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Por Marco Faustino
Na semana passada encontrei uma interessante notícia que estava sendo amplamente divulgada em sites de notícias internacionais como o International Business Times, Daily Mail, The Sunday Times, no controverso Ancient Origins e até mesmo no site da National Geographic. Este último, em particular, me chamou muita atenção, porque geralmente o NatGeo tem um histórico muito positivo em relação a contribuição cientifíca e arqueológica. Basicamente, o que estava sendo divulgado é que pesquisadores da Universidade do Ártico da Noruega (também conhecida como Universidade de Tromsø) tinham descoberto na própria Noruega, uma série de crateras, consideradas gigantes, no leito do Mar de Barents, e que eles acreditavam que as mesmas teriam sido originadas através de explosões de gás metano, que por sua vez estaria armazenado logo abaixo de uma camada de sedimentos. Vale ressaltar que a costa da Noruega é rica em gás natural.
Parecia ser mais uma entre tantas descobertas que os pesquisadores de todas as partes do mundo fazem todos os dias, porém começou a circular na imprensa que essa "descoberta" poderia ajudar a explicar o mistério secular envolvendo o que até hoje é conhecido como o "Triângulo das Bermudas", um triângulo imaginário formado entre o arquipélago das Bermudas, o estado da Flórida, nos Estados Unidos, e a cidade de San Juan, em Porto Rico. Esse triângulo cobriria uma área entre 1,3 milhões (tamanho relativo a menor área já demarcada) a 3,9 milhões de quilômetros quadrados (segundo a estimativa de alguns escritores). No local já desapareceram de forma misteriosa centenas de barcos e aviões, o que intriga muitos estudiosos até hoje, que dedicam suas vidas a documentar os acontecimentos do local e a tentar resolver seus mistérios.
Uma das versões mais discutidas até hoje para explicar o que acontece nessa região é justamente a possibilidade de que grandes concentrações de metano, geradas após uma intensa atividade vulcânica submarina, que estaria normalmente contido no interior das rochas, sob a alta pressão oceânica, pudesse se desprender repentinamente, formando uma imensa bolha de gás, que chegaria até a superfície com a potência de uma "bomba atômica". Logo, essa "bolha" seria capaz de afundar embarcações e até mesmo desestabilizar aviões (pertubando a atmosfera). Porém, essa teoria sempre foi refutada por alguns cientistas. Independentemente disso tudo, essa aparente "descoberta" na Noruega não é bem isso que tentaram divulgar ao longo da semana passada. Vamos saber mais sobre esse assunto?
Cientistas na Noruega teriam causado polêmica na semana passada ao anunciarem a "descoberta" de gigantescas crateras no Mar de Barents, que eles acreditam que tenham sido formadas pela explosão de gás metano (também conhecido como gás dos pântanos ou gás natural). Os cientistas teriam chegado a sugerir que o fenômeno poderia explicar o misterioso "Triângulo das Bermudas", um conceito altamente controverso. Os pesquisadores da Universidade do Ártico da Noruega teria dito que as crateras ao longo da costa do país possuiriam até 800 metros de largura e 45 metros de profundidade. Essas mesmas crateras aparentemente teriam sido originadas por uma "liberação explosiva de metano", que outrora havia sido confinado abaixo de uma camada de sedimentos. Esses repentinos desprendimentos de grandes concentrações de metano poderiam representar um perigo em potencial para os navios que estivessem navegando pela região. Interessante, não é mesmo?
Entretanto, essa teoria não é nova, uma vez que ela vem sendo cogitada desde muito tempo. Voltando no tempo, mais precisamente no ano de 2003, podemos encontrar uma publicação realizada no American Journal of Physics, por Joseph Monaghan e David May que sugeriram que bolhas de metano poderiam afundar embacarções, dependendo, é claro, da localização da embarcação em relação a bolha de gás metano.
"Se a embarcação irá afundar ou não depende da sua posição em relação a bolha. Se for suficientemente longe da bolha, estará segura. Se for exatamente acima da bolha, também estará segura, pois está em um ponto de estagnação do fluxo da embarcação que não foi conduzida para a concavidade da bolha. A posição de risco é entre o ponto de estagnação da bolha e a borda superior onde a concavidade foi gerada", disseram os pesquisadores na época.
