Por Marco Faustino
Para muitas pessoas ao redor do mundo hoje é o último dia do ano. Outras, no entanto, enxergam a data de hoje como o primeiro dia da primeira semana de 2018, visto que hoje é domingo, o primeiro dia de todas as semanas pelo calendário atual. Tudo é uma questão de interpretação. Você pode encarar o dia de hoje como se fosse o término de um ciclo ou o começo de um novo ciclo. Tudo, como sempre, depende apenas de você. Isso também se aplica ao ano de 2017, que para muitos foi nada mais do que a continuação do ano de 2016. Desemprego, dívidas a serem pagas, salários atrasados em alguns estados da nossa federação etc. Para outros, o ano de 2017 foi um ano de renovação, de mudança ou adaptação profissional, de salários reduzidos, de consumo mais contido, de uma lâmpada aqui ou outra ali que teve que ser apagada. Há quem lucrou muito com moedas virtuais neste ano, há quem perdeu muito em ações e existem aqueles que mantiveram a mesma renda, sem ganhar e sem perder nada. Na mensagem de Natal deste ano, havia dito que a palavra de ordem, por assim dizer, era gratidão. E talvez a palavra de 2018 não seja aquela que todos invariavelmente dizem ou desejam nesse dia, tais como: esperança, paz, amor, felicidade e dinheiro. Talvez a palavra-chave seja resiliência. Palavrinha complicada essa, não é mesmo?
A palavra resiliência foi cunhada no início do século XIX, sendo primeiramente adotada na Física. Ela basicamente significa a capacidade de um material voltar ao seu estado normal depois de ter sido tensionado, assim como um elástico ou o aço, por exemplo. No mundo dos negócios, essa palavra ganha um significado parecido e caracteriza pessoas, que têm a capacidade de retornar ao seu equilíbrio emocional após sofrer grandes pressões ou estresse, ou seja, aquelas são dotadas de habilidades que lhes permitem lidar com problemas sob pressão ou estresse mantendo o equilíbrio emocional. Algo muito semelhante também acontece na Psicologia, onde ela reflete a capacidade do indivíduo de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas sem entrar em surto psicológico, emocional ou físico, ao encontrar soluções estratégicas para enfrentar e superar as adversidades. E, acredite, o povo brasileiro é um dos povos mais resilientes do mundo. Você precisará ser mais do que nunca resiliente, começando daqui a algumas horas, visto que o ano que vem será mais árduo, de sensibilidades afloradas, e mais complexo do que nunca. Não há como fugir disso, mas é plenamente possível lutar por si mesmo e por todos aqueles que você ama. Vamos saber mais sobre a última mensagem do ano?
Escrever uma postagem pode ficar um pouco mais fácil ao longo do tempo, mas continua sendo um desafio constante, porque informação é diferente de entretenimento. Entre a informação e o entretenimento existe uma palavra que funciona como uma verdadeira bifurcação: credibilidade. Você não precisa de credibilidade para contar uma piada, fazer uma brincadeira, um trocadilho ou para dar sua própria opinião sobre algum assunto, afinal de contas, você é livre para falar o que quiser dentro de um estado de direito legítimo. Acreditar ou não em você depende apenas do nível de cultura, conhecimento ou admiração da outra pessoa que, neste último caso, é o primo mais distante da credibilidade. Essa é a razão pela qual um telejornal não tem plateia e um programa dominical tem. Essa também é a razão pela qual as cores de um telejornal são mais sóbrias e a de um programa dominical são berrantes, chamativas e existe uma completo ambiente informal. Apesar de inúmeras tentativas ao longo do tempo, a informação sempre se manteve a uma boa distância do entretenimento. O que acontece se ambas se misturarem? É exatamente o que você viu e ficou mais em evidência do que nunca em 2017, e que se define de diversas formas: desinformação ou aquilo que ficou apelidado como fake news. Informação não precisa de plateia, não se importa se "A" ou "B" vai gostar do teor do conteúdo, não se importa se 1 ou 100.000 pessoas vão ler ou ouvir o que se tem para dizer. A informação se importa apenas com a pesquisa bem feita, com a realidade dos fatos, com a busca da verdade, e principalmente, baila constantemente e glorifica a credibilidade.
