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Especial do Homem-Lagarto (Parte I): Lendas, Simbologia, Cidade de Ouro sob Los Angeles e o Suposto Monstro Reptiliano do Lago Thetis!

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Por Marco Faustino

Originalmente, o conteúdo desta postagem fazia parte da chamada "Semana do Homem-Lagarto", algo que teria um formato inédito de cinco especiais consecutivos, culminando em um grande especial, que seria realizado em um domingo, onde seria contada toda a história sobre o "Homem-Lagarto" relacionada ao estado norte-americano da Carolina do Norte, visto que há muito material nesse sentido. No entanto, devido a uma série de motivos, todo o material foi reduzido a apenas duas partes, ou seja, o que antes era da primeira a quarta parte foi reunido em uma única postagem, essa mesma que vocês estão lendo agora. A quinta e última parte, justamente sobre a relação entre o "Homem-Lagarto", e o estado norte-americano da Carolina do Sul, foi desmembrada, por assim dizer. Portanto, não há uma previsão de "se" ou "quando" a mesma será tema de um eventual e futuro especial. Infelizmente, nesse primeiro momento, ficarei devendo o derradeiro desfecho (todo o material sobre a Carolina do Sul) para vocês. Vamos torcer para que isso se concretize futuramente, mas particularmente não posso dar uma previsão sobre isso.

Antigamente, costumava dizer que esse especial era uma espécie de "xodó", uma vez que passei cerca de duas semanas (um pouco mais do que isso para ser bem sincero) pesquisando, traduzindo, escrevendo e dissecando tudo o que era possível sobre o "Homem-Lagarto." Aliás, o especial, independentemente de número de partes, trata-se da "criatura criptozoológica" que, em determinados momentos pode até mesmo se assemelhar com determinadas histórias sobre seres reptilianos, que provavelmente você já escutou por aí. Sinceramente, a lenda do "Homem-Lagarto" chega a ser muito mais interessante, porque ao contrário de meros livros de ficção científica, fui atrás de cada detalhe, de cada passagem e contexto para mostrar como tudo isso começou, e toda a disseminação através das décadas e dos séculos. Em vídeo será abordado tão somente a parte da "Cidade de Ouro sob Los Angeles", porém no texto vocês podem conferir tudo o que vocês precisam saber sobre o "Homem-Lagarto" de 1530 até 1987, na Carolina do Norte (posteriormente surgiria o mais famoso relato de todos, na Carolina do Sul).

De qualquer forma, no que se tornou a "primeira parte" iremos fazer uma espécie de jornada sobre essa criatura mitológica chamada de "Homem-Lagarto", que muitas vezes já foi denominado de "Homem-Peixe" ou "Homem-Sapo" ao longo de sua história. Vamos abordar as principais lendas, os contos, a simbologia, e todos os acontecimentos registrados por meio de livros ou jornais, até chegar no Lago Thetis, no Canadá e no estado norte-americano da Carolina do Sul. Assim sendo, espero que vocês gostem do que consegui reunir e trazer para vocês, algo que considero o material mais completo em língua portuguesa sobre essa criatura, que já teria habitado algumas regiões do território norte-americano. Vamos saber mais sobre esse assunto?

A Origem de Tudo? A Lenda dos Inzignanin, da Tribo Chicora, Relatada no Ano de 1530


Os nativos americanos de uma tribo chamada Chicora, que ocupavam territórios entre os estados norte-americanos da Carolina do Sul e da Carolina do Norte, repassaram ao longo do tempo, por meio de seus ancestrais, uma lenda que atravessaria os séculos. Os nativos diziam que uma raça feroz de "homens-peixe" chamada de Inzignanin, aterrorizavam as regiões costeiras antes mesmo da chegada dos europeus.

Alguns historiadores modernos também dizem, que a simbologia poderia transmitir a ideia, que eles fossem "homens-crocodilo." Algumas fontes atuais também dizem que os Inzignanin tinham cerca de 1,5m de altura, e suas caudas tinham cerca de 45 cm. Porém, nem sempre foi assim. Em um livro chamado "De Orbe Novo" publicado postumamente em latim, em 1530, do historiador italiano Peter Martyr d'Anghiera, é contada a história de Lucas Vásquez de Ayllón, um explorador espanhol responsável pela auditoria da colônia de Santo Domingo, naquela mesma época. Em um determinado trecho deste livro, mais precisamente na página 261, é possível encontrar uma "estranha informação."

"Há também um outro país chamado Inzignanin, habitado por homens com caudas de um metro de comprimento, e tão grossas quanto o braço de um homem que, de acordo com os ancestrais, certa vez vieram até eles. Esta cauda não tinha mobilidade como dos quadrúpedes, mas havia formado uma massa, tal como vemos no caso de peixes e crocodilos, e era tão dura quanto um osso. Quando esses homens queriam se sentar, tinham, portanto, que ter um assento com um fundo aberto. Se não houvesse nada assim, eles tinham que cavar um buraco mais profundo do que um cúbito para acomodar as suas caudas, para que pudessem descansar. Seus dedos eram compridos o largos. A pele deles era áspera, quase escamosa. Eles comiam apenas peixe cru e, quando os peixes acabaram, todos eles morreram de fome, sem deixar nenhum descendente."

Em um livro chamado "De Orbe Novo" publicado postumamente em latim, em 1530, do historiador italiano Peter Martyr d'Anghiera, é contada a história de Lucas Vásquez de Ayllón, um explorador espanhol responsável pela auditoria da colônia de Santo Domingo, naquela mesma época
Em um determinado trecho deste livro, mais precisamente na página 261, é possível encontrar uma "estranha informação."
Peter Martyr d'Anghiera ainda disse que "essas fábulas e outras bobagens semelhantes eram proferidas aos nativos por seus pais." Entretanto, é bem interessante a riqueza de detalhes e a utilização da unidade de medida "cúbito", visto que ela é uma das unidades de medida mais antigas das quais se tem notícia, utilizada no Antigo Egito, há cerca de 5.000 anos. Essa unidade de medida é definida pelo comprimento do braço, medido do cotovelo à extremidade do dedo médio distendido, ou seja um pouco maior que 50 cm.

Peter Martyr d'Anghiera (na imagem) ainda disse que "essas fábulas e outras bobagens semelhantes eram proferidas aos nativos por seus pais." Entretanto, é bem interessante a riqueza de detalhes e a utilização da unidade de medida "cúbito", visto que ela é uma das unidades de medida mais antigas das quais se tem notícia, utilizada no Antigo Egito, há cerca de 5.000 anos
Voltando ao contexto histórico, Lucas Vásquez de Ayllón financiou uma expedição pelo continente norte-americano, que foi realizada pelo capitão Francisco Gordillo, e ordenou para que ele cultivasse relações amigáveis com os povos, para que estivessem preparados para uma posterior colonização. Durante a longa viagem, Gordillo se encontrou nas Bahamas com seu primo, chamado Pedro de Quejo, um traficante de escravos, que resolveu seguir viagem com Gordillo. Em junho de 1521, eles passaram por um local onde eles denominaram de Rio São João Batista, onde atualmente, provavelmente seria a região nordeste da Carolina do Sul, chamada de "Pee Dee."

Uma multidão de nativos curiosos se reuniram na praia para observar os estranhos, porém os nativos começaram a fugir à medida que o barco dos espanhóis se aproximava. Dois nativos foram capturados e levados a bordo de um dos navios, onde lhes foram dadas roupas tipicas da Espanha, daquela época, é claro. Em seguida os espanhóis os deixaram em terra firme novamente. Os nativos ficaram maravilhados com a aparência que ambos passaram a ter.

Mapa espanhol do Novo Mundo, onde estava representada a colônia de Santo Domingo. Também é possível notar
o que seria o território da tribo Chicora, que hoje seria o território compreendido pelos estados da Carolina do Norte e Carolina do Sul
Assim sendo começou uma relação aparentemente amistosa, onde o chefe da tribo Chicora ordenou que 50 homens de sua tribo levassem comida até os espanhóis, e uma troca de presentes foi iniciada, assim como foram realizadas visitas guiadas pelos nativos. Curiosamente, os nativos foram descritos pelo espanhóis como sendo homens brancos, maiores do que a estatura média do homem espanhol, e vestidos com peles de animais. Intrigante, não é mesmo?

Em um determinado momento, os nativos americanos foram convidados para que subissem até os navios espanhóis, e vissem como era toda a estrutura interna dos mesmos. Aparentemente, no entanto, tudo não se passava de uma estratégia de Pedro de Quejo, que estava ávido por escravos. De repente, os espanhóis levantaram âncora, e partiram em direção a Santo Domingo com cerca de 70 nativos americanos ainda a bordo, incluindo o homem que seria chamado de Francisco.

Entretanto, quando eles chegaram em Santo Domingo, Ayllón denunciou os líderes por suas respectivas traições. Ele levou o assunto até uma comissão liderada por Diego Colombo. A comissão declarou que os nativos sequestrados deveriam ser soltos, e ordenou que fossem devolvidos para o continente. Por outro lado, essa viagem nunca aconteceu, porque foi considerado muito dispendioso realizar uma outra expedição somente para esta finalidade. Muitos passaram a vagar pelas ruas de Santo Domingo, se tornando mendigos, e os poucos que sobreviveram tornaram-se praticamente criados de alguma casa ou estabelecimento. A maioria morreu até 2 anos depois em Santo Domingo, porém um sobreviveu. Conforme citamos anteriormente, o nativo sobrevivente foi batizado no catolicismo com o nome de "Francisco de Chicora". Ele aprendeu espanhol, e passou a trabalhar para Lucas Vásquez de Ayllón.

Entretanto, quando eles chegaram em Santo Domingo, Ayllón (na imagem) denunciou os líderes por suas respectivas traições. Ele levou o assunto até uma comissão liderada por Diego Colombo. A comissão declarou que os nativos sequestrados deveriam ser soltos, e ordenou que fossem devolvidos para o continente
Acompanhando Ayllón para a Espanha, Francisto de Chicora reuniu-se com o historiador Peter Martyr, e lhe contou muito sobre o seu povo. Peter Martyr então reuniu essas informações, cruzou as informações com os relatos dos exploradores, e registrou tudo em uma publicação chamada "Testimony of Francisco de Chicora", que foi publicada em 1525. No ano seguinte, em 1526, Francisco de Chicora acompanhou Ayllón em uma grande expedição à América do Norte com cerca de 3 navios e 600 colonos, porém uma vez que pisaram em terra firme, conta-se que Francisco de Chicora conseguiu fugir e voltar para seu povo. Desde sua fuga não houve mais nenhum registro histórico sobre ele.

Peter Martyr d'Anghiera faleceu em outubro de 1526, mas sua obra denominada "De Orbe Novo", também conhecida com o nome de "A História das Índias Ocidentais" foi publicada postumamente, em 1530. E, conforme dissemos começo, nesse livro consta o primeiro registro histórico sobre essa lenda, em solo norte-americano, muito embora especialistas costumam dizer, que essas criaturas são muito semelhantes aos "humanoides anfíbios e reptilianos" mencionados em lendas antigas no México, África e na Mesopotâmia. Será mesmo?

A Lenda do Pugwis dos Povoados Kwakwaka'wakw, no Canadá


Os Kwakwaka'wakw são aborígenes que tradicionalmente habitam as áreas costeiras compreendidas do nordeste da Ilha de Vancouver até a parte continental da Columbia Britânica, no Canadá. Originalmente composta por cerca de 28 comunidades, que falam um idioma chamado Kwak'wala, alguns grupos desapareceram ou se juntaram a outros ao longo do tempo, reduzindo o número de comunidades aproximadamente pela metade. Após um contato constante a partir do final do século XVIII, os europeus deram um nome mais simplificado a eles, chamando-os de Kwakiutl.

Nesse ponto vale lembrar, que foi precisamente no ano de 1792, que os exploradores espanhóis "Dionisio Alcalá-Galiano" e "Cayetano Valdés", juntamente com o capitão britânico "George Vancouver", que passaram a ter esses primeiros contatos com os povos Kwakwaka'wakw. Atualmente, a absoluta maioria das crianças Kwakwaka'wakw falam o idioma inglês como sendo seu primeiro idioma, embora muitas escolas na região patrocinem programas no idioma Kwak'wala, assim como dança tradicional e arte. A mitologia desses aborígenes é bem interessante e, entre as diversas criaturas que fazem parte dela, havia o "Pugwis."

Reprodução de uma máscara de Pugwis onde representaria uma espécie de criatura aquática, que atormentouos Kwakwaka'wakw por anos na região de "Puget Sound", localizada entre o Canadá e os EUA.
Atualmente, a absoluta maioria das crianças Kwakwaka'wakw falam o idioma inglês como sendo seu primeiro idioma, embora muitas escolas na região patrocinem programas no idioma Kwak'wala, assim como dança tradicional e arte. A mitologia desses aborígenes é bem interessante e, entre as diversas criaturas que fazem parte dela, havia o "Pugwis."
O "Pugwis" (também conhecido por Bakwas, Bookwus, Bukwis, Buk'wus, Pu Gwis, Pu'gwis, entre outros nomes) seria uma criatura esquelética, uma espécie de homem selvagem de cabelos compridos, com olhos protuberantes, e que possuiria grandes dentes incisivos. Seu corpo seria frio como gelo, possuiria grande força física, e poderia saltar grandes distâncias. Ele teria o poder de hipnotizar as pessoas, caso as mesmas olhem diretamente em seus olhos. Muitas vezes, o mesmo seria identificado equivocadamente com o Sasquatch (Pé-Grande), das tribos de nativos americanos chamados Salishan, mas as duas criaturas seriam extremamente diferentes. Na verdade, o "Pugwis" seria uma espécie de fantasma associado a vítimas de afogamento (muitas vezes conhecido como o "Rei dos Fantasmas", "Homem do Mar" ou "Caçador da Noite").

O "Pugwis" seria encontrado onde o oceano se encontra com uma floresta densa (algo semelhante a uma área alagada). Ele também tentaria seduzir os seres humanos a comer cascas apodrecidas de árvores, vermes, sapos, serpentes elagartos, fazendo com que viajantes cansados ou perdidos, imaginassem que fosse apenas uma comida normal. O objetivo seria levar suas almas para o mundo dos espíritos, porém algumas dessas almas infelizes seriam levadas para a casa dele, e nunca mais retornariam aos seus respectivos lares. Ele teria o hábito noturno, e não seria visto durante o dia. O "Pugwis" se alimentariam principalmente de berbigão (uma espécie de molusco) e, Apesar de sua aparência ter sido retratada de diferentes formas ao longo do tempo, ele não seria necessariamente uma criatura aquática, uma vez que poderia viver normalmente em terra firme. Assim sendo, poderia ser uma espécie de criatura híbrida, uma espécie diferenciada de anfíbio ou até mesmo reptiliana

O Pugwis seria encontrado onde o oceano se encontra com uma floresta densa (algo semelhante a uma área alagada). Ele também tentaria seduzir os seres humanos a comer cascas apodrecidas de árvores, vermes, sapos, serpentes e lagartos, fazendo com que viajantes cansados ou perdidos, imaginassem que fosse apenas uma comida normal.
O Pugwis supostamente atormentou o povo Kwakiutl da região de "Puget Sound" por anos. A região é uma espécie de braço do Oceano Pacífico ao longo da costa noroeste do estado norte-americano de Washington, e a província canadense da Columbia Britânica. Segundo a mitologia, no entanto, não haveria somente uma criatura, pois o Pugwis também tinha a capacidade de transformar a pessoa em outro Pugwis, caso assim desejasse. Bem peculiar, porém igualmente interessante.

