conhecimento.
De qualquer forma, o site do jornal "New York Post" publicou que todas as praças de pedágio, dos túneis e pontes administrados pela MTA, iriam desaparecer definitivamente nesse último fim de semana, algo que acabaria sendo concluído cerca de 3 meses antes do prazo estimado, que era no máximo até 31 de dezembro desse ano, ou seja, o sistema implantado, seja ele qual fosse, já está  operando nas entradas de túneis e pontes administrados pela MTA.

Só para finalizar, a cidade de Nova York possui cerca de 64 pontes sobre corpos d'água e 23 túneis. O sistema atual foi ou será implantado apenas em 7 pontes e 2 túneis (não encontrei informações disponíveis se as tais torres já se encontram em todas as pontes ou túneis administrados pela MTA até o fechamento dessa matéria). Isso não quer dizer que algo semelhante não venha acontecer no futuro, porém é bom deixar bem claro a quantidade de tais equipamentos não cobrem todos os túneis ou pontes da cidade de Nova York.

Comentários Finais


Não pretendia escrever um comentário final, mas achei necessário fazê-lo, ainda que fosse curto, para finalizar adequadamente essa postagem. Em primeiro lugar, não estou querendo dizer que nenhum governo seja honesto em relação as atitudes que toma, principalmente em relação a própria população. Obviamente, é necessário fiscalizar e estar atento as atitudes tomadas pelos governantes, ainda mais se tratando de uma das maiores cidades do mundo, assim como é Nova York. Por outro lado, seria muito importante ter uma imprensa realmente isenta, algo que não acontece em nenhuma parte do mundo, para realmente abordar a situação da maneira adequada, ou seja, informando exatamente o que vem sendo discutido, a razão pela qual está sendo discutido, e as implicações sobre o que está sendo discutido. Em vez disso, a CBS, por exemplo, ignorou tudo o que havia sido divulgado entre outubro e dezembro do ano passado, do que havia realmente sido colocado e levantado pelo grupo "Reinvent Albany" durante esse ano, e ressaltou apenas a opinião de pouquíssimos membros da MTA, quando esse número é superior a vinte membros. Qual é a opinião dos demais? Eles sabiam a real finalidade das torres? Eles foram comunicados sobre isso? Quais elementos foram mostrados na apresentação do PowerPoint? É estranho que alguém levante a mão após tantas sessões e diga que não tinha entendido totalmente. Então, por que não perguntou na época? Ficou parecendo um aluno do Ensino Fundamental com medo de fazer perguntas ao professor, porque tinha vergonha ou medo dos colegas rirem dele. Por que não foi incisivo e questionou a situação conforme seu cargo e posição social exigia? São perguntas que ficaram sem respostas.

A discussão para os norte-americanos é muito mais ampla, uma vez que a MTA, aparentemente, segundo a "Reinvent Albany", tem um histórico de mau uso do dinheiro público. Quando existe a esquiva e ninguém quer responder absolutamente nada, não é porque estão escondendo algo secreto de cunho militar e conspiratório das pessoas, mas podem ocultando uma série de atitudes fraudulentas em termos de desvio de dinheiro público e, para piorar, pode ter acontecido ou não em contratos anteriores em relação a simples obras no meio urbano. A corrupção não existe e não foi inventada aqui no Brasil, ela existe em todos os lugares do mundo. Outro ponto que a imprensa aparentemente esqueceu de ressaltar é que havia sido prometido no ano passado, que em cada cruzamento poderia haver câmeras e sensores destinados ao reconhecimento facial, não apenas em túneis e pontes. Portanto, não é nenhuma novidade. Se as autoridades têm ou não o direito de fazer isso é outra história, e isso é um problema que os moradores de Nova York vão precisar lidar constantemente. Aliás, é quase infantil acreditar que temos realmente liberdade hoje em dia. Todos são vigiados e possuem seus hábitos constantemente monitorados em supermercados, em sites da internet, em mecanismos de busca, redes sociais etc. As pessoas, por exemplo, aceitam que aplicativos tenham quase pleno acesso aos seus celulares, porque não leem os termos e as condições de uso. Porém, na hora de acreditar em qualquer teoria conspiratória rapidamente a aceitam, apesar da pouquíssima informação divulgada. Contraditório, não é mesmo?

Mais um ponto interessante é que Nova York está basicamente concentrada em três ilhas: Manhattan, Staten Island e Long Island. Portanto, caso algo aconteça, uma catástrofe natural ou um incidente nuclear ou biológico, as pessoas só poderiam escapar das ilhas por túneis ou pontes. Se alguém quiser planejar um atentado, também irá querer inutilizar pontes e túneis para evitar que a população escape, não é mesmo? Exceto, é claro, que você seja um triatleta ou o Tom Hanks com uma bola de vôlei na mão, e queira nadar até o continente com sua família. Assim sendo, nada mais lógico que instalar equipamentos de segurança para monitorar os acessos e garantir que os mesmos sejam preservados para que estejam livres, e para as pessoas escaparem. Evidentemente, nada disso importa para quem cria uma teoria conspiratória. Afinal de contas, para quem cria as teorias parece lógico, que as torres nas entradas de túneis e pontes sejam destinadas a evitar protestos, como se fosse comum a realização de protestos em túneis e pontes de qualquer cidade do mundo. Enfim, espero que essa situação seja esclarecida nos Estados Unidos, e que o máximo de sinceridade possível apareça com o passar do tempo. De qualquer forma, os teóricos da conspiração parecem ter razão de vez em quando ao dizerem, que a grande mídia engana as pessoas. O que eles não percebem ou não fazem questão de perceber é que eles mesmos são enganados.

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://gothamist.com/2017/09/26/towers_mta_gateway_cuomo.php
http://mysteriousuniverse.org/2017/09/mysterious-metal-towers-pop-up-overnight-in-new-york/
http://newyork.cbslocal.com/2017/09/27/mysterious-metal-towers/
http://nypost.com/2017/09/27/say-goodbye-to-nyc-toll-booths-this-weekend/
http://qns.com/story/2016/10/06/governor-unveils-plan-eliminate-toll-booths-mta-tunnels-bridges/
http://reinventalbany.org/2017/09/did-the-mta-board-fully-review-ny-crossings-contracts-including-42m-decorative-towers-before-approving-them/
http://strangesounds.org/2017/09/mysterious-metal-towers-popping-all-over-new-york-city-and-nobody-knows-why-video.html
http://www.amny.com/transit/mta-board-approving-millions-in-projects-it-doesn-t-understand-watchdogs-say-1.14171632
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4930112/MTA-fire-spending-100M-mystery-metal-towers.html
http://www.nbcnewyork.com/news/local/MTA-Bridge-and-Tunnel-Gateway-Towers-Can-Read-License-Plates-Security--448568193.html
http://www.nydailynews.com/new-york/mta-replace-tollbooths-electronic-scanning-system-article-1.2818785
http://www.politico.com/states/new-york/albany/story/2017/09/11/architectural-tunnel-towers-rise-so-do-questions-about-the-mta-board-114410
http://www.politico.com/states/new-york/city-hall/story/2017/09/25/mta-bridge-and-tunnel-towers-to-cost-100m-114695
http://www.wnyc.org/story/watchdog-accuses-mta-unwittingly-spending-42m-decorative-towers/
http://www.zerohedge.com/news/2017-09-28/whatre-they-exactly-100-million-bridge-and-tunnel-towers-baffle-new-yorkers
https://archpaper.com/2017/07/cuomo-bridge-lighting-plan/
https://ny.curbed.com/2017/6/2/15731924/new-york-climate-change-andrew-cuomo-paris-agreement
https://ny.curbed.com/2017/9/30/16389626/nyc-cashless-tolls-whitestone-bridge-throgs-neck-bridge
https://sputniknews.com/us/201709291057795358-new-york-city-metal-towers-mystery/
https://www.6sqft.com/nyc-bridges-and-tunnels-getting-500m-overhaul-including-led-light-shows-and-electronic-tollbooths/
https://www.governor.ny.gov/news/governor-cuomo-announces-transformational-plan-reimagine-new-york-s-bridges-and-tunnels-21st
https://www.thenational.ae/world/the-americas/new-york-prepares-for-security-superbowl-ahead-of-un-general-assembly-1.629328

O Caso Granger Taylor: Homem Desaparece Após Deixar Bilhete Dizendo que Iria Viajar a Bordo de uma Nave Extraterrestre!

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Por Marco Faustino

Acredito que a última vez que comentei sobre um caso de cunho ufológico, que envolvesse o contato de pessoas com supostos seres ou naves extraterrestres tenha sido em maio desse ano. Na época, comentei sobre um homem chamado David Huggins, um artista plástico norte-americano, com 72 anos de idade, que começou a ficar relativamente famoso na última década. A razão para isso? Bem, David Huggins sempre afirmou categoricamente que teve a sua "primeira vez" aos 17 anos, com uma extraterrestre chamada "Crescent" (primordialmente traduzido e interpretado como uma fase lunar chamada "Quarto-Crescente" e não apenas "Crescente", como muitos sites assim traduzem). Uma "relação amorosa" que, talvez, não tenha havido muito consentimento por parte dele. A questão é que David vem contando essa mesma história ao longo de mais de 50 anos, e resolveu expor seus sentimentos e sua experiência através da arte, ou seja, ele costuma pintar quadros detalhando como foi seu encontro, e tudo o que lhe aconteceu naquele período de sua vida. Além disso, David afirma ser o pai de diversos filhos híbridos, que teve com a "Crescent". Assim sendo, resolvi trazer um material bem completo para vocês acompanharem todos os detalhes dessa história, ou seja, as primeiras informações que surgiram sobre ele na internet, entrevistas, documentários etc. Enfim, temos certeza absoluta que é o material mais completo que você irá encontrar sobre ele, ao menos em português. Vale muito a pena conferir (leia mais: Conheça David Huggins: Esse Artista Plástico Teve Realmente sua "Primeira Vez" com uma Extraterrestre e Gerou Dezenas de Filhos Híbridos?).

Agora, eis que me deparo com um caso, no mínimo, muito inusitado e extremamente delicado. Na noite de 29 de novembro de 1980, um homem chamado Granger Taylor, 32 anos, deixou um bilhete muito estranho para seus pais, antes de desaparecer de sua fazenda em Duncan, uma pequena cidade no sul da Ilha de Vancouver, no Canadá. Granger simplesmente disse que teria ido embora para viajar a bordo de uma nave espacial extraterrestre, uma vez que recorrentes sonhos lhe teriam assegurado que ele faria uma longa viagem de 42 meses para explorar a vastidão do Universo. Então, após esse período de tempo Granger retornaria para a sua família. Além disso, ele disse que tinha deixado todos seus bens pessoais para trás, e que sua família poderia fazer o que quisesse com os mesmos, visto que não seria mais necessário utilizá-los. O problema é que Granger nunca mais retornou para casa. Ao longo do tempo, a família evitou a imprensa, e poucas notícias saíram em jornais ou sites na internet desde então. Em uma dessas notícias foi mencionado, que anos depois, pedaços de uma caminhonete utilizada Granger juntamente com fragmentos de ossos humanos teriam sido encontrados em um mesmo local, a cerca de 6 km da cidade de Duncan. A polícia teria encerrado o caso, sendo que a família nunca acreditou que Granger pudesse ter tirado a própria vida, devido a sua genialidade. Recentemente, no entanto, me deparei com essa história, que foi publicada no ano passado, no site da revista Vice, que por sua vez entrevistou Robert Keller, um dos melhores amigos de Granger. Foi por esse motivo, que resolvi contar toda a história de um homem, que disse que iria fazer uma viagem interestelar, e nunca mais voltou para casa. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Entenda o Caso: A Vida Aparentemente Solitária, o Desaparecimento, e a Respectiva Investigação Sobre um Homem Chamado Granger Taylor


As informações disponíveis publicamente sobre esse caso são basicamente provenientes de notícias e artigos publicados na imprensa canadense na década de 1980. Aliás, o que se sabe sobre a infância, adolescência e fase adulta de Granger, ainda que seja bem pouco, nos dá um panorama interessante sobre sua personalidade e suas crenças. Assim sendo, vamos tentar transmitir a vocês o que encontramos, da melhor forma possível, mantendo o máximo de imparcialidade sobre o caso para que possam compreender os detalhes e as sutilezas do mesmo.

Nascido em 7 de outubro de 1948, Granger Ormond Taylor morava na pequena cidade de Duncan, localizada na parte sul da Ilha de Vancounver, na Columbia Britânica, no Canadá. Diga-se de passagem, a localidade é a menor cidade da região, contando com apenas 2 km², sendo conhecida como "A Cidade dos Totens" (a cidade possui cerca de 80 totens espalhados por seu território, que foram erguidos no final da década de 1980). Atualmente, a cidade de Duncan possui cerca de 5 mil habitantes, mas esse número pouco variou desde sua incorporação em 1912. Além disso, Duncan está localizada a aproximadamente 60 km ao norte de Victoria, a capital da Columbia Britânica, e bem próxima da fronteira com os Estados Unidos.



Duncan é a menor cidade da região, contando com apenas 2 km², sendo conhecida como "A Cidade dos Totens". A cidade possui cerca de 80 totens espalhados pela cidade, que foram erguidos no final da década de 1980
Granger Taylor tinha o que seus amigos e vizinhos se referiam como uma "habilidade surpreendente para construir e reparar todos os tipos de dispositivos mecânicos. Um dos seus mais antigos amigos, chamado Bob Nielson, certa vez chegou a dizer que poderíamos chamá-lo de um "gênio excêntrico".

Em diversas fontes é possível ler que ele morou juntamente com sua mãe e seu padrasto, em uma propriedade no Lago Somenos, na cidade de Duncan, até o dia que desapareceu, mas na recente matéria no site da revista Vice, é mencionado que o pai de Granger havia morrido afogado no Lago Horn, na cidade de Magnetawan, na província de Ontário, quando Granger ainda era bem jovem. A família possuía uma cabana nesse lago, ou seja, considerando a distância de Duncan para Magnetawan, é bem possível que a mãe de Granger tenha se mudado com o filho para a cidade de Duncan antes ou depois de conhecer outra pessoa, que então viria a ser o padrasto do seu filho.



Aliás, Granger nunca teve uma formação escolar exemplar, visto que abandonou a escola ainda na oitava série (do que seria equivalente ao Ensino Fundamental aqui no Brasil). Por outro lado, mesmo sem um grau de formação escolar mais alto, ele foi considerado por todos os que o conheciam como uma espécie de "mago autodidata da mecânica". Depois de abandonar a escola, ele conseguiu garantir seu primeiro emprego com um vizinho como assistente de mecânico, mas depois de apenas um ano de aprendizado, Granger Taylor acabou sendo dispensado (ou resolveu pedir demissão, isso não ficou muito claro), mas continuou trabalhando por conta própria. Ele trabalhou como soldador, mecânico e na manutenção e reparo de maquinaria pesada.

Sua lista de realizações também é bem impressionante. Aos 14 anos, ele construiu um automóvel de um único cilindro, que foi prontamente exposto no Museu Florestal de Duncan, que posteriormente viria a ser chamado de Centro de Descobertas Florestais da Colúmbia Britânica. Já aos 17 anos ele conseguiu reconstruir uma retroescavadeira, que mecânicos mais experientes já tinham considerado como uma causa perdida. Essas notáveis realizações, no entanto, a longo prazo seriam apenas "a ponta do iceberg".

Mapa do Centro de Descobertas Florestais da Columbia Britânica, em Duncan, no Canadá
Aos 14 anos, Granger Taylor construiu um automóvel de um único cilindro, que foi prontamente exposto no Museu Florestal de Duncan, que posteriormente viria a ser chamado de Centro de Descobertas Florestais da Colúmbia Britânica
Em 1969, enquanto ainda tinha 20 e poucos anos, Granger Taylor conseguiu com muito esforço criar uma trilha através de mais de 800 metros de uma floresta densa para chegar aos resquícios de uma locomotiva, que havia sido abandonada durante a Grande Depressão, e deixada para apodrecer. Suas engrenagens, eixos e demais peças tinham sido removidos durante a Segunda Guerra Mundial, e um emaranhado de plantas e galhos tomava conta de toda a locomotiva.

Com muito esforço, Granger Taylor conseguiu tirar o motor da locomotiva e arrastá-lo até a residência de seus pais, um local que foi carinhosamente apelidado de "Sleepy Hollow Museum" ("Museu do Cavaleiro sem Cabeça", em português), grande parte devido ao fato de que o pátio coberto de pedras estava repleto de tratores antigos, uma retroescavadeira, partes de trens, carros dilapidados e chaminés de máquinas a vapor, especialmente aquelas utilizadas na indústria madereira, no passado. A maioria das peças foram descobertas por Taylor ao explorar o Vale do Cowichan.

A locomotiva que Granger Taylor ajudou a restaurar está até hoje em exposição
no Centro de Descobertas Florestais da Colúmbia Britânica, em Duncan, no Canadá
Em menos de 2 anos, e com nada além do que seu intelecto, determinação, ferramentas, caminhonetes de transporte e diversos outros componentes, Granger Taylor conseguiu restaurar completamente a locomotiva e trazê-la novamente a sua antiga glória. Em 1973, a Província da Colúmbia Britânica comprou a locomotiva a vapor, e a enviou para fazer uma espécie de turnê no Museu do Trem, antes de colocá-la em exibição no Centro de Descobertas Florestais da Colúmbia Britânica.

Não demorou muito tempo para que o introspectivo e despretensioso Granger se transformasse em um homem de 1,90 m e cerca de 110 kg. Embora seu corpo tenha mudado, sua mente permaneceu focada em entender a natureza da tecnologia, e sua paixão seguinte seria voltada para as máquinas capazes de voar. Granger Taylor obteve sua licença de piloto e comprou um antigo avião de guerra "Kitty Hawk", que ele restaurou. Durante dois anos o avião foi exibido na parte externa de uma loja na rodovia Island, até que fosse vendido a um restaurador de aeronaves de Manitoba, em 1981 (explicaremos essa transação daqui a pouco). Seus pais colocaram o dinheiro arrecadado com a venda, na conta bancária de Granger, juntamente com cerca de US$ 10.000 que ele tinha simplesmente para trás, quando desapareceu.

Embora seu corpo tenha mudado, sua mente permaneceu focada em entender a natureza da tecnologia, e sua paixão seguinte seria voltada para as máquinas capazes de voar. Granger Taylor obteve sua licença de piloto e comprou um antigo avião de guerra "Kitty Hawk", que ele restaurou
Durante dois anos o avião foi exibido na parte externa de uma loja na rodovia Island, até que fosse vendido a um restaurador de aeronaves de Manitoba, em 1981. Na foto podemos ver a irmã de Granger Taylor chamada Grace Ann Young
Por mais que aviões, trens e automóveis claramente intrigassem a mente de Taylor, quando era jovem não demorou muito tempo para que ele encontrasse um novo desafio, e que era incompreensível para muitas pessoas naquela época (inclusive atualmente): como os OVNI's, que muitas pessoas alegavam ver, podiam realizar inúmeras proezas aéreas inexplicáveis. Assim sendo, ele construiu uma espécie de "santuário", quase futurista, não muito longe de sua casa, no Lago Somenos. Algo que acabou sendo conhecido como o "Disco Voador de Granger Taylor".

De acordo com seu padrasto, durante o fim da década de 1970, Taylor passou mais de seis meses construindo e soldando uma réplica "de tamanho natural" de um disco voador ao utilizar peças sobressalentes, que ele havia encontrado ao longo do tempo, valendo-se apenas de sua perspicácia. O escritor Douglas Curran, em seu livro chamado "In Advance of the Landing: Folk Concepts of Outer Space", de 1985, chegou a descrever o que Granger havia criado: "Ele (Taylor) construiu sua nave espacial com dois receptores via satélite, uma televisão, um sofá e um fogão a lenha. Ele ficou obcecado em descobrir como os discos voadores eram abastecidos e energizados, passando horas pensando ao ficar sentado na nave, e muitas vezes dormindo lá".

Assim sendo, ele construiu uma espécie de "santuário", quase futurista, não muito longe de sua casa, no Lago Somenos. Algo que acabou sendo conhecido como o "Disco Voador de Granger Taylor".
Em um artigo publicado em 18 de março de 1985, no jornal Times-Colonist, e intitulado "Is Vanished Son Adrift in Space?" (algo que também comentaremos daqui a pouco), o jornalista Derek Sedenius descreveu o péssimo estado que o refúgio de Granger havia se tornado após anos de abandono:

"A nave espacial prateada repousa em pilares de metal sob as árvores da fazenda de Jim e Grace Taylor, nos arredores de Duncan. Sua porta em formato de rampa permanece entreaberta e quebrada. A família Taylor suspeita que crianças estejam brincando no local. Contudo, no interior, um grande e antigo sofá, o antigo fogão e uma espécie de cama de madeira permanecem intactos, do jeito que Granger os deixou", disse Derek Sedenius.

De acordo com seu padrasto, durante o fim da década de 1970, Taylor passou mais de seis meses construindo e soldando uma réplica "de tamanho natural" de um disco voador ao utilizar peças sobressalentes, que ele havia encontrado ao longo do tempo, valendo-se apenas de sua perspicácia
Uma vez que Granger nunca teve acesso a um "autêntico" OVNI, ele começou suas pesquisas sobre o fenômeno OVNI coletando todos os livros que ele pode, o que foi uma tarefa relativamente fácil na década de 1970. Então, ele permaneceu no interior do seu abrigo de aço, e começou a árdua tarefa de tentar entender como os OVNIs poderiam funcionar, baseado tão somente em relatos de testemunhas oculares e hipóteses pseudocientíficas, que os autores desses livros apresentavam em relação a uma aeronave, digamos, incomum.

Na verdade, mesmo após anos em relação ao desaparecimento de Granger, seus pais ainda mantinham uma grande caixa de papelão contendo os diversos livros que o filho lia, tais como: "Flying Saucers - Here and Now", "From Outer Space", "Black Holes" e "What We Really Know about Flying Saucers", entre outros.

Na verdade, mesmo após anos em relação ao desaparecimento de Granger, seus pais ainda mantinham uma grande caixa de papelão contendo os diversos livros que o filho lia, tais como: "Flying Saucers - Here and Now", "From Outer Space", "Black Holes" e "What We Really Know about Flying Saucers", entre outros.
Não demorou muito para que o novo "hobby" de Granger Taylor se transformasse em uma obsessão. Quando ele saía para se encontrar com seus amigos, o tema sobre como as naves espaciais eram abastecidas era algo recorrente em sua mente, e seus amigos admitiam que ele nunca hesitou em trazer esse assunto à tona. Assim como acontece com pessoas supostamente e altamente dotadas, o fascínio de Granger Taylor sobre esse tema poderia ter diminuído conforme outros assuntos fossem surgindo, mas aparentemente o destino tinha algo preparado para ele.

Enquanto estava deitado em seu refúgio metálico, Granger Taylor teria dito que entrou em contato telepático com uma entidade extraterrestre, que teria vindo de um local além da nossa galáxia. Embora isso seja uma alegação relativamente comum em casos supostamente ufológicos, é extremamente difícil de ser provada, tanto entre seres humanos quanto entre seres supostamente extraterrestres. Um dos seus melhores amigos, o Bob Nielson, mais tarde revelaria algo aos repórteres locais, que teria sido confidenciado a ele pelo próprio Granger:

"Ele disse que aconteceu, enquanto estava deitado na cama. Ele ficou deitado e teve comunicações mentais com alguém de outra galáxia... Ele não conseguia vê-los. Eu disse que não poderia ser algo tão somente mental, mas ele disse que era como se estivessem falando somente para ele e para sua mente. Ele disse que fazia perguntas sobre como abastecer as naves espaciais, e a única coisa que lhe diziam é que era algo magnético", disse Bob Nielson.

Enquanto estava deitado em seu refúgio metálico, Granger Taylor (na foto) teria dito que entrou em contato telepático com uma entidade extraterrestre, que teria vindo de um local além da nossa galáxia.
Assim como acontece com pessoas supostamente e altamente dotadas, o fascínio de Granger Taylor sobre esse tema poderia ter diminuído conforme outros assuntos fossem surgindo, mas aparentemente o destino tinha algo preparado para ele.
Poucos dias após esta primeira "revelação", Taylor teria confidenciado a Bob Nielsen, que a voz teria voltado a visitá-lo em seu disco voador e, dessa vez, o suposto ser extraterrestre teria o convidado para "viajar pelo Sistema Solar". Taylor explicou, com certo entusiasmo, que ele não seria informado até o fim daquele mês sobre onde exatamente ele seria "buscado", mas quando a localização do encontro foi finalmente revelada ao Taylor, ele evidentemente escolheu (ou teria sido instruído) a não divulgar isso aos seus pais ou amigos.

