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Em 15 de agosto de 1977, o radiotelescópio conhecido "Big Ear" detectou uma sequência de seis letras e números que durou 72 segundos, que ficou conhecida como "Wow!", e que pode ser a uma mensagem extraterrestre. Só que nunca mais esse sinal foi detectado e ninguém sabe o que o emitiu, tornando-o um dos maiores mistérios da humanidade...
Assombrados, o sinal "Wow!" voltou a ser notícia esta semana depois que pesquisadores divulgaram que encontraram uma possível solução para o mistério. Essa notícia foi publicada aqui no assombrado e você pode ler aqui. Então, resolvi aproveitar e trazer para vocês uma matéria completa sobre um dos maiores enigmas da astronomia, o sinal "Wow!"
A Procura de Sinais
Milhares de cientistas se dedicam a tentar descobrir a existência de vida extraterrestre avançada em algum ponto do nosso Universo, mesmo que a região esteja há muitos anos-luz de distância. Uma das principais ferramentas são os poderosos radiotelescópios, que tentam detectar algum sinal, que "não seja natural" vindo do espaço.
Hoje temos avançados arranjos com dezenas de radiotelescópios, que podem girar sobre seu eixo e analisar qualquer parte do céu, e a análise automatizada dos dados, mas nem sempre foi assim...
Nos primórdios do projeto SETI, as coisas eram diferentes. Os radiotelescópios eram diferentes, e muitos eram estáticos, fixos no chão, como o de Arecibo em Porto Rico e o Radiotelescópio da Universidade do Estado de Ohio, conhecido como "Big Ear", localizado no Observatório Perkins, na cidade de Delaware, Ohio, nos Estados Unidos.
Outra diferença é que não existia qualquer análise automatizada por computador do que era registrado pelos radiotelescópios! Os dados eram impressos em papel, usando aquelas folhas de formulário continuo, e os voluntários analisavam esses mesmos dados manualmente.
Era um trabalho entediante, pois a única coisa que aparecia nas folhas impressas, era somente um monte de 1 e 2 que eram impressos, ou seja, sinais fracos e sem vida.
O Sinal Wow!
Existiam muitos voluntários que passavam noites em claro olhando as páginas impressas na busca de resultados diferentes de 1 e 2 e um desses voluntários era Jerry Ehman, que trabalhou durante um tempo na Universidade Estadual de Ohio como professor assistente de Engenharia Elétrica e de Astronomia. Porém, quando a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos cortou o programa de financiamento do radiotelescópio "Big Ear" em 1972, Ehman se recusou a deixá-lo, e permaneceu em regime de voluntariado no projeto SETI.
O dia 15 de agosto de 1977 era mais um dia de trabalho voluntário, entediante, olhando os registros impressos pelo radiotelescópio "Big Ear", mas esse dia iria entrar para a história.
As 23h16 (horário local) daquela noite, Ehman tomou um verdadeiro susto ao olhar os dados impressos pelo radiotelescópio "Big Ear". No papel havia um sinal muito diferente do que qualquer outro que ele havia captado naquela noite, uma sequência alfanumérica (conjunto de letras e números) impressionante:"6EQUJ5". Foi um sinal de rádio que durou apenas 72 segundos, só que muito mais intenso que os ruídos comuns vindos do espaço sideral. Ao analisar o que havia sido detectado, Jerry notou que "Big Ear" havia captado um sinal 30 vezes mais intenso que o normal (considerando uma escala linear).
De tão particular e fascinante esse sinal, ele o circulou e escreveu "Wow!" ("Uau!", em português) em vermelho.
O Significado da Sequência "6EQUJ5"
Mas o que significa a sequencia "6EQUJ5", porque ela foi marcada com um WOW!? É simples assombrados... Ela simplesmente descreve a variação de intensidade do sinal.
Já que foi um sinal concentrado, qual foi sua frequência? Dois valores diferentes foram apresentados:
- 1420.356 MHz (por J.D. Kraus) ou
- 1420.4556 MHz (J.R. Ehman).
Essa frequência é bem parecida com a chamada frequência de hidrogênio, que é de 1420.4057 MHz.
A Frequência do Hidrogênio
Existem centenas de milhares de frequências de ondas de rádio para os radiotelescópios procuraram. A pergunta é qual devemos procurar?
Qualquer civilização que tenha desenvolvido a tecnologia de emissão de ondas de rádio, acreditam os cientistas, também terá descoberto que a melhor forma de enviá-las para o espaço é pela freqüência silenciosa entre 1 000 e 10 000 megahertz. Os cientistas do Projeto SETI optaram por procurar em uma faixa relativamente estreita:
- 1 420 megahertz (1420.4057 MHz para ser mais exato). Esse é o comprimento de onda emitido pela molécula do hidrogênio. Apostou-se no tamanho de onda do hidrogênio por ser este o elemento mais comum no Universo. De acordo com cientistas do SETI, qualquer civilização avançada saberia da presença desta frequência no espaço e, provavelmente, poderia utilizá-la para fazer observações astronômicas. Como resultado disso, foi presumido que se alguma civilização extraterrestre tentasse algum tipo de contato, eles poderiam utilizar esta frequência.