A Dança da Serpente da Tribo Hipo


Os "Hopi" são um tribo de nativos americanos, que ainda vivem principalmente na Reserva Hopi, no nordeste do estado norte-americano do Arizona, sendo que algumas comunidades estão localizadas ao longo do rio Colorado. A população Hopi, segundo o último censo realizado em 2010, superava a marca de 18 mil pessoas, e o idioma falado por eles era um dos 30, que pertenciam a grupo de idiomas uto-astecas. Quando foram encontrados pela primeira vez, pelos espanhóis no século XVI, os "Hopi" e os povos vizinhos foram referidos como "Pessoas de Pueblo", porque eles viviam em aldeias (pueblos no idioma espanhol), e tinham uma mitologia e rituais muito peculiares. Aqui iremos conhecer apenas um deles para que a postagem não perca muito o foco original, combinado?

A cada dois anos, entre os meses de agosto e setembro, os Hopi realizavam uma cerimônia religiosa com duração de cerca de 16 dias. Muitos acreditavam que essa cerimônia seria um ato de pura veneração as serpentes, mas não era bem assim. Basicamente toda a cerimônia tinha como objetivo cultuar os antepassados Hopi, e também para ajudar a trazer chuva, uma vez que eles estavam localizados no chamado "Meio-Oeste dos Estados Unidos", onde as chuvas não são tão abundantes assim.

Ilustração demonstrando a dança da serpente realizada por membros da tribo Hopi
A chamada "dança da serpente" era realizada no último dia da celebração, por membros dos clãs da "Serpente" e do "Antílope", de todas as três colinas (chamadas de mesas) onde os Hopi viviam no estado norte-americano do Arizona. Os Hopis até hoje acreditam que seus ancestrais se originaram em um submundo (também interpretado como subterrâneo), e que os seus deuses e os espíritos dos antepassados ainda vivem por lá. Eles chamam as serpentes de seus irmãos, e também acreditam que as mesmas irão levar as suas orações aos "Rainmakers" ("Fazedores de Chuva", em uma tradução literal para o português), também chamados de "Elder Brothers" (os "Irmãos mais Velhos") debaixo da Terra. Assim sendo, os Hopi costumavam dançar com serpentes, também chamadas de "Young Brothers" (os "Irmãos mais novos"), em suas bocas para transmitir suas preces para eles.

Um dos primeiros a registrar essa dança foi John Gregory Bourke, um capitão norte-americano, de ascendência irlandesa, do Exército dos Estados Unidos. Ele escreveu diversos livros sobre o "Velho-Oeste" norte-americano, incluindo etnologias de seus povos indígenas. Bourke presenciou a dança da serpente em Walpi, no mês de agosto de 1881, e publicou um livro sobre o assunto chamado "The Snake-Dance of the Moquis of Arizona" em 1884. Foi justamente esse livro que atraiu a atenção nacional, e projetou Bourke como um etnógrafo. Bourke era um observador cuidadoso e fez um relato completo dessa dança. Ele ainda notou que, durante o ritual, havia cerca de 750 pessoas, e apenas meia dúzia deles eram homens brancos norte-americanos. Além de descrever as atividades de todos os participantes, Bourke foi induzido a escrever, que a dança da serpente tinha o "tom lúgubre de um pesadelo."

Um dos primeiros a registrar essa dança foi John Gregory Bourke (à esquerda), um capitão norte-americano, de ascendência irlandesa, do Exército dos Estados Unidos. Ele escreveu diversos livros sobre o "Velho-Oeste" norte-americano, incluindo etnologias de seus povos indígenas
Lápide de John Gregory Bourke, no Cemitério Nacional de Arlington, no estado norte-americano da Virgínia
Em 1891, o antropólogo e arqueólogo Jesse Walter Fewkes, também registrou detalhes esse ritual da tribo Hopi, e publicou um livro chamado "The Snake Ceremonials at Walpi", em 1894. Nos anos de 1896 a 1897 foi realizada mais uma expedição coordenada por Jesse Walter Fewkes. Acompanhando essa jornada estava Walter Hough, um etnologista americano, assistente da curadoria do Museu Nacional dos Estados Unidos, naquela época. A cada vez que a cerimônia era realizada, no entanto, a presença de expectadores aumentava.

Naquela época, mórmons, vaqueiros armados, garimpeiros, oficiais do exército, professores das escolas, cientistas, fotógrafos e turistas com roupas adaptadas a vida moderna, se misturavam com os espectadores da própria tribo Hopi, uma verdadeira confusão heterogênea. Não menos do que 100 homens brancos testemunharam a dança da serpente, em Wolpi, em 1897.

Conforme dissemos anteriormente, a cerimônia durava mais de duas semanas, porém no 11º dia começavam os preparativos para a dança da serpente. Durante quatro dias, os sacerdotes-serpente saíam de suas aldeias para capturar as serpentes. No 15º dia, uma espécie de corrida a pé era realizada, o que simbolizava que os "deuses da chuva" estavam trazendo água para a aldeia. Em seguida, era construída uma "Kisi", um buraco raso coberto com uma placa, geralmente de pedra, para representar a entrada para o submundo. As serpentes eram lavadas e colocadas na Kisi. No último dia os sacerdotes-serpente seguravam as serpentes, e então as colocavam em suas bocas, enquanto um outro sacerdote tentava acalmar, distraindo o animal, apenas com uma espécie de bastão com plumas. Aliás, desde o momento que nasciam, as crianças da tribo Hopi eram acostumadas na presença das serpentes.

Em 1891, o antropólogo e arqueólogo Jesse Walter Fewkes (na imagem), também registrou detalhes esse ritual da tribo Hopi, e publicou um livro chamado "The Snake Ceremonials at Walpi", em 1894. Nos anos de 1896 a 1897 foi realizada mais uma expedição coordenada por Jesse Walter Fewkes
A quantidade de serpentes era um tanto quanto expressiva. Estimava-se que havia entre 50 a 60 pequenas cobras-chicote-do-oeste, cobras-touro, e até mesmo cascavéis, que eram vistas enroladas em torno dos braços e pescoços dos sacerdotes. Curiosamente, depois que a dança era realizada, os participantes tomavam um emético (provavelmente uma erva sedativa), porém não era um anti-veneno. De qualquer forma, isso os fazia vomitar, e os levava a acreditar que eliminaria quaisquer "feitiços" que poderiam vir das cobras. Com um pouco de sorte, nos dias seguintes, nuvens escuras se formavam no céu, e eventualmente chovia.

Histórias sobre as origens dessas danças cerimoniais foram passadas, de geração em geração, oralmente. Quando os nativos americanos foram "realocados" no século XIX, o governo dos Estados Unidos proibiu certas danças cerimoniais tribais. Em algumas regiões, os membros das tribos diziam as autoridades federais, que eles estavam realizando uma "dança da chuva", em vez de divulgar o fato de que eles estavam realmente realizando uma das cerimônias proibidas. O processo de civilização dos "Hopis" aparentemente envolveria a "perda" de sua cultura. À medida que se tornaram mais civilizados, ou seja, mais parecidos com os americanos brancos, eles descontinuaram tal prática.

Vale ressaltar ainda, que algumas tribos de nativos-americanos tinham rituais, e algumas crenças em povos antigos, que por sua vez habitariam o subterrâneo. Eles até mesmo acreditavam que esses seres vinham até a superfície para ajudá-los em épocas de crise ou grande dificuldade. É algo bem complexo e demanda uma pesquisa muito mais aprofundada sobre o tema, bem além do que vocês já leram. Por enquanto, apenas vamos citar algumas outras lendas envolvendo criaturas híbridas, que pertencem a mitologia de outras tribos da América do Norte.

Conheça Outras Lendas Sobre Criaturas Híbridas nas Tribos Indígenas da América do Norte


É importante ressaltar neste ponto, que tentamos focar apenas na lenda do Pugwis, porém as tribos indígenas de toda a América Norte, principalmente da região noroeste dos Estados Unidos, e Oeste do Canadá, são repletas de contos sobre criaturas aquáticas. Na tribo "Haida", por exemplo, há um conto sobre "A Filha do Peixe-Demônio", onde relata a história de um homem que se torna um polvo.

O Wasgo por sua vez faz parte de outra lenda. A criatura seria o totem animal de diversas tribos. Representações nativas do Wasgo, o identificam como sendo um animal comprido, com o corpo de serpente, pequenas patas dianteiras, e uma cabeça canina ou de crocodilo. Seria aquático,  e muito poderoso - mais forte do que uma orca - carnívoro, com dentes afiados, cauda e barbatanas. Já ao longo da costa do Alasca, os esquimós costumam falar sobre uma serpente marinha carnívora chamada de "Tirichik", (também conhecida por "Mauraa", "Nikaseenithulooyee", entre outros nomes), que seria algo parecido como um crocodilo.

O Wasgo por sua vez faz parte de outra lenda. A criatura seria o totem animal de diversas tribos. Representações nativas do Wasgo, o identificam como sendo um animal comprido, com o corpo de serpente, pequenas patas dianteiras, e uma cabeça canina ou de crocodilo
Podemos citar também sobre uma criatura lendária da mitologia do povos "Nuu-chah-nulth" (também conhecidos como Nootka, Nutka, Aht, Nuuchahnulth ou Tahkaht), que se chama "Haietlik". Seu nome significa "serpente-relâmpago", e seria uma espécie de serpente marinha bem poderosa. Eles também a chamam de "mestre dos relâmpagos" devido a sua capacidade única em "cuspir relâmpagos."

Aliás, antigos petróglifos de toda essa região foram identificados como se referissem a Wasgos ou Haietliks por diversos descendentes tribais. Os petróglifos parecem se referir a um animal aquático alongado com alguma projeção sobre a cabeça, e uma cauda, que serviria para nadar.

Os nativos da tribo "Cree", uma das maiores tribos indígenas da América do Norte com cerca de 200.000 membros, que ainda habitam predominantemente o leste canadense, possuem em sua mitologia algumas criaturas conhecidas como "Mamnegishi" (também conhecidos por Memegwesi). Elas são descritas como pequenas criaturas bípedes com seis dedos em cada mão, uma cabeça desproporcionalmente grande, sem nariz, membros alongados, olhos grandes e sem pelo. Os índios Cree ainda descrevem os "Mamnegishi" como criaturas ardilosas que têm grande prazer em pregar peças nos seres humanos. A tribo Cree ainda menciona que os "Mamnegishi" são pequenos espíritos que moram em áreas ribeirinhas. Em algumas tradições Ojibwe, eles só podem ser vistos por crianças ou pessoas envolvidas na área da medicina. Já em outras, eles podem aparecer para qualquer pessoa, e podem ajudar os seres humanos, que lhes dão tabaco e outros presentes.

Os nativos da tribo "Cree", uma das maiores tribos indígenas da América do Norte com cerca de 200.000 membros, que ainda habitam predominantemente o leste canadenese, possuem em sua mitologia algumas criaturas conhecidas como "Mamnegishi" (também conhecidos por Memegwesi).
Os índios Cree ainda descrevem os "Mamnegishi" como criaturas ardilosas que têm grande prazer em pregar peças nos seres humanos. A tribo Cree ainda menciona que os "Mamnegishi" são pequenos espíritos que moram em áreas ribeirinhas
Finalmente, temos a tribo de nativos americanos chamada "Shawnee", que habitava a área em torno do que é atualmente conhecido como sendo um rio chamado "Little Miami". O rio tem esse nome devido a um tribo de nativos americanos, que se chamava "Miami". Eles falavam um idioma chamado "Algonquian", e viveram na região durante os primeiros dias da colonização europeia. Aliás, essa tribo foi forçada a se mudar para o Oeste para escapar da pressão da própria colonização do "homem branco". Como curiosidade, o rio chamado "Little Miami" se estende por 179 km ao sul do Estado de Ohio.

A tribo tinha uma lenda sobre uma criatura chamada de "Shawnahooc", que se fosse traduzido para o nosso idioma seria algo como "O Demônio do Rio". Reza a lenda, que um pequeno grupo de índios Shawnee saíram para caçar, quando se depararam com uma enorme criatura reptiliana nas margens do rio. Os índios tentaram se aproximar, mas assim que o fizeram, a criatura se ergueu com suas patas traseiras e recuou, voltando então para dentro do rio. De volta para a tribo, os demais índios Shawnee ficaram extremamente assustados ao ouvir tal relato. Acreditando que essa criatura fosse um demônio, eles enviaram seus melhores guerreiros para derrotá-lo ou mandá-lo para bem longe. Os Shawnee, no entanto, nunca mais viram a tal criatura. De acordo com sua mitologia, acredita-se que, após a criatura ter visto a aproximação dos guerreiros, ela teria fugido e nunca mais voltado.

As Estátuas de "Homens-Lagarto" de Ubaid, no Iraque


Antes de continuarmos, vamos fazer um breve comentário sobre o sítio arqueológico de Ubaid, no Iraque, que é extremamente importante para os arqueólogos e historiadores, e consiste em um pequeno monte de cerca de 500 metros de diâmetro, e 2 metros de altura acima do solo. O local foi escavado pela primeira vez por Harry Reginald Hal, em 1919.

Nesse sítio, já foram achados diversos objetos de uma época pré-suméria, também chamada de "período Ubaid" (5900 a 4000 a.C.), assim como uma série de estátuas representando "lagartos humanoides", indicando que eles não seriam propriamente deuses (tal como os deuses com cabeças de animais do Egito), mas como se fossem uma raça de lagartos humanos, por assim dizer.

Antes de continuarmos, vamos fazer um breve comentário sobre o sítio arqueológico de Ubaid, no Iraque, que é extremamente importante para os arqueólogos e historiadores, e consiste em um pequeno monte de cerca de 500 metros de diâmetro, e 2 metros de altura acima do solo. O local foi escavado pela primeira vez por Harry Reginald Hal, em 1919
Representações masculinas e femininas foram encontradas em diferentes posições e, na maioria das estatuetas, as mesmas pareciam estar usando um elmo ou então  ter algum tipo de preenchimento nos ombros. Já em outras, aparecem segurando um espécie de cetro, possivelmente como um símbolo de justiça ou até mesmo de cunho religioso. Algumas estátuas que representariam um ser feminino, estariam seguram uma espécie de bebê, sendo que a criança também estaria representada como se fosse uma "criatura reptiliana." As estatuetas são representadas como se tivesse o crânio alongado, olhos amendoados, rostos cônicos alongados, e um nariz parecido com de um réptil.

Os adeptos da crença dos "antigos astronautas", logo deduziram que elas representavam os reptilianos, que costumavam viver ou ainda vivem na Terra de acordo com algumas "teorias conspiratórias". Embora isso pareça improvável para muita gente, a verdadeira natureza das estátuas nunca foi revelada. Arqueólogos dizem que as estátuas foram encontradas em tumbas, e nem todas continham essas estátuas. Provavelmente elas determinavam algum status social, que poderia ser atribuído a xamãs ou sacerdotes. Os olhos puxados seriam comuns em outras estátuas encontradas na região, devido meramente ao parentesco asiático. Quanto ao crânio alongado, também é mencionado que a civilização que ali vivia, também praticava o chamado "alongamento craniano."

Arqueólogos dizem que as estátuas foram encontradas em tumbas, e nem todas continham essas estátuas. Provavelmente elas determinavam algum status social, que poderia ser atribuído a xamãs ou sacerdotes. Os olhos puxados seriam comuns em outras estátuas encontradas na região, devido meramente ao parentesco asiático.
No entanto, seria mesmo possível que uma raça reptiliana tivesse vivido em nosso planeta ou isso não passaria apenas de uma mera simbologia de culturas e crenças de povos antigos? Seriam apenas homens usando máscaras em adoração ao que acreditavam serem deuses vivendo entre eles? Bem, vamos saber um pouco mais sobre a simbologia do lagarto e da serpente ao redor do mundo, antes de prosseguirmos a nossa jornada pelos Estados Unidos.