Apesar de seus amigos não terem a menor ideia de quando ou onde a jornada de Granger aconteceria, o mesmo não fez nenhuma questão de esconder sua alegria sobre sua jornada, e tudo o que ele iria aprender em termos de tecnologia alienígena durante seus 42 meses de viagem interestelar. De acordo com Bob Nielsen, Granger Taylor estava muito "empolgado" diante da perspectiva de sua odisseia interplanetária. Os amigos de Taylor, embora a maioria suspeitasse que essa "reação exagerada" ou "estranho pesadelo" fosse apenas mais uma manifestação de sua excentricidade, levaram a situação na brincadeira.

"Todos pensaram que a viagem fosse apenas um sonho, mas ninguém desconhecia totalmente as histórias contadas pelo Granger Taylor... Ele era um cara incomum", disse Bob Nielsen.
 
Foto aérea do Lago Somenos na cidade de Duncan, no Canadá
Em uma sexta-feira, 28 de novembro, na noite anterior ao que seria considerado por muitos como a última noite de Granger Taylor na Terra (de um jeito ou de outro), ele entrou no quarto do seu padrasto, o Jim, e teria tido uma longa discussão com ele. Granger teria expressado carinho e gratidão por tudo que Jim teria feito por ele ao longo dos anos. Jim não tinha ideia, no entanto, de que essa seria a última conversa que ele teria com seu enteado.

A mãe de Taylor, Grace, não conseguiu falar com seu próprio filho, uma vez que ela estava no Havaí tirando suas primeiras férias, que ela conseguiu ter após anos de trabalho. De qualquer forma, ela se arrependeria de não estar presente em casa naquela turbulenta noite de novembro. Sem o conhecimento de seus pais ou amigos, Granger Taylor preparou dois "testamentos" com instruções detalhadas sobre como seus pais deveriam distribuir seus pertences. Curiosamente, a palavra em inglês "deceased" ("falecido", em português) teria sido rasurada e substituída pela palavra "departed" ("partiu"). Apesar de serem bem parecidas, ambas possuem conotações bem diferentes dependendo da utilização em um determinado texto.

Ele também teria deixado uma espécie de bilhete para os pais com os seguintes dizeres: "Queridos, Mamãe e Papai, saí para viajar a bordo de uma nave extraterrestre, uma vez que meus recorrentes sonhos asseguraram que seria uma viagem interestelar de 42 meses para explorar a vastidão do universo, então retornarei. Estou deixando para trás todos os meus bens para vocês, uma vez que não precisarei usar mais nenhum deles. Por favor use as instruções em meu testamento como um guia para ajudá-los. Com amor, Granger."

A mãe de Taylor, Grace, não conseguiu falar com seu próprio filho, uma vez que ela estava no Havaí tirando suas primeiras férias, que ela conseguiu ter após anos de trabalho. De qualquer forma, ela se arrependeria de não estar presente em casa naquela turbulenta noite de novembro. Na imagem acima vemos a foto dos pais de Granger (à esquerda), assim como o bilhete deixado por ele (à direita).
Por volta das 18h de sábado, do dia 29 de novembro de 1980, a vida de todos na cidade de Duncan mudaria para sempre. Granger Taylor entrou no restaurante Bob's Grill para jantar, algo que ele fazia habitualmente durante os últimos anos. A última pessoa a vir a público, e admitir que tinha visto Granger Taylor, foi uma mulher que estava trabalhando na cozinha do Bob's Grill com o nome de Linda Baron. Posteriormente, ela diria as autoridades, que o viu entrar e jantar sozinho, mas que não se lembrava de ter visto alguém conversando com Granger Taylor durante o jantar. De acordo com o jornalista Derek Sedenius, Linda Baron se lembrava como o "gênio solitário" estava vestido, uma vez que ele não parecia estar preparado para a tempestade que estava por vir.

"Ela lembrou que ele estava usando um suéter marrom, que possuía um zíper na parte frontal, uma camiseta preta, calça jeans, e botas de lenhador. Ele não estava usando um casaco de inverno. Estranhamente, Jim Taylor descobriu o casaco após alguns dias dentro da casa de cachorro que Granger havia construído para sua cadela, a Lady, da raça Terra Nova", escreveu Derek Sedenius.

Granger Taylor sempre estava ao lado de sua cadela Lady, da raça Terra Nova
A foto acima representa tão somente um cão dessa mesma raça
Linda Baron teria testemunhado que Granger Taylor pagou sua conta e saiu do restaurante por volta das 18h30, ao mesmo tempo que a tempestade começava a assolar Duncan e cidades vizinhas. Linda não sabia, mas ficaria conhecida como a última pessoa a ver Granger Taylor. Naquela mesma noite, ventos com força de furacão foram relatados em Port Alberni, o que resultou na falta luz em Duncan e cidades vizinhas. No dia seguinte, ao amanhecer, os moradores de Duncan ainda estavam contando os prejuízos em razão da tempestade, quando ficaram sabendo de um rumor que rapidamente se espalhava: Granger Taylor havia desaparecido da face da Terra.

Foto mostrando a parte interna do antigo Bob Restaurant, na cidade de Duncan, que muito possivelmente
era o antigo Bob's Grill onde Granger Taylor frequentava, porém não há nenhuma informação nesse sentido.
Compreensivelmente preocupado com a situação do seu filho e provavelmente com o seu estado mental, Jim Taylor entrou em contato com a Real Polícia Montada do Canadá (RCMP) para pedir ajuda. Porém, após o que o cabo Mike Demchuk descreveu como "exaustivas verificações" em hospitais, passaporte, e em possíveis locais de trabalho, nenhuma pista do seu paradeiro conseguiu ser descoberta.

O cabo Mike tinha incluído o nome de Granger no sistema da polícia, e também no departamento responsável pela renovação das licenças de motorista em Victoria, ou seja, caso a licença de Mike fosse renovada, a polícia saberia imediatamente. De qualquer forma, mesmo após 4 anos do desaparecimento de Granger, a polícia sequer tinha sido capaz de encontrar sua caminhonete, uma Datsun 1972, que tinha desaparecido juntamente com Granger em 1980.

Granger Taylor desapareceu em 29 de novembro de 1980 em sua caminhonete Datsun 1972 levemente esverdeada. A foto acima ilustra um veículo da mesma marca e ano que Granger utilizava naquela época.
Sabendo que o veículo poderia ter respostas sobre o seu desaparecimento, ao longo da década de 1980 a família Taylor ocasionalmente anunciava uma recompensa de US$ 100 em jornais locais para quem encontrasse o veículo desaparecido do filho. Eles nunca receberam nenhuma resposta, mas o documento de registro da caminhonete expirou em 1981, fazendo com que os oficiais da RCMP acreditassem que o veiculo não estivesse mais circulando pelo Canadá.

De acordo com o livro "Alien Encounters" da série "Mysteries of the Unknown" lançada pela Time-Life, em 1992, a caminhonete foi encontrada cerca de seis anos depois em uma montanha próxima a Duncan, e aparentemente ela tinha sido explodida em diversos pedaços, mas o corpo de Taylor nunca teria sido encontrado. De acordo com um artigo na Wikipedia, essa montanha seria o Monte Sicker (essa informação ainda será corrigida mais adiante), que é relativamente pequeno, e não fica muito longe do centro da cidade de Duncan. O artigo ainda citava, que se acreditava que Granger estivesse carregando explosivos em sua caminhonete no momento do seu desaparecimento.

Compreensivelmente preocupado com a situação do seu filho e provavelmente com o seu estado mental, Jim Taylor entrou em contato com a Real Polícia Montada do Canadá (RCMP) para pedir ajuda. Porém, após o que o cabo Mike Demchuk descreveu como "exaustivas verificações" em hospitais, passaporte, e em possíveis locais de trabalho, nenhuma pista do seu paradeiro conseguiu ser descoberta.
Resumindo? Para algumas pessoas não haveria provas concretas que Granger Taylor tivesse tirado sua própria vida ao manusear incorretamente determinados explosivos e que, talvez, ele pudesse mesmo ter viajado pelo espaço sideral e nunca mais voltado. De qualquer forma, o que você acabou de ler é apenas a história básica que se conta sobre Granger Taylor, o garoto prodígio, com uma mente supostamente única, e que poderia ter sido capaz de ter entrado em contato com seres extraterrestres e embarcado em uma jornada sem volta. Contudo, que tal nos aprofundarmos nessa história?

Se Aprofundando na História Sobre Granger Taylor: Ele era Realmente um Gênio da Mecânica e Teria Sumido sem Deixar Quaisquer Rastros ?


Vamos começar a nos aprofundar em toda essa história a partir de uma matéria publicada, no dia 17 de agosto de 1981, no jornal "The Vancouver Sun" e escrita pelo jornalista Derek Sidenius. No texto era mencionado, que uma rara e antiga aeronave "Kitty Hawk", que tinha permanecido na parte externa de uma loja na rodovia Trans-Canada, ao sul de Duncan, tinha sido vendida para um dos maiores restauradores de aeronaves antigas do Canadá. Porém, era improvável que seu antigo dono, Granger Taylor ficasse sabendo dessa transação, uma vez que ele havia sumido em novembro do ano anterior, sob circunstâncias extremamente estranhas.

Apesar das intensas buscas por parte da RCMP, seu paradeiro ainda permanecia desconhecido. Também era mencionado que Granger acreditava piamente em OVNIs, e que teria saído em uma viagem interestelar de 42 meses. Novamente é mencionado, que ele teria deixado dois "testamentos" e uma lista detalhada de instruções para seus pais, sobre o que eles deveriam fazer durante sua ausência. Contudo, é interessante ressaltar nesse ponto que esses dois "testamentos" (sendo que um deles poderia ser o bilhete deixado por Granger para os pais) e essa tal lista nunca vieram a público.

Matéria publicada no dia 17 de agosto de 1981, no jornal "The Vancouver Sun", e escrita por Derek Sidenius
Granger tinha alugado o "Kitty Hawk" para Judd Graham, proprietário de um loja chamada "Old Country Antiques", que possuía a aeronave erguida em frente a sua loja como uma espécie de atração para chamar a atenção de motoristas que trafegassem pela rodovia. No mês anterior, no entanto, Judd tinha vendido sua loja e deixado um belo problema para a família Taylor, visto que eles não sabiam o que fazer com a aeronave. Em suas instruções, Granger teria dito aos seus pais para que não vendessem a aeronave, mas que se fosse mesmo necessário, que fosse para um canadense. Foi assim que um canadense chamado Ed Diemert comprou o avião de combate norte-americano da II GM por cerca de US$ 45.000. Sim, isso mesmo que vocês leram.

Por mais que 14.000 mil dessas aeronaves tivessem sido construídas na cidade de Búfalo, no estado norte-americano de Nova York, entre 1938 e 1944 (sendo usado pelo aliados em cada front de batalha) somente poucas aeronaves tinham restado ao redor do mundo. Além da aeronave que Granger possuía, só existiam mais duas no Canadá. Uma estava no Museu Rockcliffe, em Ottawa, e a outra era de propriedade de George Maude, da cidade de Sidney, na Colúmbia Britânica, e estava guardada em um hangar no Aeroporto de Pat Bay. Maude teria comprado seu exemplar logo após a guerra ter terminado, quando cerca de 35 aeronaves foram colocadas à venda, por cerca de US$ 50 cada uma, como "material excedente de guerra". Muitas dessas aeronaves, no entanto, viraram sucata.

Granger tinha alugado o "Kitty Hawk" para Judd Graham, proprietário de um loja chamada "Old Country Antiques", que a possuía montada em frente a sua loja como uma espécie de atração para chamar a atenção de motoristas que trafegassem na rodovia
Em suas instruções, Granger teria dito aos seus pais para que não vendessem a aeronave,
mas que se fosse mesmo necessário que fosse para um canadense
Ed Diemert, que havia conquistado uma reputação em nível mundial devido ao seu trabalho em restaurar aeronaves, iria desmontar a aeronave para levar até sua casa em Carman, Manitoba. A família Taylor, ainda bem fragilizada em razão do desaparecimento de Grander, evitou falar com a imprensa. Ed Diemert também não foi encontrado para comentar sobre o assunto naquela época.

George Maude, no entanto, se mostrou bem surpreso com o preço pago por Ed Diemert. Ele descreveu a aeronave de Granger Taylor como um "faz de conta", e que não havia possibilidade alguma de fazer com que a mesma voasse algum dia. Segundo George, pouquíssimas partes da aeronave eram autênticas. Essas partes incluíam o cockpit, que Granger havia encontrado no Depósito de Sucata Northern, e que certa vez chegou a pertencer ao próprio George, que posteriormente deu a peça para um amigo na Califórnia. Granger Taylor conseguiu trazer a peça novamente de volta ao Canadá.

De qualquer forma, George alegou que apenas 10% da fuselagem era autêntica, mas que Granger, que havia chegado um dia a conhecer, tinha feito um trabalho excelente em termos de reconstrução. Ainda segundo George Maude, Granger poderia ter apenas um pedaço de metal nas mãos, que ainda assim faria coisas maravilhosas. No entanto, diante da análise de George, será mesmo que Granger sabia restaurar aeronaves do ponto de vista mecânico? Ele sempre foi muito bom em reparar e construir veículos terrestres antigos, porém por qual motivo ele reconstruiria algo que não pudesse voar? Será que sua genialidade havia limites impostos pela própria tecnologia? Isso, aparentemente, nunca saberemos.

Segundo George, pouquíssimas partes da aeronave eram autênticas.
Essas partes incluíam o cockpit, que Granger havia encontrado no Depósito de Sucata Northern

Certa vez o cockpit (na foto) comprado por Granger Taylor chegou a  pertencer ao próprio George, que posteriormente deu a peça para um amigo na Califórnia. Granger conseguiu trazer a peça novamente de volta ao Canadá.
Ainda de acordo com George Maude, o Granger Taylor era obcecado por maquinaria antiga, e mesmo sem nenhuma instrução nesse sentido, ele tinha um estranho dom de fazer as coisas funcionarem, assim como uma locomotiva (aquela atualmente localizada no Centro de Descobertas Florestais da Colúmbia Britânica), e uma antiga coleção de equipamentos, que permaneceu no quintal da casa de sua família. Seu interesse por voar o levou a adquirir uma antiga aeronave anfíbia chamada "Seabee" e uma aeronave conhecida como "Harvard trainer", mas não há informações suficientemente claras se ele chegou a voar em alguma delas.

Quem também contou um pouco sobre Granger Taylor foi o Judd Graham, que o conheceu pessoalmente, visto que ele queria uma atração para colocar em frente a sua loja, sendo que a aeronave de Granger era perfeita nesse sentido. Ele disse que raramente Granger deixava de ir até sua loja, semanalmente, em sua caminhonete Datsun, que tinha uma pintura meio esverdeada. Aliás, ele sempre estava acompanhado de sua cadela, a Lady. Judd o descreveu como um sonhador, que sempre vivia olhando para o céu. Eles conversavam sobre mecânica, mas também sobre OVNIs. Aliás, Granger também contou para Judd sobre sua viagem interestelar e que, embora não acreditasse em nada naquilo, adorava ouvir suas histórias.

Seu interesse por voar o levou a adquirir uma antiga aeronave anfíbia chamada "Seabee" (a foto acima não representa a mesma aeronave adquirida por Granger Taylor, mas tão somente um modelo semelhante)...
...e uma aeronave conhecida como "Harvard trainer" (a foto acima não representa a mesma aeronave adquirida por Granger Taylor, mas tão somente um modelo semelhante).
Ao final do texto, era mencionado que Granger havia saído de casa em sua caminhonete Datsun, sem a companhia de sua cadela, e deixado para trás sua licença de motorista e sua carteira. No dia 2 de dezembro, a família entrou em contato com a RCMP, mas até então ninguém sabia do paradeiro dele. Aliás, ninguém também sabia o real significado dos 42 meses mencionados por ele.

Curiosamente, Derek Sidenius voltaria a escrever sobre esse caso, mas dessa vez para o jornal Times-Colonist, em 18 de março de 1985. Talvez, essa matéria tenha sido a mais completa e informativa sobre Granger Taylor até hoje. Não irei repetir a série de informações que já havia incluído anteriormente nessa postagem, apenas acrescentarei algumas outras informações pertinentes ao caso.

A nova matéria de Derek Sidenius mostrava o drama vivido pela família de Granger Taylor. Seus pais ainda mantinham uma verdadeira coleção de equipamentos antigos ao redor da propriedade no Lago Somenos, assim como seu quarto ao lado da cozinha, que havia permanecido intocado há quase 5 anos. Os pais queriam desesperadamente acreditar que o filho ainda voltaria para casa, e mesmo após 51 meses de desaparecimento, ainda eles deixavam a porta dos fundos destrancada todas as noites para que ele pudesse entrar caso reaparecesse.

Curiosamente, Derek Sidenius voltaria a escrever sobre esse caso, mas dessa vez para o jornal Times-Colonist, em 18 de março de 1985. Talvez, essa matéria tenha sido a mais completa e informativa sobre Granger Taylor até hoje.
Segundo a notícia, o bilhete deixado por Granger teria sido encontrado pelo seu padrasto na tarde do dia 29 de novembro de 1980, logo após ele voltar do trabalho, sendo que o bilhete teria deixado colado na porta do quarto do padrasto. Estranhamente, no verso do bilhete havia uma espécie de mapa mostrando o contorno do Monte Waterloo, a oeste de Duncan, próximo das Cataratas de Skutz (o mapa nunca foi mostrado publicamente). Se o mapa tinha algum significado oculto, ninguém sabia dizer. Fato é, que o prazo de 42 meses havia expirado no dia 29 de maio de 1984, e até então nenhuma pista sobre seu paradeiro havia sido descoberta.

Aparentemente, o jornalista Derek Sidenius corrigiu a própria informação que havia dado há 4 anos e disse que o valor pago pela aeronave de Granger teria sido cerca de US$ 20.000, um valor ainda considerado muito alto se formos considerar a análise realizada por George Maude naquela época. Também é citado o relato de Bob Nielsen ao dizer que Granger teria sido convidado por alguém de outra galáxia para fazer uma viagem pelo Sistema Solar ,  que ele não sabia onde e quando seria levado, mas que seria informado no fim do mês de novembro de 1980. Granger chegou a dar uma espécie de festa de despedida ao reunir seus amigos, em um local que não foi mencionado na matéria, mas que seria fora da cidade de Duncan. Todos sabiam dessa viagem, mas todos acreditavam que fosse apenas um sonho da parte dele.

Segunda parte da matéria publicada no jornal Times-Colonist, em 18 de março de 1985
A matéria ainda citava duas pessoas que acreditavam que Granger Taylor teria embarcado em uma nave extraterrestre. O primeiro era um homem chamado John Magor, morador da cidade de Duncan, que certa vez editou sua própria revista trimestral sobre o tema. Nos últimos cinco anos, ele tinha ouvido falar de pelo menos 20 avistamentos na região sul da Ilha de Vancouver, muitos na região do Monte Prevost (o Monte Warteloo ficaria apenas um pouco mais a oeste). Segundo ele, haveria casos de seres extraterrestres abduzindo pessoas em outras partes do mundo, então também seria possível que acontecesse onde morava. O segundo era um tal de Dr. Max Edwards, um linguista e ex-professor da Universidade de Victoria. Ele teria dedicado anos de pesquisas acadêmicas ao fenômeno OVNI. De acordo com Max, a ilha não estava em uma rota privilegiada e os avistamentos eram raros, mas isso não significava que Granger Taylor não estivesse falando a verdade.

"É muito difícil de acreditar que Granger tenha ido embora em uma nave espacial. Porém, se existe um objeto voador por aí, ele é aquela pessoa, que irá encontrá-lo", disse o pai de Granger Taylor, naquela época.

As esperanças de encontrar Granger Taylor com vida começaram a se esvair, quando o jornal "The Montreal Gazette" publicou no dia 31 de março de 1986, que fragmentos de ossos humanos e pedaços da caminhonete pertencente ao Granger Taylor tinham sido encontrados em um local, onde havia acontecido uma explosão de dinamite no Monte Prevost. Cerca de uma semana antes, mais precisamente no dia 20, dois pedaços de ossos tinham sido encontrados e um patologista confirmou que eram humanos.

As esperanças de encontrar Granger Taylor com vida começaram a ser esvair quando o jornal "The Montreal Gazette" publicou no dia 31 de março de 1986, que fragmentos de ossos humanos e pedaços da caminhonete pertencente ao Granger Taylor tinham sido encontrados em um local, onde havia acontecido uma explosão de dinamite no Monte Prevost

Até que outras evidências fossem encontradas, a RCMP estava presumindo ser de Granger Taylor. Na notícia também foi mencionado que o Granger havia sumido com dinamite, usada para explodir tocos de árvores, que era guardada na casa de seus pais. Os responsáveis pela descoberta teriam sido madeireiros locais, e o local da explosão ficava entre 6 a 8 km a noroeste de Duncan.



Entretanto, de acordo com a agência de notícias "The Canadian Press", em novembro de 1986, uma comissão criada pelo Escritório do Médico-Legista para auxiliar a determinar a quem realmente pertencia os ossos decidiu que os mesmos pertenciam a Granger Taylor.

Entretanto, de acordo com a agência de notícias "The Canadian Press", em novembro de 1986, uma comissão criada pelo Escritório do Médico-Legista para auxiliar a determinar a quem realmente pertencia os ossos decidiu que os mesmos pertenciam a Granger Taylor.
A comissão também teria descoberto, que cerca de 12 bananas de dinamite teriam sumido da casa dos pais, justamente na época desaparecimento de Granger. A comissão concluiu que a morte de Granger Taylor foi acidental em decorrência da explosão. Contudo, aparentemente, muitos até hoje relutam para acreditar que Granger Taylor tenha realmente morrido dessa forma.

A Recente Matéria Publicada no Site da Revista Vice: Uma Dor que Não Cicatrizou com o Tempo


No início da matéria publicada em 1º de julho do ano passado, no site da revista Vice, foi mencionado que Robert Keller, atualmente olhava pela janela de seu escritório e pensava na última vez que viu seu melhor amigo, há cerca de 30 anos. Ele disse que tinham se tornado inseparáveis durante anos, e que Granger também havia comentado, que seres extraterrestres viriam buscá-lo. Para Robert, seu amigo foi uma espécie de gênio que flertou com a insanidade, visto que, apesar de corpulento, Granger ela bem tímido e quieto. Muitos o consideravam como excêntrico.

A popularidade dos OVNIs, extraterrestres e foguetes espaciais disparou durante as décadas de 1940 e 1950. Durante a II GM, pilotos relataram ver grandes bolas luminosas, que posteriormente seriam referidas como "foo fighters". A existência das mesmas era inexplicável naquela época, muito embora os especialistas justificariam esses fenômenos com o passar do tempo como eletrostática, eletromagnetismo, reflexo da luz solar é até mesmo como resultado do estado psicológico dos pilotos das aeronaves. De qualquer forma, após a guerra houve uma série de supostos avistamentos de OVNIs e alegações de supostas abduções. Já no fim da década de 1970, os OVNIs e tais experiências extraterrestres marcaram presença em Hollywood através de filmes como "Star Wars", "Star Trek" e "Contatos Imediatos do Terceiro Grau".

Robert Keller, atualmente olhava pela janela de seu escritório e pensava na última vez que viu seu melhor amigo, há cerca de 30 anos. Ele disse que eles tinham se tornado inseparáveis durante anos, e que Granger também havia comentado que seres extraterrestres viriam buscá-lo. Infelizmente, a foto não possui legenda, mas é possível imaginar que o veículo fosse um daqueles utilizados por Granger Taylor.
Para Robert, seu amigo foi uma espécie de gênio que flertou com a insanidade, visto que apesar de corpulento, Granger ela bem tímido e quieto. Muitos o consideravam como excêntrico.
Em entrevista para a revista Vice, Grace Anne Young, irmã de Granger Taylor disse que seu irmão passou a consumir LSD (ácido), diversas vezes ao dia, nos meses anteriores ao seu desaparecimento. Uma carta escrita por Jaclyn Sandiford, prima de Granger, para sua mãe, Grace Taylor, mencionava a mesma coisa.

"[Amigos de Granger] disseram que ele usou uma quantidade considerável de ácido durante o verão, mas que ele não experimentou nenhum efeito negativo. Eles disseram, que ele frequentemente falava sobre ir ao espaço e estar em algum tipo de contato mental com um extraterrestre. Eles disseram que ele está tão convencido disso, que eles também estavam. Ele disse que iria embora em breve... Todos parecem aceitar, que Granger irá mesmo fazer o que anda dizendo. Ele tem uma reputação de ser sincero e, depois de verificar as informações, eu também acredito", disse Jaclyn Sandiford.

Na notícia é mencionado, que um inquérito aberto pelo Escritório do Médico-Legista havia concluído que Taylor estava transportando dinamite em sua caminhonete e, em algum momento, de propósito ou por acidente, tudo explodiu. Robert Keller confirmou que Granger Taylor frequentemente guardava dinamite em sua caminhonete, que era usada para eliminar tocos de árvores (um método bem comum como naquela época). Ele acrescentou que Granger já havia lidado inúmeras vezes com dinamite, e que sabia lidar com o material, muito embora fontes no passado indicavam que ele não tinha licença para utilizar esse tipo de explosivo. Contudo, tudo levava a crer que Granger realmente tivesse explodido juntamente com sua caminhonete naquela fatídica noite de novembro de 1980.