Na notícia publicada no site do Daily Mail em 13 de março desse ano, foi citado um cientista russo chamado Igor Yeltsov, chefe do Instituto Trofimuk, que teria dito no ano passado, que os gigantescos buracos que tinham surgido na Sibéria, em território russo, poderiam ser a chave a explicar o suposto fenômeno envolvendo o "Triângulo das Bermudas". Na verdade a declaração de Igor Yeltsov foi concedida em outubro de 2014 ao site do jornal "The Siberian Times".
"Eles começaram a se decompor ativamente quando o metano congelado passou a se transformar em gás. Isso ocorre em como se fosse uma avalanche, tal como uma reação nuclear, produzindo enormes quantidades de gás. Isso faz com que o oceano se aqueça e as embarcações afundem em águas nas quais são perpretadas enormes quantidades de gás. Isso faz com que o ar fique supersaturado de metano, gerando assim grandes turbulências na atmosfera que provocariam a queda das aeronaves", explicou Igor Yeltsov.
No ano passado, mais precisamente no dia 13 de julho eu escrevi uma postagem sobre envolvendo essas crateras na Sibéria. Vale a pena vocês conferirem: Mistério das Crateras na Rússia Resolvido? Cientistas Dizem Que São Erupções de Metano!
De qualquer forma, a polêmica envolvendo os pesquisadores da Universidade do Ártico da Noruega, começou devido a uma série de supostas declarações dos mesmos, que foram publicadas em uma notícia no site do jornal britânico "The Sunday Times", também em 13 de março desse ano.
"Existem múltiplas crateras gigantes no fundo do mar na região centro-oeste do Mar de Barents... e são, provavelmente, causadas por enormes explosões de gás. A região das crateras provavelmente representa um dos maiores pontos ativos de ambientes marinhos pouco profundos em relação a liberação de metano no Ártico", disseram os pesquisadores da Universidade do Ártico da Noruega, segundo o jornal "The Sunday Times".
De acordo com o "The Sunday Times", os cientistas desenvolveram recentemente um radar que pode mostrar imagens detalhadas do leito do mar. Os gráficos retratariam em cores vívidas as regiões onde haveria "infiltração de metano ao redor do mundo". As descobertas também poderiam oferecer explicações científicas para relatos de marinheiros ao longo da história, que teriam visto o surgimento de bolhas e espumas na água do mar, sem nenhuma causa aparente.
Ainda segundo os cientistas, as explosões que geraram tais crateras poderiam colocar em risco as embarcações que eventualmente navegassem pelo Mar de Barents. O grande problema é que a mídia se aproveitou desse caso para mencionar que especialistas também apontavam que esse seria a causa para a grande quantidade de casos "inexplicáveis" de quedas de aeronaves e naufrágios ocorridos na controversa região conhecida como "Triângulo das Bermudas".
Não demorou muito tempo para que diversos sites de notícias unissem os casos dizendo que a "descoberta" na Noruega explicaria ou poderia explicar definitivamente o mistério do "Triângulo das Bermudas". Na verdade, o que foi publicado pelo "The Sunday Times" faz parte de um mero resumo preliminar que envolve um estudo de pesquisadores da Universidade do Ártico da Noruega (também conhecida como Universidade de Tromsø), bem como do Centro de Estudos de Hidratos de Gás, Clima e Meio Ambiente do Ártico (CAGE), algo que comentaremos daqui a pouco.
Para piorar a situação, em uma notícia publicada no dia 15 de março no site da National Geographic, a mesma apontou que em uma edição da própria revista publicada em Outubro de 2015, chamada "Strange But True", "o metano poderia escapar para o atmosfera, tornando o ambiente altamente turbulento e talvez fazendo com as aeronaves entrassem em pane e então caíssem".
A verdade veio à tona em uma notícia publicada no dia 14 de março pelo Centro de Estudos de Hidratos de Gás, Clima e Meio Ambiente do Ártico (CAGE), onde foi negado que houvesse qualquer tipo de ligação entre a pesquisa realizada na Noruega com o chamado "Triângulo das Bermudas". Essa associação teria sido feita por parte da mídia especulativa, e que está em desacordo com o que foi pesquisado na Noruega.
"Nós descobrimos inúmeras grandes crateras no leito da região central do Mar de Barents. As análises sugerem que 'explosões' de gás metano, uma vez que o gelo diminuiu após a última idade do gelo, formaram essas crateras. Ainda precisamos publicar esses resultados, visto que ainda são preliminares. O que posso dizer é que não estamos fazendo nenhuma ligação em relação ao Triângulo das Bermudas", disse a professora Karin Andreassen, pertencente ao CAGE.