A Simbologia do Lagarto e da Serpente


O lagarto partilha algo do simbolismo da sua relativa proximidade da serpente, especialmente como emblema da ressurreição (derivando de sua muda regular de pele). Isso pode explicar seu uso como motivo nos castiçais cristãos. Era, por exemplo, o emblema benéfico no Egito, e no mundo clássico, às vezes ligado a sabedoria. Tornou-se atributo da Lógica na arte. Os lagartos aparecem no mito maori como monstros guardiães. No folclore e nas decorações aborígenes, melanésias e africanas, são heróis da cultura ou figuras acentrais. Para o xamanismo, o lagarto é um guardião dos conhecimentos e culturas dos povos. Aliás, a visão do lagarto seria capaz de colocar os povos em contato com os seus ancestrais.

A serpente é o mais significativo e complexo de todos os símbolos animais e, talvez, seja o mais antigo. As serpentes esculpidas em chifres no paleolítico, na África, ou desenhadas nas paredes das rochas, eram basicamente símbolos de fertilidade ou da chuva, e o simbolismo da fertilidade sexual ou agrícola permaneceu como um elemento básico na maioria dos cultos posteriores à serpente. Entretanto, as analogias óbvias entre a serpente e o órgão genital masculino, o cordão umbilical ou o processo úmido do nascimento (visto que a serpente combina simbolismo masculino e feminino) não explicam a importância quase universal desse animal na mitologia. A serpente era, acima de tudo, um símbolo mágico e religioso da força da vida primitiva, às vezes uma imagem da própria divindade criadora. O motivo do ouroboros - uma serpente a engolir a própria cauda - simboliza não somente eternidade, mas também autossuficiência divina.

O motivo do ouroboros - uma serpente a engolir a própria cauda - simboliza não somente eternidade,
mas também autossuficiência divina.
Emblematicamente, a serpente estava em contato com os mistérios da terra, das águas, da escuridão e do mundo subterrâneo - autocontida, de sangue frio, secretora, às vezes peçonhenta, capaz de deslizar com rapidez sem ter pés, de engolir criaturas grandes de maneira mágica e de rejuvenescer ao mudar a própria pele. Sua forma serpentina era tão alusiva quanto as outras características, sugerindo ondas e paisagens ondulantes, a sinuosidade dos rios, as videiras e raízes de árvores e, no céu, o arcoíris, o raio que cai, o movimento espiralado do cosmo.

Como resultado, a serpente tornou-se um dos mais difundidos de todos os símbolos animistas - representada em escala gigantesca no Monte da Grande Serpente, com cerca de 400 metros de comprimento, em Ohio.

Como resultado, a serpente tornou-se um dos mais difundidos de todos os símbolos animistas - representada em escala gigantesca no Monte da Grande Serpente, com cerca de 400 metros de comprimento, em Ohio
A serpente enroscada em torno de seus ovos citava a analogia de uma grande serpente enrolada em volta do mundo, sustentando-o ou unindo as águas que a cercam. Assim sendo, o deus criador indiano, Vishnu, descansa na espiral de uma grande serpente, Ananta (Shesha); Indra mata a serpente do caos, Vritra, para liberar as águas fertilizadoras que ela encerra; e a grande serpente do terremoto, Vasuki, é usada para agitar o mar da criação.

Nos mitos africanos, assim como outros, uma serpente do arco-íris vai do mundo inferior aquático ao céu. Na mitologia nórdica, a grande serpente da tempestade de Midgard sustenta o mundo em sua espiral imprevisível (a proa com forma de serpente dos navios vikings tinha simbolismo tanto protetor quanto de agressão). Na América do Sul, a explicação dada para os eclipses era a de que uma serpente gigantesca havia engolido o Sol ou a Lua. No Egito, a barca do Sol que viaja à noite pelas águas do mundo subterrâneo é ameaçada pela serpente gigantesca Apep e tem de entrar em outra grande serpente para renascer a cada manhã. No México, Quetzalcóatl, a versão asteca das divindades mistas de pássaro e serpente conhecidas em toda a América Central, une os poderes da terra e do céu.

No México, Quetzalcóatl, a versão asteca das divindades mistas de pássaro e serpente
conhecidas em toda a América Central, une os poderes da terra e do céu
O simbolismo protetor-destruidor que permeia esses e outros mitos de serpentes ilustra o grau em que ela é uma força dualista: uma fonte de força quando dominada, mas potencialmente perigosa e em geral fonte emblemática da morte ou do caos, bem como da vida. A energia "Kundalini", enroscada na base da espinha, constitui um símbolo positivo da força serpentina interior, da energia psíquica e do poder espiritual latente. O domínio da serpente em seu aspecto mais perigoso é simbolizado na Índia e no Egito pela naja ereta e com capuz. No Egito, isso forma o "ureus" ou "diadema dos faraós", um emblema serpentino protetor de poder real para abater inimigos. Imagens do "ureus" a envolver um disco solar de uma serpente com cabeça de leão também eram emblemas de guardiania solar. Na Índia, as divindades da naja (Nagas) eram símbolos guardiões, em geral benevolentes, como na imagem da naja de sete capuzes que protege o Buda.

Geralmente, as serpentes aparecem por lá, e em diversos outros lugares, como guardiãs de santuários, de fontes de água ou de tesouros. Essas tradições estavam associadas tanto ao simbolismo da fecundidade da serpente quanto à superstição de que as pedras preciosas formavam-se sob a terra a partir de saliva de serpente. A naja indiana, em geral, é mostrada com um joia situada em seu capuz e que simboliza tesouro espiritual. No folclore chinês, as serpentes recompensam os benfeitores com pérolas.

Paradoxalmente, a serpente era usada com frequência como símbolo curativo. O "Cajado" com serpentes enroladas - o caduceu de Hermes (Mercúrio), que simboliza a mediação entre as forças opostas, era interpretado pelo psicólogo Carl Jung como emblema da medicina homeopática. A serpente de bronze feita por Moisés, por sugestão de Deus, para curar mordidas de serpente (Números 21:9) era um emblema homeopático semelhante e foi depois adotado para prefigurar Cristo na cruz, a curar os pecados do mundo. Uma serpente cravada à cruz na arte cristã é um símbolo da ressurreição, e sublimação espiritual da força da vida física.

A serpente de bronze feita por Moisés, por sugestão de Deus, para curar mordidas de serpente (Números 21:9) era um emblema homeopático semelhante e foi depois adotado para prefigurar Cristo na cruz, a curar os pecados do mundo.
No mundo antigo, o simbolismo de rejuvenescimento da serpente associava-a especificamente ao deus clássico da cura, Esculápio. Por outro lado, culpava-se a serpente por ter feito com que a humanidade perdesse a dádiva da vida imortal - não só na história de Adão e Eva, mas também no babilônico Épico de Gilgamesh, que percorreu distâncias sobre-humanas apenas para encontrar a planta mágica do rejuvenescimento roubada por uma serpente.

A dualidade da serpente, o equilíbrio entre medo e veneração que seu simbolismo encerra, contribuiu para sua apresentação como progenitora ou agressora, heroína cultural ou monstro. Em seu aspecto amedrontador, gerou os dragões e as serpentes marinhas da tradição ocidental e híbridos de serpentes que simbolizavam os múltiplos perigos da existência humana, tipificados pelos filhos de Equidina da lenda grega - a Hidra, a Quimera e o Cérbero, cão do inferno com cabeças de serpente no lombo. Uma picada de serpente levou Eurídice, esposa de Orfeu, para o mundo subterrâneo, onde Minos, de cauda de serpente, julgava os mortos. No âmbito do folclore ocidental, o simbolismo da serpente é em geral negativo, com sua língua bifurcada a sugerir hipocrisia ou fraude, e sua peçonha a trazer morte repentina e traiçoeira. No budismo tibetano, a serpente verde do ódio é um dos três instintos básicos. Constitui um dos cinco animais nocivos da China, embora também apareça em papéis mais positivos. A serpente como Satã foi prenunciada na religião dualista iraniana do zoroastrismo, para a qual simbolizava a escuridão do mal.

Os pássaros associados à Luz, tais como a águia, o falcão e o lendário Garuda na Índia, eram em geral mostrados matando serpentes, como faziam muitos deuses e heróis. Na sabedoria popular alemã, Thor e Beowulf matam e são mortos por dragões-serpentes. É tentador ver o ato de matar serpentes como símbolo de destruição de um poder paternal ou mais velho - como na lenda em que o herói grego Héracles (Hércules) estrangulou duas serpentes em seu berço. Para estabelecer seu culto em Delfos, Apolo teve de matar a serpente-dragão Píton, que criara o terrível monstro Tífon nessa cidade da Grécia antiga - mito que sugere a substituição de um culto anterior da serpente maternal. Pode ser esse o significado da destruição, por Baal, da serpente de sete cabeças, Lotan, na mitologia fenícia. Em seu aspecto mitológico positivo, existem as serpentes paternas, deuses ou heróis (incluindo Alexandre, o Grande, que se dizia ter sido gerado por Zeus - Júpiter - disfarçado de serpente). Amon e Aton, divindades progenitoras do Egito, eram ambos deuses serpentes. Na lenda grega, Cadmo, fundador de Tebas, semeia os dentes de uma serpente-dragão dos quais surge, então, a nobreza tebana.

É tentador ver o ato de matar serpentes como símbolo de destruição de um poder paternal ou mais velho - como na lenda em que o herói grego Héracles (Hércules) estrangulou duas serpentes em seu berço.
 As serpentes aparecem amplamente como figuras ancestrais nas lendas da África, dos nativos da América e da China, onde "Na Gua" e "Fu Xi" eram deuses progenitores com corpo de serpente, e considerava-se que serpentes em casa traziam sorte como espíritos de antepassados. O simbolismo ancestral, junto com a crença de que as serpentes entendiam os mistérios da terra e podiam ver no escuro, ajuda a explicar a forte ligação entre a serpente e a sabedoria ou profecia. "Sede prudentes como as serpentes e simples como pombas", disse Cristo a seus discípulos (Mateus 10:16). A palavra grega "dracon" ("dragão" ou "serpente de olho de conta") estava etimologicamente ligada à visão, e na arte a serpente é atributo da deusa grega Atena (Minerva), como sabedoria, e de prudência, no sentido de previdência. Dizia-se que a Cassandra troiana devia seus dons proféticos às serpentes sagradas de Apolo, que lamberam suas orelhas quando ela se deitou no templo dele.

Em um contexto em que o excesso de conhecimento era ímpio, a sabedoria da serpente voltou-se contra ela - como na histórica bíblica de como Eva foi enganada por uma serpente "mas astuta que qualquer outro animal selvagem que Deus fizera" (Gênesis 3:1). A serpente enrolada em volta da árvore proibida no Éden tinha muitos paralelos no Oriente Médio. Na mitologia grega, uma serpente guarda os pomos de ouro das Hespérides e também a árvore na qual está pendurado o Tostão de Ouro. Uma árvore com uma serpente enroscada era um emblema específico da deusa da fertilidade do Oriente Próximo, Ishtar. Como mostram muitas outras deusas da terra descritas a segurar serpentes fálicas, as serpentes desempenhavam papéis importantes nos cultos de fertilidade da vegetação do Mediterrâneo e do Oriente Próximo.

Na mitologia grega, uma serpente guarda os pomos de ouro das Hespérides e também a árvore na qual está pendurado o Tostão de Ouro
Os ritos de iniciação de Sabásio, deus da fertilidade na Ásia Menor, imitavam a passagem de uma serpente pelo corpo de um acólito. As serpentes enroscadas em volta dos membros dos sátiros nas pinturas bacanais referem-se aos ritos clássicos de fertilidade baseados nesses modelos antigos e associados sobretudo à sinuosidade das videiras. As serpentes são também caracterizadas nos cultos semitas da fertilidade que usavam ritos sexuais para se aproximar da divindade.

O gesto de Eva de oferecer a Adão o fruto proibido (símbolo de uma tentativa sacrílega de adquirir poderes divinos) tem sido interpretado como uma advertência hebraica contra as seduções de cultos rivais semelhantes. Daí - de acordo com essa exegese -, o simbolismo judaico-cristão da serpente como inimiga da humanidade e sua identificação posterior com o próprio Satã: "aquela velha serpente chamada Diabo" (Apocalipse 12:9). Na arte ocidental, a serpente tornou-se assim , um símbolo dominante do mal, pecado, tentação ou engano. Aparece nos pés da cruz como um emblema do pecado original, redimido por Cristo, e é mostrada sendo esmagada com os pés pela Virgem Maria.

Surge um Estranho Relato no Século XIX


Por mais que a lenda sobre híbridos ressoassem em tribos da América do Norte, em 24 de outubro de 1878, um certo jornal norte-americano, que existe até hoje, chamado "Courier-Journal", publicou a notícia sobre uma criatura, que eles denominaram como "Wild Man of the Woods" (O Homem Selvagem da Floresta, em português). A notícia dizia, que a tal criatura havia sido capturada nas montanhas de Cumberland, uma cadeia montanhosa com cerca de 211 km de extensão, que corta diversos estados norte-americanos. O texto ainda ressaltava, que a mesma era frequentemente avistada em toda essa região por moradores locais há mais de duas décadas.

Imagem do jornal "St. Tammany farmer" de 26 de outubro de 1878, que republicou a notícia do "Courier-Journal"
Aparentemente, a criatura foi colocada em cativeiro, e também em exibição pública por um certo tempo na cidade de Louisville, no Kentucky, onde o jornal a descreveu como tendo uma forma predominantemente humana, mas coberta com "escamas de peixe" da cabeça aos pés. Ainda foi mencionado, que a criatura media 1,96 m de altura, e os olhos eram o dobro do tamanho de um homem normal. Infelizmente, no entanto, não há nenhuma imagem da mesma. Contudo, considerando a proximidade com o Halloween, o anúncio era um tanto quanto suspeito.

A "Corrida do Ouro" e a Busca Pela "Cidade do Povo Lagarto" Entre 1933 e 1934


Entre o verão e o outono de 1933, um engenheiro de minas da cidade de Los Angeles chamado G.Warren Shufelt, examinava justamente a região de Los Angeles em busca de depósitos de petróleo, ouro e outros materiais valiosos, utilizando um novo dispositivo que ele tinha inventado. Shufelt tinha projetado e construído uma espécie de aparelho de rádio, que ele dizia ser capaz de localizar ouro, e outros recursos preciosos em grandes profundidades.

G. Warren Shufelt nasceu em 11 de agosto de 1886, na cidade de Waterville, em Ohio, nos Estados Unidos. Era filho de Warren Wilkerson e Martha Alice Ulrich Shufelt. George Warren Shufelt realmente teria sido um engenheiro de minas, ao menos de acordo com os registros do censo norte-americano, e teria rumado para o Oeste, na década de 1920.

O engenheiro de minas G. Warren Shufelt com seu dispositivo de rádio de raios-X
para observações subterrâneas, em Los Angeles, no ano de 1934 ou 1935
Ele acreditava que o dispositivo de rádio operava através de princípio recém-descoberto envolvendo "similaridades elétricas da matéria", compostas pela mesma substância química, característica física e vibracional. Seu dispositivo era constituído por um grande pêndulo suspenso por um fio de cobre, em um recipiente cilíndrico de vidro, que era alojado em uma caixa preta com bússolas. Parecia complicado, não é mesmo? Enfim, ele denominou o dispositivo como "rádio de raios-X."

De acordo com Shufelt, o pêndulo traçaria uma linha diretamente a partir de um pedaço de minério proveniente de um determinado veio, em direção a outro veio, no qual teria sido retirado inicialmente, ou seja, de sua fonte original. Vamos tentar exemplificar melhor o funcionamento do equipamento: se fosse retirada uma amostra de cabelo de alguém como teste, o dispositivo então levaria os investigadores a quem cedeu o cabelo, entenderam o esquema? Seria praticamente poder identificar de qual galinha uma pena teria sido originada. Ainda era mencionado, que o dispositivo funcionava perfeitamente, mesmo que estivesse a uma distância de muitos quilômetros.