Em entrevista para a revista Vice, Grace Anne Young, irmã de Granger Taylor disse que seu irmão passou a consumir LSD, diversas vezes ao dia, nos meses anteriores ao seu desaparecimento. A foto acima também não possui legenda, mas provavelmente reflete algumas das detonações provocadas por Granger Taylor
Também em entrevista para a revista Vice, Joan Mayo, irmã por parte de pai de Granger Taylor acreditava que o irmão tivesse desaparecido, porque se sentia sozinho. Mesmo após 30 anos ela olhava para trás, e ainda se sentia culpada por não ter o chamado para participar de mais festas. Segundo Joan, ele tinha sua própria maneira de fazer as coisas, e era simplesmente diferente das demais pessoas. Por outro lado, sua irmã, Grace Anne Young acreditava o LSD tivesse sido o principal responsável por fazer ele perder completamente a noção da realidade. Uma das últimas lembranças de seu irmão foi quando ele pediu para ficar com ela e suas colegas de quarto em Vancouver, porém ela disse que provavelmente suas colegas não aprovariam sua presença. Pensativa e de maneira embargada, Grace disse que se ele tivesse ido para Vancouver, talvez não tivesse feito aquilo consigo mesmo.

Já Robert Keller não conseguia acreditar, que seu amigo tivesse tirado a própria vida. Segundo Robert, um pouco antes de construírem juntos a nave espacial, que também foi deixada para trás, Granger teria dito que queria desaparecer, deixar crescer uma barba, se mudar para um outro país onde ninguém soubesse onde ele estava. Keller atribuiu o comportamento introvertido de Taylor a razão para torná-lo um alvo fácil de bullying. Apesar de ser um homem grande e forte, Taylor podia ser qualquer coisa, menos hostil ou agressivo com as pessoas que encontrava pelo caminho. Essencialmente, para Robert, teria sido a constante luta para se encaixar na sociedade, que havia selado o destino de Granger Taylor. Em última análise, a perda de Granger Taylor também teve um impacto permanente na vida de Robert Keller.

"Foi como perder um irmão, um pai... a ideia de não ter Granger por perto estava me matando. Granger era meu mentor. Sou quem sou por causa desse cara", disse Robert Keller.

A foto acima também não possui legendas,
mas provavelmente reflete o local onde Granger Taylor costumava ficar
Foto mostrando a visão de cima do Monte Prevost com visão para o Lago Somenos (em primeiro plano),
e a cidade de Duncan (no canto superior direito da foto)
Até hoje ninguém está absolutamente certo do que aconteceu com Granger Taylor apesar da fortíssima possibilidade de ter sido realmente uma explosão acidental, visto que todos os indícios indicam isso. Para entender plenamente essa situação é preciso compreender, que estamos falando de uma cidade muito pequena, onde todos se conhecem e cujos índices de criminalidade são baixíssimos. Não há muitas informações sobre o caso, mas não é difícil que qualquer polícia do mundo deduzisse que pedaços de caminhonete juntamente com ossos humanos em um local isolado onde dinamites teriam explodido, e próximo da cidade onde ocorreu o desaparecimento não fossem de Granger Taylor. Ainda assim, foi formada uma comissão que durante meses investigou o caso e não encontrou nenhuma outra possibilidade, exceto a que Granger e seu veículo explodiram, de maneira acidental ou não, na noite de 29 de novembro de 1980. Qualquer outra possibilidade, não havendo nenhuma outra investigação, é mera especulação.
 
Entretanto, nada impediu que rumores circulassem ao longo do tempo. Há quem diga que seu corpo foi encontrado pendurado em uma árvore, não muito longe do local da explosão, enquanto outros preferem acreditar, que ele começou uma nova vida na América do Sul. O mesmo acontece com sites de cunho conspiratório, que já formularam inúmeras teorias: extraterrestres teriam explodido o carro de Granger Taylor para que parecesse que ele tivesse tirado a própria vida; a viagem era apenas de ida e ele nunca mais iria voltar; ele teria usado a dinamite para impulsionar uma nave que ele tivesse criado sozinho ao espaço; ou então devido a sua genialidade ele teria sido recrutado por uma agência ou sociedade secreta. Fato é, que Granger Taylor nunca mais apareceu.

Enfim, vou terminar essa postagem da mesma forma que Tyker Hooper encerrou brilhantemente seu texto escrito para a revista Vice. Se o relatividade do espaço e do tempo realmente existem, talvez, apenas talvez, Taylor esteja a caminho de casa, procurando um lugar perfeito para pousar sua nave espacial.

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://mysteriousuniverse.org/2012/10/the-strange-disappearance-of-granger-taylor/
http://realunexplainedmysteries.com/granger-taylor-ufo-the-disappearance
http://strangeco.blogspot.com.br/2015/06/close-encounters-of-granger-taylor-kind.html
http://toadhollowphoto.com/2011/10/03/all-aboard-the-2/
http://www.rcafkittyhawk.com/gtaylor.htm
http://www.rcafkittyhawk.com/gtaylornews1.htm
http://www.rcafkittyhawk.com/gtaylornews2.htm
http://www.rcafkittyhawk.com/gtaylornews3.htm
http://www.rcafkittyhawk.com/gtaylornews4.htm
http://www.rcafkittyhawk.com/gtaylornews5.htm
http://www.ufobc.ca/Reports/Collection/collection18mar85.htm
https://en.wikipedia.org/wiki/Mount_Sicker
https://news.google.com/newspapers?nid=Fr8DH2VBP9sC&dat=19860331&printsec=frontpage&hl=pt-BR
https://www.reddit.com/r/UnresolvedMysteries/comments/6p6xtq/granger_taylor_the_disappearance_of_a_genius/
https://www.vice.com/en_us/article/yvwjkv/the-man-who-went-to-space-and-disappeared-the-story-of-granger-taylor

Conheça 5 Entidades Fantasmagóricas ou Demoníacas que são Famosas por Supostamente Assombrar os Banheiros, no Japão!

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Por Marco Faustino

Há quanto tempo não falávamos sobre a Terra do Sol Nascente! Acredito que a última vez tenha sido quando falamos sobre um um cemitério onde a paz, a tranquilidade e o bem-estar simplesmente reina em meio aos mortos. Um local que, segundo a tradição local, não existe morte, apenas uma longa fila de almas aguardando pela chegada de Maitreya, chamado popularmente de "Buda do Futuro" (também chamado de "Miroku Bosatsu", o Salvador). No Extremo Oriente, a chegada do Maitreya está associada ao início de uma nova era, na qual o mundo será transformado em um paraíso, onde os bons e os maus serão julgados. O nome do lugar? "Okunoin", o maior cemitério do Japão. Um lugar repleto de histórias, crenças e que abriga as almas de 200.000 monges! Esse cemitério fica localizado em Monte Koya (também conhecido como "Koyasan"), basicamente na sede do Budismo Shingon, que por sua vez é uma das maiores escolas budistas japonesas, sendo um dos ramos do budismo Vajrayana juntamente com o budismo tibetano, e popularmente chamado de "budismo esotérico japonês". Aliás a palavra "shingon"é a leitura japonesa dos kanji para a palavra chinesa "zhen yan", literalmente significando "palavra verdadeira", que por sua vez é a tradução chinesa da palavra sânscrita "mantra". O cemitério está situado a 800 metros de altura em meio à floresta do monte Kii, que também abriga a rota de Kumano Kodo (uma espécie de "Caminho de Santiago", no Japão). Sem dúvida alguma, vale muito a pena conferir aquela matéria (leia mais: Conheça o Cemitério Okunoin: O Maior Cemitério do Japão! Um Local Repleto de Crenças e que Abriga as Almas de 200.000 Monges!).

Agora, resolvi trazer ao conhecimento de vocês uma pequena lista de "entidades fantasmagóricas", que são conhecidas por supostamente assombrar os banheiros, no Japão. Aqui no Brasil, por exemplo, quem nunca ouviu falar sobre a "Loira do Banheiro"? Existem muitas versões dessa mesma lenda, mas se fôssemos resumir todas, poderíamos dizer que a a lenda se baseia em uma menina loira muito bela, que vivia matando aula dentro do banheiro da escola. Certo dia ela, estava matando aula e, de alguma maneira, ela caiu, bateu a cabeça e morreu. Desde então, os banheiros femininos das escolas ficaram assombrados, de modo que se uma pessoa chamar o seu nome três vezes em frente o espelho a loira do banheiro apareceria (em algumas versões a aluna precisaria chutar 3 vezes a porta do banheiro; dar descarga 3 vezes seguidas em qualquer vaso sanitário; ir para a última porta do banheiro e dar 3 descargas seguidas; entrar em uma cabine do banheiro, trancar a porta, sentar no vaso sanitário e dar 3 descargas; ou então bater a porta 3 vezes, dar descarga 3 vezes, abrir e fechar a torneira 3 vezes e falar 3 palavrões! Ufa, quanta coisa!). Contudo, as lendas japonesas sempre figuram entre as mais assustadoras do mundo e isso não seria diferente em relação a meros banheiros! Será uma lista bem rápida para vocês possam acompanhar sem maiores dificuldades! Vamos saber mais sobre esse assunto?

Uma Rápida Introdução a Lista das Cinco Entidades Fantasmagóricas que Assombram os Banheiros Japoneses!


Assim como qualquer fã de filmes de terror pode atestar, um simples banheiro pode ser ou se tornar um lugar assustador. Desde a assustadora cena do chuveiro do filme "Psicose", protagonizada pela atriz norte-americana Janet Leigh, o mundo do cinema foi invadido por cenas genuinamente tensas em relação aos banheiros. Contudo, quando se trata de conjurar as mais terríveis entidades em nossos momentos mais particulares, por assim dizer, ninguém bate o Japão! No folclore japonês existe uma série de espíritos ou criaturas, que supostamente assombram os banheiros. Alguns surgem de dentro das cabines, enquanto outros sussurram através de suas divisões. Cada um tem sua própria história um tanto quanto sombria, e um comportamento bem particular, mas todos compartilham algo em comum: o banheiro.

"O banheiro é uma espécie de espaço incomum em uma casa, escola ou onde quer que seja", disse Michael Dylan Foster, autor de "The Book of Yôkai: Mysterious Creatures of Japanese Folklore", um livro que aborda criaturas misteriosas do folclore japonês. Michael descreve os banheiros como espaços de transição, uma vez que conectariam o mundo normal, ou seja, do nosso cotidiano, a um reino completamente diferente, isto é, o esgoto.

"O banheiro é uma espécie de espaço incomum em uma casa, escola ou onde quer que seja", disse Michael Dylan Foster, autor de "The Book of Yôkai: Mysterious Creatures of Japanese Folklore", um livro que aborda criaturas misteriosas do folclore japonês
"Nesse sentido, o banheiro é um lugar de transição, sendo que o vaso sanitário em particular seria um portal para um outro mundo misterioso. Muito embora tenhamos o hábito de geralmente dar descarga, não parece tão surpreendente que algo misterioso acabe surgindo a partir de um vaso sanitário", completou. Uma estranha mão que apareça por baixo da cabine de um banheiro é apenas uma das coisas possíveis de acontecer, quando estamos no Japão! Assim sendo, vamos a nossa pequena lista!

5. Toire no Hanako-san: A Versão Japonesa e Bem Mais Sombria da "Loira do Banheiro"


"Hanako-san" ou "Toire no Hanako-san" ("Hanako do Banheiro", em português) é uma lenda urbana japonesa sobre o espírito de uma jovem, que assombra os banheiros das escolas. Ela supostamente aparece, quando alguém fala seu nome. Sua origem, no entanto, assim como toda lenda, varia de acordo com a fonte consultada.

"Hanako-san" ou "Toire no Hanako-san" ("Hanako do Banheiro", em português) é uma lenda urbana japonesa sobre o espírito de uma jovem, que assombra os banheiros das escolas
Alguns dizem que ela é o fantasma de uma menina morta durante uma incursão aérea na Segunda Guerra Mundial, enquanto outros dizem que ela foi assassinada por um pai psicótico ou pervertido. De acordo com a lenda, existiriam duas formas básicas de invocá-la:
  • Você poderia simplesmente chamá-la pelo nome, cerca de três vezes, e ela normalmente aparecerá para você na terceira cabine de algum banheiro feminino;
  • Você precisaria ir na terceira cabine do banheiro feminino localizado no terceiro andar de uma escola (caso a escola não tenha um terceiro andar, qualquer um serviria, mas se tiver escolha o do terceiro andar), e bater cerca de três vezes na porta. Então, você teria que perguntar: "Anata wa, Hanako-San, ga arimasu?" (algo que poderia ser traduzido como "Hanako-San, você está aí?"). É possível que ela não esteja ou então responda com uma voz bem fraca: "Watashi no koko ni iru ya" ("Sim, eu estou" ou algo bem parecido com isso). Nesse momento, você poderia optar em abrir a porta ou sair correndo. Ao abrir, no entanto, você seria saudado por uma garotinha com uma saia vermelha e cabelos negros. Contudo, ela não será nada amigável, e provavelmente afogará você no vaso sanitário até você dar seu último suspiro.
"Toire no Hanako-san"é uma lenda urbana muito popular e difundida no Japão, muitas vezes utilizada como desafio entre crianças nas escolas ou até uma espécie de trote em relação aos estudantes recém-chegados. Resumindo, é bem semelhante as lendas conhecidas como "Bloody Mary" ou a famosa "Loira do Banheiro".

"Toire no Hanako-san"é uma lenda urbana muito popular e difundida no Japão, muitas vezes utilizada como desafio entre crianças nas escolas ou até uma espécie de trote em relação aos estudantes recém-chegados. Resumindo, é bem semelhante as lendas conhecidas como "Bloody Mary" ou a famosa "Loira do Banheiro".
Dependendo da escola ou da região que a pessoa estiver no Japão, suas origens e comportamentos podem variar, assim como sua aparência física. Conforme dissemos anteriormente, geralmente ela aparece na forma de uma menina de cabelos negros e saia vermelha, porém nas escolas da prefeitura de Yamagata, por exemplo, conta-se que após Hanako-san responder, o(a) aluno(a) ao abrir a porta irá se deparar com um lagarto de três cabeças, que é capaz de imitar a voz de uma criança (obviamente, o estudante será devorado pelo lagarto).

Na prefeitura de Iwate, a lenda conta que uma mão branca aparece por cima ou por baixo da porta. Já na prefeitura de Kanagawa, uma mão manchada de sangue aparecerá depois que Hanako-san for chamada.

Versão da lenda criada pela fotógrafa Sammi Sparke, no qual um grupo de garotas tenta entrar em contato com o espírito de Hanako-san em uma noite na própria escola onde estudam. Elas utilizam uma tábua Ouija, e o espírito avisa que quer conhecer uma das participantes
Obviamente a situação sai do controle e Hanako-san aparece por cima da cabine do banheiro feminino...
...perseguindo a personagem principal que tenta fugir desesperadamente.
Ao final, a personagem não consegue escapar de Hanako-san.
Apesar da lenda ter ganhado muita força na década de 1980, acredita-se que a mesma remonte a década de 1950, quando o nome Hanaki era um nome feminino muito popular. A situação chegou ao ponto de se tornar um fenômeno nacional, quando as crianças passaram a evitar de ir nos banheiros das escolas, e diziam que viam a Hanako nos pátios durante o intervalo.

Para piorar, houve muitos casos de desaparecimento de pessoas, quando a história sobre Hanako se tornou popular na década de 1980. Confira, por exemplo, o trailer do filme "Toire no Hanako-san: Shin Gekijôban", de 2013, em um canal de terceiros no YouTube (em japonês, mas vale a pena acompanhar):



Assim como trailer do filme "Toire no Hanako-san Shinshō – Hanako vs Yōsuke", que foi lançado no ano passado, também em canal de terceiros, no YouTube (em japonês, mas vale a pena acompanhar):



De qualquer forma, é apenas uma lenda urbana, quer dizer, pelo menos é isso que dizem! Aliás, Hanako já apareceu em inúmeros animes e programas de televisão, sendo praticamente uma "estrela". Segundo Michael Foster, a lenda é bem conhecida porque é essencialmente uma lenda urbana associada a todas as escolas no Japão. Desde a década de 1990, Hanako também começou a aparecer em filmes, então tornou-se parte da cultura popular, não se limitando apenas a ser transmitida oralmente através do folclore local.

4. Kashima Reiko: A Menina que Procura por Suas Próprias Pernas nos Banheiros Japoneses!


Hanako não é a única jovem, que assombra os banheiros do Japão. Existe uma outra lenda de uma jovem chamada Kashima Reiko, que é o fantasma de uma menina que morreu, quando suas pernas foram cortadas por um trem (essa lenda é bem similar a uma outra chamada "Teke Teke").

Hanako não é a única jovem que assombra os banheiros do Japão. Existe uma outra lenda de uma jovem chamada Kashima Reiko, que é o fantasma de uma menina que morreu, quando suas pernas foram cortadas por um trem (essa lenda é bem similar a uma outra chamada "Teke Teke").
Em uma das versões mais populares dessa lenda, conta-se que Kashima Reiko é o fantasma de uma mulher que morava na ilha de Hokkaido, no Japão. Certa noite, ela teria sido atacada por um grupo de homens, que bateram nela e a violentaram, deixando-a no chão para morrer. Ela tentou pedir ajuda, mas ninguém a ouviu. Ao tentar encontrar alguém para ajudá-la, ela se arrastou em direção a uma linha de trem, mas ficou tão exausta que acabou caindo sobre a mesma, inconsciente. Para seu azar, um trem acabou passando, cortando-a ao meio, na altura da cintura, e posteriormente matando-a. Desde então, o fantasma vingativo (onryō) de Kashima Reiko vaga pelo mundo, procurando por suas pernas.

Geralmente, Kashima Reiko é encontrada principalmente nos banheiros as escolas japonesas, mas também pode aparecer no seu banheiro, na calada da noite. Isso porque algumas fontes mencionam que ela costuma aparecer no banheiro das pessoas, que tomam conhecimento da sua lenda, dentro de um mês. Portanto, uma vez que você já conhece boa parte de sua lenda, provavelmente ela também irá aparecer para você!

Algumas fontes mencionam que ela costuma aparecer no banheiro das pessoas, que tomam conhecimento da sua lenda, dentro de um mês. Portanto, uma vez que você já conhece boa parte de sua lenda, provavelmente ela também irá aparecer para você!
Contudo, fique calmo(a) que existem algumas formas de escapar do seu ataque:
  • Se você entrar no banheiro e se deparar com a Kashima Reiko, ela irá lhe fazer algumas perguntas. Se você não respondê-las corretamente, ela irá cortar as suas pernas. Se ela perguntar "Onde estão minhas pernas?", a resposta certa é: "Na Via Expressa Meishin". Então ela irá perguntar "Quem disse isso a você?", e você deve responder "Kashima Reiko me disse isso";
  • Algumas vezes ela pode tentar fazer uma espécie de "pegadinha". Se ela perguntar "Você conhece o meu nome?", não diga "Kashima", caso contrário ela irá matar você. A resposta certa é "Máscara Morte Demônio". Pode parecer estranho, mas essa é uma outra forma de dizer Kashima. Isso porque Ka = Kamen ("Máscara"), Shi = Shinin ("Morte" / "Pessoa Morta") e Ma ("Demônio").
  • Se você usar o banheiro na calada da noite, você poderá escutar a voz dela perguntando "Você precisa da sua perna direita?", e você deve dizer "Eu preciso". Em seguida a voz perguntará: "Você precisa da sua perna esquerda?", você deve responder novamente "Eu preciso". Finalmente, a voz irá perguntar: "Quem contou para você sobre mim?", e você deve dizer "Reiko Kashima". Nesse ponto a lenda se torna uma corrente, visto que dizem que você precisa contar essa história para outras cinco pessoas em três dias, caso contrário Kashima Reiko irá aparecer para arrancar as suas pernas, ou seja, perpetua a história.
  • Para completar, uma mulher chamada Kashima pode aparecer nos seus sonhos perguntando se você precisa das suas pernas, e você deve responder que precisa delas. Assim que ela perguntar como você ficou sabendo dela, você deve repetir a frase "Máscara Morte Demônio". Já outras versões dizem que se você repetir "Kashima-sama" cerca de três vezes, o fantasma irá desaparecer.
Curiosamente, é bem interessante notar como os japoneses são educados até mesmo na hora de conversar com entidades fantasmagóricas, porque tenho certeza que muitos de vocês correriam enlouquecidamente ao se depararem com algo assim ou dariam umas belas vassouradas!

3. Aka Manto: O Belo Mascarado que Mata Suas Vítimas Sem Piedade


Nem sempre as entidades que assombram os banheiros japoneses são figuras femininas. Uma das entidades fantasmagóricas mais aterrorizantes dos banheiros de escolas públicas japonesas é o Aka Manto ("Capa Vermelha", em português). Algumas vezes o mesmo é chamado por Aoi Manto ("Capa Azul") ou até mesmo de "Akai-Kami-Aoi-Kami" ("Papel vermelho, Papel Azul"), esse espírito moderno, por assim dizer, aparenta ser uma pessoa coberta por uma capa e um capuz, além de usar uma máscara que esconde um rosto irresistivelmente bonito. Contudo, não se deixe enganar, porque ele é um espírito malicioso, que mata as pessoas em banheiros públicos ou escolares, ao perguntar se elas querem um papel vermelho ou um papel azul. Em algumas versões, essa entidade irá perguntar se a pessoa quer uma capa vermelha ou azul.

Não se deixe enganar, porque ele é um espírito malicioso, que mata as pessoas em banheiros públicos ou escolares, ao perguntar se elas querem um papel vermelho ou um papel azul.
Como sempre, dependendo da fonte consultada, existe uma origem diferente para explicar o "Aka Manto". Em uma das versões é mencionado que o mesmo era um jovem tão bonito, que qualquer menina imediatamente se apaixonava por ele. Ele era tão maravilhosamente belo, que as meninas desmaiavam ao olhar para ele. Sua beleza era tão estonteante, que ele precisava esconder seu rosto atrás de uma máscara branca. Em um determinado momento, no entanto, ele teria sequestrado uma linda jovem, e nunca mais teria sido visto desde então. Quer dizer, não se você estiver no banheiro e diante de algumas situações bem particulares.

Como sempre, dependendo da fonte consultada, existe uma origem diferente para explicar o "Aka Manto". Em uma das versões é mencionado que o mesmo era um jovem tão bonito, que qualquer menina imediatamente se apaixonava por ele
Se você estiver sentado em um vaso sanitário (geralmente pertencente a última cabine), uma voz poderá ecoar no banheiro e perguntar se você quer um papel vermelho ou azul. Se você disser que deseja o papel vermelho, você será cortado até que suas roupas fiquem vermelhas. E disser que quer o azul, você será estrangulado até que seu rosto fique azul. Se você escolher qualquer outra cor, o Aka Manto irá arrastá-lo até o Inferno. A única maneira de fazê-lo deixar em paz seria dizendo "nenhum papel".

Algumas versões dizem que esse homem mascarado aparece usando uma capa azul, e acaba perguntando a pessoa se ela deseja uma capa vermelha ou azul. Se você disser vermelha, a pele das suas costas será arrancada para representar uma capa vermelha. Se disser azul, todo o sangue do seu corpo será drenado. Simples assim. Alguns usuários no YouTube, de forma muito criativa, já tentaram encenar como seria o encontro do Aka Manto com sua vítima, assim como vocês pode conferir abaixo, em um canal de terceiros:



Existe até mesmo uma "história de terror", que se conta sobre o Aka Manto. Conta-se que, certa vez, uma jovem menina ouviu uma voz vindo ao lado da cabine do banheiro onde estava, dizendo "Devemos usar o vestido vermelho?". Ela ficou tão assustada, que chegou a fugir com suas calças jeans ao redor dos seus tornozelos. Ela contou a sua professora o que tinha ouvido, e a polícia foi chamada. Assim sendo, uma policial entrou no banheiro feminino, enquanto seu parceiro esperava do lado de fora. A policial teria ouvido a mesma voz e a mesma pergunta foi feita para ela. Dessa vez, no entanto, a policial teria respondido "Certo, coloque-o!" De repente, um grito muito alto foi ouvido, seguido de uma batida. Quando o parceiro abriu a porta do banheiro, ele encontrou a policial morta e decapitada no chão. Aliás, suas roupas estavam cobertas de tanto sangue, que parecia que ela estava vestindo uma roupa avermelhada. Não fiquem tão impressionados, é apenas uma lenda.