Ao longo deste ano tentei fazer exatamente isso, que acabei de descrever, por 162 vezes. Apenas neste ano foram 162 matérias ou notícias escritas unicamente por mim, Marco Faustino, para vocês neste blog, e vocês conhecem muito bem o tamanho e a quantidade de conteúdo proporcionado em cada uma delas. Além disso, redigi 351 minutos assombrados neste ano, que vocês podem conferir nas descrições de inúmeros vídeos, sendo que nos últimos dois meses, muitos minutos foram gravados no formato de notícia no canal do YouTube. No total, fui responsável por pesquisar, traduzir, verificar, e redigir 513 textos. Isso sem contar as traduções de vídeos, leituras de documentos científicos, consulta por email a terceiros para poder confirmar ou corroborar alguma questão. Desde junho de 2015, tenho um total de 447 publicações neste blog, entre notícias e matérias, incluindo essa mensagem de Ano Novo. Some a essa conta 408 minutos assombrados, ou seja, foram 855 textos em dois anos e meio. Isso muitas vezes passa desapercebido, até mesmo por mim, visto que cheguei a ficar espantado quando fui verificar a quantidade de material gerado. Porém, o que me orgulho de dizer não são esses números, é ter consciência do quanto me dediquei, o quanto me esforcei, quantas noites passei em claro e por tantas coisas que passei para poder entregar um conteúdo de qualidade para vocês. Acima de tudo isso, me orgulho principalmente em poder dizer a cada um de vocês, que nunca enganei, menti, me esquivei ou "peguei leve" com ninguém e nenhum caso abordado por mim. Nunca defendi o errado, criminosos, pervertidos, religiosos disfarçados de bandidos, estelionatários disfarçados de pseudocientistas, entusiastas que só visam ganhar dinheiro em cima de crenças, que nem mesmo possuem ou mentirosos de qualquer espécie, por 855 vezes.
Fico feliz, que ao longo do tempo, tenha alcançado tantas pessoas, que foram enganadas por tanto tempo e por tanta gente, que simplesmente pinça um texto publicado em um tabloide e o repassa sem qualquer investigação, pesquisa ou mínimo de cuidado com a inteligência de cada um de vocês, mas que agora vocês conseguem compreender bem melhor a realidade por trás de uma notícia, e os interesses daqueles que lucram ou fazem da mentira o seu sustento. Fico feliz em nunca ter simplesmente copiado e colado textos e nem mesmo mentido, uma única vez, ao dizer que tive trabalho em criar uma determinada matéria sem apresentá-la de forma detalhada e completa, algo que sempre faço questão de apresentar para vocês. Fico feliz em ter podido colaborar positivamente mais um ano com este blog, que sempre foi muito generoso e gentil comigo, e que sempre me deu toda a liberdade para escrever sobre o que eu quisesse para vocês. Na minha cabeça, hoje é o primeiro dia da primeira semana de 2018, inclusive já sei o que começarei a escrever a partir de amanhã e os minutos assombrados que irei redigir ao longo desta semana. Na minha frente nunca houve público, plateia, palmas e nem fogos de artifício. Sempre foi uma tela em branco com o ponto de inserção piscando, uma espécie de estrela-guia, que sempre me norteou e um lembrete que o melhor texto é sempre o próximo.
Não sei como foi o seu ano, se ele foi bom ou ruim, se foi conturbado ou calmo, se você perdeu ou ganhou alguém em sua vida. Também não posso apagar este ano da vida de vocês ou reescrever este mesmo ano para o que está chegando ou já chegou para muitos. Desejo apenas que vocês tenham pessoas muito boas ao redor de vocês, pessoas que verdadeiramente te sigam e estejam ao seu lado não importa onde você decida ir. Conforme sempre digo a vocês, a parte mais importante de uma notícia ou uma matéria são as pessoas que a tornam possível. Desde a pessoa responsável por um ato, até chegar naquela que transmite a realização desse mesmo ato para vocês. Por mais que o ser humano esteja cada vez mais descrente do seu semelhante, é necessário ter confiança e proteger as pessoas que sejam verdadeiras boas e generosas com vocês. Sejam resilientes no ano que vêm, protejam quem vocês amam, e não se deixem abater pelas dificuldades. Também não deixem ser enganados por qualquer notícia que chegue ao conhecimento de vocês através de redes sociais ou outras fontes de pseudo-informação.
Enfim, termino essa última postagem de 2017, com a música originalmente conhecida por "Con te partirò" ("Partirei com você", em português), que ficou famosa na voz de Andrea Bocelli, mas que ganhou uma belíssima versão de André Rieu & Mirusia. Essa música é muito interessante, porque ela foi renomeada para "Time To Say Goodbye" ("Hora de Dizer Adeus"), que destoa um pouco quando nos deparamos com ambos os títulos pela primeira vez. Para entender a essência da música, no entanto, basta ouvir o começo da mesma, quando é dito: "Quando estou sozinho, sonho em direção ao horizonte, e faltam-me palavras. Sim, sei que não há luz em quarto onde não há Sol, se você não estiver comigo". Amanhã, o verdadeiro Sol irá nascer justamente para aqueles, cuja verdadeira luz para viver se encontra ao seu lado ou seus corações. Desejo profundamente, que vocês tenham alguém para compartilhar esse momento. Apesar disso não ser nenhuma certeza, que seu ano será maravilhoso, com certeza será bem mais fácil atravessá-lo.
Até o ano que vem, AssombradOs, e obrigado pelo ano, Mônica Leão.
Redator Marco Faustino