Embora não dissesse exatamente o que tinha dentro da caixa, Shufelt acreditava que, ao sintonizar a frequência individual de um determinado material, ele conseguia localizar um outro similar. Ele acreditava que as emanações, e fatores gravitacionais da matéria influenciavam o pêndulo e que, a princípio, não havia duas coisas separadas, que não fossem exatamente iguais. Uma questão praticamente de metafísica, e longe de qualquer corroboração científica.

Shufelt ficou extremamente confuso, quando certa vez,
ao fazer algumas leituras próximo do centro de Los Angeles, seus
instrumentos mostraram-lhe o que parecia ser um padrão de túneis
Shufelt ficou extremamente confuso, quando certa vez, ao fazer algumas leituras próximo do centro de Los Angeles, seus instrumentos mostraram-lhe o que parecia ser um padrão de túneis. Esses túneis iriam do que hoje é a Biblioteca Pública de Los Angeles, no coração da cidade, passando pelo Monte Washington, e pelo Museu Sudoeste do Índio Americano, até mais ao norte, em Pasadena. Assim sendo, ele começou a desenhar um mapa e o registrou.

O que ele descobriu parecia ser um labirinto subterrâneo bem planejado, com grandes câmaras localizadas em diversos pontos, e depósitos de ouro, que aparentemente teriam sido colocados naquele local por ação humana, nas câmaras e nos túneis. Alguns dos túneis percorriam cerca de 30 km a Oeste, sob a Baía de Santa Monica, mas ele acreditava que teriam sido utilizados somente para ventilação.

Naquela altura dos acontecimentos, Shufelt não tinha ideia de que os túneis poderiam estar ligados as antigas ruínas de uma cidade ainda maior, que teria sido encoberta pelo Oceano Pacífico, milhares de anos atrás, durante um enorme terremoto, e uma subsequente inundação. Com o tempo ele ficaria sabendo sobre um suposto complexo subterrâneo, que teria sido utilizado somente para emergências, e projetado para acomodar apenas 5.000 pessoas ou menos. O suprimento de alimentos imperecíveis de ervas teriam sido armazenados em quantidades suficientes para que permitissem aos sobreviventes viver no subterrâneo até que fosse seguro voltar para a superfície. Pertences pessoais valiosos, e utensílios também teriam sido levados para o complexo, juntamente com registros históricos e tesouros em ouro. História incrível, não é mesmo? Porém seria verdadeira?

Durante sua busca ele encontrou um chefe da tribo Hopi conhecido pelo nome tribal de "Little Green Leaf", cujo nome verdadeiro era L. Macklin, que lhe disse sobre uma lenda de uma antiga raça do "Povo Lagarto." A lenda dizia que, entre 4.000 a 5.000 anos atrás, uma enorme chuva de meteoros caiu na Costa Oeste dos Estados Unidos, cobrindo uma área de centenas de quilômetros de extensão. A "Cratera de Barringer", também conhecida como Cratera do Meteoro, localizada perto da cidade de Winslow, no Arizona, seria apenas uma das partes que caíram do céu, naquela época. Contudo, o que se sabe atualmente e cientificamente, é que o grande buraco no chão, de 190 metros de profundidade por 1,25 km de diâmetro, teria sido criado há 50 mil anos por um meteorito de 50 metros de largura.

Shufelt descobriu o que parecia ser um labirinto subterrâneo bem planejado, com grandes câmaras localizadas em diversos pontos, e depósitos de ouro, que aparentemente teriam sido colocados naquele local por ação humana, nas câmaras e nos túneis. Alguns dos túneis percorriam cerca de 30 km a Oeste, sob a Baía de Santa Mônica, mas ele acreditava que teriam sido utilizados somente para ventilação.
De qualquer forma, ainda segundo essa lenda, milhares de pessoas teriam sido mortas, suas colheitas dizimadas, suas casas destruídas, e as florestas teriam sido incendiadas. Os sobreviventes, que tinham permanecido na Costa Oeste, reuniram-se para fazer planos e iniciar a construção de "áreas seguras". Em um determinado momento, os chamados "sentinelas do céu" teriam dado um aviso de que era hora de entrar nos abrigos e selá-los. Assim sendo, eles teriam sido forçados a viver debaixo da terra para salvar a si mesmos de futuras catástrofes. Por fim, o "Povo Lagarto" de Los Angeles teria sobrevivido, mas posteriormente morrido devido a vazamentos de gás natural em seus esconderijos.

G. Warren Shufelt passou a acreditar, que o "Povo Lagarto" tinha realmente construído cerca de 13 instalações subterrâneas em diferentes áreas da cidade. Ele e seu parceiro nativo americano (o L. Macklin) estavam convencidos de que as antigas lendas, e as leituras do "misterioso equipamento" de Shufelt estavam corretas. No entanto, o que a história nos mostra, é que toda essa história pode ter tido uma origem bem mais mundana.

Tudo Começou Devido a Uma Mera Caçada a Um Tesouro Espanhol?


Vamos fazer uma pequena pausa e voltar no tempo, mais precisamente em 15 de agosto de 1897, quando surgiu uma interessante história sobre uma caça ao tesouro em Los Angeles, e foi relatada em uma notícia do jornal "Los Angeles Times". Vamos traduzir essa notícia na íntegra para vocês, tentando adaptar o mínimo possível e preservar ao máximo os termos utilizados naquela época.

Notícia do LA Times de 15 de agosto de 1897
"Toda a vizinhança na rua North Hill, entre a rua Califórnia e a avenida Bellevue, está eufórica devido ao relato de ter sido desenterrado, cerca de US$ 20.000 em moedas de ouro, por três mexicanos na noite da quinta-feira passada.
Por volta das 21h da última quinta-feira,  J. S. Bruner, que mora em frente ao prédio da Escola Secundária, ouviu o barulho de homens cavando com picaretas no terreno baldio ao lado de sua casa. Ele foi tomado pela curiosidade, resolveu investigar a origem dos sons e, para sua surpresa, descobriu três mexicanos desconhecidos cavando um pequeno buraco nos limites ao norte do terreno, que pertence aos Odd Fellows.

Em resposta as perguntas do Sr. Bruner, os mexicanos responderam, sem fazer nenhuma questão de esconder o que estavam fazendo, que eles estavam à procura de tesouro que tinha sido enterrado no local por soldados do Capitão John C. Frémont, em 1847. Eles alegaram que o local tinha sido marcado por uma haste de ferro, na posição vertical, que chegava até a superfície do solo.

O  terreno onde os caçadores de tesouros estavam escavando era predominantemente de cimento, e progresso era necessariamente lento. O Sr. Burner sentou-se em sua varanda, até por volta de meia-noite, mantendo uma espécie de vigília, ao mesmo tempo que deixou os caçadores de ouro prosseguirem de acordo com o que alegavam. Ele então abandonou seu posto para descansar em sua confortável cama.

Na manhã seguinte, a família de S. L Griffin ficou surpresa ao ver seu feirante de origem chinesa, chamado John, entrar apressadamente dentro da casa deles, com os olhos esbugalhados e de boca aberta. Em meio a sua fala afobada, eles conseguiram entender, que três homens tinham desenterrado US$ 20.000 em moedas de ouro, justamente na noite anterior, e no terreno baldio do outro lado da rua. O chinês disse-lhes que tinha visto o dinheiro, que estava uma caixa de madeira, e os mexicanos tinham-lhe dito que havia US$ 20.000, e nem um centavo a menos.

O chinês mal tinha deixado a casa, e outro feirante de origem italiana, chamado Pietro, parou e repetiu o conto do tesouro. Ele também tinha visto a caixa de moedas, que consistia em uma caixa de munição antiga, amontoada até a borda com peças espanholas e mexicanas antigas, de ouro. Pietro deu a mesma versão da história, só que ainda mais detalhada do que a anterior.

Foi então que a família Griffin lembrou o fato de que na noite anterior, sentados em sua varanda, a atenção deles foi atraída pelo som constante de golpes de picareta no outro lado da rua. Naquele momento eles não tinham dado a menor importância para o que estava acontecendo, mas tinha conexão com o depoimento de duas testemunhas oculares, um italiano e um chinês, que não se conheciam, e portanto não teriam como falar a respeito disso um com o outro. De qualquer forma, eles deram uma pista sobre a história da rica descoberta do outro lado da rua, naquele terreno baldio. No local havia o que aparentava ser um buraco recente, recoberto de terra, do tamanho e do formato de uma sepultura de uma criança, como prova da escavação noturna dos caçadores de tesouros.

Em poucas horas a história se espalhou e se disseminou de tal forma, chegando ao ponto que todo mundo acreditava, que três desconhecidos em uma única noite, tinham levado milhares de dólares do local onde as crianças da vizinhança tinham brincado inocentemente por anos.

Tudo isso teria começado justamente na última noite. Após ver três mexicanos trabalhando durante toda a noite no terreno vizinho, o Sr. Bruner tinha dito ao John (o feirante chinês) e ao Pietro (o feirante italiano), sobre uma maravilhosa façanha em um terreno baldio. Um pedaço de cano de gás oxidado, que se encontra perto do solo remexido, sugere a tal marcação da haste de ferro, e para enfeitar o conto, a proximidade com o antigo Forte Moore serviu de cenário harmonioso para a história."

Enfim, não se sabe ao certo se foi apenas um conto, uma lenda ou se realmente três mexicanos desconhecidos retiraram um tesouro em um terreno baldio, que pertencia aos Odd Fellows, uma fraternidade que muitos consideram como uma "sociedade secreta." A notícia do "Los Angeles Times", no entanto, nos revelava dois detalhes. O primeiro era sobre um capitão chamado John C. Frémont, e a região do local de escavação, a colina Fort Moore.

O Capitão John C. Frémont e a Conquista da Califórnia


Nosso interesse não é escrever sobre como a região foi descoberta e todo o processo de colonização. Por isso vamos encurtar bem a história para que vocês saibam apenas o necessário, e complementar as informações que estamos repassando sobre o local, que virou o centro das atenções, sobre uma suposta cidade perdida de "homens-lagarto" em Los Angeles, certo?

Pois bem, a região que atualmente constitui o estado norte-americano da Califórnia, era habitada por diversas tribos de nativos americanos, por centenas de anos antes da chegada dos primeiros exploradores europeus à região. Estas tribos incluíam os Chumash, Hupa, Maidu, Washington, Mohave, Ohlone e os Tongva. A grande extensão territorial da Califórnia e seus diversos aspectos, tais como acidentes geográficos, separavam frequentemente estas diferentes tribos nativas entre si. A população estimada, na época da chegada dos primeiros europeus, era de aproximadamente 450 mil nativos norte-americanos.

Pois bem, a região que atualmente constitui o estado norte-americano da Califórnia, era habitada por diversas tribos de nativos americanos, por centenas de anos antes da chegada dos primeiros exploradores europeus à região. Estas tribos incluíam os Chumash, Hupa, Maidu, Washington, Mohave, Ohlone e os Tongva
A Califórnia passaria para o controle mexicano em 1821, após a independência mexicana da Espanha. Inicialmente, a Califórnia era uma província mexicana, com sua população elegendo seus governadores, e seus membros do legislativo.

Contudo, em 1825, o governo mexicano iniciou a escolha dos governadores da província. Os governadores escolhidos pelo governo mexicano governavam de forma ditatorial, e eram considerados impopulares pela população da província. Uma grande manifestação popular. em 1831, forçou o último desses governadores, Manuel Victoria, a renunciar. Assim sendo, a população da Califórnia ganhou novamente o direito de escolher seus governadores.

A Califórnia passaria para o controle mexicano em 1821, após a independência mexicana da Espanha. Inicialmente, a Califórnia era uma província mexicana, com sua população elegendo seus governadores, e seus membros do legislativo
Por outro lado, milhares de norte-americanos passaram a se instalar na Califórnia a partir da década de 1830. Então, os norte-americanos passaram a exigir que a Califórnia fosse anexada pelos Estados Unidos. Nos anos de 1835 e 1845, os Estados Unidos se ofereceram para comprar a Califórnia do México, por valores de 5 milhões e 25 milhões de dólares respectivamente, mas o governo mexicano recusou ambas as propostas. Tudo isso e mais uma série de motivos levaram os Estados Unidos a declararem guerra ao México, a chamada "Guerra Mexicano-Americana". É justamente nesse momento que aparece o nome do capitão John C. Frémont.

Em julho de 1838, John C. Frémont foi nomeado segundo-tenente no Corpo de Engenheiros Topográficos, e conduziu quatro grandes expedições em direção ao Oeste para pesquisar e explorar as regiões. Antes da Guerra Mexicano-Americana, Frémont foi promovido a capitão em 1844, e durante a mesma liderou o "Batalhão da Califórnia" ("California Battalion", em inglês), que foi um grupo militarizado formado durante a guerra, que era composto por cartógrafos, exploradores, caçadores e por membros da Milícia de Voluntários da Califórnia ("California Volunteer Militia", em inglês). Seus comandados conseguiram tomar as cidades de Santa Bárbara, Presidio, e parte de Los Angeles.

Antes da Guerra Mexicano-Americana, Frémont foi promovido a capitão em 1844, e durante a mesma liderou o "Batalhão da Califórnia" ("California Battalion", em inglês), que foi um grupo militarizado formado durante a guerra, que era composto por cartógrafos, exploradores, caçadores e por membros da Milícia de Voluntários da Califórnia ("California Volunteer Militia", em inglês).
 Foi justamente em Los Angeles, que existiu o Forte Moore, um histórico forte militar dos Estados Unidos. A colina sobre a qual ele foi construído, ficou conhecida como "Fort Moore Hill." O forte ficava próximo da rua North Hill, justamente o cenário para essas histórias. As pessoas diziam que os comandados de Frémont guardavam ouro e tesouros, proveniente de saques a províncias até então pertencentes ao México.

Há muita história sobre o capitão, que mais tarde se tornaria general, porém acreditamos que isso seja o suficiente para que tenham uma noção da razão pela qual esse local sempre foi o foco das atenções sobre "caças ao tesouro."

A colina onde abrigava o Fort Moore, foi um cemitério protestante e, em 1886,
foi construída uma mansão no local.
Mais uma imagem da mansão de Mary Banning no topo da colina Fort Moore
Por um tempo, a colina foi o lar de um cemitério protestante. Porém, tornou-se um dos bairros mais badalados da cidade de Los Angeles, logo após Mary Banning, viúva do bem sucedido Phineas Banning (responsável pela criação do Porto de Los Angeles), ter se mudado para uma mansão na colina, em 1886.

A colina foi terraplanada em 1949 para a construção de uma rodovia (atualmente conhecida como "Hollywood Freeway", parte da famosa rota 101), e acabou desaparecendo do horizonte
Entretanto, durante a década de 1930 escavadeiras começaram a tomar conta do local em projetos para a ampliação da cidade. A colina foi terraplanada em 1949 para a construção de uma rodovia (atualmente conhecida como "Hollywood Freeway", parte da famosa rota 101), e acabou desaparecendo do horizonte. Ao longo de todo esse tempo e após tantas obras, no entanto, nenhum tesouro foi encontrado.

Voltando ao Ano de 1933: As Escavações em Busca de um Suposto Tesouro Enterrado


Analisando cuidadosamente toda essa história, parece que Shufelt inicialmente trabalhava para Rex McCreery e Ray Martin, muito provavelmente devido a sua experiência com mineração e, talvez, também provavelmente, devido ao seu equipamento, além das promessas que no local haveria ouro. Foi dessa forma que obtiveram uma autorização para perfurarem um poço na região de Fort Moore Hill. O trio se estabeleceu em um terreno baldio, na altura do nº 518, da rua North Hill, diretamente acima do que consideravam, que havia ouro em uma profundidade de apenas 8,5 metros acima do túnel Broadway.

