Por Marco Faustino
Uma das matérias mais interessantes que fiz esse ano, e que possuía alguma relação com a radioatividade, sem dúvida alguma foi aquela sobre David Hahn, um escoteiro norte-americano que resolveu tentar construir um reator nuclear no quintal de sua própria casa. Sua ideia e proposta surgiu meramente de um livro de ciências que ele adorava ler, e resultou em um incidente, no qual seu "laboratório" improvisado chegou a ter cerca de 1.000 vezes mais do que a dose considerada aceitável de radiação. Isso aconteceu no ano de 1994, quando David, ainda adolescente e com 17 anos de idade, tentou construir um reator regenerador nuclear caseiro. Ele conduziu experimentos, obviamente em segredo, em um galpão de jardinagem, no quintal da casa de sua mãe, em Commerce Township, no estado do Michigan. Por mais que seu reator nunca tenha atingido a massa crítica, ele atraiu a atenção da polícia local ao ser abordado em relação a um outro problema, e ao encontrarem um determinado material em seu veículo. David, no entanto, alertou que o material era radioativo, e o local acabou tendo que sofrer uma descontaminação por parte da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, cerca de 10 meses depois. Na época que publiquei o material, em maio desse ano, mostrei a vocês quais eram os planos de David, o que ele realmente pensava da energia nuclear, e como ele conseguiu de forma tão simples, porém engenhosa, criar algo assim em casa. Vale muito a pena conferir aquela matéria (leia mais: O Caso David Hahn: O Escoteiro Norte-Americano que Tentou Criar um "Reator Nuclear" no Quintal da Sua Própria Casa!).
Também no mês de maio, falamos sobre um incidente ocorrido na "Reserva Nuclear de Hanford" ou "Depósito Nuclear de Hanford", o local mais contaminado dos Estados Unidos em termos de radioatividade. Um túnel subterrâneo dessa instalação havia colapsado, em um trecho de cerca de seis metros de extensão, justamente onde ficavam armazenados resíduos nucleares altamente radioativos. Como resultado, o material teria sido exposto, colocando em risco não somente os funcionários que trabalhavam no local, mas também os moradores de cidades próximas, devido aos ventos que podiam conduzir as partículas para essas cidades, e provocar a temida "precipitação radioativa". Aliás, esse incidente quase gerou a evacuação de um total de 300.000 pessoas. Felizmente, no entanto, tudo conseguiu ser resolvido sem maiores danos ou prejuízos, tanto para a população quanto para o meio ambiente (leia mais: O Colapso de um Túnel com Material Radioativo Provoca Tensão no "Depósito Nuclear de Hanford", o Mais Contaminado dos Estados Unidos!).
Agora, resolvi abordar um assunto, que voltou a ser comentado recentemente, sobre um homem chamado Harold R. McCluskey, que era operador sênior de processos químicos na chamada "Plutonium Finishing Plant" ("Instalação de Processamento Final de Plutônio", em português), localizada dentro do sítio nuclear de Hanford (também conhecido como "Reserva Nuclear de Hanford"), no estado norte-americano de Washington (estado localizado na Costa Oeste, e que faz divisa com o Canadá), na década de 1970. O motivo? Bem, em uma noite de agosto de 1976, Harold estava realizando um processo destinado a separação do amerício, um subproduto do plutônio, em uma glove box (um equipamento que permite a manipulação de materiais em um ambiente controlado viabilizando a otimização dos processos envolvidos), quando tudo explodiu. Como consequência, Harold recebeu uma dose de radiação cerca de 500 vezes maior do que o limite da dose ocupacional permitida, fazendo com que ele recebesse o indesejável título de "homem mais radioativo do mundo". Ele sobreviveu ao acidente, mas nos anos que se seguiram ele contraiu uma infecção renal, teve quatro ataques cardíacos, e precisou realizar uma cirurgia de catarata em ambos os olhos. É justamente sobre sua inacreditável história de sobrevivência, que desafiou a ciência até o seu último suspiro, que vocês conferem a partir de agora. Vamos saber mais sobre esse assunto?
