Por Marco Faustino
Sinceramente, falar novamente sobre a bactéria que poderia ter cerca de 3,5 milhões de anos (também conhecida como "Bacillus F") não é algo tão surpreendente assim. No passado, mais precisamente em setembro de 2015, quase no mesmo dia e mês, em que esse recente caso começou a circular na imprensa internacional, divulgamos uma história sobre o que era considerada uma "nova sensação científica". Se tratava de uma bactéria, que teria sido encontrada no pergelissolo (também conhecido por permafrost, que é um tipo de solo formado por gelo, rocha, sedimentos e que armazena uma grande quantidade de carbono). A idade da bactéria? De acordo com os cientistas, a bactéria poderia ter até 3.5 milhões de anos. Aliás, segundo algumas informações divulgadas naquela época, a mesma teria permitido que ratos, já com uma certa idade avançada, voltassem a se reproduzir. Naquela época, os cientistas teriam decodificado o DNA da bactéria e estavam tentando compreender quais eram os genes, que forneciam a sua "extraordinária longevidade". Todo o trabalho também envolvia a continuidade do impacto positivo, até então "inexplicável", em organismos vivos, tais como: células sanguíneas humanas, ratos, moscas de fruta, e plantações (leia mais: O Segredo da "Vida Eterna" Estaria Em Uma Bactéria Que Poderia Ter Aproximadamente 3.5 Milhões De Anos?). Desde então, no entanto, não tinham sido divulgados detalhes substanciais, que valessem a pena criar uma matéria ou uma atualização mais robusta para vocês.
No entanto, recentemente foi divulgado pelo canal do YouTube da "Barcroft TV" (sendo que a mesma menciona ser uma empresa de mídia internacional com escritórios em Londres, Nova Déli e Nova York, "especializada" no "lado surpreendente da vida humana", e que diz trabalhar com valores fundamentais em termos de "aventura", "excelência", "diversidade" e "responsabilidade") uma espécie de mini-documentário referente a um caso relacionado a uma atriz alemã, apelidada de "Manoush", dizendo que ela tinha injetado, sucessivas vezes, doses contendo a tal bactéria de 3,5 milhões de anos em seu corpo. Qual o objetivo dessa estranha atitude, que foi amplamente reprovada por seus familiares? Tentar permanecer sempre jovem, apesar da quantidade absurda de cirurgias plásticas realizadas por ela. O grande problema, no entanto, é que a imprensa vem tratando o caso como se fosse uma tentativa desesperada em busca pela eterna juventude, e se esquecem, como sempre, que o foco principal são as pessoas por trás de uma determinada história. É justamente essa sensível relação, que tentarei mostrar a vocês, assim como suas nuâncias, a realidade sobre a mesma e todo esse aspecto humano, que constantemente é desvalorizado e ignorado por quem apenas escreve por escrever ou não tem o menor comprometimento com aquele, que assim como você, deseja realmente se manter bem informado. Vamos saber mais sobre esse assunto?
Conheça Tudo o que Você Precisa Saber Sobre a Tal "Bactéria de 3,5 Milhões de Anos" Antes de Abordarmos a Recente História Referente a Atriz Alemã Apelidada de "Manoush"
Toda essa história de uma bactéria de 3,5 milhões de anos que poderia ser a "segredo da eterna juventude" começou em 19 de setembro de 2015, através de um texto publicado no site de notícias "The Siberian Times" intitulado: "Russian scientists make progress on secret of eternal life" ("Cientistas russos fazem progresso em relação ao segredo da vida eterna", em português). Um título desses soa promissor, não é mesmo? Bem, de acordo com os cientistas, a bactéria poderia ter até 3.5 milhões de anos, sendo que a mesma teria permitido que ratos, já com uma certa idade avançada, se reproduzissem. Naquela época, os cientistas teriam decodificado o DNA da bactéria e estavam tentando compreender quais eram os genes, que forneciam a sua "extraordinária longevidade".