“A freqüência do hidrogênio é uma freqüência mágica”, explica, em entrevista a revista SUPERINTERESSANTE, o diretor-executivo da Liga SETI, Paul Shuch. “Uma freqüência recebe este nome quando a probabilidade de encontrar civilizações tecnologicamente avançadas é maior do que seria se sintonizássemos nossos radiotelescópios ao acaso.”
- 1 720 megahertz. Já esse é do radical hidroxila (OH), o mesmo que, em condições apropriadas, une-se ao hidrogênio para formar a água. Não é por acaso que essa freqüência foi denominada “buraco de água”. A escolha da hidroxila se baseia na idéia de que os ETs também consideram a água como base da evolução e da existência de vida.
Pois bem assombrados, se você olhar a frequência da mensagem recebida pelo "Big Ear", que foi de 1420 MHz, verá que bate com a frequência de hidrogênio, que seria a frequência que os ETs usariam, segundo os cientistas do SETI!
De Onde Veio o Sinal?
Não vamos complicar muito essa parte, mas é preciso que você saiba, que determinar o exato local de onde o sinal de 72 segundos foi originado no espaço sideral foi muito problemático. Isso porque o radiotelescópio usava duas antenas separadas para procurar sinais de rádio, fisicamente paralelas, e ficavam apontadas em direções ligeiramente diferentes do espaço (cerca de 2 minutos de diferença). Para você ter uma ideia o feixe de recepção do "Big Ear" era tão estreito que seriam necessários quase 6 minutos de varredura para cobrir uma região do céu de tamanho angular igual a nossa Lua.
Entretanto, o que isso significa? Simples. Se um sinal de 72 segundos fosse detectado por uma de suas antenas, após cerca de 2 minutos a outra antena também o detectaria por 72 segundos, porém isso não aconteceu. Para piorar a situação, os dados obtidos a partir do sinal foram processados de tal forma que ficou bem difícil estabelecer qual das antenas que o tinham detectado.
As duas coordenadas obtidas levaram os astrônomos a uma mesma região (vale lembrar que as coordenadas eram apenas ligeiramente diferentes), que se encontra na constelação de Sagitário, próxima do grupo estelar de Chi-Sagitário, e adivinhem de onde essa região também fica próxima? Essa região fica a noroeste do aglomerado globular M55 (também conhecido Messier 55 ou NGC 6809), que fica a 17.600 anos-luz da Terra.
De qualquer forma a estrela mais próxima desta constelação em relação a Terra, é a "Tau Sagitário", que fica a uma distância de 122 anos-luz do nosso planeta. Ela é uma estrela com cerca de duas vezes a massa do nosso Sol e ligeiramente mais fria. Supondo que uma civilização avançada tivesse enviado o sinal "Wow!" a partir da zona "habitável" de Tau Sagitário, o mesmo teria demorado, no mínimo, 122 anos para chegar até aqui. Nossa resposta, logicamente, levaria 122 anos para chegar até lá. Caso o sinal tivesse vindo do aglomerado globular M55 demoraria, no mínimo, 17.600 anos para que o emissário recebesse nossa mensagem.
Vamos Procurar o Sinal Novamente!
Agora que os cientistas sabem a localização do sinal, eles tentaram o detectar novamente e fizeram uma varredura a procura desse sinal na mesma região que ele foi detectado, mas adivinha. Nada!
Vale a pena destacar que várias tentativas foram feitas por Jerry Ehman, bem como por outros astrônomos para detectar e identificar novamente o sinal "Wow!".
Em 1987 e 1989, o astrônomo Robert H. Gray tentou procurar por esse mesmo sinal através do Observatório de Oak Ridge, em Harvard, Massachusetts, nos Estados Unidos, mas não conseguiu detectá-lo.
Em julho 1995 durante um teste de um software para detecção de sinais a ser utilizado em seu próximo estudo chamado de "Projeto Argus", H. Paul Shuch, diretor executivo do SETI, realizou diversas varreduras nas coordenadas do sinal "Wow!", utilizando um radiotelescópio de 12 metros do Observatório Nacional de Radioastronomia em Green Bank, na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, porém não obteve qualquer resultado.
Em 1995 e 1996, Robert H. Gray procurou novamente o sinal usando o VLA (Very Large Array), que é basicamente um observatório de radioastronomia que possui amplo conjunto de antenas (cerca de 27 antenas), localizado entre as cidades de Magdalena e Datil, a cerca de 80 km a oeste da cidade de Socorro, no Novo México, nos Estados Unidos. Nada foi detectado.
Em 1999, Robert Gray mais uma vez procurou pelo sinal "Wow!" usando o radiotelescópio de 26 metros do Observatório de Radioastronomia Mount Pleasant da Universidade da Tasmânia, na Austrália. Cerca de 6 observações de 14 horas foram feitas nos arredores das regiões que o sinal "Wow!" teria se originado, porém mais uma vez nada foi detectado.