Existem algumas outras versões, que envolvem uma mão sangrenta surgindo por debaixo da cabine de um banheiro e tentando puxar as pessoas para dentro do mesmo, mãos fantasmagóricas tentando agarrar e sufocar as pessoas até a morte etc. Na versão mais inusitada da lenda, conta-se que se você responder "Amarelo", o Aka Manto colocará sua cabeça no vaso sanitário e o forçará a sentir o odor da sua própria urina! De qualquer forma, é melhor não escolher nenhum papel!

2. Kappa: Uma Criatura Sobrenatural que Também Gosta de Visitar Banheiros


O kappa é um yōkai, ou seja, uma classe de criaturas sobrenaturais do folclore japonês com índole demoníaca ou malvada. Suas "brincadeiras" variam bastante e vão desde algo teoricamente inocente como apenas observar mulheres em seus quimonos até atos bem perversos tais como afogar pessoas e animais em rios e lagos, sequestrar crianças, violentar mulheres e, às vezes, comer carne humana.

Uma vez que são criaturas aquáticas, o kappa costumava ser culpado por afogamentos, e muitas vezes diziam, que ele tentava atrair pessoas para a água, e arrastá-las devido sua grande habilidade em lutar. Ainda hoje, sinais de alerta sobre a eventual presença de um kappa aparecem em corpos de água em algumas cidades e vilarejos japoneses.

Uma vez que são criaturas aquáticas, o kappa costumava ser culpado por afogamentos, e muitas vezes diziam, que ele tentava atrair pessoas para a água, e arrastá-las devido sua grande habilidade em lutar. Ainda hoje, sinais de alerta sobre a eventual presença de um kappa aparecem em corpos de água em algumas cidades e vilarejos japoneses.
Algumas pessoas dizem que essa lenda é baseada na salamandra gigante japonesa, uma salamandra agressiva que agarra sua presa com seus poderosos maxilares. Já outras alegam que a lenda se baseia em avistamentos históricos da lontra-de-rio-japonesa, atualmente considerada como uma espécie extinta, que eram conhecidas por ficarem em pé.

Assim sendo, em uma determinada distância, uma pessoa bêbada, assustada ou alucinada poderia pensar que estivesse vendo uma entidade humanoide, não um animal selvagem. Isso porque o kappa é tipicamente retratado como se fosse uma criatura humanoide do tamanho de uma criança. Sua pele escamosa e reptiliana também varia da cor verde ao amarelo ou azul. De qualquer forma, o kappa também poderia ser encontrado em banheiros.

O kappa é tipicamente retratado como se fosse uma criatura humanoide do tamanho de uma criança. Sua pele escamosa e reptiliana também varia da cor verde ao amarelo ou azul. De qualquer forma, o kappa também poderia ser encontrado em banheiros.
"Embora não seja exatamente creditado como um espírito que assombre os banheiros, visto que é geralmente uma criatura associada à agua - normalmente rios ou lagoas - há muitas lendas em que o kappa aparece em um anexo sanitário ou casa de banho, onde intimida e incomoda as pessoas (especialmente as mulheres)", mencionou Michael Foster.

1. Akaname: Uma Criatura Sobrenatural de Hábitos Bem Estranhos


O akaname é mais um yōkai, que foi representado no livro "Gazu Hyakki Yagyō", do famoso artista japonês Toriyama Sekien, publicado no ano de 1776. O significado do seu nome é bem peculiar, sendo que há uma referência direta ao seu comportamento, visto que o mesmo deriva da junção das palavras "aka" ("sujeira") e "name" ("lambedor"). E se você ainda estiver tentando adivinhar qual seja o seu comportamento, é exatamente isso que está pensando: esse pequeno ser, metade humano e metade goblin (uma espécie de "duende maléfico"), gosta de lamber banheiros sujos!

O akaname é mais um yōkai, que foi representado no livro Gazu Hyakki Yagyō, do famoso artista japonês Toriyama Sekien, publicado no ano de 1776. O significado do seu nome é bem peculiar, sendo que há uma referência direta ao seu comportamento, visto que o mesmo deriva da junção das palavras "aka" ("sujeira") e "name" ("lambedor")
Acredita-se que o akaname seja, na verdade, uma variante de um yōkai chamado "akaneburi", que foi representado no livro "Kokon Hyakumonogatari Hyōban", de 1686 (durante o período Edo), visto que segundo esse mesmo livro, o akaneburi era um monstro que vivia em antigas casas de banho e espreitava casas em péssimo estado de conservação. Naqueles tempos, acreditava-se que os peixes nasciam da água, e os piolhos nasceram da sujeira. Assim sendo, a compreensão era que todas as coisas consumiam o material que os englobava. Portanto, o "akaneburi" se tornou aquele que podia se transformar a partir do ar dos locais que acumulavam poeira e resquícios de materiais, ou seja, sobrevivia ao comer a sujeira dos lugares.

Essa criatura sobrenatural habitaria principalmente as casas ou os banheiros públicos mais sujos e possui o tamanho de uma criança ou um adulto pequeno, embora geralmente pareça muito menor devido a sua postura quase sempre agachada ou rastejante. A mesma também possuiria uma longa língua que lhe permitiria lamber todos os cantos necessários de um banheiro. Apesar de aparentemente inofensivo, o akaname sempre foi representado de uma forma bem assustadora. Antigamente contava-se, que as pessoas trabalhavam arduamente para garantir que as casas de banho e banheiros fossem devidamente limpos para evitar a visita de tais criaturas.

Essa criatura sobrenatural habitaria principalmente as casas ou os banheiros públicos mais sujos e possui o tamanho de uma criança ou um adulto pequeno, embora geralmente pareça muito menor devido a sua postura quase sempre agachada ou rastejante

A mesma também possuiria uma longa língua que lhe permitiria lamber todos os cantos necessários de um banheiro. Apesar de aparentemente inofensivo, o akaname sempre foi representado de uma forma bem assustadora.
Apesar de ninguém nunca ter realmente visto um akaname, acredita-se que tais criaturas tenham o rosto ou a pele completamente avermelhadas. Além disso, a ideia de "sujeira" também leva a outras conotações tais como "impurezas", "depravações", "pecados" e "desejos humanos". Isso leva a crer que a representatividade do akaname não fosse apenas uma lição para manter os banheiros limpos, mas também para evitar que as pessoas se tornassem impuras. De qualquer forma, o akaname é considerado tímido e evita ao máximo aparecer para as pessoas, escondendo-se da luz assim como insetos noturnos fazem. Resumindo? Para evitar um akaname, mantenha sempre seu banheiro limpo, principalmente se estiver no Japão!

Enfim, AssombradOs! Espero que tenham gostado dessa pequena listinha de entidades fantasmagóricas ou de caráter demoníaco do folclore japonês, que costumam assombrar os banheiros! Geralmente não abordo lendas, visto que prefiro abordar temas onde haja realmente uma boa e autêntica história onde prevaleça o aspecto humano dentro do mundo paranormal / sobrenatural. Porém, de vez em quando é bom diversificar um pouco conteúdo, e essa talvez tenha sido uma tentativa de fazer isso. Contudo, não se preocupem, porque os conteúdos mais aprofundados continuarão sendo publicados como sempre foram!

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://sammisparke.blogspot.com.br/2014_10_01_archive.html

http://www.atlasobscura.com/articles/japans-bathroom-ghosts
http://www.scaryforkids.com/kashima-reiko/
http://www.scaryforkids.com/red-cloak/
http://yokai.com/akaname/
https://en.wikipedia.org/wiki/Akaname
https://en.wikipedia.org/wiki/Hanako-san
https://en.wikipedia.org/wiki/Kappa_(folklore)
https://en.wikipedia.org/wiki/Teke_Teke
https://www.wattpad.com/265950233-scary-japanese-urban-legends-kashima-reiko
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O Poder da Crença! O Segredo Milenar de Curar Através das Palavras e a Matança de Animais Devido as Crenças ao Redor do Mundo!

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Por Marco Faustino

No início do ano comentamos sobre uma senhora chamada Hava Čebić, 79 anos, moradora do pequeno vilarejo de Crnjeva, na Bósnia e Herzegovina, uma das repúblicas mais sofridas e pobres que nasceram da dissolução da Iugoslávia. Essa senhora alegava ter um "dom" um tanto quanto incomum e "especial". De acordo com alguns sites de notícias, desde pequena ela possuía um peculiar "dom" de curar problemas de visão das pessoas ao simplesmente passar sua língua em seus globos oculares. Sim, exatamente isso que você leu. Muitos desses sites diziam, que ela já tinha ajudado mais de 5.000 pessoas de regiões próximas de onde morava ao longo de sua vida, mas que seus filhos não queriam perpetuar esse estranho e controverso "método de cura". Olhar para Hava Čebić era como olhar para um passado distante, e estarmos diante de uma cultura, que jamais iremos compreender sua totalidade. Talvez ela fosse a última praticante de algo que atualmente, com o avanço da medicina, é totalmente condenável, mas que tempos atrás, e provavelmente ainda nos dias de hoje, não é na comunidade onde ela mora. E, apesar de ser uma senhora bem humilde, ela possui o discernimento em não cobrar das pessoas desempregadas ou aposentadas. E, por mais que soe estranho dizer isso, ela é um exemplo de generosidade que a mídia internacional converteu em um exemplo bizarro, nojento e deplorável. Porém, somente quando você tem as informações corretas sobre um caso é que você realmente pode entender suas nuances e peculiaridades. Vale muito a pena conferir aquela matéria (leia mais: Conheça Hava Čebić! Essa Senhora Realmente "Cura" Problemas de Visão ao "Lamber os Olhos" das Pessoas, na Bósnia?).

Agora, resolvi trazer dois temas que parecem ser bem diferentes, mas compartilham algo tão básico, que muitas vezes passa desapercebido em nosso cotidiano: as crenças dos seres humanos e o impacto das mesmas nos próprios seres humanos e na natureza. Inicialmente, iremos falar sobre uma antiga tradição de curar através das palavras, muitas vezes por meio de sussurros, que é mantida na Bielorrússia. A tradição é secreta, protegida, e não é transmitida para estrangeiros. O conhecimento sagrado vem sendo transmitido de geração em geração, de avô para neto, de avó para neta, e tudo que é falado é escolhido com muito cuidado. Aparentemente, as palavras certas tem o poder de curar pessoas e animais, proteger as famílias de eventuais problemas financeiros, do mau tempo, e até mesmo de doenças rogadas por bruxas e feiticeiros. Contudo, ano após ano, o número de pessoas que possuem esse conhecimento vem diminuindo, fazendo com que uma tradição milenar corra o risco de desaparecer para sempre. Posteriormente, iremos comentar, que em muitos países do mundo a crença de que animais possuem poderes mágicos, tanto para bem, quanto o mal, vem fazendo com que inúmeras espécies corram risco de extinção, ou seja, também de desaparecerem para sempre. Até que ponto as crenças realmente funcionam e podem ser benéficas? Será que existe uma maneira de preservar as crenças humanas, o conhecimento milenar, os animais e as memórias das próprias pessoas? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Um Sussurro Pode Salvar uma Vida? O Segredo Milenar de Curar Através das Palavras, que é Mantido a Sete Chaves na Bielorrússia!


Aparentemente, é apenas na Bielorrússia, um país singular do Leste Europeu, que é preservada uma antiga tradição de curar pessoas e animais com a ajuda das palavras (muitas vezes através de um sussurro, de uma oração ou encantamento). A tradição é tão antiga, que provavelmente se origina nas profundezas de milhares de anos, enquanto a própria palavra surgia e adquiria poderes mágicos. E, talvez, só conseguimos saber um pouco mais desse mundo depois que Babka Vanda, uma simpática senhora de olhos brilhantes, cabelos escondidos debaixo de um lenço na cabeça e usando um vestido floral, resolveu contar a história de sua avó para o fotógrafo Siarhiej Leskiec, morador da cidade de Maladzyechna, que fica localizada a cerca de 75 km a noroeste de Minsk (cerca de 1h de carro), a capital da Bielorrússia, assim como muitas outras senhoras conhecidas como "sussurradoras".

Siarhiej Leskiec, morador da cidade de Maladzyechna,
que fica localizada a cerca de 75 km a noroeste de Minsk (cerca de 1h de carro), a capital da Bielorrússia



Aparentemente, é apenas na Bielorrússia, um país singular do Leste Europeu, que é preservada uma antiga tradição de curar pessoas e animais com a ajuda das palavras (muitas vezes através de um sussurro, de uma oração ou encantamento)
De acordo com Babka Vanda, algumas pessoas acreditavam que sua avó fosse uma bruxa, e até mesmo um padre local teria a proibido de tratar as pessoas. Isso mudou, no entanto, quando ele foi mordido por uma víbora. Ela sussurrou palavras ao vento, e por incrível que pareça, ele foi curado.

Depois de algum tempo, ela passou esse poder, de curar através de sussurros, para Babka Vanda. Atualmente, essa antiga tradição de cura bielorrussa está desaparecendo lentamente. Para Siarhiej Leskiec, a mesma é uma parte da herança cultural do seu país, e ele vem documentando essa tradição antes que ela desapareça completamente da face da Terra.

De acordo com Babka Vanda (na foto), algumas pessoas acreditavam que sua avó fosse uma bruxa, e até mesmo um padre local teria a proibido de tratar as pessoas. Isso mudou, no entanto, quando ele foi mordido por uma víbora. Ela sussurrou palavras ao vento, e por incrível que pareça, ele foi curado.
Assim como outras ex-repúblicas socialistas soviéticas, a "independente" Bielorrússia evoluiu tanto de uma forma previsível quanto inesperada ao mesmo tempo. Em termos geográficos, o país é pequeno, não possui saída para o mar, e está encaixotado entre diversos países bálticos (alguns bem instáveis), assim como a Ucrânia, a Rússia e a Polônia. Mesmo durante o regime soviético o país conseguiu manter um grande número de cristãos ortodoxos (o regime comunista soviético confiscou propriedades religiosas, promoveu amplamente o ateísmo nas escolas, perseguiu crentes e investiu na ridicularização das religiões).

Um casal de idosos sentado no quintal de sua casa no vilarejo de Medryki,
no distrito de Smarhon, no noroeste da Bielorrússia.

Uma senhora sentada em sua fazenda em Lakcianiaty, que fica próximo da fronteira com a Lituânia. A expectativa de vida para as mulheres supera a dos homens nas áreas rurais da Bielorrússia. Filhos e netos costumam se mudar para as cidades em busca de melhores condições de trabalho e ensino, deixando alguns vilarejos completamente povoados por mulheres mais idosas.

Um paroquiano da Igreja Católica da Santíssima Virgem Maria reza durante uma missa
na pequena cidade de Vishniova, no distrito de Valozhyn


Politicamente, a Bielorrússia se encaixa precariamente na divisão entre o Kremlin e o Ocidente, e seu líder, Aleksandr G. Lukashenko, está no poder há 23 anos, sendo visto mais como um ditador do que mero político. Ainda assim, a tradição de cura praticada por mulheres como Babka (uma palavra em bielorrusso para "avó") Vanda permaneceu forte, pelo menos até agora. É improvável, no entanto, que sobreviva em razão do declínio da população rural do país. Atualmente, três em cada quatro bielorrussos vivem no meio urbano.

Atualmente, essa antiga tradição de cura bielorrussa está desaparecendo lentamente. Para Siarhiej Leskiec, a mesma é uma parte da herança cultural do seu país, e ele vem documentando essa tradição antes que ela desapareça completamente da face da Terra.
"A tradição foi  preservada ao longo de mil anos de Cristianismo, repressão Stalinista e ateísmo, e perseguição de crentes na URSS, mas atualmente está morrendo sob a influência da globalização e da urbanização. Os jovens não acreditam nesses 'contos' e não querem aprender. Eles acham que é desnecessário e primitivo", disse Siarhiej Leskiec, em entrevista para o site Atlas Obscura. Diga-se de passagem, a "cura sussurrante"é muito ritualizada.

"Para cada doença há palavras especiais. São textos pequenos, muitas vezes rimados, que você precisa dizer em uma única respiração e num sussurro bem pouco audível. Na maioria das vezes, eles recitam palavras sobre a pessoa ou sobre um recipiente com água. A pessoa deve beber essa água, lavar o rosto, e o local do ferimento por cerca de três dias", continuou.

"A cura sussurrante ocorre em certos dias para homens e outros dias para mulheres, mas nunca aos domingos ou feriados. Os curandeiros, por assim dizer, tratam de doenças e infecções, mas também se voltam para interesses mais espirituais. Os sussurradores mais poderosos podem até mesmo expulsar espíritos malignos. Os métodos também podem incorporar ervas e outros rituais", completou.

De acordo com o fotógrafo Siarhiej Leskiec, curandeiras lhe contaram a história de uma mãe, que havia perdido todos os seus filhos, ainda quando eram apenas crianças. Foi-lhe dito para ir à estrada e pedir ao primeiro homem que encontrasse para ser o padrinho do próximo filho. Segundo as curandeiras, ela cumpriu, e seu próximo filho sobreviveu.

Uma colmeia em uma árvore de um cemitério rural. A crença local diz que as abelhas são enviadas por Deus para ajudar as pessoas a curar, enquanto coletam néctar de flores, que crescem em túmulos ancestrais.
Uma capela cristã de 100 anos construída em carvalho sagrado tem uma história pagã e, às vezes,
é mencionada em feitiços sussurrados.
De acordo com Siarhiej Leskiec, essa tradição teria origens no Paganismo. Quando o Cristianismo chegou até a Bielorrússia, os feitiços foram adaptados para incorporar elementos da religião, incluindo os nomes dos santos. As ordens e congregações religiosas católicas eram altamente desconfiadas em relação aos feitiços, e os chamavam de "malditos sussurros pagãos". No entanto, a religião e a prática popular encontraram uma maneira de coexistir. Agora, os próprios sussurradores são cristãos profundamente religiosos, mas eles têm sua própria compreensão da fé e da tradição.

Uma imagem do projeto de documentação do fotógrafo descreve uma "cruz feminina", um crucifixo tradicional que foi drapeado em pedaços de pano. Os panos são doados pelos moradores locais para afastar o mal e manter uma boa saúde para todos. Segundo Siarhiej Leskiec, posteriormente a cruz é adornada como se fosse uma mulher com roupas tradicionais, e o símbolo do Cristianismo se torna uma espécie de deusa feminina.

A "cruz feminina", um crucifixo tradicional que foi drapeado em pedaços de pano. Os panos são doados pelos moradores locais para afastar o mal e manter uma boa saúde para todos. Segundo Siarhiej Leskiec, posteriormente a cruz é adornada como se fosse uma mulher com roupas tradicionais, e o símbolo do Cristianismo se torna uma espécie de deusa feminina.
Entretanto, sempre foi difícil se tornar um curador através de sussurros. O conhecimento é passado para as crianças, meninos ou meninas, entre 7 e 12 anos, por parentes próximos, geralmente avós. Todas as orações são ensinadas verbalmente e raramente são escritas no papel. Aliás, também existem outros requisitos para a profissão. A pessoa deve ser gentil e curiosa, bem intencionada e aberta à comunicação com os outros, mas os iniciados devem esperar, às vezes, por décadas, antes que eles possam realmente se envolver na prática, ou seja, somente depois de terem construído suas próprias famílias ou passarem pela menopausa.

O projeto de Leskiec começou em 2012, mas levou tempo, não apenas para encontrar os curandeiros, mas também ganhar a confiança deles. Ele passou diversos anos aprendendo sobre a tradição antes de ser, de certa forma, iniciado. Ele disse que depois disso ficou mais fácil conversar com outros sussurradores, visto que o conhecimento era idêntico. No entanto, o tempo agiu de forma cruel com essa tradição. Quando começou, Siarhiej Leskiec encontrou cerca de 40 curandeiros, porém, atualmente, ele conhece apenas cinco. Seu objetivo é criar um livro do projeto para que as histórias possam permanecer vivas. Segundo o fotógrafo, todos os anos os vilarejos rurais encolhem, ou seja, há cada vez menos moradores e menos jovens para serem ensinados. Restam somente os idosos , que mantém viva as tradições curativas e ancestrais da Antiga Europa enquanto podem, diante de um destino aparentemente inevitável.

Todas as orações são ensinadas verbalmente e raramente são escritas no papel
Os sussurros podem ser realizados sobre a água, pão, sal, açúcar ou cinzas.
Geralmente os feitiços envolvem apenas sussurros, porém também existe o envolvimento e a prática de rituais.
Entretanto, resolvi ir atrás de maiores informações sobre o projeto de Siarhiej Leskiec, que continua em andamento, e encontrei referências sobre o fotógrafo no site do jornal britânico "The Guardian", em 2014 e 2016. No ano de 2014, ele apareceu rapidamente na mídia com fotos mostrando o cotidiano de vilarejos rurais da Bielorrússia (sendo que algumas dessas fotos foram usadas para compor essa primeira parte da postagem). Já no ano passado ele apareceu para divulgar algumas fotos de sussurradoras, assim como algumas de suas histórias.

Entre essas histórias, temos a de "Babka Alena", que teria sido a criança mais nova de sua família. Ela disse que seu pai era capaz de curar o rebanho, e que sua mãe tratava as pessoas e ajudava as mulheres no momento do parto. Durante muito tempo, ela não quis ser curandeira, porque tinha vergonha e medo. Então, ela alegou que certo dia Jesus Cristo teria aparecido para ela e dito: "Alenka, você deve ajudar as pessoas e o gado. Não se preocupe, eu vou ajudá-la". Desde então, ela se tornou uma sussurradora.

Entre essas histórias, temos a de "Babka Alena", que teria sido a criança mais nova de sua família. Ela disse que seu pai era capaz de curar o rebanho, e que sua mãe tratava as pessoas e ajudava as mulheres no momento do parto
Durante muito tempo, ela não quis ser curandeira, porque tinha vergonha e medo. Então, ela alegou que certo dia Jesus Cristo teria aparecido para ela e dito: "Alenka, você deve ajudar as pessoas e o gado. Não se preocupe, eu vou ajudá-la". Desde então, ela se tornou uma sussurradora.
Uma mulher com um tumor na perna sendo tratada por Babka Alena. Uma semana antes, ela teve um sonho em que a Virgem Maria havia lhe dito para procurar pela sussurradora, e então sua doença desapareceria. A mulher é católica, e Babka Alena é ortodoxa. Segundo Babka Alena, não há diferença entre as religiões, visto que as palavras antigas ajudam tanto os que acreditam quanto aqueles que duvidam.
Uma outra sussurradora chamada "Babka Yanina" contou, por exemplo, que seu marido ficou gravemente doente por muito tempo, e nada parecia resolver. Os médicos também disseram que não poderiam fazer nada por ele. Então, ela começou a sussurrar na água, e lhe deu para beber. Milagrosamente, seu marido melhorou. Após esse episódio, pessoas de vilarejos e cidades vizinhas foram procurá-la, e pedir para que ela sussurrasse na água. No entanto, atualmente ela estava com uma idade muito avançada, e o sussurro necessitava de muita energia. Ela disse que precisava entrar na floresta para obter essa energia, algo que a fazia sentir melhor e seguir em frente.

Já uma outra sussurradora também chamada "Babka Yanina" disse que o seu tio foi o responsável por ensiná-la a sussurrar. Ela disse que ele era um poderoso feiticeiro, e que conhecia palavras capazes de paralisar uma cobra. Yanina também disse que era capaz de curar tumores, medos e até mesmo gagueira. Segundo ela, Deus havia lhe dado esse "dom" após ter ficado cega.

Uma outra sussurradora chamada "Babka Yanina" contou, por exemplo, que seu marido ficou gravemente doente por muito tempo, e nada parecia resolver. Os médicos também disseram que não poderiam fazer nada por ele. Então, ela começou a sussurrar na água, e lhe deu para beber. Milagrosamente, seu marido melhorou.

Já uma outra sussurradora também chamada "Babka Yanina" disse que o seu tio foi o responsável por ensiná-la a sussurrar. Ela disse que ele era um poderoso feiticeiro, e que conhecia palavras capazes de paralisar uma cobra
"Babka Nadzeja" contou que o "dom" de sua mãe era temido por causa dos tempos em que vivia: o governo soviético não reconhecia nada disso como sendo milagroso. Durante a guerra, ela lutou coma uma partidária contra os nazistas e depois trabalhou em uma escola. Ela disse que as pessoas riram dela, quando descobriram sobre seu "dom", mas quando essas mesmas pessoas pediram sua ajuda, ela não conseguiu dizer não. Infelizmente, ela não conseguiu ajudar sua própria família. Segundo ela, os sussurros só ajudam os outros.

"Babka Stasia" também tinha uma história triste para contar, visto que sua família católica era muito religiosa, mas ela tinha perdido sua mãe quando tinha três anos, e seu pai quando tinha sete anos, se tornando assim uma órfã. Segundo ela, a maioria dos sussurradores são ortodoxos e não católicos. Quando ela se tornou mais velha, sua sogra e duas senhoras do seu vilarejo lhe ensinaram a sussurrar, a queimar fios de tecido, e usar a fumaça para curar as pessoas. No recente texto publicado pelo site Atlas Obscura, ela é citada em relação um interessante caso. De acordo com Babka Stasia, ela ajudou uma família de Misnk que possuía uma criança pequena que não parava de chorar e não conseguia dormir de jeito nenhum. Quando ela começou a sussurrar suavemente e docemente, a criança adormeceu. Os pais ficaram muito impressionados pela força que um sussurro poderia ter, mas segundo Babka Stasia aquele era o poder de Deus.

