Por Marco Faustino
Esse ano está começando com assuntos cada vez mais interessantes! Dessa vez vamos falar do misterioso sinal Wow! (algo como "Uau!", em português). Sim, esse é um caso clássico e bem antigo. Porém, recentemente, no primeiro dia de 2016, um homem chamado Antonio Paris, professor de astronomia da Faculdade de São Petersburgo, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, fez uma publicação no site do Centro para Ciência Planetária dizendo que tem a provável resposta para a origem do mistério de quase 40 anos, que até hoje intriga cientistas das mais diversas áreas.
O professor Antonio Paris acredita que o sinal pode ter vindo devido a passagem de um ou mais cometas. Ele ainda apontou os mais prováveis responsáveis pelo sinal: um cometa chamado 266P/Christensen e outro chamado P/2008 Y2 (Gibbs). Para acrescentar uma certa dose de euforia, ele acrescentou que estaríamos bem próximos de termos a confirmação se algum deles é a verdadeira origem desse sinal. Entretanto, muitos outros cientistas permanecem um tanto quanto céticos. Vamos saber mais sobre esse assunto?
Antes de mais nada você precisa saber o que é o sinal "Wow!", até mesmo porque muito foi falado sobre esse sinal, porém pouca coisa realmente foi acrescentada em termos de informação, sobre o que os números e letras significam, entre outros detalhes. É claro que você pode encontrar muitas informações sobre isso na internet, então nosso objetivo ao explicar inicialmente sobre é sinal "Wow!"é manter você o mais informado possível, para que você possa compreender melhor o assunto principal desta postagem, combinado? Prometemos que você vai chegar ao final dessa postagem entendendo muita coisa sobre esse assunto.
Não é nenhuma novidade que milhares de cientistas se dedicam a tentar descobrir a existência de vida extraterrestre avançada em algum ponto do nosso universo, mesmo que a região esteja há muitos anos-luz de distância. Uma das principais ferramentas são os poderosos radiotelescópios, que tentam detectar algum sinal, que "não seja natural" vindo do espaço. Apesar dos cientistas fazerem isso há décadas, até hoje nunca foi apresentada uma prova sequer da existência de uma civilização extraterrestre inteligente.
Entretanto, muitos acreditam que isso pode ter mudado na noite de 15 de agosto de 1977, quando o astrônomo americano Jerry R. Ehman estava trabalhando no projeto SETI, procurando evidências de que civilizações alienígenas podiam estar tentando se comunicar conosco usando ondas de rádio. Como de costume, a maioria dos sinais captados já eram bem conhecidos dele e não passavam de emissões provenientes de galáxias ou satélites.
Foi quando as 23h16 (horário local) daquela noite, ele tomou um verdadeiro susto ao olhar os dados impressos pelo radiotelescópio "Big Ear", que na época pertencia a Universidade Estadual de Ohio e ficava localizado no Observatório Perkins, na cidade de Delaware, Ohio, nos Estados Unidos. No papel havia um sinal muito diferente do que qualquer outro que ele havia captado naquela noite, tão particular e fascinante que ele o circulou e escreveu "Wow!" ("Uau!", em português) em vermelho. Era o sinal cuja principal sequência ficou conhecida como "6EQUJ5".
Em 1977, não havia qualquer tipo de análise automatizada por computador do que era registrado pelo "Big Ear". Os dados eram impressos em papel e os voluntários analisavam esses mesmos dados manualmente. Era exatamente isso que Jerry Ehman estava fazendo quando viu os dados. Ele circulou com uma caneta, e devido ao seu espanto escreveu "Wow!".
Curiosamente, Jerry Ehman trabalhou durante um tempo na Universidade Estadual de Ohio como professor assistente de Engenharia Elétrica e de Astronomia. Porém, quando a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos cortou o programa de financiamento do radiotelescópio "Big Ear" em 1972, Ehman se recusou a deixá-lo, e permaneceu em regime de voluntariado. Resumindo, ele estava trabalhando sem ganhar nada naquela noite, e acabaria se tornando praticamente uma celebridade no mundo da astronomia. O papel anotado originalmente por ele encontra-se preservado pela Sociedade Histórica de Ohio.
Só haviam números entendiantes ao redor do "6EQUJ5" (basicamente 1 e 2), porém o radiotelescópio havia registrado uma sequência alfanumérica (conjunto de letras e números) impressionante. Foi um sinal de rádio que durou apenas 72 segundos, só que muito mais intenso que os ruídos comuns vindos do espaço sideral. Ao analisar o que havia sido detectado, Jerry notou que "Big Ear" havia captado um sinal 30 vezes mais intenso que o normal (considerando uma escala linear), porém tal sinal nunca mais foi detectado. Sim, há quase 40 anos nenhum sinal como esse foi novamente registrado por qualquer outro radiotelescópio no mundo.
Os cientistas tentaram fazer uma varredura a procura desse sinal na mesma região que ele foi detectado, mas ele havia desaparecido. O caso atraiu e muito a atenção da mídia da época, mas até hoje ninguém conseguiu de fato explicá-lo. De qualquer forma imagino que você possa estar se perguntando, mas o que essas letras e números significam, não é mesmo? Isso podemos explicar!