Em 2012, por uma mera "diversão" em comemoração ao 35º aniversário do sinal "Wow!" o Observatório de Arecibo, em Porto Rico, enviou uma resposta contendo cerca 10.000 mensagens de Twitter, na direção de onde o sinal foi originado. Naquela ocasião os cientistas tentaram aumentar as chances para que uma vida inteligente recebesse e decodificasse vídeos de celebridades, assim como outros tweets, anexando uma sequência que sempre se repetia no começo de cada mensagem. Isso permitiria que o "destinatário" soubesse que as mensagens eram intencionais e que partiram de outra forma de vida inteligente.
Foram feitas dezenas tentativas na busca de ouvir o "WOW!" novamente, mas ele nunca mais foi detectado. Assim, há quase 40 anos nenhum sinal como esse foi novamente registrado por qualquer outro radiotelescópio no mundo.
Isso frustou o descobrir do "WOW!", Jerry Ehman, que disse: "Mesmo que tivessem sido seres inteligentes enviando um sinal, eles fariam isso mais de uma vez. Devíamos tê-lo notado quando procuramos por ele por mais cerca de 50 vezes. Algo sugere que foi um sinal relacionado a Terra, que simplesmente foi refletido por um pedaço de lixo espacial", disse Jerry Ehman, para o jornal Cleveland Plain Dealer, na seção "Sunday Magazine" em 18 de setembro de 1994.
"Eu só queria que ao falar com os jornalistas, houvesse realmente algo mais a dizer sobre isso. Eu gostaria de dizer, 'Nossa, isso é um sinal de inteligência extraterrestre', mas honestamente eu não posso dizer isso", completou.
As Hipóteses do que Seria o "Wow!"
Muitas hipóteses foram sugeridas e algumas descartadas rapidamente, como avião ou nave espacial que estivesse passando pela região naquele exato instante, pois o sinal "Wow!"é consistente com um ponto fixo no céu.
Também não havia planetas conhecidos que estivessem em uma posição em que os mesmos poderiam ter refletido o sinal em direção à Terra.
Lixo espacial também seria muito pouco provável.
Até mesmo efeitos astronômicos, tais como lentes gravitacionais e cintilação interestelar, possuíam razões técnicas que os tornavam candidatos bem fracos para explicar o que havia ocorrido.
Sobraram algumas hipóteses interessantes, como destaque para:
- Sinal Terrestre: O "Big Ear" captou um transmissão emitida por alguma aparelho de nosso próprio planeta. Entretanto, investigações posteriores concluíram ser impossível que o sinal tivesse se originado na Terra. Era um sinal muito específico, que não dava para ser explicado, pelo contrário, eram necessárias muitas suposições para tentar entendê-lo. Se o radiotelescópio tivesse sido alvo de algum sinal da Terra a intensidade iria crescer quase que imediatamente e diminuir também de forma abrupta. Por outro lado, se o sinal fosse proveniente de algum satélite terrestre também não apresentaria o intervalo de detecção de exatos 72 segundos.
- Satélite: O "Big Ear" teria capturado um sinal refletido por um satélite na órbita da Terra. Só que Jerry e sua equipe fizeram uma busca e analisaram todos os satélite naquele momento e nenhum estava na posição correta.
- Satélite Militar: Seria um satélite militar? Improvável, pois a distância que eles ficam não permitiria o "Big Ear" receber a mensagem em formato de feixe.
- Buraco Negro: Seria o "arroto" de um buraco negro. Quando matéria cai dentro de um buraco negro, ele liberada radiação intensa.
- Extraterrestres: Muitos da imprensa já ligaram aos extraterrestres! Veja bem, o final baria com a da frequência de hidrogênio, e era muito intenso. Os cientistas calcularam que para gerar um sinal com a intensidade do "Wow!" seria necessário um transmissor de 2.2 gigawatts, algo muito mais poderoso do que qualquer estação de rádio existente na Terra. Estaríamos diante de uma civilização muito, mas muito avançada e que inclusive já poderia estar extinta.
- Algo Desconhecido: Seria emitido por uma tecnologia ou algo que ainda desconhecemos, por isso não conseguimos mais detectar.
Por mais incrível que isso possa parecer, a maior probabilidade sempre foi de uma transmissão de rádio proveniente da constelação de Sagitário. Isso, é claro, até janeiro de 2016...
A Hipótese do Cometa
As hipóteses, teorias ou especulações sobre o sinal "Wow!" podem estar com os seus dias contados. Isso porque Antonio Paris, professor de Astronomia da Faculdade de São Petersburgo, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, fez uma publicação muito interessante onde ele e seu colega Evan Davies, pertencente ao "The Explorers Club", em Nova York, também nos Estados Unidos, acreditam ter resolvido o mistério de quase 40 anos sobre o sinal "Wow!".
Em sua publicação Antonio Paris e Evan Davies apontaram que as análises realizadas no VLA mostraram que o sinal "Wow!" era compatível com a assinatura de uma "fonte celestial transitória". A Universidade da Tasmânia sugeriu que o sinal estava se movendo juntamente com a fonte da linha de hidrogênio. Se poderia ser um o objeto se movendo, então o que poderia ser?
"Me deparei com a ideia enquanto estava dirigindo meu carro, e me perguntei se um corpo planetário, se movendo rápido o bastante, poderia ser a fonte", disse Antonio Paris, em entrevista ao site Newscientist.