"Babka Nadzeja" contou que o "dom" de sua mãe era temido por causa dos tempos em que vivia: o governo soviético não reconhecia nada disso como sendo milagroso. Durante a guerra, ela lutou coma uma partidária contra os nazistas e depois trabalhou em uma escola.
"Babka Stasia" também tinha uma história triste para contar, visto que sua família católica era muito religiosa, mas ela tinha perdido sua mãe quando tinha três anos, e seu pai quando tinha sete anos, se tornando assim uma órfã. Segundo ela, a maioria dos sussurradores são ortodoxos e não católicos.
Uma sussurradora chamada "Babka Fiadora" disse que nunca tinha ido à escola, uma única vez sequer. Os tempos eram difíceis quando ela era jovem, e as crianças tinham que trabalhar. Durante 12 anos, ela cuidou de vacas em troca de comida. Teria sido sua avó, que lhe mostrou como usar ervas e lhe ensinou a sussurrar. Teria sido tudo de boca em boca, porque ela não sabe ler. Aliás, ela disse que só tratava as pessoas quando sabia que seria realmente capaz de ajudá-las.

De acordo com "Babka Maria", no entanto, os idosos que conhecem a palavra estão morrendo, e os jovens não querem aprender, porque não acreditam nisso. Porém, o mal não havia se tornado menor. Ela disse que crianças e idosos vão até ela todos os dias, mas ela não sabia quem iria sussurrar no seu lugar após a sua morte.

Uma sussurradora chamada "Babka Fiadora" disse que nunca tinha ido à escola, uma única vez sequer. Os tempos eram difíceis quando ela era jovem, e as crianças tinham que trabalhar. Durante 12 anos, ela cuidou de vacas em troca de comida.

De acordo com "Babka Maria", no entanto, os idosos que conhecem a palavra estão morrendo,
e os jovens não querem aprender, porque não acreditam nisso.
Por fim, tivemos o depoimento de uma última sussurradora chamada "Babka Katia". Ela disse que havia um comunista chamado Misha no vilarejo onde morava. Certo dia, ele estava cortando a grama bem próximo do rio e acabou sendo mordido por uma cobra. Ele ficou muito doente e estava à beira da morte, quando enviou sua esposa para pedir ajuda. A sussurradora disse que ficou com medo, porque ele era um comunista, e os comunistas não gostavam deles, zombavam deles, fecharam igrejas e enviaram sacerdotes para a Sibéria.

Entretanto, ela não podia negar ajudar. Então, ela sussurrou na água, ele bebeu e acabou melhorando. Ela disse que não sabia se Misha algum dia acreditou em Deus, mas que ele sabia o poder da palavra. É interessante notar como esse "relato"é bem parecido com aquela história no começo da matéria, onde dizia que um padre local teria sido curado após ter sido mordido por uma cobra. Se elas são as mesmas histórias, e são contadas de uma forma diferente dependendo da memória das senhoras, isso não sei dizer a vocês.

Por fim, tivemos o depoimento de uma última sussurradora chamada "Babka Katia". Ela disse que havia um comunista chamado Misha no vilarejo onde morava, e que um dia precisou de sua ajuda.
De qualquer forma, não sei quanto a vocês, mas sinceramente espero que Siarhiej Leskiec consiga finalizar o seu projeto, e que o mesmo resulte um livro documentando através de fotos essa tradição milenar de cura através dos sussurros. Confesso, que tenho minhas dúvidas sobre os eventos que levaram cada uma das pessoas a serem curadas, mas não hesitaria a pedir ajuda se fosse necessário, e não hesitarei em comprar um futuro livro, que não será apenas de fotos, mas de memórias humanas, de algo que mesmo a distância soa ser único, e porque não dizer, mágico.

Como as Crenças Humanas, Superstições e Mitos Afetam a Preservação de Animais?


Certo dia, moradores malgaxes (grupo étnico de metade da população da ilha de Madagascar, na costa leste da África) advertiram uma mulher chamada Caroline Ward, estudante candidata ao título de PhD pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, que ela deveriam matar as cobras, que ela havia trazido consigo para o acampamento onde estava, antes que as mesmas a matassem (vale ressaltar nesse ponto que Caroline estava estudando uma espécie conhecida localmente como "fandrefiala", para sua pesquisa sobre conservação da fauna).

Entretanto, o motivo do medo dos habitantes locais não era que as cobras fossem venenosas ou agressivas. Em vez disso, o problema era com a cor das caudas. Uma vez que a fandrefiala tem uma espécie de cauda avermelhada, semelhante a cor de tijolos, os malgaxes acreditam que as cobras podem se transformar em lanças, saltarem das árvores e matar qualquer coisa que passar abaixo delas.



Foto tirada de uma rua de Antananarivo, capital de Madagascar, em 2014

O medo dos habitantes locais não era que as cobras fossem venenosas ou agressivas. Em vez disso, o problema era com a cor das caudas. Uma vez que a fandrefiala tem uma espécie de cauda avermelhada, semelhante a cor de tijolos, os malgaxes acreditam que as cobras podem se transformar em lanças, saltarem das árvores e matar qualquer coisa que passar abaixo delas.
Essa era uma conexão que o supervisor de doutorado de Caroline Ward, o Dr. George Holmes, havia notado em seu trabalho de campo ao redor mundo: crenças "mágicas" - uma ampla categoria que varia desde crenças em animais míticos, até conexões com propriedades lendárias de animais, para espiritualismo e tradições - têm um impacto no bem-estar dos animais e nos ecossistemas da vida real.

Em um recente artigo publicado no periódico Oryx, Caroline Ward e o Dr. George Holmes propuseram que os biólogos da conservação levem mais em consideração as crenças em animais mágicos e as superstições sobre as propriedades mágicas dos animais, na elaboração de políticas de conservação.

Em um recente artigo publicado no periódico Oryx, Caroline Ward e o Dr. George Holmes, da Universidade de Leeds (na foto), propuseram que os biólogos da conservação levem mais em consideração as crenças em animais mágicos e as superstições sobre as propriedades mágicas dos animais, na elaboração de políticas de conservação.
"Os conservacionistas frequentemente falam sobre o papel dos incentivos econômicos para construir todo um comportamento por parte das pessoas, assim sendo, devemos pagar aos habitantes locais para não matar uma espécie? Porém, existem outras maneiras pelas quais as pessoas reagem e se comportam em relação a espécies ameaçadas de extinção. Essa questão da crença das pessoas em magia é realmente muito importante", disse o Dr. George Holmes, que vem pesquisando sobre as interações entre os esforços de conservação e a sociedade humana há vários anos.

Em alguns lugares, as crenças mágicas acabam criando uma espécie de base de proteção para animais específicos. Por exemplo, em Kombolcha, na Etiópia, as hienas são criadas para comer espíritos malignos e transmitir mensagens sobrenaturais através de seus uivos. Assim sendo, elas são toleradas, e até mesmo protegidas, por pessoas que compartilham seu habitat natural.

Em alguns lugares, as crenças mágicas acabam criando uma espécie de base de proteção para animais específicos. Por exemplo, em Kombolcha, na Etiópia, as hienas são criadas para comer espíritos malignos e transmitir mensagens sobrenaturais através de seus uivos
Em contrapartida, certas crenças podem bater de frente com os esforços de conservação. Em grande parte de Madagascar, particularmente a região norte do país, a aparência de um lêmure aye-aye, um animal ameaçado de extinção, é vista como um presságio de morte ou doença. As reações quando avistam um lêmure aye-aye variam entre os grupos (desde rituais específicos até o abandono de vilarejos inteiros), mas em muitos vilarejos acredita-se, que a única maneira de evitar a má sorte é matar o aye-aye e exibi-lo em um poste de madeira na estrada.

Em algumas ilhas do Caribe, incluindo o Haiti, a Jamaica e a República Dominicana, o mesmo tratamento é dado às corujas, que se acredita estarem conectadas com bruxas.

Em contrapartida, certas crenças podem bater de frente com os esforços de conservação. Em grande parte de Madagascar, particularmente a região norte do país, a aparência de um lêmure aye-aye, um animal ameaçado de extinção, é vista como um presságio de morte ou doença. Em muitos vilarejos acredita-se, que a única maneira de evitar a má sorte é matar o aye-aye e exibi-lo em um poste de madeira na estrada.

Em algumas ilhas do Caribe, incluindo o Haiti, a Jamaica e a República Dominicana, o mesmo tratamento é dado às corujas, que se acredita estarem conectadas com bruxas.
Ajudar a ciência de conservação a essas crenças também pode ser um grande desafio. Outra crença malgaxe ou tabu, proíbe machucar a tartaruga, que está fortemente ameaçada de extinção. No entanto, esta regra só é praticada em determinados vilarejos; e mesmo nesses vilarejos, os habitantes locais não consideram que essa regra se aplique a estrangeiros e, portanto, não impedem que caçadores machuquem ou furtem as tartarugas. As crenças também podem evoluir ao longo do tempo à medida que as pessoas mudam, migram, encontram novas crenças ou trabalham para rejuvenescer e proteger antigas tradições.

"Acredito que é um pouco frustrante, visto que não podemos realmente fornecer uma solução para todas essas situações. É bem mais uma questão de estar mais consciente de que essas crenças existem, e que, apenas porque não seguem o sistema de crenças científicas não significa que podemos direcioná-las para um lado", disse Caroline Ward sobre a interação entre as crenças mágicas e os problemas de conservação das espécies. O Dr. George Holmes também enfatizou, que a utilização de crenças mágicas na conservação apresenta algumas questões éticas complicadas.

Outra crença malgaxe ou tabu, proíbe machucar a tartaruga, que está fortemente ameaçada de extinção. No entanto, esta regra só é praticada em determinados vilarejos; e mesmo nesses vilarejos, os habitantes locais não consideram que essa regra se aplique a estrangeiros e, portanto, não impedem que caçadores machuquem ou furtem as tartarugas.
"Essa sutil questão ética surge para tratar das visões de mundo das pessoas com um sentido muito utilitário. Ela surge dizendo que, tudo bem, não iremos tratar da sua visão de mundo, espiritualidade e cultura de forma holística; iremos esculpir isso em pedaços individuais, e promover aquelas que são boas para nossos propósitos e suprimir as que são ruins para nossos propósitos", disse o Dr. George Holmes. Embora a conservação da biodiversidade possa ser um objetivo admirável, ainda assim a mesma está permitindo às pessoas uma autonomia espiritual e religiosa.

Paige West, uma antropóloga ambiental, assim como professora de Antropologia da Universidade de Columbia e da Faculdade Barnard, em Nova York, foi uma das primeiras a ver os resultados negativos de toda essa história. Ela passou décadas realizando pesquisas etnográficas entre os habitantes de Papua Nova Guiné. Em um determinado caso, depois de oito anos de pesquisa entre os Gimi, no vilarejo de Maimafu, ela concluiu que um projeto de conservação local, que tentava proteger as florestas da região e seus habitantes, os conectado a empresas de mercado (assumindo que os Gimi valorizavam a biodiversidade local tão somente como um recurso econômico) deu muito errado.

Paige West, uma antropóloga ambiental, assim como professora de Antropologia da Universidade de Columbia e da Faculdade Barnard, em Nova York, foi uma das primeiras a ver os resultados negativos de toda essa história
O planejamento de conservação falhou em explicar o fato de que os Gimi veem tudo na natureza como um presente da floresta, como a encarnação física de seus antepassados. Os Gimi acreditam que as árvores e os animais de suas florestas, particularmente os marsupiais, carregam a força vital dos mortos e podem ser encarnados pelo espírito enquanto dormem.

"Os marsupiais não são simplesmente animais para Gimi, eles são a encarnação literal dos antepassados. O que foi traduzido como 'ambiente' não é simplesmente um lugar repleto de recursos florais e faunísticos, que esperam ser usados ou transformados em commodities, é um lugar de relações sociais entre os vivos e os mortos", escreveu Paige West, em um estudo sobre o caso, em 2005. Esse descuido foi prejudicial ao projeto de conservação, assim como antropologicamente problemático. Na visão de Paige West, até mesmo tentar entender esses pontos de vista "mágicos" pode resultar em problemas.

"Quando as pessoas na tradição intelectual europeia ouvem a palavra 'magia', elas imediatamente pensam em uma série de falsas crenças ou que são de alguma forma antiquadas ou menos racionais. Para cada pessoa indígena com quem eu já interagi, que tem um conjunto diferente de proposições ontológicas sobre a razão pela qual os animais estão no mundo do que particularmente tenho, esse conjunto de proposições é altamente racional. Faz sentido no sistema geral em que está em sua educação cultural está assentada. Ao utilizar o temo 'mágico' essas crenças se tornam menos racionais do que as crenças europeias e ocidentais", disse Paige West.

O planejamento de conservação falhou em explicar o fato de que os Gimi veem tudo na natureza como um presente da floresta, como a encarnação física de seus antepassados. Os Gimi acreditam que as árvores e os animais de suas florestas, particularmente os marsupiais, carregam a força vital dos mortos e podem ser encarnados pelo espírito enquanto dormem.
Caroline Ward e o Dr. George Holmes também destacam que os europeus e os ocidentais não estão isentos dessas próprias crenças. A pesquisa de ambos detalha as crenças em animais, que estão espalhadas pelo mundo inteiro. Eles citaram, por exemplo, o Monstro Loch Ness, que leva centenas de milhares de ecoturistas para o lago escocês, e os Huldufólk, elfos no folclore da Islândia e das Ilhas Féroe, que foram motivos da paralisação da construção de uma rodovia através de suas terras tradicionais. De qualquer forma, os exemplos citados não se tratam realmente de animais ou seres que realmente existam na natureza.

"Isso realmente acontece em todos os cantos do mundo. E isso importa. As crenças das pessoas realmente têm um impacto material no bem-estar dos habitats ameaçados, dos ecossistemas e das espécies", finalizou o Dr. George Holmes.

Comentários Finais


Sinceramente, não fiz questão de abordar nessa matéria a forma como as crenças fazem com que as pessoas sejam levadas ao ponto de tirar a vida de outras. Se fosse fazer isso a matéria iria ficar extremamente longa. O motivo? Bem, existem inúmeros casos a serem abordados, sendo que alguns desses casos abordei anteriormente, tais como a dramática situação de milhares de crianças acusadas de bruxaria na República Democrática do Congo, os medos e as ameaças contra mulheres responsáveis por crematórios, na Índia, além da moderna caça às bruxas e a superstição assassina, também na Índia. Porém, não se deixem enganar e pensar que a culpa é de uma determinada religião, crença, cultura ou país. Casos de exorcismos em virtude de supostas possessões demoníacas, invariavelmente terminam com abusos, violência ou até mesmo com a morte de inocentes. Lembro até hoje, por exemplo, do caso Vilma Trujillo. Houve também o caso de uma senhora chamada Rosa Villar Jarionca, 73 anos, de etnia Yánesha, que foi queimada viva em fogueira perante adultos e crianças, em uma comunidade chamada Shiringamazú Alto, no Peru, que conta com pouco mais de 200 habitantes, em setembro do ano passado. A motivação nesse último caso?  Rosa Villar tinha sido julgada e condenada por bruxaria, pelo própria comunidade, sob a alegação que ela estaria provocando constantes cólicas nos moradores da comunidade. Os líderes locais justificaram o ato citando a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), onde garante as comunidades indígenas decidirem a punição adequada a membros da comunidade. Porém, eles subverteram o artigo 9 dessa convenção, visto que o mesmo menciona que "desde que sejam compatíveis com o sistema jurídico nacional e com direitos humanos internacionalmente reconhecidos, os métodos tradicionalmente adotados por esses povos para lidar com delitos cometidos por seus membros deverão ser respeitados". Vocês querem saber o que aconteceu com os líderes comunitários? Nada. Agora, imaginem o dia que eu abordar a situação dos albinos, na África.

Essas são apenas algumas das razões para não ter abordado como as crenças humanas afetam negativamente os próprios seres humanos. Em vez disso, preferi trazer um tema provavelmente desconhecido para a absoluta maioria de vocês, referente as sussurradoras e sussurradores da Bielorrússia (muito embora haja mais mulheres do que homens que pratiquem esse método alternativo de cura). Achei belíssimo o trabalho desempenhado pelo fotógrafo Siarhiej Leskiec, morador da cidade de Maladzyechna, que fica localizada a cerca de 75 km a noroeste de Minsk, a capital do país. Apesar de acreditar, que existam inúmeros fatores que acabam colaborando para a melhoria do estado de saúde de uma pessoa, prefiro nesse momento acreditar que aquelas senhoras fazem com que suas palavras sejam transmitidas pelo vento. Prefiro imaginar que o som das palavras possa atravessar as células de nossos corpos e curá-las, assim como algumas conseguem tocar os nossos corações. Prefiro imaginar que, apesar da prática de rituais, cujos procedimentos desconheço e que foram praticamente deixados de lado no material disponibilizado por Siarhiej, as palavras tenham realmente o poder de transformar vidas, de curar pessoas e animais. Sem dúvida alguma é um belo ato de caridade (embora não saibamos se algum valor é cobrado, e se for, deve ser ínfimo), que parte de uma pessoa para outra. É uma pena que essa tradição estará extinta daqui alguns anos, mas espero que seja amplamente documentada e imortalizada através da fotografia da alma daquelas senhoras.

Por outro lado, em uma espécie de segunda parte da matéria, mostrei rapidamente a vocês como o poder da crença pode afetar diretamente um ecossistema ao ponto de fazer com que uma espécie inteira possa desaparecer definitivamente do mapa. Toda aquela segunda parte é referente aos animais, sendo inevitável pensar que também fazemos parte desse planeta, e que também somos animais, porém munidos de crenças. Nesse ponto, muitas pessoas continuarão olhando para cima com medo de um asteroide, continuarão formulando teorias que apenas poucas pessoas irão sobreviver devido a esconderijos secretos, ou então continuarão procurando respostas e conexões vagas em livros escritos há séculos atrás. Chega a ser incrível notar como o ser humano é fascinado pela extinção de sua própria espécie, mas não gosta de conversar sobre sua própria mortalidade. A extinção da crença humana para salvar vidas, e a ameaça de extinção de espécies de animais devido as crenças humanas convivem lado a lado, todos os dias, em uma espécie de cabo de guerra imaginário. Esse duelo acontece bem na sua frente, com pessoas discutindo se devemos respeitar ou não as crenças de determinados povos ou se devemos manter as nossas mentes abertas e compreender o significado de uma crença. No entanto, ao final do dia, quando faltar apenas 1 minuto para meia-noite, só existirá uma resposta a ser dada: Qual o lado da corda você vai segurar?

Até a próxima, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://leskiec.com/whisper-in-progress/
http://www.atlasobscura.com/articles/endangered-animals-cultural-myths
http://www.atlasobscura.com/articles/water-whisper-magic-belarus-tradition-health
http://www.atlasobscura.com/places/the-exorcist-stairs
https://belarusdigest.com/story/life-in-a-belarusian-village-belarus-photo-digest/
https://reporters.pl/2054/bialoruska-szeptucha-wygnala-biesa-z-komunisty-foto/
https://www.lensculture.com/projects/414358-whisper
https://www.theguardian.com/world/gallery/2014/nov/13/-sp-life-in-rural-belarus-villages-in-pictures
https://www.theguardian.com/world/gallery/2016/aug/29/the-last-whisperers-of-belarus-in-pictures
https://www.youtube.com/watch?v=Ek0srMS2FBk

A Macabra Arte de Glessner Lee: A Mulher que se Dedicou a Recriar Cenas de Crimes Horripilantes em Pequenas "Casas de Boneca"!

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Por Marco Faustino

Ao longo dessa segunda semana do mês de outubro tentei focar em assuntos, que não costumam ser divulgados pela mídia brasileira ou internacional. Na última quarta-feira (11), véspera dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, comentei sobre as crenças dos seres humanos e o impacto das mesmas nos próprios seres humanos e na natureza. Inicialmente, falamos sobre uma antiga tradição de curar através das palavras, muitas vezes por meio de sussurros, que é mantida na Bielorrússia. A tradição é secreta, protegida, e não é transmitida para estrangeiros. O conhecimento sagrado vem sendo transmitido de geração em geração, de avôs(ós) para netos(as), e tudo que é falado é escolhido com muito cuidado. Aparentemente, as palavras certas têm o poder de curar pessoas e animais, proteger as famílias de eventuais problemas financeiros, do mau tempo, e até mesmo de doenças rogadas por bruxas e feiticeiros. Contudo, ano após ano, o número de pessoas que possuem esse conhecimento vem diminuindo, fazendo com que uma tradição milenar corra o risco de desaparecer para sempre. Posteriormente, falamos que em muitos países do mundo a crença de que animais possuem poderes mágicos, tanto para bem, quanto o mal, vem fazendo com que inúmeras espécies corram risco de extinção, ou seja, também de desaparecerem para sempre da face da Terra. Vale muito a pena conferir aquela matéria (leia mais: O Poder da Crença! O Segredo Milenar de Curar Através das Palavras e a Matança de Animais Devido as Crenças ao Redor do Mundo!).

Agora, nessa sexta-feira, que é feriado prolongado para muitas pessoas em nosso país, resolvi trazer ao conhecimento de vocês a arte singular, ainda que um pouco macabra, de uma senhora chamada Frances Glessner Lee, que faleceu em 1962, mas que entrou para a história mundial ao simplesmente recriar cenas de crimes, nos mínimos detalhes, para treinar investigadores policiais de departamentos de homicídios. O objetivo era que eles pudessem "prender o culpado, soltar o inocente, e encontrar a verdade em poucas palavras." Esses dioramas, que na verdade representam crimes que realmente aconteceram, porém no tamanho de casas de bonecas (sendo que muitos realmente parecem mesmo casas de bonecas), foram criados na primeira metade do século XX, e ainda são utilizados no treinamento forense até hoje. Aliás, eles foram fundamentais para ajudar a revolucionar o campo emergente da investigação de homicídios. Praticamente todo o material criado por ela estará em exposição na Galeria Renwick, na capital norte-americana de Washington, entre os dias 20 de outubro de 2017 e 28 de janeiro de 2018. Aliás, é justamente um pouco da história de Frances Glessner Lee e seus incríveis dioramas, que vocês conferem a partir de agora. Vamos saber mais sobre esse assunto?

A Incrível História de Frances Glessner Lee e Seu Inestimável Legado para a Investigação Forense


A cozinha está bem abastecida, repleta de mantimentos e eletrodomésticos. Há um fogão, uma geladeira cheia de comida, uma mesa com um rolo de macarrão e uma tigela, além de uma pia. O calendário na parede, contendo a imagem de uma caravela, nos diz que estamos em abril de 1944. Porém, há um "pequeno" detalhe: cada um dos itens está em miniatura, e foi feito à mão. Além disso, há uma bonequinha deitada no chão, aparentemente morta, cuja causa da morte é desconhecida.

Esse é apenas um dos exemplos da "Nutshell Studies of Unexplained Death", uma série de dioramas em escala 1/12, baseados em casos de investigação criminal da vida real. Eles foram usados, e continuam sendo estudados até hoje, para treinar investigadores na arte de coletar evidências, documentar a cena do crime de forma meticulosa e observar atentamente cada detalhe. Aliás, os dioramas foram criados por uma das figuras mais improváveis e influentes em termos de análise da cena de um crime: uma mulher chamada Frances Glessner Lee.

Diorama "The Kitchen" ("A Cozinha", em português) de Frances Glessner Lee
A cozinha está bem abastecida, repleta de mantimentos e eletrodomésticos. Há um fogão, uma geladeira cheia de comida, uma mesa com um rolo de macarrão e uma tigela, além de uma pia
O calendário na parede, contendo a imagem de uma caravela, nos diz que estamos em abril de 1944.
Porém, há um "pequeno" detalhe: cada um dos itens está em miniatura, feito à mão, é uma bonequinha está deitada no chão, aparentemente morta, e a causa é desconhecida.
O início da vida de Glessner Lee seguiu uma trajetória não tão surpreendente assim para uma menina de uma família rica, nos Estados Unidos, no final do século XIX. Ela nasceu em Chicago, em 1878, e foi educada em casa juntamente com seu irmão, o George. O irmão acabou frequentando a Univesidade de Havard, mas Glessner Lee não teve o mesmo privilégio que o irmão. O motivo? Bem, seus pais não achavam necessário que terceiros educassem as mulheres.

Assim sendo, sem muitas opções, ela acabou se casando com um advogado e teve três filhos. Eles se divorciaram em 1914, e foi um pouco mais tarde, que Glessner Lee acabou se afastando radicalmente das expectativas geradas em torno dela.