Pois bem, a principal sequência alfanumérica que Ehman destacou, o "6EQUJ5", simplesmente descreve a variação de intensidade do sinal. Saiba alguns detalhes sobre isso:
Como toda matéria no Universo, o gás interestelar tende a ficar no estado de menor energia. Um átomo de hidrogênio levemente excitado, com o elétron e o próton girando na mesma direção, pode decair para o estado de menor energia quando o "spin" do elétron muda espontaneamente de direção. Esta transição libera um fóton com energia igual a diferença entre os dois níveis, uma energia que é muito pequena e portanto corresponde a um comprimento de onda longo, de 21 cm, que chega até nós como radiação de rádio.
Esta transição, que dá origem a linha de 21 cm, é importantíssima no estudo das regiões do meio interestelar que possuem gás hidrogênio em forma atômica (a maior parte do meio interestelar). Mesmo em nuvens escuras de poeira a radiação de rádio pode facilmente atravessar essas regiões e chegar até o observador.
A freqüência dessa linha de hidrogênio também é bem relevante para os pesquisadores do SETI, pois o hidrogênio é o elemento mais comum no universo (mais simples e abundante), sendo que o mesmo "ressoa" em 1420.4057 MHz. Entretanto, o que isso significa?
De acordo com cientistas do SETI, qualquer civilização avançada saberia da presença desta frequência no espaço e, provavelmente, poderia utilizá-la para fazer observações astronômicas. Como resultado disso, foi presumido que se alguma civilização extraterreste tentasse algum tipo de contato, eles poderiam utilizar esta frequência. Segundo eles, é bastante lógico que um "astrônomo de uma civilização avançada" de um lugar qualquer do espaço pensasse como nós e fizesse uma transmissão utilizando esta faixa. Então, simplesmente o SETI utiliza essa frequência para tentar contato com civilizações extraterrestres. Entenderam?
Para que vocês tenham uma ideia a utilização desta faixa de frequência é internacionalmente proibida, sendo seu uso exclusivo para transmissões de rádio na astronomia. Interessante, não é? Porém, apesar de toda a euforia causada na época, Jerry Ehman nunca disse explicitamente que o sinal detectado seria de alguma outra civilização, e nem mesmo acreditava que fosse de origem extraterreste.
Jerry Ehman suspeitava que fosse de algum satélite militar ou até mesmo de um sinal de rádio que tivesse sido emitido da Terra que tivesse refletido em algum detrito proveniente do lixo espacial ao redor do nosso planeta.
"Mesmo que tivessem sido seres inteligentes enviando um sinal, eles fariam isso mais de uma vez. Devíamos tê-lo notado quando procuramos por ele por mais cerca de 50 vezes. Algo sugere que foi um sinal relacionado a Terra, que simplesmente foi refletido por um pedaço de lixo espacial", disse Jerry Ehman, para o jornal Cleveland Plain Dealer, na seção "Sunday Magazine" em 18 de setembro de 1994.
"Eu só queria que ao falar com os jornalistas, houvesse realmente algo mais a dizer sobre isso. Eu gostaria de dizer, 'Nossa, isso é um sinal de inteligência extraterrestre', mas honestamente eu não posso dizer isso", completou.
Entretanto, a explicação de Ehman se provou ser improvável e as investigações posteriores concluíram ser impossível que o sinal tivesse se originado na Terra. Era um sinal muito específico, que não dava para ser explicado, pelo contrário, eram necessárias muitas suposições para tentar entendê-lo.
Se o radiotelescópio tivesse sido alvo de algum sinal da Terra a intensidade iria crescer quase que imediatamente e diminuir também de forma abrupta. Por outro lado, se o sinal fosse proveniente de algum satélite terrestre também não apresentaria o intervalo de detecção de exatos 72 segundos.
De qualquer forma, de qual região do espaço ele teria vindo? É o que vamos descobrir a seguir!
O radiotelescópio "Big Ear" não era giratório e sim fixo no solo. Seu movimento de varredura se dava pela própria rotação da Terra e captava os sinais provenientes do espaço através de um feixe de recepção bem estreito apontado para o infinito. Como em todas as antenas parabólicas ou direcionais, a sensibilidade é maior na região central do feixe, diminuindo nas laterais. Assim sendo, sempre que uma fonte de rádio vinda do espaço cruzava o radiotelescópio, essa aumentava de intensidade quando a rotação da Terra trazia o sinal para o centro do feixe e diminuía logo em seguida. No caso do "Big Ear", a largura desse feixe de recepção era extremamente estreita, e qualquer sinal que viesse do espaço levava sempre 72 segundos para atravessar o feixe.
Entretanto, o que isso significa? Simples. Se um sinal de 72 segundos fosse detectado por uma de suas antenas, após cerca de 2 minutos a outra antena também o detectaria por 72 segundos, porém isso não aconteceu. Para piorar a situação, os dados obtidos a partir do sinal foram processados de tal forma que ficou bem difícil estabelecer qual das antenas que o tinham detectado.