"Em todos os experimentos, a 'Bacillus F' estimulou o crescimento e também fortaleceu o sistema imunológico. Os experimentos em eritrócitos e leucócitos humanos também foram bem otimistas", disse o professor Sergey Petrov, pesquisador-chefe do Centro Científico de Tyumen, na Rússia.
Dr. Anatoli Brouchkov, então chefe do Departamento de Geocriologia da Universidade Estatal de Moscou |
"Fizemos muitos experimentos em camundongos e moscas-das-frutas e vimos o impacto sustentável de nossa bactéria em termos de longevidade e fertilidade. Porém, ainda não sabemos como funciona. Na verdade, não sabemos exatamente como a aspirina funciona, mas ela funciona. O mesmo se aplica a isso: não conseguimos entender o mecanismo, mas vemos o impacto", disse o Dr. Anatoli Brouchkov.
Na época, uma série de alegações estavam sendo feitas em relação ao potencial de três diferentes cepas de bactérias encontradas no permafrost, sendo que entre elas estava o rejuvenescimento de seres vivos. Uma outra visava o potencial desenvolvimento de organismos capazes de destruir moléculas de petróleo, transformando-os em água, para que um dia pudesse ser criado um novo sistema para limpeza de vazamentos de óleo. Uma terceira cepa de bactérias seria capaz de eliminar moléculas de celulose.
"Queremos entender os mecanismos de proteção do genoma, e o funcionamento dos genes. A questão-chave é o que proporciona a vitalidade dessa bactéria, mas isso é tão complicado quanto quais genes humanos são responsáveis pelo câncer e como curá-lo. A escala e a cumplicidade sobre essa questão são praticamente idênticas. Isso envolve uma pesquisa tecnicamente difícil", continuou, revelando que as bactérias sobreviveram por milhões de anos no gelo profundo da Sibéria.
"Algumas foram encontradas em âmbar, e algumas outra até mesmo em sal de rocha. Aliás, a bactéria encontrada em sal de rocha tinha cerca de meio bilhão de anos. Eu diria que existem (no mundo) bactérias imortais, seres imortais. Eles não podem morrer. Para ser mais preciso, eles conseguem proteger a si mesmos. Nossas células não conseguem se proteger contra danos. Essas células de bactérias são capazes de se protegerem. Seria ótimo encontrar os mecanismos de proteção contra o envelhecimento e contra os danos, e usá-los para lutar contra o nosso envelhecimento. É o enigma principal da humanidade e acredito que devemos trabalhar para resolvê-lo", disse o Dr. Anatoli Brouchkov.
Dr. Viktor Chernyavsky, um epidemiologista de Iacútia, descreveu as descobertas como uma "sensação científica" |
"Entretanto, o ponto principal é que finalmente vimos a luz no fim de um longo túnel e sem esperança. É uma ótima façanha. Eu ficaria feliz se as pessoas estivessem interessadas em nossa pesquisa. É muito melhor do que seguir a taxa do dólar ou o preço do petróleo. Nossas pesquisas em todo o mundo mal começaram. Os primeiros artigos (científicos) apareceram há cerca de dez anos, por isso estamos na primeira etapa da pesquisa", seguiu dizendo.
"Acredito que todos nós precisamos começar a estudar esses seres imortais, mas no momento, muitos de nós não estão fazendo isso. Estamos discutindo, mas não estamos realizando pesquisas. Precisamos usar o fato de que tais bactérias foram encontradas em nosso permafrost. Temos essas oportunidades de estudo. Acredito que essa bactéria poderia ser muito útil", completou. Aliás, um dos lugares onde a pesquisa estava em andamento era em Tymen, na Sibéria Ocidental, sob os cuidados do professor Sergey Petrov.