"As crateras são gigantescas, possuem até um quilômetro de largura, cerca de 30 metros de profundidade, e fornecem evidências a respeito de explosões de gás do fundo do mar. Essas 'explosões' podem estar ligadas ao descongelamento dos hidratos de gás, nos quais seria de metano na forma de gelo, abaixo do leito do mar após a última Era Glacial ter terminado", completou.
O resumo que desencadeou a atenção em massa da mídia em torno destas crateras foi submetido à Assembleia Geral da União Europeia de Geociências (EGU) e pode ser lido aqui. Maiores detalhes em relação a essas análises serão divulgados em abril desse ano no encontro anual da própria EGU.
Algumas das crateras foram descobertas por geofísicos, incluindo o professor Jürgen Mienert, que agora é diretor do CAGE, a bordo de navios de investigação alemães há mais de 20 anos. A nova tecnologia de radar, no entanto, apenas permite aos cientistas do CAGE que mapeiem com maiores detalhes a grande extensão da região das crateras, e outras características associadas as mesmas. Resumindo, aparentemente as crateras do Mar de Barents não teriam nenhuma relação com o "Triângulo das Bermudas".
A notícia publicada no site da National Geographic também apontou que o medo sobre o desaparecimento de navios e aviões no que ficou "Triângulo das Bermudas", começou há cerca de 60 anos, depois que cinco aviões da Marinha dos Estados Unidos decolaram da Flórida em dezembro de 1945, e desapareceram sem deixar vestígios. Uma ocorrência que ficou conhecida como "Voo 19".
Foi a partir desse ponto os historiadores começaram a procurar por registros semelhantes, e descobriram que 300 navios e muitos outros aviões simplesmente sumiram na região durante o século 20. Até mesmo Cristóvão Colombo teria registrado comportamentos estranhos em sua bússola durante sua passagem pela região em 1492. Você também pode conferir um especial que já fizemos sobre esse assunto em nosso canal no Youtube, ou assistindo o vídeo logo abaixo:
De qualquer forma, ao longo do tempo vem surgindo um grande número de teorias conspiratórias sobre o "Triângulo das Bermudas", mas muitos especialistas não estão convencidos que algo sobrenatural realmente exista na região.
"A região é altamente explorada e possui uma grande movimentação de embarcações desde as primeiras explorações europeias. Dizer que um certo número de navios e aviões tenham ido parar no fundo do oceano, é como dizer que existem muito acidentes de carro na principal autoestrada de Nova Jersey", disse John Reilly, historiador da Fundação Histórica Naval dos Estados Unidos, em entrevista para a National Geographic, em 2002.
Em um artigo publicado recentemente no site do jornal britânico "The Guardian", também é informado que "cientistas" já haviam calculado que a "frequência com que navios e aviões desaparecem no Triângulo das Bermudas é similar a de qualquer outro lugar no mundo".
Além disso, o site do IBTimes aponta que a região compreendida pelo famoso "Triângulo das Bermudas"é conhecida pelo tempo instável e conta com a presença de trombas d'água (também conhecida como tromba marinha), que é um grande vórtice colunar (normalmente semelhante a uma nuvem em forma de funil) que ocorre ao longo de um corpo de água e está ligado a uma nuvem cumuliforme. Os ventos dessas trombas d'água poderiam chegar a mais de 190 km/h e as mesmas seriam mais comuns durante o verão mediante o ar úmido, e das águas quentes dos mares da Flórida, nos Estados Unidos.
Resumindo, segundo os mais céticos, as quedas de aeronaves e naufrágios ocorridos na região denominada como "Triângulo das Bermudas" estariam mais diretamente relacionado ao tempo instável e eventuais rochas magnéticas do que a quaisquer bolhas de metano ou qualquer outra teoria conspiratória. Enfim, fato é que essa região continuará inspirando muitos outros enigmas ao longo do tempo, e provavelmente, em algum momento ainda voltaremos a comentar sobre ela. Já em relação as crateras da Noruega, bem, aparentemente elas não têm nenhuma relação com o "Triângulo das Bermudas".
Até a próxima, Assombrados!
Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino
Fontes:
https://cage.uit.no/news/craters-in-barents-sea-not-connected-to-bermuda-triangle/
http://www.ibtimes.co.uk/bermuda-triangle-mystery-solved-by-enormous-gas-blowouts-ocean-floor-1549223
http://news.nationalgeographic.com/2016/03/160315-norway-craters-methane-hydrates-bermuda-triangle-science/
http://news.nationalgeographic.com/news/2002/12/1205_021205_bermudatriangle
http://www.dailymail.co.uk/news/article-3490072/Has-secret-Bermuda-Triangle-finally-discovered-Scientists-giant-craters-underwater-explain-ships-disappear-without-trace.html
http://www.ancient-origins.net/news-mysterious-phenomena/norwegian-scientists-unintentionally-provide-fuel-fringe-theory-bermuda-020772
http://www.thesundaytimes.co.uk/sto/news/uk_news/Science/article1677701.ece?CMP=OTH-gnws-standard-2016_03_12
http://www.theguardian.com/environment/shortcuts/2016/mar/14/giant-gas-bubbles-mystery-bermuda-triangle
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Por Marco Faustino
Na semana passada encontrei uma interessante notícia que estava sendo amplamente divulgada em sites de notícias internacionais como o International Business Times, Daily Mail, The Sunday Times, no controverso Ancient Origins e até mesmo no site da National Geographic. Este último, em particular, me chamou muita atenção, porque geralmente o NatGeo tem um histórico muito positivo em relação a contribuição cientifíca e arqueológica. Basicamente, o que estava sendo divulgado é que pesquisadores da Universidade do Ártico da Noruega (também conhecida como Universidade de Tromsø) tinham descoberto na própria Noruega, uma série de crateras, consideradas gigantes, no leito do Mar de Barents, e que eles acreditavam que as mesmas teriam sido originadas através de explosões de gás metano, que por sua vez estaria armazenado logo abaixo de uma camada de sedimentos. Vale ressaltar que a costa da Noruega é rica em gás natural.
Parecia ser mais uma entre tantas descobertas que os pesquisadores de todas as partes do mundo fazem todos os dias, porém começou a circular na imprensa que essa "descoberta" poderia ajudar a explicar o mistério secular envolvendo o que até hoje é conhecido como o "Triângulo das Bermudas", um triângulo imaginário formado entre o arquipélago das Bermudas, o estado da Flórida, nos Estados Unidos, e a cidade de San Juan, em Porto Rico. Esse triângulo cobriria uma área entre 1,3 milhões (tamanho relativo a menor área já demarcada) a 3,9 milhões de quilômetros quadrados (segundo a estimativa de alguns escritores). No local já desapareceram de forma misteriosa centenas de barcos e aviões, o que intriga muitos estudiosos até hoje, que dedicam suas vidas a documentar os acontecimentos do local e a tentar resolver seus mistérios.
Uma das versões mais discutidas até hoje para explicar o que acontece nessa região é justamente a possibilidade de que grandes concentrações de metano, geradas após uma intensa atividade vulcânica submarina, que estaria normalmente contido no interior das rochas, sob a alta pressão oceânica, pudesse se desprender repentinamente, formando uma imensa bolha de gás, que chegaria até a superfície com a potência de uma "bomba atômica". Logo, essa "bolha" seria capaz de afundar embarcações e até mesmo desestabilizar aviões (pertubando a atmosfera). Porém, essa teoria sempre foi refutada por alguns cientistas. Independentemente disso tudo, essa aparente "descoberta" na Noruega não é bem isso que tentaram divulgar ao longo da semana passada. Vamos saber mais sobre esse assunto?
A Polêmica Envolvendo a "Descoberta" de "Gigantescas Crateras" no Mar de Barents, na Noruega
Cientistas na Noruega teriam causado polêmica na semana passada ao anunciarem a "descoberta" de gigantescas crateras no Mar de Barents, que eles acreditam que tenham sido formadas pela explosão de gás metano (também conhecido como gás dos pântanos ou gás natural). Os cientistas teriam chegado a sugerir que o fenômeno poderia explicar o misterioso "Triângulo das Bermudas", um conceito altamente controverso. Os pesquisadores da Universidade do Ártico da Noruega teria dito que as crateras ao longo da costa do país possuiriam até 800 metros de largura e 45 metros de profundidade. Essas mesmas crateras aparentemente teriam sido originadas por uma "liberação explosiva de metano", que outrora havia sido confinado abaixo de uma camada de sedimentos. Esses repentinos desprendimentos de grandes concentrações de metano poderiam representar um perigo em potencial para os navios que estivessem navegando pela região. Interessante, não é mesmo?