Um Pouco Sobre o Sítio Nuclear de Hanford, no Estado Norte-Americano de Washington
Antes de começarmos a abordar sobre Harold R. McCluskey, nada melhor do que contar para vocês o que é chamado "Sítio de Hanford" (também chamado de "Depósito Nuclear de Hanford" ou "Reserva Nuclear de Hanford"). Utilizarei uma parte do texto que já havia publicado sobre o mesmo, acrescentando algumas informações adicionais sobre a Instalação de Processamento Final de Plutônio, combinado?
Bem, o "Sítio de Hanford" ocupa uma área de 1.518 km², praticamente o mesmo tamanho da cidade de São Paulo (que possui 1.521 km²), e fica localizado dentro do condado de Benton, no estado norte-americano de Washington (não confundir o nome com a capital norte-americana, visto que a mesma fica do outro lado do continente e não possui nenhuma relação com o referido estado). Esse sítio era ainda maior, possuía cerca de 1.770 km², e incluía áreas dos condados de Grant e de Franklin.
O "Sítio de Hanford" ocupa uma área de 1.518 km², praticamente o mesmo tamanho da cidade de São Paulo (que possui 1.521 km²), e fica localizado dentro do condado de Benton, no estado norte-americano de Washington (não confundir o nome com a capital norte-americana, visto que a mesma fica do outro lado do continente e não possui nenhuma relação com o referido estado) |
Mapa mostrando algumas das instalações do Sítio Nuclear de Hanford |
Esse sítio era ainda maior, possuía cerca de 1.770 km², e incluía áreas dos condados de Grant e de Franklin |
A tecnologia nuclear desenvolveu-se rapidamente durante este período, e os cientistas de Hanford produziram as principais realizações tecnológicas da época. Muitos procedimentos iniciais de segurança e práticas de deposição de resíduos radioativos eram inadequados, e documentos governamentais confirmaram que as operações em Hanford teriam liberado quantidades significativas de materiais radioativos no ar e no rio Columbia.
Foto antiga mostrando uma "fazenda de tanques subterrâneos", com 12 dos 177 tanques de armazenamento de resíduos gerados em Hanford |
A planta da "PUREX" ocupa um espaço maior do que três campos de futebol, erguendo-se a 20 metros acima do solo e 12 metros abaixo dele, possuindo mutos de concreto de até 6 metros de espessura para proteger os trabalhadores da radiação proveniente da edificação. De acordo com o site oficial, essa instalação foi construída durante o início da década de 1950, e entrou em operação em 1956. Desde esse ano até 1972, e novamente entre 1983 e 1988, a "PUREX" processou cerca de de 75% do plutônio produzido em Hanford. Alguns cientistas acreditam que mais plutônio foi processado na "PUREX", do que em qualquer outra instalação no planeta, uma vez que a mesma processou mais de 70 mil toneladas de varetas de combustível de urânio durante suas operações.
Foto antiga mostrando o interior da instalação denominada PUREX |
Dentro do Sítio Nuclear de Hanford também existe a chamada "Plutonium Finishing Plant" (também conhecida como "PFP" ou simplesmente "Instalação de Processamento Final de Plutônio", em português), que representava o fim da linha (o procedimento final) associado a produção de plutônio em Hanford. A instalação também era conhecida como "Z-Plant" devido ao fato de que nenhuma atividade relacionada à produção de plutônio em Hanford seria realizada após o processamento do plutônio no local. A instalação iniciou suas atividades em 1949 com o propósito de ajudar Hanford a fabricar plutônio metálico para ser utilizado em armamentos.
De qualquer forma, todo o processo de demolição do setor começou em novembro do ano passado, sendo que a segunda principal instalação, a "Americium Recovery Facility" ("Unidade de Recuperação de Amerício", em português, mas também conhecida por "Sala McCluskey", algo que vocês irão entender o motivo daqui a pouco) foi iniciado em janeiro desse ano, e finalizada no mês de março. A terceira das quatro principais instalações foi demolida em julho, sendo que a demolição do último dos principais prédios começou no mesmo mês, e deve ser concluída nesse mês de setembro.