"No laboratório, tivemos resultados muito bons. A bactéria não apenas estimula o crescimento, mas aumenta a resistência ao gelo. As sementes brotaram a uma temperatura de 5 °C", disse Sergey Petrov. |
Isso é muito importante em relação as nossas complicadas condições siberianas, uma vez que uma geada repentina pode ocorrer em maio e até mesmo em junho. Podemos dizer que a bactéria melhora a fotossíntese", disse Sergey Petrov |
"No laboratório, tivemos resultados muito bons. A bactéria não apenas estimula o crescimento, mas aumenta a resistência ao gelo. As sementes brotaram a uma temperatura de 5 °C. Isso é muito importante em relação as nossas complicadas condições siberianas, uma vez que uma geada repentina pode ocorrer em maio e até mesmo em junho. Podemos dizer que a bactéria melhora a fotossíntese. Também é muito importante para nossas regiões ao norte com curto período de luz solar. As plantas têm tempo de amadurecer completamente", continuou.
Mapa mostrando local onde a tal bactéria de 3,5 milhões de anos teria sido encontrada |
"No momento, o uso de bactérias promotoras do crescimento em plantas é um caminho muito promissor. É claro que as bactérias são muito mais eficazes do que os produtos químicos. Nossa 'Bacillus F' tem um grande potencial, porque conseguiu sobreviver no permafrost. Acredito, que seu potencial é muito maior do que outras bactérias que promovem o crescimento. Além disso, pode ajudar a resistir a geadas, o que é igualmente importante diante de nossas condições. Agora, solicitamos um financiamento para realizar pesquisas futuras, especialmente em células sanguíneas humanas, e esperamos que consigamos, porque a pesquisa é extremamente promissora", completou.
Aliás, próximo do local onde a bactéria ancestral teria sido encontrada, estavam os restos mortais de mamutes e rinocerontes-lanudos. Segundo o Dr. Anatoli Brouchkov as bactérias foram encontradas em camadas de permafrost mais profundas e mais antigas, significativamente mais inferiores do que as camadas onde os mamutes foram encontrados.
Russian scientist admits injecting himself with 3.5 million year old 'eternal life' bacteria" ("Cientista russo admite que injetou bactéria da vida eterna de 3,5 milhões de anos nele mesmo", em português). O conteúdo da notícia? Bem, o Dr. Anatoli Brouchkov deu a entender que teria injetado a bactéria nele mesmo, e que após isso começou a trabalhar por mais tempo, que não tinha ficado gripado nos últimos dois anos anos, e que após experimentos bem sucedidos em camundongos e moscas-das-frutas, ele acreditava que seria interessante testar a cultura bacteriana inativada.
"Além disso, o permafrost está descongelando, e acredito que essas bactérias estão entrando no meio ambiente, na água, de modo que a população local, o povo Yakut, na verdade, está há muito tempo consumindo essas células juntamente com a água, e eles até aparentam viver mais do que algumas outras nações. Então, não havia risco algum para mim", disse o Dr. Anatoli Brouchkov.
De qualquer forma, era muito cedo para comercializar a bactéria, apesar de uma "indubitável demanda" por uma poção da mesma, que oferecesse a vida eterna. Vocês podem conferir as declarações do Anatoli a partir de um vídeo publicado pela "RT" cerca de dois dias antes (27), em seu próprio canal no YouTube (em inglês):
"Ainda é necessária a realização de experimentos. Precisamos descobrir como essa bactéria previne o envelhecimento. Acredito que seja assim, que essa ciência deve se desenvolver. O que está mantendo aquele mecanismo vivo? Como podemos usá-lo para nossos próprios benefícios?", completou. Assim sendo, até aquele momento dava a impressão que o Dr. Anatoli Brouchkov tinha realmente injetado a bactéria nele mesmo, porém essa história ainda iria ganhar outros rumos esse ano (iremos abordar isso daqui a pouco).
Em dezembro de 2015, por exemplo, o Dr. Anatoli Brouchkov apareceu novamente na mídia, dessa vez no site "Motherboard", pertencente a revista norte-americana Vice. Na ocasião ele disse que se sentia mais saudável e menos cansado do que nunca. Aliás, as pessoas jamais imaginariam que um senhor de cabelos prateados e com uma fala suave teria injetado uma cepa de bactéria de 3,5 milhões de anos em si mesmo, apenas para ver o que iria acontecer.