As duas coordenadas obtidas levaram os astrônomos a uma mesma região (vale lembrar que as coordenadas eram apenas ligeiramente diferentes), que se encontra na constelação de Sagitário, próxima do grupo estelar de Chi-Sagitário, e adivinhem de onde essa região também fica próxima? Essa região fica a noroeste do aglomerado globular M55 (também conhecido Messier 55 ou NGC 6809), que fica a 17.600 anos-luz da Terra. A parte curiosa é que recentemente publicamos a notícia de um estudo apontando que aglomerados globulares poderiam abrigar civilizações avançadas. Leia sobre isso, clicando aqui.
De qualquer forma a estrela mais próxima desta constelação em relação a Terra, é a "Tau Sagitário", que fica a uma distância de 122 anos-luz do nosso planeta. Ela é uma estrela com cerca de duas vezes a massa do nosso Sol e ligeiramente mais fria. Supondo que uma civilização avançada tivesse enviado o sinal "Wow!" a partir da zona "habitável" de Tau Sagitário, o mesmo teria demorado, no mínimo, 122 anos para chegar até aqui. Nossa resposta, logicamente, levaria 122 anos para chegar até lá. Caso o sinal tivesse vindo do aglomerado globular M55 demoraria, no mínimo, 17.600 anos para que o emissário recebesse nossa mensagem.
Perto ou longe, isso mostrava que se o sinal realmente tivesse uma origem que não fosse natural, estariamos diante de uma civilização muito, mas muito avançada e que inclusive já poderia estar extinta. Além disso, cientistas calcularam que para gerar um sinal com a intensidade do "Wow!" seria necessário um transmissor de 2.2 gigawatts, algo muito mais poderoso do que qualquer estação de rádio existente na Terra.
Neste ponto é importante ressaltar que o radiotelescópio "Big Ear" não existe mais. Ele foi desmontado em 1998, e a área na qual ele ocupava foi utilizada para expandir um campo de golfe vizinho. Hoje em dia tudo o que resta é apenas um placa histórica que foi colocada no local onde um dia ele nos proporcionou um dos mistérios astronômicos mais debatidos de todos os tempos.
Enfim, o que se considerava relevante até então sobre o sinal "Wow!"é que ele não teria vindo de um avião ou nave espacial que estivesse passando pela região naquele exato instante, uma vez que o sinal era consistente com um ponto no céu que não estava se movendo. Não havia planetas ou satélites conhecidos que estivessem em uma posição em que os mesmos poderiam ter refletido o sinal em direção à Terra. Lixo espacial também seria muito pouco provável.
Até mesmo efeitos astronômicos, tais como lentes gravitacionais e cintilação interestelar, possuíam razões técnicas que os tornavam candidatos bem fracos para explicar o que havia ocorrido. Por mais incrível que isso possa parecer, a maior probabilidade sempre foi de uma transmissão de rádio proveniente da constelação de Sagitário. Isso, é claro, até janeiro deste ano.
Vale a pena destacar que várias tentativas foram feitas por Jerry Ehman, bem como por outros astrônomos para detectar e identificar novamente o sinal "Wow!". Em 1987 e 1989, o astrônomo Robert H. Gray tentou procurar por esse mesmo sinal através do Observatório de Oak Ridge, em Harvard, Massachusetts, nos Estados Unidos, mas não conseguiu detectá-lo.
Em julho 1995 durante um teste de um software para detecção de sinais a ser utilizado em seu próximo estudo chamado de "Projeto Argus", H. Paul Shuch, diretor executivo do SETI, realizou diversas varreduras nas coordenadas do sinal "Wow!", utilizando um radiotelescópio de 12 metros do Observatório Nacional de Radioastronomia em Green Bank, na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, porém não obteve qualquer resultado.
Em 1995 e 1996, Robert H. Gray procurou novamente o sinal usando o VLA (Very Large Array), que é basicamente um observatório de radioastronomia que possui amplo conjunto de antenas (cerca de 27 antenas), localizado entre as cidades de Magdalena e Datil, a cerca de 80 km a oeste da cidade de Socorro, no Novo México, nos Estados Unidos. Nada foi detectado.
Em 2012, por uma mera "diversão" em comemoração ao 35º aniversário do sinal "Wow!" o Observatório de Arecibo, em Porto Rico, enviou uma resposta contendo cerca 10.000 mensagens de Twitter, na direção de onde o sinal foi originado. Naquela ocasião os cientistas tentaram aumentar as chances para que uma vida inteligente recebesse e decodificasse vídeos de celebridades, assim como outros tweets, anexando uma sequência que sempre se repetia no começo de cada mensagem. Isso permitiria que o "destinatário" soubesse que as mensagens eram intencionais e que partiram de outra forma de vida inteligente.
Entretanto, as hipóteses, teorias ou especulações sobre o sinal "Wow!" podem estar com os seus dias contados. Isso porque Antonio Paris, professor de Astronomia da Faculdade de São Petersburgo, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, fez uma publicação muito interessante onde ele e seu colega Evan Davies, pertencente ao "The Explorers Club", em Nova York, também nos Estados Unidos, acreditam ter resolvido o mistério de quase 40 anos sobre o sinal "Wow!".
Em sua publicação Antonio Paris e Evan Davies apontaram que as análises realizadas no VLA e no Observatório Radioastronômico da Universidade Estadual de Ohio chegaram a conclusão que não havia fortes evidências que apontassem que o sinal fosse de origem terrestre e nem mesmo de objetos tais como planetas, naves espaciais, satélites artificiais ou transmissões de rádio que viessem do nosso próprio planeta.