Antonio Paris descobriu que no período compreendido entre 27 de julho de 1977 a 15 de agosto de 1977, os cometas 266P/Christensen e P/2008 Y2 (Gibbs), estavam transitando nos arredores do grupo estelar de Chi-Sagitário. As efemérides de ambos os cometas durante este período orbital os colocava nos arredores de onde veio sinal "Wow!".
No plano orbital, em 15 de agosto de 1977, o 266P/Christensen estava a uma distância de 3,8055 UA (ou AU, em inglês) da Terra, e se movendo a uma velocidade radial de 13,379 km/s (lembrando que uma unidade astronômica é equivalente a 150 milhões de quilômetros, agora multiplique por esse valor). O P/2008 Y2 (Gibbs) estava a uma distância de 4,406 UA da Terra e se movendo a uma velocidade radial de 19,641 km/s. Para terem uma noção de distância saibam que Ceres está a 2,77 UA da Terra e Júpiter a 5,20 UA. A distância entre a Terra e o Sol é 1 UA.
Ao redor cada cometa ativo, tais como o 266P/Christensen e o P/2008 Y2 (Gibbs), existe uma grande nuvem de hidrogênio com um raio de milhões de quilômetros em torno de seu núcleo. Estes dois cometas não foram detectados até o ano de 2006, portanto, os cometas e suas respectivas nuvens de hidrogênio não foram considerados na época da detecção do sinal "Wow!".
Assim sendo, devido ao fato da frequência do sinal "Wow!" estar na faixa de frequência da linha de hidrogênio e das nuvens de hidrogênio do 266P/Christensen e P/2008 Y2 (Gibbs) estarem bem próximos das coordenadas de onde o sinal "Wow!" teria se originado, ambos os cometas se tornam fortes candidatos de serem os responsáveis pelo sinal.
Para provar que pode estar certo Antonio Paris propôs que os astrônomos observem a mesma região do sinal "Wow!" quando esses dois cometas estiverem de volta naquela mesma direção. O cometa 266P/Christensen será o primeiro a transitar pela região em 25 de Janeiro de 2017. Em seguida teremos o P/2008 Y2 (Gibbs) em 7 de Janeiro de 2018. Uma simples análise do sinal de hidrogênio dos cometas deverá apontar se ele está certo. Vai demorar um pouco, mas talvez possamos por um fim nesse mistério, ou não!
Isso porque alguns pesquisadores estão céticos, dizendo que não está claro se os cometas liberam hidrogênio suficiente para gerar algo como o sinal "Wow!". James Bauer do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, concorda que o hidrogênio liberado a partir de cometas pode se extender consideravelmente, mas ainda acha que o sinal não será forte o suficiente.
"Se cometas emitissem ondas de rádio de 21 centímetros, eu ficaria intrigado por que eles não foram observados com mais freqüência nesses comprimentos de onda", disse Bauer.
Conclusão
Assombrados, o que seria o sinal detectado pelo radiotelescópio "Big Ear"? Sinal extraterrestre, arroto de um buraco negro ou um cometa?
Gostaria de acreditar que fosse uma civilização alienígena, que interceptamos alguma de suas mensagens enviadas de uma nave a outra, quem sabe?
O interessante é saber que o sinal "Wow!" está no espaço ainda, viajando a velocidade da luz, a espera de que alguma outra civilização o detecte novamente.
A hipótese do cometa é plausível, e quem sabe teremos a resposta do mistérios em janeiro de 2017.
Por enquanto, o "Wow!" continua sendo um grande mistério....
Fontes:
- AssombradO.com.br: O Misterioso "Sinal Wow!" Pode Ter Vindo de Cometas, não de Civilizações Extraterrestes
- SuperInteressante: Os caçadores de ETs
- Wikipedia.pt: Sinal Wow!
- Wikipedia.es: Big Ear
- Documentário Crer ou não Crer, Discovery Channel
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Em 15 de agosto de 1977, o radiotelescópio conhecido "Big Ear" detectou uma sequência de seis letras e números que durou 72 segundos, que ficou conhecida como "Wow!", e que pode ser a uma mensagem extraterrestre. Só que nunca mais esse sinal foi detectado e ninguém sabe o que o emitiu, tornando-o um dos maiores mistérios da humanidade...
Assombrados, o sinal "Wow!" voltou a ser notícia esta semana depois que pesquisadores divulgaram que encontraram uma possível solução para o mistério. Essa notícia foi publicada aqui no assombrado e você pode ler aqui. Então, resolvi aproveitar e trazer para vocês uma matéria completa sobre um dos maiores enigmas da astronomia, o sinal "Wow!"
A Procura de Sinais
Milhares de cientistas se dedicam a tentar descobrir a existência de vida extraterrestre avançada em algum ponto do nosso Universo, mesmo que a região esteja há muitos anos-luz de distância. Uma das principais ferramentas são os poderosos radiotelescópios, que tentam detectar algum sinal, que "não seja natural" vindo do espaço.
Hoje temos avançados arranjos com dezenas de radiotelescópios, que podem girar sobre seu eixo e analisar qualquer parte do céu, e a análise automatizada dos dados, mas nem sempre foi assim...