De qualquer forma, o site Motherboard conseguiu entrevistar Anatoli, algo que vocês podem conferir no vídeo publicado no próprio canal da "Motherboard", no YouTube, em 9 de dezembro de 2015:
Não irei transcrever todo o diálogo, mas a primeira pergunta feita ao Dr. Anatoli Brouchkov é muito emblemática, porque ele foi questionado sobre ter injetado uma bactéria, que supostamente permitiria as pessoas a viverem por mais tempo, e como ele estava se sentindo. Anatoli respondeu que estava se sentindo bem, mas o que ele estava fazendo não era ciência de verdade, era apenas curiosidade (deveríamos abordar a diferença entre curiosidades e fatos científicos?).
Foi assim que Anatoli voltou a explicar que o permafrost era o melhor lugar para encontrar tais tipos de bactérias, que elas guardavam um segredo sobre a forma pelas quais elas viviam por tanto tempo (milhões de anos ou bilhões de anos), e que a bactéria em questão tinha sido encontrada em uma região onde certos povos eram conhecidos por viverem por mais tempo. Ele também disse, que tinham sequenciado o DNA da bactéria, mas que eram muitos genes e proteínas para compreenderem o funcionamento da mesma.
Anatoli respondeu que estava se sentindo bem, mas o que ele estava fazendo não era ciência de verdade, era apenas curiosidade (deveríamos abordar a diferença entre curiosidades e fatos científicos?) |
Nesse momento, vocês podem estar se perguntando se houve algum progresso em relação ao estudo da "Bacillus F" em relação a longevidade ou sua aplicação em seres humanos, não mesmo? Pois bem, a resposta é um belo e sonoro não.
O Dr. Anatoli Brouchkov é citado por possuir 25 anos de lecionamento, pesquisas de solo, permafrost e ciência geológica. Além disso, ao longo de sua carreira, participou de projetos específicos, que incluem o estudo geológico e ambiental em diferentes regiões do Ártico. Como consultor geotécnico para empresas de petróleo e gás, ele também já esteve envolvido em um programa de testes de solo em laboratório, e foi responsável pelos aspectos geotécnicos do projeto de encanamento e instalações do norte da Rússia. Sua experiência acadêmica inclui palestras para estudantes das universidades de Moscou, Tyumen e Hokkaido, além de diversos projetos de pesquisa na Rússia, no Japão e no Alasca. Ele ainda é descrito por ter mais de 100 publicações e 5 monografias.
Academia.edu" e "Researchgate.net", o Dr. Anatoli Brouchkov não possui nenhuma publicação (ou seja, artigo científico ou estudo) referente ao "Bacillus F" e suas supostas propriedades em seres vivos desde 2012 (a decodificação do DNA foi realizada em 2014, sendo que existem algumas outras publicações sobre a "Montanha do Mamute", a "comunidade bacteriana no antigo permafrost", mas não há referência direta a bactéria e sua suposta propriedade de prolongar a vida em seres vivos desde então). O mesmo se aplica, por exemplo, ao Dr. Sergey Petrov e ao Dr. Viktor Chernyavsky.
Resumindo? Não há nada recentemente publicado sobre as "inexplicáveis propriedades da Bacillus F", nem resultados cientificamente provados sobre a mesma, e nenhuma outra informação que venha de algum outro laboratório ou instituto fora da Rússia para corroborar em relação a essas descobertas. Aparentemente e infelizmente, diante do que realmente temos de concreto até hoje, toda essa história soa estar fadada a supostos conhecimentos empíricos, e propaganda científica russa.