Mapa mostrando a localização do Mar de Barents (Barents Sea) |
"Se a embarcação irá afundar ou não depende da sua posição em relação a bolha. Se for suficientemente longe da bolha, estará segura. Se for exatamente acima da bolha, também estará segura, pois está em um ponto de estagnação do fluxo da embarcação que não foi conduzida para a concavidade da bolha. A posição de risco é entre o ponto de estagnação da bolha e a borda superior onde a concavidade foi gerada", disseram os pesquisadores na época.
Na notícia publicada no site do Daily Mail em 13 de março desse ano, foi citado um cientista russo chamado Igor Yeltsov, chefe do Instituto Trofimuk, que teria dito no ano passado, que os gigantescos buracos que tinham surgido na Sibéria, em território russo, poderiam ser a chave a explicar o suposto fenômeno envolvendo o "Triângulo das Bermudas". Na verdade a declaração de Igor Yeltsov foi concedida em outubro de 2014 ao site do jornal "The Siberian Times".
"Eles começaram a se decompor ativamente quando o metano congelado passou a se transformar em gás. Isso ocorre em como se fosse uma avalanche, tal como uma reação nuclear, produzindo enormes quantidades de gás. Isso faz com que o oceano se aqueça e as embarcações afundem em águas nas quais são perpretadas enormes quantidades de gás. Isso faz com que o ar fique supersaturado de metano, gerando assim grandes turbulências na atmosfera que provocariam a queda das aeronaves", explicou Igor Yeltsov.
No ano passado, mais precisamente no dia 13 de julho eu escrevi uma postagem sobre envolvendo essas crateras na Sibéria. Vale a pena vocês conferirem: Mistério das Crateras na Rússia Resolvido? Cientistas Dizem Que São Erupções de Metano!
De qualquer forma, a polêmica envolvendo os pesquisadores da Universidade do Ártico da Noruega, começou devido a uma série de supostas declarações dos mesmos, que foram publicadas em uma notícia no site do jornal britânico "The Sunday Times", também em 13 de março desse ano.
Exemplo de uma estrutura sedimentar com hidrato de gás metano encrustado na mesma |
O navio de pesquisa "L'Espoir in Bergen" ancorado na Noruega |
Imagem de radar divulgada pelo CAGE (Centro de Estudos de Hidratos de Gás, Clima e Meio Ambiente do Ártico) em uma notícia publicada em seu site na internet, relacionada as crateras do Mar de Barents. |
Não demorou muito tempo para que diversos sites de notícias unissem os casos dizendo que a "descoberta" na Noruega explicaria ou poderia explicar definitivamente o mistério do "Triângulo das Bermudas". Na verdade, o que foi publicado pelo "The Sunday Times" faz parte de um mero resumo preliminar que envolve um estudo de pesquisadores da Universidade do Ártico da Noruega (também conhecida como Universidade de Tromsø), bem como do Centro de Estudos de Hidratos de Gás, Clima e Meio Ambiente do Ártico (CAGE), algo que comentaremos daqui a pouco.
Para piorar a situação, em uma notícia publicada no dia 15 de março no site da National Geographic, a mesma apontou que em uma edição da própria revista publicada em Outubro de 2015, chamada "Strange But True", "o metano poderia escapar para o atmosfera, tornando o ambiente altamente turbulento e talvez fazendo com as aeronaves entrassem em pane e então caíssem".
A Verdade Por Trás da Notícia Envolvendo a "Descoberta" de Crateras Gigantes no Mar de Barents, na Noruega
A verdade veio à tona em uma notícia publicada no dia 14 de março pelo Centro de Estudos de Hidratos de Gás, Clima e Meio Ambiente do Ártico (CAGE), onde foi negado que houvesse qualquer tipo de ligação entre a pesquisa realizada na Noruega com o chamado "Triângulo das Bermudas". Essa associação teria sido feita por parte da mídia especulativa, e que está em desacordo com o que foi pesquisado na Noruega.
Karin Andreassen, professora do Centro de Estudos de Hidratos de Gás, Clima e Meio Ambiente do Ártico (CAGE) |
"As crateras são gigantescas, possuem até um quilômetro de largura, cerca de 30 metros de profundidade, e fornecem evidências a respeito de explosões de gás do fundo do mar. Essas 'explosões' podem estar ligadas ao descongelamento dos hidratos de gás, nos quais seria de metano na forma de gelo, abaixo do leito do mar após a última Era Glacial ter terminado", completou.
O resumo que desencadeou a atenção em massa da mídia em torno destas crateras foi submetido à Assembleia Geral da União Europeia de Geociências (EGU) e pode ser lido aqui. Maiores detalhes em relação a essas análises serão divulgados em abril desse ano no encontro anual da própria EGU.