A História de um Homem Chamado Harold R. McCluskey: O Ser Humano Mais Radioativo do Mundo
Em 30 de agosto de 1976, um homem chamado Harold R. McCluskey estava trabalhando na Reserva Nuclear de Hanford, no estado norte-americano de Washington, quando uma explosão química o cobriu de material radioativo. Incrivelmente, Harold McCluskey, que na época tinha 64 anos de idade, sobreviveu ao que se acredita ser uma das maiores doses de radiação já registradas de amerício-241, e se tornou conhecido como o "Homem-Atômico". Algo ainda mais notável, é que ele ainda viveria mais 11 anos e acabaria morrendo devido a uma doença cardiovascular pré-existente, ou seja, por algo que não tinha nenhuma relação com o incidente que havia sofrido, e pasmem, sem nenhum sinal de câncer em seu corpo.
Harold, que na época era operador sênior de processos químicos, precisava retomar seu trabalho, que lhe proporcionava cerca de US$ 16.000 anuais (atualmente esse valor seria equivalente a US$ 68.000 ou R$ 215.000), na produção de um subproduto do plutônio chamado amerício-241, uma substância altamente radioativa, e comumente utilizada em detectores de fumaça e armamentos militares (muito embora sua utilização atualmente seja muito mais ampla).
Na época, Harold era operador sênior de processos químicos, algo que lhe proporcionava cerca de US$ 16.000 (atualmente esse valor seria equivalente a US$ 68.000 ou R$ 215.000) por ano, na produção de um subproduto do plutônio chamado amerício-241, uma substância altamente radioativa, e comumente utilizada em detectores de fumaça (muito embora sua utilização seja bem mais ampla) |
O amerício-241 era extraído em um caixa de aço hermeticamente fechada (conhecida como glove box), sendo que Harold manipulava os controles do lado de fora |
Harold tinha cursado apenas o equivalente ao Ensino Médio, mas estava trabalhando no mesmo emprego há 30 anos, e estava prestes a se aposentar. Ele chegou a dizer na entrevista, que não tinha escolha a não ser obedecer as ordens, visto que corria o risco de ser demitido, e sua situação financeira iria ser fortemente abalada.
Localização exata da Unidade de Recuperação de Amerício da Instalação de Processamento Final de Plutônio, no Sítio Nuclear de Hanford |
Sufocado e tentando respirar, ele inalou fumaça radioativa, que revestiu seus pulmões com amerício tóxico. Na ocasião, estima-se que Harold tenha sido exposto a dose cavalar de radiação: cerca de 500 vezes a dose ocupacional. De acordo com Dr. Bryce Breitensten, médico da "Hanford Environmental Health Foundation", um dos responsáveis pelo tratamento de Harold, ele absorveu a maior dose de amerício já registrada em um ser humano, em questão de apenas alguns minutos.
Trecho de uma matéria publicada na edição de abril de 1981 da revista Reader’s Digest |
Artigo escrito pelo próprio Harold McCluskey e publicado pela revista Guideposts, em 1981, contando como ocorreu o incidente nuclear |
Parte extena do Centro de Descontaminação de Emergência de Hanford naquela época |
Foto de uma das dependências internas do Centro de Descontaminação de Emergência de Hanford naquela época |
Em sua chegada, o corpo de Harold estava tão quente para ser manuseado, que ele precisou ser retirado da ambulância através de um equipamento operado remotamente, e foi imediatamente levado a um tanque de isolamento de concreto e aço.
Harold McCluskey recebendo um banho nas dependências do Centro de Descontaminação de Emergência de Hanford, um prédio sem janelas na cidade de Richland, também no estado norte-americano de Washington |
Funcionários do Centro de Descontaminação de Emergência de Hanford avaliando a quantidade de radiação presente no rosto de Harold |
Durante os primeiros cinco dias, ele foi tratado com o Ca-DTPA e, após esse período, durante longos quatro anos, ele foi tratado com um total de 583 gramas de Zn-DTPA (quase 600 doses) |
Quase um mês após o incidente, sua família foi autorizada a se aproximar, porém a 30 metros de distância dele devido ao temor da radiação que ele ainda emanava.
Em outubro de 1976, Harold ainda estava exalando quantidades consideráveis de amerício a cada respiração. As enfermeiras passaram a esfregá-lo três vezes por dia, e raspavam cada centímetro de seu corpo todos os dias.