O início da vida de Glessner Lee seguiu uma trajetória não tão surpreendente assim para uma menina de uma família rica, nos Estados Unidos, no final do século XIX. Ela nasceu em Chicago, em 1878, e foi educada em casa juntamente com seu irmão, o George. Na foto acima vemos a antiga casa onde Frances Glessner Lee morava em Chicago
O irmão acabou frequentando a Univesidade de Havard, mas Glessner Lee (na foto) não teve o mesmo privilégio que o irmão. O motivo? Bem, seus pais não achavam necessário que terceiros educassem as mulheres.
Através de seu irmão, Glessner Lee tornou-se amiga de um outro "George", dessa vez, George Burgess Magrath, um estudante de medicina de Harvard, que posteriormente se tornaria o médico-legista chefe do Condado de Suffolk, no estado norte-americano de Massachusetts. Foi a partir dele, que ela aprendeu sobre a investigação forense de cenas de crime, e o quão era difícil resolver casos misteriosos. Isso porque, em grande parte, a investigação das cenas de crimes não tinha metodologia e treinamento adequados.

Ao escrever sobre seus dioramas para o "The Journal of Criminal Law, Criminology e Police Science", em 1952,  Glessner Lee enfatizou a importância de manter uma mente aberta: "... muitas vezes o investigador tem um 'pressentimento', e acaba procurando e encontrando apenas a evidência para apoiá-lo, desconsiderando qualquer outra evidência que possa estar presente. Esta atitude seria calamitosa ao investigar um caso real."

Através de seu irmão, Glessner Lee tornou-se amiga de um outro "George, dessa vez, George Burgess Magrath (na foto), um estudante de medicina de Harvard, que posteriormente se tornaria o médico-legista chefe do Condado de Suffolk, no estado norte-americano de Massachusetts
Assim que ela teve acesso a sua parte na herança familiar, Glessner Lee teve os recursos necessários para apoiar formalmente o desenvolvimento da investigação forense. Ela ajudou a fundar o Departamento de Medicina Legal de Harvard, em 1931, chegou a doar uma coleção de livros e manuscritos, em 1934, que acabariam se tornando a Biblioteca Magrath de Medicina Legal, e realizou uma contribuição financeira substancial na ordem de US$ 250.000 ao departamento que ajudou a fundar, em 1936 (vale ressaltar nesse ponto que o valor doado seria atualmente superior a US$ 4,3 milhões).

Ela chegou a realizar jantares para pesquisadores e os escutou falar sobre os casos investigados. E, assim como um investigador forense faria, ela absorveu os detalhes e identificou um culpado em muitos dos casos: a falta de ferramentas de treinamento.

Glessner Lee ajudou a fundar o Departamento de Medicina Legal de Harvard, em 1931, chegou a dar uma coleção de livros e manuscritos, em 1934, que acabariam se tornando a Biblioteca Magrath de Medicina Legal, e realizou uma contribuição financeiras substancial na ordem de US$ 250.000 ao departamento que ajudou a fundar, em 1936.
"Glessner Lee, em vez de usar suas habilidades domésticas bem refinadas para dar generosas festas para debutantes, magnatas e outros setores de sociedade, subverteu as noções tipicamente aplicadas a uma mulher de sua posição realizando jantares elaborados para pesquisadores que compartilhariam com ela, muitas vezes com detalhes sangrentos, as complexidades de sua profissão. Glessner Lee supervisionou todos os detalhes desses jantares, desde o menu até os arranjos florais. Ela provavelmente poderia dizer-lhe qual era o melhor vinho em meio a uma discussão sobre o corpo de uma pessoa estrangulada encontrado em um banheiro. Porém, Glessner Lee, que pode ter sido a inspiração para a personagem de Angela Lansbury em 'Murder She Wrote', queria fazer mais para ajudar a treinar os investigadores. Ela queria criar uma nova ferramenta para eles", escreveu a arquiteta e educadora Laura J. Miller, em seu excelente ensaio chamado "Denatured Domesticity: An account of femininity and physiognomy in the interiors of Frances Glessner Lee".

Contando com uma certa experiência em criar miniaturas, Glessner Lee começou a trabalhar em seu primeiro diorama. Ela escreveu, sem qualquer exagero: "nenhum esforço foi poupado para tornar cada detalhe perfeito e completo." Uma foto minúscula de casamento é exibida em cima de uma cômoda. Roupas íntimas aparecem estendidas em um varal através da janela. Pequenos jornais têm manchetes legíveis em diferentes tamanhos e fontes, assim como um jornal de verdade.

Ainda segundo Laura J. Miller, "o investigador forense assume a tediosa tarefa de classificar através dos detritos de uma vida doméstica arruinada... o investigador reivindica uma identidade específica e uma agenda: interrogar um espaço e seus objetos através de meticulosas análises visuais."

Contando com uma certa experiência em criar miniaturas, Glessner Lee começou a trabalhar em seu primeiro diorama. Ela escreveu, sem qualquer exagero: "nenhum esforço foi poupado para tornar cada detalhe perfeito e completo."
Uma foto minúscula de casamento é exibida em cima de uma cômoda. Roupas íntimas aparecem estendidas em um varal pela pela janela. Pequenos jornais têm manchetes legíveis em diferentes tamanhos e fontes, assim como um jornal de verdade.
Ainda segundo Laura J. Miller, "o investigador forense assume a tediosa tarefa de classificar através dos detritos de uma vida doméstica, arruinada... o investigador reivindica uma identidade específica e uma agenda: interrogar um espaço e seus objetos através de meticulosas análises visuais."
Os dioramas de cenas de crimes revolucionaram a investigação forense,
e se tornaram obras extremamente respeitadas no mundo acadêmico
Os dioramas não são apenas perfeitamente dimensionados e intensamente detalhados, mas também são altamente funcionais. As fechaduras nas portas e janelas, e até mesmo em uma pequena ratoeira funcionam. Uma pequena cadeira de balanço se move quando empurrada. E, uma vez que o propósito de cada um dos dioramas era recriar a cena de um crime que realmente aconteceu, cada corpo (desde as roupas manchas de sangue até o estado de decomposição dos mesmos) precisou ser feito com muita precisão.

Diorama de Glassner Lee conhecido como "Woodman's Shack" ("Cabana do Lenhador, em português)
Mais detalhes do diorama conhecido como "Woodman's Shack"
Mais alguns outros detalhes do diorama conhecido como "Woodman's Shack"
Glessner Lee criou cerca de dois dioramas por ano, com a ajuda de um carpinteiro, começando no início da década de 1940. Então, esses dois dioramas foram utilizados em seminários. Os alunos tinham cerca de 90 minutos para estudar ambos, e apresentar suas descobertas. Em seguida, os verdadeiros detalhes contidos em cada diorama eram explicados.

Nem todos representavam um caso envolvendo homicídio e, particularmente, um caso bem complicado envolvia simplesmente uma hemorragia cerebral. Contudo, Glessner Lee era inflexível ao dizer, que os dioramas não eram simplesmente enigmas para serem resolvidos.

Glessner Lee criou cerca de dois dioramas por ano, com a ajuda de um carpinteiro, começando no início da década de 1940.
Na foto acima temos Alton Mosher, o carpinteiro de Frances Glesser Lee
"É necessário que entendam, que esses modelos não são 'jogos para adivinhar quem é o criminoso'. Eles não podem ser resolvidos apenas olhando para eles. Eles se destinam a ser um exercício de observação, interpretação, avaliação e relatório. Não há 'solução' a ser determinada", escreveu Glessner Lee.

Frances Glessner Lee também fazia questão de mostrar com riqueza de detalhes o estado de decomposição do corpo das vítimas
Nenhum detalhe da cena de um crime escapava do olhar minucioso de Frances Glessner Lee
Foto do diorama conhecido como "Dark Bathroom" ("Banheiro Escuro", em português)
"É necessário que entendam, que esses modelos não são 'jogos para adivinhar quem é o criminoso'. Eles não podem ser resolvidos ao apenas olhar para eles. Eles se destinam a ser um exercício de observação, interpretação, avaliação e relatório. Não há 'solução' a ser determinada", escreveu Glessner Lee.
De acordo com Kimberlee Moran, Diretora de Ciência Forense da Universidade de Rutgers, no estado norte-americano de Nova Jersey, tanto o nível de detalhe quanto a forma são fundamentais para o ensino das habilidades necessárias.

"Felizmente, com os dioramas, você não pode mexer nas coisas as redor e bagunçar tudo como você faria em uma cena real ou encenada, então os dioramas acabam ensinando habilidades em termos de documentação, pensamento crítico, solução de problemas e observação", disse Kimberlee Moran. Aliás, apesar de suas intenções científicas e motivação em termos de justiça criminal, não há dúvida de que Glessner Lee também mostrou um incrível talento criativo.

Foto do diorama "Living Room" ("Sala de Estar", em português) de Glessner Lee
Detalhe de uma parte do diorama "Living Room")
Notem o nível de precisão, acabamento e detalhes, que estão em cada diorama de Glessner Lee.
No caso do diorama "Living Room" percebam a diferença entre as fontes e tamanhos das letras.
Mais uma foto mostrando a riqueza de detalhes do diorama "Living Room"
Foto mostrando a visão aproximada do corpo da vítima no diorama "Living Room"
"Frances Glessner Lee não pensou em si mesma como artista, provavelmente em grande parte, porque sua principal preocupação era que os dioramas fossem levados a sério como ferramentas científicas, mas isso não nega a arte dos mesmos, ou que, de fato, a origem de sua engenhosa solução foi sua habilidade feminina para o artesanato", disse Nora Atkinson, curadora da Galeria Renwick do Museu Smithsoniano Americano de Arte.

Nora Atkinson também apontou que, embora os dioramas fossem baseados em casos reais, Glessner Lee tomou todas as outras decisões pertinentes aos mesmos, incluindo onde objetos e outras peças do cenário deveriam aparecer, e que não fossem relacionadas as evidências específicas do crime.

"Devido sua atenção a esses detalhes e seleção de casos, seu trabalho brilha de uma maneira que poderia ser negligenciada se estes fossem examinados puramente de uma perspectiva científica. Há uma grande metáfora, que pode ser intuitiva nos dioramas, se tornando uma grande biografia", completou.

Nora Atkinson também apontou que, embora os dioramas sejam baseados em casos reais, Glessner Lee tomou todas as outras decisões pertinentes aos mesmos, incluindo onde objetos e outras peças do cenário deveriam aparecer, e que não fossem não relacionadas as evidências específicas do crime.
Glessner Lee escolheu definir as cenas de crime em locais, que eram bem distantes de sua própria educação privilegiada: uma casa de pensão, um salão etc. Na maioria dos casos, as residências das vítimas sugerem que as mesmas pertencem a classe operária ou média. Dos 19 dioramas ainda existentes (acredita-se que 20 foram construídos ao custo médio de US$ 6.000 cada um), 11 das vítimas são mulheres.

Foto do diorama "Striped Bedroom" ("Quarto listrado", em português) de Glessner Lee
Glessner Lee escolheu definir as cenas de crime em locais, que eram bem distantes de sua própria educação privilegiada: uma casa de pensão, um salão etc. Na maioria dos casos, as residências das vítimas sugerem que as mesmas pertencem a classe trabalhadora
Dos 19 dioramas ainda existentes (acredita-se que 20 foram construídos ao custo médio de US$ 6.000 cada um),
11 das vítimas são mulheres.
"Um esforço foi feito para ilustrar não somente a ocorrência de uma morte pelo status social e financeiro dos envolvidos, mas como o estado de espírito do mesmos no momento em que a morte aconteceu", escreveu Glessner Lee.

Glessner Lee evitou comparecer as convenções das mulheres de sua classe e de sua idade. Ela começou a criar os dioramas, quando tinha por volta de 60 anos (um artigo de revista da década de 1940 sobre ela, tinha a seguinte manchete "Vovó: Detetive aos Sessenta e Nove"). No entanto, graças a sua inventividade e criatividade, além do seu apoio financeiro a essa área, ela alterou os métodos de treinamento dos investigadores forenses até chegar ao ponto, que ela foi chamada de "Mãe da Investigação Forense". Em 1943, ela se tornou a primeira mulher nos Estados Unidos a ser nomeada como capitã de polícia.

Frances Glessner Lee entrou em um campo, que era dominado apenas por homens
Em 1943, ela se tornou a primeira mulher nos Estados Unidos a ser nomeada como capitã da polícia
Graças a sua inventividade e criatividade, além do seu apoio financeiro a essa área, Glessner Lee alterou os métodos de treinamento dos investigadores forenses até chegar ao ponto, que ela foi chamada de "Mãe da Investigação Forense"
Glessner Lee evitou comparecer as convenções das mulheres de sua classe e de sua idade. Ela começou a criar os dioramas, quando tinha por volta de 60 anos (um artigo de revista da década de 1940 sobre ela, tinha a seguinte manchete "Vovó: Detetive aos Sessenta e Nove")
Além disso, talvez existam mais pistas em seus dioramas do que Glessner Lee pretendia. Os dois modelos favoritos de Nora Atkinson são "Three Room Dwelling" ("Residência de Três Quartos", em português), o único que conta com um homicídio múltiplo, e o "Attic" ("O Sótão"). Segundo Nora, o primeiro, ao contrário dos demais, descreve "uma família jovem, aparentemente feliz, em uma casa de classe média bem organizada, cercada por uma pequena cerca branca, com brinquedos espalhados pela varanda. Já o segundo mostra uma mulher mais velha que parece ter se enforcado.

"Em razão da bagunça ao redor da sala, a evidência sugere que ela pode ter ficado desanimada devido a solidão. As antigas cartas espalhadas na sala e os objetos empoeirados e antiquados preenchem o espaço, uma espécie de metáfora sugerindo que ela mesma se sentiu antiquada e sem utilidade para alguém", disse Nora Atkinson.

Visão lateral do diorama de Frances Glessner Lee chamado "Three Room Dwelling" ("Residência de Três Quartos", em português)
Visão superior do diorama "Three Room Dwelling" onde um casal aparece morto
No quarto ao lado do diorama "Three Room Dwelling"é possível encontrar um bebê, que foi morto com um
tiro na cabeça em seu próprio berço
Visão geral do quarto do bebê no diorama "Three Room Dwelling"
"Quando olho para essa família jovem e idealizada, penso na experiência de Frances sobre a 'felicidade' doméstica que, em vez disso, terminou em divórcio. E quando olho para essa idosa, lembro-me de que Frances só conseguiu finalmente seguir o que ela amava, quando ela chegou aos 60 e poucos anos e, para ela, a velhice significava liberdade", completou.

Diorama de Frances Glessner Lee chamado de "Attic" ("O Sótão")
Detalhe dos pés da senhora que aparece enforcada no diorama "O Sótão"
Detalhe das cartas encontradas espalhadas no chão no diorama "O Sótão"
Em 1945, os dioramas de Glessner Lee foram doados ao Departamento de Medicina Legal de Harvard para o uso em seminários de ensino e, quando esse departamento foi dissolvido em 1966, eles foram transferidos para o Escritório do Médico Legista de Maryland, onde permanecem expostos ao público, e continuam sendo utilizados no ensino da investigação forense.

Frances Glessner Lee nos deixou em 27 de janeiro de 1962, aos 83 anos. Em seu obituário publicado no jornal "The New York Times", um dia após a sua morte, foi citada uma frase dela, proferida durante uma entrevista para Harvester Company onde ela disse: "Felizmente, nasci com uma colher de prata na minha boca. Isso me deu tempo e dinheiro para seguir meu hobby em termos de detecção científica de crimes".

Em 1945, os dioramas de Glessner Lee foram doados ao Departamento de Medicina Legal de Harvard para o uso em seminários de ensino e, quando esse departamento foi dissolvido em 1966, eles foram transferidos para o Escritório do Médico Legista de Maryland, onde permanecem expostos ao público, e continuam sendo utilizados no ensino da investigação forense
Detalhe do local onde os dioramas de Frances Glessner Lee ficam expostos no Escritório do Médico Legista de Maryland
Frances Glessner Lee nos deixou em 27 de janeiro de 1962, aos 83 anos. Em seu obituário publicado no jornal "The New York Times", um dia após a sua morte, foi citada uma frase dela, proferida durante uma entrevista para Harvester Company onde ela disse: "Felizmente, nasci com uma colher de prata na minha boca. Isso me deu tempo e dinheiro para seguir meu hobby em termos de detecção científica de crimes".
Pela primeira vez, desde 1966, todos os 19 dioramas, que mais parecem pequenas casas de bonecas, serão exibidas ao público na Galeria Renwick, em Washington, D.C., nos Estados Unidos, entre os dias 20 de outubro de 2017 e 28 de janeiro de 2018.

Apesar de não estar lá para conferir tudo isso de perto, é possível notar cada detalhe, incrivelmente planejado, em cada foto. Caso viaje para a capital norte-americana nessas férias, e goste desse assunto, não deixe de conferir essa exposição!

Pela primeira vez, desde 1966, todos os 19 dioramas, que mais parecem pequenas casas de bonecas, serão exibidas ao público na Galeria Renwick, em Washington, D.C., nos Estados Unidos, entre os dias 20 de outubro de 2017 e 28 de janeiro de 2018


Como se não bastasse toda essa história de vida e contribuição para a investigação forense de cenas de crime, Frances Glassner Lee acabou influenciando outros artistas a criarem trabalhos semelhantes. É exatamente isso que iremos conferir, de forma bem rápida, a seguir!

A Influência de Frances Glessner Lee em Outros Artistas ao Redor do Mundo


Conforme dissemos anteriormente, a influência de Glessner Lee permanece viva fora do mundo do forense. Artistas como Ilona Gaynor, Abigail Goldman e Randy Hage assumiram projetos, que parecem ser inspirados em seus dioramas mortais. Contudo, um dos trabalhos que possui uma referência praticamente direta ao trabalho de Frances Glessner Lee é um espetáculo chamado "Speakeasy Dollhouse".

Quando a artista e autora Cynthia von Buhler ficou sabendo das circunstâncias misteriosas, que cercaram o assassinato de seu avô em 1935, ela foi inspirada por Glessner Lee para criar suas próprias casas de bonecas artesanais para tentar dar sentido a isso. Ela projetou e construiu representações em pequena escala de cenas de sua história familiar: o estabelecimento destinado a venda ilícita de bebidas do avô, um quarto de hospital e um apartamento. Além, é claro, de bonecas feitas à mão para representar todo o seu drama familiar.

Quando a artista e autora Cynthia von Buhler (na foto) ficou sabendo das circunstâncias misteriosas, que cercaram o assassinato de seu avô em 1935, ela foi inspirada por Glessner Lee para criar suas próprias casas de bonecas artesanais para tentar dar sentido a isso
Assim como Glessner Lee, ela reconstruiu seus modelos a partir de entrevistas, fotos, registros policiais, relatórios de autópsias e outros documentos oficiais e familiares, ou seja, tudo aquilo que ela conseguiu ter acesso. A esperança era de que nesses espaços e, literalmente, ao reconstruir os eventos, fosse possível revelar novos aspectos da história.

Assim como Glessner Lee, Cynthia reconstruiu seus modelos a partir de entrevistas, fotos, registros policiais, relatórios de autópsias e outros documentos oficiais e familiares, ou seja, tudo aquilo que ela conseguiu ter acesso
A esperança era de que nesses espaços e, literalmente, ao reconstruir os eventos,
fosse possível revelar novos aspectos da história.
Mais uma imagem de uma das casas de bonecas criadas por Cynthia Von Buhler
Então, Cynthia Von Buhler elevou o nível de toda essa história ao dar boas-vindas às pessoas em sua própria casa de bonecas, porém em tamanho real. Em 2011, ela recriou seus modelos em escala humana em um bar temático especial em Nova York, contratando atores para representar as "bonecas" em uma experiência de teatro totalmente imersiva, que se desenrola ao redor dos visitantes, sendo que para cada um é atribuído um pequeno papel.

Foto referente ao espetáculo "Speakeasy Dollhouse: The Bloody Beginning"
Foto referente ao espetáculo "The Illuminati Ball"
Assim sendo, o espetáculo chamado "Speakeasy Dollhouse"é uma experiência absolutamente incrível e única. Dependendo da sua seriedade ao desempenhar o seu papel, você pode entrar cada vez mais fundo no mistério familiar de Cynthia Von Buhler. Atualmente, o espetáculo teatral imersivo em cartaz, por assim dizer, é o "The Illuminati Ball" (de tempos em tempos outras histórias ou narrativas são criadas), que conta com ingressos e datas limitadas tanto para esse ano, quanto para o ano que vem.

Enfim, espero que tenham gostado de saber sobre a história de Frances Glessner Lee, seus dioramas, a importância dos mesmos para a investigação forense, além de conhecer um pouco mais sobre o trabalho de outros artistas que se inspiraram em Glessner Lee, e criaram trabalhos ainda mais espetaculares. 

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://harvardmagazine.com/2005/09/frances-glessner-lee-html
http://mentalfloss.com/article/504015/frances-glessner-lees-crime-dioramas-are-getting-their-own-smithsonian-exhibition
http://www.atlasobscura.com/articles/frances-glessner-lee-crime-scence-forensics-investigation-dioramas
https://americanart.si.edu/exhibitions/nutshells
https://www.nlm.nih.gov/visibleproofs/galleries/biographies/lee.html
https://www.smithsonianmag.com/arts-culture/murder-miniature-nutshell-studies-unexplained-death-180949943/

Uma Mulher Foi "Possuída pelo Espírito de uma Criança" que Atacou seu Marido em um Teatro Mal-AssombradO, na Inglaterra?

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Por Marco Faustino

Dificilmente, a Inglaterra ou algum país do Reino Unido ficaria muito tempo sem aparecer por aqui, quando o assunto é referente a supostos fantasmas. A última vez que isso aconteceu, há praticamente um mês, foi quando abordamos três estranhos casos envolvendo supostos "lobisomens" e "ataques de fantasmas" em cidades da Inglaterra e da Escócia. Naquela ocasião tivemos um caso relacionado a um suposto "lobisomem" uivando durante a madrugada na pequena cidade de Stornoway, na Escócia, posteriormente abordamos a história de um guia turístico, que teria tido sua mão queimada pelo fantasma de um assassino, que foi enforcado em uma prisão inglesa e, por último, o caso de um investigador paranormal, que teria conseguido se comunicar com um espírito. Nesse último caso, o espírito "disse" através de um dispositivo eletrônico, que ele queria a alma do investigador. Com certeza eram três casos muito exóticos, peculiares e que, para variar, só podiam ter acontecido no Reino Unido mesmo. (leia mais: Conheça 3 Estranhos Casos Envolvendo Supostos "Lobisomens" e "Ataques de Fantasmas" em Cidades da Inglaterra e da Escócia!).

Aliás, no Reino Unido existe o que chamo de "indústria do paranormal", um verdadeiro esquema montado ao longo dos séculos, onde dezenas ou centenas de pequenos grupos destinados a uma suposta investigação de cunho paranormal são criados, centenas de passeios fantasmagóricos são realizados e uma verdadeira fortuna circula entre algumas agências de notícias, que pagam um bom dinheiro por praticamente qualquer história, não importa o quão interessante ou estúpida seja, visto que as mesmas são vendidas por um preço ainda maior para os tabloides britânicos. A partir de então, os casos começam a circular pelo mundo, e vocês normalmente têm conhecimento através de pequenos textos em sites de notícias, que também não fazem a mínima questão de prover uma melhor qualidade de informação. É extremamente complicado ver que toda essa "indústria do paranormal" sobrevive tão somente, porque os próprios veículos de comunicação não fazem a menor questão de mostrar as pessoas a realidade por trás dos casos.

Dessa vez, o caso envolve dois personagens, que já apareceram aqui em outra ocasião, mais precisamente naquela matéria dos três inusitados casos de supostos fantasmas onde o desconhecido aparentemente não foi levado a sério, na Inglaterra: o casal Sean Reynolds e Rebecca (também chamada de Bex ou Becky) Palmer, sendo que ambos são os responsáveis por um "série" chamada "The Ghost Dimension", cujos episódios são exibidos pela "Amazon Prime Video" (uma espécie de plataforma online de vídeos, semelhante a Netflix) desde o ano passado. O casal estava no Teatro das Artes de New Mills, que fica localizado na própria cidade de New Mills, no condado de Derbyshire, para realizar uma filmagem para a série de investigação paranormal que possuem, após avistamentos de "figuras sombrias" (guardem bem esse termo, porque será importante) no prédio de 100 anos de idade. Durante a gravação, Rebecca teria sido possuída pelo "espírito de uma criança", agarrado uma boneca, e até mesmo chamado incessantemente por sua mãe. Em um determinado momento, Sean tentou se aproximar de sua esposa para consolá-la. Porém, quando ele se aproximou, Sean teria sido empurrado para longe pela entidade. Um caso bem estranho, mas será foi realmente isso que aconteceu? Vamos saber mais sobre esse assunto?