E, ignorando todos esses detalhes do passado, a Barcroft TV resolveu realizar uma espécie de mini-documentário referente ao caso de uma atriz alemã, apelidada de "Manoush", que tinha injetado, sucessivas vezes, doses contendo a tal bactéria de "3,5 milhões" de anos em seu corpo. Porém, é importante ressaltar novamente que, além de não haver qualquer estudo que realmente comprove, cientificamente, sua eficácia, ninguém sabe exatamente a idade da tal bactéria até hoje (no documento referente a decodificação do DNA da bactéria é mencionado, por exemplo, que ela teria presumivelmente cerca de 3 milhões de anos, ou seja, menos 500 milhões de anos do que anuncia atualmente). Assim sendo, o que poderia dar errado, não é mesmo?
O Mini-Documentário Realizado Pela Barcroft TV! Quem é Realmente a Atriz "Alemã" Apelidada de "Manoush" e o que o Mesmo Realmente Apresentou aos Telespectadores?
Vamos começar falando sobre Marcia Nicole Barandshay, mais conhecida como "Manoush". Ela é a terceira filha de uma mãe de origem manouche-sinté (termo em francês para definir os "ciganos", que vivem na França, e que costumam ter famílias na Alemanha ou na Itália) e de um pai de origem germano-americana, e nascida na cidade de Saintes-Maries-de-la-Mer, no sul da França, em 1971 (algumas fontes também citam 1973 ou 1975).
Devido a problemas familiares com o pai, sua mãe o abandonou, e criou os filhos em diversas cidades da Europa. Ela começou a ganhar dinheiro como modelo, para ajudar sua família, aos 18 anos, mas sua carreira foi interrompida logo após um acidente de carro, que teria deixado cicatrizes em suas pernas e na região do seu estômago aos 20 anos. Ela se chegou a se casar quando tinha 18 anos com Sonyo Lakatos, 19 anos, mas anulou o casamento após 3 semanas. Ela voltaria a se casar mais duas vezes e seu último marido foi Chris Vazquez, cujo casamento teria durado cerca de 8 anos (entre 2006 e 2014, muito embora algumas fontes dizem que estariam juntos até hoje, e outras digam que se separaram em 2012). Como vocês podem notar, existe uma certa dificuldade em saber detalhes de sua vida pessoal.
No início de 2000, foi-lhe oferecido o papel de "mulher ninfomaníaca" no filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", de Jean-Pierre Jeunet (2001), que abriu definitivamente as portas para a indústria cinematográfica, estabelecendo "Manoush" como a "garota malvada".
Posteriormente, ela participou de dezenas de filmes de terror (primordialmente "filmes B"), em produções norte-americanas, alemãs, russas e dinamarquesas. Ela também já participou de vídeos e compôs músicas tão violentas, que o material chegou a ser banido de diversos países. Obviamente, não podemos julgá-la, mas podemos notar que sua vida nunca foi fácil, e que a mesma sempre foi bem estigmatizada em seus papéis e filmes.
Aliás, essa não é a primeira vez no ano que ela apareceu na mídia internacional, visto que em janeiro ela foi alvo de uma matéria sobre suas mais de 36 cirurgias plásticas, representando (ao menos de acordo com ela) um gasto superior a R$ 250.000. Na ocasião, foi mencionado que seu próprio cirurgião plástico havia apelidado ela de "Frankiedoll" devido a quantidade de cirurgias e que muitos médicos se recusavam a atendê-la devido a esse excesso de modificações. O texto também contava com inúmeras declarações de Manoush.
Ela disse que considerava o envelhecimento como um "defeito genético", e que continuaria realizando cirurgias plásticas até seus 90 anos. Ela também se recusou a dizer sua idade, que seria por volta de 45 anos de acordo com alguns sites, e alegou que estava se criando do jeito que ela queria ser, visto que não queria ser idosa ou uma atriz idosa. Manoush disse que preferia ser toda "plastificada" do que ser idosa.