Processo de medição da quantidade de radiação presente no rosto de Harold McCluskey |
Na imagem acima podemos notar que o lado direito do rosto de Harold foi o mais afetado pela explosão, e consequentemente o mais exposto a radiação proveniente da mesma |
Foi uma longa jornada até ele ser transferido para um trailer, onde ele passou a viver com sua esposa e um cachorro, e que permaneceu durante um certo tempo estacionado nos arredores da instalação.
Durante os cinco meses e meio seguintes, uma das poucas coisas que o mantinha vivo era sua fé, enquanto os médicos extraíam laboriosamente minúsculos pedaços de vidro e pedaços de metal de sua pele |
Dos nove médicos que o tratavam, apenas quatro acreditavam que ele tinha uma chance de 50% de sobreviver, sendo que o restante apenas balançava negativamente suas cabeças. |
Harold se aposentou, e pode ser visto durante muitos anos usando uma luva em uma das mãos para evitar qualquer possível contaminação, que ainda estivesse presente em seu corpo. Infelizmente, Harold foi tratado como um pária, uma pessoa à margem da sociedade, sendo excluído do convívio social. Alguns amigos, bem temerosos, ligavam para ele dizendo que gostavam dele, mas que nunca mais iriam aproximar de sua casa. Para vocês terem uma ideia, ele chegou a a frequentar cabeleireiros diferentes para evitar impactar negativamente o trabalho de alguém.
Em 1984, foi mencionado que Harold já não tinha mais força para nada. Ele havia se tornado incapaz de caçar, pescar ou fazer qualquer coisa que havia planejado para sua aposentadoria. Ele passou a escutar a bíblia por meio de fita cassete, e cuidava de suas rosas no jardim. Suas cicatrizes, cabelos brancos e olhos azuis o faziam parecer 15 anos mais velho do que ele realmente era. Seu corpo ainda emitia ondas radioativas suficientes para fazer um contador Geiger enlouquecer, visto que ele ainda tinha cerca de 10 vezes mais amerício-241 em seu corpo do que o encontrado em um único detector de fumaça. De acordo com o Dr. Eugene H. Carbaugh, especialista em Física da Saúde (uma área envolvida no reconhecimento, avaliação e controle de riscos para a saúde para permitir o uso seguro e a aplicação de radiações ionizantes), durante uma apresentação realizada em 2015, o processo de descontaminação foi extenso, difícil e nunca foi de fato completado.
Embora Harold McCluskey tivesse evitado amplamente a mídia após o incidente, o Dr. Bryce Breitensten disse que Harold, às vezes, o acompanhava, quando ele dava palestras sobre o caso. Harold sempre permaneceu a favor da energia nuclear, desde que as regras de segurança fossem aplicadas. Ele chegou a dizer, que de vez em quando ficava enojado diante do que passou, mas que manter o rancor só iria piorar a situação. Ele não expressava raiva pelo que tinha acontecido, ao contrário de sua esposa. Em uma das últimas declarações de Ella para a revista People, a mesma mencionou que que os porta-vozes de Hanford e do Departamento de Energia dos Estados Unidos tentaram fazer com que tudo parecesse ser apenas um acidente industrial, como alguém que tivesse caído em uma serraria.
Posteriormente, os trabalhadores pulverizaram uma substância, que ajudou a unir o material radioativo às superfícies dos materiais. Somente depois que essas medidas preventivas foram colocadas em prática, é que o processo de demolição foi iniciado, quase seis anos depois.
Imagem do equipamento que explodiu diante de Harold McCluskey, em 2015, durante parte do processo de descontaminação e desmantelamento da Unidade de Recuperação de Amerício |
Mais uma imagem extraída de um pequeno vídeo que foi realizado em 2015 mostrando o interior da Unidade de Recuperação de Amerício |
Após mais de quatro décadas, o local onde Harold se tornou o "Homem-Atômico" acabou sendo finalmente desmantelado entre os meses de janeiro e março desse ano, fazendo com que mais um capítulo da história de Hanford chegasse ao fim.