Conheça Alguns Casos Anteriores Envolvendo o Casal Sean Reynolds e Rebecca Palmer


Antes de abordamos o caso em questão é fundamental que você saiba de duas coisas. A primeira delas é que todo o material foi fornecido pela agência de notícias "Mercury Press and Media", que apenas coleta as informações, depoimentos, fotos e vídeos e monta um texto básico sobre o ocorrido. Resumindo? Não há qualquer tipo de investigação e nenhuma preocupação se o conteúdo oferecido é falso ou não, ou seja, depende de você meramente acreditar no que é contado pelas pessoas, que vendem suas respectivas histórias para eles. Essa é apenas uma pequena parte da "indústria do paranormal" no Reino Unido, onde qualquer coisa pode ser tornar inexplicável na mão das agências de notícias e dos tabloides britânicos. Já a segunda é o histórico de ambos na mídia britânica.

Por volta do dia 13 de julho desse ano, os tabloides britânicos divulgaram que o casal Sean e Rebecca, pais de três filhos, tinham registrado imagens de uma "figura sombria encapuzada" (não disse que seria importante?), que eles acreditavam que fosse o fantasma de um sacerdote egípcio, que por sua vez assombraria um determinado museu onde sua "múmia" era mantida.

Por volta do dia 13 de julho desse ano, os tabloides britânicos divulgaram que um casal, Sean e Rebecca, tinham registrado imagens de uma "figura sombria encapuzada", que eles acreditavam que fosse o fantasma de um sacerdote egípcio, que por sua vez assombraria o museu onde sua "múmia" era mantida.
No vídeo seria possível ver, que os "equipamentos caça-fantasmas" pertencentes a esse casal em questão, teriam emitido sinais sonoros, como se algo tivesse sido detectado, antes que uma "sombra fosse vista caminhando" na frente da câmera, indo em direção, aparentemente, a uma pequena câmara onde continha o sarcófago dessa múmia. O casal teria realizado as imagens no mês de março desse ano, no interior do Museu da Cidade de Leeds. Contudo, a história sobre esse caso não é tão simples quanto a filmagem realizada por ambos.



Foto da fachada principal do Museu da Cidade de Leeds, na Inglaterra
No texto que foi amplamente divulgado pelos tabloides britânicos foi mencionado, que o museu abrigava o sarcófago de um antigo sacerdote egípcio chamado "Nesyamun", que teria morrido há 3.000 anos, cujo espírito teria sido avistado naquela noite pelo casal, que mora em Liverpool, no condado de Merseyside, na Inglaterra.

Confira o vídeo abaixo, que foi divulgado por esse casal, onde supostamente apareceria "o fantasma de Nesyamun", em um canal de terceiros, no YouTube (em inglês, mas é possível acompanhar sem nenhum problema as imagens, visto que é bem intuitivo):



"Todo o equipamento estava enlouquecido, e isso só acontece se algo faz com que os alarmes disparem. A responsável por operar a câmera era a Jane, a mesma que teria inicialmente visto a estranha sombra. Não vimos isso na hora, então tivemos que acreditar que havia algo no local", disse Sean.

"Quando fomos editar o vídeo, ficamos torcendo para que aquilo não tivesse sido algo que somente a Jane tivesse visto com seus próprios olhos. Foi ótimo ver que, na verdade, conseguimos registrar algo assim, e de forma tão clara", continuou.

"Todo o equipamento estava enlouquecido, e isso só acontece se algo faz com que os alarmes disparem. A responsável por operar a câmera era a Jane, a mesma que teria inicialmente visto a estranha sombra. Não vimos isso na hora, então tivemos que acreditar que havia algo no local", disse Sean (à direita).
"Quando fomos editar o vídeo, ficamos torcendo para que aquilo não tivesse sido algo que a Jane tivesse visto apenas com seus próprios olhos. Foi ótimo ver que, na verdade, conseguimos registrar algo assim, e de forma tão clara", continuou
"A parte superior da sombra tinha um formato de um capuz pontudo, e caminhou direto para o sarcófago, à direita. É o sarcófago de um sacerdote chamado Nesyamun. Definitivamente, acredito que poderia ser o seu espírito. Até onde sei, o museu é bem ativo em relação aos relatos de avistamento de Nesyamun", completou.

"Por mais que eu acredite no paranormal, gosto de ser cético, então a primeira coisa que fazemos ao registrar algo é tentar desmistificá-lo. Para que pudéssemos criar essa sombra teria que haver uma luminosidade atrás de nós, mas não havia. Não havia ninguém caminhando atrás de nós. Aliás, é possível dizer que havia algo lá, dava para sentir isso", acrescentou.

Trecho de vídeo onde Sean e Rebecca parecem notar alguma coisa no interior do Museu da Cidade de Leeds, na Inglaterra
"A parte superior da sombra tinha um formato de um capuz pontudo, e caminhou direito para o sarcófago, à direita. É o sarcófago de um sacerdote chamado Nesyamun. Definitivamente, acredito que poderia ser o seu espírito. Até onde sei, o museu é bem ativo em relação aos relatos de avistamento de Nesyamun", completou
Segundo o material divulgado, o casal Sean e Rebecca usou um equipamento chamado "Rem Pod", destinado a "detectar distúrbios ou flutuações energéticas", e algo que foi classificado, literalmente, como "detector de sombras", sendo que ambos teriam emitido alertas sonoros durante o vídeo.

Para vocês terem uma ideia, a maior texto do texto era destinado a mostrar quem era o casal, provavelmente uma tentativa de transmitir credibilidade diante de uma evidência bem questionável. Foi mencionado, por exemplo, que o casal morava em um cemitério, e começaram a "caçar fantasmas", quando "eles se juntaram", e começaram a produzir séries de TV tais como: "The PAST Hunters" e "Ghost Dimension." O primeiro encontro de Sean com o mundo dos espíritos teria sido quando ele tinha 15 anos, ao acordar no meio da noite e se deparar com um fantasma de um "cara grande" sentado aos pés da sua cama, vestindo uma roupa de lenhador e acariciando seu cachorro. Porém, Sean não teria explorado ou vivenciado nada paranormal, além dessa experiência, até encontrar a Rebecca.

Foto mostrando a equipe do programa "Ghost Dimensions", cujos responsáveis são o Sean e Rebecca
"Tudo começou quando tinha 15 anos. Lembro-me de acordar, e o meu cachorro, o Sam, estava dormindo nos pés da minha cama e, quando movi a coberta, vi esse cara sentado, acariciando-o. Era um fantasma de um cara bem grande, e estava usando roupas de lenhador. Sendo apenas um adolescente, coloquei a coberta sobre a minha cabeça e voltei a dormir. Porém, quando contei a minha mãe no dia seguinte, ela me disse que soava exatamente como alguém que ela conhecia, e que tinha morrido. Nunca deixei de acreditar, mas não havia explorado o paranormal adequadamente até conhecer a Rebecca", disse Sean.

Para finalizar, ainda de acordo com o material divulgado, a múmia de Nesyamun teria sido transferida para Museu da Cidade de Leeds em 1823, e foi reconhecida como sendo uma das múmias mais notáveis da Grã-Bretanha.

"Nesyamun sempre foi uma das nossas exposições mais populares, sendo que seus restos mortais incrivelmente bem preservados e sua história cativante fascinaram gerações de frequentadores de museus. Embora não tenhamos conhecimento de qualquer relato de atividade paranormal no museu, nossa galeria dos 'Antigos Mundos'é um lugar muito atmosférico, que muitas vezes captura a imaginação dos visitantes", disse um porta-voz do Conselho da Cidade de Leeds, que não foi identificado na matéria.

Conheça Aquilo que Não Fizeram Questão, que Você Soubesse em Relação a Toda Essa História Sobre o "Fantasma" de um Sacerdote Egípcio


Nessa parte vamos contar aquilo, que não fizeram questão alguma que você soubesse em relação a toda essa história. Primeiramente, a múmia de Nesyamun (também conhecida como a "Múmia de Leeds") se encontra desde 1823 no Museu da Cidade Leeds, quando a mesma foi doada para a cidade pela Sociedade Filosófica e Literária de Leeds, uma vez que a mesma pertencia ao Museu Bullock, em Londres. Aquela era uma época imperial e a exploração estava a pleno vapor, visto que inúmeras preciosidades do Antigo Egito, descobertas no deserto, circulavam pelo continente europeu.

A múmia de Nesyamun (também conhecida como a "Múmia de Leeds") se encontra desde 1823 no Museu da Cidade Leeds, quando a mesma foi doada para a cidade pela Sociedade Filosófica e Literária de Leeds, uma vez que a mesma pertencia ao Museu Bullock, em Londres
Pouco depois de ter sido comprada pela Sociedade Filosófica e Literária de Leeds, realizou-se uma autópsia e foi descoberto, que Nesyamun havia sido colocado dentro de dois sarcófagos, envolto em mais de 40 camadas de linho, e que havia uma camada de especiarias, incluindo canela, que havia sido colocada bem próxima de sua pele. Ao desenrolar as ataduras, foram encontradas joias e outros ornamentos. Na época em que a autópsia foi realizada, uma das equipes teria atestado o quão boa era a condição da pele da múmia, descrevendo-a como "macia e oleosa ao toque."

Especialistas acreditavam, que Nesyamun tivesse sido um sacerdote egípcio do alto escalão, que portava incensos, e era escriba no templo de Amun, no complexo de Karnak, na cidade de Tebas, no Antigo Egito, é claro. Devido a um ornamento de couro encontrado em suas ataduras, deduziu-se que ele teria vivido durante o reinado de Ramsés XI, entre 1.113 e 1.085 a.C,, quando ele ascendeu ao posto de sacerdote "waab." Estudos recentes teriam apontado, que Nesyamun provavelmente morreu após uma severa reação alérgica. A parte externa do seu sarcófago foi pintado com cenas do famoso "Livro dos Mortos", onde retratavam Nesyamun realizando oferendas para as deidades, enquanto rezava pelo sucesso, a vida após a morte e o contato com os deuses.

Como curiosidade, essa teria sido a única múmia do Museu da Cidade de Leeds, que teria resistido aos bombardeios alemães durante a II GM, porém ela não saiu totalmente ilesa, visto que seu nariz teria sido completamente danificado.

A parte externa do seu sarcófago foi pintado com cenas do famoso "Livro dos Mortos", onde retratavam Nesyamun realizando oferendas para as deidades, enquanto rezava pelo sucesso, a vida após a morte e o contato com os deuses
Como curiosidade, essa teria sido a única múmia do Museu da Cidade de Leeds, que teria resistido aos bombardeios alemães durante a II GM, porém ela não saiu totalmente ilesa, visto que seu nariz teria sido completamente danificado.
Por outro lado, não foi possível encontrar nenhum relato disponível publicamente, na internet ou de supostos frequentadores em fóruns de discussão, que tenham visto o "espírito de Nesyamun" vagando pelo museu. Não há absolutamente nada nesse sentido.

Além disso, apesar de não ter sido identificado no material disponibilizado pela Mercury Press and Media / Caters (ressaltando que a Caters é uma agência "irmã" da Mercury Press and Media), um porta-voz do Conselho da Cidade de Leeds disse que não havia conhecimento de quaisquer relatos de supostas atividades paranormais no museu.Estranho, não é mesmo?


Reconstituição 3D do que seria o rosto de sacerdote egípcio Nesyamun
Nesse ponto, algumas pessoas podem dizer, que a ausência de relatos não significa que, em algum momento, algo assim possa acontecer (por mais que isso não faça muito sentido), porém essa ausência de relatos, pelo menos em relação ao Museu da Cidade de Leeds, data de 1823, ou seja, há 194 anos ninguém comenta sobre um espírito de um sacerdote egípcio vagando pelo museu. Assim sendo, não faço a mínima ideia de onde tiraram essa história.

De qualquer forma, não podemos nos esquecer que Sean e Rebecca são os responsáveis por um "série" chamada "The Ghost Dimension", cujos episódios são exibidos pela "Amazon Prime Video" (uma espécie de plataforma online de vídeos, semelhante a Netflix) desde o ano passado. Para uma série destinada a apresentar casos paranormais sobreviver é necessário que os tais casos aconteçam, não é mesmo? Aliás, os episódios referentes ao Museu da Cidade de Leeds (episódios 6 e 7), assim como todos aqueles relativos a segunda temporada, foram liberados ao público no dia 28 de fevereiro desse ano, ou seja, a informação fornecida de que as imagens teriam sido realizadas no mês de março não procedem. Para completar, o casal também é um velho conhecido dos tabloides britânicos, visto que havia sido publicado uma matéria sobre eles no "Daily Mirror", em 2014.

Os episódios referentes ao Museu da Cidade de Leeds (episódios 6 e 7), assim como todos aqueles relativos a segunda temporada, foram liberados ao público no dia 28 de fevereiro desse ano, ou seja, a informação fornecida de que as imagens teriam sido realizadas no mês de março não procedem
Agora, a melhor parte e uma das melhores demonstrações, que o desconhecido muito provavelmente não foi levado a sério nesse caso, é que essa não é a primeira vez no ano, que Sean e Rebecca aparecem na mídia britânica alegando ter filmado um "figura sombria" ou um "vulto fantasmagórico".

No fim do mês de março, um novo material gerado novamente pela agência de notícias "Mercury Press and Media", apontou que "um pai de família acreditava ter registrado o fantasma de um monge chamado 'Cuthbert' diante de uma câmera, cuja filmagem mostrava uma figura sombria encapuzada, espreitando um pub inglês durante a noite.". Coincidência?

Trecho da matéria sobre o "fantasma de um sacerdote egípcio",
mencionando uma "figura sombria encapuzada"
Trecho da matéria sobre o fantasma de um monge, também mencionando uma "figura sombria encapuzada."
No texto era mencionado, que Sean Reynolds tinha visitado um pub chamado "The Rutland Arms" na cidade de Newark, no condado de Nottinghamshire, para gravar um episódio para uma "série de TV", justamente o "The Ghost Dimension." A câmera de Sean estava apontada justamente na direção de uma janela, onde momentos depois apareceria a tal "figura sombria encapuzada", que aparenta ter o mesmo perfil daquele senhor, que aparece juntamente com o casal na filmagem no Museu da Cidade de Leeds. Vale ressaltar nesse ponto, que aquele senhor pertence a equipe do programa "The Ghost Dimension", que conta com mais de 10 membros. Tanto no caso do pub em Newark, quanto do Museu da Cidade de Leeds, não há registro em vídeo da tal "figura sombria encapuzada" a partir de nenhuma outra câmera, apesar de vermos nitidamente a presença de outras câmeras nos locais.

Para completar, no caso do Museu da Cidade de Leeds, era nítido que havia diversos focos de luz espalhados pelo ambiente, e que a sombra era perfeitamente compatível com uma pessoa de "carne e osso" passando atrás de quem estava filmando. Seria até mesmo possível arriscar e dizer, que muito provavelmente a sombra era daquele mesmo senhor que aparece na filmagem. Infelizmente, existem diversos elementos apontando, que ambos os casos sejam tão somente farsas destinadas a promover uma determinada série, que visa apresentar algo de cunho paranormal ou sobrenatural a cada episódio.

A câmera de Sean estava apontada justamente na direção de uma janela, onde momentos depois apareceria
a tal "figura sombria encapuzada", que aparenta ter o mesmo perfil daquele senhor, que aparece juntamente
com o casal na filmagem no Museu da Cidade de Leeds.


Para completar, no caso do Museu da Cidade de Leeds, era nítido que havia diversos focos de luz espalhados pelo ambiente, e que a sombra era perfeitamente compatível com uma pessoa de "carne e osso" passando atrás de quem estava filmando. Seria até mesmo possível arriscar e dizer, que muito provavelmente a sombra era daquele mesmo senhor que aparece na filmagem.
Agora que você já está munido desse pequeno histórico recente sobre os "casos investigados" pelo casal Sean e Rebecca, eis o momento de apresentarmos o caso principal dessa postagem. A suposta possessão de Rebecca e o suposto empurrão sobrenatural que Sean teria sofrido.

O Espírito de uma Criança que Teria Possuído o Corpo de uma Mulher Teria Empurrado o Seu Marido Durante uma Investigação Paranormal?


No texto que foi amplamente divulgado pelos tabloides britânicos na semana passada, inicialmente foi mencionado que Sean Reynolds e Rebecca Palmer, ambos atualmente com 34 anos de idade, tinham visitado um teatro "mal-assombrado" na Grande Manchester, o Teatro das Artes de New Mills. 

Durante a investigação, Rebecca teria sido "possuída" pelo espírito de uma criança. De acordo com Sean, quando ele tentou se aproximar de sua esposa, ele teria sido empurrado e derrubado pela "energia estática" do espírito.  Embora o "terrível incidente" tivesse deixado Rebecca, que é mãe de três filhos, abalada, ela disse que se sentia honrada de que um espírito a escolhesse como um receptáculo.



No texto que foi amplamente divulgado pelos tabloides britânicos na semana passada, inicialmente foi mencionado que Sean Reynolds e Rebecca Palmer, ambos atualmente com 34 anos de idade, tinham visitado um teatro "mal-assombrado" na Grande Manchester, o Teatro das Artes de New Mills
Durante a investigação, Rebecca teria sido "possuída" pelo espírito de uma criança. De acordo com Sean, quando ele tentou se aproximar de sua esposa, ele teria sido empurrado e derrubado pela "energia estática" do espírito.
O teatro passou por uma pequena reforma em 2015, porém ainda muito trabalho a ser feito para em relação a diversas parte do teatro e principalmente seu telhado. O dinheiro para obras vem basicamente através da arrecadação do próprio teatro ou então da doação de moradores locais. Resumindo? É um prédio muito antigo e precisa de muitas reformas para continuar respirando por assim dizer
"Assim que entramos na sala, pude sentir que havia algo diferente lá, um tipo diferente de energia. Continuei perguntando aos demais, 'vocês estão sentindo isso?', mas ninguém conseguia sentir nada. Então, comecei a ouvir uma voz, de uma criança pequena dizendo algo. Não conseguia ouvir o que diziam, mas definitivamente era uma voz de criança. Eu podia ouvi-los conversando e rindo. Eu perguntei, mas ninguém conseguia ouvir, senti que estava ficando louca. Então, de repente, isso aconteceu", disse Rebecca Palmer.

"Não consigo lembrar muito do que aconteceu. Lembro-me de ser uma criança, mas tudo era como se fosse uma névoa. Quando eu saí disso, senti como se estivesse sonhando, e você se lembra de algumas partes, mas não consegui juntar todas elas. Foi bem assustador. Não consegui parar de tremer e me senti muito fraca e drenada. Quando estávamos indo em direção as demais salas, senti que a menina ainda estava comigo, seguindo-me. Continuava recebendo vibrações de como ela estava sentindo, ela estava tão triste", continuou.

O casal Sean Reynolds e Rebecca Palmer
"Sendo mãe, foi realmente difícil saber que eu tinha sido tomada pelo espírito de uma criança que havia morrido. Realmente, me afetou emocionalmente. Foi realmente perturbador. Embora eu tenha ficado muito abalada após o evento, senti-me empoderada e honrada de que um espírito real tivesse me escolhido como um receptáculo para se comunicar. Foi tão chocante ver o vídeo e ver o que aconteceu. Não conseguia acreditar que a energia tinha sido tão poderosa, que derrubou o Sean e o arremessou para longe de mim. Por que aquilo faria isso? É tão estranho. Tento nunca duvidar do poder do mundo espiritual e aquela noite no teatro prova quão perigoso pode ser o mundo paranormal", completou.

Confira o vídeo que foi divulgado pela imprensa britânica através de um canal de terceiros, no YouTube:



Durante a possessão de Rebecca na sala destinada à troca de roupa e concentração dos atores, o "equipamento caça-fantasmas do casal", projetado para "capturar energia paranormal", pode ser ouvido de maneira errática ao fundo. Os caçadores de fantasmas usaram um dispositivo chamado "Ovilus", que eles acreditam que os espíritos podem manipular para produzir palavras. Enquanto filmava, Sean alegou que o Ovilus produziu as palavras "exaurir", "quinze", "suficiente" e "mamãe".

Os caçadores de fantasmas usaram um dispositivo chamado "Ovilus",
que eles acreditam que os espíritos podem manipular para produzir palavras
Enquanto filmava, Sean alegou que o Ovilus produziu as palavras "exaurir", "quinze", "suficiente" e "mamãe".
Enquanto o "espírito da criança estava controlando Rebecca", Sean disse que se sentiu muito impotente e preocupado ao ponto de pensar que eles não conseguiriam trazer sua esposa de volta. Felizmente, o responsável pela filmagem, Paul Jowett que tem uma "vasta experiência fazer com que espíritos saiam dos seus hospedeiros humanos", estava próximo para "libertar Rebecca do domínio do espírito da criança."

"Foi tão difícil emocionalmente ver a Bex assim. Nunca vi nada parecido antes. Sabia que precisava tentar me comunicar com o espírito, mas também eu estava realmente preocupado sobre como isso poderia afetar a Bex, e se seria possível conseguir que a criança a deixasse sozinha. Fiquei chocado e me senti bem impotente. Em um minuto eu estava sentado na sala com minha parceira e, no seguinte, não era mais a Bex", disse Sean.

"Foi tão difícil emocionalmente ver a Bex assim. Nunca vi nada parecido antes. Sabia que precisava tentar me comunicar com o espírito, mas também eu estava realmente preocupado sobre como isso poderia afetar a Bex, e se seria possível conseguir que a criança a deixasse sozinha", disse Sean.
"Fiquei chocado e me senti bem impotente. Em um minuto eu estava sentado na sala com minha parceira e,
no seguinte, não era mais a Bex
", continuou.
Detalhe da boneca ou boneco que Rebecca segura em suas mãos
Momento que Rebecca começa a chamar pela mãe
"Quando estiquei a mão para tocá-la, senti essa forte carga estática passar por mim. Foi essa força poderosa que me empurrou para trás e me jogou no chão. Toda a equipe entrou em pânico. Não acredito que nenhum de nós tenha experimentado uma energia tão poderosa antes. Aquilo tirou meus pés completamente do chão. Foi bem assustador, mas ao mesmo tempo bem intrigante. Não acredito que o espírito era negativo, estava apenas assustado", continuou.

"Quando estiquei a mão para tocá-la, senti essa forte carga estática passar por mim. Foi essa força poderosa que me empurrou para trás e me jogou no chão. Toda a equipe entrou em pânico", disse Sean.
"Não acredito que nenhum de nós tenha experimentado uma energia tão poderosa antes. Aquilo tirou meus pés completamente do chão. Foi bem assustador, mas ao mesmo tempo bem intrigante. Não acredito que o espírito era negativo, estava apenas assustado", continuou.
"Tivemos muita sorte que o Paul estava lá para ajudá-la. Ele é realmente experiente, especialmente quando se trata de fazer com que os espíritos deixem as pessoas. Ele é um membro muito valioso da equipe", completou.

"Tivemos muita sorte que o Paul estava lá para ajudá-la. Ele é realmente experiente, especialmente quando se trata de fazer com que os espíritos deixem as pessoas. Ele é um membro muito valioso da equipe", disse Sean.
Momento em que Paul segura Rebecca após o espírito da criança supostamente sair do seu corpo
Tanto Sean quanto Rebecca teriam sido convidados a incluir o Teatro das Artes de New Mills, que fica localizado na própria cidade de New Mills, no condado de Derbyshire, na próxima temporada de sua série de TV chamada "Ghost Dimension" depois que as pessoas que trabalhavam lá tiveram alguns encontros de outro mundo. O diretor de teatro, Paul Holt, disse que muitos acreditam que o teatro é assombrado pelo fantasma de um antigo faxineiro e até mesmo teria testemunhado assentos que se movem para cima e para baixo por conta própria. Ele achou que a visita de Sean e Rebecca foi fascinante e gosta de manter a mente aberta em relação as opiniões das pessoas sobre o que poderia estar morando no antigo prédio de mais de 100 anos de idade

"As pessoas tiveram muitas experiências estranhas no teatro. A única vez que eu já vi alguma coisa que eu não pude explicar foi uma noite que eu estava no teatro e ouvi um certo rangido. Então, fui verificar e os assentos estavam subindo e descendo. Verifiquei, mas não havia ninguém lá. As pessoas acreditam que um dos faxineiros, que costumava trabalhar aqui, assombra o teatro. Quando eu disse às pessoas o que aconteceu, elas me disseram que era assim que ele costumava limpar, levantando um assento por vez", disse Paul, que trabalha no teatro há 36 anos.

O diretor de teatro, Paul Holt (à direita), disse que muitos acreditam que o teatro é assombrado pelo fantasma de um antigo faxineiro e até mesmo teria testemunhado assentos que se movem para cima e para baixo por conta própria
Paul Holt trabalha no Teatro das Artes de New Mills há 36 anos
"Um rapaz que costumava trabalhar aqui, certa vez estava tarde da noite substituindo os aquecedores de água. Ele sabia que estava sozinho, mas quando ele foi até a parte destinada a venda de comidas e bebidas (a parte da frente do teatro por assim dizer), havia uma figura branca na frente da porta. Ele saiu correndo, deixando todas as suas ferramentas e foi embora. Ele nunca mais pisou no teatro desde então, e nem sequer comentou sobre o que aconteceu", continuou.