Além disso, de acordo com o VLA, foi proposto que o sinal intermitente "Wow!" era compatível com a assinatura de uma "fonte celestial transitória". A Universidade da Tasmânia sugeriu que o sinal estava se movendo juntamente com a fonte da linha de hidrogênio. Se poderia ser um o objeto se movendo, então o que poderia ser?
"Me deparei com a ideia enquanto estava dirigindo meu carro, e me perguntei se um corpo planetário, se movendo rápido o bastante, poderia ser a fonte", disse Antonio Paris, em entrevista ao site Newscientist.
Antonio Paris descobriu que no período compreendido entre 27 de julho de 1977 a 15 de agosto de 1977, os cometas 266P/Christensen and P/2008 Y2 (Gibbs), estavam transitando nos arredores do grupo estelar de Chi-Sagitário. As efemérides de ambos os cometas durante este período orbital os colocava nos arredores de onde veio sinal "Wow!".
No plano orbital, em 15 de agosto de 1977, o 266P/Christensen estava a uma distância de 3,8055 UA (ou AU, em inglês) da Terra, e se movendo a uma velocidade radial de 13,379 km/s (lembrando que uma unidade astronômica é equivalente a 150 milhões de quilômetros, agora multiplique por esse valor). O P/2008 Y2 (Gibbs) estava a uma distância de 4,406 UA da Terra e se movendo a uma velocidade radial de 19,641 km/s. Para terem uma noção de distância saibam que Ceres está a 2,77 UA da Terra e Júpiter a 5,20 UA. A distância entre a Terra e o Sol é 1 UA.
Ao redor cada cometa ativo, tais como o 266P/Christensen e o P/2008 Y2 (Gibbs), existe uma grande nuvem de hidrogênio com um raio de milhões de quilômetros em torno de seu núcleo. Estes dois cometas não foram detectados até o ano de 2006, portanto, os cometas e suas respectivas nuvens de hidrogênio não foram considerados na época da detecção do sinal "Wow!".
Assim sendo, devido ao fato da frequência do sinal "Wow!" estar na faixa de frequência da linha de hidrogênio e das nuvens de hidrogênio do 266P/Christensen e P/2008 Y2 (Gibbs) estarem bem próximos das coordenadas de onde o sinal "Wow!" teria se originado, ambos os cometas se tornam fortes candidatos de serem os responsáveis pelo sinal.
Neste ponto é importante que você saiba que as partes distintas de um cometa incluem o núcleo, coma (também conhecida como cabeleira), cauda de poeira, cauda de íons, e uma nuvem de hidrogênio. Cometas moderadamente ativos estão rodeados por uma nuvem de átomos neutros de hidrogénio. O hidrogênio é liberado do cometa quando a radiação ultravioleta do Sol quebra as moléculas de vapor de água, liberado a partir do núcleo do cometa, em oxigênio e hidrogênio.
O tamanho da nuvem de hidrogénio é determinado pelo tamanho do cometa e pode se estender por mais de 100 milhões de quilômetros, tal como a nuvem de hidrogênio do cometa Hale Bopp. Logo, uma vez que que o cometa se aproxima do Sol, sua nuvem de hidrogênio aumenta significativamente. Além disso, devido aos dois níveis de energia do estado fundamental do átomo de hidrogênio, a nuvem de hidrogênio neutro envolvendo o cometa vai liberar fótons e emitir radiação eletromagnética a uma freqüência ao longo da linha de hidrogênio.
Os componentes químicos de cometas emitem ondas de rádio. As ondas de rádio de hidrogênio de um cometa, assim como do 266P/Christensen e do P/2008 Y2 (Gibbs), viajam através do espaço em uma velocidade próxima a da luz. Portanto, os radiotelescópios, incluindo o "Big Ear", poderiam facilmente interceptá-las.
Vale ressaltar que durante observações feitas na região pelo VLA e pelo Observatório Radioastronômico da Universidade de Ohio (no período de 1995-1999), ambos os cometas (266P/Christensen e P/2008 Y2 Gibbs) não estavam nos arredores das coordenadas do sinal "Wow!", logo a nuvem de hidrogênio desses dois cometas não teriam sido detectadas. Aliás, o período orbital do 266P/Christensen é de 6,63 anos e do P/2008 Y2 (Gibbs) é de 6,8 anos, o que poderia explicar o porquê do sinal de "Wow" ter sido intermitente e não ter sido detectado durante as observações subsequentes.
Se sentiu meio perdido? Vamos resumir tudo isso para você!
Cometas liberam uma grande quantidade de hidrogênio conforme eles giram em torno do Sol. Isso acontece porque a luz ultravioleta rompe sua água congelada, criando uma nuvem de gás que se estende por milhões de quilômetros ao redor do próprio cometa. Se cometas estivessem passando em frente do "Big Ear" em 1977, eles teriam gerado um sinal aparentemente de curta duração, uma vez que o mesmo tinha um "campo de visão" fixo no solo.