Segundo o jornal LA Times, de 3 de março de 1933, o poço estava sendo cavado no topo da colina Fort Moore, tinha quase 7 metros na época e, segundo Shufelt, seu equipamento tinha descoberto ouro a uma profundidade de 8,5 metros. Eles estavam sendo guiados por um "misterioso mapa de antigo, de pele de carneiro", onde mostraria a localização do ouro enterrado há mais de 100 anos naquele mesmo local.
Em 21 de fevereiro de 1933, o Conselho de Supervisores do Condado aprovou um contrato com Rex McCreery, Warren Shufelt e Ray Martin para procurar o tesouro enterrado. Os permissionários teriam que arcar com todas despesas, deixar a propriedade em sua condição original, e compartilhar 50% de todas as descobertas e tesouros com a cidade de Los Angeles.

Os jornais locais apontavam Rex McCreery e Ray Martin como proprietários do mapa que, segundo as notícias era feito de pele de carneiro. Por isso deduz-se, que Shufelt tivesse sido contratado pelos mesmos para realizar as escavações necessárias por ser um engenheiro de minas.

O jornal LA Times de 7 de março de 1933 aparentemente cita que os expectadores começaram a vaiar os escavadores
ao mesmo tempo que ecoavam os sons das picaretas e das pás, uma vez que nenhum ouro foi encontrado no local. No dia 9 de março
sairia uma outra nota apontando o desânimo da equipe, mas que eles iriam encontrar o tesouro em breve.
O município inicialmente permitiu-lhes tão somente escavar a profundidades de 15 metros por medo de desmoronamentos de terra. Em 27 de março de 1933, eles pediram um tempo adicional e autorização para escavar mais fundo, porque acreditavam que o labirinto de túneis tinha pelo menos 580 metros de comprimento, com câmaras de 2.700 m², e que continham um tesouro valioso (ouro) em pelo menos 16 pontos.

O jornal LA Times do dia 27 de março de 1933 indicava, que antigo mapa de pele de cordeiro seria apenas um mapa espanhol, e neste
ponto surge a informação, de que Fort Moore Hill esconderia um labirinto de túneis e que haveria ao menos 16 lugares onde
o ouro estaria enterrado ou dentro de "cofres."
Em 10 de abril de 1933, o contrato foi renovado. Pelo que se conta, até o final de novembro, em 1933, o primeiro ponto a ser escavado já tinha chegado a uma profundidade de 61 metros. Shufelt estava determinado a chegar até uma profundidade de 300 metros se assim fosse necessário. Entretanto, eles não eram os únicos interessados em ouro na região, havia um outro cidadão chamado Alfred Scott de olho na suposta fortuna subterrânea.

Notícia publicada em 7 de setembro de 1933 pelo Los Angeles Times, a respeito de uma outra permissão para
escavar na região de Fort Moore Hill, acima do túnel Broadway, mas nada é dito sobre Shufelt e demais parceiros
A notícia dizia que: "O vislumbre de um tesouro enterrado em 'Fort Moore Hill', acima do túnel Broadway tomou conta de outro cidadão, e ontem o Conselho de Obras Públicas concedeu a permissão para Alfred Scott para escavar na altura do nº 1015 da rua West Tenth. Scott prometeu não usar máquinas, repor toda a terra que retirar, e dividir o que quer encontre com a cidade. De vez em quando o Conselho concede uma permissão para alguém, mas até o presente momento o ouro tem fugido deles".

Pela conteúdo dessa última notícia mais permissões podem ter sido concedidas ao longo do tempo. Contudo, o que até então tinha começado aparentemente como uma espécie de corrida do ouro, logo iria mudar drasticamente para um outro contexto.

O Artigo do "Los Angeles Times" Sobre a Busca da Cidade do "Povo Lagarto", em Janeiro de 1934


Tudo isso começaria a mudar na manhã de 29 de janeiro de 1934, quando o jornal "Los Angeles Times" colocou na capa da edição daquele dia, uma notícia sobre uma caçada em busca das catacumbas de uma cidade do "Povo Lagarto". A notícia foi redigida pelo jornalista Jean Bosquet. Naquela época, a escavação de um dos cinco poços, que já tinham sido feitos, já alcançava a profundidade de 76 metros. E, talvez, em algum momento entre 1933 e o começo de 1934, é que um chefe tribal Hopi tenha cruzado o caminho de Shufelt.

Capa do jornal "Los Angeles Times" do dia 29 de janeiro de 1934, onde inicialmente foi divulgado, que as catacumbas de uma cidade
perdida, onde um povo lagarto teria habitado há milhares de anos, estava sendo procurada.
De acordo com a lenda e as pesquisas realizadas com a ajuda do equipamento criado por Shufelt, a cidade subterrânea teria sido construída no formato de um lagarto, porque o lagarto simbolizava uma "vida longa." A câmara principal da cidade estaria localizada debaixo da Rua 2 e da South Broadway. A lenda alegava que a câmara principal guardava todo o conteúdo histórico da cidade, bem como 37 tábuas de registros em ouro. Essas tábuas seriam placas em ouro de 1,2 metro de comprimento por 35 centímetros de largura. O ouro seria o símbolo da vida para o "Povo Lagarto". Acreditava-se que essas placas continham os registros sobre as origens da raça humana (essas supostas placas estariam desaparecidas até hoje), e da história do homem moderno nas Américas, incluindo detalhes sobre a misteriosa história do povo maia.

A história ficou ainda mais estranha, quando Shufelt alegou que seu equipamento conseguiu tirar fotos de "raios-X" das câmaras, dos túneis e até das placas de ouro, detalhando assim todo o labirinto subterrâneo de Los Angeles. Assim sendo, ao menos para ele, isso seria a "prova científica" da existência dos mesmos. De acordo com L. Macklin, a lenda dos nativos americanos era para que procurassem pela cidade perdida em uma região de colinas, que tivesse o formato de um "casco de cavalo". Segundo ele, o contorno das colinas daquela região de Los Angeles se encaixava perfeitamente na descrição.
Página 5 da edição de 29 de janeiro de 1934, onde fornece mais detalhes sobre o projeto de escavação para chegar até a cidade
perdida do "Povo Lagarto", onde teria ouro e valiosas tábuas, também de ouro, contendo informações sobre as origens do homem.
O equipamento de Shufelt teria mapeado as câmaras e túneis, calculando cada um deles (exceto da câmara principal), bem como os pontos onde continha ouro. O mapa ainda continha ângulos geométricos perfeitos, e inclusive detalhava algumas câmaras maiores, que estariam inundadas. Shufelt, inclusive, já estava preparado para usar mergulhadores para explorar as áreas submersas.

Na época, o seu parceiro L. Macklin alegou, que o "Povo Lagarto" tinha sido capaz de prever terremotos, e que ele também tinha sido capaz de prevê-los. Ele teria previsto com 1 mês de antecedência, um terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter, que atingiu Long Beach na Califórnia, no dia 10 de março de 1933, e matou por volta de 120 pessoas. Ele acreditava que era fácil para qualquer pessoa predizer com 96 horas de antecedência, quando um terremoto iria ocorrer, porque a agulha de uma bússola se tornaria desmagnetizada, e se recusava a apontar para o norte. Conforme sabemos, isso nunca foi provado cientificamente falando.

De acordo com L. Macklin, e de acordo com a lenda, a cidade perdida teria sido escavada com substâncias químicas poderosas pelo "Povo Lagarto" e, em vez de pá e picareta, tudo teria sido drenado para o oceano, onde os túneis teriam sido iniciados. A maré passando diariamente dentro e fora dos túneis mais baixos, proporcionariam um fluxo de ar dentro dos túneis superiores, gerando assim uma ventilação, e um ar limpo, assim como para os túneis inferiores. Ainda segundo L. Macklin, o "Povo Lagarto" tinha um nível intelectual muito elevado, superior aos seres humanos modernos. As faculdades mentais de uma criança de 9 anos seriam equivalentes de alguém graduado em uma universidade. De tão avançados cientificamente que essas pessoas eram, além de aperfeiçoar uma solução química pela qual eles escavaram o subterrâneo, sem remover qualquer terra e rocha, eles também teriam desenvolvido um cimento mais forte e melhor do que qualquer um que se utilizava, ao menos naquela época. Foi com esse cimento que eles teriam revestido seus túneis e câmaras.

Ainda segundo L. Macklin, o "Povo Lagarto" tinha um nível intelectual muito elevado, superior aos seres humanos modernos. As faculdades mentais de uma criança de 9 anos seriam equivalentes de alguém graduado em uma universidade.
No início de fevereiro de 1934, o primeiro ponto de escavação tinha atingido uma profundidade superior a 76 metros, e continuava sendo cavado, apesar dificuldade causada pela água que surgia a medida que cavavam. Diversos artigos de jornais destacavam as atualizações sobre o projeto. Porém, curiosamente, ao menos o artigo do Los Angeles Times não citava Rex McCreery e nem Ray Martin, antigos companheiros de Shufelt. Pouco tempo depois que toda a atenção da mídia estava voltada para a busca a cidade perdida sob Los Angeles, o projeto foi subitamente interrompido e abandonado. Alguns até mesmo dizem que o dinheiro acabou, mas não se sabe exatamente o motivo. Em 5 de março de 1934, os poços foram novamente preenchidos com terra, e o contrato com a cidade foi cancelado sem maiores explicações. Nenhum ouro ou qualquer outro tesouro foi descoberto. Shufelt e seus companheiros desapareceram das manchetes dos jornais. Muitos também acreditam que o contrato foi anulado por se tratar de uma fraude,e tão rápido quanto surgiu na mídia, foi rapidamente esquecido por ela.

Shufelt não foi o único californiano moderno que acreditava, que uma antiga cidade subterrânea estava sob Los Angeles. Vamos dar uma olhada na "visão" da Srta. Edith Elden Robinson da cidade de Pico Rivera, que foi publicada na renomada revista da Sociedade Americana de Pesquisa Psíquica. Na noite de 22 de Dezembro de 1933, cinco semanas antes de escavação Shufelt aparecer na página principal do Los Angeles Times, a clarividente Edith Elden Robinson teria previsto que, sob Los Angeles, havia "uma grande cidade... com túneis gigantescos, que se estendiam à beira-mar". Ela disse que os túneis foram construídos por uma raça, que desapareceu para se proteger do perigo, e para dar acesso ao mar. Vale ressaltar que até aquela matéria, ninguém mencionava nada sobre um "Povo Lagarto."

Shufelt não foi o único californiano moderno que acreditava, que uma antiga cidade subterrânea estava sob Los Angeles.
O Sr. Arche Dunning da Câmara de Comércio de Los Angeles deu a seguinte declaração em Dezembro de 1947: "É bem possível, é claro, que o suposto labirinto realmente exista. Porém, considerando o fato de que a área citada é próxima ao Centro Cívico, onde um importante programa de construção deve ser iniciado, incluindo prédios federais, estaduais, distritais e municipais, há pouca probabilidade de quaisquer novas escavações". A declaração foi dada justamente dois anos antes da colina começar a desaparecer do horizonte.

Enfim, dizem que G. Warren Shufelt permaneceu na cidade de Los Angeles, e veio a falecer no dia 17 de novembro de 1957, em North Hollywood, sendo enterrado no Parque Memorial Pierce Brothers Valhalla, mas que teria deixado uma história fantástica para ser contada por gerações. Desde então túneis inexplicáveis vem sendo revelados ao longo do tempo no centro de Los Angeles, mas eles geralmente são explicados por serem obras dos contrabandistas, que escondiam trabalhadores chineses ilegais no século XIX.

Uma Estranha Carta Surge Sobre Uma "Relíquia Reptiliana"


No final da década de 1990, a polêmica revista de notícias australiana Nexus, que aborda assuntos de geopolítica, teorias da conspiração, problemas relacionados a saúde, incluindo a medicina alternativa, futuro da ciência, o inexplicável e incluindo OVNIs, publicou um artigo sobre "A Cidade Perdida do Povo Lagarto." Na edição posterior a essa divulgação, a revista publicou uma carta enviada por Robert Stanley, editor de um site chamado "Unicus Magazine." Vamos dar uma olhada em seu conteúdo, porque é muito interessante.

"Prezado Duncan,

Aqui esta uma relíquia reptiliana que foi encontrada em Los Angeles, em 1954, que se encaixa perfeitamente no artigo 'A Cidade Perdida do Povo Lagarto.' Em anexo tem uma foto de um artefato, que é definitivamente muito antigo, representando um dragão de corpo inteiro. A parte superior do medalhão é feita de prata pura que, de alguma forma fundida com uma base de liga de cobre, que é composta por mais de 40 tipos diferentes de metal. As dimensões reais do medalhão são: 2,2 cm de largura x 0,6 cm de comprimento x 0,1 cm de profundidade.

O homem que encontrou, o Sr. G., era um engenheiro aeroespacial, que viveu e trabalhou para o Governo dos Estados Unidos em Chatsworth, Califórnia. O artefato foi encontrado enquanto o Sr. G. estava ajudando um amigo, que vivia na Reserva Chatsworth, a reparar a escada de madeira de sua varanda. O Sr. G. deixou seu martelo cair, o mesmo caiu em uma área de areia fofa, e ao pegá-lo notou este pequeno medalhão de metal.

Imagem do medalhão que foi enviado em anexo na carta
de Robert Stanley para Duncan M. Roads, editor da Revista Nexus.
O Sr. G. ainda possui este artefato, e depois de muita pesquisa ele sente que pertencia a uma antiga raça de pessoas do espaço chamadas de ALTEC, que deixou sua influência sobre este mundo há muito tempo. O 'Dragão Amigável' ou 'Dragão Adormecido', é um símbolo muito antigo, um que tem ligações concretas com OVNIs.

Uma vez tive a oportunidade de mostrar a foto de um OVNI de estilo pleiadiano para um homem do Butão (próximo do Tibete), e perguntei se ele já tinha visto uma coisa dessas. Ele respondeu que sim, que eles já tinham visto muitas vezes, e que eles eram chamados de 'Dragão Amigável.'

Chatsworth está localizada no Condado de Los Angeles, perto da fronteira noroeste da cidade e dos limites do condado. É provável que um trabalhador chinês tenha perdido este artefato, enquanto trabalhava em Chatsworth na construção de ferrovias, por volta da virada do século. Há um túnel da estrada de ferro, que foi aberto pelos chineses através de uma cordilheira de rocha vermelha sólida, chamada de 'Passagem de Santa Suzana', perto do Lago Chatsworth. A Antiga Chinatown estava localizada no centro de Los Angeles, e foi construída no local onde agora é ocupado por linhas de trem.

A Nova Chinatown está construída sobre a maior parte dos sistemas de túneis antigos, que os primeiros chineses haviam construído para a 'segurança' deles, quando chegaram pela primeira vez na região. É possível que o engenheiro/inventor G.W. Shufelt não sabia que ele tinha tropeçado nisso, e também é lógico que os chineses não iriam admitir a existência de um sistema de túneis e câmaras, que tinham trabalhado tão duro para construir em segredo. Pode até ter existido uma série de túneis antigos e câmaras, que os chineses tenham descoberto durante as suas próprias escavações, e durante as construções. Entretanto, o Governo Federal entrou definitivamente em cena, durante a década de 1950, ao assumir o controle de todo o sistema de túneis subterrâneos para suas operações da Guerra Fria, acrescentando novas melhorias com influências paranóicas ao longo dos anos que se seguiram.

Em 1990, dois incêndios criminosos bem suspeitos foram inciados em uma espécie de distração, enquanto agentes do Escritório da Inteligência Naval tiveram acesso à entrada secreta que Shufelt localizou no subsolo, no que hoje é a biblioteca principal. Não há mais nada sobre essa história a ser dito neste momento.