Nos primórdios do projeto SETI, as coisas eram diferentes. Os radiotelescópios eram diferentes, e muitos eram estáticos, fixos no chão, como o de Arecibo em Porto Rico e o Radiotelescópio da Universidade do Estado de Ohio, conhecido como "Big Ear", localizado no Observatório Perkins, na cidade de Delaware, Ohio, nos Estados Unidos.
Outra diferença é que não existia qualquer análise automatizada por computador do que era registrado pelos radiotelescópios! Os dados eram impressos em papel, usando aquelas folhas de formulário continuo, e os voluntários analisavam esses mesmos dados manualmente.
Era um trabalho entediante, pois a única coisa que aparecia nas folhas impressas, era somente um monte de 1 e 2 que eram impressos, ou seja, sinais fracos e sem vida.
Foto aérea do Radiotelescópio "Big Ear" na década de 70 |
O Sinal Wow!
Existiam muitos voluntários que passavam noites em claro olhando as páginas impressas na busca de resultados diferentes de 1 e 2 e um desses voluntários era Jerry Ehman, que trabalhou durante um tempo na Universidade Estadual de Ohio como professor assistente de Engenharia Elétrica e de Astronomia. Porém, quando a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos cortou o programa de financiamento do radiotelescópio "Big Ear" em 1972, Ehman se recusou a deixá-lo, e permaneceu em regime de voluntariado no projeto SETI.
O dia 15 de agosto de 1977 era mais um dia de trabalho voluntário, entediante, olhando os registros impressos pelo radiotelescópio "Big Ear", mas esse dia iria entrar para a história.
As 23h16 (horário local) daquela noite, Ehman tomou um verdadeiro susto ao olhar os dados impressos pelo radiotelescópio "Big Ear". No papel havia um sinal muito diferente do que qualquer outro que ele havia captado naquela noite, uma sequência alfanumérica (conjunto de letras e números) impressionante:"6EQUJ5". Foi um sinal de rádio que durou apenas 72 segundos, só que muito mais intenso que os ruídos comuns vindos do espaço sideral. Ao analisar o que havia sido detectado, Jerry notou que "Big Ear" havia captado um sinal 30 vezes mais intenso que o normal (considerando uma escala linear).
De tão particular e fascinante esse sinal, ele o circulou e escreveu "Wow!" ("Uau!", em português) em vermelho.
Cópia do papel onde foi detectado o sinal "Wow!" por Jerry Ehman na noite de 15 de agosto de 1977 |
O Significado da Sequência "6EQUJ5"
Mas o que significa a sequencia "6EQUJ5", porque ela foi marcada com um WOW!? É simples assombrados... Ela simplesmente descreve a variação de intensidade do sinal.
- Cada caractere corresponde a 12 segundos de transmissão (cada canal com 10 kHz de largura de banda);
- Um simples espaço no papel indica uma intensidade entre 0 e 1;
- Os números de 1 a 9 são referentes a intensidades correspondentes ao próprios números (variando entre 1.0 a 9.9);
- As letras indicam uma intensidade a partir de 10 ("A" corresponde as intensidades entre 10.0 e 11.0, "B" seria entre 11.0 a 12.0, "C" entre 12.0 e 13.0 e assim por diante);
- O valor "U" (uma intensidade correspondente entre 30.0 e 31.0) foi o mais intenso detectado pelo radiotelescópio.
Já que foi um sinal concentrado, qual foi sua frequência? Dois valores diferentes foram apresentados:
- 1420.356 MHz (por J.D. Kraus) ou
- 1420.4556 MHz (J.R. Ehman).
Essa frequência é bem parecida com a chamada frequência de hidrogênio, que é de 1420.4057 MHz.
A Frequência do Hidrogênio
Existem centenas de milhares de frequências de ondas de rádio para os radiotelescópios procuraram. A pergunta é qual devemos procurar?
Qualquer civilização que tenha desenvolvido a tecnologia de emissão de ondas de rádio, acreditam os cientistas, também terá descoberto que a melhor forma de enviá-las para o espaço é pela freqüência silenciosa entre 1 000 e 10 000 megahertz. Os cientistas do Projeto SETI optaram por procurar em uma faixa relativamente estreita:
- 1 420 megahertz (1420.4057 MHz para ser mais exato). Esse é o comprimento de onda emitido pela molécula do hidrogênio. Apostou-se no tamanho de onda do hidrogênio por ser este o elemento mais comum no Universo. De acordo com cientistas do SETI, qualquer civilização avançada saberia da presença desta frequência no espaço e, provavelmente, poderia utilizá-la para fazer observações astronômicas. Como resultado disso, foi presumido que se alguma civilização extraterrestre tentasse algum tipo de contato, eles poderiam utilizar esta frequência.
“A freqüência do hidrogênio é uma freqüência mágica”, explica, em entrevista a revista SUPERINTERESSANTE, o diretor-executivo da Liga SETI, Paul Shuch. “Uma freqüência recebe este nome quando a probabilidade de encontrar civilizações tecnologicamente avançadas é maior do que seria se sintonizássemos nossos radiotelescópios ao acaso.”