Nenhum desses dois cometas (o 266P/Christensen e o P/2008 Y2 Gibbs) tinham sido descobertos naquela época, apenas na última década, logo ninguém teria pensado em procurá-los. As chances de qualquer telescópio detectá-los ao acaso na região do sinal "Wow!" eram muito pequenas.
Para provar que pode estar certo Antonio Paris propôs que os astrônomos observem a mesma região do sinal "Wow!" quando esses dois cometas estiverem de volta naquela mesma direção. O cometa 266P/Christensen será o primeiro a transitar pela região em 25 de Janeiro de 2017. Em seguida teremos o P/2008 Y2 (Gibbs) em 7 de Janeiro de 2018. Uma simples análise do sinal de hidrogênio dos cometas deverá apontar se ele está certo. Vai demorar um pouco, mas talvez possamos por um fim nesse mistério, ou não!
Isso porque alguns pesquisadores estão céticos, dizendo que não está claro se os cometas liberam hidrogênio suficiente para gerar algo como o sinal "Wow!". James Bauer do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, concorda que o hidrogênio liberado a partir de cometas pode se extender consideravelmente, mas ainda acha que o sinal não será forte o suficiente.
"Se cometas emitissem ondas de rádio de 21 centímetros, eu ficaria intrigado por que eles não foram observados com mais freqüência nesses comprimentos de onda", disse Bauer.
É Assombrados! Vamos ter que esperar um pouco para ver se esse mistério sobre o "sinal Wow!" será finalmente resolvido. Mal começou o ano de 2016 e já tem muita gente ansiosa por 2017!
Até a próxima, Assombrados!
Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino
Fontes:
http://docs.google.com/viewer?url=http://planetary-science.org/wp-content/uploads/2016/01/Paris_Davies-H-I-Line-Signal.pdf
http://oaprendizverde.com.br/2014/01/28/grandes-misterios-o-sinal-uau/
http://planetary-science.org/hydrogen-clouds-from-comets-266p-christensen-and-p2008-y2-gibbs-are-candidates-for-the-source-of-the-1977-wow-signal/
http://www.apolo11.com/curiosidades.php?posic=dat_20081028-103913.inc
http://www.astro.iag.usp.br/~dalpino/AGA215/APOSTILA/cap14cor.pdf
http://www.bigear.org/wow.htm
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-3397300/Has-mystery-alien-Wow-signal-solved-Astronomers-believe-COMETS-caused-bizarre-radio-blast-1977.html
http://www.universetoday.com/122409/what-was-the-wow-signal/
https://en.wikipedia.org/wiki/Wow!_signal
https://skeptoid.com/episodes/4342
https://www.newscientist.com/article/dn28747-famous-wow-signal-might-have-been-from-comets-not-aliens/
Esse ano está começando com assuntos cada vez mais interessantes! Dessa vez vamos falar do misterioso sinal Wow! (algo como "Uau!", em português). Sim, esse é um caso clássico e bem antigo. Porém, recentemente, no primeiro dia de 2016, um homem chamado Antonio Paris, professor de astronomia da Faculdade de São Petersburgo, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, fez uma publicação no site do Centro para Ciência Planetária dizendo que tem a provável resposta para a origem do mistério de quase 40 anos, que até hoje intriga cientistas das mais diversas áreas.
O professor Antonio Paris acredita que o sinal pode ter vindo devido a passagem de um ou mais cometas. Ele ainda apontou os mais prováveis responsáveis pelo sinal: um cometa chamado 266P/Christensen e outro chamado P/2008 Y2 (Gibbs). Para acrescentar uma certa dose de euforia, ele acrescentou que estaríamos bem próximos de termos a confirmação se algum deles é a verdadeira origem desse sinal. Entretanto, muitos outros cientistas permanecem um tanto quanto céticos. Vamos saber mais sobre esse assunto?
Antes de mais nada você precisa saber o que é o sinal "Wow!", até mesmo porque muito foi falado sobre esse sinal, porém pouca coisa realmente foi acrescentada em termos de informação, sobre o que os números e letras significam, entre outros detalhes. É claro que você pode encontrar muitas informações sobre isso na internet, então nosso objetivo ao explicar inicialmente sobre é sinal "Wow!"é manter você o mais informado possível, para que você possa compreender melhor o assunto principal desta postagem, combinado? Prometemos que você vai chegar ao final dessa postagem entendendo muita coisa sobre esse assunto.
O Misterioso Sinal "Wow!" Detectado em 15 de Agosto de 1977
Não é nenhuma novidade que milhares de cientistas se dedicam a tentar descobrir a existência de vida extraterrestre avançada em algum ponto do nosso universo, mesmo que a região esteja há muitos anos-luz de distância. Uma das principais ferramentas são os poderosos radiotelescópios, que tentam detectar algum sinal, que "não seja natural" vindo do espaço. Apesar dos cientistas fazerem isso há décadas, até hoje nunca foi apresentada uma prova sequer da existência de uma civilização extraterrestre inteligente.
A Noite da Detecção do Sinal "Wow!"
Entretanto, muitos acreditam que isso pode ter mudado na noite de 15 de agosto de 1977, quando o astrônomo americano Jerry R. Ehman estava trabalhando no projeto SETI, procurando evidências de que civilizações alienígenas podiam estar tentando se comunicar conosco usando ondas de rádio. Como de costume, a maioria dos sinais captados já eram bem conhecidos dele e não passavam de emissões provenientes de galáxias ou satélites.