Se cuide, e continue o excelente trabalho com a revista NEXUS.

Atenciosamente,

Robert Stanley
Editor,
Unicus Magazine
"

Obviamente não temos como atestar a veracidade de tal medalhão, e de todas as informações contidas na carta, porém a mesma oferece explicações interessantes e plausíveis a respeito do mesmo, assim como os túneis abaixo da cidade de Los Angeles.

Um dos Primeiros Avistamentos de "Criaturas Reptilianas", no Século XX, na América do Norte


Meio século se passou, desde aquele relato em 1878, e aparentemente não teria havido mais avistamentos de tais criaturas aquáticas híbridas. Porém, se engana quem pensa que nada mais iria surgir sobre esse assunto. Isso porque, em 1937, um avistamento foi relatado na região central do estado de Michigan. O acontecimento foi tão traumático para a testemunha que avistou a suposta criatura, que o homem chegou a ter um colapso nervoso. Basicamente, um homem estaria pescando em um rio próximo a cidade de Saginaw, quando ele alegou que a criatura, parecendo ser uma espécie de cruzamento entre um humano e um réptil, emergiu da água, subiu pela margem do rio, e se encostou em uma árvore antes de voltar para o rio. De qualquer forma, não se sabe maiores detalhes sobre isso.

O "Monstro da Lagoa Negra", de 1954


O chamado "Monstro da Lagoa Negra"é um ícone do cinema norte-americano, que surgiu em um filme preto e branco, de 1954. chamado "Creature from the Black Lagoon", sendo dirigido por Jack Arnold com roteiro de Harry Essex, Arthur A. Ross e Maurice Zimm, e que recebeu duas sequências: "Revenge of the Creature" (1955) e "The Creature Walks Among Us" (1956). O monstro era anfíbio, e embora seu habitat natural fosse aquático, ele conseguia respirar e caminhar em terra firme. A sua aparência fazia com que associássemos a uma espécie de "homem-peixe", com pele escamosa, guelras e membranas como nadadeiras nas mãos e nos pés.

Esse filme é um marco na história do cinema dos na década de 1950. Foi realizado com baixo orçamento, em um momento em que as empresas cinematográficas tentavam superar a crise causada pela chegada da televisão. Ele foi o precursor de uma verdadeira mania de ''monstros subaquáticos'', que invadiu as telas dos cinemas naquela época. Algumas salas chegaram a exibir cópias do filme no sistema 3D. O sucesso de bilheteria foi estrondoso.

O chamado "Monstro da Lagoa Negra"é um ícone do cinema norte-americano, que surgiu em um filme preto e branco, de 1954. chamado "Creature from the Black Lagoon", sendo dirigido por Jack Arnold com roteiro de Harry Essex, Arthur A. Ross e Maurice Zimm, e que recebeu duas sequências: "Revenge of the Creature" (1955) e "The Creature Walks Among Us" (1956)
O monstro era anfíbio, e embora seu habitat natural fosse aquático, ele conseguia respirar e caminhar em terra firme. A sua aparência fazia com que associássemos a uma espécie de "homem-peixe", com pele escamosa, guelras e membranas como nadadeiras nas mãos e nos pés
''O Monstro da Lagoa Negra'' fez tanto sucesso e se tornou tão popular que o cientista Jenny Clack, da Universidade de Cambridge, batizou de ''Eucritta melanolimnetes'' o fóssil de um anfíbio descoberto por ele. A tradução de ''Eucritta melanolimnetes''é, literalmente, ''a criatura da lagoa negra."

O Caso da Sra. Jonhson, no Rio Ohio, em 1955


Apesar de não ter sido bem um avistamento, achei interessante trazer esse caso para que ele fizesse parte do conjunto sobre este tema. No dia 21 de agosto de 1955, uma senhora chamada Darwin Johnson teve um encontro terrível com o que ela disse ser uma criatura horrenda abaixo da superfície das águas turvas do rio Ohio, próximo a cidade de Evansville, no estado norte-americano de Indiana. Enquanto ela estava nadando junto com uma outra amiga, a Sra. Chris Lamble, Darwin afirmou que ela foi subitamente agarrada ao redor do joelho por uma grande mão peluda e com garras. A Sra. Darwin disse que estava apenas a cerca de 5 metros da margem do rio, e começou a ser puxada para baixo, embora estivesse lutando para se soltar. Enquanto isso, sua amiga desesperada, a olhava com imenso espanto.

A Sra. Darwin diz que conseguiu dar um chute com uma das pernas que estava livre, e se soltou, mas seja lá o que fosse aquilo, que estivesse embaixo da água, a agarrou novamente, mas dessa vez por trás. Os gritos da Sra. Lamble ecoavam ao mesmo tempo que ela assistia impotente sua amiga sendo puxada para dentro do rio. Foi então, após a segunda vez de ter emergido, que a Sra. Johnson conseguiu segurar na boia da Sra. Lamble, e bater a mesma com força contra a água. O som do impacto contra a água aparentemente assustou a criatura, que a soltou e fugiu.

A Sra. Darwin diz que conseguiu dar um chute com uma das pernas que estava livre, e se soltou, mas seja lá o que fosse aquilo, que estivesse embaixo da água, a agarrou novamente, mas dessa vez por trás. A imagem é meramente uma ilustração sobre o que teria ocorrido.
Uma vez de volta em terra firme, a Sra. Johnson foi medicada devido a diversos hematomas na perna. Ainda foi relatado que havia uma mancha esverdeada, semelhante a palma de uma mão, abaixo do seu joelho. A tal mancha permaneceu por dias. Um "investigador paranormal" na época, chamado Terry Colvin, disse que a família da Sra. Johnson teria recebido uma visita de um indivíduo, que se identificou como sendo um coronel da Força Aérea dos Estados Unidos, que registrou minuciosamente cada detalhe do caso, e advertiu-lhes para não falar mais sobre o incidente. De qualquer forma a Sra. Johnson, e nem a Sra. Lamble não foram capazes de ter uma visão nítida, que pudesse identificar ou sustentar tudo o que falaram sobre a suposta criatura que estava no rio Ohio.

O "Homem-Sapo", também conhecido por "Homem-Lagarto", da cidade de Loveland, Ohio, em 1955


A história dessa criatura um tanto quanto singular começou um pouco antes do caso anterior, em maio de 1955, em um trecho isolado de uma rodovia que segue ao longo do rio "Little Miami", no Condado de Clermont, nos arredores de uma pequena cidade conhecida como Loveland, em Ohio. Aliás, alguém se lembra que esse lugar fazia parte do território da tribo Shawnee, cuja uma das lendas dizia sobre uma criatura reptiliana chamada de "Shawnahooc"? Caso não se lembrem, voltem na primeira parte dessa postagem para ler novamente sobre essa criatura.

A história dessa criatura um tanto quanto singular começou um pouco antes do caso anterior, em maio de 1955, em um trecho isolado de uma rodovia que segue ao longo do rio "Little Miami", no Condado de Clermont, nos arredores de uma pequena cidade conhecida como Loveland, em Ohio
Não se tem informações sobre o dia exato, que o avistamento teria acontecido. O que se sabe é que por volta de 3h30 da madrugada, um comerciante que não quis fornecer o nome, alegou ter avistado três criaturas semi-reptilianas bípedes juntas, ao lado da rodovia. O homem então teria encostado o carro, e começado a observar as criaturas por cerca de 3 minutos, pelo menos esse é o tempo que ele estimou ter ficado dentro do carro olhando para elas.

Durante esse tempo, ele percebeu que essas criaturas tinham entre 90 cm e 1,2 m de altura, com uma pele dura como o couro, e tinhas as mãos e os pés membranosos. As características mais marcantes, no entanto, eram as cabeças que se pareciam como as de sapos, nas quais possuíam profundas rugas no lugar onde deveria ser o cabelo.



Justamente quando o homem estava prestes a sair, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não ser notado, uma das criaturas ergueu, algo que comerciante só conseguiu descrever como uma "varinha" ou "bastão", acima da cabeça. Ele ainda alegou que saíam faíscas, semelhantes a faíscas elétricas, do "objeto". Ao perceber isso, conforme vocês já devem imaginar, o comerciante então pisou fundo no acelerador e deixou rapidamente o local. De qualquer forma, essa história carece de muitos detalhes, e não há informações oficiais sobre o ocorrido. Entretanto, esse suposto comerciante não teria sido o único a relatar tal incidente, visto que 17 anos depois, outros casos semelhantes iriam ocorrer na região.

Em 3 de março de 1972, mais precisamente a 1h da madrugada, um oficial de polícia chamado Ray Shockey, estava dirigindo ao longo da rodovia Riverside (conhecida, pelo menos atualmente, como rodovia E. Kamper) em direção a cidade de Loveland, quando viu algo que mudaria para sempre a sua vida. O policial alegou que ele estava dirigindo lentamente, devido à grande quantidade de neve e gelo na estrada, quando ele viu o que parecia ser um cachorro em um campo ao lado do rodovia Twightwee. De repente. o animal disparou em direção ao meio da rodovia, e consequentemente em direção ao carro, o forçando a pisar no freio para evitar uma colisão em potencial com o cachorro.

Imagem do Google Street View do ano de 2012 das rodovias E Kamper e Twightwee na cidade de Loveland, Ohio, onde teria
sido o palco do avistamento de um "Homem-Sapo" ou "Homem-Lagarto" do policial Ray Shockey em março de 1972
Uma vez que o carro do policial finalmente conseguiu parar, os faróis iluminaram o animal em questão. Nesse momento, o policial descreveu algo, que parecia literalmente bizarro demais para ser verdade, porque o animal não seria bem um cachorro. Por alguns segundos, o que parecia ser como um sapo agachado, se levantou ficando em pé sobre 2 patas. A criatura olhou para o policial, e correu em direção a lateral da pista, passando por cima da mureta de proteção da rodovia, descendo por uma encosta até chegar no rio Ohio, e desaparecendo em seguida. A irmã do policial Ray Shockey chegou inclusive a desenhar um esboço do que seu irmão teria visto naquela noite.

Suposto esboço feito pela irmã do policial Ray Shockey,
que se assemelharia ao que seu irmão teria avistado em 1972
O policial descreveu a criatura como tendo entre 90 cm e 1,2 m de altura, e deveria pesar por volta de 20 a 35 quilos. Ele também alegou que a pele da criatura tinha uma textura semelhante a couro, e que as características do animal se assemelhavam as de um sapo ou lagarto. Outro policial investigou a cena naquela madrugada. Ele não viu nenhum sinal da criatura, mas informou que havia marcas de arranhões estranhos na mureta de proteção onde supostamente a criatura havia cruzado.

O segundo avistamento ocorreu duas semanas depois, em 17 de março de 1972, dia de São Patrício, quando o oficial de polícia chamado Mark Mathews se deparou com uma criatura.

De acordo com o relato, o policial Mathews estava dirigindo em direção a cidade de Loveland, quando avistou o que ele acreditava ser um animal ferido, deitado no asfalto. Mathews saiu da sua viatura com a intenção de remover o animal da pista, visto que um animal naquele local, poderia causar um acidente grave, uma vez que a rodovia já estava coberta por uma fina e escorregadia camada de gelo. De repente a criatura se levantou, como se tivesse saltado, e ficou em uma espécie de posição "agachada".

Concepção artística moderna do "Homem-Sapo" que teria sido
avistado pelo policial Mark Mathews em março de 1972
Assustado ao ver uma fisionomia um tanto quanto reptiliana, e que parecia ser o "Homem-Sapo" anteriormente relatado, o policial sacou o seu revólver, e deu um tiro na criatura. A mesma então passou a mancar, indo em direção a lateral da pista, e passou por cima da mureta de proteção. A criatura fez tudo isso enquanto olhava atentamente para o policial, que estava um tanto quanto atordoado.

O "Homem-Sapo" visto por Mathews tinha as mesmas descrições do primeiro avistamento, com a exceção de uma cauda vista pelo Mathews. Assim sendo, a partir desse ponto, surgiu a possibilidade da criatura ser uma espécie de "Homem-Lagarto".

Curiosamente mais tarde, naquele mesmo ano, um "fazendeiro anônimo" informou ter avistado quatro criaturas bizarras ao dar uma volta por sua propriedade, que era localizada às margens do rio "Little Miami". O fazendeiro alegou que os olhos dos "Homens-Sapo" eram grandes e redondos. A pele era tinha uma coloração "pálida, uma espécie de cinza-esverdeado", e suas bocas estavam bem abertas e repletas de dentes afiados. Felizmente, em vez de atacar o pobre homem, as criaturas saíram correndo de volta para o rio.

A Reviravolta em Relação ao Avistamento do Policial Mark Mathews


A história não repercutiu muito bem na cidade. Em uma notícia publicada no ano de 1985, um comerciante, que não quis ser identificado disse que os policiais foram muito criticados na época, e que as pessoas zombavam deles e da cidade. Anos mais tarde, em 1999, por meio de entrevistas locais, Mark Matthews explicou que estava cansado de falar sobre o "Homem-Sapo", e que ele tinha visto apenas uma iguana.

Já no ano de 2001, um site americano chamado "X-Project Magazine", em uma determinada matéria, disse que em todo lugar que se procurava saber sobre a tal criatura, todo mundo lia a mesma coisa: que dois policiais encontraram uma grande criatura bípede, parecida com um sapo, perto da cidade de Loveland, Ohio.

A cidade de Loveland, em Ohio, foi fundada oficialmente no ano de 1876,
e atualmente possui pouco mais de 12 mil habitantes
Davy Russell, autor da matéria, disse que apesar da massiva circulação da história, embora tivesse alguns detalhes, era completamente imprecisa e exagerada. Em uma entrevista por e-mail, com o então policial aposentado Mark Mathews, ele teria respondido e afimado que: "Não há absolutamente nada de 'monstros' ou 'paranormal' relacionado aquele incidente. Tudo isso tem sido propagado totalmente de forma desproporcional".

"Não era e não é um monstro. Não tinha a pele semelhante a couro ou uma pele opaca. Não tinha entre 90 cm e 1,2 m de altura. Não ficou ereto. O animal que eu vi, obviamente era algum tipo de lagarto, que alguém tinha como um animal de estimação, e que talvez por ser grande demais para o seu aquário, escapou por acidente ou simplesmente se cansaram dele. Ele tinha no máximo 90 cm de comprimento. Ele atravessou a pista correndo, e provavelmente foi cegado pelos faróis do meu carro. Ele não apresentou nenhum comportamento agressivo", completou o Sr. Mathews.

O Sr. Mathews apontou mais divergências sobre o que teria acontecido. Ele disse que disparou contra a criatura para ajudar seu parceiro, uma vez que ninguém tinha acreditado em seu avistamento algumas semanas antes. Apesar de ser atingido, o lagarto ainda escapou, e Mathews suspeitava que ele tivesse morrido em razão da ferida ou, eventualmente, morreu devido ao tempo frio. A dramática cena comumente descrita da posição ereta do "Homem-Sapo" ou "Homem-Lagarto" passando sobre a mureta de proteção enquanto mantinha o olhar atento sobre o policial Mark Mathews, de fato, nunca teria acontecido.

"Loveland Frogman Race", um evento esportivo realizado
em 19 de setembro de 2015
Na época do incidente os "investigadores paranormais" Ron Schaffner e Richard Mackey entrevistaram os dois policiais. Em uma matéria do site "Weird Ohio", também no ano de 2001, Ron Schaffner não entendeu bem a razão do policial aposentado Mark Mathews ter recuado de toda a história que ele contou na época.