"Para ser honesto, sou bem cético, mas mesmo sendo cético você pode manter uma mente aberta. Muitas coisas estranhas aconteceram aqui e todos têm suas opiniões diferentes sobre isso. É um prédio antigo e você espera que ele venha a ranger, mas ainda assim foi muito interessante ter Sean e Rebecca aqui, e ouvir sobre as energias que eles capturaram", completou.

Uma Rápida Observação Final Sobre o Último Caso Apresentado pelo Casal Sean e Rebecca


Essa não é a primeira vez que o aparelho chamado "Ovilus"é mencionado em um caso abordado aqui. A última vez foi em relação ao caso do investigador paranormal Phil Sinclair. O grande problema, no entanto, é investigações de cunho paranormal sempre utilizam equipamentos eletrônicos totalmente questionáveis, assim como o "Ovilus", que é vendido como um dispositivo de entretenimento. O próprio fabricante não cita que o dispositivo seja capaz ou permita a comunicação com os mortos, porém o mesmo se tornou bem popular entre os grupos de investigação na poderosa indústria do paranormal no Reino Unido (o equipamento custa em média US$ 350, ou seja, mais de mil reais para uma mera diversão).

Existem, é claro, aquelas pessoas que defendem o equipamento ou sua eficácia, mas é muito difícil defender algo que, devido à natureza aleatória das respostas, muitos grupos de pesquisa paranormais pararam de usar o Ovilus. Para vocês terem uma ideia, existe até mesmo um aplicativo chamado iOvilus disponível para iOS que permite que seu iPhone "se comunique com os mortos", desenvolvido pelo mesmo fabricante. Deve-se notar que, uma vez que o iPhone não possui um sensor de campo eletromagnético, e nem um sensor de temperatura, é muito provável que este aplicativo seja ainda menos útil do que a versão portátil. Portanto, o Ovilus não é confiável e não deveria ser usado como tentativa de provar algo verdadeiramente paranormal.

O grande problema, no entanto, é investigações de cunho paranormal sempre utilizam equipamentos eletrônicos totalmente questionáveis, assim como o "Ovilus", que é vendido como um dispositivo de entretenimento
Além disso, existem inúmeras perguntas sem respostas. De onde veio aquela boneca ou boneco sem os olhos que Rebecca está segurando? Em qual contexto aquilo aconteceu? Quem são as pessoas que alegam terem notado vultos ou presenças fantasmagóricas no teatro de New Mills? Qual era o nome do rapaz que estava consertando os aquecedores de água? Quando isso aconteceu? Não fazemos a menor ideia porque, novamente, nos deparamos com relatos supostamente anônimos. Excluindo a declaração do diretor do teatro, o Paul Holt, não temos absolutamente nada, exceto supostos relatos sem nomes, datas ou maiores detalhes.

Excluindo a declaração do diretor do teatro, o Paul Holt, não temos absolutamente nada exceto supostos relatos sem nomes,
datas ou maiores detalhes. 
Agora, considerando que o teatro sobrevive devido a sua própria bilheteria e doações, precisa de muitas reformas, e o próprio Paul acompanha de perto a situação do mesmo há mais de 30 anos, será que ele não pensou que essa poderia ser uma boa estratégia para chamar público e aumentar sua arrecadação? Vale lembrar que na poderosa indústria do paranormal do Reino Unido você não precisa de muita coisa, basta uma foto borrada, uma história mal contada, um vídeo com uma sombra e automaticamente se torna um assunto global.

Para finalizar, considerando o histórico do casal Sean e Rebecca é muito difícil não acreditar que tudo aquilo não tenha sido encenado, ainda mais com a presença do Paul, que provavelmente foi o responsável por desempenhar o papel do "fantasma" nos outros casos e dessa vez dividiu o protagonismo com a Rebecca. Evidentemente, vocês sempre estão livres para terem suas próprias opiniões, mas esse caso aparenta ser mais uma esquete humorística do que um caso paranormal. De qualquer forma, não hesite em deixar sua opinião nessa postagem ou através de um comentário em nossa página no Facebook!

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://www.assombrado.com.br/2017/07/conheca-3-inusitados-casos-de-supostos.html
http://www.assombrado.com.br/2017/09/conheca-3-estranhos-casos-envolvendo.html
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4972862/Ghost-possessed-woman-threw-husband-room.html
https://www.thesun.co.uk/news/4667140/mum-possessed-child-ghost-husband-video-stockport/

Polêmica Pesquisa Aponta que Mulheres de Baixa Renda são mais Propensas a Acreditar no Paranormal, nos Estados Unidos!

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Por Marco Faustino

Acredito que toda e qualquer pesquisa que tenha alguma espécie de relação com o mundo paranormal ou sobrenatural tende a ser naturalmente polêmica, uma vez que estamos lidando com uma série de crenças e até mesmo o imaginário das pessoas. Um exemplo claro disso foi uma recente pesquisa divulgada pelo site britânico "YouGov", onde foi apontado que existem dois tipos de pessoas nesse mundo: aquelas com um plano em caso de um "apocalipse zumbi", e aquelas sem qualquer tipo de planejamento. Isso porque cerca de 11% dos 2.076 participantes da pesquisa possuem um plano caso isso aconteça, sendo que os mais jovens são mais propensos a terem um plano do que os mais idosos. Aproximadamente um quarto (cerca 23%) da pessoas da faixa etária entre 18 a 24 anos sabem o que farão no caso dos mortos desenvolverem um gosto pela carne humana, em comparação com apenas 3% daqueles com mais de 55 anos. Os homens também são mais propensos a ter planos contra zumbis do que as mulheres (14% contra 8%). Muitos daqueles que disseram possuir um plano também aparentam estar despreparados para matar zumbis após a queda da civilização. Cerca de um quarto (23%) dos planos envolvem adquirir algum tipo de arma, e apenas 13% dos planos cogitam matar os mortos-vivos (ou outros sobreviventes). A solidariedade também estaria em falta, visto que apenas 6% das pessoas trabalharia em conjunto com outros sobreviventes! Apesar dessas pesquisas soarem um pouco inúteis para algumas pessoas outras geram resultados no mínimo peculiares.

Estamos falando de uma recente pesquisa chamada "Paranormal America 2017" que fez parte de uma pesquisa ainda maior realizada pela Universidade Chapman, uma univesidade particular, sem fins lucrativos, e localizada na cidade de Orange, no estado norte-americano da Califórnia. A pesquisa "ainda maior" que citamos foi a "Chapman University Survey of American Fears" ("Pesquisa da Universidade Chapman de Medos Norte-Americanos", em português), que foi realizada pelo quarto ano consecutivo, e como o próprio nome já diz, visa apontar quais são os maiores medos, preocupações e anseios dos norte-americanos, as características pessoais, comportamentais e atitudes relacionadas com esses medos, e como esses medos estão associados a outras atitudes e comportamentos. Geralmente, os dados são coletados anualmente por volta dos meses de março e abril e os comunicados de imprensa são liberados alguns meses depois, geralmente no outono (no Hemisfério Norte). Uma das conclusões que essa pesquisa apontou é que mulheres solteiras ou que moram juntas com outra pessoa (morar não significa ser casado) de baixa renda são as mais propensas a acreditarem no mundo sobrenatural. Porém, o estudo também apontou para outros cenários e, é claro, gerou muita controvérsia. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Afinal de Contas, o que essa Pesquisa Sobre o Mundo Paranormal nos Estados Unidos, e Realizada pela Universidade Chapman Apontou?


Poderíamos começar dizendo sobre a metodologia e fornecer maiores detalhes técnicos, por assim dizer, sobre essa pesquisa, mas dessa vez iremos diretamente ao ponto, porque muitos de vocês devem estar bem curiosos para saber sobre os resultados. Posteriormente, no entanto, iremos mostrar um pouco mais sobre como essa pesquisa foi realizada e suas controvérsias, combinado?

Bem, conforme dissemos anteriormente, a pesquisa chamada "Paranormal America 2017" foi uma espécie de módulo de uma pesquisa ainda maior chamada "Chapman University Survey of American Fears" (CSAF), um longo questionário que muitos demoraram, em média, cerca de 24 minutos para responderem através da internet. No total, cerca de 1.207 formulários provenientes de pessoas acima de 18 anos foram validados, e serviram de base para tentar entender quais são os medos e até mesmo as crenças paranormais dos norte-americanos de um modo geral que, nesse último caso, poderiam variar desde seres lendários como o Pé-Grande, poderes psíquicos até visitas de alienígenas e casas mal-assombradas. Essa número pode parecer pequeno, mas iremos explicar como chegaram a esse valor posteriormente. Ah, a margem de erro é +/- 3%.

Conforme dissemos anteriormente, a pesquisa chamada "Paranormal America 2017" foi uma espécie de módulo de uma pesquisa ainda maior chamada "Chapman University Survey of American Fears", um longo questionário que muitos demoraram, em média, cerca de 25 minutos para responderem através da internet
Atualmente, a "crença paranormal" mais comum nos Estados Unidos é a crença de que civilizações antigas e avançadas, assim como o Atlantis existiram com mais da metade dos entrevistados (55%) concordando ou fortemente concordando com essa afirmação. Um pouco mais da metade (52%) acredita que lugares podem ser assombrados por espíritos. Mais de um terço (35%) acredita, que os alienígenas visitaram a Terra em tempos remotos, e pouco mais de um quarto (26,2%) acredita, que os alienígenas já nos visitaram em tempos modernos.

Em relação aos itens questionados, os norte-americanos são mais céticos sobre a existência do lendário "Pé-Grande", com apenas cerca de 16% das pessoas expressando a crença em sua existência. Por outro lado, um quarto (25%) acredita que algumas pessoas podem mover objetos com a mente e pouco menos de um quinto (19,4%) acredita que videntes ou médiuns podem prever o futuro. Confira uma pequena tabela abaixo com os resultados:

Atualmente, a "crença paranormal" mais comum nos Estados Unidos é a crença de que civilizações antigas e avançadas, assim como o Atlantis existiram com mais da metade dos entrevistados (55%) concordando ou fortemente concordando com essa afirmação
As crenças paranormais são bem comuns nos Estados Unidos, se examinarmos quantas dessas crenças uma única pessoa possui. Usando como base os sete itens de cunho paranormal incluídos na quarta pesquisa realizada pela Universidade Chapman, apenas um quarto dos norte-americanos (25,3%) não possui nenhuma das sete crenças acima. No entanto, isso significa que, no mínimo, três quartos dos norte-americanos acreditam em algo paranormal.

Na verdade, alguns norte-americanos acreditam em muitos fenômenos paranormais ao mesmo tempo, conforme a tabela que estamos disponibilizando abaixo:

Usando como base os sete itens de cunho paranormal incluídos na quarta pesquisa realizada pela Universidade Chapman, apenas um quarto dos norte-americanos (25,3%) não possui nenhuma das sete crenças acima. No entanto, isso significa que quase três quartos dos norte-americanos acreditam em algo paranormal
A Univesidade Chapman também analisou até que ponto as seguintes características relacionavam-se com a manutenção de crenças paranormais por parte dos entrevistados:
  • Idade;
  • Literalismo bíblico;
  • Se o entrevistado morava em região metropolitana;
  • Escolaridade;
  • Situação de emprego;
  • Frequência em relação ao comparecimento à igreja;
  • Gênero;
  • O quão religiosa a pessoa acredita que seja;
  • Renda;
  • Estado civil;
  • Partido Político (qual partido o entrevistado mais se identificava);
  • Preferência política (se o entrevistado se considerava liberal ou conservador);
  • Raça / Etnia;
  • Região do país;
  • Tradição religiosa (católica, protestante, "apenas cristão", "judeu", "outros" e sem religião).
Cerca de 19,4% dos entrevistados na pesquisa realizada pela Universidade Chapman disseram acreditar
que videntes ou médiuns podem prever o futuro
Cerca de 25% dos entrevistados disseram acreditar
que algumas pessoas têm o poder de levitar objetos com a força da mente
Assim sendo, as características pessoais que estão significativamente associadas a níveis mais elevados de crença paranormal, ordenados pela magnitude de efeito, são:
  • Baixa renda;
  • Aqueles(as) que se dizem altamente religiosos(as);
  • Participam de missas ou cultos com pouca frequência;
  • Mulheres;
  • Conservadores(as);
  • Solteiros(as) ou que moram junto com alguém;
  • "Outra raça" - nem branco, negro ou hispânico;
  • Moram em zonas rurais;
  • Residem na Costa Oeste.
Mulheres de baixa renda que vivem em áreas ou povoados rurais nos Estados Unidos são as mais propensas em acreditar no mundo paranormal, ao menos de acordo, é claro, com a pesquisa realizada pela Universidade Chapman neste ano.
Simplificando, as pessoas mais propensas a acreditarem no mundo paranormal nos Estados Unidos, em 2017, tendem a ser mulheres de baixa renda, e que moram em uma área rural no Oeste norte-americano. Essa mulher tende a ser politicamente conservadora e afirma ser altamente religiosa, muito embora frequente muito pouco as missas ou cultos religiosos. Essa mulher também está atualmente solteira ou está morando com alguém, e menciona sua raça como "outra". Interessante, não é mesmo? Contudo, que tal conferirmos um pouco mais sobre como chegaram a essa conclusão, assim como as controvérsias geradas?

Entenda um Pouco Sobre a Metodologia dessa Pesquisa e as Controvérsias Geradas Diante dos Resultados Divulgados


Primeiramente, é necessário que você saiba que a CSAF ("Chapman University Survey of American Fears") é um projeto do Centro de Pesquisa Earl Babbie, da Faculdade Wilkinson de Artes, Humanidades e Ciências Sociais, pertencente a Universidade Chapman. A universidade foi fundada 1861, possui atualmente cerca de 7 mil estudantes, e é afiliada da Igreja Cristã "Discípulos de Cristo" (uma denominação cristã protestante). Diga-se de passagem, os "Discípulos de Cristo" não possuem credos mais específicos além dos rituais e credos mais básicos presentes na Bíblia. Cada congregação, no entanto, é autônoma.



A Universidade Chapman foi fundada 1861, possui atualmente cerca de 7 mil estudantes, e é afiliada da Igreja Cristã "Discípulos de Cristo" (uma denominação cristã protestante)
Por sua vez, o Centro de Pesquisa Earl Babbie é dedicado a capacitar estudantes e professores para aplicar uma ampla variedade de métodos de pesquisa social qualitativa e quantitativa para realizar estudos que abordem problemas críticos sociais, comportamentais, econômicos e ambientais. A missão desse centro de pesquisa é fornecer apoio e instrução de pesquisa para estudantes, professores e a comunidade em geral, e produzir pesquisas que abordem preocupações globais, incluindo direitos humanos, justiça social, soluções pacíficas para conflitos sociais e sustentabilidade ambiental. O Centro Babbie apoia pesquisas interdisciplinares de ponta e incentiva a colaboração dos professores.

Nesse caso, os dados obtidos com a CSAF foram coletados com a ajuda de uma equipe multidisciplinar de professores e estudantes. Os três principais pesquisadores foram: o Dr. Christopher Bader, professor de sociologia, o Dr. L. Edward Day, professor de sociologia e diretor do Centro de Pesquisa Earl Babbie. e a Dra. Ann Gordon, professora de ciência política.

Da esquerda para a direita: O Dr. Christopher Bader, professor de sociologia, a Dra. Ann Gordon, professora de ciência política, e o Dr. o Dr. Edward Day, professor de sociologia e diretor do Centro de Pesquisa Earl Babbie
Além disso, a CSAF foi realizada pela internet através do chamado "Painel de Probabilidade SSRS" (daqui a pouco iremos explicar isso) com adultos acima de 18 anos, que responderam ao questionário por meio de computadores de mesa, notebooks, tablets ou celulares. Ao final, ao longo de todo um processo de triagem para tentar possíveis fraudes, restaram 1.207 participantes, sendo que a coleta dos dados nesse ano ocorreu entre os dias 28 de junho a 7 de julho. De acordo com a Universidade Chapman, a amostra utilizada para a CSAF reflete as características demográficas do atual Censo dos Estados Unidos. A margem de erro é de apenas +/- 3%.

No documento disponibilizado sobre a metodologia da pesquisaé apontado que a SSRS é uma empresa de pesquisa de mercado gerenciado por um núcleo de profissionais dedicados com diplomas de alto nível em ciências sociais, e que atenderia não somente nos Estados Unidos, mas em 40 outros países ao redor do mundo. Essa empresa costuma montar uma base de entrevistados que é o chamado "Painel de Probabilidade SSRS", cujos membros são selecionados através de pesquisas regulares por telefone, tanto em inglês quanto em espanhol (muito embora o número de entrevistados seja muito menor nesse idioma). A partir dessa base, a SSRS verifica quem possui acesso a internet para fazer parte do "Painel de Probabilidade SSRS". Geralmente 85% dessa base tem acesso a internet e 45% daqueles que têm acesso a internet aceitam a participar e fornecer o endereço de email.

No documento disponibilizado sobre a metodologia da pesquisa é apontado que a SSRS é uma empresa de pesquisa de mercado gerenciado por um núcleo de profissionais dedicados com diplomas de alto nível em ciências sociais, e que atenderia não somente nos Estados Unidos, mas em 40 outros países ao redor do mundo
No caso do CSAF todos os entrevistados eram adultos e fluentes em inglês. Durante o período compreendido entre 28 de junho e 7 de julho, os entrevistados foram lembrados por cerca de três vezes para poderem responder a todos os itens da pesquisa, que incluía questões de controle de qualidade, ao serem acrescentadas o mesmo tipo de pergunta ao final do questionário, por exemplo. O tempo estimado para a conclusão do questionário era de 23 minutos, sendo que a média foi de 24 minutos e o tempo máximo de 29 minutos. Pessoas que responderam muito rapidamente ao questionário, ou seja, em menos de 10 minutos, foram desconsideradas. De uma base de 7.972 pessoas restaram apenas 1.207 ao final de todo o processo. Todas as pessoas que completaram o questionário, no entanto, ganharam uma espécie de vale-presente no valor US$ 7 (cerca de R$ 20) como um incentivo diante do tempo gasto em responder ao questionário.

Já o questionário foi projetado pela Universidade Chapman, porém a empresa SSRS analisou o instrumento de pesquisa e acabou fornecendo um feedback. Juntos, a SSRS e a equipe da Universidade Chapman trabalharam para finalizar o questionário. Controvérsias, no entanto, não faltaram. Houve quem dissesse, por exemplo, na página da pesquisa, que muitos itens mencionados não eram de cunho "paranormal". Para algumas pessoas a existência de alienígenas é estatisticamente provável, por mais que não haja motivos para acreditar que tenham nos visitado ou criado civilizações na Terra. Portanto, a ideia não se basearia no mesmo nível de acreditar em espíritos.

Para algumas pessoas a existência de alienígenas é estatisticamente provável, por mais que não haja motivos para acreditar que tenham nos visitado ou criado civilizações na Terra. Portanto, a ideia não se basearia no mesmo nível de acreditar em espíritos.
Por outro lado, houve que citasse o significado da palavra "paranormal" em dicionários como o Merriam-Webster e sites na internet, tais como a Wikipedia, o Dictionary, e o The Free Dictionary onde poderia se chegar a conclusão que "eventos paranormais são fenômenos descritos na cultura popular, no folclore e em outros corpos de conhecimento não-científicos, cuja existência dentro desses contextos é descrita além da experiência normal ou explicação científica." Portanto, a visita de seres extraterrestres ou a existência do Pé-Grande seriam casos de cunho paranormal, porque seriam eventos além da experiência normal e que carecem de explicação científica.

Algumas outras pessoas também questionaram a razão pela qual perguntas sobre a Bíblia ou até mesmo a presença de Deus não foram adicionadas ao questionário, porém não é difícil imaginar o motivo. Isso porque o questionário foi basicamente formulado por uma instituição de ensino com ligações religiosas. Não estou dizendo que isso afetaria o resultado final, mas evidentemente algumas perguntas mais "sensíveis" provavelmente seriam evitadas. Seria muito importante que houvesse uma outra pesquisa nesse sentido, e que fosse avalizada por uma instituição de ensino sólida, para vermos se esses dados são realmente compatíveis, mas infelizmente não temos nada assim.

Por outro lado, houve que citasse o significado da palavra "paranormal" em dicionários como o Merriam-Webster e sites na internet, onde seria possível dizer que a visita de seres extraterrestres ou a existência do Pé-Grande seriam casos de cunho paranormal, porque seriam eventos além da experiência normal e que carecem de explicação científica
Algumas outras pessoas também questionaram a razão pela qual perguntas sobre a Bíblia
ou até mesmo a presença de Deus não foram adicionadas ao questionário
Conforme mencionei anteriormente, há uma certa polêmica sobre a pesquisa, mas é difícil não concordar que certos aspectos socioeconômicos influenciem diretamente em casos, por exemplo, de uma suposta possessão demoníaca. Existe uma certa predominância de mulheres de baixa renda, solteiras, de famílias muito religiosas, e que geralmente moram em locais um pouco mais isolados dos grandes centros urbanos e, geralmente, em países subdesenvolvidos. Não é que não exista ou supostamente aconteça em outros locais do mundo, mas o índice é muito pequeno ou praticamente irrisório se fizermos uma comparação direta.

Bônus: Os Maiores e Menores Medos dos Norte-Americanos Segundo a Pesquisa Realizada pela Universidade Chapman


Para finalizar essa postagem um pouco mais curta do que o normal, nada mais justo que oferecer um bônus a vocês e comentar rapidamente sobre os maiores e menores medos dos norte-americanos, ao menos segundo a pesquisa realizada pela Universidade Chapman. Confira o gráfico abaixo com os 10 maiores medos:

Gráfico fornecido pela Universidade Chapman com os 10 maiores medos dos norte-americanos
Eis a lista com seus respectivos índices:
  • Funcionários do Governo Corruptos - 74,5%
  • Lei Americana de Saúde / Trumpcare - 55,3%
  • Poluição de Oceanos, Rios e Lagos - 53,1%
  • Poluição da Água Potável - 50,4%
  • Não ter dinheiro suficiente para o futuro - 50,2%
  • Contas Médicas Elevadas - 48,4 %
  • Os EUA se envolverem em outra Guerra Mundial - 48,4%
  • Aquecimento Global e Mudança Climática - 48%
  • Coreia do Norte usando Armamentos - 47,5%
  • Poluição do Ar - 44,9%
Infelizmente, não há um gráfico dos 10 menores medos para os norte-americanos, porém uma vez que a Universidade Chapman disponibilizou a lista completa é possível listá-los para vocês (para conferir a lista completa, clique aqui):
  • Agulhas - 10,4%
  • Voar - 9,5%
  • Estranhos - 8,4%
  • Outros falando de você pelas costas - 7,5%
  • Outra pessoa enganando você - 7,5%
  • Palhaços - 6.7%
  • Sangue -  5,5%
  • Zumbis - 5,3%
  • Fantasmas - 4,3%
  • Animais (cachorros, ratos, etc.) - 3,7%
Apenas 6,7% dos entrevistados disseram ter medo de palhaços
Apenas 5,3% dos entrevistados disseram ter medo de zumbis
Curiosamente, o medo relacionado a extinção de espécies de plantas e animais foi apontado por 43,5% dos entrevistados, enquanto o medo de uma pandemia, por exemplo, foi apontado por 32,8%. O medo de morrer foi citado por 20,3% dos entrevistados, porém o medo de que alguém que amamos morra ou fique severamente doente é bem maior: 39,7% e 39,1% dos entrevistados, respectivamente.

Obviamente, essa pesquisa não é definitiva e carece de outras nesse sentido para que possamos ter um panorama mais próximo da realidade sobre a crença no mundo paranormal ou sobrenatural nos Estados Unidos, assim como em outras partes no mundo. Seria muito interessante se houvesse algo assim aqui no Brasil. Quem sabe, um dia, alguma universidade não se interesse pelo tema? Afinal de contas, o mercado das crenças e das religiões movimentam verdadeiras fortunas todos os anos, e geram milhares de empregos diretos e indiretos, ainda que muitas vezes isso passe desapercebido pelos nossos olhos. Enfim, espero que tenham gostado!

Até a próxima, AssombradOs!

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
https://blogs.chapman.edu/wilkinson/2017/10/11/americas-top-fears-2017/
https://blogs.chapman.edu/wilkinson/2017/10/11/paranormal-america-2017/
https://www.chapman.edu/wilkinson/research-centers/babbie-center/_files/Chapman-Survey-of-America-Fears-methodology.pdf
https://www.chapman.edu/wilkinson/research-centers/babbie-center/fear-survey-faqs.aspx
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