O astrônomo Jerry R. Ehman |
Em 1977, não havia qualquer tipo de análise automatizada por computador do que era registrado pelo "Big Ear". Os dados eram impressos em papel e os voluntários analisavam esses mesmos dados manualmente. Era exatamente isso que Jerry Ehman estava fazendo quando viu os dados. Ele circulou com uma caneta, e devido ao seu espanto escreveu "Wow!".
Curiosamente, Jerry Ehman trabalhou durante um tempo na Universidade Estadual de Ohio como professor assistente de Engenharia Elétrica e de Astronomia. Porém, quando a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos cortou o programa de financiamento do radiotelescópio "Big Ear" em 1972, Ehman se recusou a deixá-lo, e permaneceu em regime de voluntariado. Resumindo, ele estava trabalhando sem ganhar nada naquela noite, e acabaria se tornando praticamente uma celebridade no mundo da astronomia. O papel anotado originalmente por ele encontra-se preservado pela Sociedade Histórica de Ohio.
Cópia do papel onde foi detectado o sinal "Wow!" por Jerry Ehman na noite de 15 de agosto de 1977 |
Foto aérea do Radiotelescópio "Big Ear" na década de 70 |
O Significado da Sequência Alfanumérica, a Linha de Hidrogênio, e Sua Importância Para os Cientistas do SETI
Pois bem, a principal sequência alfanumérica que Ehman destacou, o "6EQUJ5", simplesmente descreve a variação de intensidade do sinal. Saiba alguns detalhes sobre isso:
- Cada caractere corresponde a 12 segundos de transmissão (cada canal com 10 kHz de largura de banda);
- Um simples espaço no papel indica uma intensidade entre 0 e 1;
- Os números de 1 a 9 são referentes a intensidades correspondentes ao próprios números (variando entre 1.0 a 9.9);
- As letras indicam uma intensidade a partir de 10 ("A" corresponde as intensidades entre 10.0 e 11.0, "B" seria entre 11.0 a 12.0, "C" entre 12.0 e 13.0 e assim por diante);
- O valor "U" (uma intensidade correspondente entre 30.0 e 31.0) foi o mais intenso detectado pelo radiotelescópio.
Um átomo neutro de hidrogênio gera uma radiação de 21 cm |
Esta transição, que dá origem a linha de 21 cm, é importantíssima no estudo das regiões do meio interestelar que possuem gás hidrogênio em forma atômica (a maior parte do meio interestelar). Mesmo em nuvens escuras de poeira a radiação de rádio pode facilmente atravessar essas regiões e chegar até o observador.
A freqüência dessa linha de hidrogênio também é bem relevante para os pesquisadores do SETI, pois o hidrogênio é o elemento mais comum no universo (mais simples e abundante), sendo que o mesmo "ressoa" em 1420.4057 MHz. Entretanto, o que isso significa?
De acordo com cientistas do SETI, qualquer civilização avançada saberia da presença desta frequência no espaço e, provavelmente, poderia utilizá-la para fazer observações astronômicas. Como resultado disso, foi presumido que se alguma civilização extraterreste tentasse algum tipo de contato, eles poderiam utilizar esta frequência. Segundo eles, é bastante lógico que um "astrônomo de uma civilização avançada" de um lugar qualquer do espaço pensasse como nós e fizesse uma transmissão utilizando esta faixa. Então, simplesmente o SETI utiliza essa frequência para tentar contato com civilizações extraterrestres. Entenderam?
De acordo com cientistas do SETI qualquer civilização avançada saberia da presença desta frequência no espaço e, provavelmente, poderia utilizá-la para fazer observações astronômicas |
Jerry Ehman suspeitava que fosse de algum satélite militar ou até mesmo de um sinal de rádio que tivesse sido emitido da Terra que tivesse refletido em algum detrito proveniente do lixo espacial ao redor do nosso planeta.
"Mesmo que tivessem sido seres inteligentes enviando um sinal, eles fariam isso mais de uma vez. Devíamos tê-lo notado quando procuramos por ele por mais cerca de 50 vezes. Algo sugere que foi um sinal relacionado a Terra, que simplesmente foi refletido por um pedaço de lixo espacial", disse Jerry Ehman, para o jornal Cleveland Plain Dealer, na seção "Sunday Magazine" em 18 de setembro de 1994.
"Eu só queria que ao falar com os jornalistas, houvesse realmente algo mais a dizer sobre isso. Eu gostaria de dizer, 'Nossa, isso é um sinal de inteligência extraterrestre', mas honestamente eu não posso dizer isso", completou.
Entretanto, a explicação de Ehman se provou ser improvável e as investigações posteriores concluíram ser impossível que o sinal tivesse se originado na Terra. Era um sinal muito específico, que não dava para ser explicado, pelo contrário, eram necessárias muitas suposições para tentar entendê-lo.
Se o radiotelescópio tivesse sido alvo de algum sinal da Terra a intensidade iria crescer quase que imediatamente e diminuir também de forma abrupta. Por outro lado, se o sinal fosse proveniente de algum satélite terrestre também não apresentaria o intervalo de detecção de exatos 72 segundos.