Foto mostrando que a Unidade de Recuperação de Amerício havia sido completamente demolida |
Por algum motivo, guardadas as devidas proporções, é claro, esse caso me lembrou Chernobyl, visto que ambas as situações são desencadeadas a partir de uma ordem proferida, que acabou resultando em acontecimentos irreparáveis. No caso de Chernobyl, na Ucrânia, um experimento que não deveria ter sido executado e uma ordem que não deveria ter sido saído da boca de nenhum ser humano em sã consciência condenou outros milhões de seres humanos, centenas de milhares de plantas e animais, e até hoje não é apenas um símbolo daquilo que não podemos deixar repetir, mas dentro do sarcófago reside toda a mentalidade daqueles que deveriam ter a todo custo impedido que tal procedimento acontecesse. Talvez existam mil razões pelas quais uma pessoa siga uma ordem, mas existe apenas uma e tão somente uma para não seguir quando estamos falando de energia nuclear.
No caso de Hanford, o operador sênior Harold McCluskey sabia exatamente o que poderia, e talvez invariavelmente iria acontecer, mas ainda assim seguiu as ordens que lhe foram dadas. Talvez ele não tenha sido, de fato, o homem mais radioativo do mundo, visto que não sabemos exatamente quantas atrocidades já foram feitas nesse mundo. O que sabemos é que isso sepultou sua dignidade para o resto de sua vida, mas o dano foi limitado a si próprio. Agora, e se estivéssemos diante de um ordem proferida hoje em dia? Será que o resultado seria o mesmo? Sinceramente gostaria dizer que não, mas não consigo fazer com que esse "não" saia da minha boca, e na verdade nem mesmo meu cérebro concorda ao imaginar esse "não". Sim, é possível que outras pessoas ordenem algo totalmente insano, quebrando todos os protocolos de segurança, e que suas ordens sejam prontamente atendidas. Talvez essa seja a melhor lição, quando vocês tomam conhecimento de histórias assim. Nunca obedeça a ninguém, que lhe proponha a fazer algo, que sabidamente poderá dar muito errado para si mesmo ou para outras pessoas. Nenhum dinheiro do mundo vale isso. Aquele que ordena raramente entra para história, mas não podemos dizer o mesmo de suas vítimas.
Até a próxima, AssombradOs.
Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino
Fontes:
http://articles.latimes.com/1987-08-22/news/mn-915_1_harold-mccluskey
http://gizmodo.com/the-tragic-tale-of-atomic-man-the-most-radioactive-hum-1601443536
http://people.com/archive/blasted-in-a-radiation-accident-eight-years-ago-harold-mccluskey-is-still-the-hottest-human-alive-vol-22-no-23/
http://www.atlasobscura.com/articles/hanford-site-mcclusky-room-radioactive-nuclear-demolition
http://www.couriermail.com.au/technology/harold-mccluskey-atomic-man-room-in-hanford-nuclear-reservation-opened-for-first-time-after-radiation-blast-in-1976/news-story/c5695732775d36e4bb81a2b2af546fb6?nk=9604f3487ff696433a8e1c6141f400a9-1503918900
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4824012/World-s-radioactive-man-Atomic-Man-pariah.html
http://www.hanford.gov/page.cfm/PFP
http://www.tri-cityherald.com/news/local/hanford/article141747469.html
https://books.google.com.br/books?id=xLg6AgAAQBAJ&pg=PA489&lpg=PA489&dq=c%C3%A1lcio+DTPA&source=bl&ots=N17dbzIf9t&sig=Lv3A3r8Uth9NlO89Aj_Mkny-OdM&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwiaqrevn4LWAhVK3mMKHdd_BX0Q6AEILTAB#v=onepage&q=DTPA&f=false
https://en.wikipedia.org/wiki/Harold_McCluskey
https://en.wikipedia.org/wiki/Plutonium_Finishing_Plant
https://ustur.wsu.edu/wp-content/uploads/sites/1058/2017/07/TAM-A.2-Carbaugh-EH.pdf
https://www.cbsnews.com/news/four-decades-later-workers-enter-site-of-atomic-man-accident/
https://www.dademoeller.com/dademoellerblog/wp-content/uploads/2014/08/2014-08-Americium-Incident-Carbaugh.pdf
https://www.forbes.com/sites/ppg/2017/08/14/how-high-tech-coatings-will-smooth-the-automated-driving-revolution/#3aa1aac954b6