"Por qual razão depois de todos esses anos é que o Matthews veio desmascarar essa história? Eu não tenho certeza. Poderia haver uma série de motivos. Porém, os dois policiais nos disseram, que se parecia com um esboço feito. Por que eles nos mostrariam um desenho que se assemelharia com a criatura em 1976, e nos disseram que se parecia com o desenho?  Vivi em Loveland por cerca de cinco anos, e a história ainda circula com muitas variações. Talvez o Matthews esteja apenas cansado de ouvir a história, e todas essas vertentes", disse Ron Schaffner em uma entrevista para o site "Weird Ohio".

Fato é que a cidade de Loveland acabou se tornando famosa, atraindo diversos turistas ao longo dos anos e também investigadores ávidos por querer ver e até mesmo capturar o suposto "Homem-Sapo" ou "Homem-Lagarto" de Loveland. Alguns anos atrás, inclusive, fizeram alguns festivais para celebrar essa história na cidade. Em 2015 foi realizado um evento esportivo, uma espécie de triatlo envolvendo canoagem, bicicleta e corrida, chamado "Loveland Frogman Race", no dia 19 de setembro daquele ano.

De Volta aos Relatos a Partir do Ano de 1958


Em 8 de novembro de 1958, um homem chamado Charles Wetzel teve um encontro igualmente apavorante com uma criatura semelhante durante uma noite, enquanto ele dirigia próximo a cidade de Riverside, na Califórnia. Charles estava simplesmente tentando chegar em casa naquela noite, e estava ouvindo uma estação de rádio de Los Angeles, a KFI Radio. De repente, o rádio do carro de Wetzel ficou repleto de estática. Ele tentou mudar as estações, mas não adiantou em nada.

Em um determinado momento ele se aproximou do ponto onde a rua Principal corta o rio Santa Ana, na Avenida Riverside. Ele viu que o rio estava transbordando em uma parte baixa da estrada, então resolveu reduziu a velocidade. Foi justamente quando algo estranho saltou dos arbustos na beira da estrada, e parou em logo a frente do seu carro. Charles disse que pisou fundo nos freios para evitar que batesse em uma criatura com cerca de 1,8 m de altura, que estava parada no meio da estrada.

"Aquilo tinha uma uma cabeça arredondada, como se fosse de um espantalho saindo direto do Halloween. Ele não era humano. Tinha os braços mais longos do que qualquer coisa que eu já tivesse visto. Não tinha nenhum ouvido. Os olhos estavam brilhando como se fosse algo fluorescente, e tinha uma boca protuberante", disse Wetzel.

Imagem do Google Maps de 2014 onde apontaria para o local do avistamento da criatura por Charlez Weztel em junho de 1958
Charles Wetzel alegou que sua pele parecia "escamosa", como se fossem camadas de folhas. Ele ainda acrescentou que os olhos eram grandes e que, ao se movimentar, pareciam que suas pernas eram duras como se fosse o "Frankenstein". As pernas em si aparentemente cresciam na lateral do tronco ao invés de estarem na parte debaixo da cintura. Outras observações anatômicas foram interrompidas, quando a criatura começou a emitir um som como se fosse uma mistura entre um grito estridente e "o ruído que você faz quando gargareja". Segundo seu relato, a criatura de repente saltou sobre o capô do carro, e começou a arranhar o para-brisa.

O homem aterrorizado pegou o revólver calibre .22 que mantinha sob o banco do seu carro. Entretanto, Wetzel rapidamente mudou de ideia sobre atirar na criatura. Ele sabia que se ele disparasse a arma, iria quebrar o para-brisa, que estava justamente entre ele e o monstro reptiliano. O que Wetzel fez? Ele pisou fundo no acelerador, fazendo com que a criatura rolasse sobre o capô e caísse no chão. Para ter certeza que ele não iria ser atacado novamente, Wetzel deu ré e atropelou a criatura na estrada. Ele ainda notou inclusive um som como se algo estivesse raspando por debaixo de seu carro. Wetzel disse que dirigiu o mais rápido que pode, e que não parou até ele chegar na delegacia de polícia mais próxima. A polícia chegou a relatar ter visto os arranhões no capô e para-brisa do carro. Wetzel ainda foi questionado se ele olhou para trás para ver o que tinha acontecido com a criatura. Ele então respondeu: "Cara, eu não estava interessado se ele tinha levantado ou não. Eu só pensava em dar o fora de lá!"

Os policiais então acompanharam Wetzel até o local onde disse ter sido atacado, e também levaram cães farejadores. Chegando no local, os policiais chegaram a notar pegadas semelhantes a deixadas por animais aquáticos, que possuem membranas entre os dedos, porém os cães farejadores nada encontraram.

Rastros semelhantes teriam sido deixados por uma criatura, que três homens disseram que teriam encontrado em Ohio no ano seguinte (1959). O trio alegou que eles observaram um humanoide com cerca de 2,1 metros de altura, de olhos verdes e sem braços (ao menos que fossem vísiveis), emergir do Lago Charles Mill, bem próximo a cidade de Mansfield, e a cerca de 160 km de distância da cidade de Loveland, Ohio.

Rastros semelhantes teriam sido deixados por uma criatura, que três homens disseram
que teriam encontrado em Ohio no ano seguinte (1959)
O trio alegou que eles observaram um humanoide com cerca de 2,1 metros de altura, de olhos verdes e sem braços (ao menos que fossem vísiveis), emergir do Lago Charles Mill, bem próximo a cidade de Mansfield, e a cerca de 160 km de distância da cidade de Loveland, Ohio
Os homens alegavam que os rastros foram encontrados no local onde a criatura havia andado, porém as marcas muito se assemelhavam com "pés de pato usados por mergulhadores".  Um outro avistamento de uma criatura similar, descrita como tendo "olhos verdes luminosos", ocorreu quatro anos depois no mesmo lago.

Durante a década de 1960, foi relatado que dois rapazes alegavam que eles tinham encontrado um "Homem-Lagarto" gigante em uma estrada rural perto da cidade de Odenton, no estado norte-americano de Maryland. Eles disseram que estavam dirigindo a noit,  quando uma horrenda criatura surgiu de repente, diante da luz dos faróis do carro onde estavam.

"Aquilo media cerca de 3 metros de altura por 90 cm de largura, e estava totalmente coberto por um lodo viscoso. Tinha olhos protuberantes em relação o que parecia ser um rosto", disse uma das testemunhas. Uma vez que notaram que a estreita estrada de terra não tinha espaço suficiente tanto para o carro, quanto para o monstro, a dupla então resolveu dirigir tão rápido quanto podiam no sentido contrário. Durante a década seguinte houve relatos sobre o Homem-Lagarto por toda América do Norte, inclusive um no Lago Thetis, justamente na região dos povoados Kwakwaka'wakw. Entretanto há detalhes interessantes, que nos fazem abrir um espaço somente para este caso.

Havia um Monstro Reptiliano no Lago Thetis em 1972?


O Lago Thetis foi a primeira área regional de conservação do Canadá, criada em 1958, e que na verdade consiste em dois lagos de água doce (Alto e Baixo Thetis), interligados por um estreito canal, nos cerca de 834 hectares (cerca de 8.340.000 m²) do Parque Regional do Lago Thetis, nos arredores de Victoria, Columbia Britânia, no Canadá. As instalações do parque incluem várias praias, quilômetros de trilhas florestais, estacionamento, banheiros e vestiários. É importante também ressaltar que os dois lagos são extremamente populares durante o verão.

Em 19 de agosto de 1972, a Real Polícia Montada do Canadá (RCMP) abriu uma rápida investigação sobre um incidente ocorrido no lago Thetis envolvendo inicialmente dois adolescentes. Um deles se chamava Robin Flewellyn, 16 anos, e outro se chamava Gordon Pike, 17 anos, que alegaram ter sido atacados pela criatura enquanto brincavam nas margens do Lago Thetis.

Praia principal do Lago Thetis no Canadá. Em agosto de 1972 uma estranha criatura foi avistada por 4 adolescentes.
De acordo com as duas testemunhas, que estavam em pé, em uma praia perto do centro recreativo do lago Thetis, ambas teriam visto uma repentina elevação do nível da água próximo da beira da praia. Igualmente de forma repentina, uma monstruosa cabeça e um tronco de escamas prateadas emergiram do lago, ao mesmo tempo que o monstro se deslocava freneticamente em direção aos dois adolescentes aterrorizados.

Em poucos segundos o monstro já estava bem próximos de ambos, e uma vez que temiam por suas vidas, eles imediatamente correram em direção ao carro, que tinham deixado estacionado próximo de onde estavam. Eles praticamente saltaram para dentro do carro, e um deles disse ter sentido uma dor intensa na mão, mas tudo teria sido muito rápido. Eles bateram as portas do carro, e foram embora às pressas deixando o monstro escamoso comendo poeira.

Depois de conseguirem "escapar por pouco", Flewellyn e Pike se encaminharam para o posto mais próximo da RCMP, onde o adolescente ferido tinha uma laceração em sua mão, que ele dizia ser o resultado do contato com a barbatana espinhosa localizada na cabeça da criatura. Os policiais de plantão ficaram tão impressionados com a sinceridade do relato dos rapazes, que uma caçada ao monstro foi imediatamente iniciada. Um dos policiais, que participaram do caso, teria dito: "Os garotos parecem estar sendo sinceros, e até que se prove o contrário, não temos alternativa senão continuar com nossa investigação."

A Real Polícia Montada do Canadá (RCMP) abriu investigação para ver o que realmente teria acontecido em dois relatos de avistamentos
de uma estranha criatura reptiliana que teria ferido ao menos um adolescente no verão de 1972
Não demorou muito tempo para que a notícia vazasse na imprensa local. Assim sendo, em 22 de agosto de 1972, o jornal "Victoria Daily Times" relatou que dois adolescentes foram perseguidos em uma praia do Lago Thetis, por um animal "com o formato de cabeça mais ou menos triangular", e com cerca de 1,5 m de altura. Além disso, um dos rapazes disse que tinha sido cortado em uma das mãos, "por seis pontas afiadas como navalhas sobre a cabeça do monstro."

No dia seguinte (23 de agosto), quando a Real Polícia Montada do Canadá já tinha encerrado o caso por falta de provas, o monstro teria ressurgido por volta das 15h30 daquele mesmo dia. Dessa vez, a criatura - que estranhamente coincidia com a descrição anterior - foi avistada por Mike Gold, 12 anos e Russell Van Nice, 14 anos, que estavam pescando na margem oposta do Lago Thetis. Ao contrário do encontro dos dias anteriores, essas testemunhas alegaram que a criatura simplesmente emergiu da água, olhou ao redor, e então submergiu novamente. Os meninos ainda alegaram, que não esperaram para ver se a criatura iria manifestar toda aquela agressividade reportada anteriormente.

"Ele saiu da água e olhou em volta. Em seguida, ele voltou para a água. Então corremos! Seu corpo era prateado, e tinha um formato de corpo comum, como um corpo humano, mas tinha uma cara do monstro, sendo totalmente escamosa com um ponta saindo de sua cabeça. Orelhas grandes e olhos horrípilantes", declarou um dos meninos na época. Diante de tal relato a RCMP reabriu a investigação.

Cerca de três dias depois, em 26 de agosto de 1972, o jornal Province disse que a polícia havia recebido um telefonema de um homem, que tinha perdido um lagarto teiú, justamente na região dos avistamentos no ano anterior. Teius são nativos da América do Sul, vivem cerca de 15 anos, e muitas vezes criados como animais de estimação (suas peles manchadas em preto e branco também são usadas para confeccionar botas de vaqueiros). Eles também podem crescer até 2 metros de comprimento. A polícia então "constatou", que o lagarto correspondia a descrição do monstro, e encerraram definitivamente o caso.

Teria sido apenas um lagarto teiú o responsável por causar tanto pânico em adolescentes no Lago Thetis?
Outras pessoas, no entanto, questionaram, alegando que um teiú não poderia sobreviver ao clima da Columbia Britânica, mas essa especulação não levava em conta, que teiús hibernam no inverno, principalmente no norte da Argentina, onde há um inverno rigoroso. Assim sendo, teoricamente eles poderiam facilmente suportar as baixas temperaturas das madrugadas da década de 1970, mas precisariam de um bom lugar, quente e ensolarado, para se aquecerem durante o dia. Por outro lado, eles não são aquáticos. Não é muito comum vê-los a uma distância relativamente pequena do mar ou em qualquer lago, seja da América do Norte ou da América do Sul. Estranho, não é mesmo?

Por décadas a lenda da existência de um "Homem-Lagarto" no Lago Thetis assombrou o imaginário de muitas pessoas, que ainda temiam entrar em suas águas por também acharem muito estranho que a RCMP tivesse encerrado o caso tão repentinamente. Durante décadas o Lago Thetis virou atração turística, e também de investigadores a caça da mítica criatura.

Um dos Relatos Sobre o Monstro do Lago Thetis é Supostamente Desmascarado


Em novembro de 2009, Daniel Loxton era o editor de uma revista infanto-juvenil chamada "Junior Skeptic". Ele não estava satisfeito com a teoria de que um animal de estimação, um teiú, estivesse à solta naquele época. Ele, inclusive conversou com um especialista do Museu Real da Colúmbia Britânica, e o mesmo teria dito que o lagarto provavelmente não teria sobrevivido ao inverno ainda mais rigoroso de Victoria.

Daniel também observou uma estranha coincidência: uma semana antes do primeiro avistamento, uma emissora de TV local chamada "CHEK", transmitiu um "filme B" de terror chamado "Monster From The Surf" (também chamado de "Beach Girls and The Monster" de 1965), sobre um homem com guelras e de cabeça triangular atacando adolescentes. Confira o trailer logo abaixo, em um canal de terceiros, no YouTube. 



Ele então resolveu começou a investigar o caso por conta própria, e conseguiu achar a localização de um dos rapazes envolvidos no segundo avistamento, Russell Van Nice, que já estava com 49 anos de idade. Russell decidiu desmentir seu depoimento original, afirmando que tudo não teria passado de uma grande mentira, porque seu amigo (Mike Gold), queria apenas chamar atenção. Toda a suposta farsa envolvendo o segundo avistamento foi publicada na edição nº 35 da revista em 17 de novembro de 2009.

Assim sendo, por qual razão a lenda ainda vivia em tempos recentes? Daniel Loxton disse que isso se devia principalmente ao fato dos criptologistas continuarem a escrever sobre ele, fantasiando sobre as descrições ao longo dos anos com detalhes como "mãos membranosas", fornecendo assim um realismo a história, que não era encontrado nas reportagens originais. A lição para os jovens leitores, segundos Loxton, é que "os criptologistas não tinham feito suas lições de casa." De qualquer forma graças a esses mesmos escritores, o "Monstro do Lago Thetis" foi imortalizado ao se tornar uma estatueta de plástico por uma empresa de brinquedos japonesa em 2002.

Toda a suposta farsa envolvendo o segundo avistamento foi publicada na edição nº 35 da revista em 17 de novembro de 2009.
Os dois primeiros relatos sobre o Monstro do Lago Thetis no entanto, até hoje permanecem sem explicações. Muitos consideram os relatos como sendo reais, assim como muitos acreditam que não passam de mentiras, tal como a suposta verdade do segundo avistamento, que teria sido revelada por Russell Van Nice, cerca de 35 anos depois.

De Volta aos Relatos na Década de 1970


Outras lendas ameríndias da região leste da América do Norte falavam sobre um grande "Homem-Peixe", que vivia no território onde hoje é estado norte-americano de Nova Jersey. Em 1973, houve uma enxurrada de relatos de moradores da região de Newton-Lafayette, que descreviam avistamentos de uma criatura híbrida, que mais parecia o resultado de um cruzamento entre um homem e um crocodilo, em uma área remota alagada, ou seja, de pântano. Os jornalistas que cobriram a história compararam a lenda do "Homem-Peixe de Jersey", que nunca foi capturado, com o então "Homem-Lagarto". Para a maioria dos pesquisadores, no entanto, as ligações entre um homem-lagarto bípede e um peixe gigantesco parecia ser, na melhor das hipóteses, apenas uma mera coincidência.