De qualquer forma, de qual região do espaço ele teria vindo? É o que vamos descobrir a seguir!
As Prováveis Regiões de Onde Teria Vindo o Sinal "Wow!"
O radiotelescópio "Big Ear" não era giratório e sim fixo no solo. Seu movimento de varredura se dava pela própria rotação da Terra e captava os sinais provenientes do espaço através de um feixe de recepção bem estreito apontado para o infinito. Como em todas as antenas parabólicas ou direcionais, a sensibilidade é maior na região central do feixe, diminuindo nas laterais. Assim sendo, sempre que uma fonte de rádio vinda do espaço cruzava o radiotelescópio, essa aumentava de intensidade quando a rotação da Terra trazia o sinal para o centro do feixe e diminuía logo em seguida. No caso do "Big Ear", a largura desse feixe de recepção era extremamente estreita, e qualquer sinal que viesse do espaço levava sempre 72 segundos para atravessar o feixe.
Entretanto, o que isso significa? Simples. Se um sinal de 72 segundos fosse detectado por uma de suas antenas, após cerca de 2 minutos a outra antena também o detectaria por 72 segundos, porém isso não aconteceu. Para piorar a situação, os dados obtidos a partir do sinal foram processados de tal forma que ficou bem difícil estabelecer qual das antenas que o tinham detectado.
As duas coordenadas obtidas levaram os astrônomos a uma mesma região (vale lembrar que as coordenadas eram apenas ligeiramente diferentes), que se encontra na constelação de Sagitário, próxima do grupo estelar de Chi-Sagitário, e adivinhem de onde essa região também fica próxima? Essa região fica a noroeste do aglomerado globular M55 (também conhecido Messier 55 ou NGC 6809), que fica a 17.600 anos-luz da Terra. A parte curiosa é que recentemente publicamos a notícia de um estudo apontando que aglomerados globulares poderiam abrigar civilizações avançadas. Leia sobre isso, clicando aqui.
A constelação de Sagitário |
O aglomerado globular M55 (também conhecido Messier 55 ou NGC 6809) |
Neste ponto é importante ressaltar que o radiotelescópio "Big Ear" não existe mais. Ele foi desmontado em 1998, e a área na qual ele ocupava foi utilizada para expandir um campo de golfe vizinho. Hoje em dia tudo o que resta é apenas um placa histórica que foi colocada no local onde um dia ele nos proporcionou um dos mistérios astronômicos mais debatidos de todos os tempos.
Jerry Ehman durante a cerimônia da placa histórica referente ao radiotelescópio "Big Ear" |
Placa do marco histórico simbolizando o local onde um dia pertenceu ao radiotelecópio "Big Ear" |
Diversas Outras Buscas Foram Feitas Para Detectar Novamente o Sinal "Wow!"
Vale a pena destacar que várias tentativas foram feitas por Jerry Ehman, bem como por outros astrônomos para detectar e identificar novamente o sinal "Wow!". Em 1987 e 1989, o astrônomo Robert H. Gray tentou procurar por esse mesmo sinal através do Observatório de Oak Ridge, em Harvard, Massachusetts, nos Estados Unidos, mas não conseguiu detectá-lo.
Foto do Observatório de Oak Ridge, em Harvard, Massachusetts, nos Estados Unidos. |
A antena de 100 metros de diâmetro pertencente ao Observatório Nacional de Radioastronomia em Green Bank, na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos |
O o radiotelescópio de 26 metros do Observatório de Radioastronomia Mount Pleasant da Universidade da Tasmânia, na Austrália |
A Recente Teoria que o Sinal "Wow!" Teria Vindo de Cometas, não de Civilizações Extraterrestres
Entretanto, as hipóteses, teorias ou especulações sobre o sinal "Wow!" podem estar com os seus dias contados. Isso porque Antonio Paris, professor de Astronomia da Faculdade de São Petersburgo, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, fez uma publicação muito interessante onde ele e seu colega Evan Davies, pertencente ao "The Explorers Club", em Nova York, também nos Estados Unidos, acreditam ter resolvido o mistério de quase 40 anos sobre o sinal "Wow!".
Antonio Paris, professor de Astronomia da Faculdade de São Petersburgo |
Além disso, de acordo com o VLA, foi proposto que o sinal intermitente "Wow!" era compatível com a assinatura de uma "fonte celestial transitória". A Universidade da Tasmânia sugeriu que o sinal estava se movendo juntamente com a fonte da linha de hidrogênio. Se poderia ser um o objeto se movendo, então o que poderia ser?
"Me deparei com a ideia enquanto estava dirigindo meu carro, e me perguntei se um corpo planetário, se movendo rápido o bastante, poderia ser a fonte", disse Antonio Paris, em entrevista ao site Newscientist.
Antonio Paris descobriu que no período compreendido entre 27 de julho de 1977 a 15 de agosto de 1977, os cometas 266P/Christensen and P/2008 Y2 (Gibbs), estavam transitando nos arredores do grupo estelar de Chi-Sagitário. As efemérides de ambos os cometas durante este período orbital os colocava nos arredores de onde veio sinal "Wow!".