- 1 720 megahertz. Já esse é do radical hidroxila (OH), o mesmo que, em condições apropriadas, une-se ao hidrogênio para formar a água. Não é por acaso que essa freqüência foi denominada “buraco de água”. A escolha da hidroxila se baseia na idéia de que os ETs também consideram a água como base da evolução e da existência de vida.
Pois bem assombrados, se você olhar a frequência da mensagem recebida pelo "Big Ear", que foi de 1420 MHz, verá que bate com a frequência de hidrogênio, que seria a frequência que os ETs usariam, segundo os cientistas do SETI!
De acordo com cientistas do SETI qualquer civilização avançada saberia da presença desta frequência no espaço e, provavelmente, poderia utilizá-la para fazer observações astronômicas |
De Onde Veio o Sinal?
Os cientistas do SETI chegaram é que o sinal "Wow!" teria vindo de algum ponto fixo do espaço, mas desconhecido, e descobrir seria uma tarefa difícil...
O radiotelescópio "Big Ear" não era giratório e sim fixo no solo. Seu movimento de varredura se dava pela própria rotação da Terra e captava os sinais provenientes do espaço através de um feixe de recepção bem estreito apontado para o infinito. Como em todas as antenas parabólicas ou direcionais, a sensibilidade é maior na região central do feixe, diminuindo nas laterais. Assim sendo, sempre que uma fonte de rádio vinda do espaço cruzava o radiotelescópio, essa aumentava de intensidade quando a rotação da Terra trazia o sinal para o centro do feixe e diminuía logo em seguida. No caso do "Big Ear", a largura desse feixe de recepção era extremamente estreita, e qualquer sinal que viesse do espaço levava sempre 72 segundos para atravessar o feixe.
Não vamos complicar muito essa parte, mas é preciso que você saiba, que determinar o exato local de onde o sinal de 72 segundos foi originado no espaço sideral foi muito problemático. Isso porque o radiotelescópio usava duas antenas separadas para procurar sinais de rádio, fisicamente paralelas, e ficavam apontadas em direções ligeiramente diferentes do espaço (cerca de 2 minutos de diferença). Para você ter uma ideia o feixe de recepção do "Big Ear" era tão estreito que seriam necessários quase 6 minutos de varredura para cobrir uma região do céu de tamanho angular igual a nossa Lua.
Entretanto, o que isso significa? Simples. Se um sinal de 72 segundos fosse detectado por uma de suas antenas, após cerca de 2 minutos a outra antena também o detectaria por 72 segundos, porém isso não aconteceu. Para piorar a situação, os dados obtidos a partir do sinal foram processados de tal forma que ficou bem difícil estabelecer qual das antenas que o tinham detectado.
As duas coordenadas obtidas levaram os astrônomos a uma mesma região (vale lembrar que as coordenadas eram apenas ligeiramente diferentes), que se encontra na constelação de Sagitário, próxima do grupo estelar de Chi-Sagitário, e adivinhem de onde essa região também fica próxima? Essa região fica a noroeste do aglomerado globular M55 (também conhecido Messier 55 ou NGC 6809), que fica a 17.600 anos-luz da Terra.
De qualquer forma a estrela mais próxima desta constelação em relação a Terra, é a "Tau Sagitário", que fica a uma distância de 122 anos-luz do nosso planeta. Ela é uma estrela com cerca de duas vezes a massa do nosso Sol e ligeiramente mais fria. Supondo que uma civilização avançada tivesse enviado o sinal "Wow!" a partir da zona "habitável" de Tau Sagitário, o mesmo teria demorado, no mínimo, 122 anos para chegar até aqui. Nossa resposta, logicamente, levaria 122 anos para chegar até lá. Caso o sinal tivesse vindo do aglomerado globular M55 demoraria, no mínimo, 17.600 anos para que o emissário recebesse nossa mensagem.
A constelação de Sagitário |
Vamos Procurar o Sinal Novamente!
Agora que os cientistas sabem a localização do sinal, eles tentaram o detectar novamente e fizeram uma varredura a procura desse sinal na mesma região que ele foi detectado, mas adivinha. Nada!
Vale a pena destacar que várias tentativas foram feitas por Jerry Ehman, bem como por outros astrônomos para detectar e identificar novamente o sinal "Wow!".
Em 1987 e 1989, o astrônomo Robert H. Gray tentou procurar por esse mesmo sinal através do Observatório de Oak Ridge, em Harvard, Massachusetts, nos Estados Unidos, mas não conseguiu detectá-lo.
Em julho 1995 durante um teste de um software para detecção de sinais a ser utilizado em seu próximo estudo chamado de "Projeto Argus", H. Paul Shuch, diretor executivo do SETI, realizou diversas varreduras nas coordenadas do sinal "Wow!", utilizando um radiotelescópio de 12 metros do Observatório Nacional de Radioastronomia em Green Bank, na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, porém não obteve qualquer resultado.
Em 1995 e 1996, Robert H. Gray procurou novamente o sinal usando o VLA (Very Large Array), que é basicamente um observatório de radioastronomia que possui amplo conjunto de antenas (cerca de 27 antenas), localizado entre as cidades de Magdalena e Datil, a cerca de 80 km a oeste da cidade de Socorro, no Novo México, nos Estados Unidos. Nada foi detectado.