Localização da região de Newton-Lafayette em relação a cidade de Jersey, onde também é possível ver no mapa
a ilha de Manhattan, em Nova Iorque, bem com o rio Hudson
Durante uma noite, no ano seguinte (1974), um homem estava dirigindo ao longo da rodovia interestadual 80 na mesma região onde houve a série de relatos no ano anterior. De repente os faróis do seu carro revelaram uma enorme criatura, parecida com um homem, parado ao lado da estrada. A testemunha apenas olhou rapidamente para a criatura, mas o que ele viu foi o suficiente para convencê-lo, de que era não igual a nada do que ele já tivesse visto antes. Tempos depois ele descreveu a criatura como sendo alta, de cor esverdeada, e coberto de escamas. O rosto tinha uma aparência reptiliana, com olhos protuberantes (bulbosos), e uma boca grande, mas sem lábios.

Três anos mais tarde (1977), houve um relato que algo semelhante tinha visto perto do rio Susquehanna no estado vizinho de Nova Iorque. O que tornava esse relato extraordinário foi o reconhecimento público da existência deste tipo de criatura por um funcionário do Estado. A tal criatura teria sido avistada por Alfred Hulstruck, que na época era um naturalista pertencente a Unidade de Conservação Ambiental do Estado de Nova York.

Alfred declarou que a parte sul do rio Susquehanna era o lar de "uma criatura escamosa, que se assemelhava a um homem, que aparecia ao anoitecer nas águas cobertas de algas vermelhas, entre as samambaias do campo e terras altas cobertas de musgo".

O que tornava esse relato extraordinário foi o reconhecimento público da existência deste tipo de criatura por um funcionário do Estado. A tal criatura teria sido avistada por Alfred Hulstruck, que na época era um naturalista pertencente a Unidade de Conservação Ambiental do Estado de Nova York
No final da década de 1970, dois homens alegaram que encontraram com o que seriam homens-lagarto jovens, enquanto estavam dirigindo em uma certa noite próximo da cidade de Anadarko, Oklahoma.

O trecho abaixo é o que teria acontecido naquela noite, e que foi relatado por um parente deles.

"Meu irmão e meu primo viram três vultos escuros no meio da ponte. Eram pequenos vultos, como se fossem crianças vestidas em fantasias de Halloween. Meu irmão pisou no freio, e derrapou de lado pela ponte, ao mesmo tempo que os três vultos se dispersaram e pularam da ponte.

Eles saíram do carro, pensando que eles tinham causado de fato algum acidente, e machucado algumas das crianças. Eles começaram a chamar pelas crianças e ao ligar uma lanterna, eles tiveram uma resposta. Eles notaram pegadas molhadas nas ripas de madeira da ponte, planas, semelhantes a de um pato, como se aqueles vultos tivessem pés com membranas entre os dedos".

Os Relatos Continuam na Década de 1980


Foi nessa mesma época que "Homem-Lagarto" parecia ter resolvido adotar o clima mais quente da região sudeste dos Estados Unidos como seu habitat preferido.

Em um outro incidente, porém sem maiores detalhes de quando e onde ocorreu, um empreiteiro disse que viu uma estranha criatura durante uma noite, enquanto estava dirigindo perto de uma cidade de médio porte na região sudeste dos Estados Unidos. Ele deu a seguinte declaração: "Ele tinha cerca de 2,5 metros de altura, com uma aparência rígida e escamosa, como a pele de um peixe. Ele surgiu diante dos faróis do meu carro, pisei no freio para evitar bater nele, e então ele deu um passo para trás, se virando.

Foi quando eu tive uma visão clara do seu rosto oblíquo, com dois olhos escuros que pareciam estar olhando diretamente dentro do meus. Por cerca de 10 segundos, esta criatura e eu, olhamos um para o outro. Eu estava com medo e totalmente fora do meu juízo. Em seguida, ele se atirou na vegetação ao lado da rodovia, e eu ainda podia ouvi-lo, mesmo a distância, se embrenhando no meio dos galhos e folhas. Nunca sequer passou pela minha cabeça tentar seguí-lo. Pisei fundo no acelerador, e fui para casa em estado de choque".

Em 1983, foi relatado um caso de avistamento do "Homem-Lagarto" em uma casa rural isolada, próxima a um pântano, na cidade de Pass Christian, no estado norte-americano do Mississippi. A testemunha era um menino de apenas 5 anos de idade, que mais tarde relatou seu encontro, com o que ele disse ter sido uma criatura com cerca de 2 metros de altura, coberto de escamas verdes, com dentes grandes e olhos de fogo.



"Eu estava deitado, e tinha um ventilador ligado em minha direção. Ouvi uma batida na janela, e lá estava ele. Ele olhou para mim por cerca de um minuto, e correu pela lateral da casa. Ele sacudiu a porta dos fundos", disse o menino na época.

Quatro anos depois (1987), um "Homem-Lagarto" supostamente atacou a casa de um pastor da Igreja Batista perto da cidade de Charlotte, no estado norte-americano da Carolina do Norte. A esposa do pastor e seu filho pequeno disseram que, certo dia, observaram uma estranha criatura emergir de um pequeno lago localizado ao lado do trailer da família. Eles descreveram a criatura sendo coberta por escamas de cor escura, na forma de um homem. Ele tinha uma cabeça pequena posicionada no meio de ombros largos, sem orelhas visíveis, e uma fenda no rosto como se fosse uma boca.



As testemunhas ficaram aliviadas, quando a criatura se virou, e caminhou de volta para a água. Entretanto a família estava convencida, que aquela criatura havia feito uma visita a eles mais tarde, visto que, durante noite, algo bateu com tanta força na lateral do trailer, que chegou a balançá-lo.

Enfim, agora que você conhece todos os principais casos até o ano de 1987, saiba que nada se compara ao mais famoso deles que ocorreu na Carolina do Sul, porém isso é um assunto para uma próxima ocasião, visto que somente a Carolina do Sul ocupa um espaço e um tempo equivalente ou superior a tudo que vocês leram até agora!

Uma Reflexão Final Sobre o "Homem-Lagarto" até o Suposto Avistamento nos Arredores da Cidade de Charlotte, na Carolina do Norte


Sabemos que ao longo do tempo, as civilizações antigas registravam em pedras, monumentos, paredes ou até mesmo no solo, o que mais de especial ou relevante existia para eles. No entanto temos que entender, que toda simbologia e toda cultura representa basicamente o período de tempo em que se vivia. Atualmente, uma criança em uma cidade como São Paulo ou York não irá desenhar uma pirâmide ou meramente um crocodilo a esmo, uma vez que existe toda uma selva de pedra, brinquedos, pessoas e objetos chamativos ao seu redor. Observando o aspecto sociocultural dos povos nativo-americanos algumas coisas, no entanto, chamam a atenção. Entre elas, temos o relato que a tribo de Chicora era composta por homens brancos e de estatura maior que a média do homem espanhol. Outro registro interessante seria a alusão ao que parecem ser "homens-lagarto", mas será que os ancestrais não teriam visto apenas lagartos-monitores em época de acasalamento ou disputando território? Será que toda essa lenda foi criada pelo próprio Francisco de Chicora para evitar que o "homem branco" espanhol, um intruso, um colonizador que sequestrou seu povo e o privou de suas famílias, avançasse em seu território sugerindo que poderiam ser terras perigosas? Será que realmente havia uma raça de homens-lagarto e a tribo de Chicora, para preservar sua existência, simplesmente disse que todos tinham morrido e não houve nenhum descendente?

Os nativos da tribo Cree, por exemplo, acreditavam em seres chamados Mamnegishi. Entretanto, seriam os seis dedos dessa criatura nada mais do que a representação de um possível colonizador empunhando a distância uma espada ou uma arma de fogo? Seria a cabeça alongada a representação do colonizador usando um chapéu? Quando dizem que não tinham pelos, será que era por usarem roupas de peles de animais, e colonizadores usarem roupas de tecidos, principalmente de cor branca, que fazia com que aparentassem não possuir pelos? Não é possível realmente saber, mas isso faz nosso imaginário expandir a novos horizontes e possibilidades. A América do Norte sempre foi um território de múltiplas culturas, e elas sempre retrataram uma rede complexa de contos, lendas e crenças, que devem ser respeitadas. A questão é sobre o que de fato estavam vendo. Atualmente, no conforto de suas casas, ver um lagarto escalando uma árvore em um vídeo no Youtube é divertido e educativo, até mesmo você compartilha ou chama alguém para ver por achar aquilo interessante. E se você estivesse no século XI ou XII somente com florestas a sua volta, como você interpretaria?

Por outro lado é fascinante observar a evolução de uma história quando chegamos na "Cidade Perdida Sob Los Angeles: o que havia começado aparentemente por uma caça ao tesouro deixado em um período pós-guerra, rapidamente se transformou na busca por uma civilização perdida, que seria muito mais avançada que a nossa. Será que havia e ainda há uma cidade perdida do "Povo Lagarto" na cidade de Los Angeles? Será que essas pessoas eram híbridas ou foram chamadas dessa forma por terem que ir para baixo da terra? Será que eram esses os ancestrais de que tanto os Hopi falavam em suas lendas? Quem eram os "sentinelas do céu"? Será que esse labirinto de túneis continham mesmo tábuas de ouro contendo as informações sobre a vida na Terra? Provavelmente nunca saberemos devido a imensa e ávida urbanização da cidade.

Há muitos mistérios envolvendo essa história. Muita coisa faz sentido, assim como muita coisa não tem o menor fundamento se formos comparar com o conhecimento que a humanidade tem hoje, e que tinha na década de 1930. Tudo aponta para que uma cidade de um "povo lagarto", nunca tenha de fato existido, mas sempre vão restar mais e mais perguntas. Será que Shufelt tinha uma informação sobre túneis chineses e resolveu ganhar dinheiro ao trabalhar para empresários, mesmo sabendo que não haveria nada no subterrâneo? Será que o equipamento dele funcionava mesmo como dizia, descobriu a rede de túneis, e foi levado ao engano ao se deixar levar por uma lenda indígena? E que mapa era aquele citado nas notícias que diziam que era de pele de carneiro? Estranho, não é mesmo? Novamente, nos deparamos com mais perguntas do que respostas, e provavelmente não teremos uma resposta definitva tão cedo sobre isso. O que existe de fato é a cobiça pelo ouro, em uma área onde histórias sobre tesouros escondidos eram recorrentes. Se era um civilização antiga de pessoas comuns ou reptilianas, se de fato tal brilhante civilização existiu ou não sob Los Angeles, essas pegadas nunca chegaram a ficar famosas, ao contrário das estrelas na superfície da cidade.

Na década de 1950, Hollywood entendeu que tirar uma criatura lendária do fundo de rios e lagos era um bom negócio. Segundo o produtor do filme "Creature from the Black Lagoon", William Alland, a ideia para sua realização foi originalmente trazida por um diretor brasileiro, que ele encontrara na casa de Orson Welles (diretor do filme Cidadão Kane, A Dama de Xangai, entre outros). O homem falara de um amigo que tinha desaparecido na Amazônia ao realizar filmagens para um documentário sobre rumores da existência de um "povo-peixe" no região. Algumas tribos, inclusive, possuem cerimônias que envolvem a utilização de máscaras de peixes.

O filme ''Creature from the Black Lagoon'' foi rodado quase que totalmente no estado da Flórida, por causa de seus pântanos e alagadiços que serviram como o ''Rio Amazonas'', e conforme dissemos anteriormente, o filme se tornou uma sensação nos Estados Unidos. Uma mistura de terror e romance, um amor impossível de uma criatura surreal, que jamais imaginaríamos andando entre os homens. A criatura estava lá, na tela dos cinemas, diante de donas de casas, estudantes, empresários, clérigos e juízes. Mesmo em seu aspecto emborrachado podíamos sentir o terror e sua paixão, o sentimento através de gestos tão humanos, que mesmo sem palavras ainda somos capazes de reconhecer uma certa humanidade. Não seria de se estranhar que pessoas o vissem, que tal criatura atacasse senhoras indefesas por um amor incompreendido ou ferisse a honra de nobres homens, que deveriam defendê-las, mas não conseguiam ou precisavam provar serem dignos de suas companheiras. Entretanto, Hollywood nos ensinou que podíamos matá-la, que no fim venceríamos qualquer ameaça, embora sua existência fosse um tanto quanto lucrativa.

E então nos perguntamos, será que a Sra. Johnson foi mesmo atacada por uma criatura? Será que a marca de mão esverdeada em sua perna não seria simplesmente porque ela apanhava do marido, e usou a sensação do momento como pretexto para expor seu sofrimento e terror em casa? Será que a cidade de Loveland entendeu o recado de Hollywood ,  viu que a existência de tal criatura poderia trazer benefícios para a cidade? Será que realmente uma criatura reptiliana ou anfíbia vivia ou vive em Ohio? E Wetzel? O que ou quem ele realmente atropelou naquela noite? Hollywood estava ali, batendo nas portas listradas de azul e vermelho, lembrando aos americanos das lendas de seus ancestrais. Os folclores regionais estavam vindo a superfície para respirar novamente. Em certo momento daquele filme, dizem que o lugar se chama Lagoa Negra, e que ninguém jamais voltou vivo de lá para provar. De fato, Hollywood não precisava provar nada, há séculos a criatura estava nos bastidores, esperando apenas que acreditassem nela.

Assim sendo, chegamos em Thetis. O parque canadense que dá nome ao lago, assim foi chamado em homenagem a fragata HMS, que por sua vez fazia parte da Esquadra Naval da Marinha Real, mas Thetis (em português Tétis) na mitologia grega era uma ninfa do mar, a mais bela das cinquenta Nereidas, divindade imortal, filha de Nereu, o Velho do Mar, e Dóris, a Oceânida. Por sua vez, o "Homem-Lagarto" estava cada vez mais acuado, e as pessoas não viam mais a beleza em seus gestos. Ele estava ficando agressivo. Estava sendo parte de dezenas de avistamentos, relatos assustadores, estava no dia a dia de crianças e adolescentes, e até mesmo de autoridades mais céticas, mas que agiam de acordo com a lei. Afinal de contas, quem teria ferido um adolescente durante o verão em dos lagos mais populares, e fonte de entrenimento familiar no Canadá? Teria sido um lagarto teiú? Teria sido apenas uma fantasia ou uma brincadeira de uma tarde de verão? De qualquer forma, Thetis foi uma lufada de ar fresco em todo calor gerado nas mocinhas, que corriam de seus monstros subaquáticos de Hollywood, despertando na jovem carne, o desejo de também serem famosos.

O Monstro do Lago Thetis foi imortalizado na mesma borracha que tentariam apagá-la décadas depois, e deu coragem a que mais pessoas relatassem o que de mais estranho viam em estradas, lagos e rios em todos os cantos dos Estados Unidos. A criatura se aproximou até mesmo da imortal Nova York, a cidade que nunca dorme, e a que sempre sobreviveu aos ataques das mais diversas criaturas e catástrofes naturais. Poderia o "Homem-Lagarto" sobreviver com seus filhos, crianças-lagarto como aparentavam ser em um relato de Oklahoma, com mais e mais pessoas o avistando? O "Homem-Lagarto" não tinha religião. Ele já havia se tornado um mito entre o Céu e o Terra em um mundo que não era mais o mesmo, cujo fardo de sua aparente imortalidade, estava ficando cada vez mais pesado de se carregar. Era hora de voltar para casa, a Carolina do Sul.

Até a próxima parte, AssombradOs.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

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O especial originalmente chamado de "Semana do Homem-Lagarto" foi finalizado em 21 de agosto de 2015

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