Manoush disse que considerava o envelhecimento como um "defeito genético", e que continuaria realizando cirurgias plásticas até seus 90 anos |
Enfim, agora que você conhece um pouco mais sobre a "Manoush" e o seu pensamento, algo que não fazem muita questão de comentar, vamos conhecer o conteúdo gerado "pela Barcroft TV", que foi publicado no dia 21 de setembro em sua própria conta no YouTube (em inglês, mas fiquem tranquilos que vou destrinchar o vídeo para vocês):
Inicialmente, somos apresentados a Manoush em sua casa na pequena cidade de Schkeuditz, na Alemanha. Ela começa dizendo que cada parte do seu corpo tinha uma idade diferente, mas que a maior parte dele tinha mais de 40 anos. Desde sua adolescência ela não aceitava a ideia de envelhecer.
Assim sendo, ela passou boa parte da vida lutando contra o envelhecimento, e já tinha passado por mais seis cirurgias plásticas somente nos seios, realizado o preenchimento das maçãs do rosto, das bochechas e dos lábios, e que já tinha perdido a conta de quantos procedimentos tinha realizado.
Então durante sua jornada em busca de cosméticos e tratamentos para retardar o envelhecimento, ela se deparou com o Dr. Anatoli Brouchkov. Ela disse que leu sobre ele na mídia por diversas vezes, e ficou muito interessada em seu trabalho em busca da fonte da juventude: uma bactéria de 3,5 milhões de anos encontrada na Sibéria.
Ironicamente, o Dr. Anatoli Brouchkov aparece no mini-documentário a partir de uma transmissão aparentemente pelo celular, e visivelmente um pouco mais envelhecido em relação as entrevistas concedidas em 2015. Ele mencionou acreditar que a bactéria possuía um mecanismo para sobreviver por tanto tempo assim, e que isso poderia implicar na extensão da vida humana por até centenas de anos. Ele basicamente repetiu o mesmo discurso que fez há 2 anos.
Ele deu uma amostra da "Bacillus F." para Manoush que, por conta própria resolveu injetar em seu corpo. Manoush disse que seus familiares (mãe e irmãos) teriam se recusado a aparecer, e que não concordavam com sua atitude. Restaram apenas dois amigos dela e um médico de sua confiança para dar "suporte moral" em relação ao procedimento.
Os amigos deram apoio, mas estavam bem preocupados, porque o risco era totalmente desconhecido. Um amigo chamado Ivan chegou a dizer que a bactéria poderia ser uma espécie de "vírus alienígena", e que nunca faria algo semelhante, mas uma outra amiga chamada Sandrina disse que faria, ou seja, que poderia vir a seguir os passos de Manoush.
Um amigo chamado Ivan chegou a dizer que a bactéria poderia ser uma espécie de "vírus alienígena", e que nunca faria algo semelhante |
Entretanto, uma outra amiga chamada Sandrina disse que faria, ou seja, que poderia vir a seguir os passos de Manoush |
Então, Manoush foi até a casa do Dr. Patric John, um médico de sua confiança, para que ele acompanhasse o procedimento. Ela chegou a declarar que estava tão empolgada quanto uma criança em uma manhã de Natal. Manoush disse que injetaria todo mês cerca de 2 ml da solução fornecida pelo Dr. Anatoli Brouchkov até que a mesma acabasse, o que daria entre 12 e 24 meses.
O Dr. Patric mencionou que qualquer injeção poderia resultar em uma infecção local ou generalizada, porém ao se tratar de uma bactéria a situação era muito mais grave. Poderia acontecer uma reação no sistema imunológico, uma reação alérgica ou até mesmo uma intoxicação fatal.
Então, Manoush foi até a casa do Dr. Patric John, um médico de sua confiança, para que ele acompanhasse o procedimento |
É justamente por volta de 6 minutos de vídeo, que surge a informação que o Dr. Anatoli Brouchkov nunca havia injetado a bactéria nele mesmo, mas que a teria consumido na forma de suplemento alimentar, ou seja, o procedimento de Manoush seria inédito. O próprio Dr. Anatoli Brouchkov aparece dizendo que não recomendou que ela injetasse nada, que não tomasse uma única injeção, mas apenas que consumisse o extrato de bactéria, por assim dizer.