Algumas das crateras foram descobertas por geofísicos, incluindo o professor Jürgen Mienert, que agora é diretor do CAGE, a bordo de navios de investigação alemães há mais de 20 anos. A nova tecnologia de radar, no entanto, apenas permite aos cientistas do CAGE que mapeiem com maiores detalhes a grande extensão da região das crateras, e outras características associadas as mesmas. Resumindo, aparentemente as crateras do Mar de Barents não teriam nenhuma relação com o "Triângulo das Bermudas".
O "Triângulo das Bermudas" Realmente Existe?
A notícia publicada no site da National Geographic também apontou que o medo sobre o desaparecimento de navios e aviões no que ficou "Triângulo das Bermudas", começou há cerca de 60 anos, depois que cinco aviões da Marinha dos Estados Unidos decolaram da Flórida em dezembro de 1945, e desapareceram sem deixar vestígios. Uma ocorrência que ficou conhecida como "Voo 19".
Os cinco aviões da Marinha dos Estados Unidos pertencentes ao "Voo 19" que sumiram sem deixar vestígios após decolarem no dia 5 de dezembro de 1945, da Base Aeronaval de Fort Lauderdale, na Flórida |
De qualquer forma, ao longo do tempo vem surgindo um grande número de teorias conspiratórias sobre o "Triângulo das Bermudas", mas muitos especialistas não estão convencidos que algo sobrenatural realmente exista na região.
"A região é altamente explorada e possui uma grande movimentação de embarcações desde as primeiras explorações europeias. Dizer que um certo número de navios e aviões tenham ido parar no fundo do oceano, é como dizer que existem muito acidentes de carro na principal autoestrada de Nova Jersey", disse John Reilly, historiador da Fundação Histórica Naval dos Estados Unidos, em entrevista para a National Geographic, em 2002.
Em um artigo publicado recentemente no site do jornal britânico "The Guardian", também é informado que "cientistas" já haviam calculado que a "frequência com que navios e aviões desaparecem no Triângulo das Bermudas é similar a de qualquer outro lugar no mundo".
Além disso, o site do IBTimes aponta que a região compreendida pelo famoso "Triângulo das Bermudas"é conhecida pelo tempo instável e conta com a presença de trombas d'água (também conhecida como tromba marinha), que é um grande vórtice colunar (normalmente semelhante a uma nuvem em forma de funil) que ocorre ao longo de um corpo de água e está ligado a uma nuvem cumuliforme. Os ventos dessas trombas d'água poderiam chegar a mais de 190 km/h e as mesmas seriam mais comuns durante o verão mediante o ar úmido, e das águas quentes dos mares da Flórida, nos Estados Unidos.
Resumindo, segundo os mais céticos, as quedas de aeronaves e naufrágios ocorridos na região denominada como "Triângulo das Bermudas" estariam mais diretamente relacionado ao tempo instável e eventuais rochas magnéticas do que a quaisquer bolhas de metano ou qualquer outra teoria conspiratória. Enfim, fato é que essa região continuará inspirando muitos outros enigmas ao longo do tempo, e provavelmente, em algum momento ainda voltaremos a comentar sobre ela. Já em relação as crateras da Noruega, bem, aparentemente elas não têm nenhuma relação com o "Triângulo das Bermudas".
Até a próxima, Assombrados!
Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino
Fontes:
https://cage.uit.no/news/craters-in-barents-sea-not-connected-to-bermuda-triangle/
http://www.ibtimes.co.uk/bermuda-triangle-mystery-solved-by-enormous-gas-blowouts-ocean-floor-1549223
http://news.nationalgeographic.com/2016/03/160315-norway-craters-methane-hydrates-bermuda-triangle-science/
http://news.nationalgeographic.com/news/2002/12/1205_021205_bermudatriangle
http://www.dailymail.co.uk/news/article-3490072/Has-secret-Bermuda-Triangle-finally-discovered-Scientists-giant-craters-underwater-explain-ships-disappear-without-trace.html
http://www.ancient-origins.net/news-mysterious-phenomena/norwegian-scientists-unintentionally-provide-fuel-fringe-theory-bermuda-020772
http://www.thesundaytimes.co.uk/sto/news/uk_news/Science/article1677701.ece?CMP=OTH-gnws-standard-2016_03_12
http://www.theguardian.com/environment/shortcuts/2016/mar/14/giant-gas-bubbles-mystery-bermuda-triangle