Em 1999, Robert Gray mais uma vez procurou pelo sinal "Wow!" usando o radiotelescópio de 26 metros do Observatório de Radioastronomia Mount Pleasant da Universidade da Tasmânia, na Austrália. Cerca de 6 observações de 14 horas foram feitas nos arredores das regiões que o sinal "Wow!" teria se originado, porém mais uma vez nada foi detectado.
Em 2012, por uma mera "diversão" em comemoração ao 35º aniversário do sinal "Wow!" o Observatório de Arecibo, em Porto Rico, enviou uma resposta contendo cerca 10.000 mensagens de Twitter, na direção de onde o sinal foi originado. Naquela ocasião os cientistas tentaram aumentar as chances para que uma vida inteligente recebesse e decodificasse vídeos de celebridades, assim como outros tweets, anexando uma sequência que sempre se repetia no começo de cada mensagem. Isso permitiria que o "destinatário" soubesse que as mensagens eram intencionais e que partiram de outra forma de vida inteligente.
Foram feitas dezenas tentativas na busca de ouvir o "WOW!" novamente, mas ele nunca mais foi detectado. Assim, há quase 40 anos nenhum sinal como esse foi novamente registrado por qualquer outro radiotelescópio no mundo.
Isso frustou o descobrir do "WOW!", Jerry Ehman, que disse: "Mesmo que tivessem sido seres inteligentes enviando um sinal, eles fariam isso mais de uma vez. Devíamos tê-lo notado quando procuramos por ele por mais cerca de 50 vezes. Algo sugere que foi um sinal relacionado a Terra, que simplesmente foi refletido por um pedaço de lixo espacial", disse Jerry Ehman, para o jornal Cleveland Plain Dealer, na seção "Sunday Magazine" em 18 de setembro de 1994.
"Eu só queria que ao falar com os jornalistas, houvesse realmente algo mais a dizer sobre isso. Eu gostaria de dizer, 'Nossa, isso é um sinal de inteligência extraterrestre', mas honestamente eu não posso dizer isso", completou.
As Hipóteses do que Seria o "Wow!"
Muitas hipóteses foram sugeridas e algumas descartadas rapidamente, como avião ou nave espacial que estivesse passando pela região naquele exato instante, pois o sinal "Wow!"é consistente com um ponto fixo no céu.
Também não havia planetas conhecidos que estivessem em uma posição em que os mesmos poderiam ter refletido o sinal em direção à Terra.
Lixo espacial também seria muito pouco provável.
Até mesmo efeitos astronômicos, tais como lentes gravitacionais e cintilação interestelar, possuíam razões técnicas que os tornavam candidatos bem fracos para explicar o que havia ocorrido.
Sobraram algumas hipóteses interessantes, como destaque para:
- Sinal Terrestre: O "Big Ear" captou um transmissão emitida por alguma aparelho de nosso próprio planeta. Entretanto, investigações posteriores concluíram ser impossível que o sinal tivesse se originado na Terra. Era um sinal muito específico, que não dava para ser explicado, pelo contrário, eram necessárias muitas suposições para tentar entendê-lo. Se o radiotelescópio tivesse sido alvo de algum sinal da Terra a intensidade iria crescer quase que imediatamente e diminuir também de forma abrupta. Por outro lado, se o sinal fosse proveniente de algum satélite terrestre também não apresentaria o intervalo de detecção de exatos 72 segundos.
- Satélite: O "Big Ear" teria capturado um sinal refletido por um satélite na órbita da Terra. Só que Jerry e sua equipe fizeram uma busca e analisaram todos os satélite naquele momento e nenhum estava na posição correta.
- Satélite Militar: Seria um satélite militar? Improvável, pois a distância que eles ficam não permitiria o "Big Ear" receber a mensagem em formato de feixe.
- Buraco Negro: Seria o "arroto" de um buraco negro. Quando matéria cai dentro de um buraco negro, ele liberada radiação intensa.
- Extraterrestres: Muitos da imprensa já ligaram aos extraterrestres! Veja bem, o final baria com a da frequência de hidrogênio, e era muito intenso. Os cientistas calcularam que para gerar um sinal com a intensidade do "Wow!" seria necessário um transmissor de 2.2 gigawatts, algo muito mais poderoso do que qualquer estação de rádio existente na Terra. Estaríamos diante de uma civilização muito, mas muito avançada e que inclusive já poderia estar extinta.
- Algo Desconhecido: Seria emitido por uma tecnologia ou algo que ainda desconhecemos, por isso não conseguimos mais detectar.
Por mais incrível que isso possa parecer, a maior probabilidade sempre foi de uma transmissão de rádio proveniente da constelação de Sagitário. Isso, é claro, até janeiro de 2016...
A Hipótese do Cometa
As hipóteses, teorias ou especulações sobre o sinal "Wow!" podem estar com os seus dias contados. Isso porque Antonio Paris, professor de Astronomia da Faculdade de São Petersburgo, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, fez uma publicação muito interessante onde ele e seu colega Evan Davies, pertencente ao "The Explorers Club", em Nova York, também nos Estados Unidos, acreditam ter resolvido o mistério de quase 40 anos sobre o sinal "Wow!".