Imagem do do cometa 266P/Christensen em 26 de fevereiro de 2014 |
Imagem do cometa /2008 Y2 (Gibbs) em 16 de agosto de 2009 |
A localização dos cometas 266P e P/2008 entre 27 de julho a 15 de agosto de 1977. |
No plano orbital, em 15 de agosto de 1977, cometa o 266P/Christensen estava a uma distância de 3.8055 UA da Terra. O cometa P/2008 Y2 (Gibbs) estava a uma distância de 4.406 UA |
Neste ponto é importante que você saiba que as partes distintas de um cometa incluem o núcleo, coma (também conhecida como cabeleira), cauda de poeira, cauda de íons, e uma nuvem de hidrogênio. Cometas moderadamente ativos estão rodeados por uma nuvem de átomos neutros de hidrogénio. O hidrogênio é liberado do cometa quando a radiação ultravioleta do Sol quebra as moléculas de vapor de água, liberado a partir do núcleo do cometa, em oxigênio e hidrogênio.
Elementos de um cometa |
Os componentes químicos de cometas emitem ondas de rádio. As ondas de rádio de hidrogênio de um cometa, assim como do 266P/Christensen e do P/2008 Y2 (Gibbs), viajam através do espaço em uma velocidade próxima a da luz. Portanto, os radiotelescópios, incluindo o "Big Ear", poderiam facilmente interceptá-las.
Vale ressaltar que durante observações feitas na região pelo VLA e pelo Observatório Radioastronômico da Universidade de Ohio (no período de 1995-1999), ambos os cometas (266P/Christensen e P/2008 Y2 Gibbs) não estavam nos arredores das coordenadas do sinal "Wow!", logo a nuvem de hidrogênio desses dois cometas não teriam sido detectadas. Aliás, o período orbital do 266P/Christensen é de 6,63 anos e do P/2008 Y2 (Gibbs) é de 6,8 anos, o que poderia explicar o porquê do sinal de "Wow" ter sido intermitente e não ter sido detectado durante as observações subsequentes.
Se sentiu meio perdido? Vamos resumir tudo isso para você!
Um Resumo da Teoria de Antonio Paris
Cometas liberam uma grande quantidade de hidrogênio conforme eles giram em torno do Sol. Isso acontece porque a luz ultravioleta rompe sua água congelada, criando uma nuvem de gás que se estende por milhões de quilômetros ao redor do próprio cometa. Se cometas estivessem passando em frente do "Big Ear" em 1977, eles teriam gerado um sinal aparentemente de curta duração, uma vez que o mesmo tinha um "campo de visão" fixo no solo.
Nenhum desses dois cometas (o 266P/Christensen e o P/2008 Y2 Gibbs) tinham sido descobertos naquela época, apenas na última década, logo ninguém teria pensado em procurá-los. As chances de qualquer telescópio detectá-los ao acaso na região do sinal "Wow!" eram muito pequenas.
Para provar que pode estar certo Antonio Paris propôs que os astrônomos observem a mesma região do sinal "Wow!" quando esses dois cometas estiverem de volta naquela mesma direção. O cometa 266P/Christensen será o primeiro a transitar pela região em 25 de Janeiro de 2017. Em seguida teremos o P/2008 Y2 (Gibbs) em 7 de Janeiro de 2018. Uma simples análise do sinal de hidrogênio dos cometas deverá apontar se ele está certo. Vai demorar um pouco, mas talvez possamos por um fim nesse mistério, ou não!
Isso porque alguns pesquisadores estão céticos, dizendo que não está claro se os cometas liberam hidrogênio suficiente para gerar algo como o sinal "Wow!". James Bauer do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, concorda que o hidrogênio liberado a partir de cometas pode se extender consideravelmente, mas ainda acha que o sinal não será forte o suficiente.
"Se cometas emitissem ondas de rádio de 21 centímetros, eu ficaria intrigado por que eles não foram observados com mais freqüência nesses comprimentos de onda", disse Bauer.
É Assombrados! Vamos ter que esperar um pouco para ver se esse mistério sobre o "sinal Wow!" será finalmente resolvido. Mal começou o ano de 2016 e já tem muita gente ansiosa por 2017!
Até a próxima, Assombrados!
Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino
Fontes:
http://docs.google.com/viewer?url=http://planetary-science.org/wp-content/uploads/2016/01/Paris_Davies-H-I-Line-Signal.pdf
http://oaprendizverde.com.br/2014/01/28/grandes-misterios-o-sinal-uau/
http://planetary-science.org/hydrogen-clouds-from-comets-266p-christensen-and-p2008-y2-gibbs-are-candidates-for-the-source-of-the-1977-wow-signal/
http://www.apolo11.com/curiosidades.php?posic=dat_20081028-103913.inc
http://www.astro.iag.usp.br/~dalpino/AGA215/APOSTILA/cap14cor.pdf
http://www.bigear.org/wow.htm
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-3397300/Has-mystery-alien-Wow-signal-solved-Astronomers-believe-COMETS-caused-bizarre-radio-blast-1977.html
http://www.universetoday.com/122409/what-was-the-wow-signal/
https://en.wikipedia.org/wiki/Wow!_signal
https://skeptoid.com/episodes/4342
https://www.newscientist.com/article/dn28747-famous-wow-signal-might-have-been-from-comets-not-aliens/