Aliás, o Dr. Patric chegou a rir em um determinado momento ao dizer que não podia fazer nada, porque essa era uma decisão dela. Legalmente, ele não podia injetar a solução em Manoush, então ele apenas acompanhou a cena. Finalmente, Manoush injetou a solução em sua barriga e disse que estava muito animada para ver o que iria acontecer daquele momento em diante.
Aliás, o Dr. Patric chegou a rir em um determinado momento ao dizer que não podia fazer nada, porque essa era uma decisão dela |
Finalmente, Manoush injetou a solução em sua barriga e disse que estava muito animada para ver o que iria acontecer daquele momento em diante |
Uma semana depois ela apareceu em uma transmissão pelo celular dizendo que se sentia muito bem, tanto fisicamente quanto mentalmente, e que não se arrependia de nada |
No mês seguinte ela apareceu novamente dizendo que estava se sentindo mais disposta e mais animada, mas que ela não sabia se era apenas um efeito psicológico ou não |
Estranhamente, o documentário encerra dizendo que Manoush decidiu diminuir a dosagem e que só aplicaria a cada 2 ou 3 meses em seu corpo, e que o verdadeiro resultado do experimento estaria por vir, ou seja, provavelmente haverá outro vídeo no futuro contando o que aconteceu.
Enfim, AssombradOs, nos resta apenas aguardar por maiores informações sobre o estado de saúde de Manoush. Contudo, vale a pena ressaltar novamente, que não há estudos suficientemente claros, extensos e corroborados por outros especialistas e institutos ao redor do mundo, não se sabe exatamente quantos anos essa bactéria realmente possui e não se conhece quais são os riscos a médio e longo prazo para a saúde humana e animal. Tudo é bem especulativo, inclusive a alegação do Dr. Anatoli ao dizer que habitantes daquela região da Sibéria são conhecidos por viver mais tempo. Ele parece ignorar diversos outros fatores como alimentação, genética, clima etc.
Até onde sei os japoneses possuem uma expectativa de vida bem alta, a maior do mundo, e isso não é graças a nenhuma bactéria com supostos 3,5 milhões de anos. Portanto, é necessário ter cautela ao alegar, supor ou especular. O próprio Dr. Anatoli deixou que a mídia pensasse que ele tivesse injetado a bactéria nele mesmo ao longo de todo esse tempo e, ao ser colocado contra a parede no caso de Manoush, ele alegou que não havia injetado nada, e nem recomendado, e que ele teria consumido a bactéria na forma de um extrato. Sinceramente, não acredito que ele esteja sendo honesto assim sobre seu "elixir da vida", ainda mais diante de sua aparência após dois anos. De qualquer forma, vamos aguardar e espero que esteja tudo bem a Manoush que, apesar de sua obsessão por cirurgias plásticas, ainda é um ser humano, e não merece ser tratada como um monstro.
Até a próxima, AssombradOs!
Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino
Fontes:
http://moscowstate.academia.edu/AnatoliBrouchkov
http://www.dailymail.co.uk/femail/article-4104710/Plastic-surgery-addict-Manoush-Vasquez-spends-62-000-proecdures.html
http://www.dailymail.co.uk/femail/article-4909414/Actress-injects-3-5-MILLION-year-old-Siberian-bacteria.html
http://www.imdb.com/name/nm1720082/bio?ref_=nm_ov_bio_sm
https://en.wikipedia.org/wiki/Manoush
https://futurism.com/scientist-injects-himself-with-a-3-5-million-year-old-bacteria-to-extend-life/
https://motherboard.vice.com/en_us/article/yp3gg7/meet-the-scientist-who-injected-himself-with-35-million-year-old-bacteria
https://truththeory.com/2017/01/04/russian-scientist-injects-3-5-million-year-old-bacteria-claims-no-flu-two-years/
https://www.researchgate.net/profile/Anatoli_Brouchkov2
https://www.unilad.co.uk/life/woman-injects-herself-with-3-5-million-year-old-bacteria-to-stay-young/
https://www.youtube.com/watch?v=aErcD_0eE9s