Em sua publicação Antonio Paris e Evan Davies apontaram que as análises realizadas no VLA mostraram que o sinal "Wow!" era compatível com a assinatura de uma "fonte celestial transitória". A Universidade da Tasmânia sugeriu que o sinal estava se movendo juntamente com a fonte da linha de hidrogênio. Se poderia ser um o objeto se movendo, então o que poderia ser?
"Me deparei com a ideia enquanto estava dirigindo meu carro, e me perguntei se um corpo planetário, se movendo rápido o bastante, poderia ser a fonte", disse Antonio Paris, em entrevista ao site Newscientist.
Antonio Paris descobriu que no período compreendido entre 27 de julho de 1977 a 15 de agosto de 1977, os cometas 266P/Christensen e P/2008 Y2 (Gibbs), estavam transitando nos arredores do grupo estelar de Chi-Sagitário. As efemérides de ambos os cometas durante este período orbital os colocava nos arredores de onde veio sinal "Wow!".
No plano orbital, em 15 de agosto de 1977, o 266P/Christensen estava a uma distância de 3,8055 UA (ou AU, em inglês) da Terra, e se movendo a uma velocidade radial de 13,379 km/s (lembrando que uma unidade astronômica é equivalente a 150 milhões de quilômetros, agora multiplique por esse valor). O P/2008 Y2 (Gibbs) estava a uma distância de 4,406 UA da Terra e se movendo a uma velocidade radial de 19,641 km/s. Para terem uma noção de distância saibam que Ceres está a 2,77 UA da Terra e Júpiter a 5,20 UA. A distância entre a Terra e o Sol é 1 UA.
Ao redor cada cometa ativo, tais como o 266P/Christensen e o P/2008 Y2 (Gibbs), existe uma grande nuvem de hidrogênio com um raio de milhões de quilômetros em torno de seu núcleo. Estes dois cometas não foram detectados até o ano de 2006, portanto, os cometas e suas respectivas nuvens de hidrogênio não foram considerados na época da detecção do sinal "Wow!".
Assim sendo, devido ao fato da frequência do sinal "Wow!" estar na faixa de frequência da linha de hidrogênio e das nuvens de hidrogênio do 266P/Christensen e P/2008 Y2 (Gibbs) estarem bem próximos das coordenadas de onde o sinal "Wow!" teria se originado, ambos os cometas se tornam fortes candidatos de serem os responsáveis pelo sinal.
Para provar que pode estar certo Antonio Paris propôs que os astrônomos observem a mesma região do sinal "Wow!" quando esses dois cometas estiverem de volta naquela mesma direção. O cometa 266P/Christensen será o primeiro a transitar pela região em 25 de Janeiro de 2017. Em seguida teremos o P/2008 Y2 (Gibbs) em 7 de Janeiro de 2018. Uma simples análise do sinal de hidrogênio dos cometas deverá apontar se ele está certo. Vai demorar um pouco, mas talvez possamos por um fim nesse mistério, ou não!
Isso porque alguns pesquisadores estão céticos, dizendo que não está claro se os cometas liberam hidrogênio suficiente para gerar algo como o sinal "Wow!". James Bauer do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, concorda que o hidrogênio liberado a partir de cometas pode se extender consideravelmente, mas ainda acha que o sinal não será forte o suficiente.
"Se cometas emitissem ondas de rádio de 21 centímetros, eu ficaria intrigado por que eles não foram observados com mais freqüência nesses comprimentos de onda", disse Bauer.
Imagem do do cometa 266P/Christensen em 26 de fevereiro de 2014 |
Imagem do cometa /2008 Y2 (Gibbs) em 16 de agosto de 2009 |
A localização dos cometas 266P e P/2008 entre 27 de julho a 15 de agosto de 1977. |
No plano orbital, em 15 de agosto de 1977, cometa o 266P/Christensen estava a uma distância de 3.8055 UA da Terra. O cometa P/2008 Y2 (Gibbs) estava a uma distância de 4.406 UA |
Elementos de um cometa |
Assombrados, o que seria o sinal detectado pelo radiotelescópio "Big Ear"? Sinal extraterrestre, arroto de um buraco negro ou um cometa?
Gostaria de acreditar que fosse uma civilização alienígena, que interceptamos alguma de suas mensagens enviadas de uma nave a outra, quem sabe?
O interessante é saber que o sinal "Wow!" está no espaço ainda, viajando a velocidade da luz, a espera de que alguma outra civilização o detecte novamente.
A hipótese do cometa é plausível, e quem sabe teremos a resposta do mistérios em janeiro de 2017.
Por enquanto, o "Wow!" continua sendo um grande mistério....
Fontes:
- AssombradO.com.br: O Misterioso "Sinal Wow!" Pode Ter Vindo de Cometas, não de Civilizações Extraterrestes
- SuperInteressante: Os caçadores de ETs
- Wikipedia.pt: Sinal Wow!
- Wikipedia.es: Big Ear
- Documentário Crer ou não Crer, Discovery Channel